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Visando a contenção da criminalidade na cidade de São Paulo, cujos altos índices geram situação de insegurança e medo para a população paulistana, o governador Geraldo Alckmin anunciou, como parte de um pacote de medidas, que irá pagar bônus aos policiais que reduzirem a criminalidade em sua região de atuação. O bônus será de R$ 4 mil semestrais para cada policial, mas poderá chegar a R$ 10 mil. “Não dá mais para apagar incêndio, precisamos agir de fato a médio e longo prazo para a diminuição da criminalidade”, afirmou Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz – que, junto com o instituto Falcone, firmaram convênio hoje (22) com o governo do Estado para definição das metas a serem cumpridas para que o policial receba a bonificação.
Marilda Pinheiro, presidente da Associação dos Delegados de São Paulo, criticou a medida anunciada pelo governador Geraldo Alckmin e disse que ela é um retrocesso para os policiais do Estado. “A tendência dessa medida é criar uma morosidade ainda maior por parte dos policiais”, afirma a presidente. “A medida busca premiar o policial por fazer um trabalho que já é o dele.”
Índices
Luciana Guimarães, diretora do Sou da Paz, explicou que o próximo passo é construir um sistema de metodologias que abranjam toda a realidade do Estado, que é bastante distinta. “Só o fato de firmar esse convênio como medida para atenuar a questão da criminalidade nos remete à boa gestão e à clareza de onde estamos e onde queremos chegar”, relata. “Colocamos o nome do instituto nessa proposta porque apostamos que a consequência dessas ações seja a redução da criminalidade.”
Já para Marilda, a medida representa um equívoco por parte do governo porque pode representar a manipulação de estatísticas para o cumprimento da meta. “Não trabalhamos por produção e costumo dizer que estatística é a arte de torturar um número até que eles confessem”, aponta. “O que precisa ter urgente é a valorização desse policial, principalmente com relação à melhora dos salários.”
A diretora do instituto “Sou da Paz” explica que ainda não têm previsão de como esses índices serão estabelecidos. “Ainda não se tem definidos todos os parâmetros para definição de como serão feitas as bonificações, mas entre os índices deverá constar quantidade de ocorrências, gravidade dos delitos cometidos, entre outros indicadores”, relata. “Entendemos que deve haver uma bonificação e faz parte do que foi acordado com o convênio propor esse sistema.”
Para a diretora, dois índices fundamentais que devem haver constar para a bonificação são: a redução de homicídios e de toda a agenda de roubo (roubo em ruas, latrocínio, etc.).
Luta diária
Para a presidente da associação dos delegados de São Paulo, é um erro colocar um membro do Ministério Público para realizar a gestão da segurança pública, enquanto quem deveria gerir é a polícia, que conhece a rotina diária das ruas. “Com todo respeito que tenho pelo Fernando Grella Vieira, quem lida com situações que atingem diretamente a segurança pública dos cidadãos é a polícia”, enfatiza. “Colocar um membro do MP na Secretaria de Segurança Pública é a mesma coisa de colocar um biólogo para gerenciar o Ministério da Saúde. Tem uma visão parcial do todo. O governo está batendo cabeça por ter uma assessoria inadequada na pasta.”
Essa lei veio para acirrar ainda mais a morosidade das polícias. “Torço para que as coisas deem certo, porque sou parte da sociedade, mas infelizmente não posso esperar bons resultados”, argumenta.
Marilda aponta como exemplo, a falta de investimentos na modernização das forças policiais. “A Polícia Civil foi sucateada durante todos esses anos e se tornou esquecida. Agora eles estão colhendo os resultados. Se houvesse investimento na polícia civil, o governo não precisaria anunciar o ‘bolsa crack’”, aponta. De acordo com ela, é preciso investir na Polícia Civil para combater a causa do problema e não o efeito. “Se o traficante não for preso, vai haver prisão de vários usuários e o problema mesmo não vai ser resolvido”, conta.
Uma das medidas necessárias é a renovação da Polícia Civil. “Não há atrativos para fazer parte do quadro de funcionários da polícia. A cada dez dias os delegados vão embora por não conseguirem se aposentar, pois o quadro de funcionários não se renova. Precisamos de renovação de funcionários e, principalmente, valorização”, finaliza.
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São Paulo só irá mudar esses
São Paulo só irá mudar esses índices quando voltar as suas atenções para a perifería, local esquecido e abandonado durante esses 15 anos de governo conservador do PSDB. Essa medida lembra a medida aplicada pela bonificaçao do governo do Rio de Janeiro, com o Marcelo Allencar, da premiação faroeste … muita matança e pouco resultado.