Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Retrospectiva 50 anos tenta exorcizar fantasmas da Globo através do “tautismo”

Competentes jornalistas como Caco Barcelos e Ernesto Paglia colocados frente a frente numa mistura de “Roda Viva” da TV Cultura com o “Galeria dos Famosos” do Domingão do Faustão. E todos confrontados com suas imagens do passado (mais novos, mais magros e com mais cabelos) na expectativa de que depois a câmera em close arranque algum tipo de emoção dos experientes profissionais. A retrospectiva “Jornal Nacional – 50 Anos de Jornalismo”, projeto idealizado pelo apresentador William Bonner (ansioso e sempre meneando a cabeça na tentativa de exorcizar os fantasmas da história da TV Globo), mostra de forma didática em seus cinco episódios o que foi o início e o que será o fim da hegemonia da emissora: o modelo melodramático de jornalismo que ajudou a encobrir informações no auge da ditadura e o tautismo (tautologia + autismo) atual como manobra desesperada para sobreviver aos novos tempos de queda de audiência. 

Quando fazia a faculdade de jornalismo lá pelo início da década de 1980, minha geração via na TV Globo uma referência negativa para qualquer estudante que iniciava a carreira. Brincávamos com o tique melodramático dos repórteres que buscavam muito mais os sentimentos do entrevistado do que depoimentos objetivos da realidade. “O que você está sentindo?…”, era a pergunta clichê feita para a vítima de uma enchente no Sul do País naquele momento, com água até a cintura, dirigida por um repórter da Globo em uma canoa, protegido por uma capa de chuva e o rosto consternado.

Torres da Embratel: dinheiro 
público para distribuir 
sinal privado

Esse traquejo em destacar a emoção no lugar da objetividade certamente foi a resultante de uma emissora de TV que cresceu em meio e através da ditadura militar nos anos 1970: numa mídia visual que mantinha uma relação tão simbiótica com o regime militar (o Jornal Nacional cresceu na esteira da estatal Embratel com torres repetidoras espetadas por todo o País com dinheiro público para a transmissão de sinal privado), o viés sentimentalista e melodramático era a estratégia de ao mesmo tempo mostrar e sonegar informações.

Pois a série retrospectiva do Jornal Nacional, dentro das comemorações dos 50 anos da emissora, não perdeu esse traquejo ao expor brilhantes jornalistas como Caco Barcelos, Ernesto Paglia e Sandra Passarinho a um programa com o mesmo espírito do quadro “Galeria dos Famosos” do Domingão do Faustão: vemos em todos os episódios a insistente confrontação das imagens de época dos jornalistas (mais jovens, mais magros e com mais cabelos), para depois cortar e enquadrar em close o jornalista na atualidade, como que tentando arrancar algum olhar marejado de lágrimas ou uma expressão qualquer de emoção – para assistir à série retrospectiva do JN clique aqui.

Constrangimento e tautismo

O mote do projeto de William Bonner é mostrar a “emoção” e o “lado humano” dos profissionais que trazem as notícias para os telespectadores todas as noites. Mas tudo que conseguiu foi confirmar esse traquejo sentimentalista cultivado desde os tempos da ditadura e o tautismo (tautologia + autismo) atual da emissora – sobre esse conceito clique aqui.

O resultado foram olhares constrangidos, cabisbaixos e sorrisos amarelos dos experiente jornalistas globais a cada close. A exceção foi Caco Barcelos que, confrontado com a sua imagem de início de carreira e a apresentação com falsa intimidade de William Bonner (“Temos aqui Caco Barcelos, maaagrooo!), rebateu contextualizando sua foto: “e lá atrás uma manifestação, a periferia como sempre…”, fazendo contraponto à rasgação de seda metalinguística reinante.

Esse traquejo sentimentalista que anima o projeto idealizado por Bonner entra em contradição direta com a tentativa da emissora nas suas comemorações de 50 anos de tentar  descolar as suas origens da ditadura militar – afinal, a insistência em apresentar a emoção no lugar da informação foi a principal estratégia da TV Globo para censurar informações ao descontextualizar a própria notícia.

A insistência de Bonner em querer demonstrar que a TV Globo foi vítima da censura criou situações involuntariamente engraçadas, como no momento em que Glória Maria relatou que dentro das redações da emissora havia uma lista de temas proibidos de serem abordados. Ansioso (demonstrado pela insistência com que meneia a cabeça a cada fala), Bonner rapidamente interveio: “lista criada pelos censores…”, certamente temendo a ambiguidade do depoimento da jornalista, um verdadeiro ato falho que apenas revela a própria autocensura que Roberto Marinho impôs dentro do espírito de apoio à “revolução de 1964” – de resto, confirmado pelo editorial do próprio no Jornal O Globo na “comemoração” dos 20 anos da “revolução”: “Temos sido fiéis aos seus objetivos…”, escreveu Marinho – sobre isso clique aqui

Também é sintomático o breve depoimento gravado de Armando Nogueira (1927-2010). Responsável pela implantação do telejornalismo da emissora e diretor por 25 anos, Nogueira parece ter se queimado desde o depoimento dado no documentário inglês Brasil: Muito Além do Cidadão Kane nos anos 1990 onde detonou a manipulação no Jornal Nacional na edição do debate entre Collor e Lula em 1989.

Na retrospectiva, Bonner qualificou esse episódio como “erro” de um telejornalismo que ainda aprendia a “viver na democracia”. Mas, pelo que a série idealizada por ele demonstrou, a emissora ainda não aprendeu sua lição: o “espírito de 1964” ainda assombra um ex-estudante egresso da ECA/USP e que fez a sua sorte nos corredores da TV Globo.

A “revolução epistemológica” de William Bonner

Mas a série retrospectiva do Jornal Nacional também demonstrou o desespero tautista de uma emissora que vislumbra o seu próprio abismo: a chegada do Instituto de pesquisas alemão GfK que confrontará os números de sempre do Ibope e o crescimento das tecnologias de convergência (Internet e dispositivos móveis), ameaças reais a sua hegemonia. 

Por isso, a retrospectiva do JN não se dirigiu aos telespectadores que acompanharam o crescimento da emissora – esses já sabem de todos os seus pecados. Bonner se voltou aos jovens, numa tentativa de recriar uma história da emissora mais leve e sem culpas.

Nessa tentativa desesperada, Bonner criou uma verdadeira revolução epistemológica tautista: a Globo não foi testemunha ocular da História – ao contrário, a História só quis criar notícias para que a TV Globo as transmitisse! E tudo acompanhado pela música grandiloquente que abre e fecha os episódios da retrospectiva.

Por algum destino manifesto, a História supostamente sempre permitiu aos repórteres da Globo exclusividade e pioneirismo. As imagens exclusivas da Globo do Projeto Apollo da NASA, a deferência como o técnico da Itália Enzo Bearzot tratou em toda Copa de 1982 o repórter Ernesto Paglia, a amizade exclusiva de Galvão Bueno com Airton Senna, a forma como praticamente a emissora salvou a cidade do Rio de Janeiro nas enchentes de 1966, a emissora que virou notícia de si mesma com o sequestro de William Waack por forças de segurança de Saddam Hussein na Guerra do Golfo etc.

 

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

17 Comentários

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  1. Esse pessoal da globo vive

    Esse pessoal da globo vive num mundinho só deles, bem particular, a realidade que eles vivem é bem diferente das pessoaos comuns, e acreditam que temos que acreditar no que eles acreditam, dai vem com mais essa farsa que a globo foi vitima da ditadura, reescrevendo a História como se os editoriais que eles mesmos escreveram não existissem, as fotos com o patrão deles abraçados a generais não existissem, como se o boicote das direstas-já não existisse, e como se o jornalismo deles fosse isento, vivem num mundo bem deles, diria que bem perto do mundo da lua.

  2.  
    “A Globo é a responsável

     

    “A Globo é a responsável pelo não aprofundamento da democracia no Brasil”

     

    Por Rafael Tatemoto

     

    Laurindo Lalo Leal Filho é professor aposentado da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Seu principal objeto de estudo tem sido a análise de políticas públicas de comunicação, em especial para a televisão. Publicou, entre outros, os livros “Atrás das Câmeras: relações entre Estado, Cultura e Televisão” e “A melhor TV do mundo: o modelo britânico de televisão”. Hoje, apresenta o programa VerTv, exibido pela TV Brasil e é colunista do site Carta Maior.

    Nessa entrevista para o Brasil de Fato, parte da cobertura especial “Globo 50 anos – O que comemorar?”, Laurindo falou sobre a história da emissora, os interesses que ela representa e como sua atuação se torna um obstáculo à ampliação da liberdade de expressão em nosso país. Brasil de Fato: A Rede Globo está comemorando seu aniversário de 50 anos. Como ela serve de exemplo e nos ajuda a entender como os meios de comunicação foram estruturados no Brasil?

     Laurindo Lalo Leal Filho: As Organizações Globo ocuparam um espaço que foi aberto na sociedade brasileira a partir da ideia de que não deve existir regulação para os meios de comunicação. A TV Globo é herdeira do jornal e da rádio Globo, que ocuparam, desde o início, sem nenhum tipo de controle, o espaço eletromagnético, as ondas de rádio e TV. Com isso, criaram uma estrutura que acabou se tornando praticamente monopolista. As concorrentes que surgiram acabaram por adotar o seu modelo, mas nunca conseguiram atingir os mesmos graus e índices de cobertura.

     

    Ela conseguiu isso graças, primeiro, à total falta de regulação e, segundo, às relações que ela sempre buscou ter com os membros do poder, particularmente, aqueles mais conservadores.

    A forte presença da Globo no cenário brasileiro é fruto da conjugação de vários fatores que acabaram determinando essa posição, que lhe deu a condição de pautar o debate político no Brasil.

    Hoje, é a Globo que determina o que as pessoas vão conversar: é sobre novela, futebol ou escândalo político. São esses três eixos de conteúdo que ela oferece, de forma quase monopolista, sem que haja qualquer tipo de alternativa a esse debate.

    A Globo se tornou um poder que impede uma maior circulação de ideias e a ampliação da liberdade de expressão. Hoje, o debate público é controlado pela Globo.

    Como se deu esse processo em que a Globo se torna a maior empresa de comunicação do país?

    O início foi o jornal O Globo. Depois veio a construção de canais para o rádio, entre os anos de 1930 e 1940. Em 1950, quando a televisão entra no Brasil, demora um pouco para as organizações Globo perceberem a importância desse novo veículo, mas, quando percebem, passam a fazer uma articulação, primeiro, para conseguir a concessão para um canal e, depois, obter benesses para tornar esse canal equipado.

    O jornal e a rádio Globo obtiveram, através do seus presidente, Roberto Marinho, o canal que era pensado originalmente para ser a primeira emissora pública brasileira, que seria a TV Nacional, no Rio de Janeiro, durante a década de 50, no governo de Getúlio Vargas. Naquela época, o monopólio das comunicações estava nas mãos do Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados. Ele impediu, após a morte do Vargas, a criação dessa televisão pública.

    As Organizações Globo se beneficiaram dessa ação do Chateaubriand contra o então presidente Juscelino Kubitschek. O Juscelino não criou a TV Nacional, mas acabou entregando o canal para a Globo. Esse foi o processo de outorga, que era uma forma de [o Juscelino] conquistar o apoio desse grupo que era economicamente mais bem organizado do ponto de vista empresarial que os Diários Associados, que já enfrentava uma crise. Esse foi o apoio político, mas houve também o apoio econômico.

    Esse apoio a Globo foi buscar fora do Brasil, fazendo o famoso acordo com a [empresa estadunidense] Time-Life, garantindo, na época, 5 milhões de dólares para levantar as Organizações Globo. Esse processo foi considerado inconstitucional por uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] na Câmara dos Deputados, porque era uma empresa estrangeira investindo em uma empresa de comunicação brasileira. Entretanto, na ditadura militar essa decisão não foi levada em conta pelo governo federal e aí a Globo decolou. Teve, portanto, primeiro o apoio do Juscelino e depois dos militares.

    Nesse processo, os Diários Associados foram à bancarrota, a Globo ocupou esse vácuo, emergindo como a grande empresa de comunicação do Brasil.

    Você falou das relações com os setores conservadores. Especificamente em relação à ditadura, qual foi o papel da Globo?

    O início da história golpista da Globo, ainda com a rádio e o jornal, pode ser localizada na tentativa de golpe contra o governo Vargas. Ali se tentou um golpe que foi adiado por dez anos: de 1954, com a morte de Vargas, para 1964, com a deposição do Jango [como era conhecido o ex-presidente João Goulart]. Houve uma campanha sistemática contra ele – como a que fazem hoje contra a presidente Dilma –, dando todo o apoio ao golpe militar e, depois, fazendo a sustentação política da ditadura, em troca de favores e vantagens.

    Nesse sentido, qual o saldo da atuação da Globo na política brasileira?

    A Globo é a responsável pelo não aprofundamento da democracia no Brasil. Ela faz isso através de dois mecanismos. O primeiro é a questão cultural, mantendo a população alienada, afastada do processo político através de uma programação que faz com que as pessoas deixem de prestar atenção a aquilo que é essencial à vida delas enquanto cidadãs, distraindo com a superficialidade da programação. A Globo é responsável pela despolitização do brasileiro.

    De outro lado, está a defesa de interesses antipopulares. Nesses 50 anos, do governo Vargas até hoje, [a Globo] esteve comprometida com as classes dominantes do Brasil, todas as bandeiras populares que aprofundariam a democratização do país são demonizadas.

    Quais bandeiras, por exemplo?

    Podemos citar o caso das eleições diretas [processo de mobilização da sociedade civil conhecido como “Diretas Já”, ocorrido entre os anos de 1983 e 1984]. Naquele momento, por exemplo, era muito interessante manter as eleições indiretas, sobre as quais ela mantinha um controle muito maior. As diretas poderiam levar à eleição de um líder popular que não atenderia aos interesses da Globo.

    A rede Globo usou todos os recursos para impedir a eleição do Leonel Brizola para o governo do Rio de Janeiro em 1982. Ela se colocou ao lado daqueles que queriam fraudar o pleito. Depois, quando ele ganhou, se tornou persona non grata na emissora.

    Outra ação nefasta da Globo é perseguir políticos com posições não conservadoras, com posições mais voltadas para os interesses populares, tratando de maneira negativa. Excluiu Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio de Janeiro. Trata de forma pejorativa líderes populares, como o [dirigente do MST, João Pedro] Stedile. Ou nem abre espaço para essas figuras. O próprio [ex-presidente] Lula sempre foi tratado de uma forma menor, subalterna. Há uma política editorial antipopular que é a marca dos 50 anos da rede Globo.

    Pode-se dizer que é uma linha editorial de manipulação?

    Uma política editorial de manipulação contra os interesses populares, sempre a favor das elites.

    Do ponto de vista da estrutura da Globo, como ela consegue pautar o debate nacional?

    Ela acaba pautando os temas e discussões no país. Ela tem enraizamento graças a um processo de afiliação por todo o Brasil que frauda a legislação, que não permite o oligopólio. É um enraizamento de cima para baixo, vindo do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, que se espalha para todo o país. Há uma aliança com as elites locais, que reproduzem em seus estados a mesma linha político-ideológico da Rede Globo. Esse controle sobre todo o país faz com que questões importantes, de interesse do povo, que deveriam estar sendo debatidas, acabam não tendo espaço.

    O Roberto Marinho deixou isso muito claro. Quando ele defendia a “TV Escola” [televisão pública do Ministério da Educação], o argumento que ele usava é de que se você tem todo o conteúdo produzido em um local central, você tem muito mais facilidade de controle sobre esse conteúdo. Isso ele disse para a “TV Escola”, mas vale para também o conteúdo jornalístico. Com a centralização da informação, tem-se uma capacidade muito grande de impor a pauta no país todo.

    Há quem diga que, hoje, a imprensa é o grande partido de oposição. Você concorda?

    Ela é. Não sou eu quem digo. A própria ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais disse isso há alguns anos. “Como a oposição está muito frágil, a imprensa tem que assumir seu papel”. Então, nos governos Lula e Dilma a oposição está centrada nos grandes meios de comunicação que, inclusive, pautam os partidos de oposição. São inúmeros os casos em que a mídia levanta um problema e os partidos de oposição vão atrás, quando, em uma democracia consolidada, seria exatamente o oposto: seriam os partidos que deveriam levantar as questões antigoverno e a mídia iria cobrir. Hoje, a mídia é o grande partido de oposição e a Rede Globo é o principal agente desse partido.

    Você falou como a Globo impede o avanço da democracia brasileira. Toda vez que se fala, por exemplo, em democratização dos meios de comunicação, a Globo fala em “censura”. Como responder a isso?

    Na verdade, eles são os censores. Eles é que fazem a censura de inúmeros assuntos, temas e angústias da sociedade brasileira, que não têm espaço na sua programação. Apesar de estarmos há mais de 30 anos sem censura oficial, eles usam um conceito de fácil assimilação pela população, e que ainda tem reverberação por aquilo que ocorreu durante o regime militar, para taxar aqueles que querem justamente o contrário, aqueles que querem o fim da censura estabelecida por esses meios e a ampliação da liberdade de expressão. A batalha pela liberdade de expressão é uma batalha difícil, porque nós temos que contrapor um conceito de fácil assimilação, um conceito que tem de ser explicado em seus detalhes, que é o da liberdade de expressão. Quando se quer a regulação dos meios de comunicação, se quer que mais vozes possam se expressar na sociedade brasileira.

    A Rede Globo quer o monopólio total, o controle absoluto das ideias, informações e valores que circulam no país e, por isso, utilizam todos os recursos para que a liberdade de expressão seja uma liberdade controlada por eles.   

    http://www.brasildefato.com.br/node/31890

     

  3. Resta saber: parece (porque

    Resta saber: parece (porque não perco meu tempo vendo globo) que houve até reconhecimento da manipulação do debate Lula X Collor, em 1989. Na globo as coisas passam de pai pra filho, assim sendo, será que daqui a uns 25 anos o filho de bonner, locutor do JN em 2040 (se a emissora ainda existir) anunciará que a globo se equivocou em ter participado ativamente da tentativa de golpe branco em 2015 e das farsas do julgamento do mensalão e da lava jato?

    1. Meia verdade, como sempre.

      Pelo que vi, o mea culpa foi apenas em relação ao debate e não em relação à edição do jornal que se seguiu ao debate, que foi muito mais escrota e deletéria do que o próprio debate.

  4. Como não assisti ao programa em pauta,

    já que não vejo o JN há décadas, e a programação da globo há anos, achei o texto engraçado.

    Mas me deu uma impressão de ler sobre um passado bem passado.

    Rede globo é um assunto cada vez mais passado.

    E já que está claro agora que vão ter que aturar o Dilma II até 31/12/2018, e que os “colegas” Abril, OESP e FSP talvez não sobrevivem até lá, estou a me perguntar quando veremos uma mudança total de posição política guiada pela necessidade do grupo globo precisar de proteção estatal contra os Google, Netflix, FB e outros colegas que eles não precisarão de “sócios locais”…

  5. Enfim, a Globo é muito boa em

    Enfim, a Globo é muito boa em ficção , seja fazendo novelas ( é inegável o valor artístico de novelas como pecado capital, roque santeiro, vale tudo, brilante, etc ) seja fazendo jornalismo (rs) 

     

     

  6. “Cuidem de seus comunistas que nós cuidamos dos nossos.”

    Foi interessante “business case” do lançamento, durante a campanha eleitoral de 2014, do produto de R$ 1,99, a “nossa guerrilheira vítima da ditadura”, Miriam Leitão. O produto inclusive tentou enfrentar com ferocidade a candidata do PT, à moda Bonner/Patricia Poeta. Fracassou o lançamento, o produto nao “pegou”. Mas que foi interessante, isso foi. Pena que isso tenha desancado a querida jornalista…

     

    P.S.: Que não se confunda a pessoa da jornalista e economista Miriam Leitão, que deve ter sofrido horrores nas mãos dos militares, sendo por isso digna de compaixão e solidariedade, com o produto da empresa Globo.

  7. Não vi. Mas, se visse não

    Não vi. Mas, se visse não poderia tratar como “retrospecitiva”. Pelo menos na abordagem dos últimos 25 anos. Tratando-se desta emissora e desse período, TUDO SERIA INÉDITO. 

  8. E …………………

    Que a Globo da Famiglia Marinho é e sempre foi manipuladora, bajuladora dos ocupantes do poder que lhe favoreceram não resta a menor duvida, e somente os incautos, caem nesta esparrelha de que são bonzinhos !!!

    sobre o apresntador do JN, nada a declarar, pois se o mesmo faz a misuras que faz, quando da apresntação da JN, ou seja com caras e bocas, é para justificar seu salário de hum milhão e quinhentos mil reais!

    Alguns se vendem por trinta moedas, outras plor um pouco mais !!!

    Fazer o quê, se os ingênuos pedem para serem enganados sem procurarem evoluir !!!!!!

  9. O texto é muito bom, Wilson,

    O texto é muito bom, Wilson, preciso. O que voce disse, pensar não o passado, pois sabemos como a Globo tornou-se poderosa. Como o braço midiático da ditadura militar. Mas pensar o que ela é, ou pretende ser hoje. Nessa reflexão, eu fico me perguntando, como ela conseguiu ficar pior, em todos os sentidos.

    Fato é que, mesmo o Roberto Marinho sendo o que era, ele sabia ajustar-se às mudanças. A Globo estava sintonizada com o otimismo do “Brasil grande” dos milicos. Que não era só propaganda, baseava-se também nos 10% de crescimento do “milage econômico”. O povão ignorava as torturas, porque eram escondidas, mas também porque estava satisfeito. Claro que era também porque não havia liberdade para ninguém mostrar como esse crescimento estava relegando ao povão apenas migalhas.

    Depois da crise do petróleo, o “milagre” gorou. A “sintonia fina” do dr. Roberto fêz com começasse a permitir na emissora um pouco mais de “abordagem crítica”, (vigiada, é evidente), nas brechas da “abertura lenta e gradual”.

    Depois do erro de tentar ignorar o diretas já, resolveu ajustar-se a nova realidade do país. Tem que se adimitir que foi nessa época, por volta da década de 80 e começo de 90, que o jornalismo da Globo ficou um pouco mais plural. Tanto é, que o debate Collor/Lula criou constrangimentos em profissionais como Armando Nogueira.

    Alias, saber se cercar de profissionais de alto gabarito, indenpendente de ideologia, era um dos grandes trunfos do dr.Roberto. A casa tinha como analistas políticos Franklin Martins, Teresa Cruvinel, até o Emir Sader! Reporteres como Azenha, Rodrigo Viana. Os filhos só sabem cercar-se de puxa-sacos, como o Merval e o Kamel. 

    Não tenho dúvida que a decadência da Globo está ligada, não só aos novos tempos tecnológicos, mas principalmente à mediocridade absoluta dos três irmãos Marinho, que não tem nome próprio. Ah, o PHA também foi da casa

  10. “Na prática a teoria é outra”

    Política e filosoficamente nada a reparar ao conteúdo do post(nem teria como). Fica um indagação: o autor já possuiu ou possui  alguma empresa de comunicação ou mesmo só a dirigiu? O autor já foi ou é proprietário de algum negócio comercial , industrial ou de prestação de serviços? Não? Então tá.

  11.  
    Concessões de rádio e TV

     

    Concessões de rádio e TV poderiam entrar na fila de reformas no país

    Flávio Ricco

    Colunista do UOL*

     

    27/04/2015

    00h06

    Já que se fala tanto em reformas –na política, tributária ou agrária–, na parte que nos toca não custa também propor uma ampla, geral e irrestrita reforma na outorga de concessões das emissoras de rádio e televisão.

    Causa até repugnância verificar como este setor sempre se caracterizou por funcionar na base do empurrão ou favores políticos, sem legitimar os interesses dos bons serviços que deveria prestar. É uma área que ainda lembra o tempo dos velhos coronéis. E nunca se deu importância às reformulações reclamadas.

    Só uma legislação atualizada terá condições de corrigir tais distorções, que só se arrastam e se acentuaram com o tempo. Os interesses em jogo, inclusive ou principalmente de ordem política, nunca deixam de prevalecer. É necessário que alguém com a devida autoridade tenha a dignidade de alterar este corrompido estado de coisas.

     

    FONTE: http://televisao.uol.com.br/colunas/flavio-ricco/2015/04/27/concessoes-de-radio-e-tv-poderiam-entrar-na-fila-de-reformas-no-pais.htm#comentarios

  12. O calmante!

    Afora os exatos argumentos do excelente artigo do Wilson, percebo que o espírito maligno da rede globo atingiu as profundezas do país de forma quase irreversível. Ela conseguiu fazer com que a injusta distribuição da riqueza fosse aceita por todas as classes sociais, principalmente pelas classes menos favorecidas. Lamentavelmente, o povo se acomodou com o bombardeio de informações manipuladas e imagens editadas que seus noticiários trazem sobre o país e o mundo diariamente. Durante as dezenas de anos em que essa rede de televisão reinou absoluta, com níveis de audiência impressionantes, o país parou diversas vezes para assistir aos últimos capítulos das novelas globais. E foi justamente aí, na supremacia de suas telenovelas, que o perigo residiu e conseguiu, por fim, entornar o pinico nas cabeças dos brasileiros. É o buraco negro da globo, seu rabo, seu anus escancarado a lançar seus gazes e seus barros pútridos que, antigamente, e ainda hoje em menor escala, descem pelos canos das antenas das televisões e intoxicam o lado crítico das mentes que absorve para si e sua classe de apoiadores. Uma espécie de calmante a entorpecer o corpo físico, mental e espiritual dos brasileiros. Seu plim plim é seu anus a piscar, avisando que uma nova carga de barro e gazes está a caminho.

    Seus ricos e maravilhosos cenários, sobretudo os das novelas, dão a impressão de que tudo é limpo e asséptico, que vivemos num mundo imaginário e inatingível em que nós, os pobres, jamais viveremos. E nós, os pobres, crescemos os olhos: que lindo sofá! que belo abajur! que vitrais maravilhosos! que paredes tão bem construídas e pintadas!…E os pobres lambem os beiços e se encantam: “Um dia eu vou comprar aquilo pra você, mulher!” E os intervalos comerciais, o quanto atingem os jovens das periferias, sendo que alguns tentarão roubar aqueles tesouros! “Eu quero aqueles tênis!” E aquela roupa! E aquele carro! E aquela batedeira turbinada! E aquela TV! E aquela peruca! E a peruca do CARECA sumida. Aonde foi parar o CARECA da tucanada!? O JN jamais dirá, embora o seu exército de repórteres de plantão. O povo nada sabe sobre o CARECA da tucanada, é uma questão política escondida nos labirintos da rede globo, que, suponho, conhece o paradeiro dele. Os dramalhões das novelas se passam entre os ricos. Há sempre um vilão e os outros personagens são todos santos ou inocentes. Que porcaria! Tem sempre um vilão para atrapalhar os romances dos ricos! E as famílias pobres das novelas. Como são charmosos! Eu não conheço pobres daquele jeito. E as empregadas domésticas das famílias ricas das novelas! Esse é um caso sério. E a próxima novela da globo se chamará “I love paraisópolis! Que hipocrisia! Que hipocrisia!

  13. Assisti a um depoimento do

    Assisti a um depoimento do próprio Bonner no respectivo programa.

    Ele disse que quando noticiou o falecimento do seu adorado patrão a sua “boquinha” tremeu.  

    Oh, dó!

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