A desastrosa política monetária, por Motta Araujo

As grandes variáveis da economia são ao mesmo tempo independentes e reflexivas. O ajuste fiscal que visa o equilíbrio das contas públicas, a inflação e o crescimento do PIB podem ser perseguidos independentemente. Perseguir duas variáveis ao mesmo é difícil, três ao mesmo tempo é quase impossível.

Mas é evidente por si só que uma política monetária não é uma variável autônoma como projeto, ela visa sempre atender ao conceito mais amplo de política econômica, da qual a monetária é uma ferramenta.

O Plano Levy persegue duas variáveis, o ajuste fiscal e a inflação. A proposta é complicada. Ao subir a taxa básica de juros visando controlar a inflação prejudica o ajuste fiscal, sem necessariamente conseguir baixar a inflação.

Ao elevar a taxa Selic aumenta a despesa de juros da dívida pública e aprofunda a recessão pelo encarecimento do crédito, fazendo em consequência cair a arrecadação de impostos.

Faz assim o Tesouro AUMENTAR a despesa e CAIR a receita, tudo vai contra o ajuste fiscal. As duas ações, subir os juros e procurar equilibras as contas publicas brigam entre si, uma ação vai contra a outra.

Ao aprofundar a recessão pela alta de juros e concomitantemente corte de gastos, duas ações recessivas, provoca desemprego autoalimentado, os 10.000 empregos cortados a cada semana vão fazer cair mais o consumo e isso em sequência faz aumentar a recessão.

Mais lógico seria perseguir o ajuste fiscal SEM AUMENTAR os juros, se  aumentar um pouco a inflação esse resultado deve ser aceito temporariamente porque o desemprego em massa é pior que a inflação. O Brasil viveu longos períodos com inflação e bom nível de emprego, como os anos JK (os “anos dourados”), os anos do milagre econômico 66-73.

A elevação de taxa de juros por outro lado NÃO é remédio eficaz contra a inflação na economia brasileira porque grande parte dos preços não são afetados pela alta de juros. São os chamados preços administrados, que não flutuam por oferta e demanda, tais como energia, telecomunicações, água, gás, combustíveis, IPTU, tarifas de ônibus, grande áreas de produtos CARTELIZADOS como cimento, aço, alumínio, derivados de cobre. A alta de juros se abate então para uma parte da economia, não afeta nem preços e nem demanda sobre outra.

Os salários de funcionários públicos, alguns absurdamente altos, na USP há 1.792 que ganham acima do teto de 27.000, vários ganham entre 45 e 60 mil Reais por mês, em todo campo jurídico público os vencimentos são muito altos e imunes a crise, todos esses segmentos não são afetados por alta de juros que atinge, porém, a industria automobilística, a de eletrodomésticos, móveis e construção civil, EXATAMENTE os grandes setores do emprego.

O alvo maior do ajuste fiscal, segundo o próprio Ministro Levy, é manter o chamado grau de investimento para o Brasil, a nota que as agências de rating atribuem. É um alvo desproporcional ao sacrifício do ajuste. A importância dessa nota é muito menor hoje do que era há 25 anos. A faixa de investidores que se guia por esse rating é hoje muito pequena, basicamente fundos de pensão, que investem quase nada no Brasil.

A variável crescimento não é sequer pensada nem no longo prazo pelo Plano Levy, essa equipe econômica não tem interesse em crescimento como componente central da política econômica, tanto que não tem qualquer cuidado para evitar a recessão, parece que a desejam como arma contra a inflação. É uma política alucinada para um País com graves problemas sociais e imensas carências de infra estrutura, uma onda de desemprego em massa terá profundos efeitos políticos e sociais sobre uma economia ainda imatura como  a brasileira.

Assusta a qualquer analista a ausência de qualquer preocupação da equipe econômica com o emprego e o crescimento. O que menos o Brasil precisa hoje é de uma política monetarista ortodoxa, que está LONGE de ser um consenso mesmo entre os prêmios Nobel de economia. Nomes como Tobin, Solow, Mundell, Akerhof, Stiglitz, Krugman, Schiller, Modigliani, Haavelmo, têm visões bem mais sofisticadas sobre política econômica.

O antigo antagonismo entre a Escola Austríaca e os keynesianos deu lugar a uma ideia mais moderna de que é preciso fazer COMBINAÇÕES de políticas e não engessar toda a economia numa só direção doutrinária como um plano puramente monetarista cujo eixo é a taxa de juros e a restrição de crédito.

Essa COMBINAÇÃO de políticas econômicas só pode ser regida por cérebros muito flexíveis como um Delfim Neto que conhecem todas as escolas e teorias e sabem fazer o MIX. Não vejo nessa equipe esse brilho, parecem burocratas de nível bem médio a quem falta ousadia para relançar um PLANO DE CRESCIMENTO simultâneo com o Plano de Ajuste Fiscal que julgo necessário e até insuficiente, há mais o que cortar do que a equipe se propõe a cortar.

Gestos simbólicos são fundamentais, porque não cortar TODOS os jatinhos da FAB que levam Ministros? Isso não tem em nenhum País, quem aceita ser Ministro tem que morar em Brasília, se não quiser que fique na sua terra. E viajar para cá e para lá não é necessário, as viagens para “inaugurações” visam o capital político pessoal  do Ministro e não a eficiência de seu Ministerio, 95% dessas viagens são inúteis.

Nas Universidades Federais há milhares de servidores ganhando acima do teto, se só na USP tem quase 1.800, nas outras também tem pelos mesmos truques e muitos professores recebem sem trabalhar. O TCU acabe de fazer um levantamento da folha de servidores da União e encontrou milhares de adicionais indevidos, mães sem filhos ganhando auxilio-creche foi um dos caos mais comuns.

Enfim, que o Plano Levy necessário caminhe par a par com um Programa de crescimento baseado em investimentos em infraestrutura por parcerias, concessões e garantias publicas, é preciso imaginação e agressividade, dinamismo e liderança, JK fez Brasília em 5 anos, querendo se faz, o Brasil não pode se conformar com um plano monetarista puro, como se isso fosse a única coisa a fazer para um Pais já em recessão.

Redação

50 Comentários

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  1. A prova de fogo para Levy

    A prova de fogo para Levy está chegado agora com a desvalorização recente do dólar. Manter a taxa de juros alta com o dólar caindo vai ser mais que um simples tiro no pé. Será a reafirmação de nossa incapacidade de sair da armadilha posta com a abertura de capitais à lire movimentação financeira internacional.

    1. Boa Lembrança. É preciso recordar o passado para ver o presente

       

      BFCosta (sábado, 02/05/2015 às 11:50),

      Eu comecei a ler o texto de Motta Araujo e pensava em responder criticando-o de um modo que eu até reconhecia ser radical e que o seria chamar de profeta do caos. Depois percebi que a crítica dele estava bem construída e eu teria que ser mais cordato com ele e também mais atencioso na elaboração de minha crítica. Ai você me aparece com essa boa informação. Então eu aproveito para além de o elogiar tecer algumas considerações.

      Ali em 2008 quando comecei a frequentar blogs e neles comentar com mais frequência eu fazia referência a herança maldita de Fernando Henrique Cardoso e que consistia do Plano Real ter sido feito em ano eleitoral, para acabar com a inflação de uma vez e assim eleger um candidato a presidência da República e um candidato que não fora sequer presidente de um grêmio recreativo na juventude (Ele foi presidente de um Grêmio Recreativo em homenagem a Dom Pedro II constituído por ele e pela irmã dele). E mais a frente o Plano Real foi utilizado para aprovar a emenda da Reeleição e a própria reeleição de Fernando Henrique Cardoso.

      Eu lembrava dessa sequência porque foi em razão dela que nós tínhamos uma dívida elevada constituída basicamente de uma dívida de curto prazo que pressiona a inflação toda vez que o juro caía e um juro sempre elevado. Depois veio 1999 e com o já existente livre fluxo de moedas nós vimos ser introduzido o dólar flutuante e o regime de metas de inflação. Um país pobre com regime de metas de inflação, dólar flutuante, livre fluxo de moedas, dívida elevada e em grande parte de curto prazo e juro elevado é um castigo que nós não merecíamos. Com essa herança maldita, nós tivemos oportunidade de realizar a correção, quando o câmbio chegou a 2,4 e a economia parava no mundo todo arrefecendo a inflação. No entanto Lula preferiu a via do mercado interno que facilitava a eleição da Dilma Rousseff.

      Hoje quando se fala mal da política de Joaquim Levy, só se volta para o passado recente. Há exceções. O José Serra fala sobre a culpa de Lula na entrevista ao Valor Econômico e que Luis Nassif comentou no post “Serra, o camaleão desenvolvimentista” de quarta-feira, 29/04/2015 às 19:08, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/serra-o-camaleao-desenvolvimentista

      Eu já enviei dois comentários para junto do comentário de Alfredo Machado enviado quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40, mas apenas o primeiro apareceu e creio que no segundo comentário eu transcrevo o trecho da entrevista em que José Serra põe a culpa em Lula pelo problema fiscal atual que o Brasil enfrenta. Não deixo de ver culpa também em Lula, mas as verdadeiras responsabilidades iniciam em 1994 e depois em 1999.

      Agora é bom lembrar que para convivermos com um regime democrático, temos que aceitar que os líderes políticos coloquem sempre a inflação como inimigo número um. Em um mundo em que o ser humano é individualista e não solidário, combater a inflação que atinge a todo mundo traz muito mais dividendo eleitoral do que combater o desemprego que só atinge alguns. E apesar das críticas que eu faço ao Plano Real eu acredito que embora a um preço extremamente alto muito da manutenção da democracia no Brasil se deve a ele, além de que com ele tivemos Fernando Henrique Cardoso duas vezes, Lula duas vezes e Dilma Rousseff duas vezes e sem ele provavelmente Paulo Maluf e outros iguais já teriam alcançado a presidência da República.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 02/05/2015 (Em Pedra Azul)

      1. Juros, inflação, desemprego e câmbio não nos dão nem darão paz

         

        BFCosta (sábado, 02/05/2015 às 11:50),

        Eu não lembrei antes, mas faço o lembrete agora. Tudo que eu disse antes e digo desta vez entendimento de leigo e não de economista. Isso significa que pode ser que eu me expresse equivocadamente em relação a algum termo técnico, mas provavelmente não significa que eu esteja mais equivocado do que um bom economista.

        Três trechos me chamaram atenção no post de Motta Araujo e um em seu comentário. Transcrevo primeiro duas frases deste post “A desastrosa política monetária, por Motta Araujo” de sábado, 02/05/2015 às 11:16, que são importantes para entender porque eu mudei de opinião e optei por fazer um comentário não muito discordante do que diz Motta Araujo neste post.

        Antes lembro que a minha idiossincrasia inicial com o post se devia ao título dado. Imaginei que o post seria completamente destruidor da política econômica de Joaquim Levy e me preparei para fazer a crítica ao que eu imaginei se tratar de radicalismos de Motta Araujo.

        Motta Araujo, entretanto, constrói bem a critica que ele faz ao Joaquim Levy. Na frase a seguir ele mostra como o ajuste fiscal aumenta o desajuste fiscal. Diz o Motta Araujo:

        “Ao elevar a taxa Selic aumenta a despesa de juros da dívida pública e aprofunda a recessão pelo encarecimento do crédito, fazendo em consequência cair a arrecadação de impostos”.

        Enfim, um ajuste que pretende reduzir o déficit público tem como primeira consequência o aumento das despesas públicas e a redução das receitas, ou seja, traz como efeito imediato o aumento do déficit público.

        Eu não teria nada a recriminar na afirmação de Motta Araujo com a conclusão implícita que ele explicita na frase seguinte que transcrevo a seguir:

        “Faz assim o Tesouro AUMENTAR a despesa e CAIR a receita, tudo vai contra o ajuste fiscal. As duas ações, subir os juros e procurar equilibras as contas publicas brigam entre si, uma ação vai contra a outra”.

        Ocorre que esta não é a primeira vez que o ajuste fiscal é feito do jeito que Joaquim Levy está fazendo. Então eu me pergunto, será que não há algum mal entendido nas análises dessas relações? Então tento entender a lógica do ajuste fiscal que pressupõe ser feito para aumentar o crescimento e para combater a inflação. Para aumentar o crescimento será necessário redução do juro ou aumento dos gastos públicos. Para reduzir a inflação é necessário aumentar o juro ou reduzir os gastos públicos. Parece que a previsão em que se estrutura o ajuste é a seguinte. O aumento de juro como é inúmeras vezes alegado por Luis Nassif não reduz a demanda e, assim não afetaria a inflação. Só que a inflação mais alta reduz a demanda no longo prazo e vai ajudar a diminuir a proporção da dívida. Então pelo lado da inflação não há muito o que se queixar pelo aumento do juro. A inflação vai reduzir a proporcionalidade da dívida e vai mais à frente também reduzir a demanda e assim no final vai-se encontrar em uma situação melhor do que a anterior: as dívidas serão proporcionalmente menores e a demanda que causa inflação também será menor.

        Agora vamos ver pelo lado da despesa pública. Um fator importante para o crescimento do PIB é o multiplicador keynesiano. O aumento do juro vai aumentar a despesa pública e vai reduzir a receita, então o aumento do juro funciona como um multiplicador keynesiano e é tanto maior quanto maior for a dívida de curto prazo alimentada pela taxa de juro.

        Então para a realidade brasileira, o aumento do juro é o melhor dos mundos. Só não é o melhor dos mundos porque há outras variáveis em jogo. Antes de falar sobre outras variáveis vou transcrever um segundo trecho do post de Motta Araujo que me chamou bastante a atenção e que me fez reconsiderar sobre a crítica que eu pretendia fazer a ele.

        “Mais lógico seria perseguir o ajuste fiscal SEM AUMENTAR os juros, se aumentar um pouco a inflação esse resultado deve ser aceito temporariamente porque o desemprego em massa é pior que a inflação. O Brasil viveu longos períodos com inflação e bom nível de emprego, como os anos JK (os “anos dourados”), os anos do milagre econômico 66-73”.

        Bem, eu falei sobre a questão do caráter individualista do ser humano no meu comentário anterior, mas vou repetir o que eu disse usando uma parte do parágrafo do texto de Motta Araujo que transcrevi. Vou transcrever cortando os penduricalhos da frase dele:

        “se aumentar um pouco a inflação esse resultado deve ser aceito porque o desemprego é pior que a inflação”

        Seriam três os penduricalhos a serem retirados da frase de Motta Araujo: “um pouco”, “temporariamente” e “em massa”. Deixei “um pouco” porque já é muito ver uma frase assim em uma defesa implícita da primazia do emprego sobre a inflação e eu me dou satisfeito com “um pouco”. Além disso, não é ponto pacífico de que uma inflação muito alta é melhor para o combate ao desemprego do que uma inflação menor. Nesse sentido deixo a indicação do post “Inflation Targeting Reconsidered” de terça-feira, 13/05/2014 às 04:12 am no blog de Paul Krugman que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/05/13/inflation-targets-reconsidered/

        O post é só para Paul Krugman deixar o link para um artigo dele que ele apresentou na Conferência do Banco Central Europeu em Portugal em maio de 2014, intitulado “Inflation Targeting Reconsidered” e que pode ser encontrado no seguinte endereço:

        https://webspace.princeton.edu/users/pkrugman/pksintra.pdf

        Pois bem, parece que Paul Krugman defende uma inflação maior do que a proposta por Laurence M. Ball no texto “The Case for Four Percent Inflation”, mas talvez só um pouco maior, algo em torno de 6%, como Guido Mantega tentou implementar aqui no Brasil nos últimos quatro anos. O endereço do artigo “The Case for Four Percent Inflation” é:

        http://krieger2.jhu.edu/economics/wp-content/uploads/pdf/papers/wp607_ball.pdf

        De todo modo, para reforçar a frase de Motta Araujo, eu transcrevo a frase do ministro prócer da ditadura militar Antônio Delfim Netto e que saiu no artigo foi publicado no jornal Valor Econômico de terça-feira, 04/10/2011, de autoria dele e intitulado “Metas inflacionárias”. Este artigo foi publicado aqui no blog de Luis Nassif no post “As metas inflacionárias, por Delfim Netto” terça-feira, 04/10/2011 às 11:38 e pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/as-metas-inflacionarias-por-delfim-netto

        E a frase que eu considero que deveria estar no pórtico dos prédios de todos os Banco Centrais diz o seguinte:

        “A igualdade de oportunidade é objetivo fácil de ser enunciado, mas esconde enormes problemas conceituais e práticos. De qualquer forma, deve começar com a chance de todo cidadão ganhar a vida com o seu esforço. De todos os desperdícios de recursos naturais de uma sociedade, nenhum é mais injusto, mais prejudicial à integração social e à autoestima do cidadão, do que negar-lhe a oportunidade de viver honestamente e sustentar a família com o resultado de seu trabalho”.

        E o Motta Araujo não parou de me surpreender rebatendo todo o ímpeto que eu a partir do título deste post tive em querer refutá-lo. Assim é que mais a frente há um terceiro trecho do comentário dele que dá ao post um grande diferencial de qualidade. Afirma lá o Motta Araujo:

        “O alvo maior do ajuste fiscal, segundo o próprio Ministro Levy, é manter o chamado grau de investimento para o Brasil, a nota que as agências de rating atribuem. É um alvo desproporcional ao sacrifício do ajuste. A importância dessa nota é muito menor hoje do que era há 25 anos. A faixa de investidores que se guia por esse rating é hoje muito pequena, basicamente fundos de pensão, que investem quase nada no Brasil”.

        O Motta Araujo não é o primeiro a relegar ao segundo plano o grau de investimento, ainda assim é bom ver uma afirmação desse teor vinda de alguém com a representatividade que ele tem no meio empresarial e mesmo não sendo economista com a autoridade de grande conhecedor da economia brasileira que ele adquiriu em uma vida ao mesmo tempo cosmopolita e engajada na realidade brasileira.

        Logo no início do governo de Lula, Elio Gaspari, para desfazer um pouco do governo do torneiro mecânico mencionou um livro de, aquela época, publicação recente que considerava que o aumento do risco Brasil era benéfico ao Brasil. Não lembro o título do livro que era composto por textos de autores diversos da nossa academia e nem quem era o autor, que se não me engano era autora, da afirmação sobre o risco Brasil. De todo modo, poderei que aquela era uma avaliação de alguém com uma formação mais de esquerda e que talvez não valesse ser tomada como tendo validade suficiente para ser seguida ou servir de orientação na adoção das políticas públicas. Ainda assim, era opinião que eu também professava e sentida satisfeito que mesmo podendo ser opinião de radical de esquerda opinião assim podia ter o suporte da autoridade acadêmica.

        Bem, é isso, os três trechos que eu destaquei no post “A desastrosa política monetária, por Motta Araujo” são afirmações pouco frequentes no que se poderia chamar de mainstraem. As três juntas em um só post merecem até que se soltem foguetes. E trata-se de um post com a autoria de uma pessoa como Motta Araujo.

        E vou agora para a frase no seu comentário que eu queria dar um destaque especial e foi por causa dela que eu fiz o meu primeiro comentário. Vou dar destaque aqui a primeira parte da frase observando que no meu primeiro comentário eu dei destaque mais a ao final da frase. Você afirma:

        “Manter a taxa de juros alta com o dólar caindo vai ser mais que um simples tiro no pé. Será a reafirmação de nossa incapacidade de sair da armadilha posta com a abertura de capitais à livre movimentação financeira internacional”.

        Desde a crise de 2008, mas com a avaliação sendo feita a partir de 2010, eu tenho imaginado que se repetiria a partir de 2014, o que aconteceu no mundo após a crise dos Fundos de Pensão nos Estados Unidos em 1987. E o que aconteceu foram as crises cambiais no México em 1994, no Chile e no Brasil em 1995, sendo que no Chile ela foi de baixa intensidade e no Brasil ela foi adiada, nos Tigres Asiáticos em 1997 (E no Brasil também, mas foi adiada), na Rússia em 1998 (E no Brasil também, mas foi adiada), no Brasil em 1999, na Argentina em 2001 e no Brasil de novo em 2002. Então desde 2010 eu fiz manifestações em que dizia que em 2014 quando a recuperação da economia americana ficasse patente haveria uma valorização do dólar no mundo que produziria uma grande desvalorização do real.

        A desvalorização do real iria levar a economia brasileira a se direcionar no sentido de se ancorar no mercado exportador ao mesmo tempo que haveria mais impacto favorável ao crescimento pela presença do grande mercado interno que se formou no Brasil desde que o PT assumiu o governo e que não poderia ser mais atendido em parte pelo mercado externo em virtude da desvalorização do real. Assim o exportador brasileiro ganharia mais espaço para exportação além de receber mais por igual quantidade de mercadoria exportada e o produtor para consumo interno veria o rol de consumidores que ele atendia aumentar.

        Com essa percepção eu considerei muito acertada a mudança da equipe econômica embora eu fosse um dos poucos defensores do Guido Mantega aqui no blog de Luis Nassif. Com a valorização do dólar, o governo não podia mais utilizar os gastos públicos para alavancar o crescimento. E o Joaquim Levy parecia-me a pessoa mais adequada para assumir este cargo. Até porque a experiência dele no Rio de Janeiro o preparou para enfrentar a ala fluminense do PMDB que iria dar muita dor de cabeça à presidenta Dilma Rousseff.

        Pude expressar este entendimento no post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014, aqui no blog de Luis Nassif com texto de Fernando Nogueira da Costa aparecido no blog dele e no Brasil Debate. O link para o post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” é:

        https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-n-da-costa

        O que eu quero dizer aqui é que toda minha defesa da política econômica de Joaquim Levy parte do entendimento que o dólar deve ficar em um valor tal que possa assegurar um saldo na Balança Comercial em torno de 1 bilhão de dólares. Para que isso ocorra é preciso que o governo reduza os gastos correntes que significam demanda interna. É diferente do aumento do juro, pois esse aumento de juro vai capitalizar os grandes fundos de pensão que vão aplicar no desenvolvimento, mas isso vai acontecer de modo paulatino e não de imediato como representa os gastos que estão sendo cortados.

        Então se Joaquim Levy trabalhar contra a valorização do dólar, a política econômica dele será realmente ruim para o Brasil. O problema que a desvalorização do real é dependente da economia americana. O Guido Mantega fez todo o esforço para o real desvalorizar, mas ele não conseguia porque a economia americana não recuperava em quantidade suficiente para o Fed ter que aumentar o juro e com isso levar o dólar a sair das economias de periferia. É claro que se o câmbio fosse administrado e o governo tivesse feito uma desvalorização de uma vez no início do ano, e depois mantivesse a desvalorização acompanhando a inflação, estaríamos em melhor situação.

        Então se o dólar desvalorizar a política de Joaquim Levy será exatamente como você disse: um tiro no pé.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 02/05/2015

        1. Post interessante Clever

          Mas apesar da eloquente e bem formulada defesa do Motta e do Levy como macroeconomistas de escol, penso que gastate vela boa em defunto ruim.

          Sempre admiro sua paciência em aduzir dados e coletar informações em diversas fontes e compêndios, na verdade invejo esta sua capacidade, é um treino que talvez eu ainda vá me submeter, pois ajunta muito à discussão de assuntos mais complexos. Também a maneira cordial e elegante como diverge de idéias e proposições, és um gentleman nas discussões.

          Mas nesta aqui, sem levar em consideração o dinheiro que dá origem a moeda que utilizamos e seu controle não dá para ter como sério o artigo do Motta, mais ainda, olvida impostos e taxas subreptícias que inquinam de forma maliciosa e oculta toda e qualquer inciativa para reestabelecer vantagens para o povo e a nação brasileira neste jogo de perde e ganha que temos com os banqueiros, onde só perdemos na nossa história.

          Como no meu entender, quando autoridades ou pseudo autoridades se pronunciam de  maneira quase que jornalística sobre estas matérias macroeconômicas que influenciam e comandam a política monetária brasileira e não se predispõe a discutir o que está por trás, transformam-se imediatamente em agentes da banca, que com manobras diversionistas impedem o Brasil de travar o verdadeiro debate sobre o que comanda o poder e o dinheiro.

          Por isto nem me dei ao trabalho  de responder ao Motta, já sabia que ele não entraria no debate.

  2. Concordo que os altos valores

    Concordo que os altos valores ds Selic são uma medida que aumenta os gastos públicos sem efeito relevante sobre a inflação, até mesmo porque os juros para o consumidor são dez vezes mais altos do que a Selic.O spread é escandaloso.

    Vem depois a questão dos altos salários de servidores públicos. O governo de SP, há décadas, deu autonomia financeira à USP, Unicamp e Unesp. Essa autonomia foi exercida de maneira irresponsável e o sistema está falido. Alguns salários são altíssimos e além do mais há um passivo trabalhista impagável. Filha solteira de funcionário ou professor da USP recebe por toda a vida o salário integral do pai(mãe). Obviamente nenhuma herdeira jamais se casa. 

    Na Universidade Federal Rural do Pernambuco, todos os professores ganham 88% acima da tabela dos docentes das IES, na UFRJ e na UnB todos ganham 28% acima dessa tabela. Na UFC, grande número dos professores ganham 88% acima da tabela, como na UFRPe. Essa turma da UFC e dizem que também da UFRPe coleta uma vaquinha para custear advogados em Brasília no papel de sentinelas, com a função de detetar qualquer iniciativa de cortar o privilégio e, segundo os boatos difíceis de averiguar, molhar as mãos de algum promotor que decida questioná-lo. 

    Em qualquer setor do serviço público, a aberração salarial é pelo menos equivalente igual à das universidades públicas. 

    1. IES

      IES, por favor são o que?

      Se são Institutos superiores é órque as particulares, ao contrario da propaganda neoliberal pagam MAL. Se são estaduais, com exceção das estaduais paulistas, também pagam bem menos que as federais. Não é que os professores federais ganham a mais, muito, e esse bobagem toda,  os outros é que ganham POUCO.

      Quanto o senhor ganha? Mais ou menos do que um Adjunto de Universidade federal? O sr é doutor? Qual seu titulo?

      Se trabalha na área privada como executivo deve ganhar MUITO mais .

      Então o sr é SUPERHIPER maraja.

      Então corte de seu salario e baixe os preços de seu produto contribuindo para a baixa da inflação. Tá?

  3. O autor sabe a diferença

    O autor sabe a diferença entre universidade estadual e federal? Parece que não. A USP é estadual. Sobre os funcionários que ganham acima do teto nas federais, eu gostaria muito de ver a fonte. Uma simples consulta no Portal da Transparência mostra que o autor nada sabe sobre os vencimentos dos seus funcionários.

    1. E o prezado Rafael sabia que

      E o prezado Rafael sabia que para evitar a recessão deve haver um esforço conjunto entre todos os entes federados, haja vista o bom desempenho da economia estar no âmbito dos interesses federal, estadual e municipal? Sabia também que dos bilionários repasses constitucionais de IR e IPI da União para os estados e municípios uma boa parte deve ser destinada à educação e que nesse bolo um bom pedaço vai para pagar remunerações acima do teto e professores ociosos?
      Portanto, ainda que seja estadual, é sustentada direta e indiretamente também por recursos federais.

    2. Meu caro, eu sou macaco velho

      Meu caro, eu sou macaco velho em aparelho do Estado, vc não vai querer me ensinar, eu usei a USP como comparação, mas as federais de todo o Brasil tem mega marajás e nem são professores , na USP os supersalarios são de “”procuradores da Reitoria”” 60,55, 50 mil por mês, para que servem? Ninguem sabe. Uma federal famosa por super salarios é a do Ceará, mais de 200 ganham acima do teto, por “”decisões judiciais””.

      1. Não precisa ser macaco velho

        Não precisa ser macaco velho em aparelho de Estado para saber que o senhor está errado, basta entrar no Portal da Transparência e saber usar uma planilha eletrônica. Tome o dado mais recente disponível que é a remuneração dos servidores públicos em março de 2015. Existem QUATRO servidores em 789500 listados recebendo acima do teto sem o desconto do abate teto. Desses QUATRO, dois são professores universitários (nenhum da UFC, diga-se de passagem). Daí a dizer que nas “Universidades Federais há milhares de servidores ganhando acima do teto” há uma diferença absurda.

          1. “90% deles na Câmara e no Senado”

            “90% deles na Câmara e no Senado.” Estranho que tendo esse dado você ataque as Universidades; isso me leva a especular – e é só especulação – que o ataque direcionado tenha como itenção subliminar propor a privatização das Universidades como forma de promover um ajuste fiscal ‘mais do que suficiente’ e ainda alanvar o crescimento com ‘investimentos privados’ na compra e ‘reestruturação’ de Universidade Públicas.Afinal falar de privilégios do setor público exagerando e não mostrando dados para justificar uma privatização que iria supostamente alavancar o crescimento e resolver de uma vez por todas o ‘problema’ do défict fiscal foi o que ouvimos na década de 1990 no governo FHC. Ah, não to sugerindo privatizar a Camera e o Senado, não precisa, já são privatizados….

          2. Eu gostaria de agradecer ao

            Eu gostaria de agradecer ao senhor por apresentar sua fonte, inclusive com dados do Legislativo não mapeados pelo Portal da Transparência que usei. Agora, usando a informação apresentada pelo senhor, retrate-se e retire a declaração leviana que existem milhares de servidores nas Universidades Federais recebendo acima do teto. De acordo com o link apresentado, a imensa maioria dos servidores apontados estaria na Câmara ou no Senado (90% de 3.390 servidores) e não nas Universidades Federais. Os 10% restantes não se configuram como milhares nem na sua totalidade como servidores de Universidades. Além disso, a notícia não diz quantos dos servidores recebem os proventos sem o abate teto que reduz os vencimentos ao valor do teto, o que é absolutamente legal. Por fim, o link de 2013 não invalida os dados de 2015 do Portal da Transparência, no que tange aos funcionários civis do Executivo (caso dos servidores das Universidades Federais). Se tomarmos o Portal da Transparência, em março de 2015, são 314 servidores que recebem acima do teto e este valor é compatível com 10% dos 3390 servidores. Dos 314 servidores, 310 tem seus vencimentos reduzidos ao teto e apenas 4 recebem valores acima do teto sem o abate teto.

        1. É isso ai, rafael. Pura

          É isso ai, rafael. Pura ideologia  essa papagaiada toda sobre marajas. Sempre a mesma.

          Já disse em um comentario e repito: Não se fala um A sobre taxação de fortunas, do capital financeiro,pagamento de IPVA de lanchas e aviões. Então tá.

          Eu acho que ajustes deveram ter aí.

      2. Discutir a norma e não a excessão!

        Os dados estão no portal da transparencia: compile e faça um post e mostre quantos funcionários há nas universidades ganhando acima do teto, quantos professores há na universidade na mesma situação e quantos há em outros setores do serviço público (incluindo legislativo e judiciário). Depois compare e saia na sua caçada de marajás. Ai poderiamos ter uma conversa embasada em dados e não em argumentos de autoridade (“sou macaco velho, não venha me ensinar”).

        Também poderia usar esse argumento mas não tenho pensamento aristocrático para ficar arrotando mais sabedoria que os outros. Então, para quem quiser discutir com base em dados, aqui vão alguns para discutirmos a norma (ou seja a imensa maioria dos professores) em lugar das exceções escandalosas. Todos os dados se referem a remuneração bruta:

        A) um professor com doutorado e dedicação exclusiva que entre hoje na Universidade recebe de remuneração bruta 25% do teto do serviço público. A lei 12863 que regulamenta a carreira de professor universitário preve que os concursos serão abertos para doutor (10 anos de formação) e somente em casos excepcionais para mestre.

        B) Um aluno depois de 4 anos de formação por professores que para entrar na Universidade Pública precisou de 10 anos de formação e faz concuros para o IPEA, a CVM ou para especialista do BC entra na carreira ganhando 44,5% do teto do funcionalismo público; se fizer concurso para Delegado da Policia Federal ganha 49% no início de carreira. Não estou dizendo que essas carreiras são ‘marajás’, nem que seus salários devem ser cortados para satisfazer a sanha dos mercados. Só estou mostrando dados em lugar de arrotar autoridade.

        D) Um professor titular, topo da carreira de professor ganha 50% do teto do serviço público. Para isso é preciso 20 anos de carreira, ter passado por 11 avaliações de desempenho ao longo da carreira (que incluem ensino, pesquisa – produção acadêmica e atividades administrativas) e passar por mais uma com defesa de tese ou memorial. Um delegado da policia federal tem no topo da carreira 67,6% do teto do serviço público; o do IPEA ganha 63,4 %.
        Fonte dos dados:

        http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/servidor/publicacoes/tabela_de_remuneracao/tab_rem_15/tab_65_2015.pdf

        Não estou caçando marajás como você, mas acho que não se deve usar uma noticia de jornal para generalizar sobre uma das carreiras que mais exigem e que é comparativamente uma  das mais mau pagas do serviço público da ‘patria educadora'(??)….

  4.  
    André,
     
    Do blog do Paul

     

    André,

     

    Do blog do Paul Krugman, sobre o caso da Inglaterra. Lá também havia inflação alta e déficits orcamentários. No entanto, o BoE manteve a política monetária frouxa, e a inflação não disparou (era devida a fatos extraordinários, tanto lá, como cá), pelo contrário, caiu.

    Nós precisamos sair deste samba de uma nota só de que a inflação, se não combatida ferozmente, é um demônio indomável que estraga toda a economia.

    Pelo contrário, como disse o Krugman, em economias deprimidas, a inflação é aliada.

    O governo deveria ter continuado a AUMENTAR os déficits orçamentários e ter REDUZIDO as taxas de juros. É uma oportunidade única a que o Brasil vem perdendo. No mundo inteiro desenvolvido os bancos centrais tentam produzir inflação e não conseguem. Nós temos esta benção de ser uma país de inflação (quase) permanentemente alta e, assim como fazemos com tantas outras nossas riquezas naturais, fazemos mal uso dela.

    Austerity and British Inflation

    May 1, 2015 2:43 pm

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    Tony Yates responds to Simon Wren-Lewis with a sort-of kind-of defense of the turn to austerity in 2010; I want to weigh in briefly, then turn to a point he reminds me of.

    So, Yates first makes an argument that I agree with, that budget deficits can pose a problem even for countries that borrow in their own currencies if these countries also worry about inflation. Indeed. But that was never in dispute, at least on my end; the point was always limited to depressed economies where inflation would have been a benefit, not a cost.

    He then argues that Britain had to be especially careful because of its financial sector. I still don’t understand the logic here, and am waiting for an explanation.

    The interesting line, however, is Yates’s note that Britain had relatively high inflation in 2010-2011, which might have meant that the economy faced supply-side rather than demand-side problems, so contractionary policy might have been appropriate. My question is this: even if you accepted that argument, wasn’t that an argument for monetary rather than fiscal contraction? And if the BoE didn’t consider the evidence of overheating sufficient to justify pulling back on its quantitative easing, which had already tripled the size of its balance sheet, why should the Treasury have decided to tighten on its own?

    After all, the basic logic of the situation is that you should wait until monetary tightening — until the central bank is starting to move off the zero lower bound — before fiscal consolidation. That way you can trade off fiscal tightening for a slower pace of monetary tightening, and avoid deepening the slump. But in 2010-2011 the British central bank wasn’t ready to tighten in any case, so fiscal policy should have waited.

    And this brings me to my final point: the BoE was right.

    I wrote at the time:

    The story so far: Britain is currently experiencing relatively high headline inflation, more than 4 percent over the previous year. And so there are demands that the BoE tighten. Yet the bulk of the rise in inflation clearly represents temporary or one-time factors: a rise in value-added taxes as temporary breaks introduced during the recession expired, commodity prices, and the once-off effects of the fall in the value of the pound against the euro.

    Nonetheless, the inflation hawks demand a rate rise, arguing that despite the still very depressed state of the economy, inflation must be nipped in the bud or it will turn into stagflation, 70s-style.

    What we can hope for is that the BoE stays the course; and when inflation in the UK drops sharply, as it almost surely will, that will be an object lesson in the folly of always making policy as if it were 1979.

    And so it proved.

     

  5. Que saudade de Mantega!

    Quanto bateram forte no Mantega.

    Nunca gostei de juros altos. Sempre fui contra.

    Hoje, infelizmente, o governo Dilma está entregue nas mãos do PMDB e comandado por banqueiros.

    É uma pena. Votei nela duas vezes, principalmente por não ceder a juros tão elevados como agora, embora já estivessem ensaiando  esta toada.

    A verdade é que não soubemos votar no legislativo e Dilma está sem apoio para  impor  sua vontade política.

    Agora, só nos resta lamentar e pedir a Deus que îlumine o povo brasileira na próxima eleição.

    Até lá, embora não tenha sido ministro de excelência, Mantega está dando saudades.. 

     

  6. Meu caro Clever, agradeço seu

    Meu caro Clever, agradeço seu comentario, sempre rico em boas teses.  Não acho que a inflação neste momento deva ser uma meta à frente do emprego, a politica economica é sempre um “trade off” entre variaveis, hoje o emprego deve ser a variavel prioritaria, um sujeito empregado tem renda para comer, mesmo que pague mais caro, um desempregado não tem renda nenhuma mesmo que o supermercado esteja cheio de boas ofertas.

  7. Fatos e dados

    Basta a pessoa ter o mínimo, o mínimo discernimento para saber que o que Levy diz não se sustenta em pé. Não se escreve nem na areia.

    Apenas para ter noção: Levy fala e fala que quando o Brasil tiver um bom superávit, o crescimento vai voltar.

    É uma balela sem tamanho e completamente contrário aos fatos. Ele diz essa mentira, a repete, mas não demonstra estatiticamente, posto que se o tentasse fazer, seria desmentido pelos dados.

    Apenas para destacar o passado recente: o governo Dilma fez superávits primários consideráveis durante três anos e seis meses. Apenas no útilo semestre de seu governo a coisa degringolou.

    Ora, e por que o crescimento não veio, se havia superávit primário?

    Pergunta pro Levy.

    Torcer a gente torce, mas a verdade é que o governo Dilma é muito fraco, e Lula tê-la escolhido foi uma péssima opção.

    1. Que fatos e que dados? Não vi nenhuns.

      Todo o primeiro mandato de Lula teve superávits fiscais homéricos do setor público consolidado, de 4,25% do PIB. Esse montante era muito superior aos superávits havidos no segundo mandato do FHC. O primeiro mandato de Dilma teve superávits fiscais decrescentes, até chegar ao déficit de 2014. 

       

      Superávit fiscal não garante crescimento. Déficit, tampouco. O governo Lula teve um crescimento médio de mais de 4% ao ano e foi o governo que teve os maiores superávits primários da história, de 1985 para cá. 

       

      O que está acontecendo com o crescimento econômico, que foi sustentado a duras penas pela política econômica anticíclica do primeiro mandato de Dilma, é que o mundo está com um crescimento econômico pífio. A China, por exemplo, vai crescer abaixo de 7% ao ano em 2015, algo que não se via há pelo menos 30 anos. 

       

      Os EUA, em que pese ter gasto mais de US$ 4,2 trilhões nas três fases do seu afrouxamento quantitativo (quantitative easing), que durou até outubro do ano passado, não conseguem retomar um crescimento consistente. E olhe que a taxa de juros nos EUA está ininterruptamente no menor patamar da história, de 0,25% ao ano, desde dezembro de 2008. 

       

      A Europa se vê às voltas com a estagnação e a deflação, em que pese estar hoje também com a menor taxa de juros de todos os tempos, de irrisórios 0,05% ao ano. Tiveram inclusive que começar em março último um programa próprio de afrouxamento quantitativo, de aproximadamente 1,2 trilhão de euros (R$ 4 trilhões), que durará até setembro de 2016. 

       

      Se o problema fosse o superávit primário, então toda a Europa e os EUA deveriam estar crescendo a taxas robustíssimas, pois apresentam DÉFICIT primário imenso desde o Crash de 15 de setembro de 2008. Por essa mesma linha de raciocínio o Brasil deveria ter crescido vigorosamente em 2014, pois mandou às favas o superávit primário! 

       

      Se o problema fosse exclusivamente o da taxa de juros, mais uma vez seria forçoso acreditar que os EUA e a Europa, com taxas de juros próximas de 0%, há muito e muito tempo, deveriam estar crescendo vigorosamente, algo que nem de longe se verifica. 

       

      O que mais está impactando os países da América do Sul é a queda abrupta no valor das commodities, em especial o valor do petróleo, do ferro e da soja. No caso brasileiro há um outro ponto que é o esgotamento das finanças públicas, tensionadas ao limite para sustentar a política econômica anticíclica levada a cabo entre 2009 e 2014.

       

      Só para os bancos públicos a União injetou mais de R$ 400 bilhões entre 2009 e 2014!

       

      O governo Dilma fez tudo o que era possível para preservar os empregos e a renda das classes laborais em seu primeiro mandato, com políticas fiscais, creditícias e monetárias que garantiram a estabilidade do Brasil no meio do furacão da crise internacional. 

       

      Um dos pontos mais positivos, inclusive, foi o de desvalorizar o real frente ao dólar.

       

      Em janeiro de 2011 o dólar era cotado a apenas R$ 1,65. Atualmente está em R$ 3,01, o que é amplamente positivo para a indústria e só não teve reflexos mais positivos porque há uma brutal desaceleração na demanda internacional. 

  8. Vou sozinho como sempre na minha argumentação

    Primeiro, nem Levy, nem o Motta parecem entender nada de macroeconômia para valer, esta que está nas ruas, patrocinada pelos bancos e que esfola, empobrece e escraviza o povo e a Nação brasileira.

    Contra a burrice e a ignorância só me resta lamentar e mandá-los para a escola.

    Com relação às váriaveis que devem ser controladas para que o fluxo de dinheiro e a riqueza do Brasil desvie das mãos dos banqueiros e volte para o benefício do Brasil, as três preponderantes, elas são facilmente controláveis, desde que se use os instrumentos e ferramentas corretas para isto, como os banqueiros usam, quem não sabe ou não têm oportunidade de manobrá-los está fadado a uma luta inglória, pois o resultado nunca lhe será favorável. Dilma, se equipe competênte, capaz de enfrentar a Banca de igual para igual não irás reverter este quadro trágico nunca. 

    Repitir sempre as mesmas estratégias e táticas e esperar um resultado diferente é coisa de esquizofrênico.

    Quanto a estrátegia que roda no Brasil, com o aval do Levy, cumpre perfeitamente o papel para o qual foi designada, enfraquecer as defesas da Nação para espoliar com facilidade.

    Para mudar isto, só uma estratégia tridimensional, onde Astrologia, Geometria e Tarot, de forma integrada, harmonizada e equilibrada, reestabeleça condições de paridade nesta luta contra a banca e seus asseclas.

    1. Se nós NÃO ENTENDEMOS NADA DE

      Se nós NÃO ENTENDEMOS NADA DE MACROECONOMIA supõe-se que voce entende muito. Porque então não nos brinda com seu alto conhecimento expondo ARGUMENTOS consistentes contra o que foi aqui exposto?

      1. Conversa de butequim, Motta, o que você não entendeu?

        Esta ironia barata, tentando me desqualificar, deve funcionar com os patetas dos seus amigos, comigo não cola não.

        1. Da sutileza de onde se encontra o poder

          Sujeitos densos como o Motta e o Levy não irão entender isto nunca hehehehe….

          The Solfeggio Frequencies   

          UT – 396 Hz – Liberating Guilt and Fear  MP3
          RE – 417 Hz – Undoing Situations and Facilitating Change  MP3
          MI – 528 Hz – Transformation and Miracles  MP3
          FA – 639 Hz – Connecting/Relationships  MP3
          SOL – 741 Hz – Awakening Intuition  MP3
          LA – 852 Hz – Returning to Spiritual Order  MP3

           

           

          Article Excerpts:

           

          “Solfeggio frequencies were sound frequencies used in Gregorian chants one of which was the great hymn of St. John the Baptist. The special tones of the Solfeggio frequency were used to unite man with his maker. They did this by undoing all the conditions and conditioning that cause separation from source, be it physical, mental or spiritual.

          The Solfeggio frequencies were so effective that they undermined the power of the Vatican so they were conveniently “lost” and went into oblivion for a very long time.
          It was due to the inspired Dr Joseph Puleo that the Solfeggio frequencies were rediscovered. This is explained in the book “Healing codes for the Biological Apocalypse” by Dr Leonard Horowitz.

          Dr Joseph Puleo is a naturopathic physician and one of America’s leading herbalists, who began his research of the Solfeggio frequencies in the mid-1970’s. In his examination of the Bible he found in Genesis: Chapter 7, Verses 12-83, that there were a pattern of six repeating codes around a series of sacred numbers, 3, 6 and 9. When he deciphered these using the ancient Pythagorean method of reducing the verse numbers to their single digit integers, the codes revealed a series of six electromagnetic sound frequencies that correspond to the six missing tones of the ancient Solfeggio scale.

           

          When Dr. Joseph Puleo was researching the tones, he was directed to a Monsignor at a university in Spokane WA, who was head of the mediaeval department. Following a 20 minute conversation, the clergyman asked what he could assist Dr. Puleo with:
          “Can you decipher Mediaeval Latin?’
          ‘Absolutely!’
          ‘And you know the musical scale and everything?’
          ‘Absolutely!’
          ‘Well then, could you tell me what ‘UT – queant laxis’ means?’
          After a brief pause, the Monsignor quipped, ‘It’s none of your business’
          Then he hung up.”

          The Solfeggio frequencies contain the six pure tonal notes that were once used to make up the ancient musical scale, until, it has been presumed, they were altered by the Catholic Church and Pope Gregory I, (better known as “Gregory the Great”), who served from 590 to 604 AD. The Church claims that they have “lost” 152 of these amazing ancient Gregorian chants, but more than likely, they have been purposely locked away in the bowels of the Vatican archives. One of those sacred chants, however, known as, “The Hymn to St. John the Baptist,” has re-emerged. It has become known as the most inspirational hymn ever written and features all six Solfeggio notes.”
          FULL ARTICLE

           

           

          “Our modern day musical scale is slightly out of sync from the original Solfeggio frequencies and is, consequently, more dissonant as it is based upon what is termed the “Twelve-Tone Equal Temperament.” In ancient times, the musical scale was called “Just Intonation.” Our modern music also falls within the A 440 Hz frequency, which waschanged from A 417 Hz, around 1914.

          A 7th note was added to the modern scale in the form of a “SI,” or a “TI,” as in the “DO, RE, MI, FA, SO, LA, TI” vocal scale, while the original Solfeggio scale was composed of only six notes: “UT, RE, MI, FA, SO, LA.”
           

           

          “… an article was given to me that reported how biochemists are using the frequency 528Hz to repair human DNA. The article stated that it was a “C.” When I read that I thought, “All I would need to do is go to a piano or other instrument and play a “C” and then, in the DNA workshops we would be able to repair DNA.”

          Well, it wasn’t that simple, because I discovered that the regular “C” that we all know of in this culture (which is from the diatonic scale of do, re, mi, fa, so, la, ti, do) was not the 528 Hz frequency “C”, as described in the article. Instead, I discovered that a regular “C” vibrates to a frequency of only 512 Hz, and that the “C” of 528 Hz used in DNA repair had been a part of an ancient scale called the Solfeggio Scale. Moreover, the difference in the scales existed because of different tuning methods that were utilized in ancient times, vs. those in general use today.

          Consequently, since all music in our contemporary world (from commercials, to modern hymns and symphonies) has been composed utilizing the 12-Tone Equal Temperament Scale, they all have vibrational limits. As a result, vibrational frequency of the tones of modern music can create situations such as “boxed-in thinking,” stuffed and suppressed emotions; and fear-based ” lack” consciousness—all of which then tend to manifest into physical symptoms of “dis-ease.”

          FULL ARTICLE

           

           

          Images:

          Solfeggio Color Chart

          Solfeggio Yantra

           

          Online Documents:

          The Grand Solfeggio Information Packet

        2. Voce é quem me desqualificou,

          Voce é quem me desqualificou, leia o que vc escreveu, antes que eu respondesse a seu comentario, vc disse LITERALMENTE que eu não entendo nada de macroeconomia, então como é que vc diz que eu o desqualifiquei se é voce quem fez isso e não eu.

          1. Eu comentei sobre o seu artigo

            A menção a você a ao Levy vem implicita na conclusão lógica do escrito. No mais já até concordei com você hoje no post do Merval.

  9. não há nada de complicado em reduzir déficit e inflação

    Bastava um ajuste mais forte para conseguir.

    Não tenho como avaliar até que ponto isso é Levy ou isso é Copom. Historicamente Levy mais “fiscalista”, ou seja, abraça a tese de que não reduação do gasto público e aumento de impostos é capaz de deter a inflação (contrariamente a que advoga tradicionalmente o departamento de estudos do BC, que, salvo erro, publicou estudo no final de 2014 trazeno de volta a tese, que foi típica dos anos Meireles, no meu entender o pior presidente de BC que tivemos pós regime de metas).

    Não é inverossímil imaginar que Levy defendia peso no ajuste, e que perdeu boa parte dos seus argumentos simplesmente porque boa parte do congresso hoje simplesmente tenta detonar o governo a qualquer custo, salvo naquilo que comprometesse claramente a própria viabilidade política do opositor. Ou seja, para boa parte das lideranças do congresso inviabilizar o ajuste é um fim em si mesmo. 

    Não segue daí que temporariamente nao fosse necessário aumentar os juros. Dada nosso histórico de inflação elevada e de persistente memória inflacionária, a conjunção de desvalorização cambial e de choque no preço da energia só pode ser feito deixando o npivel de atividade temporariamente no chão. 

    O que certamente nao cabe muito é oferecer como meta da política econômica reduzir a relação dívida bruta/PIB. Seria bem mais sensato ter deixado esse objetivo de fora, inclusive porque nem de longe é um problema essencial do Brasil, nosso problema central é a conjunção inflação crescente com crescimento cadente. 

    É aí que a vaca vai pro brejo: a condição indispensável para o ajuste não ser uma coisa imbecil é que a competitividade esteja aumentando. Pode-se argumentar que o mercadso de trabalho aquecido com baixa taxa de investimento limita esse aumento, mas a apreciação cambial demente que Dilma herdou de Lula e não conseguiu resolver (por que a guerra cambial se aprofundou internacionalmente) é o problema central.  

    É nesse sentido que o ajuste que tem no Levy o nome central (mas pode ser que ele seja menos protagonista do que se imagina) está furando, não importa como o justifiquem e mesmo que o tenham confundido com uma busca per se da redução da dívida pública. A inflação não cedeu como devia, o câmbio ainda está longe de permitir uma redinamização das cadeias produtivas com alto poder de arrasto e o BC recai no ultra-dogmatismo (em parte porque também se comprometeu desnecessariamente com um prazo arbitrário para trazer a inflação para 4,5% a.a.).

    Tudo isso levanta dúvidas que poucos no blog, se é que alguém (talvez o Nassif), tem condições de avaliar adequadamente. Pra mim, o cheiro é do mais puro paloccismo, ou seja, de pura e simples rendição à banca (novamente, não importa que discurso se faça sobre a lógica do ajuste). Nessa situação (ou seja, dada essa diretriz) , a política econômica atual só funcionaria com uma melhora muito específica da economia mundial, que envolveria os EUA retomarem com aumento da pressão inflacionária na Ásia – por que nos anos palocci, o nível de câmbio relativo do Brasil era muito melhor e as expectativas internas favoráveis, condições que não existem e que não aparecerão endogenamente. 

     

  10. Estupro

    Essa política não merece análise técnica ou considerações acadêmicas. A sociedade que a aceita passivamente é que carece de análise psiquiátrica.

    1. Dê tanto obedecer, adquirimos o reflexo da sumissão

      Mas a concentração de renda continua aumentando em velocidade exponencial.

      1. Teoria da Conspiração

        Speaking of crisis…

        LFTAnyone openly proposing the Patriot Act on September 10, 2001, would have been denounced as a tyrant, a madman trying to implement a police state. But by the end of the next day, the American people not only tolerated it…they demanded it.

        But here’s something you may not know — the government had the Patriot Act ready to roll long before that fateful day. It was biding its time at the Justice Department for 20 years, waiting for the right moment. It would have meant political suicide for anyone proposing it. But on Sep. 12 it could have meant career suicide for anyone opposing it. No Sept. 11, no Patriot Act.

        For its architects, just like those of the New Deal, crisis meant opportunity. We the people cried for help, and the politicos already had the plan to provide it. The only price we paid was lost liberty. None of it would have been possible without crisis.

        19th century social critic Jacob Burkhardt warned about what he called “the domestication of individuality.” What a devastating, yet accurate phrase.

        And isn’t that what we’ve become in so many ways — domesticated? As the government has grown we, as individuals, have shrunk. Look, we’re called Laissez Faire Today. Our name says it all. Our sole purpose is to oppose “the domestication of individuality.” And we’re dedicated to helping you break the chains government tries to keep you in, to helping you stay free in an unfree world.

        So we’ll take a look at what you can do before the next crisis strikes, right after this break…

    2. Qual sociedade?

      Qual sociedade? A que foi para a rua no dia 15 de março e no dia 12 de abril? Essa certamente não quer aceitar nada. Quer, isto sim, aplicar um golpe de estado via impeachment ou via ditadura militar. 

       

      Hoje o Brasil tem taxa de desemprego de 6,2%. Ao final do governo Lula, em 2010, a taxa era de 6,7%. Ao final do governo de FHC, em 2002, era de 12,3%. Estamos mesmo num apocalipse tonitruante, como se apregoa aos quatro ventos?

       

      O superávit primário de 1,13% do PIB, que se pretende fazer em 2015, é o menor superávit do setor público consolidado existente nos 13 anos de governos do PT até aqui, com exceção do déficit de 2014. Será que é assim tão terrível ter essa meta de superávit primário de 1,13% do PIB? 

       

      Nos últimos 30 anos, desde a redemocratização em 1985, o Brasil registrou déficit primário em apenas 06 oportunidades. Foi nos anos de 1987, 1988, 1989, 1996, 1997 e 2014. É possível manter uma política de déficit primário, observando o histórico do Brasil na administração dessa contabilidade?

       

      O ajuste feito agora por Dilma é bem menor do que os ajustes feitos por FHC em 1999 e por Lula em 2003. Para se ter uma ideia, a taxa de juros da Selic estava em 32% ao ano em abril de 1999 e estava em 26,5% ao ano em abril de 2003 (exatamente o dobro do que é hoje). 

       

      De modo que eu gostaria de saber de vossa senhoria, em primeiro lugar, a que parte da sociedade tu te referes ao dizer que não se deveria aceitar o ajuste atual.

       

      E em segundo lugar, gostaria de saber se vossa senhoria não vivia no Brasil quando outros ajustes foram feitos, inclusive por Lula. 

  11. E …………………..

    Como não entendo a fundo de economia, faço apenas publicar minhas imprenssões de consumidor e brasileiro sofredor, nada mais !!!!

    Na minha visão, o combate a inflação, tem tudo a ver, com combate ao rentismo, que a custa de juros altíssimos para pagar a divida interna, e atrair capital especulativo, é unicamente usado para remunerar o  rentismo.

    Como o Brasil não tem poupança, precisa do capital especulativo para implementar seus investimentos e fica a mercê do tal superávit primário !!! 

    A oferta e demanda, pilares de qualquer economia, não mais vigora, pois as pressões da economia globalizada, usada politicamente, faz com que qualquer plano de estabilização não funcione, pois os mecanismo de controle do grand ecapital, elege e derruba governos hostis às politicas de bem estar das populações, além dos abutres e seus odiosos parceiros nacionais, que oportunistas da hora, fazem tudo para conseguirem seus propósitos.

    É isto aí, o resto e viver para ver !!!!!!!!!!!!!!!!

  12. Selvagem capitalismo

    Dr. Motta: Noves fora a qualidade literária dos seus textos, nestes parágrafos abaixo acredito que  o Dr. Levy lendo-os daria um sorriso irônico e nada diria. Ele vive num pais capitalista globalizado do século XXI.Ponto

    “Ao aprofundar a recessão pela alta de juros e concomitantemente corte de gastos, duas ações recessivas, provoca desemprego autoalimentado, os 10.000 empregos cortados a cada semana vão fazer cair mais o consumo e isso em sequência faz aumentar a recessão.

    Mais lógico seria perseguir o ajuste fiscal SEM AUMENTAR os juros, se  aumentar um pouco a inflação esse resultado deve ser aceito temporariamente porque o desemprego em massa é pior que a inflação. O Brasil viveu longos períodos com inflação e bom nível de emprego, como os anos JK (os “anos dourados”), os anos do milagre econômico 66-73.”   

  13. quem atira para todo lado pode acertar o alvo errado…

    Não vejo Mix de politica, mas uma proposta de politicas descoordenadas. Se é para fazer uma politica de crescimento que seja por politicas fiscais e monetárias coordenadas. A discussão é se as politicas coordenadas devem ser recessivas ou de crescimento. Um monetarista defedenderia politicas coordendas para diminuir a inflação, o que aumentaria o desemprego. Mas um keynesiano não concordaria com um ajuste fiscal de qualquer tamanho em uma recessão. Em uma recessão nascida no setor privado devido a desacelaração externa e do consumo privado, diminuição real de salários no setor público (“caçar marajás” é irrelevante para um ajuste fiscal ‘mais do que suficiente’) e das encomendas do setor público, diminuem a demanda do setor privado. E no Brasil o setor público tem grande importância na demanda agregada. A diminuição dos juros não teria efeito combinada com uma politica fiscal recessiva. Se a demanda está deprimida, ninguém vai querer se endividar; talvez queira se especular esperando a alta dos juros depois da baixa. Se investe porque se espera vender com lucros e se o setor externo, o público, e o privado retraem sua demanda, ninguém investe. Se as familias tomarem crédito para consumir – o que é muito improvável – teremos uma bolha de crescimento que vai estourar ainda pior na frente. Um mix de politicas não levaria a nada em termos de crescimento com ajuste fiscal ‘mais do que suficiente’ no início de uma recessão. Minha opinião? nem keynesianos nem monetaristas dão jeito nisso. Estão tentando desde de 2008 no resto do mundo com resultados pifios no melhor dos casos. Acho – com horror – que estamos entrando em uma estagnação secular da economia mundial. Ciclos não ocorrem de forma sincronizada no mundo todo. Mas a nossa vez de cair no buraco, infelizmente, chegou. Solução coordenada só no nivel mundial. Mas essa a gente sabe pela história, se vier como vêm e o quanto custa….

     

  14. Economia x desemprego

    A grande questão é que para o Motta, o aumento do desemprego seria um problema para o país, algo óbvio pois aumentaria a insatisfação e a insegurança de várias famílias, no entanto, os economistas não pensão assim.

    Para eles, o baixo nível de desemprego tem afetado o crescimento economico pela constante pressão no aumento dos salários como aumento do custo de produção, o que é uma falácia se compararmos o valor médio do custo da mão de obrão no Brasil com o custo nos paises centrais.

    O artigo abaixo publicado no estadão é uma síntese deste pensamento ultro ortodóximo da economia:

    http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-enigma-do-desemprego-baixo-no-brasil-imp-,832408

     

  15. Vamos aos fatos:
     
    1) quase

    Vamos aos fatos:

     

    1) quase todo mundo que votou em Aécio queria que fosse Levy e, portanto, na próxima eleição deve votar no petismo porque esse atende melhor o queelke queria do PSDB 

    2) O papel maior da Dilma agora é moistrar ao povo nível desgraçdo até maior do que já fomos nos tempos de FHC para que Lula ganhe de lavada em 2018

  16. Roda roda e o mesmo do mesmo

    O antigo antagonismo entre a Escola Austríaca e os keynesianos deu lugar a uma ideia mais moderna de que é preciso fazer COMBINAÇÕES de políticas e não engessar toda a economia numa só direção doutrinária como um plano puramente monetarista cujo eixo é a taxa de juros e a restrição de crédito.

    Em outras palavras COMBINAÇÕES DE POLITICAS E CONEXÕES DENTRE AS DIVERSAS AREAS DO ORGANISMO ECONOMICO SÃO A MESMA COISA, inflação, estagnação, desemprego saõ as consequências de uma administração inapta e mais absurdo ainda é tentar arrumar com o desarrumado  usando o remédio cujo efeito colateral é mais prejudicial do que o efeito do próprio remédio. A harmonia das combinações politicas e conexões entre as áreas do setor produtivo são vitais para qualquer sucesso economico e planejamento de prosperidade. Todas as áreas do espectro econômico de uma nação, tem que estar devidamente conectadas, senão a prosperidade sera artificial e de curto prazo, as bolhas serão uma indesejada realidade, proporcionando somente voos curtos de galinhas e vantagens para grupos e minorias que se locupletam parasiticamente da força produtiva.

    Quem adiciona coerencia à macroeconomia do desenvolvimento é correlação de forças da sociedade em cada época. Isto nem de longe existe no Brasil, as conexões que deveriam unir as diversas áreas do mundo produtivo financeiro e econômico não existem, o Brasil esta acéfalo. 

  17. Excelente artigo

    Concordo plenamente, com este artigo. Sr. Motta, continua um dos melhores escritores do blog, e deste país, no referente a economia. Uma pena que Dilma não vai escutar.

  18. Laura

    Eu tenho claro que ao índice de formação de preços mais caro no Brasil são os juros. Até porque todo e qualquer preço o tem embutido. Então elevar juros é um TIRO NO PÉ. Simples assim.

    1. O artigo “Ressuscitado o efeito Patman?” não te deixa sozinha

       

      Laura (domingo, 03/05/2015 às 06:24),

      Não sou economista, mas fiz um bom curso com as leituras que realizo há muito tempo dos artigos de Antonio Delfim Netto, primeiramente na Folha de S. Paulo e atualmente também no Valor Econômico. Deixo a dica do artigo “Ressuscitado o efeito Patman?” de autoria dele publicado em 29/03/2005 no Valor Econômico e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/450929/noticia.htm?sequence=1

      Eu ainda me fio na conclusão transcrita a seguir que Steves Seelig apresentou no artigo “Rising Interest Rates and Cost Push Inflation” e que está lá no artigo de Antonio Delfim Netto:

      “os insignificantes resultados econômicos e estatísticos dessa análise não suportam a hipótese que um aumento da taxa de juros leva a um aumento dos preços via a precificação por mark-up”

      O artigo de Steve Seelig é de 1974. No texto Antonio Delfim Netto faz referência a dois artigo naquela época mais recentes e que confirmavam a sua assertiva. Trata-se dos artigos “The Cost Channel of Monetary” de autoria de M. J. Barth III e de V. A. Ramey e “Is Ther a Cost Channel on Monetary Policy Transmission?” de autoria de E. Gaiotti e A. Secchi.

      Enfim você não está sozinha nessa alegação e está em boa companhia acadêmica. Alias o próprio Antonio Delfim Netto faz o artigo para defender que se deve ter a preocupação com o custo quando se aumenta o juros. Ainda assim, não penso que este custo seja relevante. Agora seria necessário fazer uma pesquisa em épocas diferentes para ver como realmente a taxa de juros afeta os custos das empresas no Brasil. Vai depender muito do grau de endividamento das empresas, dos contratos que a empresa tem com sua fonte de financiamento e empréstimos, mas como eu disse acima deve representar pouco valor no custo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 03/05/2015

  19. cortar servidores

    E la vem o articulista falando para “cortar” de supostos marajas. Isso é ridiculo. Não fala uma palavra em imposto sobre fortunas, taxar capital financeiro. Vamos falar serio.

    1. O Imposto sobre Grandes Fortunas não vem antes de 2020

       

      Laura (domingo, 03/05/2015 às 09:34),

      Sou a favor do imposto sobre grandes fortunas, mas não ponho expectativas nele para resolver o problema do déficit público brasileiro.

      Desde a introdução do Imposto sobre Grandes Fortunas no arcabouço jurídico brasileiro com a Constituição de 1988, eu alego que este imposto é colocado como prioridade pelos ingênuos (entre os eleitores e há alguns políticos também) e demagogos (entre os políticos). E fundamento isso afirmando o seguinte: este imposto nunca vai ser instituído, se instituído nunca vai ser cobrado, se cobrado nunca vai ser pago, se pago o valor será pequeno, se alto o imposto será repassado, se não for repassado o dono da grande fortuna vai fugir com ela.

      É claro que não se vai chegar ao ponto do dono da grande fortuna fugir com ela embora ele possa distribui-la entre laranjas de modo a não se ter mais a grande fortuna. O que eu quero dizer é que o Imposto sobre Grandes Fortunas é uma política de longo prazo enquanto o ajuste fiscal é de natureza imediata.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 03/05/2015 (Em Pedra Azul)

      1. GRANDES FORTUNAS NÃO ESTÁ EXPRESSA SOMENTE EM REAIS

        Parece que ao se falar a respeito de grandes fortunas estaríamos nos referindo a uma nação inteira ou uma corporação. Aqui estamos falando de PESSOAS FÍSICAS que detém grandes fortunas e que se encontrm “dentro” do grande território nacional; ou seja, daqui é que retiram meios e subsídios para se tornarem imensamene ricos e não pagar impostos a nação brasileira é im DISPARATE !!!

  20. Juros visa expectativas

    não controle de preços atuais. Enquanto o governo não tem credibilidade e não põe coisa melhor no lugar, os juros regem as expectativas, mostrando aos remarcadores de preços qual nível de inflação futura o governo aceita. Só isso.

  21. “O Plano Levy persegue duas

    “O Plano Levy persegue duas variáveis, o ajuste fiscal e a inflação. A proposta é complicada. Ao subir a taxa básica de juros visando controlar a inflação prejudica o ajuste fiscal, sem necessariamente conseguir baixar a inflação.”

    Acho a hipotese verdadeira mas um pouco simplificada(não que concorde com ela):

    1)No primeiro momento Levy visou equilibrar os preços controlados, reduzindo o buraco nas contas públicas (Ex: Dívida Pública Lula II= 1,7 tri, Dilma I =2,3 tri –> +35%, )

    – Gasolina , Energia, ..

    – Liberação do dólar (fim dos swaps, leilões,…)  (+ 30% de valorização dez 14/abr15 – visando redução do déficit das contas externas, aumentar a competitividade)

     

    2)Aumento da taxa de juros para controlar a inflação gerada por (1) (….além da inflação já existente em 2014, que não era baixa=7,14%) 

    Eu acho que é uma paulada para reduzir a inflação “inercial”, mas que depois do arranjo das contas  públicas, as taxas cairão (rezo muito)

    3)Redução de gastos

    – Elimina distorções sociais (distorções ?) =MP664 e MP665

    – Redução dos gastos das empresas públicas (BNDES, BB, Caixa) – diminuição dos valores de crédito/aumento dos juros

    – ainda aguardo – Corte de gastos públicos (custeio)

    Se tudo der certo, retorna o investimento e o crescimento

    Senão 4 anos de choro

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