Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Lucinha Lins e o Samba da Previsão

 

Samba feito para o carnaval de 1984, crônica do momento político então vivido pelo Brasil, que mais tarde culminaria na campanha das Diretas-Já. Embora com multidões nas ruas durante os comícios, acontecidos em algumas capitais brasileiras, o movimento não deu resultado, pois a emenda do deputado federal Dante de Oliveira, que restabelecia o voto direto à presidência da República, não teve número de votos suficientes para aprovação na Câmara. Faixa do álbum coletivo “Carnaval 84 – Liberou geral (Uma inflação de sucessos)” (Philips/Polygram,1983). (Comentário de Samuel Machado Filho – youtube).

 

Ainda não é dessa vez

Que eu vou votar

Tem gente

Que foi escalada

Pra votar por mim

Sou eleitor preparado

Pra argumentar

Se digo que não

Tô querendo afinal

Dizer sim

 

A eleição desta vez

Vai ficar tudo em casa

Pois o Mário Maluf

É parente

do Paulo Andreazza

Que por sua vez

É casado

Com Ivete Chaves

Que é tia

De um afilhado

Do Aureliano

 

Aureliano Montoro

É compadre dos home

Já foi diretor

de harmonia

Da nossa escola

E o Leonel Figueiredo

Fez um samba-enredo

Em homenagem

A seu filho

Magalhães Brizola

 

Porém eles todos

Não sabem

Que o fim

Dessa estória

Vai ser

Surpresa geral

Nesse céu varonil

Quem vencerá

A eleição

é o Ronald Reagan

O deputado

Mais votado

Do Brasil

 

Ooooooooooooooo

Ronald Reagan

Na surdina

Já ganhou

Ooooooooooooooo

Ele é mineiro

De Uberlândia

Sim senhor

 

Ooooooooooooooô

Ronald Reagan

Na surdina já ganhou

Ooooooooooooooô

Mas ele é mineiro

De Uberlândia

Sim senhor

 

Ooooooooooooooô

Ronald Reagan

Na surdina já ganhou

Ooooooooooooooô

Ele é mineiro

De Uberlândia

Sim senhor

 

ô, meu Deus do céu

Ai, meu Deus do céu

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

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  1. Cantoria Alimentar

     

    Nhá Barbina: – “Barnabé, acho que vou virar empresária artística… lançar os cantores da comida.”
    Barnabé: – “Cantores da comida? Como assim?”
    Nhá Barbina: – “Por exemplo… já pensou o sucesso que iria fazer o cantor da horta? Jerry Agrião? E o cantor da granja? Moacir Frango? Tem também o cantor da pimenta: Giliardi e o que eu mais gosto, o cantor da sopa: Wanderley Caldoso.

    [video:http://youtu.be/AepgUG9rA14 width:600 height:450]

    Nhá: – “Tá aqui o frango que ocê pediu pra mim assar pro cê!”
    Barnabé: – “Brigado, Nhá Barbina. Eu estava morrendo de fome… espere um pouco, Nhá Barbina… esse frango tá com uma perna mais curta que a outra.”
    Nhá: – “E o que é que tem? Ocê quer o frango pra comer ou vai dançar forró com ele?”

    [video:http://youtu.be/wIO-U1XU7JI width:600 height:450]

      1. Venha pro Cabaré Hortencio

        Onde é proibida a entrada dos profetas da desgraça

        A vida é um Cabaret, velho amigo
        Venha ao Cabaret
        Deixe de lado o tricô,
        O livro e a vassoura.
        É hora de celebrar
        A vida é um cabaret, velho amigo
        Venha ao Cabaret

        Venha provar o vinho
        Venha escutar a banda
        Venha soprar sua corneta
        Começe a celebrar
        Venha por esse caminho
        Sua mesa está a espera

        Proibida a entrada
        De profetas da desgraça
        Que varrem todos os sorrisos pra longe.
        A vida é um cabaret, velho amigo
        Venha ao Cabaret!

        [video:http://youtu.be/CX-24Zm0bjk width:600 height:450]

  2. Je suis Hortencio

     

    Gilberto Freyre mirou no Cabra da Peste da foto, descobriu uma pérola e criou uma tese acadêmica:

    “O cearense é o modelo para que o tempo pinte, numa tela, um biotipo para o Brasil”

    Tamo junto!

  3. Sertão sem fim

     

    As vacas e os cavalos de Guimarães Rosa

    “Eu queria que o mundo fosse habitado apenas por vaqueiros. Então tudo andaria melhor.”

    Fotos do cracasso Araquém Alcântara

    “… não se esqueça de meus cavalos e de minhas vacas. As vacas e os cavalos são seres maravilhosos. Minha casa é um museu de quadros de vacas e cavalos. Quem lida com eles aprende muito para sua vida e a vida dos outros.”

    “Isto pode surpreendê-lo, mas sou meio vaqueiro, e como você também é algo parecido com isto, compreenderá certamente o que quero dizer. Quando alguém me narra algum acontecimento trágico, digo-lhe apenas isto: “Se olhares nos olhos de um cavalo, verás muito da tristeza do mundo!”

    “… nós, os homens do sertão, somos fabulistas por natureza. Está no nosso sangue narrar estórias; já no berço recebemos esse dom para toda a vida.”

    “Desde pequenos, estamos constantemente escutando as narrativas multicoloridas dos velhos, os contos e lendas, e também nos criamos em um mundo que às vezes pode se assemelhar a uma lenda cruel.”

    Deste modo a gente se habitua, e narra estórias que corre por nossas veias e penetra em nosso corpo, em nossa alma, porque o sertão é a alma de seus homens (…) Eu trazia sempre os ouvidos atentos, escutava todo o que podia e comecei a transformar em lenda o ambiente que me rodeava, porque este, em sua essência, era e continua sendo uma lenda.”

    – João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz – “Dialogo com Guimarães Rosa“.

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