A hipocrisia da punição aos ginastas que brincaram com o colega

 

Ao longo de minha vida, desde a adolescência, pude frequentar diversos ambientes: o do ativismo estudantil, o ambiente musical, o esportivo (em meus tempos da seleção de tênis de mesa da Caldense), o militar (no Tiro de Guerra), o jornalístico, o empresarial.

Os ambientes de maior camaradagem e menor preconceito sempre foram o esportivo, o militar e o musical. O esportivo ainda conseguiu a disciplina e o corporativismo do militar com a informalidade do musical.

Digo isso a respeito da punição aos três jovens ginastas por brincadeiras com o amigo negro.

O vídeo incriminador é claro. No começo brincadeiras com a cor do amigo. O amigo não gosta. Na sequência, os três gozadores pulam na cama do amigo, cobrindo-o de carinho para tirar-lhe a má impressão.

Aí o show encontra o grande tema para mostrar como é politicamente correto, o bode expiatório, tema que, permitindo à imprensa o exercício do linchamento, purga todos os seus pecados habituais, de prática recorrente do assassinato de reputação. Tudo dentro das boas normas, porque é permitido linchar o suposto linchador.

Sob o título “Setores da sociedade condenam injúrias raciais ao colega negro Ângelo Assumpção” o jornal comanda o linchamento.

“Aparentemente inofensivo, um vídeo com conversas entre atletas da seleção brasileira masculina de ginástica olímpica que estão treinando em Portugal, visando aos Jogos Pan-Americanos, expôs ao país uma faceta nada agradável do esporte brasileiro: as injúrias raciais”.

E aí levanta a bola para o exibicionismo amplo dos que gostam de exercitar o politicamente correto em temas irrelevantes.

Os quatro atletas – os três mais Ângelo – aparecem em vídeo explicando que era uma brincadeira entre amigos. Mas como Ângelo – a suposta vítima – ousa sair do papel de vítima apenas para atrapalhar a indignação dos homens de bem?

O Globo, do grupo que endossa as arbitrariedades do mais insidioso representante do retrocesso moral no país – Eduardo Cunha – levanta a bola para o secretário-executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência, Giovanni Harvey, cortar e desmentir a suposta vítima: não houve brincadeira, mas racismo.

“— No vídeo de desculpas, Ângelo está constrangido. Não contentes em discriminar Ângelo, postam isso — declarou. — Aguardo a manifestação da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), cujo código disciplinar, no Artigo 89, estabelece punições de advertência a desfiliação. Aguardo um pronunciamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), cujo superintendente Marcus Vinícius Freire afirmou em janeiro que racismo tem de ser punido igual ao doping”.

Hipócritas, todos vocês.

https://www.youtube.com/watch?v=u2CkMIwLZBQ

 
 
 
 
Redação

93 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Hipocrisia ou agenda?

    Dividir para dominar é uma regra tão antiga quanto eficiente. 

    Minha solidariedade aos garotos. Meus pêsames para a sociedade.

  2. O racismo não é tão somente a

    O racismo não é tão somente a discriminação contra uma indivíduo. É uma concepção que considera uma parcela da sociedade, por determinadas características arbitrárias, como cor da pele ou aspectos físicos, inferior ou digna de chacota. É um caldo de cultura que permite a opressão e discriminação de todo um setor social.

    Por isso, ele pode, perfeitamente, conviver com a amizade entre, por exemplo, um racista e uma pessoa do grupo discriminado. Nos tempos da escravidão (cuja ideologia justificadora era, precisamente, o racismo), não era incomum que senhoras e senhores de escravos se afeiçoassem por alguns desses indivíduos escravizados (pelo menos, os que labutavam na casa grande, que cuidavam dos seus filhos). Nem por isso, deixavam de pensar que eram superiores aos seus “amigos”. Muita gente se afeiçoa com seu animal de estimação até mesmo mais do que com outras pessoas. Mas não pensa estar no mesmo nível que ele. Uso desses exemplos para apontar que o racismo, a discriminação por critério racial, não é uma questão individual e não é uma questão que se exclua em relações de amizade, de afetividade. 

    É uma questão estrutural, social, que deve ser combatida veementemente com este caráter. É não é porque a mídia faça uso hipócrita e sensacionalista da questão que se deva descartá-la.

    No exemplo citado, há uma claro exemplo de racismo, mesmo que os atletas sejam amigos e a vítima das piadas esteja “de boa” com eles. Senão, por que as referências de raça na brincadeira? E por que deveríamos ser lenientes com o racismo, só porque é “bem-humorado”, “inocente”? Ele reproduz a lógica que mantém a discriminação e as consequências nefastas dela. Como eu disse, é o caldo de cultura em que as outras manifestações mais violentas (como o genocídio da juventude negra) se perpetuam e são tolerados. 

     

  3. O racismo não é tão somente a

    O racismo não é tão somente a discriminação contra uma indivíduo. É uma concepção que considera uma parcela da sociedade, por determinadas características arbitrárias, como cor da pele ou aspectos físicos, inferior ou digna de chacota. É um caldo de cultura que permite a opressão e discriminação de todo um setor social.

    Por isso, ele pode, perfeitamente, conviver com a amizade entre, por exemplo, um racista e uma pessoa do grupo discriminado. Nos tempos da escravidão (cuja ideologia justificadora era, precisamente, o racismo), não era incomum que senhoras e senhores de escravos se afeiçoassem por alguns desses indivíduos escravizados (pelo menos, os que labutavam na casa grande, que cuidavam dos seus filhos). Nem por isso, deixavam de pensar que eram superiores aos seus “amigos”. Muita gente se afeiçoa com seu animal de estimação até mesmo mais do que com outras pessoas. Mas não pensa estar no mesmo nível que ele. Uso desses exemplos para apontar que o racismo, a discriminação por critério racial, não é uma questão individual e não é uma questão que se exclua em relações de amizade, de afetividade. 

    É uma questão estrutural, social, que deve ser combatida veementemente com este caráter. É não é porque a mídia faça uso hipócrita e sensacionalista da questão que se deva descartá-la.

    No exemplo citado, há uma claro exemplo de racismo, mesmo que os atletas sejam amigos e a vítima das piadas esteja “de boa” com eles. Senão, por que as referências de raça na brincadeira? E por que deveríamos ser lenientes com o racismo, só porque é “bem-humorado”, “inocente”? Ele reproduz a lógica que mantém a discriminação e as consequências nefastas dela. Como eu disse, é o caldo de cultura em que as outras manifestações mais violentas (como o genocídio da juventude negra) se perpetuam e são tolerados. 

     

    1. Nesse tempo que você citou

      Nesse tempo que você citou alguns senhores de engenho davam condições a seus escravos para que se tornassem libertos, seja porque “mereciam” – estavam próximos da casa-grande e tinham aptidão para o trabalho e inteligência – ou porque lhes eram afeiçoados, como no caso das relações pseudo-afetivas entre senhores e escravas na época.

      Não me parece que exista, contudo, uma relação superioridade entre um grupo e outro: o que há é uma simbiose, um contrato informal em que um lado cobra serviços em troca de benefícios. Uma troca de favores, em que “uma mão lava a outra”, e cujos reflexos se sentem até hoje na formação do povo brasileiro.

      Se está correto, eu não sei. Mas, parodiando Chicó, “só sei que tem sido assim”. E funcionando.

  4. Relativizar racismo é racismo

    Você acaba de perder ao menos um leitor.

    Racismo não é brincadeira. E quando é feito por pessoas com poder de inluência e repercussão, um caso de “injuria” racial automaticamente se torna um caso de RACISMO que afeta todos os que sofrem diariamente com as desigualdades nesse país forjado sob a escravidão.

  5. punição branda

    A punição foi branda.

    Só 30 dias foi pouco…

    Sou negro e estudei em escolas particulares sei perfeitamente como se sentiu o atleta negro!

  6. Hipocritas

    Caro Nasif, tambem frequentei e frequento quase todos os ambientes que vc idicou, menos o militar.

    No esportivo, este tipo de “brincadeira” (eles não são racistas, pois se fossem, o menino negro nem estaria no quarto com eles.

    O “time” na area esportiva só vence se for um time. Um time só se forma com confiança entre os seus, confiança só se consegue com conhecento e intimidade. ERA ISSO QUE ELES ESTAVAM FAZENDO.

    Poderia ser uma “brincadeira” com o “magricelo” o “japa de pinto pequeno” o filho do portugues “padeiro” e etc!

    Isto faz parte da vida dos atletas, querer transformar em uma ato criminoso é de um embecilidade extrema. 

    E agora a pergunta é:

    “Como se sente agora o menino negro?”

    Agora SIM estes hipócritas prejudicaram o menino, agora SIM sua vida será mais difícil, agora SIM ele vai ser um “Negro excluido” do grupo

    resoumo:

    HIPÓCRITAS 

    1. Hipocrisia

      E bota hipocrisia nisso….

      Um pouco de como o vídeo vazou para ser explorado da pior maneira possível. Meus comentários em itálicos.

      “Em vídeo publicado na sua conta do Instagram, Nory, junto de Arakawa, Assumpção e Henrique Flores tentou explicar o ocorrido. “Fala galera, aqui é uma equipe e está tudo bem. Exageramos e passamos dos limites. Quem está presente no dia a dia sabe como é. Está repercutindo de uma forma negativa para ter matérias. Aqui todo mundo gosta de todo mundo. Por favor, não entendam mal!”, escreveu o ginasta na rede social.

      “Nory, que se recuperou recentemente de cirurgia, é companheiro de clube de Ângelo Assumpção no Pinheiros. Já Henrique Flores, também punido pelo caso de racismo, é tratado como filho por Marcos Goto, treinador da seleção brasileira, negro, casado com a mãe de Henrique. Arakawa, do Minas Tênis Clube, divide com Ângelo o posto de caçula da equipe.”

      Quantos já não fizeram brincadeiras com amigos ou namoradas das quais se arrependem depois. Você não faz uma brincadeira desta com quem não tem initimidade para tal. A brincadeira revela um certa initmidade entre o grupo. O problema é o de dar publicidade a tudo, para gente que não entende o seu dia-a-dia. Esta geração tem o celular como segunda pele. Os garotos estão aprendendo da pior maneira possível. E a turba é implacável.

      Agora é recolher os cacos. Todos os jovens (brancos e negro) muito mais afetados pela publicidade do ato do que pelo ato em si. Os jovens brancos talvez tenham perdido a oportunidade de colher frutos de anos de dedicação, uma vez que 30 dias de punição vão reduzir suas chances de participar do Pan. Quem deu publicidade ao vídeo, a desconfiança e o ressentimento dos demais amigos. O jovem negro, a angústia de ter seu trabalho afetado, tanto pela separação abrupta do grupo, cuja troca de conhecimento é importante para evolução do seu trabalho, quanto pela perda de foco tão próximo de uma decisão importante para sua vida.

       

  7. E eu pensando que a rede

    E eu pensando que a rede golpe so “comprava” times de futebol!

    Tenho certeza que o empenho deles vai ser a maravilha que foi o dos jogadores da selecao…

  8. Se não pune é errado, se pune

    Se não pune é errado, se pune é errado tambem; só quem sofreu discriminação (e não é só de cor, é de etnia, condição social, deficiencia fisica, etc) e sentiu na pele essas “brincadeiras inocentes” pode falar algo, tem que ser punido sim, brincadeiras de mal gosto e humilhantes têm hora, ou melhor, nunca têm hora.

  9. Fácil falar quando se é branco

    O Nassif às vezes me surpreende. A necessidade de criticar a imprensa velha e decadente e sua respectiva postura de linchamento das pessoas juntando com a abjeta moda de resumir tudo como se fosse uma simples questão de ser ou não politicamente correto, entretanto, não justificam achar que não passa de uma brincadeira e que não houve ali um insulto que será repetido por muitos por muito tempo. É preciso que as pessoas entendam que em alguns assuntos existe limite para uma brincadeira. 

  10. É racismo, sim. Sem essa de

    É racismo, sim. Sem essa de que “é brincadeira”. Não se deve tratar ninguém como inferior por causa da “raça”. Isso é, no mínimo, falta de Civilidade, com “C”. Se não foi educado em casa tem mais é que ser punido mesmo.

    Aliás, o castigo foi até brando demais: deviam ser banidos do esporte; além de enfrentarem uma devida ação penal.

  11. Eu não entendo mais nada.

    Minha esposa é descendente de suíços e brasileiros com sei qual lá ascendência; e, pelos meandors da genética, nasceu branca e ruiva. Quando trabalhava no SERPRO era justamente tratada como branquela.

    Àqules que estão falando rde racismo contra negros: é para acreditar que era racismo contra branco? Deveria ela abrir procesos incriminando por racismo? Aceito esclarecimentos. Mas serve palpite.

    1. É, realmente os brancos são

      É, realmente os brancos são uma minoria oprimida, que sofreram na pele 500 anos de escravidão e discriminação!

      1. Novamente, uai?

        Então tá justificado? Tô imaginando o que podem os africanos depois de durante séculos serem feitos escravos pelos brancos.

    2. Se ela conseguir provar que
      Se ela conseguir provar que ser branquela diminui as suas chances de emprego e o seu salário, faz com que ela seja mal atendida em lojas e restaurantes e aumenta a probabilidade dela ser assassinada pela polícia, ela deve reclamar, sim.

      Afinal não podemos menosprezar o efeito de séculos de escravidão das branquelas.

      1. Uai.

        O atleta estava sendo menosprezado ou relegado a segundo plano “enquanto” atleta? Acho que você foi para um lado completamente fora do discutido no caso. Se eu li direito – não vi o vídeo, as questões por você levantadas fogem completamente ao contexto; se quer discutir outra coisa- assim acho –  o post deveria ser outro.

        1. Se você não viu o vídeo,

          Se você não viu o vídeo, fique quieto. Quero ver alguém chamar o seu filho de saco de lixo e você aceitar.

           

    3. branca de neve, ofenderia?

      Entretanto, o cunho de branquela não a depreciava por si.

      Imagino que ao proferir o termo “branquela” à tua filha, nenhum de seus intelocutores a associavam à imagens depreciativa ou características pejorativas.

      Certa vezes, aprecio, também, ser tratado como negão, meu preto, etc.

      Doutra forma, basta ainda constatar que a imagem ideal que se prega na sociedade brasileira é racista sim!

      Fico pasmado assistindo às propagandas comerciais e novelas nacionais. A industria do marketing e das teledrartugias brasileiros são os grandes disseminadores dessa visão racista que mesmo não sendo propositadamente preconceituoso o indivíduo incorpora tais atitudes.

      A punição (branda, registre-se) tem caráter pedagógico e por isso é valida.

      Torço que os meninos reflitam, aprendam e retornem ao ambiente da seleção com espírito de mais respeito ao colega próximo e a sua condição de ser brasileiro. Se ao serem reincorporados, alimentarem ódio à vitima das “brincadeiras” a punição ter-se-á mostrado inócua e insuficiente.

  12. não há hipocrisia, há

    não há hipocrisia: há tolerância zero com racismo: nem de brincadeira entre ginastas

    afinal, suamos aqui o verbo para levantar bandeiras politicamente corretas de afirmação

    tem mais, os ginastas de elite carregam no peito a bandeira do Brasil e a marca nossa Caixa

    aliás, mesma Caixa que ano passado patrocinou campanha cívica: “Embranquecimento de Assis”.

    seu Nassif por acaso, estais a defender a pregar que governo brasileiro da Caixa patrocine de novo

    discriminação racial insidiosa?

  13. Bobagem, a mais pura bobagem.

    Bobagem, a mais pura bobagem. Primeiro, que não é o caso de crime de racismo. No caso, poderia ser talvez de injúria racial. Segundo, que mesmo no crime de injúria racial é necessário caracterizar o dolo e a seriedade da ofensa. A simples intenção de brincar não é punível. O vídeo claramente mostra que não há dolo presente.

  14. Racismo e agravado por expor

    Racismo e agravado por expor o atleta negro a depreciação publica!.Sou negra e me senti muito magoada, da mesma forma que o atetla demonstra claramente  no vídeo.

    Se não houver punição não demora muito todos os negros vão ficar recebendo esse tipo de video nas redes sociais,sob o alíbi que é apenas uma “brincadeira”.

  15. “Toda brincadeira tem um fundo de verdade!”.

    Como dizia os antigos: “Toda brincadeira tem um fundo de verdade!”.

    É lógico que houve racismo neste caso, até eu (que sou branco) fiquei constrangido ao assistir tal cena na televisão. Na melhor das hipóteses os garotos punidos podem até não ser racista, que eu imagino que não sejam, mas qualquer tipo de humilhação (mesmo que seja brincadeira) não pode ser aceito de qualquer maneira. Punição correta!

     

  16. Nassif,
    se alguém filmasse

    Nassif,

    se alguém filmasse brincadeiras sexistas e injuriosas contra as suas filhas e, em seguida, postassem na internet qual seria o seu sentimento? De lânguida complacência? Faça-me o favor…

    A hipocrisia está na dificuldade que a classe média/alta e branca tem de punir devidamente os seus!

      1. Turco

        Caríssimo Nassif, todo turco é mão-de-vaca? Se vocÊ não gostou da pergunta, eu tb me reservo ao direito de não gostar da piada racista. EU NÃO SOU VÍTIMA, SOU UM NEGRO NUM MUNDO “NÓRDICO”.

      2. A opinião que as vítimas
        A opinião que as vítimas expressavam sob tortura era igual à de Torquemada. O rapaz não está sob tortura, mas está constrangido.

        E não esqueça de que as imagens do esporte nacional e do Brasil também foram vítimas.

        Eles merecem punição sim, nem que seja só uma advertência.

      3. QUANDO UM RISCO QUER DIZER FRANCISCO

        Nassif, sou filho de branco e preta, vou lhe explicar:

        Um negro não liga que o chame de NEGÃO, ele não gosta quando o chamam de NEGRINHO.

        Parece pouca coisa pra alguns , mas pra nós tem uma grande DIFERENÇA.

        Quem está deste lado sabe quando  o Risco do  comentário quer dizer Francisco.

        Entendeu?

        1. Perfeito! me chamam de

          Perfeito! me chamam de preta,é carinhoso! mas sei e sinto muito bem a diferença do significado de “neguinha”

      4. Opinião da vítima constrangida para ser aceita pelo grupo?

        Não bastasse o complexo de inferioridade por ser negro bombardiado (sendo “brincadeira” ou não) durante toda a sua jovem vida, quando o jovem de cor preta tem a chance de estimular a sua auto estima e confiança, os companheiros de sua equipe lembram-no das tais “brincadeiras”. Realmente que é de cor preta no Brasil tem muito mais obstáculos a ultrapassar para ser um “campeão” seja em que profissão for. Ele tem que lutar contra seus traumas e medos baseados na siua condição social e cor. Sem ironias Nassif, por favor.

  17. quem vazou o vídeo ?

    Nassif foi corajoso ao fazer este post pois vai ir contra muita gente. Sò tenho uma pergunta para fazer: como é que este vídeo vazou ? Tudo isso tem um significado e contexto diferente dependendo do ambiente: se público ou privado. Quem vazou o vídeo provavelmente sabia que isso podia ser interpretado dessa maneira. Por que o fez então ?

    1. Realmente quem vazou o video

      Realmente quem vazou o video sabia o que aconteceria, seria poosível parar um grupo racista, que abusavam covardemente de um rapaz sozinho ou diminuir a pressão racista em cima deste atleta.

       

      Tenho uma filha de 8 anos que faz ginástica olímpica , num grupo de mais de 100 crianças existe apenas uma negra, que é sua amiga. Ela assistiu o video na escola em tablets de amigos e me perguntou porque as pessoas eram tao más com os negros…

      Bela oportunidade para educar os filhos e mostrar que o racismo ainda existe, e um dos motivos e que ainda se levantam vozes na imprensa e na sociedade para defender estas atitudes.

      Toda a canalhice de O GLOBO nao lhe tire o direito de fazer a coisa certa. 

       

  18. A culpa é da “suposta vítima”!

    A tortura pode parecer somente um ofício a quem pratica; a quem é vítima, é o suplício de fato.

    O racismo brasileiro costumo dizer é o mais perverso e difícil de ser combatido.

    Perverso porque sequer oportuniza ao afetado apresentar-se enquanto vítima e discutir o dano.

    Difícil de ser combatido, porquanto não é institucionalizado legalmente, sempre se apresenta em formas de brincadeiras e enganos.

  19. Racismo?

    Segundo meus parcos conhecimentos científicos a raça humana é composta por apenas uma raça: Homo sapiens.

    Todos nós, brancos, pardos, negros, amarelos somos homo sapiens. Não há outra raça. Portanto, do ponto de vista biológico não pode haver crime de racismo, já que existe apenas uma espécie.

    Do ponto de vista jurídico não sei.

    Afinal, racismo é o que mesmo?

  20. Fico preocupado de verdade

    Fico preocupado de verdade com o que pode acontecer com o ginasta negro depois de seus colegas (e, talvez, amigos) serem punidos por uma atitude que não passaria de uma brincadeira – de mau ou bom gosto, não sei, mas que deveria ser tratada com uma apuração interna pelo técnico, não por uma exigência tosca do Ministro (?!) da Igualdade Racial.

    Ninguém que se sentisse prejudicado por essa atitude trataria o ofendido como um igual, muito menos se a exigência fosse tirar os ofensores da Seleção Brasileira. Estes perderão bastante – mas não menos pior será a punição ao negro: ser deixado de lado, tratado com medo até pelos superiores, monitorado em cada passo que der por medo de novas “ofensas” ou “injúrias raciais”. Será “o cotista”, aquele que não merece o respeito do grupo.

    Um trabalho de anos de investimento pode estar sendo jogado no lixo por culpa dos xiitas do movimento negro. E, quem sabe, até com a chance de um futuro medalhista negro na ginástica indo para o espaço.

    Satisfeitos, arautos do “politicamente correto”?

  21. Não foi brincadeira

    Possívelmente o texto conseguiu o objetivo de levantar um debate.

    Possivelmente os garotos não tinham a intensão de diminuir o colega de ginástica.

    Há sempre que se esperar o melhor dos outros.

    Entretanto, não se pode justificar uma situação destas como sendo uma brincadeira.

    Os colegas devem se retratar em público dizendo que a atitude foi errada.

    Os ginastas devem ir a público e dizer que a fala deles foi inconveniente, imatura e que não irão repetir este tipo de comentário.

    Não podem tentar justificar isso dizendo que foi uma brincadeira e que não era a intensão ofender.

     

    1. são garotos, não intelectuais ávidos por causas
      O Nassif está coberto de razão, e, como vc corretamente aponta, inclusive em levantar esse debate aqui.
      Parte de nossa esquerda se aproximando demais de um proto fascismo com esse tipo de purismo.
      É óbvio que ninguém brincará com a cor de alguém branco em um ambiente em que o branco é o padrão (mas certamente se poderá brincar com alguém demasiadamente branco em que os outros são morenos, jambo, bronzeados ou verde-mar).
      De forma mais geral, não se pode abstrair o fato de que todos nossos valores, os filmes, os santos, os líderes nacionais, as principais referências são brancas – inclusive para os negros e índios.
      Que devamos buscar um futuro, inclusive com políticas específicas voltadas para que essa estrutura seja alterada em um futuro não muito distante, é uma coisa.
      Outra coisa é cobrar garotos de 13, 14 anos, que purguem os pecados de 500 anos de injustiça. Não o fizeram, não o devem fazer e se fizerem estarçao apenas repondendo a um constrangimento artificial que só faria realçar uma desigulade e injustiça real. Que por sinal, eles conseguiram superar com amizade e camaradegem que poucos países, se algum, consegue na mesma medida que o nosso.

      1. ótima colocação! eu sublinho:

        ótima colocação! eu sublinho: “(devemos) buscar… políticas específicas para que a estrutura  (de exclusão) seja alterada” de verdade.
        Será que,  ao apontar o dedo  para o mais fraco da linha, se pretende fazer algo nesse sentido? Claro que não, trata-se de mudar um pouco o discurso para que o resto continue do mesmo jeito

      2. Diga isso tudo para uma
        Diga isso tudo para uma criança negra que sonha em ser ginasta e viu o vídeo pela internet. Ou para o pai dela. Isso se você for homem o suficiente, branquelão.

  22. Pena

    Esta claro que foi brincadeira, mas ela so existe no caso de denegrir a imagem do negro porque sempre se interiorizou no Brasil essa forma de preconceito velado, de piadas contra negros. Os meninos podem não ser racistas, mas fato é que ninguém brinca com brancos dessa mesma forma e a estima do branco ou quase-branco é muito maior que a estima da maioria dos negros e mestiços. Termos que ter cuidado com essas formulas prontas e piadas que são sim de cunho e fundo racista.  

  23. Sou racista mesmo!

    Eu, um branquelo gasto, caminhando pros 70, ja namorei negras, pretas, escuras (“afro-americanas”, imagine!).

    Não estou dizendo que “comi umas neguinhas”. Estou dizendo namorei, no sentido de ir a casa delas, elas nas minha, sair com elas para as baladas do Hipo, Regine´s, jantar, ir a praia, festas, etc.

    O primeiro namorado de minha irmã, uma “loirinha”, foi um mulato escuro que eu chamava de “capacete”, pois usava aquele cabelo conhecido como “blackpower”.

    Pra não dizer que é “preferência”, natural que namorei brancas também: morenas, loiras, ruivas, nisseis, incluindo mulatas (ah o Renascença!), uma memorável “curiboca”, “coroas”…

    Teve também uma caolha (deformidade de nascença) e uma manca (idem nos quadris). Uma por uns dois anos, outra por uns 6 meses. 

    Nestas relações cansei de ser chamado de magrelo, branquelo, narigudo, tádelado, alfinete (e outras inpublicáveis), assim como dizia minha pretinha, rubinha, chininha, neguinha, moreninha, bundudinha, peitudinha, magrelinha, gorduchinha, morubixabinha, judiazinha, velhinha, tiazinha (mais tarde foi minha vez, hehe), etc.

    Entre amigos de praia, colégio, clube, trabalho então nem vou falar. Cada “vacilo” físico, falado, perpetrado ou acontecido vira apelido ou gozação imediata, que quanto mais resistir ou se emputecer, mais vai rolar e grudar. Estado de “alerta permanente” (e divertido). Com algum savoir faire duraria algumas dias, semanas, uma temporada…

    Esta camaradagem provocativa ou sacanagem amiga é uma das coisas que se pode ter saudade na vida. 

    Há excessos? Certamente! Saber se desculpar  e saber esquecer, errar e perdoar, é parte indissolúvel da vida!

    Ou alguém vai atirar a primeira pedra?

    Se cada uma dessas (generalizadamente) gerar prisão, condenação, ostracismo amigo, pára o mundo que eu quero saltar!

    Enfim, chega de blá blá: cansei de xingar e ser xingado, gozar e ser gozado. Sou (também) racista mesmo!

    E gosto! Porque o mundo seria uma bosta maior se não houvesse a diferença.

    A boa e saudável diferença!

  24. Racismo sim

    Não li as matérias citadas, por isso vou ater-me ao video. Penso que é racismo sim, racismo à brasileira, que quer se apresentar como outra coisa, como simples brincadeira, que quer se apresentar como não violento. Quem sabe o grau dessa violência é quem a sofre e não os brancos. Deve haver punição, não para um gozo sádico, nem para humilhar, como fizeram os rapazes brancos com o negro, mas para educar, para que pensem sobre o fizeram, para que outros vejam e não repitam o ato. Será um aviso, um “alto lá!”.

  25. NEGÃO E LARIRARAI

    Aos 12 cheguei em Sampa, vindo do interior de Minas. Meu melhor amigo, que caminhava junto comigo 4 Kms ida e volta até a escola, era o Eduardo. Que eu chamava de Negão. Ele me chamava de “larirarai”. O apelido rolou pq uma vez sem querer falei “ei larirarai”… Quem falava assim era um locutor de rádio, de um programa sertanejo que eu ouvia todos os dias, às 6 da matina, no interior quando meu avô ligava o rádio. Pronto: meu apelido na escola, pregado pelo Negão passou a ser Larirarai. Ou seja, “caipira”.  Éramos grudados. Ele vivia em casa e eu na casa dele! Nossas famílias se conheciam. Estudava, jogava bola, brigava, mas sempre ali. Seu pai era escrevente no cartório. Um dia (eu com 16, ele com 17 anos)  mudaram para Uberlândia e com o tempo perdemos o contato. Três anos atrás nos encontramos. Aliás, graças ao Face. Negão virou engenheiro civil e eu jornalista. Marcamos para comer uma pizza e tomar um vinho. Nós 2 e nossas mulheres. Quando nos encontramos, imaginem, emoção total. Ele me chamou de “larirarai”. Eu não consegui chamá-lo de Negão. “Fala, Edu”, eu disse.  Ele vendo meu constrangimento, brincou: “ficou com saudade do seu negão, né?” . Bom, de lá para cá nos falamos toda semana. Eu chamo ele de Edu. Ele me chama de Alex. Mas lá no fundo gostaríamos que fosse: “Fala Negão. Falaí, Lari”.. Ele tem dois irmãos, mais velhos Sempre me dizia: “Lari vc me respeita mais do que meus irmãos”. É muito estranho tudo isso que estamos vivendo. Vejo esses meninos que ficam 100% do tempo juntos. São racistas? Diante da lei sim.. Não tem nem o que falar. Vão ser punidos pq têm que ser punidos! Mas qual de nós aqui poderíamos medir o grau de amizade entre eles? O respeito entre eles?  “Ah, mas falando o que eles falaram no vídeo, não tinham respeito nenhum!”. É o que pensamos. Quem vazou o vídeo? Pq motivo?

  26. Triste sua opinião

    O autor do blog acabou de perder pontos comigo. Isso não é brincadeira. E se for, de péssimo gosto. O ginasta negro foi vítima sim. Se não o fosse não teria dito que os amigos agem com falsidade com ele.

    Se foi um dos ginastas que postou o video, mais grave ainda, porque provavelmente fez com intenção de ridicularizar o colega em toda a rede. Constrangimento total.

    1. Concordo com você, o Nassif

      Concordo com você, o Nassif errou a mão. 

      Pq a coisa não foi bonita de ver, o constrangimento do rapaz ficou latente. O pq já sabemos, é o racismo velado à brazuca, mais um caso de humor sem noção onde uns riem e outros se ofendem. 

      Alguma punição se faz necessária, isso tem que sair do senso comum.

      Me desculpem os iniciados, mas não gosto de humor a la Gentilli.

  27. Se este condenável episódiom

    Se este condenável episódiom tivesse acontecido durante o período de FHC, certamente  o garoto negro estaria fora da seleção olímpica e seria obrigado a enveredar pela senda do cime face à crueldade a que foi submetido. Mas, graças aos esforços desenvolvidos nos últimos anos, já podemos dizr que a sociedade se indigna com tais manifestações e a resposta até que foi amena, levando em conta a gravidade do fato. Na minha opinião, o crime de racismo está configurado cabendo aos jovens responder pelo ato que cometeram. Além de serem indignos de representar o Brasil, deveriam cumprir suas penas na cadeia para que jamais incorram em semelhante delito novamente.

  28. Pois é…

    Eu imagino o que se passou na cabeça do ginasta quando resolveu ir para o seu quarto, deitar…Quantas vezes na vida esse rapaz não fez isso ao ouvir “piadas” de cunho racista? Essas “piadas”despretenciosas também ferem, e muito!!!

     

     

  29. Um bom post do Nassif!

    Ainda que eu discorde da essência dele. 

    Não há mais lugar para “brincadeiras” deste tipo com as pessoas negras, ou afrodescendentes. É arcaico, é primitivo, é idiota, é deseducador, é preconceito SIM !

    No entanto, a sanha linchadora da nossa mídia deve ser denunciada. Ela é hipócrita, patrocionadora maior do “status quo” e dá pra perceber sua hipocrisia até as “caras e bocas” dos reporteres quando abordam o assunto.

     

  30. Racismo não é “brincadeira” nem “camaradagem”.

    Gente. Estamos em 2015!!! Até quando essas “brincadeiras” (segundo o sr. Nassif) serão consideradas brincadeiras e/ou sinônimo de “camaradagem”?! E se três rapazes também fizessem “piadinhas” de conteúdo sexual seja ao atleta em questão ou assediando de forma “camarada” alguma companheira de equipe?! Sério mesmo que em 2015 jovens como os três atletas racist…opa, “camaradas” não conseguem fazer nenhum outro tipo de brincadeira com outro tema/assunto?! Sério?! Mesmo?!!!!

  31. Essa não!

    Ah, que brincadeirinhas legais! Que meninos fofos!

    Dá um tempo, tá? O garoto que foi – SIM! – vítima de racismo foi evidentemente constrangido a fazer o vídeo da “reconciliação” (demorô). Sabe como é: negro brasileiro que se ressente com esse tipo de “brincadeira” saudável da nossa arejada classe média branca paga de complexado problemático e passa a ser ainda mais discriminado. Pobre Ângelo! Agora é que ele tá ferrado mesmo.

    Taí uma coisa no Brasil que me deixa p* da vida: esse racismo velado e as denúncias de hipocrisia que se seguem às reações que (raramente) ele provoca.

    1. eu concordo que o vídeo da

      eu concordo que o vídeo da brincadeira seja racista e que não deve ser ignorada. mas ao mesmo tempo acho também grave a forma como se tira o protagonismo desse rapaz em ter participado do segundo video. não consigo entender como alguém pode afirmar que ele está constrangido, só por ver o video. o que vejo no video é um grupo de adolescentes que ensaiaram muito mal um jogral para mandar um recado. também me custa acreditar, que depois de toda a repercussão que o caso teve, quando a maioria das pessoas se colocaram em favor dele, e ainda assim o rapaz se sentisse obrigado a fazer o video com os outros. aí já estamos partindo pra outro tipo de preconceito, que é o do negro que abaixa a cabeça diante do racismo. e a forma como ele reage no primeiro video não me leva a crer nisso. não acho impossivel que ele tenha de fato perdoado os companheiros. o que no entanto não tira a responsabilidade deles para com o ato, que foi sim racista.

      1. Peraí, l otavio pereira!

        Nem vem com esse argumento segundo o qual dizer que alguém foi vítima de racismo é vitimizar o negro e colocá-lo em posição de inferioridade. Aliás, esse é o argumento que Nassif acabou usando no outro post sobre o assunto, pra se defender da reação negativa que seu comentário sobre o episódio suscitou.

        Não considero que Ângelo baixou a cabeça perante o racismo. Pelo contrário, ele reagiu de pronto, forçando um pedido de desculpa. E quando a desculpa veio, ele a rotulou de “falsidade”. (Dá pra notar que ele se incomodou mesmo, né? O que, a meu ver, seria suficiente para que parassem de defender a “brincadeira” dos playboys). Acontece que ele faz parte de uma equipe, tem de trabalhar harmonicamente com ela até as Olimpíadas… Ora, quem participa do mundo do trabalho (sim, aquilo é o trabalho dele) sabe dos sapos que a gente tem de engolir pra que o clima não pese no dia a dia, quando a gente é forçada a conviver com pessoas que não escolheu e que nem sempre valem a pena. 

        Assistindo aos vídeo (não vi aqui, mas no Diário do Centro do Mundo) achei evidente que ele ficou p* com as “brincadeiras” racistas e que ele não estava nem um pouco à vontade no vídeo da reconciliação. Só não vê isso quem não quer.

         

  32. Meu irmão mais novo vive me sacaneando desde sempre

    De vez em quando dou o troco … geralmente mais “elaborado”, para compensar a quantidade maior vinda dele.

    Isto ecidentemente porque “nos odiamos”…

    Ele é temporão, meu pai faleceu durante minha juventude e eu tive que segurar a barra em casa, juntamente com minha irmã mais velha e outros 3 menores.

    De certa forma, supri alguns aspectos da paternidade que eu tive e ele não (era muito criança).

    O malandro gosta de reconhecer de vez em quando) aos demais que eu fui um “quase pai” dele … e quem não gosta de poder ouvir isso?

    Entretanto, a sacanagem persiste… Certa feita uma pessoa amiga dele, que não me conhecia, veio se solidarizar comigo: “desculpe, sou amigo de seu ‘filho’ há muito, mas nunca vi ninguém ser tão desrespeitoso assim com seu pai!”.

    Ficou desconcertado com a gargalhada que dei, antes de esclarecer as coisas…

    Uma das frases mais comuns que um diz ao outro nestes momentos é:”Ôô seu filho da puuuta!”

    Espero que não chegue o dia em que um conhecido, ele, eu ou minha nonagenária mãe não abra um processo por calúnia e difamação;

    Um beijo, irmão!

  33. O assunto é difícil

    Minha esposa é conselheira tutelar e um dia recebeu uma denúncia de que um menininho negro sofria injúrias raciais no condomínio de classe média onde morava. Notificou as mães e ambas compareceram com as crianças (vítima e suposto agressor). Ela notou que todos ali estavam numa boa e os menininhos inclusive ficaram brincando amistosamente o tempo todo com os brinquedos do CT. Então, ao perguntar sobre o ocorrido, ficou chocada ao saber que a “denúncia” fora feita sob pressão de um vizinho “politicamente correto” que ameaçou a mãe do menino negro com uma representação no próprio CT por omissão caso ela não fizesse a denúnica.

    O caso é que não havia injúria nenhuma. O “agressor” era ruivo, e chamava o menino negro de “Chokito”. Quando indagado por minha esposa, respondeu que apenas revidara, pois o outro o chamava de “Cheetos”, e às vezes de “Ferruginha”.

    O menino negro confirmou e as mães também, nervosas pela situação, mas que deixaram claro que são amigas e que não têm mágoa nenhuma e que é comum as crianças brigarem e depois fazerem as pazes. Os meninos são bons, são amigos e, como qualquer menino sadio, às vezes se desentendem. O problema foi a patrulha do vizinho “de bem” que obrigou as duas famílias a perderem uma tarde no Conselho Tutelar pra se explicar.

    1. Comparação descabida!

      Quer dizer que é a mesma coisa o apelido de chokito, que por sinal é um chocolate muito gostoso (com certeza muito melhor que o tal do chettos), que a publicação na internet de uma piada infame que diz que saco de lixo tinha de ser preto? Que falta de noção!!!

  34. Faltou sinceridade

    Não senti que o pedido de desculpas foi sincero, e pela cara de constragimento do Angelo no vídeo, acredito até que ele seja vítima de bullyng de forma sistemática disfarçado de bricadeiras, bem ao estilo covarde e cínico brasileiro.

  35. Homem de cor…

    Quando eu nasci, eu era negro.
    Quando você nasceu, você era rosa.

    Quando eu cresci, eu ainda era negro.
    Quando você cresceu, você ficou branco

    Quando eu pego sol, eu fico negro.
    Quando você pega sol, você fica vermelho.

    Quando eu sinto frio, eu continuo negro.
    Quando você sente frio, você fica azul.

    Quando eu tenho medo, eu fico negro.
    Quando você tem medo, você fica verde.

    Quando eu adoeço, eu fico negro.
    Quando você adoece, você fica amarelo.

    Quando eu morrer, eu vou permanecer negro.
    Quando você morrer, você vai ficar cinza.

    E é você que me chama de Homem de cor?

  36. Não vi racismo, mas estimulo inconsciente a ele.

    Sinceramente não vi racismo por parte dos atletas que fizeram a brincadeira de mau gosto, mas um certo adestramento cultural que nos impede, muitas vezes, de não notarmos que certas brincadeiras podem magoar nosso próximo e até mesmo amigos queridos. Pior que, não é de se duvidar que a brincadeira estimule o racismo, mesmo que os jovens do caso não tenham tido a menor intenção disso.

     

    Que a brincadeira é tola fica evidente, tanto que o jovem negro que é amigo deles ficou profundamente magoado e se retirou para o quarto. Claro que, depois da repercussão do caso, ele gravou um vídeo eximindo de culpa seus amigos, porque são de fato seus amigos e ele é amigo deles. Mas fica a lição para refletirmos até que ponto nossas brincadeiras não estão “passando do ponto” e magoando pessoas queridas, não apenas em relação a cor da pele, mas em diversas outras situações.

     

    Quanto a imprensa? Bem, não sei a dimensão que o fato tenha tomado para opinar se estão fazendo sensacionalismo com o caso, o que sei até o momento é que publicaram na net o vídeo, daí que vira notícia, como está sendo tratada a notícia é que não tenho ainda base para me posicionar.

    1. Só um adendo, se não ficou

      Só um adendo, se não ficou claro, se por acaso estão “satanizando” os jovens atletas que fizeram a brincadeira, isso é uma tolice sem medidas, está claro que eles não tiveram nenhuma maldade na brincadeira, mas que o fato sirva para refletirem sobre que tipo de brincadeiras podemos estar fazendo e que possa estar magoando outras pessoas sem querermos.

      1. Caro Eduardo, só discordo de uma coisa. Era maldade mesmo.

        Eduardo, estas brincadireiras são mesmo maldosas, são típicas de crianças e adolescentes e são feitas para aborrecer os outros e com isto ter alguma “alegria”. Provavelmente o rapaz que se sentiu ofendido, se ele é um rapaz como os outros deve em algum momento ter composto um grupo com mais dois e feito outra maldade com o que restou.

        Não devemos querer transformar as crianças e adolescente em anjinhos, pois simplesmente eles não são. Há crianças mais maldosas e outras menos, porém geralmente isto só aborrece momentaneamente a vítima da ocasião, depois são formadas outras composições de força e outro servirá de vítima.

        Estamos criminalizando a maldade infantil e tentando eliminá-la, com isto simplesmente se esconde o que há de errado nisto tudo e deixando que eles se tornem adultos ainda mais maldosos e pior dissimulados. Não sei o que é pior, conter o bullying nas escolas e outros ambientes e criar adultos que reprimiram os seus instintos maldosos que retornarão mais tarde com maior intensidade.

  37. Infelizmente jovens não tem auto-censura.

    Brincadeiras maldosas são típicas de crianças e jovens, quando se quer “brincar” com alguém se procura exatamente o que incomoda, a cor, o peso ou qualquer coisa que o diferencie do grupo. Poderíamos dizer que não foi racismo a brincadeira dos rapazes, foi a mais pura e mais usual MALDADE que percola a relação entre crianças e adolescentes, no caso utilizaram a cor, mas se ele fosse branco e mais baixinho ou alto que os outros o tema seria este.

    Na escola há trinta ou quarenta anos atrás não existia bullying, não porque alguém não era perseguido pelos outros, mas sim porque a palavra não existia. Antigamente não existia vídeos na Internet, simplesmente porque não havia Internet, antigamente não existia perseguições nas redes sociais, simplesmente porque não havia redes sociais, porém todos as crianças e adolescentes escolhiam algumas pessoas que se diferenciavam do grupo para pegar no pé, mas também haviam os odiados, estes geralmente tinham o pior de tudo a indiferença. Até os estudiosos, que hoje numa macaquice espantosa são chamados de NERDS eram denominados de CDF, quem não sabe o significado da sigla, pergunte a quem tem mais de quarenta ou mesmo trinta anos, mas posso antecipar, não era nada elogiosa.

    Eu, por exemplo, por ter um peso bem acima da média possuía alguns apelidos em que a palavra gordo era complementada para diferir de outros que também passavam do peso, porém era extremamente difícil alguém ter um apelido que não agregasse algum atributo físico ou de comportamento que procurasse denegrir a sua imagem, mas a imensa maioria incorporava este apelido e não se queixava dele. Quem se irritasse com isto aí mesmo que se intensificava a perseguição até o momento que a pessoa esquecia da conotação e assimilava a denominação, após isto era como um novo nome próprio.

    O que ocorre nos dias atuais, uma mínima provocação maldosa (não devemos pensar que não há maldade nisto tudo) é filmada e colocada na Internet e outras formas de divulgação, e a maior parte dessas provocações maldosas que passariam em branco nos tempos passados são magnificadas, denominadas e criminalizadas, e o pior, geralmente por uma total falta de capacidade de autocensura os próprios atores que serão posteriormente prejudicados que vão divulgar as suas maldades e se auto-incriminarem.

    Enquanto não houver um curso de cinismo para jovens e crianças, ensinando-os quais os comportamento natural e maldoso, politicamente incorreto, que devem ser escondidos da população em geral, casos como este vão se suceder. No momento que houver este “curso” ou simplesmente os pais incutiram a auto-censura nos seus filhos, as crianças maldosas passarão de crianças maldosas para adultos maldosos e dissimulados. Realmente não sei o que é pior, a maldade infantil ou a dissimilação adulta tendo por traz a mesma maldade infantil.

  38. Brincadeiras como essa só

    Brincadeiras como essa só alimentam o racismo. Acho q já são bem grandinhos para ter noção do que e ofensivo e magoa o próximo. No entanto, não vejo na mídia porca brasileira moral alguma para denunciar o que quer que seja, pois os objetivos dela só visam o sensacionalismo, e não combater de verdade o racismo. Que sejam, sim, punidos, para que sirva de exemplo para um monte de outros racistas enrustidos que acham tais brincadeiras ou piadas normais e inofensivas. Conheço um bocado de gente assim que, por outras atitudes,posicionamentos e falas, não tenho dúvida alguma que são racistas. Sem complacência com essas “brincadeirinhad”. 

  39. Beija abraça e gosta, mas ‘brinca’ racistamente, é o ‘Portuga’!

    É isso que os jovens tem de perceber, beija, abraça, ama e se deita junto mas, brincadeiras racistas NÃO PODE.

  40. Beija abraça e gosta, mas ‘brinca’ racistamente, é o ‘Portuga’!

    É isso que os jovens tem de perceber, beija, abraça, ama e se deita junto mas, brincadeiras racistas NÃO PODE.

  41. Mancha maior não há na

    Mancha maior não há na história da humanidade do que a escravidão dos negros africanos. Nem se sopesando o contexto histórico se pode suavizar o inominável crime cometido contra os que foram arrancados das suas aldeias e vilarejos para serem explorados na condição de animais no além-mar por quem à época detinha a hegemonia econômica. Se é que é possível comparar tragédias humanas,os horrores do holocausto na segunda guerra se eclipsam frente ao horror dos horrores que foi a escravidão negra. Negros não eram tidos como sub-humanos, tal qual era a avaliação pelos opressores de judeus, ciganos, eslavos, chineses, coreanos, armênios etc. Pela concepção da época eram simplesmente animais. Até suas humanidades, mesmo que parcial, foram negadas. 

    Quando se remete a preconceito racial imediatamente vem à baila as pessoas da dita “raça” negra. Deriva tal correlação do fato de que por maiores que tenham sido os avanços, seja pela via impositiva-legal ou por uma maior conscientização acerca do absurdo moral e da abominação ética que envolve o racismo, ainda remanesce o preconceito. A  abolição da escravatura, e por extensão a suposta inserção do negro na sociedade branca, se cingiu apenas ao formal. Tornou-se ilegal a escravidão, os negros e negras foram libertos, mas em compensação a sociedade dos brancos continuou escrava das mesmas visões e percepções dos negros como inferiores, indolentes, incultos e incapazes de se auto-gerirem. 

    Os hoje conhecidos como afrodescendentes saíram da escravidão física, foram libertos pelo corpo, mas em compensação lhes impuseram outra: a servidão de cunho psicossocial. E nesse novo tipo de servidão os grilhões acorrentam indistintamente negros e brancos. Nestes, os grilhões da intolerância, do orgulho, do egoísmo, da arrogância e da pseudo superioridade; naqueles os do  conformismo determinístico, a humildade patológica e o complexo de inferioridade. 

    Essa digressão histórica se fez necessária porque é impossível entender ações racistas, involuntárias ou não, se não tivermos uma visão mais abrangente do processo. 

    Merce do seu poder de fazer avançar em todos as suas dimensões a escalada humana, o processo civilizatório tem suas limitações. O condão de transformar para melhor  de forma objetiva e incisiva as sociedades humanas não se dá no mesmo diapasão para as várias matizes que as compõem. Se as Ciências Biológicas e Sociais ou qualquer outra categoria de conhecimento desautorizam o racismo; se a Política, via poder coercitivo do Estado, o criminaliza; se a Filosofia pela Ética o deplora; e se as Religiões pelo viés Moral o condena; por que, então, ainda emerge aqui e ali com intensidade e gravidade variadas? Minha aposta, simplória e sem base em nenhuma referência cientifica é nas armadilhas do SUBCONSCIENTE COLETIVO. É o tributo que ainda pagamos pela servidão de cunho psicossocial retro mencionada. 

    Seriam, então, justificáveis as ações e palavras de cunho preconceituosas de forma rasa e geral? Claro que não. Incidiria em ingenuidade e até mesmo desonestidade se negasse a existência do racismo doloso, portanto criminoso e abominável. Apenas sugiro que antes das exortações melodramáticas, o clamor por castigos e admoestações, e o bombardeio do politicamente correto, fossem ponderadas todos os aspectos envolvidos no episódio. 

  42. Cada um sabe onde o sapato lhe aperta e quando lhe pisam no pé

    Já cansei de explicar, mas o pessoal vive repetindo as expressões “politicamente correto” e seu par “politicamente incorreto”. Explico de novo: quem as inventou foi a direita dos Estados Unidos, para combater ações afirmativas de minorias (ou maiorias) discriminadas ou oprimidas, e para combater quem reage contra ofensas raciais, ou sexistas, etc. Não foram membros dessas minorias ou maiorias quem as utilizaram e difundiram. Foi a mídia de direita, as redes sociais de direitistas, e o pessoal de esquerda e progressista vive repetindo-as. Vocês não encontrarão militantes negros, gays ou feministas dizendo que algo é politicamente (in)correto. 

    Quanto ao caso em pauta, só quem é ofendido e discriminado sabe que é melhor não ser ofendido e discriminado.

  43. A hipocrisia da punição aos ginastas que brincaram com o colega

    Quem chama isso de BRINCADEIRA se fosse NEGRO usaria outra PALAVRA.

    Venho OBSERVANDO os JOVENS nos últimos anos e conclui que a característica que mais os DIFERENCIAM dos JOVENS do PASSADO na maioria das vezes, é o fato de não terem o MÍNIMO RESPEITO por NINGUÉM.

  44. Parabéns Nacif, pelo post.
    O

    Parabéns Nacif, pelo post.

    O politicamente correto se fortalece com a omissão das pessoas. Pelo constrangimento e pelo linchamento público conseguem vetar qualquer debate e impor seu maniqueísmo indigente. Se quisermos ter uma sociedade livre e democrática é absolutamente necessário reagir e não se omitir.

    Não há debate equilibrado no Brasil que leve em conta os diversos aspectos destes temas, que são importantes para o país. A criação de órgãos de estado ligados a questões raciais, de gênero, de índios e a proliferação de movimentos sociais pouquíssimo representativos que militam nestas questões e ainda dirigem os referidos órgãos de estado, não contribuiu para criar uma consciência nacional nem uma política de estado sobre estes importantes temas. Ao contrário, contribuem para bestializar o tema, encerrado em uma visão limitada e maniqueísta que criminaliza a população brasileira. Isto decorre, em minha opinião, do vácuo de pensamento em relação a um projeto nacional e à inserção do Brasil no mundo, além da falta de um ambiente cultural e científico mais dinâmico, onde a inteligência esteja presente e que clame naturalmente pela liberdade.

    Nesta escuridão prevalece a ação oportunista, vaidosa e covarde do constrangimento e do linchamento público. Como exemplo da magnitude da condução patrulhada das ações do governo cito a renúncia do Brasil em construir a mais bem localizada base de lançamentos de foguetes do mundo, para atender aos advogados e militantes que “defendem” uma comunidade quilombola (será que o Putin, o Obama, o Cameron, o Holande entenderiam isto?). Há também a alienação de metade do estado do Amapá para uma pequena tribo de índios Yanomani (povo mais atrasado do planeta atualmente), enquanto estes ficam à mercê de ONGS e missionários estrangeiros. Há também a não debatida imigração do Haiti, que parece será eterna. O governo inventou esta imigração, convidou o povo haitiano a vir morar no Brasil e ainda criou um fluxo migratório ilegal que é legalizado, com exploradores deste tráfico em vários países. Qual é o interesse nacional nestes poucos, mas impactantes, exemplos?

     

  45. Quando o racismo se esconde atrás da cultura da brincadeira

    Na boa, existe toda uma cultura enraizada no Brasil de que “preto quando não caga na entrada caga na saída”. Pois é! Atletas de alto rendimento da equipe brasileira de atletismo apenas reproduziram o que já é rotina em nossa sociedade “do quarto de empregada” (senzala) que felizmente já virou dispensa na maioria dos apartamentos (Casa Grande) de áreas que são ou já foram consideradas “nobres”. Acontece que os jovens atletas têm que aprender desde cedo sim que “o politicamente correto” é inerente à pessoas públicas, mesmo que isso possa parecer para muitos hipocrisia ou coisa parecida. Esses adolescentes atletas que representam o Brasil  em etapas pelo mundo carregam consigo a resposabilidade de representarem um país que já é bombardiado pela grande mídia diuturnamente com o “complexo de vira lata”. Os brasileiros de cor preta principalmente sofrem por serem os vira latas dos vira latas. Concordo que os atletas deveriam ser punidos, mas não deveriam ser estigmatizados após sofrerem a punição, até porque são, acima de tudo, garotos (com pouco discernimento para entender o que é representar um país com tantas mazelas sociais, tal como o racismo). 

  46. Os tempos são outros

    Não quero entrar no mérito se a cobertura da grande imprensa exagerou e promoveu “linchamento”. Esse tipo de argumento é tão arbitrário que ele serve para qualquer coisa. Basta querer. Tudo pode virar linchamento. Neste caso, essa abordagem crítica me parece incorreta, pois não há como fazer frente à divulgação da imprensa, já que o assunto abordado é uma questão que é combatida neste país, inclusive em sede constitucional, que é o racismo, em quaisquer de suas manifestações. O caso transcende a esfera individual do ginasta negro, considerando que o vídeo com as “brincadeiras” viralizou na Internet, especialmente nas redes sociais. Outras pessoas certamente se sentiram ofendidas e, aqui, o argumento de que a vítima perdoou ou aceitou as desculpas é inócuo. Em outras palavras, a questão não é mais apenas o ginasta negro. Passa a ser algo que atinge muitas pessoas, criando um notório interesse público.

    O fato é que tais questões não são mais admitidas como “brincadeiras”. E isso me parece certo. Sob a desculpa de fazer “brincadeira”, “humor”, muita gente aproveita para destilar preconceitos, discriminações, racismo. A questão é o que a sociedade passou a considerar mais válido em termos de valores. A opção foi pela inadmissibilidade do racismo, em quaisquer de suas manifestações. Não é permitida livremente a situação do racismo poder ser praticado, ainda que na base da “brincadeira”.

    No caso concreto, o ginasta visivelmente não gostou das “brincadeiras”. Tudo o que aconteceu depois passa a ser irrelevante. O mal já foi causado, já produziu o dano.

    Ninguém pode dizer no que redundaria essa situação se o vídeo não tivesse se tornado público. O ginasta negro poderia conviver com isso mais e mais vezes. Eles podem não ser exatamente racistas por convicção, mas, infelizmente, agiram errado com as tais “brincadeiras” e devem responder por isso. Assumir responsabilidades faz parte da condição de viver em sociedade.

    Os tempos são outros e racismo não é mais aceito. Nem “de brincadeira”. Eles aprenderam isso. Na minha opinião, devem ser punidos no âmbito da entidade que dirige a ginástica brasileira. A priori, sou contra sanções mais graves, como aplicação de penas previstas na legislação anti-racismo, até porque não existem provas para caracterizar um racismo por convicção, doloso, salvo se uma investigação posterior comprovar isso. Aí não terá jeito. Vão ser punidos legalmente. E é claro que tem que ter investigação, ora. É para isso que existem as instituições do Estado, a disciplina administrativa no esporte etc. Ou o Brasil é um país sério ou não é. Tem que ser investigada sim a conduta pretérita desses ginastas, até para que se confirme o que eles dizem, que não são racistas, que não fizeram com dolo etc. Não tem que ter medo de investigação. Neste caso, é uma imposição moral, ética, investigar os fatos. Vão ter sim que sentar com as autoridades constituídas e responderem uma série de perguntas. Sou favorável até a investigar o que ele conversavam entre si pela Internet, quando o ginasta negro não estava vendo.

     

  47. É o país onde ninguém tem
    É o país onde ninguém tem culpa, ninguém é responsável.

    Coitadinho das crianças, tao meigas, logo depois encheram o negão carinhos como prova de seu amor.

  48. Com o Brasil vivendo uma

    Com o Brasil vivendo uma situação tão delicada como essa de racismo, de brincadeira maledicentes conta quem quer que seja, mas com o politicamente correto medindo nossas palavras até em situações banais, sem consequências, esses rapazes foram, no mínimo, muito sem noção por divulgar um vídeo no qual um negro, que está entre eles, fica a mercê de piadas ofensivas à sua cor. Se o negro gostou, se riu daquilo, aceitou, e pediu perdão, mantendo todos como seus amigos e companheiros, é uma coisa que ficou incógnita do princípio ao fim. O que fica pra nós, que somos a favor do respeito pelo próximo, é que brincadeira tem hora. 

  49. Brincadeira ou racismo?

    Vivemos três séculos de escravidão, não é nenhuma novidade.Não há como mminizar esse fato e sua profudna influência em nosso cotidiano. Não se trata de vitimizar o negro, mas de assumir que somos um país racista. As supostas brincadeiras e piadas se confundem com esse racismo impregando na nossa cultura. Além de descabida a brincadeira, não se pode negar seu cunho de injuria a uma pessoa apenas pela cor da sua pele. Basta se colocar no lugar de alguem que sofra qualquer forma de assédio desse tipo pra entender seu significado.

  50. punição aos ginastas

    Caro Nassif, não concordo com sua análise. Talvez por não seres negro não tenhas como avaliar a extensão de danos que “brincadeiras” como esta fazem nas pessoas que as sofrem. Sou negro e sofri muito preconceito nesta vida, e a estratégia é sempre a mesma, é apenas uma brincadeira. Por que você se apressou em justificar a brincadeira e não pensou no que aconteceu internamente com o rapaz negro? Ele, como eu muitas vezes me perguntei, deve ter pensado que não é bom ser negro porque sempre as brincadeiras dirigidas a nós são para nos diminuir, desvalorizar e ridicularizar, e ainda colocam na rede para todo mundo ver. Eu não concordo com a atitude de bater e assoprar. Francamente, sua análise me deixa bastante decepcionado, pois por seres músico, atleta, jornalista, mais ainda, por teres o sobrenome que tens, julguei que fosses mais sensível para reconhecer o que parece mas não é. Não foi uma brincadeira, foi racismo mesmo. Por atitudes como a sua é que fica dífícil a nós negros agirmos como se deve numa situação dessas que é a de procurarmos nossos direitos. Hipocrisia é achar uma brincadeira algo que te destrói por dentro.

  51. A normalidade do racismo

    Nassif,

    um dos subprodutos da herança pós escravocrata foi uma depreciação generalizada contra o negro, causando o pior dos danos: o psicológico.

    “Brincadeiras” como essas sempre existiram e foram empurradas goela abaixo , já que, depois de percebido os exageros, sempre vinham as desculpas em tom carinhoso, bem ao estilo do mostrado no vídeo.

    O politicamente correto por vezes choca quem viveu em outras épocas, mas legar aos nossos filhos e netos o direito de ser simplesmente um cidadão brasileiro sem levar essa carga de baixa estima, é uma meta na qual não se deve abrir mão. Basta ver como muitos negros ( ou quase negros ou quase brancos ) neguem suas origens e se vejam como brancos.

    Racismo é um flagelo do ser humano.

    No Brasil tende a sair cada vez mais do armário, já que hoje se discutem agendas mínimas de inclusão (cotas).

    E aí, a mentalidade escravocrata aparece e reage.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador