Totalitarismo, autoritarismo e o renascimento da História na Alemanha e no Brasil

Hoje uma amiga alemã, que nasceu durante a guerra e perdeu os pais no conflito, postou no Facebook uma matéria sobre uma manifestação nazista em Dresden contra a invasão da Europa por imigrantes e islâmicos.

http://taz.de/Muslimhass-in-Dresden/!150149/

Irritada, ela disse que estava com ânsia de vômito. A atitude dela me fez refletir sobre a realidade em nossos países.

Alemanha e Brasil são países democráticos e, no entanto, muito diferentes. Após a II Guerra Mundial, a Alemanha condenou vários nazistas que não foram processados em Nuremberg pelos Aliados. O Brasil não puniu um só militar ou policial que torturou e executou prisioneiros que eram dissidentes do regime. Com apoio da elite, a economia alemã foi reconstruída de maneira a incluir os cidadãos nos benefícios do desenvolvimento. A economia brasileira patinou na exclusão social durante décadas e somente agora começa a proporcionar um pouco de conforto para os excluídos e, mesmo assim, sem o apoio de uma parcela da elite.

Após o final da Guerra, a Alemanha teve um estadista capaz de se ajoelhar diante do monumento das vítimas do nazismo na Polônia. Nenhum general brasileiro teve a honra e a generosidade necessárias para se ajoelhar diante do túmulo de Vladimir Herzog ou de qualquer outro inocente morto nos porões do DOPS. A União Européia é fruto do Mercado Comum idealizado por governantes alemães e franceses para reaproximar dois países que haviam lutado duas guerras inúteis e dolorosas. O MERCOSUL, organismo frágil que une o Brasil aos seus antigos rivais latino-americanos, seria destruído de Aécio Neves tivesse ganhado a última eleição presidencial.

A democracia alemã é bem sucedida e, no entanto, tem que lidar com grupelhos nazistas cada vez maiores e mais ativos. O desafio à democracia brasileira neste momento é sobreviver aos restolhos do passado que exigem nas ruas um golpe militar. O abismo que existe entre minha amiga alemã e seus compatriotas é, portanto, semelhante ao que está sendo aberto pela mídia entre Dilma Rousseff e os jovens que vão às ruas exigir o retorno da Ditadura Militar. Nos dois países os governantes devem estar perguntando basicamente a mesma: onde nós erramos? A pergunta que eu faço, porém, é um pouco diferente. Houve mesmo um erro governamental?

Pouco posso dizer sobre a realidade alemã, mas tenho certeza de que a realidade brasileira prova que nosso país está no caminho certo. Há mais de duas décadas o Brasil se esforça para desdobrar o Estado de Direito em todo seu território, expulsando os demônios do passado autoritário inclusive de dentro das estruturas policiais. A inclusão social é um item importante na pauta pública. Isto não é um erro. É um acerto compartilhado pelos governos Dilma, Lula e, em menor proporção, FHC. Sarney deu o  ponta-pé inicial para a criação do MERCOSUL e merece ser louvado em razão deste acerto. A estabilidade monetária foi conquistada no governo Itamar Franco, cujas virtudes tem sido esquecidas em razão da mídia atribuir injustamente a FHC a paternidade do Plano Real.

Se os acertos são tantos, o que justifica a existência destes grupos de jovens que vão às ruas para exigir um golpe de estado? Nada. O problema brasileiro talvez seja semelhante ao que aflige a Alemanha e faz minha amiga alemã ter vontade de vomitar. Lá e cá os jovens cresceram levando vidas tranqüilas e confortáveis. Os neonazistas alemães não conheceram os horrores da guerra, nem as carências terríveis do pós-guerra. Os neofascistas brasileiros nunca foram reprimidos com rigor nas ruas, nem tampouco sentiram fome como os nordestinos nas décadas de 1960 e 1970. O ódio que uns sentem pelos estrangeiros e islâmicos e os outros sentem pelos nordestinos é fruto mais da ignorância do que de seu amor à pureza racial ou à higiene social.

Os jovens nazistas alemães e os fascistas brasileiros não aprenderam sua ideologia com os velhos nazistas e fascistas europeus. De fato eles não aprenderam nada. Eles não tem História e este é o verdadeiro abismo que os separa dos seus governantes.  O vazio histórico destes restolhos do totalitarismo e do autoritarismo é um fato e pode se transformar numa tragédia caso estes jovens resolvam usar a violência para impor sua vontade aos alemães e brasileiros. Eles não causam temor aos seus respectivos Estados, que tem homens treinados e armados para lidar com terroristas. É óbvio, porém que devemos temer por eles, pois o mal que eles podem sofrer é bem pior do que aquele que eles podem causar. 

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

22 Comentários

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  1. Onde erramos?

    Se o PT/Governo se faz essa pergunta, não responde. Eles não respondem nada. Não fazem nada nem utilizam os recursos de que dispõe para o enfrentamento político. O governo precisa mostrar ação, enfrentamento político, enfim, governar. Estudar e apresentar um pacote de ações para garantir e ampliar as conquistas da Classe C. Reconquistando a Classe C, especialmente a do Centro-Sul, o apoio popular será tão forte que acaba esse golpismo que está no ar e a base política reduz as cobranças estridentes. Na série de textos abaixo há uma reflexão neste sentido. O que a Classe C precisa? Recomendo a leitura.

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html

    1. Sim o governo deve enfrentar

      Sim o governo deve enfrentar os terroristas de direita, mas somente depois que eles praticarem atos terroristas. Todos tem o direito à liberdade de consciência e de manifestação pacífica de acordo com a CF/88. Esta regra também se aplica aos débeis mentais que querem um improvável renascimento da Ditadura Militar. 

      1. Fábio, não é bem assim!

        Querer um governo que priorize o capital é uma coisa, querer derrubar um governo através de um golpe é crime previsto na constituição, logo as pessoas que tem vontade de derrubar um governo constitucional não tem o direito de pregar isto, é apologia ao crime!

  2. Caro Fabio, muito bom o seu

    Caro Fabio, muito bom o seu texto. Mas vou te contar uma coisa, isso cansa, cansa ver dinossauros de 20 anos pedindo volta da ditadura e morte aos nordestinos, separacao do Brasil. Cansa ver o relativismo que se baseia no uso da discricionaridade quando se eh petista e isonomia para os nao petistas, e tudo defendido como se, come bem disse o Xico Sa, a corupcao eh exclusiva do PT.

  3. Bobagem dizer que desconhecem a história

    Sempre leio esse clichê de que, se alguém apoia o golpe militar ou é fascista ou nazista, é porque “não conhece a História”. Isso não é necessariamente verdadeiro. Pode até ser em alguns casos, mas não explica nada. Muitos dos absurdos jogados no colo da direita somente surgiram porque havia forças lutando contra ela. Se todos concordassem, não haveria contra o que lutar e impor seus interesses na base da força (se bem que hoje em dia, até guerras se inventam ou se criam, mas isso é outra história). Não quero dizer com isso que a direita não tenha culpa nas barbaridades que eventualmente cometeu, mas sim que é perfeitamente possível defender golpe militar ou ser fascista e nazista mesmo conhecendo o que pessoas com esse perfil fizeram ou defenderam no passado.

    Em suma, mesmo a mais arraigadamente intolerante das ideologias vislumbra, para si, um mundo de concordâncias onde tudo funcione bem para as pessoas, ainda que dentro de certos parâmetros. O conflito surge quando querem boicotar esse mundo idealizado. Comunistas também fizeram muitas e muitas barbaridades, a propósito. Não é um privilégio de nazistas e fascistas. Basta conhecer a História, inclusive, para saber que isso é verdadeiro. Passa pelo monismo filosófico de acreditar que se possui uma única e a melhor resposta para toda e qualquer questão. Quem pensa assim já entrou na boca do lobo e não se deu conta disso. É a semente do totalitarismo.

    1. Não tenho visto comunistas

      Não tenho visto comunistas agredindo pessoas nas ruas brasileiras. Quem faz isto são os nazistas. O simples fato de você omitir este fato comprova suas relações “perigosas” com os criminosos e terroristas de direita em potencial. 

      1. O postador não sabe interpretar textos e rodou a baiana rsrs

        Caso o postador não tenha se dado conta, falei do comunismo numa perspectiva histórica. Parece que além de não conhecer a História, o ignóbil postador não sabe interpretar textos básicos, além de ser péssimo em lógica: o fato de você não ver comunistas agredindo pessoas nas ruas não implica que isso não aconteça ou que comunistas não tenham perpetrado massacres, genocídios, atos violentos e cobardes ao longo da História, muito menos o fato de eu não ter dito que comunistas supostamente não agrediam pessoas nas ruas “comprova” (sic) que eu possua alguma relação com “criminosos” e “terroristas” de direita. Por essa lógica desmiolada, eu estaria autorizado a concluir que você tem relações com os comunistas genocidas e totalitários, aqueles que você “esqueceu” de citar, na tua, aqui sim, verdadeira ignorância histórica.

        Um ignóbil idiota sempre continuará sendo um ignóbil idiota, ainda que rode a baiana.

        1. O comentador não conseguiu

          O comentador não conseguiu explicar porque omitiu o fato de que quem agride pessoas nas ruas brasileiras são nazistas e não comunistas. Ele também procura desviar o assunto falando de algo que não é objeto da discussão proposta pelo texto. Por fim, o cretino contumaz limitou-se a fazer um ataque pessoal (…o ignóbil postador não sabe interpretar textos básicos…) como compete a todo nazistinha disfarçado que quer destruir um inimigo ao invez de debater idéias. 

          Vá ofender suas branquelas, seu nazista de merda. Se continuar me enchendo o saco vou processá-lo criminalmente.

           

          1. O postador desequilibrado não sabe conviver com o contraditório

            Típico. Depois de ler a minha crítica pertinente acima, o ignóbil postador, que alopradamente me acusou do nada de ter “relações perigosas” com “terroristas” e “criminosos” de direita, uma grave acusação, agora me chama, de forma totalmente desequilibrada, de “nazista” hehehehe. Tudo porque eu disse, dentre outras coisas, que o argumento dele de dizer que quem defende golpe militar ou é fascista e nazista é porque “não conhece a história” era um clichê não necessariamente verdadeiro e porque citei, en passant, que comunistas também praticaram atrocidades ao longo da História, como qualquer um mais ou menos bem informado sabe, o que definitivamente não é o caso dele, que não passa de um desequilibrado imaturo e despreparado para lidar com o contraditório. Ridículo é pouco. Pelo argumento que ele sofrivelmente sustentou no post, quem hoje se declara comunista é porque “não conhece a história” (sic) hehehe.

            Sobre o processo, fique à vontade. Quando um debilóide acha que tem “razão”, melhor não contrariar rsrs.

          2. Quem não sabe conviver com

            Quem não sabe conviver com ninguém é você, seu cretino. Você é anti-comunista como todo bom nazista e defende os nazistinhas brasileiros e alemães como um bom nazistão. Sobre o processo, talvez eu realmente tome a iniciativa… ou talvez eu espere você cometer o erro de tentar dar um golpe de estado, porque neste caso você morrerá a morte dos injustos acreditando que está entre os justos. Ha, ha, ha… Pequena perda, direi. Ha, ha, ha…  

             

             

             

          3. O espetáculo de circo do hidrofóbico continua

            É a atração circense do blog. Mad, mad dog. Ainda bem que a burrice não é contagiosa. A hidrofobia, essa é um perigo. Caso para as autoridades sanitárias.

            O “artista” de circo já reiniciou os delírios quando disse que eu “defendi” nazistas. Pela “condição” exibida, inimputável, sem dúvida. Golpe de estado, hehehe. Esse tem algum “pobrema”.

          4. “Muitos dos absurdos jogados

            “Muitos dos absurdos jogados no colo da direita somente surgiram porque havia forças lutando contra ela.” – como todo bom nazista você pode ficar repetindo isto à exaustão, mas não conseguirá me convencer de que seus amigos nazistas são os “mocinhos”, cujos “pecadinhos” podem ser perdoados. 

             

            Estamos esperando você e seus amiguinhos nazistas darem o bote. O contra-bote já foi armado e de maneira bem fundamentada. Dilma Rousseff foi eleita e deve ser empossada. Em caso de golpe de estado branco no STF a presidenta reeleita terá jus arbitriumque omnium rerum para limpar aquele Tribunal, pois ela é a depositária da soberania popular e dela depende a sobrevivência do regime constitucional, a paz social e a estabilidade do Estado. Queiram ou não os Ministros do STF e seus opositores, Dilma Rousseff é neste momento a vindex libertatis e como presidenta (e comandante em chefe das Forças Armadas na forma da CF/88) única pessoa a possuir jus gladii legítimo. Caso o STF e a oposição provoquem tumultos Dilma Rousseff terá que agir em nome de seu potitus ominiun rerum. Assim seja…

             

            Enquanto golpista e nazistas ficarem gritando “comunistas corruptos”, usaremos o bom e velho Direito Romano para “normalizar” a situação com o mínimo de violência necessária contra golpistas, nazistas e seus amiguinhos jornalistas e comentaristas mequetreves da internet. Ha, ha, ha…

             

            Saque logo sua pistola, nazistão. Um “admirável mundo novo” o espera.

             

             

            *”Admirável mundo novo” será o nome do cemitério de guerra. Ha, ha, ha…

      2. O Argolo está se fazendo de

        O Argolo está se fazendo de ”João Sem Braço”. Claro que todo sabemos (os  honestos) que a História de seu texto se referem diretamente ao contexto contemporâneo da historiografia moderna/pós moderna. O Argolo joga para a galera, mas só para os desavisados. E também sabemos que os fascismos nasceram da tentativa do resgate histórico em um contexto decadente. Isto é know how fascista. Nisto o Argolo diz o dito pelo não dito. Somente a molecada que mama em neoliberalismos é que não sabe da História, algo notado em Constantinos et caterva em palanques midiáticos tupiniquins.

    2. “Muitos dos absurdos jogados no colo da direita…”

      “Muitos dos absurdos jogados no colo da direita somente surgiram porque havia forças lutando contra ela.”

      Exemplos de ABSURDO, por favor.

      1. Não é o que importa no comentário, mas sim o que se quis dizer

        O comentário busca mostrar que é uma estupidez sem limites achar que algum fascista ou nazista só possa aderir à ideologia em questão porque “não conhece a história”. Num cenário ideal para o que eles queriam, não haveria motivos para conflitos como os que aconteceram. É isso que eles buscam, já que ninguém pensa em defender uma ideia política achando que todo o tempo terá que mandar milhões para tomar uma “ducha”. Ninguém poderia conviver com isso muito tempo. Os conflitos acontecem em torno da disputa pelo poder. São estratégias na luta pelo poder, que exercem uma importância nessas correntes políticas, inclusive no comunismo. Nem nazismo e muito menos fascismo se ocupam disso todo o tempo, assim como o comunismo e seu sonho de uma “ditadura do proletariado”, fim da luta de classes, estabilização da história e todos aqueles conceitos deterministas do materialismo dialético de Marx.

        O que eu quis realmente dizer é que, na perspectiva de um fascista, de um nazista e de um comunista ou de qualquer outro adepto de correntes políticas que evidentemente tendem ao totalitarismo, nem tudo na História é motivo para se “envergonhar”. São apenas aspectos da luta pelo poder, obstáculos que devem ser retirados do caminho para se atingir a sociedade ideal. Se alguém for capaz de entender isso, entenderá o que eu quis dizer com muitos dos problemas de violência acontecerem em virtude do confronto pela conquista de poder, o que não significa eximir de responsabilidades, é claro, mas apenas reconhecer que a adesão a uma dessas correntes não implica sempre uma perspectiva de confronto. Nem mesmo o nazismo era assim quando pensava num Reich de mil anos. Himmler, no fronte russo, discursou sobre o futuro convicto de que o Reich seria povoado apenas por nórdicos fiéis ao nazismo (o projeto lebensborn, a menina dos olhos de Himmler, fazia parte dessa aspiração nazista). Ninguém que pensa isso está trabalhando com uma ideia de confronto eterno.

  4. Sugiro aos interessados

    Sugiro aos interessados consultar o resultado da votação na ONU da Resolução contra a gloficação do nazismo.

    O Brasil votou a favor da Resolução (e, portanto, contra a gloficação do nazismo), EUA e Ucrania contra. 

    http://sputniknews.com/infographics/20141125/1015153484.html

    Amééérrika, land of the free Nazis. Ha, ha, ha… em breve os nazistas brasileiros se sentirão compelidos a imigrar para os EUA. Pequena perda, direi. 

  5. ”Se os acertos são tantos, o

    ”Se os acertos são tantos, o que justifica a existência destes grupos de jovens que vão às ruas para exigir um golpe de estado? Nada. ”

    Ora, em uma estrutura onde há o classismo neoliberal(inclusive deliciosamente seguida por gente de esquerda que quer ensino público para o pobre, mas põe os filhos nos ”Sacre Couers”, quando não nos ”Objetivos” da vida) não se pode esperar nada mesmo.

    Estes são os filhos 2.0, a geração ”Y”, criada sob a condescendêcnia de pais lenientes que, não vislumbrando nada, arrogaram aos filhos o ”direito de ser feliz”. Quantos destes jovens que vão a rua não foram nutridos com palavras de ”meu filho é um gênio”, ”minha filha é melhor do que eu”, sendo isso um referencial que pode explicar a total capacidade desta geração de lidar com as frustrações?

    Daí veem que os filhos dos mais pobres estão galgando patamares nunca antes vislumbrados – não porque eles conheçam a História, mas porque foram (des)educados pelos pais e pala mídia que sempre usou um cabedal de referenciais segregacionistas em novelas, filmes e no geral do mundo do entretenimento- e sentem-se acuados e injustiçados. Estes são os ”marchadores de junho de 2013” e os que votaram em peso em Marina, os que estão se sentindo iludidos. 

    E isto também é o reflexo em países citados como a Alemanha. A Grécia já está fortemente aparelhada com o ”Golden Dawn” (há boas reportagens, só que em inglês sobre este grupo nazista que sai com tacos de basebol – esporte que nem é conhecido nas terras helênicas – para agredir turcos, árabes e outros imigrantes. São os desiludidos com as delícias neoliberais que não foram eficazes para atender suas necessidades.

     

  6. O regime alemão nazi fascista

    O regime alemão nazi fascista matou milhões de pessoas por serem de etnia, nacionalidade, cor de pele, sexualidade, religião e opção política não aprovada pelo dogma nazi. O regime militar nacionalista que vigorou no Brasil durante 25 anos, matou centenas de brasileiros e torturou alguns milhares que resolveram lutar ou pegar em armas Contra a ditadura militar e no lugar, vencedores seria implantada uma ditadura socialista, porque me custa crer que grupos treinados em Cuba não implantaram se vencedores a mesma estrutura de estado.

    A Alemanha derrotada na guerra optou pela democracia, ao menos no lado ocidental, recebeu milhões de dólares em investimentos para reconstrução e ajudou a punir monstros nazistas, dado que legislação específica foi criada para tratar de crimes contra a humanidade. No Brasil foi uma criada uma lei de anistia que se de um lado como se diz, protegeu torturadores de serem processados, também permitiu que presos fossem soltos, exilados voltassem e fundassem o PT, o psdb etc. As vítimas nazistas em sua maioria não recuperaram seus bens. As vítimas do estado brasileiro durante a ditadura militar foram recompensadas na medida do possível.  E bom lembrar que também houve vítimas que não eram soldados, nas ações dos grupos guerrilheiros e não consta pelo menos a mim, que tenham sido ressarcidos elo estado.

    Então comparar o que fizeram os estados alemão e brasileiro é descabido.

    Quanto aos idiotas que pedem um governo militar, ou os duplamente idiotas que ostentam características nazifascistas; bem, vivemos em uma democracia que permite que as pessoas se expressem mesmo que todos concordemos ser idiotices. Ademais é  importante lembrar que existem partidos de esquerda oficiais no Brasil ou facções de partidos que veriam com bons olhos um governo de cunho mais socialista e dado a maior influência do partido de situação ou ditado por movimentos organizados. E do outro lado não temos partidos de ultra direita, partidos de coloração nazista ou fascista.

    E esses grupos existem em toda a Europa e um belíssimo exemplo disso é  a atual Rússia. Outros países como a Bulgária,  Romênia,  Polônia,  França, etc também possuem partidos de ultra direita e grupos nazi fascistas,  infelizmente diga -se.

    E preciso combater com informação. Não relativizar a história como se os crimes nazistas não fossem tão sérios (guardadas as proporções,  os mesmos crimes se repetiram nos Balcãs nos anos 90 e em darfur no Sudão ). Reconhecer que os anos de chumbo ocorreram porque faltou quem defendesse a democracia e porque um ditador dos anos 30 foi e é  reverenciado como um elemento positivo.

    A lei proíbe símbolos nazistas. Que ela se faça cumprir. A lei não proíbe idiotas acharem que um governo militar é melhor. Para isso o debate democrático das idéias pode trazer bom senso. 

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