O “equilíbrio do terror” é a única solução viável no Oriente Médio

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Cresci durante a Guerra Fria e fui me familiarizando com as expressões “equilíbrio do terror” e “destruição mútua assegurada” a partir da 5ª série. Naquela época o Muro de Berlim dividia o mundo entre nós e eles. Como os outros garotos da década de 1970 eu nem imaginava que muitos entre nós na verdade queriam estar entre os outros e que vários outros desejavam estar entre nós.

A simplificação do mundo podia ser vista em todos os lugares, inclusive na TV. Lembro-me bem de um episódio de Star Trek em que a nave Enterprise visita um planeta habitado por tribos de homens pouco civilizados que estão em conflito. Eles usavam apenas lanças, arcos e flechas, mas os malvados klingons deram armas de fogo para um dos lados. Ao final do episódio o capitão Kirk manda fabricar espingardas para os outros a fim de equilibrar os dois lados. Serpentes no paraíso…

O terrorismo era comum naquele tempo. Quase toda semana havia notícias na TV sobre as ações espetaculares e sanguinárias do Baader-Meinhoff na Alemanha, das Brigadas Vermelhas na Itália e do IRA na Irlanda. Sendero Luminoso e OLP também produziam notícias, mas o terrorismo dos pobres não merecia a mesma atenção televisiva que o praticado na Europa. Uns e outros utilizavam o Manual do Guerrilheiro escrito por Carlos Marighella, mas isto eu só fiquei sabendo bem mais tarde.

No Irã ocorreu a revolução islâmica. Diplomatas norte-americanos foram presos na Embaixada dos EUA em Teerã e o desagradável Aiatolá Khomeini substitui o simpático Andreas Baader nos noticiários sobre terrorismo. Logo depois veio a carnificina entre iraquianos e iranianos. Saddam Hussein virou uma espécie de Capitão América do Oriente Médio.

Quando o terrorismo começou a diminuir na Europa aumentou no Afeganistão, país em que os Mujahedin lutavam contra a ocupação soviética utilizando armas norte-americanas. Os Mujahedin eram apresentados na TV como sendo os “guerreiros da liberdade”. Uma década depois eles virariam os malvados Talibãs que escondiam o famigerado Osama Bin Laden e obrigavam as mulheres usarem burcas. As mesmas burcas que o democrático governo Nicolas Sarkosy impediria as mulheres de voluntariamente usar na França.

A queda do Muro de Berlim foi recebida como uma promessa de paz. Em pouco tempo, porém, os alemães ocidentais estavam fazendo cara feia para seus compatriotas orientais acusando-os de provocarem desemprego e aumento de impostos. A III Guerra Mundial que não houve acabou sendo travada no Iraque pouco tempo depois, quando Saddan Hussein invadiu o Kwait e suas tropas foram enxotadas de lá pelos EUA. Uma avalanche de imagens de bombas que explodiam nos alvos invadiu as TVs, soterrando as notícias sobre o terrorismo amador europeu e latino-americano. As bombas norte-americanas eram quase sempre inteligentes, mas as vezes acertavam mercados, hospitais e fábricas de leite em pó. Os telejornais lamentavam os erros ao inves de dizer que atacar civis desarmados constitui terrorismo de estado. Foi nesta época que o eufemismo “danos colaterais” se tornou o clássico telejornalístico que é usado ainda hoje para justificar o injustificável ataque a civis inocentes (inclusive crianças) em Gaza.

O que deveria ser um período de paz duradoura se transformou num período de Conflitos de Baixa Intensidade e intervenções policialescas norte-americanas. Entre um blowjob  e outro de Monica Lewinsky, Bill Clinton reduziu a pegada militar dos EUA. Mas o sucessor dele iniciou a Guerra ao Terror em curso. Antes de George W. Bush Jr. as guerras norte-americanas deveriam ser autorizadas pela ONU e tinham começo, meio e fim. Depois que o Aiatolá Cristão ocupou a Casa Branca, as tropas norte-americanas, privadas e públicas, fariam o que bem entendessem onde quisessem. O mundo entrou então na fase atual, em que uma guerra sem fim é movida para derrotar terroristas que a própria guerra ajuda a produzir.

Foi sob Bush Jr. que um criminoso de guerra chegou ao poder em Israel levando o país a iniciar sua própria versão de Guerra ao Terror. Um imenso muro foi construído para separar judeus de palestinos, mas isto não era o bastante. A vergonha se intensificou com ataques israelenses preventivos e desautorizados pela ONU em Ramalah e na Cisjordânia. O sul do Líbano foi invadido, desocupado, invadido, desocupado… Em alguns anos Israel começaria a usar em Gaza armas proibidas pela Convenção de Genebra. O enclave palestino super povoado tem sido bombardeado constantemente nos últimos dias. Centenas de crianças foram mortas e mutiladas, mas poucas foram as vozes importantes que se levantaram para condenar os crimes de guerra cometidos pelos soldados israelenses.

Os Estados deveriam garantir a ordem internacional. São os diplomatas nomeados por eles que negociaram e aprovaram os tratados internacionais que baniram a guerra de conquista territorial e criaram os direitos humanos. Alguns Estados, porém, parecem decididamente comprometidos com a desordem. O terrorismo deixou de ser um fenômeno intra-estatal para se tornar um fenômeno quase que exclusivamente estatal. Não há equilíbrio entre os terroristas de estado e os outros terroristas, pois uns usam tanques e aviões de guerra super modernos e outros não tem à sua disposição nem mesmo algumas armas anti-tanques ou mísseis terra-ar precisos.

Serpentes no paraíso… é exatamente isto que o Oriente Médio precisa. Enquanto os palestinos não tiverem os meios para destruir os tanques e os aviões israelenses, o desequilíbrio continuará a estimular a violência. Os que neste momento dispõe de vários meios de coerção e não tem razões para temer represálias eficazes seguirão atacando seus inimigos sabendo que correm poucos riscos. O “equilíbrio do terror” e a “destruição mútua assegurada” são as únicas coisas que provocarão uma paz segura e duradoura no Oriente Médio.   

Como se fossem os klingons do episódio de Star Trek que mencionei no início, os norte-americanos deram/venderam tanques e aviões de guerra modernos a Israel. Quem será o capitão Kirk que dará/venderá sistemas anti-tanques e mísseis terra-ar modernos para os palestinos equilibrarem o conflito no Oriente Médio?

Fábio de Oliveira Ribeiro

19 Comentários

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  1. argumento estupido e sem

    argumento estupido e sem noção, apesar dos abusos cometidos por Israel, a capacidade de destruição que este pais tem de produzir, o danos são pequenos, agora imagine um poder semelhante nas mãos de fanaticos suicidas como e o hamas ou hesbolah, que acredita que o paraiso e dado para martires, e que não se incomoda em tornar seu proprio povo como alvo!

     

    Israel e um estado que responde a opinião publica, onde soldados se recusam a servir em guerras que consideram erradas, onde tem uma oposição ao governo que consegue se expressar, o Hamas perseguiu e matou membros da Fatah quando tomaram o poder em Gaza, quando da intervenção de Israel alguns anos atras, o poucos membros do Fatah que estavam presos foram executados para impedir que fossem libertados pelos israelenses,  por isso somente um fanaticos irresponsavel pode pedir o equilibrio do terror!

     

    o que deveria pedir era sim o bom senso, a renuncia do Hamas a preconizar a destruição de Israel, isso seria remover uma das justificativas do governo israelense de manter o aparato militar tão poderoso, bastaria os palestinos reconhecer o direito de existencia de Israel!  porque o Hamas não toma esse iniciativa?  porque ele formado por fanaticos radicais!

     

     

    1. Bom senso so de um lado nao vale

      Também entendo (e concordo) que acúmulo de material de guerra não é solução para nada, principalmente para a paz, entretanto, um pouco de estudo mostra que o Estado de Israel estar ali da forma que está, não é algo que se possa considerar legítimo, vc ta pedindo um bom senso que nunca houve, não existiu diálogo entre partes para a criação de Israel, todos nós, que temos o mínimo de esclarecimento sobre a formação/construção histórica deste Estado, estamos carecas de saber que Israel é fruto de um conjunto que tem dois alicerces como base, o lobby e o fanatismo religioso.

      Sou radicalmente/absolutamente contra armas, exércitos, enfim, dinheiro (não acho certo falar investimento) gasto em forcas de armas e guerras, mas, é aquela velha questão, pra que um país quer uma bomba atômica, pois supostamente nunca irá usá-la. Diante destas questões, as vezes entendo o que se quer dizer com o poder de dissuadir para tentar encontrar equilíbrio, acredito que é disso que o autor está falando.

      1. …”acúmulo de material de

        …”acúmulo de material de guerra não é solução para nada”… diz o senhor Alvin.

         Me desculpem meus caros, os argumentos que sustentam vossos discursos, são  rigorosamente a velha falsificação dos fatos, pela técnica de travestir uma ardilosa meia verdade, em uma verdade destituida do seu componete falso.

        Esta técnica ganha em eficácia, quanto maior sua difusão, pela repetição contínua do mesmo ponto de vista, seja do agressor, seja do opressor. Mais eficácia se obtem, quando opressor e agressor compõe a mesma entidade.

        Não é em vão nem por acaso, certa prevalência que goza o ponto vista favorável às demandas dos interesses norte-americanos. Imagine se a Coreia do Norte desse crédito a tamnha balela.

         

        Orlando

  2. Boa analise. Infelizmente

    Boa analise. Infelizmente alguns por aqui insistem em dizer que o Hamaz eh o terrorista unico. Ateh entendo com anos e mais anos e Marvel e DC comics na cabeca as pessoas fatalemte iriao achar que os tais aitolais cristaos nao existem.  Eu particularmente sou inocente nesse ponto e acho que nao deveria existir Guerra. Sim eu sei que isso eh inocente, sei que eh utopia, mas mesmo assim acho. Armar o outro lao pode levar a um equilibrio, afinal, como Israel iria trucidar palestinos sabendo que eles poderiam causar danos bem maiories que meia duzia de lanca foguetes?

     

    Por que os EE.UU ainda nao partiram para a cima da “malvada” Russia? Eles sao mais fortes? Sim, indubitavelemente, mas creio que em caso de guerra, pelo menos 10 das 1700 e poucas ogivas operacionais da Russia iria atingir solo americano. Soh esse temor eh suficiente para grantir apenas o jogo retorico do Bobama.

     

    PS: Muito bom o “entrre um blowjob e outro…” rsrsrs

    1. Por que os EE.UU ainda nao

      Por que os EE.UU ainda nao partiram para a cima da “malvada” Russia? Eles sao mais fortes? Sim, 

       

      essa sua frase e tipica do sujeito que justifica seus erros dizendo que os outros também fazem!  o caso e simples, por isso que o Brasil não aceita a lei, porque se tucano rouba, petista também pode roubar!  e se tucano não vai preso, petista também não pode ser preso! 

       

       

      1. O que tem a ver PT e PSDB com

        O que tem a ver PT e PSDB com a guerra em Gaza?

        Justificando erros: vc tah falando do PSDB entrando com representacao contra a ANAC por ela investigar o aeroporto?

         

        Voltando ao topico:

        Por que os EE.UU ainda nao partiram para a cima da “malvada” Russia?

        Eh notavel que a ideologia soh eh pejorativamente usada quando para acusar qualquer um que seja pretensamente um pouco a esquerda. Dai somos acusados de “defender o Hamaz(aff!), etc. Mas ai vem um inominavel e tenta usar da mesma idologia para desviar o foco.

         

         

        1. porque seu reciocinio e

          porque seu reciocinio e infantil, os americanos deveriam permitir que micro-potencias façam o que bem entendem apenas porque os americanos não tem coragem de acabar com o planeta declarando guerra a Russia!

           

           

  3. O que é mais terrivel,o

    O que é mais terrivel,o terror puro ou o terror equilibrado?E em que escala será medido esse terror,na escala israelense,na escala palestina ou na escala obamíca?

  4. Pois é. Clinton não foi

    Pois é. Clinton não foi nenhum santo, mas tanto na condução da economia quanto na relação dos EUA com o resto do mundo, deu de goleada no Bush Jr. Na verdade, acho que até o Cesar do Planeta dos Macacos teria feio um governo melhor que o George W. Bush.

    A única forma de segurar Israel é se aparecer um presidente dos EUA, democrata e com culhões para cortar a ajuda financeira e militar a Israel. Mas o que eu estou dizendo? Democrata e com culhões é uma impossibilidade física.

     

  5. Bibliografia comentada para saber melhor o conflito árabe-israel

    ou um convite para um café com história ao invés de café com bobagens e surtos emocionais de uma nota só na ideia fixa dos panfletos e libelos de aluguel sem-noção…

    CAFÉ HISTÓRIA

    Bibliografia comentada para compreender melhor o conflito árabe-israelense

    O Historiador Leonel Caraciki, especialista em conflito árabe-israelense, a convite do Café História, preparou uma bibliografia comentada para aqueles que desejam compreender melhor os recentes eventos em Gaza/Israel e a história que os cerca. 

    Nas últimas semanas, uma escalada de violência (mais uma) no Oriente Médio colocou novamente em pauta um dos temas mais urgentes da chamada “História do Tempo Presente”: o conflito árabe-israelense. No intuito de contribuir para a sofisticação do debate, o Café História convidou o historiador Leonel Caraciki, pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ (NIEJ) e professor-tutor do curso a distância de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), para elaborar uma lista comentada com referências bibliográficas para aqueles que desejam iniciar os estudos no campo e/ou compreender melhor os acontecimentos históricos que cercam Gaza, Israel e o Oriente Médio de uma forma mais ampla. Listas, como sabemos, são pessoais e limitadas. Por isso, longe de colocar um ponto final nas leituras sobre o tema, o que tentamos aqui fazer é dar o pontapé inicial em um debate acadêmico proveitoso, necessário e colaborativo. Por isso, sinta-se a vontade para, nos comentários, sugerir livros e comentá-los.

    Curta lista de livros para começar a entender o Conflito Árabe-Israelense

    Por Leonel Caraciki*

    Com a recente escalada de violência entre o Hamas e Israel, é importante ficar a par do conflito. Todavia, a leitura de notícias de jornal e blogs ainda que bem vinda, dificilmente conseguiria dar conta dos mais de sessenta anos de conflito entre palestinos e israelenses. Por isso, a convite do Café História, decidi elaborar uma pequena lista de obras importantes para começar a entender o conflito árabe-israelense. Infelizmente o mercado editorial brasileiro não é muito forte nesta área, então a maioria das obras está em inglês. 

    1. A Muralha de Ferro: Israel e o Mundo Árabe de Avi Shlaim e Righteous Victims: A History of the Zionist-Arab Conflict (1881-2001) de Benny Morris

    Livros do estilo “história completa” no geral pecam por excesso de generalizações e análises pouco profundas. Mas, quando bem escritos são incontornáveis. Os livros de Avi Shlaim e Benny Morris são os mais completos sobre o tema e acessíveis para o público em geral. Avi Shlaim se debruça mais sobre as relações internacionais de Israel e Morris privilegia os dilemas entre israelenses e palestinos. Ambos se complementam, até mesmo nas suas visões políticas – ambos os autores são parte do fenômeno conhecido como “nova historiografia” israelense, uma tendência historiográfica que desde os anos 1980 procura desmontar a “história oficial” do Estado de Israel.

    Avi Shlaim enfatiza a ideia que os governos israelenses deliberadamente evitam fazer a paz com os palestinos e o mundo árabe. Benny Morris, por sua vez, acredita que existe uma predisposição dos palestinos de rejeitar a paz pois supostamente tem como objetivo o desmantelamento do Estado de Israel. 

    2. Israel’s Occupation de Neve Gordon e Hollow Land: Israel’s Architecture of Occupation – Eyal Weizman

    As duas melhores obras para se entender como chegamos no momento atual da relação entre Israel e os palestinos. As análises dos autores cobrem a história da ocupação israelense em Gaza e Cisjordânia, mesclando com a análise sociológica de Gordon e a mistura de arquitetura e antropologia de Eyal Weizman, num livro que é intelectualmente riquíssimo e provocante. No livro de Weizman, destaque para os capítulos 7 – “Urban Warfare” e 9 – “Target Assassinations”. Pelo nível de dificuldade é aconselhável que o leitor já tenha alguma familiaridade com o tema.

    3. A Questão da Palestina de Edward Said

    Autor do clássico “Orientalismo”, o crítico literário Edward Said escreveu “A Questão da Palestina” em 1979, logo após os acordos de Camp David. Uma obra de reflexão política de um intelectual engajado na questão palestina, o livro permanece atual e polêmico.

    4. The Palestinian Hamas de Shaul Mishal e Avraham Sela

    A obra mais completa sobre o Hamas. O livro analisa as dinâmicas internas do movimento, focando nas suas contradições ideológicas e nas suas estratégias para gerenciar o conflito com Israel. Os pesquisadores focam boa parte do livro no ramo de caridade e trabalho social que o movimento opera em Gaza, um ponto geralmente ignorado pelos analistas e que ajuda a entender como o grupo se mantêm no poder. 

    5. The Palestinian People de Joel Migdal e Baruch Kimmerling e Palestinian Identity de Rashidi Khalidi

    Poucas obras captam a história do povo palestino de maneira tão rica quanto estas duas obras. Baruch Kimmerling foi um sociólogo israelense de altíssimo nível e o livro é uma de suas melhores obras. O livro de Khalidi avança uma polêmica tese de que o nacionalismo palestino se inicia ainda no século XIX, contrariando muitos trabalhos que situam sua gênese no pós-Primeira Guerra Mundial ou mesmo após o êxodo de 1948. Ambos são importantíssimos e devem figurar em qualquer bibliografia.

    6. The Birth of the Palestinian Refugee Problem de Benny Morris

    Um clássico que redefiniu a interpretação do conflito. Entender a questão atual sem ler sobre o êxodo que a Guerra de 1948 gerou entre a população palestina é impossível. O livro de Morris foi escrito em 1988 e é referência até hoje, tendo também uma versão expandida intitulada “The Birth of the Palestinian Refugee Problem Revisited”. Esta última é mais fácil de encontrar em livrarias.

    7. Contra o Fanatismo de Amós Oz

    Ao fim de uma lista repleta de obras que pintam um cenário desolador para o fim do conflito, certamente o leitor precisa de um alento. Contra o Fanatismo reúne palestras do escritor israelense Amós Oz, conhecido por sua militância pacifista. A mensagem honesta e clara está presente em todas as páginas e inspira a utopia de uma paz possível entre os povos.

    8. Para não ler: qualquer livro de Ilan Pappé ou Shlomo Sand

    Infelizmente, como em todos os campos intelectuais, no conflito árabe-israelense também temos autores que não merecem ser lidos. Os livros de Ilan Pappé e Shlomo Sand são repletos de distorções de documentos e interpretações pouco honestas sobre o conflito, sendo pouco recomendados. Por alguma razão possuem tradução para o português, apesar do consenso de que são obras ruins. O livro “A Limpeza Étnica da Palestina” de Pappé é repleto de erros factuais e de distorções documentais, sendo um estudo de caso de como não escrever um livro sobre o assunto. Shlomo Sand por sua vez tem pouco compromisso com um trabalho sério e prefere produzir panfletos.

    * Leonel Caraciki é mestre em História pelo PPGHIS-UFRJ e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisa sobre nacionalismo judaico e história das relações internacionais. Atualmente é professor-tutor do curso de História a Diastância da UniRio/CECIERJ e professor de História Judaica no Colégio Israelita A.Liessin”.

    http://cafehistoria.ning.com/page/conflito-arabe-israelense-bibliografia-comentada?xg_source=msg_mes_network

     

     

  6. Xará, muito lúcida sua

    Xará, muito lúcida sua análise. Estou com 51 e gostei bastante!

    Doloroso é ouvir a mídia nativa dizer que “israelenses e palestinos enterram seus mortos” – 15 de um lado e 500 de outro – como se de fato houvesse um certo equilíbrio.

    Seu questionamento, sobre quem será o capitão Kirk, é brilhante. Resgata o período da Guerra Fria e permite concluir que pouco evoluímos em termos civilizatórios – que avanço tivemos desde a crise dos mísseis em Cuba?

    Em foco deveria estar não apenas o desequilíbrio de forças militares, mas também a desigualdade econômica – discute-se o combate à pobreza mas passa ao largo a discussão sobre a acumulação exacerbada e seus efeitos na periferia do sistema.

    Abraço!

     

     

  7. Paz armada existe?

    Oi Fábio,

    Gostei do texto. Do panorama que vc traçou. Também sou de 70. Mas não lembro absolutamente nada de minha quinta série. Rsrsrs.

    Torço que o armamentismo não seja a ÚNICA solução, como vc sugere. O termo “Paz Armada” me lembra muito outro termo, “Guerra Santa”. Na minha opinião são coisas que não existem, tal como gnomos.

    O que me pergunto é se o capitalismo pode existir sem guerras. A questão é se podemos abrir mão das guerras e de toda indústria armamentista. Vemos muitos países pacíficos que tem forte indústria armamentista. Ou seja, vivem em paz mas precisam que outros se matem.
    Em outras palavras: guerra e indústria armamentista são elementos essenciais do capitalismo?
    Eu acho que é uma boa pergunta considerando o próprio panorama que vc traçou. Não houve momento de paz na história do capitalismo. Mesmo se fizermos a retrospectiva do Revolução Industrial até hoje.

    Olha, quem disser que sou ingênuo como Francy citou, dou razão. Mas tudo que passa a existir no futuro, começa a ser pensado no presente. Um mundo sem guerras vai existir em algum momento. Pode demorar bastante, mas podemos a pensar sobre ele agora.
    O homo sapiens evoluiu muito pouco desde seu aparecimento.
    Considere as relações pessoais e tenta traçar um mapa da evolução. Sem a tecnologia. São as mesmas coisas de milênios que nos incomodam. Porque um país invade outro? Porque um indivíduo mata outro? Por isso as novelas sempre têm os mesmos temas: sexo, poder, ego, dinheiro. Desde as cavernas os mesmos temnas, só que agora com tecnologia. Outro dia o Nassif colocou um post que tratava de matérias jornalisticas que se repetiam. Tem haver com isso também.

  8. Bem, já  que está se tratando

    Bem, já  que está se tratando de propostas radicais, de combater terror com terror, creio que a ação que representa o menor custo em termos de vidas humanas é Israel usar seu arsenal nuclear e acabar logo com essa matança homeopática. Uma hiroshima moderna. Radical, mas terrivelmente eficaz. Aí, começa-se a conversar com quem sobrar, articula-se um plano de construção de um estado palestino, formado do mais puro gene sobrevivente e que pode se transformar num país democrático e livre do terror. Que nem aconteceu com o Japão.

    1. Nazisraelita no pedaço. Por

      Nazisraelita no pedaço. Por favor vá ter com os da sua laia onde os outros nazisraelitas se reunem. 

      1. Ironia

        Não percebeu a ironia dele? Achou mesmo que o ‘adolpho’  é israelita?  (Nazi?)Israelita sou eu, que defendo a desmilitarização de Gaza, investimentos internacionais rigorosos no desenvolvimento da região, observação internacional permanente e a retirada israelense total ou quse da Cisjordânia. Mas como debater com alguém que defende o equilíbrio do terror? Quando a OLP era ativa, sequestravam e derrubavam até aviões, explodiam ônibus cheios de civis – esse equilíbrio do terror já houve – só que não podia durar muito tempo – aí vieram postos de controle, muros, tão condenados/condenáveis – a menos que você coloque uma ogiva nuclear nas mãos dos jihadistas; vai querer arriscar?

        1. Você disse que é israelita.

          Você disse que é israelita. Fale-me mais sobre as centenas de crianças palestinas que foram mortas e mutiladas nos últimos dias e sobre as milhares que ainda serão mortas e mutiladas em seu nome por causa da supremacia militar absoluta de Israel que você defende?

  9. Solução à Beufre.

    Veja a o pensamento de André Beaufre, general de França. Autor da “Teoria da dissuasão”.

    Através de seus livros e palestras, Beaufre afirma-se como um dos maiores pensadores da “dissuasion nucléaire”(dissuasão nuclear), se opondo à Raymond Aron ou Lucien Poirier, considerando que o equilíbrio nuclear participa na estabilização global em termos de solução (e prevenção) conflitos.

    Beaufre diz que a dissuasão nuclear e convencional são “gêmeas siamesas”.

    Quanto à Star Trek, bem, a leitura à época era a inversa…

     

     

  10. Relações Internacionais

    O pensamento do autor do texto é muito parecido com o que se denomina corrente realista das relações internacionais. Tais teóricos afirmam que apenas o equilíbrio de forças e balança de poder são capazes de manter a paz e ausência de grandes conflitos no cenário internacional.

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