Laudo confirma assassinato de vereador de Chapecó (SC)

Marcelino Chiarello

Do Correio do Brasil

Laudo médico confirma o assassinato de Chiarello

30/11/2011 13:54,  Por José Dirceu

O laudo médico da morte do vereador Marcelino Chiarello (PT) de Chapecó (SC) atesta que sua morte se deu por traumatismo craniano e asfixia mecânica. Ou seja, confirma as denúncias de seus colegas de assassinato. “A cena do crime foi muito bem armada. Coisa de profissional, mas desde o início sabíamos que se tratava de assassinato”, afirmou José Fritsch, ex-prefeito da cidade, ex-ministro da Pesca no governo Lula, ex-deputado federal e atual presidente estadual do PT em Santa Catarina.

Chiarello foi encontrado supostamente enforcado, numa simulação de suicídio. Segundo Fritsch, no entanto, Chiarello era um militante muito ativo, com forte atuação junto aos movimentos populares e sociais da região. “Ele estava denunciando um esquema pesado de corrupção na prefeitura. Inclusive, conseguiu que o Ministério Público afastasse um sub-prefeito em função de desvio de recursos públicos”, informa o dirigente estadual.

Fritsch comenta que há menos de um mês outra morte misteriosa deu-se na cidade. Robson Gonçalves, um professor ex-diretor de escola, que também denunciava o esquema de corrupção na prefeitura, foi encontrado morto num suposto acidente de moto. “Ele morreu de manhã e já às 11h00 o haviam enterrado, sem qualquer velório, sob o argumento de que não tinha família”, conta o ex-ministro do governo Lula.

Esquema assassino de assalto ao poder

Para o dirigente local, Chapecó, cidade que governou por 6 anos, foi “tomada por um esquema de assalto ao poder”, sem pudores. “Lançam mão até de assassinatos”, denuncia. Fritsch informa que a direção nacional do partido enviou o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh para acompanhar as investigações sobre a morte do vereador.

A deputada federal por Santa Catarina, Luci Choinacki (PT) ressalta que Chiarello era uma grande liderança local, principalmente junto aos movimentos sociais, de sem terra, das mulheres trabalhadoras do campo e de pescadores, com bom trânsito na Igreja e sindicatos locais. “Seu trabalho também consistia em fiscalizar o destino dos recursos públicos”, conta ela. Para a deputada, o vereador era um elo entre os movimentos e o poder público. “Tinha um papel essencial”, comenta.

Luci repudia o assassinato brutal do companheiro de partido e elogia a voz firme, corajosa e exemplo de honestidade que Chiarello representava. Ela conta que o partido deverá exigir que sua cadeira na Câmara dos Vereadores de Chapecó não seja ocupada enquanto as investigações não cheguem aos mandantes do crime. “Estamos confiantes de que a Justiça punirá esse ato de barbárie”, afirma.

E por aqui, neste blog, seguiremos acompanhando as investigações.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador