Pequeno dossiê Sochi 2014

http://www.youtube.com/watch?v=7Q0toEhKRWk]

Hoje é a abertura, às 20:14 (*) no horário de Moscou, 14:14 no horário de Brasília, dos Jogos Olímpicos de Inverno 2014. 

[ (*) Os Jogos de Pequim começaram às 20:08, logo, devemos presumir que os do Rio começarão às 20:16? ]

Muita, mas muita polêmica mesmo, que vai desde a “limpeza” de cachorros das ruas até propostas de boicote à Coca-Cola. Em Vancouver 2010 simplesmente não se viu absolutamente nada polêmico.

São tantos os artigos em torno, falando da lei anti-gay, da repressão ao jornalismo e dos gastos recordes (para os quais há suspeita de corrupção), que são inclusive maiores que os da Copa Brasil 2014, que simplesmente não dá para cobrir em um post o assunto.

Selecionei alguma coisa que apareceu nestes dias. O toque bizarro fica por conta de um presidente, em 2014 e do 7º maior PIB do Mundo, ter que dizer que torcedores são bem-vindos independentemente de orientação sexual. Podia dormir sem essa!

 

http://www.youtube.com/watch?v=vtAu7xkwNjQ]

http://esporte.uol.com.br/esportes-de-inverno/ultimas-noticias/2014/02/05/russia-nao-queria-mas-oferece-em-sochi-debate-inedito-sobre-direitos-gays.htm

Rússia não queria, mas oferece em Sochi debate inédito sobre direitos gays

Bruno Freitas

Por caminhos tortos, a Rússia acabou oferecendo um precioso espaço para o debate dos direitos dos homossexuais na Olimpíada de Sochi, que começa oficialmente na sexta-feira. Aprovada no último ano, a lei antipropaganda gay no país gerou uma onda de manifestações contrárias de atletas internacionais antes dos Jogos de Inverno e deve transformar o evento em um fórum sobre o tema, mesmo a contragosto dos anfitriões. 

Em junho passado entrou em vigor na Rússia da lei que proíbe “apologia” da homossexualidade para menores. O debate chegou ao esporte quando Yelena Isinbayeva, estrela do atletismo russo, se manifestou favoravelmente à regulamentação. Quase que imediatamente uma série de outros atletas de renome foi a público para criticar a política de opressão ao homossexualismo no país anfitrião dos Jogos de Inverno. 

A retaliação mais contundente partiu do gabinete da Casa Branca, em Washington. Barack Obama nomeou atletas gays para encabeçar a delegação presidencial dos Estados Unidos nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos na Rússia, em um claro posicionamento do país a respeito do tema. Neste grupo, destacam-se a ex-tenista Billie Jean King, notória ativista dos direitos homossexuais, e a jogadora de hóquei Caitlin Cahow.

De quebra, pela primeira vez desde a Olimpíada de 2000, em Sidney, os EUA deixarão de enviar o presidente, o vice ou a primeira-dama para representar diplomaticamente o país no evento do COI.

Nas semanas que antecederam os Jogos Olímpicos, o presidente russo Vladimir Putin foi confrontado mais de uma vez sobre o tema. O chefe de estado afirmou que, apesar da lei nacional, atletas gays são benvindos em seu país.

Mas a estratégia de esfriar o debate acabou frustrada através de manifestações como a do prefeito de Sochi. Anatoly Pakhomov declarou na última semana que o homossexualismo “não é aceito” na região do Cáucaso, onde a sede olímpica se situa. O político ainda assegurou que não há um único gay na cidade de 350 mil habitantes.

A expectativa é que atletas individualmente tomem a iniciativa de abordar o tema durante a Olimpíada, nas próximas semanas, para constrangimento dos anfitriões. Uma prévia dessa situação veio em declaração de Bode Miller, ídolo do esqui alpino americano, que chamou a lei russa de “ignorante”.  

No entanto, o COI promete punir atletas que se manifestem sobre a questão no pódio ou em momentos oficiais de competição.

Assim, a tendência é de que as delegações visitantes orientem seus atletas a evitarem posicionamentos.

“Para quem vai competir, é complicado opinar. Ficam levantando absurdos, mas na China ninguém falou dos problemas internos, como já estão falando da Coreia [Jogos de Inverno de 2018], que comem cachorro lá. As pessoas ficam levantando questões, elas são importantes, mas a gente deixa o COI com isso, não cabe o atleta politizar. São questões internas deles. Não sou cidadão russo, respeitamos a cultura do país que está nos convidando. Não queremos tomar partido. É delicado misturar cultura, dizer o que é certo, o que é errado”, diz Emílio Strapasson, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo.

“Acho que cada atleta faz o que bem entender, e são livres de se expressar. No meu caso, estou lá para competir e quero me focar somente nisso”, manifesta Isabel Clark, atleta do snowboard e estrela da delegação brasileira.

 

http://www.youtube.com/watch?v=ejIk_Za-q4Y]

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,onu-diz-que-russia-deveria-anular-lei-contra-gays,1126909,0.htm

ONU diz que Rússia deveria anular lei contra gays

Agência Estado

O comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a infância pediu que a Rússia revogue a lei que proíbe “propaganda” gay à qual menores possam ter acesso

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o painel observa que o objetivo inicial da lei é proteger as crianças, mas que ela “encoraja a estigmatização e a discriminação contra” gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, o que inclui crianças.

O Comitê para os Direitos da Criança disse que teme que “vagas definições do que é propaganda levem a ataques e perseguições” à comunidade gay russa, o que pode incluir abusos e violência contra essas pessoas.

A lei, aprovada pelo presidente Vladimir Putin em julho do ano passado, é vista por ativistas como uma proibição de praticamente qualquer expressão dos direitos dos gays e está no centro das atenções, na medida em que a Rússia sedia os Jogos Olímpicos de Inverno, que começam nesta semana no balneário de Sochi. Fonte: Associated Press. 

http://oglobo.globo.com/mundo/ban-ki-moon-faz-apelo-contra-ataques-homossexuais-11519265

Ban Ki-moon faz apelo contra ataques a homossexuais

NAÇÕES UNIDAS – O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, convidou o mundo a agir contra os ataques aos gays em uma intervenção nesta quinta-feira na sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), na véspera da abertura dos Jogos de Inverno de Sochi. A declaração foi feita em meio à polêmica provocada por uma lei russa que pune com multas e prisão a propaganda da homossexualidade a menores.

– Muitos atletas profissionais gays e heterossexuais são contrários ao preconceito. Devemos elevar nossa voz contra os ataques a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou intersexuais – em plena polêmica por uma lei russa que pune com multas e prisão a “propaganda” da homossexualidade para menores de idade.

A lei, promulgada em junho do ano passado pelo presidente russo, Vladimir Putin, provocou críticas, principalmente no Ocidente.

– Devemos nos opor às detenções, prisões e restrições discriminatórias enfrentadas pelos gays – acrescentou o secretário-geral da ONU.

Putin, por sua vez, prometeu que os Jogos de Inverno organizados pela primeira vez pela Rússia serão acolhedores para todo o mundo. Abordando o tema em um discurso na terça-feira em Sochi, o presidente do COI, Thomas Bach, declarou que todo o mundo deve lutar contra as discriminações que têm como base a orientação sexual ou qualquer outro preconceito.

– O esporte não deve ser uma tribuna para dissidências políticas ou para tentar marcar pontos por motivos de contestação política interna ou externa – destacou Bach.

Na quarta-feira, a ONG de defesa LGBT All Out organizou manifestações em 19 cidades do mundo, de Nova York a Melbourne, passando por Paris e São Petersburgo na Rússia, mas não em Sochi, dirigindo-se aos patrocinadores dos Jogos para que saiam de seu silêncio sobre as leis antigays russas.

Carta aberta

Mais de 200 escritores, entre eles Salman Rushdie, Margaret Atwood e Jonathan Franzen, assinaram uma carta aberta publicada nesta quinta-feira pelo jornal britânico “The Guardian” para denunciar as leis russas. Os autores acusam o país de “asfixiar” a criatividade e afirmam que a lei contra a propaganda de relações sexuais não tradicionais, a recente proibição da blasfêmia, as penas maiores contra a difamação “colocam particularmente em perigo os escritores”.

“Uma democracia sadia deve ouvir as vozes independentes de todos os cidadãos. A comunidade internacional precisa ouvir e ser enriquecida pela diversidade das opiniões russas. Pedimos às autoridades russas que revoguem estas leis que amordaçam a liberdade de expressão”, completa a carta, assinada por escritores de 30 países, incluindo quatro vencedores do Nobel de Literatura (Gunter Grass, Wole Soyinka, Elfriede Jelinek e Orhan Pamuk).

No texto, os autores prometem que não ficarão calados quando observam “migos escritores e jornalistas forçados aos silêncio ou expostos a processos e, às vezes, a penas drásticas pelo simples fato de compartilhar seus pensamentos”.

 

http://www.youtube.com/watch?v=oXQH1sKiuD4

http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/t-a-t-u-pode-abrir-os-jogos-olimpicos-de-inverno-em-sochi

t.A.t.U pode abrir os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi

O duo t.A.T.u, cuja sigla em russo significa “Essa Ama Aquela”, ficou famoso no mundo todo no começo dos anos 2000 por suas canções pop sobre amor homossexual

Vladimir Putin, presidente russo

Vladimir Putin: o presidente russo garantiu que todos os atletas e torcedores serão bem-vindos aos Jogos, independentemente de sua orientação sexual

Moscou – A seleção russa pode aparecer na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na próxima sexta-feira, embalado pelo ritmo de uma canção do duo russo t.A.T.u, ícone lésbico de todo o mundo nos anos 2000, divulgou nesta segunda-feira a imprensa russa.

Segundo um correspondente do jornal “Business Online” que presenciou o ensaio da abertura no sábado, a delegação russa entrou na pista do Estádio Olímpico Fish com a canção “Nas ne dogoniat” (“Eles Não Nos Pegarão”, em tradução livre). A canção faz referência à perseguição a um casal, interpretado no videoclipe pelas duas integrantes do grupo, Lena Katina e Julia Volkova.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusado por muitos de perseguição aos gays, garantiu que todos os atletas e torcedores serão bem-vindos aos Jogos, independentemente de sua orientação sexual.

Rússia foi muito criticada nos últimos tempos pela aprovação de várias leis contra a propaganda homossexual e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o que, de acordo com as minorias sexuais, restringem seus direitos fundamentais.

Alguns atletas expressaram temor de haver discriminação durante as competições, enquanto vários ativistas homossexuais e defensores dos direitos humanos convocaram um boicote.

O duo t.A.T.u, cuja sigla em russo significa “Essa Ama Aquela”, ficou famoso no mundo todo no começo dos anos 2000 por suas canções pop sobre amor homossexual.

É a banda russa mais bem-sucedida de todos os tempos, e vendeu milhões de seus discos no mundo todo. Lena Katina e Julia Volkova representaram o país no Eurovision 2003, quando levaram o terceiro lugar. 

[video:http://www.youtube.com/watch?v=wgvlU4DgYTg

http://www.vagalume.com.br/t-a-t-u/not-gonna-get-us-traducao.html

(trecho: Nós seguimos em frente, os cruzamentos estão vazios / Nossos espíritos sobem, eles não irão nos pegar / Meu amor por você, sempre eternamente / Só você e eu, tudo mais é nada / Não iremos voltar, não voltaremos lá / Eles não entendem  Eles não nos entendem)

 

http://revistaforum.com.br/blog/2014/02/human-rights-watch-lanca-campanha-contra-a-homofobia-na-russia-assista/#.UvLF5C5-124.twitter

Human Rights Watch lança campanha contra a homofobia na Rússia. Assista

Ativistas lançaram campanha para denunciar violência homofóbica e pressionar patrocinadores a se posicionarem contra a lei anti-gay

Revista Fórum

A Human Rights, aproveitando que as Olimpíadas de Sochi começam nesta semana, lançou uma campanha denunciando a violência que a população LGBT sofre na Rússia. O vídeo contém imagens com homossexuais sendo fortemente espancados e humilhados. Para o grupo de ativistas, a situação piorou muito desde que o governo local aprovou a lei contra a “propaganda homossexual”.

De acordo com relatos da Human Rights Watch, as cidades mais perigosas para homossexuais são Moscou, São Petersburgo e Novosibirsk, onde há relatos de sequestros de caráter homofóbico. As ações são comandadas pelo grupo Ocuppy Pedofilia. No vídeo é possível ver gays sendo perfurados por membros deste grupo, que filma as agressões e posta na rede.

Ainda de acordo com o relatório, a maioria das vítimas tem medo de ir na delegacia denunciar, pois teme que sofram novo assédio por parte da polícia. A maioria não vai adiante. Uma carta denunciando a perseguição de homossexuais foi enviada aos principais patrocinadores do Jogos Sochi:

“Sabemos que certamente lhe diz respeito , pois diz respeito profundamente todos nós, que desde que foi escolhido como o país sede dos Jogos Olímpicos de Inverno , o governo russo tem intensificado sua agressão contra os direitos humanos de sua lésbicas, gays, bissexuais e transexuais ( LGBT) cidadãos. Cidadãos russos e estrangeiros estão proibidos por lei de apoiar publicamente a igualdade para pessoas LGBT. Ativistas e jornalistas que buscaram investigar e denunciar tais abusos de direitos humanos foram secretamente gravadas, perseguidos e deportados da Rússia. LGBT russos têm efetivamente sido empurrado para a margens da sociedade e agora são forçados a conviver com ameaças diárias à sua segurança em um país que está promovendo a homofobia e transfobia sancionada pelo Estado. Estas ameaças vêm na forma de sequestros, tortura, atos de violência e ameaças de bomba.”

A carta foi enviada aos CEOs das empresas Coca-Cola, General Eletric, McDonalds, Procter & Gamble, Samsung e Visa e também pede para que as empresas que se posicionem publicamente contra a lei anti-gay da Rússia.

Os Jogos Olímpicos de Sochi começam nesta sexta-feira.

[video:http://www.youtube.com/watch?v=zMTbFSJ_Tr4

 

 

 

[video:http://www.youtube.com/watch?v=iCEDfZgDPS8

 

 

Redação

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