Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
[email protected]

Salomé Parísio, o Rouxinol do Norte, sofreu preconceito de cor

Salomé Parísio, a cantora pernambucana que recebeu do maestro Nelson Ferreira os slogans “Rouxinol do Norte” e “A Garota da Voz Doçura”, sofreu, pelo menos  duas vezes, discriminação absurda por ser mulata:

Em 1940, participou de espetáculo no Teatro Santa Izabel, em Recife, mas tendo que cantar escondida atrás das cortinas, devido ao fato de ser mulata. O preconceito sofrido teve grande repercussão e o diretor do teatro acabou sendo afastado.”

 “Em 1946, viajou ao Rio de Janeiro para participar de um teste para cantora lírica no Teatro Municipal. Foi aprovada, mas acabou não contratada pois o teatro não aceitava cantoras líricas negras.” http://www.dicionariompb.com.br/salome-parisio/dados-artisticos

 

Sabedora de seus dotes artísticos, SALOMÉ PARÍSIO não se deixou abalar. Seguiu em frente e fez grande sucesso nacional e internacional, vivendo intensamente até 19 de junho de 2013, quando faleceu em São Paulo.

Registro aqui minha homenagem à artista Salomé Parísio, nascida  Dulce de Jesus Parísio de Lira, ao tempo em que repudio vementemente todo e qualquer odioso tipo de preconceito.

luciano

 

https://www.youtube.com/watch?v=i-4sJGdl3iM]

 

[video:https://www.youtube.com/watch?v=ifEFZOLVfjY

 

Nosso sincero agradecimento ao escritor, pesquisador e colecionador cearense NIREZ, pelo envio de seis fonogramas gravados por Salomé Parísio.

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

25 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Aí eu choro…

     

    AS LÁGRIMAS DE EMMETT KELLY

    Na foto que ficou conhecida como “o dia em que o palhaço chorou”, o palhaço Emmett Kelly carrega um balde de água na tentativa de apagar o incêndio no circo Hartford, em 1944, em que 167 pessoas morreram.

    1. Sei que choras palhaço

      por alguém que não te ama..

      Thlema Soares é outra injustiçada. Estava em Paris em uma festa com outros atistas e houve uma “batida”.. Thelma nunca bebeu ou sequer fumou, porém foi presa e condenada como envolvida com drogas. Ficou tão desiludida com isso que, ao ser solta abandonou a tentativa de ser grande cantora internacional e voltou pra sua terra natal, Maceió, onde é querida e reconhecida… Thelma Soares é uma grande cantora!!! 

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=u-3e0yzuvS4%5D

       

  2. Eu

    tenho preconceito contra todos os cavalos brancos exibidos dotados de patas pretas

    Lady Godiva Salutes O Senhor Award Bronze

    Atento Lulu, diga-me, sem vacilar: por acaso, você viu o cavalo na foto acima?

    Fluindo…

        1. Salmo 129

           

          O capelão cearense dirigia-se para a sua paróquia quando vê, caminhando pelas trilhas do Cocó, uma freira cheirosa, que ele sempre lembrava dela nas suas orações – ele já estava de olho na butique dela, há muito tempo.

          Ele estaciona o calhambeque, que só tocava musicas beeeem antigas, e, muito saliente, diz :

          – “Irmã, suba que te levo ao convento, passando pela beira da praia para curtirmos a gostosa brisa do nosso marão.”

          A freira sobe, senta-se no banco do passageiro, cruza as pernas e o hábito se abre deixando as pernocas à mostra.

          O capelão, que também era um grande tenor, olha, faz de conta que não viu nada e continua dirigindo. 

          Mas, sem se conter, o danado, numa troca de marcha, “prá ver se cola”, coloca a mão sobre a perna da freira que reage:

          – “Tenor, lembre-se do Salmo 129.”

          Ele pede desculpas e continua dirigindo, sem perder a esperança, pois estava usando o caminho mais longo e mais demorado até o convento – sabia que ia dar tempo para outras tentativas. 

          Mais adiante, em outra troca de marcha, ele recoloca a mão boba sobre a perna da freira que repete:

          – “Tenor, lembre-se do Salmo 129.”

          O abençoado pesquisador de coxinhas de feiras desavisadas, desiste do assédio e se desculpa dizendo:

          – “Perdoe-me Irmã, você sabe que eu não tenho preconceitos e que a carne é fraca…”

          Chegando no convento a freira desce e o nosso herói retorna para a sua igreja e corre até a Bíblia para ler o tal Salmo 129.

          Ele, que tinha ajudado a rascunhar a Bíblia Sagrada, mas esquecera do conteúdo dela, se desespera ao verificar o que estava escrito: “Siga buscando, que logo acima encontrarás a glória…”

          MORAL DA HISTORIA:

          Em qualquer “parada”, o “nego” deve estar sempre bem informado ou pode perder uma ótima oportunidade de se dar bem e botar a jiripoca pra piar.

          Flui!

  3. Tão bonita, e com essa bela

    Tão bonita, e com essa bela voz! Aproveito para homenagera Joaquina Maria da Conceição, a Joaquina Lapinha, mineira do final do século XVIII e início do XIX. Provavelmente a primeira cantora negra (ou mulata) do Brasil. Chegou a cantar até na Europa, apesar dos preconceitos terríveis, ainda mais na época da escravidão,

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zxEYdKE3uHY%5D

     

      1. Mineiro da Gema

         

        O meu coração está nas montanhas

        PawelKuczynski59 , Pawel Kuczynski ,

                          Meu coração está nas Montanhas, aqui ele não está,

                          Meu coração está nas Montanhas, em longas caçadas,

                          Perseguindo o veado e a corça selvagem

                          Meu coração está nas Montanhas, por onde quer que eu vá!

                          Adeus às Montanhas, adeus à região Norte,

                          A terra da coragem, o berço do valor!

                          Por onde quer que eu ande, por onde eu viaje,

                          Aos montes do norte terei sempre amor.

                        Adeus às montanhas, tão altas e nevadas,

                        Adeus aos meus verdes vales e várzeas,

                        Adeus às florestas e bosques selvagens,

                        Adeus às rumorosas torrentes e enxurradas!

                        Meu coração está nas Montanhas, aqui ele não está,

                        Meu coração está nas Montanhas, em longas caçadas,

                        Perseguindo o veado e a corça selvagem

                        Meu coração está nas Montanhas, por onde quer que eu vá!

        Money on Fire , Pawel Kuczynski ,

                       Trecho do célebre poema do irlandês Robert Burns, datado de 1790

                       Ilustração do polonês Pawel Kuczynski

      1. Digo:

        ALGEMADA

        [ no sadomasô básico, quando um tapinha não dói ]

        MLuisa este é o fofoso Gato Hortencio tendo sonhos eróticos ao dormir em cima do saco no País das Maravilhas

  4. Lista dos “futuros” posts

    Querido amigo Luciano,

    A Salomé Parísio está na linha listinha de futuros posts. O bom de tudo é que você me deixou “com a faca e o queijo na mão” (rsrsrsrsrsrsrsrs). Brincadeiras a parte, seu post ficou excelente.

    As discriminações por ela sofridas são lastimáveis em todos os sentidos. Mas como você mencionou ela deu a volta por cima e “superou”. Quantos (as) superam? Também sou contra todo tipo de discrimação.

    Grande abraço da amiga Laura.

     

  5. Vedetes

    Os anos 1950 e o fim dos cassinos

    por Neyde Veneziano , As Grandes Vedetes do Brasil

    Elvira Pagã, na Revista de Copacana

    Em abril de 1946, os jogos de azar foram proibidos no Brasil, por ordem do presidente Eurico Gaspar Dutra, sob a influência   da sua mulher Carmela Teles Leite Dutra, conhecida como Dona Santinha, por sua vez, influenciada pela Igreja Católica. 

    Essa proibição teve forte efeito sobre os atores do teatro de revista que transitavam pelos shows de cassinos completando suas rendas e fazendo-se conhecidos de outras plateias. Havia muitos artistas que trabalhavam exclusivamente em shows de cassinos. 

    Desempregados migraram para o teatro. O fim do jogo no País e a extinção dos cassinos provocaram un tour de force de homens empreendedores, a fim de que o divertimento e o dinheiro fossem desviados para outros locais e com outros tipos de   lazer e entretenimento.   

    Essa sociedade sofisticada que movimentava restaurantes e night clubs era chamada de café society. O maior desses homens empreendedores era Carlos Machado, também conhecido como “O Rei da Noite”. Ele institucionalizou o show de boate e tornou famosas suas boates Monte Carlo, Casablanca e Night and Day. Colocou um palco menor, cuidou da sonorização e dos ambientes, chamou as melhores e mais bonitas vedetes, os melhores músicos e revistógrafos experientes para escrever esquetes. Serviu muito whisky aos frequentadores e, aos poucos, assumiu o strip tease nas altas horas. A este conjunto, que era também outro modo de fazer teatro de revista, chamaram “Teatro da Madrugada”.  

    Os shows se caracterizavam por trazer os elementos básicos do teatro de revista para um espaço menor: a boate. Renata Fronzi e Cesar Ladeira faziam isso no espetáculo Café Concerto, dando mais ênfase à parte musical com influência direta dos cabarés  parisienses.  

    Paralelamente, o teatro de revista continuava como o movimento teatral mais expressivo do Rio de Janeiro. Mas agora, a vedete ganhava mais força e importância. Esta figura, no início, dividia as atenções com cômicos e bons textos.

    Na década de 1950, a vedete está em primeiríssimo plano. Eram pra ela todas as atenções. Se cantasse bem, melhor. Mas o  importante era que fosse escultural. De preferência, com as medidas da Vênus de Milo ou, um pouco mais brasileira, como Marta Rocha. Com o fim do jogo, Walter Pinto e os outros empresários apostaram todas as fichas na beleza de suas vedetes.  

    Entre 1953 e 1954 o biquíni, já comum nos palcos da revista, ainda era proibido em praias brasileiras. Em Copacabana as garotas que tentassem aparecer com o traje sumário sofriam repressão policial. Mas em 1957, o uso da peça já havia sido liberado na praia de Copacabana. Os costumes mudavam rapidamente. A década de 1950 marcava, também, a era do nudismo. 

    Elvira Pagã e Luz del Fuego – as duas musas do nudismo – garantiram a bilheteria de várias revistas, consideradas fracas pela crítica. A nudez de ambas, já valia o espetáculo. Como atrizes, eram sofríveis. Como vedetes, desde que não se exigissem delas talento musical e desenvoltura cênica, convenciam e prendiam as atenções masculinas. 

    Os teatros lotavam. Casais iam assistir. Mas ninguém comentava no dia seguinte. Elas eram péssimos exemplos para as jovens. Naquela época, o pecado ainda estava na moda.

    http://teatrobr.blogspot.com.br/2012/04/os-anos-1950-e-o-fim-dos-cassinos.html

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador