Níveis de CO2 podem chegar à maior concentração da História

As concentrações mundiais de dióxido de carbono estão muito perto do limite considerado “aceitável” pela Organização das Nações Unidas (ONU), podendo chegar, no próximo mês de maio, à maior marca da História da humanidade desde a Revolução Industrial. O alerta é de Christiana Figueres, funcionária da ONU responsável pela área climática, que afirmou, nesta segunda-feira (29), em evento que reuniu delegados de 190 países, que a concentração atual do gás carbônico – um dos responsáveis pelo efeito estufa – chegou à marca de 399,72 partes por milhão (pmm) – sendo que o limite aceito pela entidade é de 400 pmm.

Os dados referentes à concentração de CO2 no planeta são do último 25 de abril e foram calculados pelo Observatório Mauna Loa, no Havaí, que depende da Agência americana Oceânica e Atmosférica (NOAA). “Estamos perto de exceder o limite de 400 ppm”, declarou Figueres às delegações, que estão reunidas em preparação à rodada anual de negociações sobre a luta contra as mudanças climáticas, que acontece no final do ano em Varsóvia, de acordo com um comunicado da ONU. O Scripps Institution of Oceanography, entidade vinculada ao observatório, informou que a concentração de CO2 poderá exceder 400 ppm em maio pela primeira vez na história humana.

Por meio da porta-voz, a ONU destacou que há a necessidade “de um senso de urgência mais forte” em relação à questão das mudanças climáticas globais. A comunidade internacional fixou como meta chegar a um acordo até 2015 que exija todos os países, incluindo os dois maiores poluidores, China e Estados Unidos, a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa (GEE). O acordo deveria entrar em vigor em 2020. O objetivo é conter o aumento de 2°C acima dos níveis pré-industriais, o limite além do qual os cientistas acreditam que o sistema climático entrará em colapso.

O último relatório do grupo dos peritos da ONU sobre o clima – o IPCC – apontou que os picos de concentração de gás carbônico na atmosfera deveriam estar entre 350 e 400 ppm (entre 445 e 490 ppm para todos os maiores poluidores) para que a temperatura se mantenha em uma faixa entre 2°C e 2,4°C. Os primeiros dados registrados, em março de 1958, situava-se em 316 ppm. Antes da era industrial e da utilização de combustíveis fósseis, a concentração de CO2 era estimada em 280 ppm.

O nível de gás carbônico, o principal gás do efeito estufa, provavelmente era de 400 ppm durante o período geológico do Plioceno, entre 3,2 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a Terra marcava de 2 a 3 graus a mais, indica o Scripps Institution of Oceanography em um comunicado.

Redação

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