O grito doentio da intelectualidade corrompida

 

do blog do Marcio Valley

O filósofo da USP Paulo Eduardo Arantes, atualmente aposentado, publicou um artigo na Folha de São Paulo, em 27 de maio de 2001, intitulado “Extinção” (1), por ocasião do apagão elétrico ocorrido durante o governo FHC.

Em seu artigo, o filósofo recordava que Adorno e Horkheimer, meio século antes, haviam advertido que “uma das lições que a era Hitler nos ensinou é a de como é estúpido ser inteligente”, pois, segundo esses pensadores, fora a mais alta intelectualidade europeia que teria pavimentado a estrada em direção à ascensão do nazismo a partir de argumentos lógicos sobre a inviabilidade do sucesso de tamanha aberração. Deu no que deu.

Paulo Eduardo deixava claro que havia um evidente paralelo, na época de seu artigo, entre os “inteligentes” europeus do turbulento período pré-nazista e os “inteligentes” paulistas:

“Falo é claro dos inteligentes de São Paulo e de suas ramificações nacionais e internacionais de alto nível. Digamos que a estupidez da inteligência foi se tornando nos últimos tempos uma original contradição paulista.”

E, nesse ponto, Paulo Eduardo se permitia uma concessão aos hierarcas do império nazista, pois , dada sua condição de bárbaros, eram “naturalmente inimigos mortais da vida do espírito”. Porém, esse mesmo perdão não é concedido àqueles que ele entende possuir um “espírito anti-humano” caracterizado por sua “marca de origem: a superioridade bem-informada”.

Essa “superioridade bem-informada”, a meu ver, deve ser entendida como arrogância e vaidade intelectual, que são óbices ao reconhecimento do erro, ao pedido de perdão e ao estabelecimento do diálogo.

Referia-se Paulo Eduardo à “inteligência” paulista integrante da elite do PSDB, que deveria, naquela época, em 2001, apagão elétrico nas casas, produzir “um solene pedido formal de desculpa aos brasileiros e brasileiras que há sete anos aturam entre tantas outras delicadezas de atenção social o estribilho da referida pedantocleptocracia”.

Paulo Eduardo, em seu artigo, clamava pelo não esquecimento do apocalipse nazista e da lição que dele extraiu Hannah Arendt, ao encontrar “a descoberta da mais aterradora crueldade social germinando no processo aparentemente banal de corrupção da inteligência”.

A corrupção da inteligência, pois, tanto em Paulo Eduardo, como em Hanna Arendt, é capaz de produzir conflitos sociais potencialmente perigosos para a sociedade humana, pois, a partir dela, iniciado o caminho para a destruição, não há volta ou retorno à sensatez, já que um outro efeito seu é a cessação do diálogo provocado pela prepotência e arrogância intelectual de quem se vê como infalível.

Hoje, esse mesmo filósofo, em entrevista também à Folha de São Paulo, enfatiza que foram as manifestações de junho de 2013 que fizeram surgir no Brasil uma nova direita, que ele interpreta como um dos dos fenômenos mais importantes do Brasil contemporâneo. Ele traça um paralelo entre o fenômeno brasileiro e o que ocorreu nos Estados Unidos. Segundo ele:

“A direita norte-americana não está mais interessada em constituir maiorias de governo. Está interessada em impedir que aconteçam governos. Não quer constituir polticas no Legislativo e ignora o voto do eleitor médio. Ela não precisa de voto porque está sendo financiada diretamente pelas grandes corporações”.

No pensamento de Paulo Eduardo Arantes, fora o período eleitoral, que é um teatro em que o engalfinhamento ocorre por sobrevivência, a esquerda não possui esse mesmo comportamento observado na nova direita. Isso ocorre por que a esquerda, hoje, assumiu o papel de governante, o que a obriga a “constituir maiorias, transigir, negociar, transformar tudo em um mingau”.

Por isso, fechadas as cortinas eleitorrais, a esquerda só quer paz e amor, trocam-se beijos e ministros e se tenta governar.

Ocorre, porém, que mesmo após as eleições, só um lado está interessado em governar. Do outro está a nova direita realizando o que sociólogos americanos classificam de “polarização assimétrica”, ou seja, uma oposição sem freios de um lado e o outro tentando contemporizar.

Paulo Eduardo, assim, nos fala sobre dois momentos distintos da corrupção da inteligência brasileira, o seu berço paulista, e ainda sua maior expressão política, e a sua disseminação na política nacional através do que ele denomina de “nova direita”.

A intelectualidade corrompida grita e seus gritos ecoam pelos ouvidos da nação.

Desde a campanha eleitoral de 2010 que o país assiste à elevação do tom do radicalismo. Agora em 2014 chegou ao confronto físico em várias oportunidades, além de provocar um sem-número de separações sociais entre amigos e parentes.

A corrupção da inteligência avança pelo Brasil e produz seus estragos. Até onde irá depende, ou de um surpreendente retrocesso da própria intelectualidade corrompida, ou da sanidade popular em rechaçar a propaganda enganosa e amplamente disseminada dessa intelectualidade.

(1) http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:w5PyqbpRWnQJ:blogdaboitempo.com.br/category/colaboracoes-especiais/paulo-arantes/+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

(2) http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1541085-nova-direita-surgiu-apos-junho-diz-filosofo.shtml

 

no blog: http://marciovalley.blogspot.com.br/2014/10/o-grito-doentio-da-intelectualidade.html

Redação

56 Comentários

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  1. Os intelectuais foram desmoralizados por fhc…

    … que fez o pior governo da história do Brasil.

    Desde então o PiG não poupou esforços para atirar no lixo o que restava da credibilidade dos “mais educados”.

     

    A reação diante da quarta derrota eleitoral mostra que a “elite” branca e rica está mergulhada no esgoto.

    1. [  que fez o pior governo da

      [  que fez o pior governo da história do Brasil.]  Eis a raiz do porquê FHC ter feito  mais para eleger Lula do  que o ¨seu ¨ candidato, assim como explica parte da escolha de Dilma por Lula. Dilma já tirou mais da metade dessa pecha de FHC, veremos agora a próxima metade. Em que você acha que FHCista radical votou?

  2. Belíssimo texto!

    São Paulo agora não é só o túmulo do samba. Virou o túmulo da inteligência, pois a inteligência tem o dever da dúvida, do respeito aos fatos, e antes de tudo a tolerância ao outro.

    Isso sumiu de São Paulo.

  3. Ninguém melhor do que Paulo Arantes

    …que, há tempos, já fez a anamnese da intelectualidade uspiana !

    Mas o nosso problema – hoje – é fundamentalmente cultural. Precisamos de uma mídia que dê curso à toda produção intelectual e artística (que se dá aos montes, por este país afora), valorizando os bons músicos, poetas, cientistas etc etc etc, sobrepujando a visão mercadológica – e escatológica – vigente. E é essencial pensar em fórmulas para mudar a lei, pois um Congresso integrado por donos de repetidoras jamais apoiará uma Lei de Meios isenta !

  4. é a inteligentsia radical

    é a inteligentsia radical fundamentalista tipo tea party,

    aquela que expressa um pensamento sem possibilidades

    de refutação e, assim, sem volta,

    sem chances de diálogo.

    o seu é mais corrupto que o meu.

    e por aí vai.

    e dai íninguém sai.

    a não ser na base do xingamento.

    os alucinados odeiam-se.

    daí a ruptura.

    os aproveitadores, como sempre, vão pelas beiradas e

    acabam levando o que resta dessa brigas.

  5. “A corrupção da inteligência

    “A corrupção da inteligência avança pelo Brasil e produz seus estragos. Até onde irá depende, ou de um surpreendente retrocesso da própria intelectualidade corrompida, ou da sanidade popular em rechaçar a propaganda enganosa…”

    Hoje, integrantes da nova direita, talvez não tão nova assim, fizeram passeata na Paulista. Protestaram contra a reeleição de Dilma, pediram intervençao militar, o impeachment da presidenta e outras aberrações. A intenção é clara: criar um clima de confronto. Buscam uma reação em sentido contrário e  provocar situações como a da Venezuela pós eleição de Maduro.

    Não podemos entrar nesse tipo de provocação. Lembrando que o protesto na sede da Abril serviu de álibi para a velha mídia repercurtir a capa criminosa da Veja. Muita calma nessa hoa. A melhor resposta a esse bando de insanos é o desprezo.

  6. Tertúlia pra bovino dormitar ou Conversa pra boi dormir

    Mais um texto excêntrico do Marcos Walley pegando carona em alguns notáveis para dar verniz intelectual e reclamar para sí ares de erudição. A afirmação (alheia, endossada) de que “é estupido ser inteligente” é de uma indigência tão gritante que, possivelmente, só a ele confere algum conforto.  O resto é crítica gratuita a uma suposta intectualidade paulista responsavel por todos os males do Estado e do País. Li o texto duas vezes e só não desmonto essa porcaria, parágrafo por parágrafo, porque tenho outras coisas mais interessantes para ler e fazer. Não conheço o “uspiano” citado, mas se o autor do post o cita com honestidade, imagino seja ou tenha sido um intelectual que muito pouco influenciou na catequização desses mesmos bárbaros paulistas que o sustentaram na USP.
     

        1. “…só não desmonto essa porcaria…”

          O amigo já começou desmontando o nome do autor… esses “rs”, então, foram demolidores…prossiga, adoraríamos.

          1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

            KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK…

             

            O legal destes foruns é exatamente este climazinha de controversia.

            Isto que da ibope.

            Adoro acompanhar estes entreveros. Acontece que o criticado tem que gostar da coisa e retrucar ai a coisa vai longe.

    1. estou denunciando

      Não é a primeira vez que este sr. Pereira destoa do caráter amigável e pró-debate que é a natureza deste blog.Além de não trazer argumentação nenhuma ao texto principal, se comporta de forma agressiva e intolerante com o colaborador do blog. Se o artigo não agrada basta ignorar, mas não é a primeira vez que o sr. Pereira se comporta de forma agressiva. Por isto estou denunciando. 

      1. Marcelo Castro

        Fiz a argumentação somente em relação à primeira asneira que consta do 2º parágrafo. Depois, generalizei e não perdi tempo. Se puder, sustente a tese, contraditória em sí, de que “ser inteligente é burrice”. O autor se despersonalizou pois não há nenhum ponto de vista próprio. Só usa a mão do “uspiano” ou a mão do gato para distribuir bofetadas aos paulistas. O artigo não leva a nada, é uma bobagem do começo ao fim. Buscar semelhanças com o nazismo é um despropósito.Não fui mal educado ou agressivo; apenas fui veemente ao refutar o que considerei uma porcaria. Sua afirmação de que não concordando não se comenta, contraria a natureza do proprio blog. Não é assim que funciona.

         

         

         

        1. truculência desmotiva o debate

          Caro Pereira, também não achei o texto nenhuma maravilha. Mas acompanho o Marcio e sei de seu potencial. Atitudes truculentas desmotivam e enibem o debate. Se não somos capazes de atitudes construtivas, melhor não se manifestar.  

    2. Caro Pereira LF,Gostaria de

      Caro Pereira LF,

      Gostaria de esclarecer alguns pontos. O primeiro é que, como você deve ter notado, possuo um blog próprio através do qual exponho os meus pensamentos. Como o Nassif disponibiliza a criação de blog aos comentaristas de seu site, criei um aqui também. O meu, porém, é principal e faço divulgação dos textos através do Facebook. No blog que tenho aqui no Nassif eu somente coloco um ou outro ensaio dentre aqueles que escrevo em meu blog. Nem todos sobem a post e quem determina essa subida é o Nassif ou sua equipe, não sei bem. Portanto, de alguma forma, que não posso te esclarecer, o Nassif ou sua equipe deve considerar interessante colocar o tema em discussão.

      Segundo, estou bem ciente de que todo pensamento publicado está sujeito à críticas e interpretações. Se grandes escritores são alvo da ira alheia, que dirá alguém inexpressivo como eu. Não tenho a menor pretensão de estar certo, nem estou objetivando o Nobel de literatura. Apenas escrevo, sem pretensão alguma. Isso não constitui a fonte da minha subsistência, sou servidor público. Trata-se apenas de compulsão: sinto necessidade de escrever.

      Terceiro, não sou intelectual, pois não organizo o meu pensamento, e nem escrevo com rigor científico. Sou apenas um cidadão que pensa e coloca esse pensamento no papel. Como não sou intelectual, busco nos autênticos intelectuais amparo para os meus pensamentos. Todavia, dificilmente os menciono em meus textos, embora o substrato de meus pensamentos seja constituído do material que eles fornecem, um tanto embaralhado, reconheço.

      Quarto, no que diz respeito a esse texto, quando menciono especificamente um intelectual, o filósofo Paulo Eduardo Arantes, não faço isso para tentar “dar verniz intelectual” ao meu texto, mas porque o texto claramente é dedicado a duas entrevistas concedidas por ele à Folha de São Paulo, sendo uma hoje. Essa de hoje me chamou a atenção e, pesquisando, encontrei a segunda, de 2001. Adorno, Horkheimer, Hitler e Hanna Arendt são mencionados apenas porque Paulo Eduardo os mencionou na entrevista de 2001. Achei que isso tivesse ficado claro. Não é um texto corrido meu, mas a interpretação que dei ao pensamento que Paulo Eduardo expôs na entrevista. Como você pretenderia a exposição de uma interpretação sobre a fala de alguém sem mencionar esse alguém? Difícil…

      Quinto, não sou erudito e não tento passar “ares de erudição” aos meus textos. Não sei exatamente o seu nível cultural, mas considero minha escrita simplória se comparada à dos autores que leio, pessoas que realmente sabem escrever com profundidade e propriedade.

      Sexto, estou de fato preocupado com o acirramento político no Brasil. Desculpe-se se, para você, isso parece tolice. Vejo de perto o azedume que se formou entre amigos e parentes. Se ficarmos calados, isso irá piorar. E, tenho certeza, a comparação com o nazismo é adequada. Ou você acha que, no início, alguém levava a sério Hitler?  Hoje já está nas ruas o movimento pelo impeachment de Dilma, totalmente inadequado. Onde isso irá parar? Não tenho bola de cristal, portanto, faço o que acho adequado para denunciar esse radicalismo inoportuno e sem razão.  E creio, com sinceridade e honestidade intelectual, que a maior parte dessa culpa provém de intelectuais que, despreocupados, orientam a população de forma equivocada, na direção da desconstrução e da divisão.

      Sétimo, a “indigência”, “asneira” e “bobagem” que você vislumbrou no texto, quanto à fala do filósofo (pois a autoria não é minha) de que “é estupido ser inteligente” deve-se apenas ao fato de que você a interpretou literalmente. Reconheço que é um ironia fina demais, para poucos.

      Oitavo, não me despersonalizei ou abri mão de pontos de vista própria. Como já expliquei, escrevia sobre o pensamento alheio. Porém, vou dar uma dica: tudo que não está entre aspas ou não é indicada a autoria é meu pensamento.

      Nono, recomendo veemente que você não leia resenhas de livros ou filmes, pois, a partir do seu ponto de vita, todos os autores de resenhas se “despersonalizam”.

      Décimo, gostaria que você me explicasse, como seu eu fosse uma criança de seis anos, de que forma a sua afirmação “não fui mal educado ou agressivo” se coaduna com as sequintes expressões por você utilizadas: “pegando carona em alguns notáveis” (oportunista), “reclamar para sí ares de erudição” (fraudador), “indigência tão gritante”, “essa porcaria”, “em relação à primeira asneira”, “uma bobagem do começo ao fim”.

      Décimo primeiro, já fiz críticas à intelectualidade aqui. Aponte-me um texto meu no qual eu tenha cometido as grosserias que você comete. Depois me diga de quem parte a radicalidade e a violência.

      Décimo segundo, espero que você seja feliz.

      1. Taticas

        Que pena…

        Voce se defender desta maneira… Perde toda graça.

        A melhor defesa é o ataque, principalmente para o bem dos leitores.

        Os dignissimos politicos utilizam desta estrategia aso borbotões.

        Mesmo debate entre intelectuais fica muito mais inyeressante desta maneira.

         

      2. Marcio Valley

        Bem, essas réplicas e tréplicas. bem ao gosto daquelas “celebridades” que descansam seus glúteos nas confortáveis poltronas do STF, acabam ficando ridículas ou engraçadas para nós, anônimos comentaristas ou autores de textos no blog. Mas como você se revela mais cordato e generoso que eu, não o deixarei sem resposta. E já tinha ponderado o assunto após dois comentários me alertando de que se pode discordar com mais suavidade. Seria o ideal. Mas nem sempre acontece.

        No fundo, reconheço, as improriedades contidas no texto (segundo meus critérios) não são suas. E cito três: inteligência é burrice (contradição óbvia), os rebeldes sem causa que em junho/2013 deram origem a uma nova direita (afirmação tola, gratuita e sem fundamento) e a parolice das ilações nazistas e intelectuais do PSDB paulista (chamar essa cambada de intelectual é muita generosidade).  

        São, é verdade, do (para mim desconhecido) filósofo uspiano Paulo Eduardo Arantes. O diabo é que você endossou o discurso boquirroto e sem substância. Quando disse que você se despersonalizou (e gostei da sua alegoria às resenhas) e que suas opinões próprias ficaram irrelevantes, é porque no fundo apenas republicou ideias de um terceiro e implicitamente as assumiu, quase plagiando.

        Não sou inflexível. Aceito suas ponderações e não me constranjo em dar a mão à palmatória quanto a eventuais excessos. Nada pessoal, nem poderia ser. Apenas temos pontos de vista divergentes.

        Encerro como você na réplica: seja feliz também. Lerei outros textos da sua lavra. Discordando, pegarei mais leve.

         

         

  7. O texto retrata a nossa atual

    O texto retrata a nossa atual realidade muito bem e é geral, não é só aqui. Lembrei de uma conversa com minha irmã hoje mesmo ao falar de uma crítica feita por Wilson Ferreira sobre a distopia no filme Marcado. Ela perguntou então o que era distopia e lá fui eu explicar o que tinha lido sobre o assunto, pequena busca provocada pela crítica e pelo filme. Quando acabei, ela disse: É, o PSDB representa a distopia no atual momento.

  8. O flerte com o fascismo
    Aos que ainda conseguem pensar… um chamamento à reflexão!Gente inconformada com as decisões democráticas, a ascensão social das maiorias secularmente relegadas do povo brasileiro, gente que tem na mídia oligopolista e reacionária as trombetas do apocalipse que anunciam catástrofes onde existe ingresso de milhões de pessoas no mundo do consumo, na universidade, na casa própria, no emprego, no salário valorizando-se… gente assim bolem com os monstros do fascismo sempre à espreita cevados e instigados pelo ódio de classe. Chamamento à reflexão porque gente assim, ensandecida, é uma minoria. E porque muita gente, a maioria mesmo entre aqueles que são conservadores, gente que tende a posições de direita, ou que não assume identidade no espectro político-ideológico, são gente de responsabilidade, gente séria, que tem o Brasil como seu País, sua Nação, que refletindo não se deixará contaminar ou conduzir por bandos de celerados infensos à inteligência movidos a ódios que, esses sim, são catastróficos pro Brasil.

  9. “Em seu artigo, o filósofo

    “Em seu artigo, o filósofo recordava que Adorno e Horkheimer, meio século antes, haviam advertido que “uma das lições que a era Hitler nos ensinou é a de como é estúpido ser inteligente”, pois, segundo esses pensadores, fora a mais alta intelectualidade europeia que teria pavimentado a estrada em direção à ascensão do nazismo a partir de argumentos lógicos sobre a inviabilidade do sucesso de tamanha aberração. Deu no que deu.”

    Não entendi esse parágrafo. Está confuso. A alta intelectualidade pavimentou a estrada em direção à ascensão do nazismo a partir de argumentos lógicos sobre a inviabilidade do sucesso de tamanha aberração? Mostraram a inviabilidade e mesmo assim pavimentaram a estrada em direção à ascenção do nazismo? Não faz sentido.

    1. O filósofo quis dizer que os

      O filósofo quis dizer que os intelectuais da época desprezaram o perigo nazista, consideraram-no inviável, e deixaram de combatê-lo, como deviam. 

      1. parabens

        mas me permita ir mais além, sem desmerece-lo, mas pra acrescentar uma simplicidade. além de não acreditar a europa toda e especialmente a inglaterra e frança ignoraram o surgimento do fascismo por se acharem superiores ou como ele diz “intelectualmente superiores.”

        e para ser chulo é crivel no dia-a-dia o relatado, então simples é, pois traduzida num ditado: quando mais alto sobe maior é o tombo.

      2. Ah, foi isso o que ele realmente disse?

        Por que vc não escreveu isso? O parágrafo que eu citei não diz isso. Diz outra coisa.

        De qualquer forma, indicar a inviabilidade do nazismo ser um sucesso é combater o nazismo. Mas não do jeito que deveria, segundo ele, anos depois falando sobre o nazismo com o peso da história a seu favor. É o que se costuma chamar de engenheiro de obra pronta.

        Sugiro melhorar a redação do que se quer realmente dizer. O texto que eu transcrevi nem de longe fala em outra forma de combater o nazismo que não apenas indicar a inviabilidade dele. Fala apenas que os intelectuais europeus pavimentaram a estrada do nazismo quando indicaram a inviabilidade dele. Essa afirmação não traduz o que realmente se quis dizer. Faltou complementar a ideia, dizendo que deveriam ter feito mais.

        1. O texto é claro: a atitude

          O texto é claro: a atitude blasé de parte da intelectualidade europeia em relação à Hitler deu força ao nazismo. Isso não significa que não existissem os que previram o problema, os quais, entretanto, foram sufocados por uma espécie de consenso na estupidez. Vamos problematizar através de uma hipótese fictícia:

          Caso: A partir de um determinado elemento factual, surge o perigo de um totalitarismo de direita no Brasil.

          1º intelectual – Entende o perigo logo no início e utiliza a sua inteligência para disseminar a ideia de combatê-lo.

          2º intelectual – Não percebe ou desqualifica o perigo e, a partir disso, debocha do 1º intelectual e, com o peso de seus argumentos lógicos, dá consistência justamente ao elemento factual que é capaz de produzir o transtorno social.

          De que forma é possível entender que o 2º intelectual, pelo simples fato de não acreditar na possibilidade, está combatendo o perigo totalitarista?

          Transportando para o momento político, o que vemos são intelectuais como o DaMatta ou o Magnoli que não acreditam ou não percebem que o ambiente político na sociedade está sendo levada a extremos de radicalidade que podem sim conduzir a um perigoso acirramento. Como eles não acreditam no acirramento, não desqualificam os fatores que podem conduzir à tragédia. Ocorre que as coisas começam pequenas e podem se transformar numa avalanche incontrolável. Então, a partir do que você diz, devemos crer que eles, por não acreditarem nessa possibilidade, poderão ser desculpados se, no futuro, a ruptura institucional ocorrer?

          Só que eles estão confrontando outros pensadores que antecipam essa possibilidade e escrevem sobre o perigo, contudo com muito menor exposição. Então, como se pode interpretar os alertas das vozes miúdas uma “engenharia de obra pronta”?

          1. Mas não seria essa a agenda deles?

            Assim como no nazismo, também não haveriam outros interesses promovendo os intelectuais certos, para defenderem a agenda certa, adequada a certos interesses?

            Veja que nosso pais está sendo guiado para uma reforma de paradigma, o modelo atual já foi condenado pelo mercado e tal.

            Então quer coisa melhor do que situações extremas para dar um empurrãzinho para que a mudança ocorra?

            Daí eu concordo, é importante prestar atenção nessa análise, muito oportuna.

          2. Isso você está dizendo agora

            Não disse naquele parágrafo. As palavras que foram escritas naquele parágrafo que eu citei não permitem essa interpretação. Na verdade, o texto é confuso quanto ao que realmente se queria dizer. Cria uma contradição. Diz que apontaram a inviabilidade e, a partir disso, pavimentaram a estrada para a ascensão do Nazismo.

            Ninguém que leia aquele parágrafo vai entender que você estava fazendo referência a uma insuficiência na crítica ou combate ao Nazismo feito pelos intelectuais europeus que apontaram a inviabilidade.

            Na verdade, existe um problema na forma como a ideia foi comunicada. Ao invés de se referir a uma OMISSÃO dos intelectuais europeus, que DEIXARAM de fazer algo que deveriam, segundo o autor que vc citou, o texto cita o que eles efetivamente fizeram, as AÇÕES por eles praticadas. Para extrair a omissão que supostamente pavimentou a ascensão do Nazismo, quando o texto apenas se reporta à ação que eles praticaram, fica impossível. Dá a entender que indicar a inviabilidade, por si só, foi o que causou a ascensão do Nazismo. E isso não faz sentido. Faltou associar, se referir à omissão, ao que eles deveriam realmente fazer, o que, aliás, não foi dito. Até aqui estamos sem saber o que os intelectuais europeus deveriam ter realmente feito para combater o Nazismo. O texto não esclarece esse ponto.

            Por isso que eu digo que o texto não disse o que queria dizer. Disse outra coisa, que lançou dúvidas sobre o que realmente se quis dizer. O trecho ficou sem sentido no discurso.

        1. Tom, já citei a fonte, que é

          Tom, já citei a fonte, que é o filósofo da USP e que, por sua vez, citou três autores diferentes no texto. Agora, se você quer saber para além do testemunho de três pessoas que vivenciaram o período sombrio, uma delas considerada a maior autoridade em totalitarismo que já existiu, Hanna Arendt, ou seja, se você quer se aprofundar sobre História, sobre os fatos que antecederam o descalabro nazista e como escreviam os intelectuais da época, vou fazer uma “citação necessária”: Google. Não sei quanto a você, mas eu adoro utilizar essa ferramente.

          1. Hannah Arendt não é a maior autoridade em totalitarismo

            Não sei de onde vc retirou isso. Existem vários autores que escreveram e escrevem sobre Totalitarismo. Arendt é uma filósofa que escreveu sobre o tema no seu famoso livro “Origens do Totalitarismo”. Nada além disso. Ela não é nem de longe a maior autoridade em Nazismo ou Totalitarismo. Existem muitos autores mais importantes do que ela quando o assunto é principalmente Nazismo. Poderia citar Raul Hillberg, esse sim, um historiador judeu alemão que muitos apontam como um dos mais importantes nos estudos sobre Nazismo, especialmente do Holocausto. Fora os inúmeros ensaios de autores franceses, ingleses, americanos, alemães, etc, sobre Totalitarismo, Nazismo e por aí vai, abordados dos mais diversos ângulos e forma.

            Li há muito tempo um extraordinário ensaio de Susan Sontag, intelectual e escritora americana, já falecida, sobre a estética do Fascismo e do Nazismo, aspecto muito pouco abordado por Arendt em seus escritos, que é engessado numa leitura política clássica que faz apanhados gerais. “Origens do Totalitarismo” é um ótimo livro, sem dúvida, mas está longe de esgotar o assunto.

            Elias Canetti, Nobel de Literatrura de 1981, por exemplo, também escreveu excelentes textos sobre o Nazismo, tanto em Massa e Poder, sua principal obra, que trata de movimentos de massa, sua simbologia antropológica, sociológica e política, e é uma análise de fôlego singular, original e inigualável sobre o poder, quanto em ensaios isolados, como o brilhante ensaio que ele escreveu sobre Albert Speer, o principal arquiteto do III Reich e ministro do armamento, publicado na coletânea de ensaios “A Força das Palavras”. Eu cito esses autores apenas para mostrar que a abordagem acadêmica clássica de Arendt está longe de resumir as formas como o Nazismo e o Totalitarismo foram analisados.

            A lista é grande. Considerar Arendt a maior autoridade em Totalitarismo é algo sem muito respaldo.

          2. Quanto à Hanna Arendt, minha

            Quanto à Hanna Arendt, minha avaliação provém de minha cabeça, embora encontre respaldo em outras. Graças a Deus tenho uma e funciona. Pelo visto, você pensa diferente. Que bom, nâo é? Assim você pode mencionar aquele que você considera um autor melhor sobre o tema.

          3. Alguns desses acabam fazendo

            Alguns desses acabam fazendo o que a esquerda mais gosta. Tira dessa sua culpa pelo nazimo e até fornece ¨argumento¨ para  defenderem o Stalinismo, Fidelismo, Chavismo,  o petismo, etc,  caso até da necessidade histórica do nazismo. Hanna não faz isso, não deixa espaço para tais vagabundagens.

  10. O fascismo que pipoca em São Paulo.

    O desastre do nazismo na Alemanha pode ser debitado na conta do PC alemão. Ele dizia que o nacional socialismo era igual ao PS alemão, logo, tanto faz, vitória de Hitler ou de um outro qualquer. Mas Hitler era diferente, tinha como suporte uma população racista e seu ódio feroz aos judeus. Era isso que alimentava o nazismo. Hoje, no Brasil, os judeus são os petistas e Munique são a massa reacionária acantonada nos jardins, em Higienópolis, Moema, Itaim Bibi, Ibirapuera.

    Essa massa reacionária apenas defende privilégios seculares. Sua vitória é seduzir e convencer a massa do lumpen-proletariado e os interesses dessa massa e da burguesia se confundem. Quando eles confundem e se fundem com seus inimigos teóricos, aí está sua vitória. Aquela pobre mulher dirigindo um automóvel 1.0 com uns 4 anos de idade, todo enfeitado por bandeiras do Aécio. Essa mulher é reacionária porque confunde seus interesses com os da burguesia e ela QUER ser confundida com eles, não quer que suas posições denunciem sua origem de classe. Daí esses pobres diabos posarem na mesma fotografia de seus patrões, que no fundo os desprezam por estúpidos, irracionais e fascistas inconfiáveis, pois podem mudar de lado a qualquer momento e retornar ao leito dos seus interesses de classe.

    1. Excelente comentário! A

      Excelente comentário! A esquerda, muitas vezes, esquece que a classe média baixa tem um fascínio doentio pelas classes mais abastadas, achando que, por identificar-se com a elite, torna-se elite também.

  11. Educar a elite

    Deveria ser a prioridade de qualquer governo no Brasil. Nossa elite, financeira, política, intelectual, tradicional e o escambau é uma ameaça à segurança nacional.

  12. Geração Smartphone

    Parei um pouco para refletir sobre essa questão do povo paulistano e sua forma cotidiana de agir, fechada num mundo virtual e silencioso. Não há mais diálogo possível. Observo muito os paulistanos e seus smartphones e nasceu o texto que vou postar abaixo:

    GERAÇÃO SMARTPHONE

    A sociedade paulistana adentrou numa realidade paralela, onde o mundo está sendo visitado a partir do Smartphone particular, cada sujeito com o seu, e seus dois subprodutos: Facebook e Whatsapp.

    Quem observa o paulistano vê claramente que o sujeito passou a ser escravo do Smartphone.

    Os dedos comandam o sujeito e há um olhar estático para telas de no máximo 8 polegadas, escravizando os passos dele e as ações cotidianas que são feitas, muito mais se dão olhando um visor que se pode movimentar com os dedos da mão do que olhando para o mundo ao redor.

    Não há, quase, mais uma troca de olhares, se perdendo, muitas das vezes, a possibilidade de ser solícito com a pessoa mais velha para ceder o lugar num ônibus, metrô ou trem nem se costuma mais ver a delicadeza de se segurar algo mais pesado (bolsa, sacola, material escolar, etc.) que um passageiro em pé carrega.

    Só há descanso do Smartphone quando o transporte coletivo está lotado e não se conseguiu um espaço para operá-lo, ou melhor, ser operado por ele.

    Todo ambiente, seja em um bar, na academia, no automóvel o Smartphone está junto e parece crescente que ele torne-se mais necessário do que o calor humano das pessoas que estão ao lado. O que está distante parece ser sempre necessário de estar perto e o que está ao lado parece que só de estar ao lado é suficiente não se precisando um diálogo existir.

    O Smartphone sequestrou o cérebro de muitos paulistanos. O mundo corre ali, numa troca incontrolável de mensagens e numa corrida desenfreada pela timeline do dono do Smartphone, tudo num silêncio absoluto. Tudo feito de uma maneira imóvel e desligada do mundo real. Só se volta, por instantes, ao mundo real, na hora que é preciso descer do ônibus, metrô, trem ou para se encontrar uma vaga para estacionar o carro.

    Muitos abandonaram de vez a costumeira leitura de um livro nas horas diárias perdidas no trânsito, dentro do transporte coletivo ou automóvel.

    Antes se lia Sidney Sheldon, Zíbia Gaspareto, Paulo Coelho, livros de autoajuda, Harry Potter e Literatura Fantástica. Eram leituras que, apesar do questionamento da profundidade intelectual das mesmas, traziam certos preceitos importantes como a espiritualidade de um Paulo Coelho, a noção de caridade e ajuda aos necessitados dos espíritas, o romantismo de um Sidney Sheldon, além de Harry Potter e seu mundo de fantasia, etc.

    De alguma maneira se estava incorporando um sentido humanista/espiritual e literário (este poderia incentivar a leituras mais aprofundadas no futuro, certo?). E não se pode negar que a leitura abre a cabeça das pessoas, traz uma capacidade de raciocínio mais apurada, incentiva a memória, a associação de ideias e a reflexão.

    Hoje, quase não se vê um livro nas mãos dos sujeitos que pegam ônibus, metrô e trem na cidade de São Paulo.

    Quase tudo se limita ao olhar fechado e concentrado em um Smartphone. Ele substitui o olhar, a boa-educação, a conversa e a leitura.

    Quase todos estão fora do diálogo, do texto literário e da leitura.

    O que está contido nas timelines do Facebook, o Whatsapp e as amizades que possuem nestes programas virtuais determinam a conduta da Geração Smartphone e como vai ser a percepção do mundo em que vivem.

    E, tem o agravante, se não estiverem em seus acessos virtuais às redes sociais ou listas de amigos mandando mensagens, por falta de crédito, sinal, ainda temos o Smartphone como videogame.

    Acabaram o diálogo, as conversas entre pessoas. Acabaram os olhares e as leituras, como já disse antes. Está tudo fechado nesse mundo, que não dá tréguas um instante, aonde o sujeito vai o Smartphone vai atrás (parafraseando a velha canção da vaca e do boi). E, da mesma forma como o sujeito entra no ônibus, metrô ou trem ele sai, sem olhar para ninguém e sem perceber nada a sua volta.

    Aqui, se pode encontrar um caminho para estudar o povo paulistano e suas contradições.

    Em sua grande maioria trabalhando e com dinheiro no bolso, consumindo coisas, indo para as baladas e viajando para lugares incríveis e, ao mesmo tempo, se debelando contra quem lhes oferece essas condições e defendendo quem lhes prepara uma inusitada situação:

    Terão Smartphones para se comunicar no mundo virtual, enquanto se engalfinharão em mercados ou disk águas ou a procura de carros-pipas para lhes darem um balde d´água para matarem a sede e quem sabe, se der, fazer asseio do corpo nas altas temperaturas da primavera e do verão com a iminente falta d´água.

    O conteúdo trocado nos smartphones deve explicar o conservadorismo crescente, a ausência de maior conteúdo ao expressar o porquê das suas revoltas, dos seus votos, das suas escolhas de inimigos em meio ao direito cada vez maior de fazer coisas legais e de consumir.

    E é interessante, que todas as classes sociais parecem ter este mesmo padrão de comportamento. Hoje, as pessoas se vestem bem, saem de casa e consomem, mas tudo se fecha num mundo virtual, onde o Smartphone comanda os passos e as atitudes do sujeito, alheio ao mundo real e suas vicissitudes, engessado a ponto de não adquirir prazer por um conhecimento outro, alienado para uma situação outra que lhe permita fugir dessa prisão, situação que lhe dê excitação por estudar, por ler um bom livro, por se engajar num partido político, por ter uma ideologia, por buscar uma espiritualidade e/ou um descanso desse mundo virtual, por procurar uma atividade em uma ONG social, ambiental, em fazer um trabalho comunitário, por construir interiormente qualquer sentimento humanista, se podem me entender.

    Não há mais do que essa tríade: casa, trabalho e consumo. Não há nenhum idealismo, sonho, utopia, tudo fica postado e depositado numa tela que se move com um simples toque dos dedos.
     

    Tudo é replicado de uma timeline para outra em milésimos de segundos. Todos abismados com o que, supostamente, é a verdade das verdades, o escândalo dos escândalos. E, um simples alarme falso de envenenamento do Youssef torna-se uma viral sem limites e sem chances para a razão, esperada, após a descoberta de que era mentira.

    E desta realidade/Geração Smartphone surge esse espaço para a introdução de ideias, via mídia e o partido dela, que desembocam na crença de fraude eleitoral, de o PT ser o Governo mais odiado, mais corrupto de todos os tempos, de que a vida não está boa, mesmo com todas as coisas que se consomem hoje, mesmo com pleno emprego e baladas + viagens, muitos indo para lugares paradisíacos e outros tantos gastando bilhões nos EUA em compras e, quase tudo, propiciado pelo PT.

    Antes do PT, a gente tinha essa facilidade de viajar de avião mais de 1 vez por ano ou para muitos, 1 vez na vida? De ir para os EUA, Paris pagando 3 mil reais em 10 vezes sem juros? De comprar um Smartphone e trocá-lo, assim que sai um modelo mais novo?

    Quem oferece à Geração Smartphone o que ela mais gosta é justamente quem ela menos gosta. É a coisa mais impensada e real que existe.

    Está difícil qualquer diálogo com a Geração Smartphone. O que se pode fazer para mudar esta realidade? Eu deixo para a reflexão. Com a palavra os intelectuais. 

    1. Muito bom

      Bela reflexão Alexandre. Muito bem colocado.

      Muitos pararam de viver a vida ao vivo. Pessoas pusilâmines gritam mandando mensagens com letra maiúscula, e exteriorizam sentimentos ocultos para uma telinha, para “amigos” virtuais que nem conhecem e, nas reuniões “ao vivo”, em grupo, ficam isolados procurando a comunidade virtual.

      Se você falar pessoalmente com o seu desafeto, por educação e respeito tentará argumentar e ouvir o ponto de vista dele. Já mais longe, dará um grito educado de vai embora. Já na telinha do Smartphone, vai emitir os maiores impropérios e clamará até pela morte dele. A sociedade é assim, como cães bravos todos juntos, dentro de um curral daquele adestrador da TV, ficam se administrando numa boa, mas latem quando distante.

      A volta a viver em comunidade, a rachar uma garrafa de cerveja num boteco, ao viajar vários de carona num único carro, ao cantar a mesma música num coral, ou seja, ao relacionar-mos ao vivo com os outros, irá trazer a armonia social que precisamos recuperar. 

      1. Valeu Alexis!
        Tomara que se

        Valeu Alexis!

        Tomara que se possa regressar ao mundo real em breve.

        Escrevi uma segunda parte dessa discussão: Geração Smartphone e contraditório. Vou postá-la, também!

        Abraços,

        Alexandre!

    2. desinformação na era da informação

      Muito bom seu post!

      Entendo que o ser humano em geral não gosta de pensar, de compreender, de investigar. Isso leva a situações absurdas quando a informação, em grande quantidade, entra pelas telas dos smartphones.

      Recentemente um colega postou um comentário dizendo que seria muito bom se o povo pudesse ser escutado diretamente pelo governo, que isso aumentaria a democracia e etc., então postei sobre o decreto 8.243 e sugeri que ele lêsse e tirasse as suas próprias conclusões. Ele então leu e comentou que era um decreto muito democrático, no que outro colega respondeu com um vídeo informando que tal decreto era para Dilma transformar o país numa Cuba ou Venezuela. Qual informação ganhou? Veja que meu colega leu sobre o decreto e compreendeu seu conteúdo, mas o vídeo com a informação pronta convenceu-o de que aquilo era muito perigoso!

      É muito fácil desinformar quando as pessoas não querem pensar, ou simplesmente não acreditam naquilo que entendem, têm que ouvir um especialista! Por isso toda a desinformação é feita por especialistas formados com pós-graduação no exterior! Isso mata qualquer argumento surgido pela capacidade de pensar do indivíduo.

      O caso do Youssef fica claro a incapacidade de pensar do ser humano. Uma que delação premiada sem provas não pode ser considerada como verdadeira, mas alguém já pensou que provar que alguém “sabia” da corrupção é quase impossível? É fácil dizer que Dilma e Lula sabiam, provar é complicado, mas por outro lado provar que não sabia também é difícil, não é mesmo? Estava claro que era uma denúncia vazia, um golpe derradeiro, uma tentativa de mudar os rumos das eleições, com uma declaração que não se prova nem a favor e nem contra!

      -Você acredita em Deus? Então prove!

      -Prove você que Deus não existe!

      Assim é a nossa geração na era da informação! Informações existem aos trilhões, acredita quem quer acreditar, mas somente sabe aquele que aprende a pensar!

      1. Valeu Sérgio!
        É um mundo

        Valeu Sérgio!

        É um mundo fechado, sem direito/aceitação ao contraditório. 

        Tudo muito complicado!

        Fiz uma segunda parte Geração Smartphone e contraditório. Vou postar o texto, também.

        Abraço, Alexandre!

         

    3. Geração Smartphone e contraditório

      GERAÇÃO SMARTPHONE E CONTRADITÓRIO

       

      Por estes meses experimentei a realidade do Facebook como uma plataforma de militância em prol da reeleição da Presidenta Dilma. Estava em atividade na rede social com o intuito de gerar uma discussão mais aprofundada das candidaturas a Presidente (a) e as diferenças entre os candidatos neoliberais e os desenvolvimentistas e as consequências de um modelo e de outro modelo para o futuro do Brasil.

      A Geração Smartphone, também, estava presente em minha timeline. Um conjunto significativo de pessoas que se contrapõem ao PT e ao Governo Dilma por uma simples questão fabricada externamente, porém, internalizada e radical: ser oposição por ser oposição, oposição sem chances do pró, em uma questão mínima que seja, nem ser pró o seu candidato.

      O anti-petismo é uma situação virtual, nascida do fechamento das portas ao contraditório. Tudo o que você argumentar em favor do Governo petista não é aceito, nem os fatos estatísticos reais nem as fontes colocadas nem os textos que publicamos para reflexão, estes não são considerados válidos, porque são “favoráveis” ao PT ou pelo simples fato de não ir contra o PT em toda a argumentação.

      A situação se exacerba no momento em que a página de onde se extrai um texto que compartilhamos é quem determina se o texto é válido ou não, mesmo que escrito por um grande intelectual e com reflexões pertinentes, mesmo escrito por Jornalista sério, mesmo com dados confirmados por órgãos públicos, por instituições sérias, por estudos do IBGE, IPEA, FGV, DIEESE, etc. Afora, que toda a informação estatística oficial torna-se um dado manipulado a favor do PT. Blogs como o Tijolaço, o Viomundo? O Portal GGN do Nassif? Etc. É texto de “petralhas”. É pró-governo, não vale! Só vale se tem a chancela da mídia tradicional.

      Se você quiser mostrar avanço em uma área da sociedade: crescimento da taxa de emprego com carteira assinada, hoje chegamos ao pleno emprego, certo? A resposta estará na ponta da língua, o pleno emprego é resultado da falta de procura por trabalho, é resultado do Bolsa Família que cria o ócio, ou, tem-se empregos mas eles são de qualidade duvidosa e as exceções viram regras para referendar o pensamento da Geração Smartphone. Quase nenhuma chance para se aceitar o fato concreto do pleno emprego.

      Um mundo paralelo, que corre pelas timelines do Facebook e pelas amizades e as conversas instantâneas do Whatsapp, parece ser o único balizador desse conjunto de sujeitos virtualizados pelo smartphone. Todo contraditório se torna uma batalha interior de não aceitação, de desmerecimento do postado e se precisa ganhar a discussão não com contra-argumentos, somente na base de que se gritou mais alto e, então, se venceu a discussão.

      Todo texto contraditório que colocarmos no Facebook ou é ignorado ou é refutado com um MAS! Mas o PT fez aliança com o Maluf, Sarney, Renan e Collor, como se fosse este o grande pecado do mundo e o que desmerece qualquer argumento nosso. E é chato constatar que o contrário não é percebido, quando o PP de Maluf e o Kassab fazem aliança com Alckmin/Serra não se tem questionamento, quando o Renan era Ministro da Justiça de FHC não se tem questionamento, ou quando o Heráclito e o Bornhausen fazem aliança com o Eduardo Campos, depois com Marina idem.

      O sujeito da Geração Smartphone tem uma barreira a sua frente que não lhe permitem ultrapassar: os sentidos teleguiados e a razão. A corrupção é no PT, as alianças com a velha política é no Governo petista, até a falta d´água se torna externa ao mundo que esse sujeito crê ser o da verdade. Falta d´água é só por uma questão climática e será, quando vier a situação mais crítica dela, capaz do impensado: culparem a Dilma e não o Alckmin pelo problema.

      Serra fazia campanha eleitoral em torno da propaganda da “Sabesp exemplar”, lembram?

      Esse sujeito parece tão alucinado no seu mundo virtual que a memória se tornou inexistente e é seletiva toda a crítica político-administrativa. Um lado é mau o outro lado é bom. Um lado é honesto o outro lado é corrupto. Um lado é dos bons-administradores o outro lado dos maus-administradores. E só esta dicotomia exagerada se produz no cotidiano da Geração Smartphone.

      Como disse antes, toda a informação dada por alguém de fora desse mundo virtual em que vive a Geração Smartphone não é refutada com argumentação, mas com desqualificação dela e da fonte e/ou do dado estatístico. O mundo da Geração Smartphone não aceita ouvir o que vai além das trocas de informação com as amizades que possui e de suas fontes seguras de notícias, que trazem mastigado tudo aquilo que eles querem ouvir e acreditam piamente, como é o caso da “Eleição fraudada”.

      Ela não tem a capacidade de enxergar o que a Revista Veja fez três dias antes do segundo turno. É uma “fraude do TSE” o direito de resposta dado ao PT. O TSE é presidido por um Ministro Petista e isto torna irrefutável que o direito de resposta é uma “fraude” em prol da vitória de Dilma.

      Nesse mundo fechado das timelines a capa e o conteúdo da Revista Veja se tornou uma viral e parecia doentia a necessidade de mostrar ao mundo todo aquela “verdade”, de justificar o seu anti-petismo através da Veja. Um “bandido” se torna um herói, porque ele disse que Dilma e Lula sabiam de tudo!

      O personagem criado na Geração Smartphone olha exaltado e saciado reportagens como aquela e vibra com as falas de Lobão e se indigna junto. Reparte essa indignação sem tréguas, sem reflexão, sem discutir o conteúdo e a veracidade dos fatos relatados. O sujeito se torna o próprio viral, a própria notícia, a própria propagação do mundo criado para ele mesmo se fechar nele e crê-lo o único verdadeiro e, onde, todas as suas verdades “tim tim por tim tim” estão sendo ditas.

      Aécio, neste segundo turno, se tornou uma espécie de GURU, um herói da causa perdida, onde escorraçar o PT do Poder é a única coisa que resta, porque o seu mundo virtual e as suas timelines e amizades concordam: – o PT é o mal a ser extirpado da Nação, o antro mais indecente de corrupção que existe no Planeta, quiçá no Universo.

      A Geração Smartphone, certamente, vive das futilidades cotidianas, mas chegam os estertores do tempo eleitoral e ela acorda, e parte para a defesa da sua candidatura anti-petista, defesa que jamais é pró seu candidato. Chega como se soubesse há tempos sobre todos os fatos políticos e eleitorais, como se fosse Cientista Social renomado e tivesse todas as condições de dizer sobre a Política no Brasil e as verdades dela, e tudo dito e acreditado como tendo mais propriedade e saber que os professores Emir Sader e Wanderley Guilherme dos Santos.

      O candidato da Geração Smartphone passa a ser o “Salvador da Pátria”, Pátria que está sendo corrompida pelos “ditadores comunistas” e pelos compradores de votos via “Bolsa Família”. O mundo virtual das timelines se viraliza e radicaliza na defesa do seu candidato conforme se aproxima a Eleição e vai se distanciando a Política delas conforme o resultado das urnas fica para trás.

      Assustou-me ver a quantidade de pessoas que não sabiam falar das propostas e programas + o modelo econômico que Aécio pretendia impor aos brasileiros, porém, pareciam estar convictos (eram sábios intelectuais) de que Aécio era a candidatura que lhes daria todos os sonhados desejos e a redenção de nosso País dos usurpadores “comunistas” do PT, dos corruptos “petralhas” e da “Ditadora” Dilma. E ai de quem dissesse que o Aécio tinha uma lista corrida de irregularidades, todas reais: com provas documentais, quem mostrasse uma por uma delas! Este era um defensor da “campanha de difamação e mentiras” do PT contra Aécio nas eleições de 2014.

      A pergunta que fica: voltaremos à normalidade em breve? Do sujeito retornando ao cotidiano repetitivo da casa, trabalho e consumo? Como explicar a manifestação de ontem na Paulista? Onde, após, terminada a manifestação todos já estavam prontos para ir ao supermercado e para a costumeira balada de final de semana? Novamente, deixo a palavra aos intelectuais.

      O que se esperar da Geração Smartphone? Temos caminhos para transformá-la em uma Geração propositiva e consciente, que lute por seus interesses e não, apenas, se enrede por um caminho circular, onde quem menos lhes tem interesse de ajudar é tido como o Salvador da Pátria? Esperemos os próximos capítulos.

      Que a esquerda acorde e não deixe esse fenômeno se alastrar mais do que se alastrou. Precisamos trazer de volta ao mundo real a Geração Smartphone!

  13. Extraordinária visão dos

    Extraordinária visão dos acontecimentos atuais. FHC capitaneando todo o sentimento do PSDB raivoso investe contra o governo numa ação desequilibrada. Fala que Dilma fez uma campanha sórdida quando todos vimos com quantas pedras Aécio se apresentava nos debates. Chegou a chamar a Presidente de mentirosa e leviana. Como responder a uma afronta dessa magnitude em pleno calor de uma campanha acirrada? Se acoelhando, deixando o adversário passar por cima como uma patrol? Se FHC e Aécio pretende o reconhecimento futuro da história precisam parar para pensar e ver que não é fomentando a desunião do país que vão conseguir tal intento.

  14. Extraordinária visão dos

    Extraordinária visão dos acontecimentos atuais. FHC capitaneando todo o sentimento do PSDB raivoso investe contra o governo numa ação desequilibrada. Fala que Dilma fez uma campanha sórdida quando todos vimos com quantas pedras Aécio se apresentava nos debates. Chegou a chamar a Presidente de mentirosa e leviana. Como responder a uma afronta dessa magnitude em pleno calor de uma campanha acirrada? Se acoelhando, deixando o adversário passar por cima como uma patrol? Se FHC e Aécio pretende o reconhecimento futuro da história precisam parar para pensar e ver que não é fomentando a desunião do país que vão conseguir tal intento.

  15. Generalização – radicalismo

    Diversificada e complexa, a economia paulista é a grande fornecedora de bens de consumo, bens de capital, insumos e serviços para as demais regiões do Brasil e também para o exterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado de São Paulo representa mais de 33% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (2012). A riqueza produzida pelo Estado somou mais de R$ 1,2 trilhão, em 2012, o equivalente a mais de R$ 30,8 mil per capita (IBGE e Seade).

     

    No segundo turno, Dilma Rousseff (PT) ficou atrás de Aécio Neves (PSDB) em cidades da Grande São Paulo que historicamente votavam em candidatos do PT.

    A presidente Dilma, reeleita neste domingo, foi menos votada que Aécio em cidades como Mauá, Osasco e São Bernardo do Campo, onde o PT teve mais votos que o PSDB nas duas últimas eleições presidenciais. São Bernardo é também berço do PT, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou o sindicato dos metalúrgicos.

    Dilma perdeu em cidades importantes administradas por prefeitos petistas, como Guarulhos –segundo colégio eleitoral do Estado– e Santo André (no ABC).

    Generalização como se ve em posts como estes abaixo é de uma pobreza intelectual como os radicais de direita que sonham em construir um muro no Brasil.

    Facismo disto, reacionário daquilo, elite selvagem, bairros dominados e nos finalmentes sociedade paulistana que arrasta o Brasil para o buraco.

    Que que é isto?

    A não ser igualar-se as posições preconceituosa de alguns indivíduos que saíram do armário nesta eleição.

    Outro constrangimento é a questão dos smartfones.

    É só em São Paulo que rola este novo habito social?

    Fazer mea culpa nadica de nada né não?

    A oposição é incapaz tanto no âmbito federal com o PSDB como representante, qto no estadual, quais foram os nomes que se apresentaram em S.Paulo pra substituir o governador?

    Culpar somente a mídia como responsável em manter o povo na ignorância é de uma simplificação e fuga de responsabilidade muito conveniente.

    Toda generalização ou é mal intencionada ou é reflexo de ignorância.

    1. Primeiro, você nega que há

      Primeiro, você nega que há uma parte da população que é formadora de opinião e que possui papel preponderante na pauta de discussões públicas, basicamente determinando o tipo de pensamento social que prevalecerá. Isso implica afirmar, pode-se dizer, que a minha voz e a do Jornal Nacional são equivalentes. Segundo, você personaliza a crítica à elite do PSDB paulista, como se eu estivesse criticando São Paulo, mais ou menos como o Aécio fez quando a Dilma critiva a gestão dele em Minas. “Respeite os mineiros, candidata”. Então, tá…

      1. Desculpe Marcio este meu post

        Desculpe Marcio este meu post não foi dirigido ao seu texto que gerou tanta polemica, talvez desproporcional.

        Deveria te-lo postado em resposta ao post do Alexandre e de um outro logo abaixo do dele que compara uma parcela diminuta dos eleitores do PSDB como uma adesão majoritaria ao mesmo partido do universo eleitoral.

        Reitero, jogar toda a culpa da eleição apertada que quase retira do PT o governo federal, num complo midiatico é de uma simplificação e fuga de responsabilidade.

  16. Corações corrompidos

    Intectualidade corrompida… E não é de hoje. Não são sinais desses tempos apenas. O problema de intelectual é que muitas vezes ele deriva de elite… E é ai que reside o no gordio.

    Esses dias estava lendo sobre a direita-extremista que ganhou mais cadeiras no parlamento inglês. O partido é o UKIP. Muito interessante as promessas em que caem as classes médias e populares: o partido foi fudado por um ex-trader, que promete fazer mais pela “work class”, imputa os problemas sociais na imigração, é contra a comunida européia, e quando se lê seus projetos, ha, por exemplo a criação de uma “flat taxe”, ou seja, uma taxa de imposto unica, que colocaria uma caixa de supermercado no mesmo nivel de um milionario…  e os patinhos caem nessa. 

     

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