A estratégia para a indústria de defesa nacional

O acordo com a SAAB-Scania para a venda dos caças Gripen NG ao Brasil é apenas uma das peças no fortalecimento da indústria de defesa nacional.

O Ministro da Defesa Celso Amorim trabalho no Ministério de Ciências e Tecnologia nos anos 80, assim que foi criado. E sabe que para ter algum desenvolvimento tecnológico há a necessidade de envolver Estado, academia e empresas.

É a ideia que está por trás da política de defesa do país.

A consolidação da nova estrutura passa por iniciativas legislativas, pelo poder de compra do Estado e pela consolidação da pesquisa e da inovação.

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Há um conjunto de grandes projetos demandando parcerias internacionais. É o caso dos caças, dos submarinos e dos lançadores de satélites.

Para os satélites, foi constituída a empresa Visiona Tecnologia Espacial, com 51% da Embraer e 49% da Telebras. Seria importante não deixar de lado a importante contribuição e acervos tecnológicos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Para os submarinos, foi montado o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).

Há um programa juntando a Embraer e a Avibras para o desenvolvimento de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado).

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Paralelamente, estão sendo criados instrumentos legais para fortalecer a cadeia produtiva da defesa.

No campo legislativo, recentemente foi assinada uma Medida Provisória, depois Lei 2012, regulamentando o conceito de empresa estratégica de defesa e produto estratégico de defesa – englobando produtos e serviços.

Há três semanas foram emitidas as primeiras certificações.

Esse conceito será utilizado para a aquisição de produtos e para isenção tributária, equalizando a produção brasileira com a importada. Hoje em dia, o produto brasileiro é mais tributado que o importado.

Essa certificação tem se feito em parceria com o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e o MDIC  (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). O desafio atual é definir formas de impedir a aquisição de empresas incentivadas por concorrentes estrangeiros.

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Simultaneamente foi lançado o programa Inova Defesa, no âmbito do Inova Empresa – uma articulação ampla para financiar a inovação, comandada pelo MCTI e pela Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas)

Um grande número de empresas se habilitou ao programa, muitas na área de defesa cibernética, criptografia e outros temas ligados à segurança internética. “A participação da Defesa não é tímida, estamos trabalhando firmemente no nosso Centro de Defesa Cibernética, em contato estreito com o MCTI”, diz Amorim.

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Os institutos militares também estão sendo estimulados, diz Amorim. O ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) irá dobrar o número de alunos e professores e houve considerável reforço no CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica). O histórico IME (Instituto Militar de Engenharia) está sendo preparado para futura transferência para o Centro Tecnológico do Exército em Guaratiba.

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Os próximos passos, agora, são o detalhamento do acordo com a SAAB-Scania. A Embraer está aguardando ser chamada para as discussões, assim como os demais órgãos e empresas envolvidos.

Por enquanto, a empresa nada fala, nada diz. Pelo andar da carruagem, caminha para trilhar caminhos inéditos tanto na área de defesa quanto espacial.

Luis Nassif

50 Comentários

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  1. “Há um programa juntando a

    “Há um programa juntando a Embraer e a Avibras para o desenvolvimento de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado)”:

    Se nao me engano ja apareceram videos aqui no blog de dois VANTs brasileiros.  O que aconteceu?!

  2. Planejamento de curto, médio e longo prazo.

    O artigo toca na grande diferença entre as propostas dos governos do PT e do PSDB.

    Enquanto o PSDB prefere cuidar da exploração dos nossos recursos naturais para o mercado externo e comprar produtos mais sofisticados (neoliberalismo periférico) o PT procura avançar neste segmento, mas, procurando o aprendizado e desenvolvimento de tecnologia avançada e diversificada  para impulsionar a nossa indústria.

    Para isso, como bem diz o artigo, é imprescindível a presença do Estado (no Estado mínimo pretendido pelo PSDB e seu neoliberalismo é impossível). Diz Nassif:  “(…)para ter algum desenvolvimento tecnológico há a necessidade de envolver Estado, academia e empresas.”

    1. Gostaria muito de saber como

      Gostaria muito de saber como o PSDB falaria de Forças Armadas sem envolver o Estado? Vc conseguiria dar um exemplo? Forças Armadas privatizadas?

      1. Não precisa perguntar aos

        Não precisa perguntar aos tucanos. Pergunte aos militares dos tempos do FHC sobre o sucateamento das Forças Armadas. Isso tem a ver com política de Estado.

  3. A estratégia para a industria militar…

    Deve ser o de parar de iniciar projetos que serão futuramente parados.

    No Brasil o risco de projetos a longo prazo é alto, haja vista que é só mudar o Presidente da República que muda todo o projeto de estado.

    Que país vai arriscar algum dinheiro num sistema político deste?

      1. É uma opção!

        Para países que os governantes são de “cabeça pequena” como a de vários comentaristas deste blog.

        Só para lembrar o PT, continuou e turbinou, vários projetos do PSDB.

        Mas o PSDB vai continuar com os projetos do PT? 

        Tenho certeza que não.

    1. Depende de nós.

      Isso depende (também) de você: não deixar que estes governos destrutivos assumam.

      Será que vc assume a sua parte?

      —-

      “Que país vai arriscar algum dinheiro num sistema político deste?

      Que tipo de pergunta é essa? Estamos à venda ou alugando?

  4. Imagina…
    No programa Entre

    Imagina…

    No programa Entre Aspas de ontem a jornalista e dois “especialistas” deram destaque ao passo errado que a presidente deu ofendendo duas vezes seguidas os Estados Unidos: a primeira por ter cancelado uma viagem diplomática após o escandalo da espionagem e agora deixando de comprar os’ excelentes” aviões da Boeing, que poderiam ser comprados “até por um preço inferior”  ao anunciado. É muita ofensa e o Brasil está encrencado, segundo eles, em suas relações internacionais ofendendo de uma só vez dois paises importantes como Estados Unidos e França.

    Já o Brasil não tem importância nenhuma. Esse jornalismo vira-lata…

  5. Um lado burlesco na compra desses aviões

     

    Após ler “A escolha do gripen ng é um erro histórico” postado aqui 24hs atrás, e também essa defesa enfática da sua compra feita pelo Nassif,  achei de dizer que, nessa área, o Brasil tem um pendor ou atração por coisas obsoletas e/ou de eficácia duvidosa, como foi a aquisição que fez à uma das potências do Eixo do Porta-Aviões Minas Gerais (sobrevivente meio avariado da 2a Guerra Mundial), com a missão de defender os nossos limites marítimos!

    A propósito, desejaria saber que fim levou essa belonave, onde se acha ancorado pois, se não me falha a memória, parece que na Guerra das Malvinas chegou-se a aventar o seu uso contra a frota inglesa comandada por sua alteza real britânica em um gesto de extrema solidariedade aos nossos ermanos argentinos.

    Também, com relação ao outro post de ontem, “O relato de quem pilotou um caça Gripen NG” foi sem dúvida uma crônica bem humorada da experiência de alguém sem nada a ver com tudo isso que viveu a aventura de estar na cabine de um protótipo da máquina e do seu simulador de vôo, algo semelhante a uma viagem à Constelação do Orion em um planetário.

    É isso aí, gente, porque nóis é nóis e pronto!

     

    1. O Minas Gerais pertencia à

      O Minas Gerais pertencia à Inglaterra, e não a uma potência do Eixo.

      Foi vendido como sucata e desmontado em Alang, Índia (local que parece cenário de filmes do tipo Mad Max)

    2. Um analfa em história

      O porta aviões Minas Gerais, era um porta aviões leve britânico da classe Colossus, adquirido pelo Brasil em 1956 e desativado em 2001, após 41 anos de bons serviços. Errado foi a escolha da marinha, no governo FHC de adquirir o complicado porta aviões francês FOCH rebatizado São Paulo, e engraçado, vive o estaleiro, por problemas de turbina e outros defeitos. Sua historinha de ser oferecido aos Argentinosé de chorar. Os argentinos possuíam sua propria versão do Minas Gerais, o 25 de Maio, que depois do torpedeamento do cruzador Belgrano em águas fora do limite de exclusão imposto pela Inglaterra nas Malvinas, recolheu todos seus navios por causa dos submarinos nucleares britânicos, indetectáveis naquela época pela Armada Argentina

      1. Ô Ulisses, deixa o cara em

        Ô Ulisses, deixa o cara em paz!

        Cê não vê que ele sabe muito mais história que você? Agora mesmo ele me fez aprender que a Inglaterra era parte do Eixo, coisa que eu jamais poderia saber sozinho…

        De quebra, vamos lembrar o velho Juca Chaves:

        Brasil já vai a guerra, comprou um porta-avioes
        um viva pra inglaterra de oitenta e dois bilhões
        ahhhh! mas que ladrões

         

         

      2. Acompanhei o noticiário sobre

        Acompanhei o noticiário sobre a Guerra das Malvinas ao vivo, quando a guerra aconteceu e garanto que NUNCA foi comentado absolutamente NADA sobre usar o porta-aviões Minas Gerais para luat ao lado de quem quer que fosse nessa guerra.

        Ao contrário, o goveno de então (do inenarrável General Figueiredo) tomou o maior cuidado para não se envolver nessa guerra, muito menos em dar uma “mãozinha” para os argentinos.

        Ou foi alucinação sua ou mentiram para você.

        1. P-95

            A unica contribuição brasileira a Argentina durante o conflito das Malvinas, foi o ofrnecimento de 2 (dois) aviões de esclarecimento maritimo, modelo P-95 ( EMB-111) “Bandeirulha”, desarmados, que após o conflito foram devolvidos a Embraer e “descarregados”. ( as longarinas das asas tinham ido pro saco, devido as manobras argentinas ralizadas em condição de guerra)

             Estes aviões ficaram baseados em Rio Gallegos, em uma unidade comandada pelo Cel. Otero.

            Quanto ao “Minas Gerais”, em 1982, durante o conflito, ele ficou placidamente estacionado no Rio de Janeiro, estva em petição de miséria (motores, catapultas, radares desligados), tanto que foi para manutenção geral no mesmo ano.

  6. Se esses programas derem

    Se esses programas derem certo, serão o maior legado deste governo às futuras gerações, ao lado da inclusão social.

    Assim se faz uma nação.

    1. O programa de submarinos já

      O programa de submarinos já era ativo no início dos anos 80, quando estudei na USP. Diversos outros também se iniciaram bem antes ‘deste governo’. O projeto é da nação, e não de um ou outro governo.

       

      Martin.

      1. Mas existem governos mais

        Mas existem governos mais alinhados com esse projeto e outros menos linhados, governos mais competentes e menos competentes. Na verdade pode-se nalisar o comportamento e a capacidade deste ou aquele governo diante do projeto da Nação. Existem inclusive governos entregusitas que vão contra esse projeto de nação por estabelecer uma prática submissa diante dos países do chamado “primeiro mundo”.

      2. Qui nem qui o Bolsa Família, né?

        Primeiro: O programa que já existia era voltado a subs convencionais.

        Segundo: Tipico dos governos de fachada (que dizem uma coisa e fazem outra), mantendo a “conta aberta” mas não colocando dinheiro nela.

        E ao contrário, ainda destroem polticas de estado de décadas em um governo.

        E (ainda) tem quem entre nesta pantomima.

        1. De Souza, desculpe, mas o

          De Souza, desculpe, mas o programa era, essencialmente, o mesmo, e vinha do governo Geisel. Compramos Oberons ingleses porque eles podiam ser “adaptados” para uso de propulsão nuclear. O Arsenal de Marinha, no Rio, foi preparado para a construção dos submarinos convencionais e depois os nucleares, mas tudo naufragou na primeira ida ao FMI, em 1980.

          1. Nukes Nulos

            Godinho, seu comentário é melhor e mais correto que o meu, mas mantém o espírito:

            O programa começaria por subs convencionais avançados (furtividade, silêncio, armamento, etc.).

            Depois viriam os nukes (naquele tempo até a bomba estava nos planos), cuja vantagem básica é a autonomia (em tudo), certo?  

            Mas não prosperou, ficou na “lista” da agenda. 

            E não seriam os Fernandos que iriam tocar estes projetos adiante, né?

            A Austrália e se não me engano, a Suécia ou Noruega têm uma excelente flotilha de convencionais, silenciosos, furtivos e bem armados.

            Como são para defesa e não para “controlar o mundo”, os nucleares não são assim tão necessários.

            Hoje aqui já se fala aqui em nucleares, porque nossa plataforma continental é imensa. Ou muitos convencionais (acho até mais eficaz) ou alguns nucleares.

            Enfim, nos subs, entendo como o primeiro FX, agora revitalizado e efetivado no FX2.

            Abs

      3. Ah!, a História…

        No início do governo Geisel foi decido que o país iria buscar autonomia no campo de armamentos. Ao longo daquele governo foram revitalizadas a fábrica de munições do Exército, os estaleiros da Marinha na Ilha das Cobras, criadas a Embraer, a Imbel e a Engesa. Havia um programa para aviação, que resultou em um caça leve, de ataque ao solo, o AMX. Um programa para blindados, que rendeu o Urutu e o Cascavel, além de um blindado médio que não teve encomendas suficientes. Havia um programa de artilharia missilística, que rendeu o Astros I, um sistema de foguetes de saturação bastante bom para a época. A Marinha montou um grande programa com os ingleses, comprando duas e construindo três fragatas, comprando submarinos da classe Oberon – confesso que  não lembro se chegaram a construir algum, mas acho que sim. Esses submarinos foram escolhidos porque sua estrutura geral permitia a conversão do projeto para propulsão nuclear, cujo reator a força naval começou a desenvolver, assim como todo o ciclo de enriquecimento, depois que o processo alemão por jato centrifugo se mostrou ineficiente e eles roeram a corda, sob intensa pressão americana. E havia um programa secreto para obter uma arma nuclear, assim como um foguete lançador.

        Tudo isso prova que você tem razão: esses não são programas de governos, mas de Estado. Todavia há um erro em seu entendimento! Estados são conduzidos por governos. E quando governos tíbios e submissos a potências estrangeiras e seus sátrapas disfarçados de FMIs, Bancos Mundiais, OMCs, e verdes ONGs, quando esses governos sucumbem ante seu inexorável viralatismo, nada fica de pé. Nem mesmo os compromissos do Estado frente a Nação. E foi o viralatismo que avassalou nossos governos desde Figueiredo até FHC que nos levou a estarmos agora comemorando uma compra que talvez, e apenas talvez, ajude a tapar a enorme brecha que se abriu entre nossas possibilidades tecnológicas daquele primeiro momento e o agora (apenas para ilustrar, o Cascavel era considerado um dos três melhores blindados leves do mundo no início dos anos 1980).

        E um adendo de história pessoal: em novembro de 1980 eu – e mais 4500 outros cidadãos – fomos contratados pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, operador dos estaleiros da Ilha das Cobras, para trabalharmos no projeto do submarino atômico. Um ano depois, sob pressão do FMI e dos EUA (cujas leis determinam ao governo vetar qualquer operação do Fundo com países que, entre mais de uma centena de outros itens, tenham programas militares que envolvam energia ou armas nucleares), fomos todos demitidos e o projeto adiado por quase trinta anos…

        1. Oberon

            Os 3 (três) Oberons vieram completos da Inglaterra nos anos 70 (final), e foram recolhidos no principio dos anos 80, ao AMRJ, para a substituição do sistema de tiro e dos tubos de torpedos, para que utilizassem o sistema da Vickers ( veio turn-key) da Inglaterra, e poderm disparar aquelas porcarias malucas chamadas Tigerfish MK1.

             O primeiro submarino moderno construido no AMRJ foi o Timbira, um modelo da HDW/IKL 209/1400, lançado em 1996, um dos 4 referentes ao contrato “alemão”, que realmente previa e tinha a capacidade para a instalação de um pequeno reator nuclear.

        2. Nota 10!

          Godinho

          Sabe que vive e nao quem aprende por osmose! 

          Vamos em frente: O desenvolvimento do reator naval.

          Mais em frente Godinho:

          -“Estranha notícia. Brasil e Estados Unidos tiveram no passado um acordo militar, entre 1952 e 1977, quando foi denunciado pelo general-presidente Ernesto Geisel, no quadro de escaramuças diplomáticas entre a ditadura militar brasileira e os Estados Unidos, quando o Brasil optou por construir usinas nucleares em parceria com a Alemanha.

          Ao longo das últimas três décadas, principalmente os anos 1980 e 1990, os Estados Unidos exerceram descabidas pressões sobre o Brasil para desativar sua defesa e se abrigar sob a “proteção” da grande potência no quadro de sua política de segurança hemisférica. Pressões ainda maiores e mais intoleráveis foram e são exercidas para que o Brasil adira ao protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares e renuncie ao domínio da tecnologia nuclear.”

          do artigo Sábado, 21 de Dezembro, 2013  :

          Acordo militar: o Brasil não tem por que se iludir com os EUA

          O Brasil e os Estados Unidos assinaram nesta segunda-feira, 12, um acordo de cooperação na área de defesa. Em oito artigos, o acordo prevê troca de informações e experiências no campo militar – utilização de equipamentos e compartilhamento de conhecimento na área de tecnologia de defesa. O acordo estabelece ainda a participação conjunta em treinamentos e exercícios militares e estipula a realização de visitas recíprocas de delegações militares de alto nível.

          O texto inclui a aplicação da “cláusula de garantias” exigida pela Unasul – União das Nações Sul-Americanas, que prevê a não intervenção, a integridade e a inviolabilidade territorial. O acordo exclui a construção de bases ou quaisquer outros tipos de instalações militares de um país no outro, assim como o acesso às existentes. O fato foi comunicado a todos os países componentes da Unasul – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

          Segundo os dois governos o acordo prevê a colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos para a área de defesa e o “combate ao terrorismo”.

          Acordo não se justifica

          Estranha notícia. Brasil e Estados Unidos tiveram no passado um acordo militar, entre 1952 e 1977, quando foi denunciado pelo general-presidente Ernesto Geisel, no quadro de escaramuças diplomáticas entre a ditadura militar brasileira e os Estados Unidos, quando o Brasil optou por construir usinas nucleares em parceria com a Alemanha.

          Ao longo das últimas três décadas, principalmente os anos 1980 e 1990, os Estados Unidos exerceram descabidas pressões sobre o Brasil para desativar sua defesa e se abrigar sob a “proteção” da grande potência no quadro de sua política de segurança hemisférica. Pressões ainda maiores e mais intoleráveis foram e são exercidas para que o Brasil adira ao protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares e renuncie ao domínio da tecnologia nuclear.

          A cláusula de garantias do acordo assinado hoje e a declaração formal de que não haverá a construção de instalações militares não são suficientes para justificar a assinatura do acordo, nem o Brasil e os brasileiros sentem-se mais seguros com isso. O Brasil tem um sistema de defesa próprio que prescinde desse tipo de cooperação.

          Além disso, o nosso país foi um dos iniciadores, ao lado da Venezuela, do Conselho de Defesa da América do Sul, o que nos torna militarmente mais seguros no quadro das relações hemisféricas. Quanto ao “combate ao terrorismo”, trata-se de conceito genérico e impreciso, que tem sido usado como pretexto pelo imperialismo estadunidense para justificar intervenções e agressões contra nações soberanas.

          EUA – intervencionistas e agressivos

          O Brasil e os países vizinhos e irmãos da América Latina e do Caribe devem reforçar seus sistemas de defesa precisamente para se precaverem das ameaças emanadas da potência militar estadunidense, que recentemente relançou a Quarta Frota, instalou sete bases militares na Colômbia, sustentou um golpe de Estado em Honduras e acalenta planos intervencionistas e de desestabilização de países revolucionários e antiimperialistas com os quais o Brasil mantém fraternais relações de solidariedade.

          O Brasil não tem por que se fechar ao mundo e deve estabelecer a mais ampla e multilateral cooperação internacional, baseada na solidariedade, no direito e nos interesses nacionais. Mas tem que se resguardar dos intentos dos Estados Unidos de neutralizar e atrair nosso país à sua área de influência no seu jogo estratégico pelo domínio do mundo.

          Não podemos deixar de levar em conta o triste histórico de intervenções e até crimes cometidos pelo imperialismo norte-americano em nossa região, que inclui a doutrina de segurança nacional, a nefasta Escola das Américas, os golpes militares inclusive no Brasil, as torpezas da Operação Condor. Não há possibilidades de relações simétricas e amistosas entre o imperialismo e os povos e nações que lutam por sua independência. Não nutrimos a menor ilusão quanto ao imperialismo estadunidense.

          * José Reinaldo Carvalho é diretor do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos)

          http://cebrapaz.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=196

           

  7. Em termos de defesa da

    Em termos de defesa da soberania , não há nada tão dissuassório quanto a bomba nuclear e o respectivo domínio da técnica de lançamento. A posse do artefato , permite o planejamento da defesa sem preocupação de aventuras imperialistas ou chantagens de qualquer ordem. A herança maldita do governo FHC , alem do Gilmar , deixou um legado de fragilidades e limitações complexo que , não fòra o Governo Lula/Dilma , nos levaria , inexoravelmente , a submissão e a dependência humilhantes ….

  8. Cínico, idealista e os caças

    Dizem que todo cínico é um idealista frustrado (George Carlin). Talvez seja, tanto que que o autor da frase se diz cínico. Na verdade, porém, cínico é o ex-idealista que se transformou em perdedor – e pior, muitas vezes por mera preguiça.

    As diferenças entre cínico e idealista, volta e meia são retratadas. O texto que fundou o romance como gênero literário, Don Quixote, trata do contraste; mas, também, desenho animado . Alguns idealistas e cínicos emblemáticos são, claro, Don Quixote (o idealista) e Sancho Pança (o cínico); Lip The Lion (idealista) e Hardy Har Har (o cínico).

    Com qual deles você fica, com o cínico, ou com o idealista? Qual médico você prefere, o cínico, ou o idealista? Se você tiver de contratar um vendedor, preferirá o cínico?

    Entre um e outro, prefiro o idealista, por várias razões.

    Nada se pode esperar do cínico, senão a velha lenga-lenga perdedora (manifestação costumeira de sua ideologia) de que, seja o que for, não vai dar certo, desde encontrar vaga para o teatro, a o Brasil ser capaz de levar a cabo o contrato dos caças. É uma turminha chata, além de pouco útil.

    Idealistas fracassam mas, ao menos, tentam, e, se olharmos para a natureza e seus diversos experimentos, veremos que tentar, experimentar, ousar, buscar acertar são procedimentos acertados, afinal, a natureza é mais sábia do que nós, muito mais sábia aliás. A decisão de em vez de somente comprar aviões tentar aprender a fazê-los é decisão de idealistas, decisão que se assenta na crença de que somos capazes de chegar a bom termo nessa questão, apesar dos obstáculos. A possibilidade de que o Brasil aprenda a fazer caças é suficiente para sustentar a escolha, mais barata do que as outras, mencione-se. É, portanto, totalmente válida a tentativa brasileira de se apropriar de tecnologia aeronáutica bélica.

    Os Hardy Har Har que se manifestam por aqui e alhures, os derrotados a priori, os que, como diria Nelson Rodrigues, perdem o jogo antes dele começar, não devem ser levados a sério.

    Vamos à caça da tecnologia dos caças sim senhor.

  9. ARAPONGAS

    Serviço de inteligência do Brasil é ‘pobre’,declara assessor da Casa Branca

    Embaixador dos EUA em Brasília até setembro passado, Thomas Shannon, hoje assessor de John Kerry, o secretário de Estado da administração Barack Obama, achegou-se à boca do palco nesta quinta-feira. Ele foi a estrela de um evento realizado no Wilson Center, em Washington.

    Somando-se a palestra que proferiu à bateria de perguntas a que se submeteu, Shannon falou por cerca de duas horas. A coisa toda foi gravada. Pode ser assistidaaqui. A certa altura (1h9min41s, para quem quiser localizar no vídeo), Shannon disse meia dúzia de palavras sobre o serviço de inteligência do Brasil. Chamou-o de “pobre”. Considera que não está à altura das ambições globais do país.

    http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/12/20/servico-de-inteligencia-do-brasil-e-pobre-declara-assessor-da-casa-banca/

    1. não encham o saco

      As palavras do assessor da casa branca são estritamente pragmáticas e merecem reflexão. O projeto do Grifen está quase completamente na esfera americana de atuação, não houve grandes mudanças na esfera geopolitica.

      O assessor acena com ajuda no campo da espionagem. Algo a ser ponderado.

  10. ….. Nassif .
    estah td muito

    ….. Nassif .

    estah td muito bom mas ha dois anos a fabrica de carros SAAB sueca foi a extinçao por falta de interessados.  a GM providenciou o enterro.   qual risco a longo prazo dessa negociaçao para o Brasil ..

    1. Você está totalmente desatualizado

      A SAAB-SCANIA  vendeu a divisão de carros para a GM nos anos ’90. Os carros SAAB não existem mais por desistência da GM.

      A SAAB-SCANIA vendeu o controle da divisão de caminhões +/- na mesma época para a MAN alemã. Que depois foi comprada pela VW.

      O nosso AA já explicou quem controla a SAAB AEROSPACE.

      Alias o futuro talvez seja uma fusão EMBRAER – SAAB AEROSPACE, o que seria extremamente positivo pela entrada no controle da EMBRAER de uma família (os Wallander) de industrialistas com grandes negócios no Brasil (Eletrolux, Alfa-Laval, etc…).

  11. Edward Snowden, mais revelações

    Manchete de capa do jornal inglês The Guardian. Edward Snowden libera novos documentos que revelam espionagem americana a autoridades israelenses, instituições de caridade alemãs e instituições humanitarias para Africa.

  12. De quem nos estamos

    De quem nos estamos defendendo?

      E mesmo assim avisamos aos nossos ”invasores”;  

           Se nos atacarem  depois de 2022 teremos resistência.

                Antes disso,tenham  piedade de nós.

                  O Brasil é cômico.

  13. Informe com clareza

     1. Documento legal, não é mais MP desde 21/03/2012 quando foi sancionada a Lei 12598, regulamentada por um Decretto da PRepublica em 28/03/2013 de no 7970, que estabelece o Regime Tributário das iNdustrias da Base de Defesa (BID).

      2. ” Embraer e Avibrás desenvolvem vants” : É passado distante, a empresa resultante da associação Embraer + Avibrás + AEL/Elbit, que está desenvolvendo vants, tem nome: Harpia Sistemas.

      3. Coordenação federal (governo) do PROSUB: Amazul, que analisa, coordena os contratos da Odebrecht + DCNS ( Itaguai Construções Navais) + Thales + Engeprom.

  14.  
     
    O IBGE ainda busca

     

     

    O IBGE ainda busca explicações para o número de pessoas inativas.
    Uma das hipóteses é o aumento da renda ao longo dos últimos anos

     

    O desemprego está em queda e chegou, de novo, ao menor índice da série histórica: 4,6%. Só que isso não quer dizer que o mercado está contratando. Pelo contrário, os empregos diminuíram em dois setores importantes: a indústria e a construção.

    http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/12/taxa-de-desemprego-no-brasil-cai-para-o-menor-registro-da-historia.html

  15. Todas essas iniciativas só se

    Todas essas iniciativas só se tornaram possíveis, assim como a construção da cadeia produtiva na indústria petrolífera, graças à convicção deste governo de que sem um Estado forte, balizando as ações do empreendedorismo privado, estaremos fadados ao atraso crônico. Por isso vê-se o risco extremo que corre o país nessas iniciativas caso em 2014 as velhas teses neoliberais encampadas por todos os candidatos oposicionistas conquistem o poder. 

  16. a Scania não pertence mais a

    a Scania não pertence mais a grupo SAAB, foi vendido para a Volks, e depois se tornou MAN,  num golpe dos alemães para concentrar a produção de caminhões em um unico fabricante!

  17. militaria

    Nassif,esquece um pouquinho a grandiosidade estratégica e pergunta ao Juniti Saito em que pé estão  as obras do Hospital da Base Aérea de Santa Cruz, embargadas e investigadas pelo TCU.

    Mês passado passei por lá – fica bem ali na entrada do apregoado “maior complexo  aerotático da América Latina” – e já deu pra ver que, ao redor, o mato tá crescendo forte e viçoso.

    Aproveita e pergunta pro Peri como é que ficou aquela denúncia da Carta Capital sobre corrupção no Departamento de Engenharia e Construção do EB. [https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-escandalo-das-compras-militares]

  18. Sem medo de motores

      Nassif, 

      Muitos pseudoanalistas e outros “entendidos” nas lides aeroespaciais, já começam a encher o saco, sobre os motores norte-americanos que o Gripen utiliza, que são os mesmos do F-18, do indiano Tejas, pertencentes a série GE F414, retrabalhados na Suécia pelos técnicos da Volvo Fligmotor.

       O problema é a falta de informação, ou a pouca paciência de ler contratos, e a falta de vontade de conhecer a realidade de como funciona a industria de defesa e tecnologia.

       1. O Gripen foi escolhido há dois dias 17/12/2013 pelo governo brasileiro.

       2. Pergunta: Quem garante os motores americanos da GE ? 

            A GE de burra não tem nada, o pré-contrato dela com a SAAB, relativo a encomenda brasileira, foi assinado em Novembro de 2012 – há 1 (um ANO), e aproveitando a data a GE colocou em sua “global chain suppliers”, 4 (quatro) empresas nacionais, e uma italo-brasileira, destinadas a fornecer peças a estes motores e realizar em território nacional toda a sua manutenção ( claro que se o F-18 fosse o escolhido seriam as mesmas empresas), são elas: Grauna Aerospace, Increase Aviation Services, TAP Eng & Manutenção, Akaer e Avio do Brasil.

       3. Como vc. afirma acima, a parte relativa a seleção e ao esquema de financiamento e off-sets (100%), foi, por incrivel que pareça, a mais facil, a partir de agora é que as situações serão definidas, os contratos serão detalhados (são todos separados, e serão centenas deles, desde os prime-contractors, até o ultimo “quinterizado”).

        4. Embraer: De acordo com o gerente geral da FAB, referente ao FX-2, em entrevista hj. a FSP, a partir do 5o avião os demais serão produzidos na planta de Gavião Peixoto ( a Embraer e sua parceira de sempre, AEL, já negociam com a SAAB desde 2008), quanto as estruturas já contratadas no Cosócio T1 (Akaer e outras), serão fabricadas em SBCampo, na planta industrial que será ampliada ( região de Mauá), e enviadas a Gavião Peixoto – algumas partes da asa, podem em um primeiro momento virem da Africa do Sul ( contrato SAAB – DENEL).

        5. E preparem-se para a próxima “briga” da defesa e industrialização, o PROSUPER da Marinha – se achavam o FX2 complicado, esta licitação é bem mais complexa – nossas exigências em Tot, são superiores a do FX2.

    1. Existe outro motor pro Gripen_NG!

       Os motores do Gripen_NG podem ser substituídos pelo EF-2000, que equipa os Typhoon…

       

      O problema com os motores americancos é idêntico ao ocorrido com o radar do Gripen que foi embargado e a SAAB teve que ir procurar os italianos da SELEX pra fazer o atual que está operativo…

       

      Nós também já conhecemos esses embargos, principalmente com a NÃO VENDA DO AMX À VENEZUELA, onde deixamos de vender pois os americanos embargaram partes que eram fabricas nos USA.

       

      Isso faz parte do jogo, até a Mercedes da Alemanha já embargou chassis pro Brasil no caso Avibras, e agora é tudo Tatra.

       

      Pra mim a escolha do Gripen_Ng não foi boa, o Gripen seria perfeito SOMENTE como completo em confguração HI-LO, e não como caça primário da defesa aerea… o Rafale seria melhor em todas as areas, menos no código fonte… ao uqe o Saito afirmou de recente!!

       

      Alias o próprio Saito disse na entrevista a IstoÉ que o Gripen-Ng não mete medo em ninguém, então não é la gande coisa na dissuasão militar… impõem respeito… mas o Rafale sim mete medo!!

       

      Seria bom os dois, os dois programas, asism como os USA tiveram o F-15 e o F-16, dois fornecedores, assim diminui-se também o risco de todos ficarem à terra em caso de defeito de fabrica ou outros problemas, como vimos com os F-22 e os Typhoon, que já ficaram interditados de voar!

       

      Com um caça padronizado isso seria arrasador!

       

      O Gripen_NG pra ter o raio de ação “Equivalente” aos demais deveria ter reabestecimento aereo, o que aumenta e muito o custo operativo, pois vai ter além do próprio combustivel e manutenção, o combustível e manutenção da aeronave de reabastecimento… o Saito errou em dizer “Raio de ação igual aos outros” mas tudo bem….

       

      Valeu!!

  19. Prezado Nassif
    As Forças

    Prezado Nassif

    As Forças Armadas Brasileiras , se querem sobreviver ao século 21como entidades basilares do Estado Brasileiro  , só tem dois nortes (e a qualquer custo!) , o razoável dominío na construção de submarinos convencionais do PROSU e dos dos caças de interceptação Grippen -Trabalho ininterrupto (24hs) e focalização como nunca dantes , no Brasil , nestes projetos MILITARES VITAIS .FALHAR  OU ATRASAR NÃO É UMA OPÇÃO .TUDO  o mais depressa possível , COM O MÁXIMO DE COMPETENCIA e sem contigenciamento de verbas .É tudo ou nada ! . Os outros projetos são percerias afeitas a humores Diplomáticos e viés de Presidêbncias da República , e minha humilde opinião de cidadão brasileiro contribuinte .

  20. História

    Godinho ,você nos proporciona uma aula de história recente do Brasil e o terrível atraso que resultou do nosso servilismo aditamento de potências estrangeiras.

  21. E o Nassif às vezes diz que

    E o Nassif às vezes diz que este governo é ruim de políticas públicas….Espero que o Nassif diante do deserto da oposição comece a rever seus conceitos. Já me pareceu bem melhor ao constatar em post fundamental que o Aécim não tem nada de nada prá falar ao Brasil. Há mais ou menos um ano atrás o Nassif apostava que o Aécio viesse dizer algo diante do Serra. Mas parece que o Nassif caiu na real…O problema, me parece, é de política e aí não há cura pro PSDB né Nassif? 

    1. O PSDB é um partido em estado

      O PSDB é um partido em estado comatoso. Só quem o alimenta é uma mídia que assumiu um papel muito distante do que deve ser a imprensa. Eduardo Campos embarca na mesma toada midiática. Marina sumiu. Como só o governo é protagonista a mídia se torna cada vez mais delinquente e irresponsável…

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