A lógica das políticas econômicas neoliberais

Digo há algum tempo e enfatizo: do ponto de vista programático, essas eleições são as mais significativas das últimas décadas. Pela primeira vez estão claramente explicitados dois modelos de governo: o neodesenvolvimentista e o neoliberal. Ambos têm suas virtudes e defeitos e propõem o pote de ouro da retomada do desenvolvimento no final do arco-íris. E essa divisão é quase tão antiga quanto o surgimento da economia.

O protagonismo na economia sempre foi disputado por dois setores: o financeiro e o da chamada economia real (comércio, indústria e serviços). A partir de determinado período, o trabalho também tornou-se protagonista, de certo modo aliando-se aos empresários da economia real.

As linhas econômicas, no fundo, representam esses interesses, o neoliberal representando a alta finança; o desenvolvimentista representando a indústria.


***

Os neoliberais são fundamentalmente internacionalistas. Isto é, não estão ligados aos interesses nacionais. E, como tal, não enxergam problemas nacionais – como saúde, educação, inclusão social, industrialização – como prioridade.
Sua prioridade  é o interesse do grande capital. A utopia que vendem é que, quanto melhor tratar o capital, mas ele ingressará no país, e, automaticamente trará o desenvolvimento.

***

Em alguns pontos o interesse do grande capital bate com o interesse do país.

Mas quando o mercado toma a política econômica nos dentes – como ocorreu no Brasil de FHC e de Lula (até a crise de 2008) – todos os conflitos entre o interesse do capital e do país são arbitrados em favor do capital. O interesse nacional e dos cidadãos ficam em segundo plano.

***

Entendendo o que é o negócio do grande capital fica mais claro quais seus interesses na política econômica:

1. Emprestar a governos, através de compra de títulos públicos.

2. Arbitragem de ativos: comprar na baixa e vender na alta. Vale para imóveis, empresas, ações ou moedas de países, cotações de commodities.

3. Swaps de moedas: tomar empréstimos em determinada moeda e aplicar em outra, aproveitando o diferencial de juros.

4. Reestruturação de empresas, através de processos de fusão, incorporação, aquisição ou investimentos em novos setores.

***

Em função dessa lógica, na política econômica, ao capital financeiro interessam apenas alguns aspectos seguidos à risca por seus representantes quando Ministros:

Mobilidade de capitais – é condição necessária para entrar rapidamente em mercados “baratos” e sair quando a bolha explode. Qualquer política prudencial recomendaria prazos mínimos de permanência desse capital gafanhoto. Na gestão neoliberal, é anátema, expondo o país à toda sorte de jogadas, como ocorreu em fins de 1998, 2002 e 2009. E, antes disso, no início da República até o país quebrar, em 1932.

Políticas de controle da inflação – toda a estratégia consiste em elevar os juros acima da inflação esperada (como é o caso da política de metas inflacionárias). Afeta o emprego, a produção, mas preserva-se o valor do capital.

Política cambial e de juros – interessa apenas a apreciação do real.Se um investidor trouxer US$ 100 milhões com o dólar a R$ 2,20 e o dólar for a R$ 1,80, só por conta da valorização do real ele sairá do país com US$ 122,2 milhões.  Se aplicar a uma Selic de 12%, sairá com US$ 140 milhões. Se, pelo contrário, na saída o dólar estiver a R$ 2,50, só pelo efeito câmbio seu capital será reduzido para US$ 88 milhões. Esse negócio extremamente rentável fica comprometido quando a relação dívida/PIB torna-se muito alta; ou quando as contas externas se deterioram. Logo, a  perpetuidade desse negócio depende de superávits fiscais robustos.

Superávit fiscal – Cada tostão aplicado em programas sociais tira espaço do capital financeiro para continuar ganhando com a dívida pública. É por aí que se dá a disputa. Daí porque programas como o Bolsa Família, Reuni, Prouni, crédito agrícola jamais serão prioritários em um governo neoliberal.

Bancos públicos – Um setor em crise de capitalização é barato. Basta o financista comprar a empresa ou parte dela, injetar capital para imediatamente haver um salto no seu valor. O mesmo vale para empresas que precisam se capitalizar para crescer. Ao prover capital para esses setores, o BNDES tira mercado e protagonismo dos fundos de investimento.

Política agrícola – o foco do mercado é a grande propriedade agrícola apta a receber financiamento em dólares ou investimento. O crédito agrícola é uma pedra no caminho por fortalecer a pequena e média propriedade, amenizando a concentração fundiária. Em todos os setores, o desenvolvimento se dá pelo fortalecimento das cadeias produtivas, as teias econômicas de pequenas e médias empresas em torno das maiores. Já a lógica do grande capital é o da concentração econômica, da criação de empresas globais.

Incorporação tecnológica – Ao país interessa agregar valor às commodities e às manufaturas, para gerar empregos mais qualificados e balança comercial mais robusta. Ao grande capital, não. Como seu horizonte é o mundo, tanto faz se o processamento das commodities é feito aqui ou na China, desde que seja em empresas controladas por ele.

Luis Nassif

97 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “Ambos têm suas virtudes e

    “Ambos têm suas virtudes e defeitos e propõem o pote de ouro da retomada do desenvolvimento no final do arco-íris”. Vai sair um artigo com os defeitos do modelo neodesenvolvimentista?

  2. Temos pela frente o nosso essencial ABROLHOS!
    Para quem serve o neoliberalismo? Não leva em conta a nacionalidade, as pessoas e suas necessidades, nem o seu desenvolvimento. Sempre que precisam ajustar o Estado Mínimo ferram a vida de todo mundo em prol de uma entidade que ninguém sabe quem é e porque precisam sacrificar tanto a nacionalidade. Portanto só serve ao grande capital e seus espoliadores.

    A grande jogada é ser neoliberal até alma no seu DNA e se apresentar aos eleitores como o continuador das políticas sociais, como o protagonista das “mudanças” que só interessa a eles e que para nós outros será uma verdadeira catástrofe.

  3. Excelente, uma aula

    No entanto, neoliberalismo e desenvolvimentismo são antagônicos, misturar alguns dos seus princípios – a terceira via – se mostrou uma falácia

    Blair e  Gordon Brown são exemplos

    Como diz Nassif:

    Mas, no geral, o interesse de curto prazo do grande capital conflita com os projetos de longo prazo dos países. E, quando o mercado toma a política econômica nos dentes – como ocorreu no Brasil de FHC e de Lula (até a crise de 2008) – todos os conflitos entre o interesse do capital e do país são arbitrados em favor do capital

    Marina propôs a terceira via e foi esfumaçada pelas contradições toda vez que seus economistas abriam a boca

    Claríssimo

    Pena que tais diferenças não cheguem ao conhecimento da classe média

    1. Prezado Assis
      Não chega ao

      Prezado Assis

      Não chega ao conhecimento de ninguém.

      Será que 1%. entende o que esta sendo  discutido aqui?

      Não creio…..

      1. Teremos que batalhar ou

        os do “outro lado” os convencerão do oposto, isto seja ficar parado e não fazer nada. Perdemos muito da nossa representação popular conseguida mesmo nos anos de chumbo, do golpe de 64. Diretórios academicos de universidades e faculdades, sindicatos de trabalhadores, defensores dos consumidores, CREA. OAB, e outros, estão “infiltrados” de pessoas que ou são contra a lutar ou são néscios que não pensam no futuro.

        Cada dia que não fazemos alguma coisa neste sentido,  é um dia perdido!

  4. Um dos motivos da existência

    desse fenômeno dito neoliberal, a meu ver, tem relação com o baixo rendimento dos títulos do tesouro de países ditos desenvolvidos. Esses títulos hoje mal e porcamente compensam a inflação em seus países. 

    Aparentemente, a grande maioria desse capital não vem dos cofrinhos de Bill Gates nem de Warren Buffet e Cia., mas, por exemplo dos fundos de pensão dos professores da California e outros fundos assemelhados. Aliás, quem aplica a bufunfa destes professores, salvo engano é um tal de PIMCO, que possui 1 ou mais trilhõeszinhos de dólares para investir mundo afora, preferentemente com retorno bem maior do que os títulos estadunidenses.

    Como não ganham o suficiente para bancar as futuras aposentadorias com os tais títulos do tesouro, eles obviamente tratam de procurar algo mais rentável. Muitos negócios antigamente rentáveis nos EUA, por exemplo, atualmente se tornaram micos, um deles é a construção de shopping-centers. 

    E é aí que os fundos põem suas “condicionalidades” na mesa:

    “Olha aqui, seu político de uma figa: a receita é nós colocarmos o quanto achamos que você precisa de grana em seu país e em troca a gente entra ou sai com nossa bufunfa mais o rendimento quando quisermos. Mande a conta para aqueles bobos que pagam os impostos na sua terra.” 

    O tal figurino neoliberal apontado por Nassif se encaixa nisto como uma luva. 

    Uma vez que esse capital obteve seus ganhos ele trata de procurar outro lugar para “massacrar” economicamente outro povo.

    Claro, deve sobrar uma comissãozinha para o político que cai na conversa destes fundos ou a aceita. Aliás, não seria surpresa se alguns políticos sem mandato recebam alguma bolsa-sobrevivência desses fundos, enquanto preparam novas mentiras eleitoreiras para reassumirem suas funções de guardião ds mesmos.

    E os fundos mais bravos são os tais fundos-abutre, a respeito dos quais a hermana Cristina Kirchner pode compor uma ópera. 

    Agora, um dos motivos dos juros serem baixos nestes países mencionados pode ser também o elevado montante de seus débitos, os quais, por sua vez poderiam chegar a um ponto de serem impagáveis, se já não o sejam. 

    E no meio disso surgiu a tal crise financeira de 2008, que forçou muitos países a simplesmente “imprimir dinheiro” para não haver quebra de bancos. Isso aumentou ainda mais a dívida pública e fez os países em questão darem mais um passo rumo ao abismo. E ficaram reféns desse capital. Um banco foi à lona no início da crise, alguns dias depois surgiu essa impressão de dinheiro para salvar as instituições “to big to fail”, but too stupid or too dishonest to survive.

    A meu ver, um efeito colateral desse neoliberalismo foi maravilhosamente bem captado pela China, logo no começo deste fenômeno, quando a China tratou de atrair fábricas de manufaturados dos países devedores, conseguindo assim trazer progresso a seu povo. Não houve, claro, progresso trabalhista.

    Paralelamente a China virou credora destes países, e com isso anda pressionando também para ter um livre mercado. A pressão deles é interessante: eles permitem que as empresas destes países remetam os lucros obtidos na China para suas matrizes. As matrizes apresentam excelentes resultados financeiros, mas sem produzir nada em casa.  (Exemplo: Apple, que tem dezenas de bilhões de dólares em caixa, e produz quase só na China.)

    E se houver alguma resistência contra a China, ela ameaça tributar esses lucros, levando os países a uma crise maior ainda.

    Uma forma de fazer os chineses serem mais cautelosos com o resto do mundo seria promover dentro de suas fronteiras o surgimento / desenvolvimento de forças sindicais de trabalhadores, para cobrarem mais despesas sociais de suas empresas, como  férias, fim de horas-extras, regulamentação de demissões, etc. Com isto aumentariam o tal custo-China.

    Esse caminho foi adotado no Brasil no período de 1975-1980 junto aos sindicatos brasileiros de trabalhadores na indústria automotiva: os sindicatos alemães, percebendo que a indústria local ia transferir a fabricação de alguns automóveis da Alemanha ao Brasil, tratou de “municiar” os sindicatos brasileiros com novas metodologias de luta. Esses sindicatos brasileiros conseguiram um bocado de progresso para seus filiados naquela época, *** apesar *** do regime militar. Isso tornou as matrizes das montadoras mais cautelosas, pois agora tinham que analisar um custo maior de mão de obra.

    Certamente um dos sindicalistas mais atentos a essas novas formas de lutas foi um certo Lula; alguém saberia dizer o que foi feito dele ? 

    Claro, os milicos mandantes da época acordaram para isto, tentaram subjugar os sindicatos, mas não contavam com a conivência das montadoras com estes sindicatos. E depois de algum tempo, esses milicos tiveram que sair de cena. 

     

     

  5. Texto que deu explicação a

    Texto que deu explicação a muitos e muitos questionamentos meus sobre economia e sobre as diferenças básicas, práticas mesmo, entre desenvolvimentismo e mercadismo.

  6. Bela aula de economia. Para

    Bela aula de economia. Para reforçar ainda mais a crença na necessária política desenvolvida pelo PT, sem fugir aos necessários ajustes.

    Só desinformados e caluniadores defendem o neoliberalismo.

  7. Toda teoria econômica traz

    Toda teoria econômica traz embutida nela uma ideologia, ou se preferirem, uma visão de mundo. Toda, sem exceção.

    Neste caso, os neoliberais, claro está, utilizam argumentos que no seu âmago defendem e sempre defenderam o grande capital, o sistema financeiro, em suma, os lucros. Todavia, é por demais óbvio que você jamais vai encontrar nos manuais escritos por autores neoliberais essa defesa explicita e enfática do lucro em prejuízo do trabalho assalariado e isto por uma razão bem simples: ela é obscurecida, disfarçada por argumentos de cunho racionalista e pelo exoterismo matemático que tão bem eles utilizam. Mas está lá, é só saber ler nas entrelinhas. Qualquer obtuso consegue compreender a racionalidade filosófica dos argumentos neoliberais, ou ser convencido por eles, mas enxergar o que isso significa na prática a quem beneficiam e a quem prejudicam já são outros 500. 

  8. neoliberal

    Então, o governo de um país que não consegue crescer economicamente e torna-o barato para a “compra” somado a aumento de taxas de juros que beneficiam os bancos, é um governo neoliberal!

    Sendo assim, o Brasil hoje(último governo) se tornou neoliberal!

     

    1. considerações

      Uma maravilhosa oração do rito católico começa: “De profundis clamat ad te domine” etc.

      Quando vi tão “profunda” observação pensei: tá aqui a interpretação mais apropriada para esta interpretação. Em tempo, esta é a oração coma qual a Santa Madre Igreja entrega as almas.

      Vivendo e aprendendo.

  9. No fundo os neoliberais

    No fundo os neoliberais tucanos acreditam apenas numa verdade: que o país é deles e que todos os demais estão aqui de passagem. Ha, ha, ha… Eles não me fazem lembrar dos descendentes de portugueses do século XVIII, mas dos holandeses de Pernambuco no século XVII pouco antes do Brasil Holandês ser liquidado. Ha, ha, ha… Tucanos são agora estrangeiros orgulhosos da propriedade de uma terra que pertence a um outro povo que não pode nem ser expulso, nem exterminado. Ha, ha, ha…

  10. Uma coisa que não foi

    Uma coisa que não foi colacada é que na politica neoliberal quando falta dinheiro ao governo ele vai à venda, dos títulos ou das empresas que tem, e quem pagar leva.

  11. “Os neoliberais são
    “Os neoliberais são fundamentalmente internacionalistas. Isto é, não estão ligados aos interesses nacionais.”

    Minhas motivações param aqui. Não precisa acrescentar mais nada.

  12. Divida/PIB

     

    Nassif

    Bem didático o post. Só uma questão que não ficou clara para mim no trecho sobre a relação dívida/PIB que não torna o “negócio” rentável. Qual o problema para o capital financeiro nesse ponto?

    Abraço  

     

     

     

    1. Paulo, vc tem que fazer

      Paulo, vc tem que fazer alguns questionamentos.

      O que acontece nas flutuações da relação dívida/PIB.

      Se a dívida aumenta além das margens desejadas, o Governo tem que vender ou emitir moeda ? O que acontece com os juros pós uma dessas ações ser realizadas ?

  13. Reducionismo simplista

    Prá início de conversa, neoliberalismo como teoria econômica em si não existe…

    (https://jornalggn.com.br/fora-pauta/falacias-academicas-1-o-mito-do-neoliberalismo)

    Mas convenhamos que hajam 2 correntes em luta: desenvolvimentismo, que é aliado ao ESTADO (e não propriamente à indústria) e liberalismo, aliado ao mercado.

    Desenvolvimentistas, por serem aliados do ESTADO, têm pouco estofo intelectual para entenderem o mercado, por isto este reducionismo simplista.

    Para funcionar, o desenvolvimentismo precisa de subsídios, protecionismo e moeda desvalorizada, para encobrir os defeitos de improdutividade.

    Já o liberalismo escancara que produção sem competitividade e tecnologia, subsistindo com ajuda do Estado, apenas mascara a falta de produtividade, que acaba sendo arcada pelo conjunto da população.

    Exemplos de Coréia e China para defender nacionalismo antes da liberação ignoram variáveis tanto culturais de seus povos, quanto o momento histórico por que passa o mundo (ambientalismo, patentes, etc.).

    É simples!

    1. Somos burros e mal informados?

      Caro Calvin, segundo voce:   “Desenvolvimentistas, por serem aliados do ESTADO, têm pouco estofo intelectual para entenderem o mercado, por isto este reducionismo simplista.

      Já que a maioria no blog é composto de gente de “pouco estofo intelectual para entenderem o mercado”, fica difícil entender o que voce propos. Um bando de burros de um lado e só voce do outro!

      Acredito que a verdade neste caso está com a maioria, ou seja um bando de gente que sabe o que é melhor para si mesmo e para o país e você que não entende do que está falando!

      Esta história de falar em “mercado” é um equivoco, quando deveriamos colocar do outro lado são financistas ricos, com vizões mundiais (pois não tem nacionalidades)  e não do interesse nos países. tentando tomar o nosso dinheirinho.  

      1. Errado.

        Mercado inclui financistas, mas também empreendedores, empregadores, investidores, gente que produz e emprega.

        Se lhe disserem que são os beneficiários do bolsa família que empregam, acredite, não é verdade. 

        E como Delfim cansou de dizer neste blog, o Estado CONSOME riqueza de parte da sociedade para fornece-la a outra, não a produz. E para repartir, a parte repartida tem que ser produzida primeiro.

    2. neoliberalismo

      Neoliberalismo é um neologismo que não tem mas nada com liberalismo, ou da origem da palavra.

      Neoliberalismo é um espantalho retórico criado esquerda para bater sem que alguém se defenda por que não existe “neoliberais” pelo menos na atual definição.

      O texto do Nassif descreve o neomercantilismo esta sim seria a palavra adequada.

      A reedição da ‘Companhia Britânica das Índias Orientais” , a redição das “corporações de ofico” e a prova do neomercantilismo.

      O Modus operandi e o mesmo.

  14. excelente explicação

    Gostei muito da explicação. Bem didática.

    No entanto, Nassif, o povo não entende a diferença.

    Nem mesmo os que  dizem e apregoam, por títulos e condições culturais, ter mais condições de discernimento, não compreendem e não estão entendendo a diferença.

    A linguagem diferenciativa é tão somente exposta pela grande liderança do País, Lula. Este consegue, em poucos palavras, rápidas e rasteiras, definir, como o grande comunicador que é, no popular, as diferenças entre os modelos, na forma simples que o povo pode entender.

    Bendito o dia que Lula nasceu.

  15. Nassif não perdoa, quando não é poesia é lógica! KKKKK!!!!!

    Um post clássico Nassif, sem tirar nem por.

    Cadê os defensores do Neoliberalismo ?

    A campanha do Aécio e do PSDB faz água por todos os poros, já eram!

  16. Brasil e o mundo

    Talvez por ter nascido em outro pais, ainda que naturalizada neste, tendo a ver estas eleições não só desde dentro mas também “de fora”, considerando tanto os paises vizinhos quanto o conjunto do processo global.

    Temos desde uns anos atrás, a predominancia do setor financieiro, que não só provocou a crise de 2008 mas que mantém até hoje os países até então ricos e desenvolvidos de joelhos, comandando-os desde dentro. Lembremos por exemplo da recente demissão sumária do ministro das finanças francês por ter dito que é possível sair da crise sem aumentar desemprego e arrochar salários como outros países já estão fazendo.

    Ai é que entra o Brasil. É a maior economia que está fazendo isso; pésimo exemplo para esse 1% mundial que está tentando dominar o planeta, como o pior pesadelo que a ficção científica consiguiu imaginar.

    Penso que está em jogo uma opção de futuro para a humanidade toda. Por isso, a eleição é entre candidatos, programas, mas essencialmente, é uma escolha dos valores em que acreditamos e queremos para nós, para o pais e para nosso futuro coletivo.

  17. Eu nunca vi uma descrição

    Eu nunca vi uma descrição mais falaciosa do liberalismo em toda a minha vida.

    Esse papo nacionalista poderia estar sendo sustentado, perfeitamente, por um General no meio da década de 70.

    É a mesma coisa: temos que nos defender do tal “inimigo externo”.

    Lamentável. É uma descrição infantil, falaciosa e errada do que é liberalismo.

    Essa divisão capital financeiro x economia real é absolutamente incorreta. Liberalismo tem a ver com liberdade, em primeiro lugar – liberdade para trabalhar, para buscar o que é melhor para si.

    Neste sentido, liberalismo econômico, na perspectiva internacional, significa livre comércio – o que implica livre circulação de capitais e produtos.

    Sendo assim, essa divisão (bizarra) é incorreta. Simples assim.

    No mais, é muito curiosa – e sintomática – a defesa do isolamento do país. Os tais “desenvolvimentistas” defendem a proteção da indústria nacional, nem que para isso seja necessário forçar a população a ter um custo de vida absurdamente alto.

    Vamos falar a verdade. É disso que se trata o desenvolvimentismo: proteger empresários e monopólios.

    O cidadão não ganha rigorosamente nada com isso. Para ele, a única diferença é ver a sua vida mais cara, cada vez mais cara e se ver cada vez mais isolado do mundo.

    Mas é bom que esta defesa esteja sendo feita às claras. É bom que os dois modelos de país estejam sendo confrontados.

    Eu já fiz minha escolha: sou liberal. Sou liberal por que me preocupo com a liberdade do indivíduo e não com uma abstração coletiva. Sou liberal por que acredito que é o empoderamento do cidadão e não do Estado que trará PROSPERIDADE.

    E vocês vão perder. Vão perder por que o cidadão brasileiro não aguenta mais a chantagem petista de que tudo o que ele tem se deve ao Estado.

    O cidadão não deve nada ao PT. NADA. Deve a si mesmo, pois é ele que acorda de manhã e trabalha e busca o que é melhor para si.

    Vocês vão perder por que não queremos nos isolar do mundo. Queremos nos integrar.

    Vocês vão perder por que não concordamos com essa ética distorcida da corrupção virtuosa.

    Vocês vão perder por que somos empreendedores e queremos ganhar dinheiro sim, honestamente.

    Vocês vão perder por que o cidadão é mais importante que a nação. Assim foi quando a ditadura caiu e assim será agora.

     

    1. Cadê o time de primeira linha dos neoliberais?

      Esta profissão de fé, produzido por um defensor do segundo ou terceiro nível não dá para levar em conta. 

      Argumentos pífos, deslocados da realidade e sustentados nas aparências, coisa de amador.

      Cadê os ban ban bans da campanha, jogaram a toalha?

      Mentes curiosas querem saber.

      1. E tu?

        Muito bem, sr. Weber.

        Cadê teu comentário de 1º escalão?

        Aprendeu bem com o Lula, estigmatizar, sem conhecer exatamente o que está falando.

        Quanto tiver algo a dizer, diga. Nosso amigo do comentário disse o que pensa. E você?

        Abraços cordiais

    2. Muito engraçado. São estes

      Muito engraçado. São estes teus argumentos ? Somente retórica?

      Quer dizer que 36 milhões de brasileiros resolveram, por si só, sair da miséria, por livre e espontânea vontade ?

      E 46 milhões viraram classe C porque, de repente, resolveram que a classe D e E não era seu lugar, por único e exclusivo mérito próprio?

      E os 10 mil estudantes resolveram sair do país para estudar nas universidades do mundo pq, de uma hora para outra, descobriram que bastava escolher o curso que queria e comprar ticket aéreo?

      E 3 milhões de famílias decidiram sair do barraco e do buraco onde moram e, do nada, sem nenhuma política pública, adquirir um financiamento de uma casa ou apto de alvenaria novinha em folha, pagando prestações que ele consegue pagar ?

      Todos defendem o protagonismo do indivíduo e sua ascenção por mérito próprio, desde que todos tenham condições mínimas e básicas iguais. O que estamos vendo é um governo de RESGATE  e de REPARAÇÃO pelos erros históricos do liberalismo e sua pior vertente, o neoliberalismo.

       

    3. Vc é muito ruim.

      Vc é péssimo, não apenas de compreensão de texto, como de leitura.

      Onde o texto cita liberais ?

      Os próprios liberais da escola austríaca rejeitam o termo neoliberal por estar dissociado do liberalismo que pregam.

      São coisa diferentes caras, se vc não entende isso, não tem a mínima condção de debater nada.

      Quem disse que os progressistas pregam o distanciamento do mundo ? Pregam sim, uma união, mas que beneficie todos, não apenas a elite, por isso, em primeiro lugar, que se faça a união no terreno sul-americano, para ir mais forte, para poder fazer alianças em bloco, não em separado, com os EUA e Europa e sempre como vira-lata.

  18. Curto circuito

    Nassif pra variar brilhante em suas colocações bem ponderadas em defesa de uma tese. 

    A sua capacidade de sintetizar temas econômicos complexos permitindo a compreensão por parte do leigo é invejável( no melhor sentido da palavra).

    Sinceramente, bravo Nassif! ( e sua equipe)

    Estou respeitando, portanto, a competência do r. jornalista de perceber, aglutinar, desenvolver análises de determinados cenários econômicos. 

    Mas o meu caminho é outro. Ataco a ciência de meia tigela.

    Assim, eu também defendo uma  tese parecida só que sem o auxílio da pseudo ciência econômica de meia tigela enganadora. Ou , talvez, utilizando-o para desmontá-la.

    Ciência que não é “dura” mas sim, uma dureza…

    Ciência engana bobo que eu gosto.

    Encontra “trocentos” caminhos para mascarar o de sempre: Capital versus Trabalho.

    Com o auxílio de outras ciências ainda menores, tais  como a administração de empresas e adjacências,  tenta fundir (  fugir do antagonismo) o capital e o trabalho com a expressão: Capital Humano! Ou capital intelectual.

    Se o vocábulo “capitalismo” tornar-se muito carregado de “ideias” falsas é simples: muda para “economia de mercado”, como diria Galbraith.

    Enfim, essas BABOSEIRAS que a gente tem que ler por ai, repeitandos-se, evidentemente, seus autores. 

    Mas vamos tratar de economia. Não fugirei da raia.

    O Brasil, país que para muitos faz parte daquele “bloco da periferia”, ainda não tem geração de poupança interna. 

    Necessita do “resto do mundo” para alavancar seu crescimento no jogo internacional.

    Seu PIB ( e não o PNB, nunca jamais!) precisa crescer e crescer. Afinal, o capital qualificado “produtivo” precisa ser “atraído” para o país. Logo, precisa ser muito bem tratado.

    É necessário que o excesso de extração da mais valia , ops, desculpem-me ato falho … 

    De novo….

    É necessário que o aumento da “produtividade” do trabalho seja tal que possa remunerar , muito bem, mas muito mermo, o “capital amigo”  do resto do mundo,  para que fique  alguma coisa dessa “produtividade” aqui no território  dos brasileiros. Afinal, estes são os  proprietários do próprio corpo “produtivo”.

    Esses proprietários, no entanto,  não veem nada da nova economia vulgar de say e bastiat!    

    Se alguém “vem com  umas” de desenvolvimento local, pau nele!

    Substituiu import… pau nele!

    Política protecion… pau nele!

    Reformas agrar…. pau nele!

    Ô periférico fica na sua ai, compreendeu!!!??? 

    PIB pra você e PNB pra mim, senão, o pau vai comer…

    Mas ai, eu pego o pacto geral e “democrático” e percebo que ele , veja bem!  fundamenta-se dentre outras coisas na valorização social do TRABALHO e da livre iniciativa ( note: trabalho e livre iniciativa e não trabalho e capital, embora este tem também o seu lugar, mas não aquele em que os “economistas de escol de meia tigela” tentam colocar na cabecinha dos desavisados!) Evidentemente, não me refiro a r. jornalista que sabe muito  das coisas.

    Mas adiante vejo que a propriedade , assim como o pacta sunt servanda contratual, precisa respeitar  ou perseguir a função social. 

    Então, dando um salto para concluir , evitando-se delongar-me muito , embutindo premissas que todos sabem,   podemos dizer o seguinte:

    Raposa tomando conta do galinheiro já vimos em 1999 e graças a deus expulsaram-na de lá.

    Agora, raposa, travestida de “anjo” ( ou de “lord” inglês),  para tomar conta da granja?

    Ahhhh, conta outra, turma do choque!

    Saudações

     

     

     

  19. Esclarecimento

    Sem entrar nos méritos do seus argumentos, acho que cabe uma pergunta, para esclarecer e permitir comparações. Como você classificaria os modelos economicos dos EUA e da China? Afinal, as duas maiores economias do mundo.

    Particularmente em relação à China gostaria de dizer que a maioria das análises que os ocidentais fazem sobre essa economia são altamente equivocadas, pois não entendem a lógica da estratégia chinesa. Esta é essencialmente “asiática”, considera, e muito, seus cinco mil anos de história, aproveita do ocidente apenas os temas que agregam valor aos seus planos, mas obedece aos seus próprios critérios e, em geral, ignora solenemente qualquer pensador economico das bandas de cá, qualquer que seja seu viés político ou crença acadêmica. Digo isso porque tenho um filho que mora na China já há algum tempo, é doutor em economia pela UFRJ, formado pela UNICAMP, com pós doutorado em universidade chinesa e participante ativo de grupos de pensadores ocidentais que “desesperadamente”, no seu próprio dizer, estudam o fenômeno China para tentar melhor traduzi-lo ao ocidente. Por exemplo, caem na risada com essas superficiais interpretações sobre a “queda” do crecimento chinês. Em matéria de China, nada acontece que não tenha sido previsto e/ou planejado com muitos anos de antecendência, dentro de um plano maior que é permanentemente ajustado.

    Então, como classificar paises assim? Os EUA donos da moeda do mundo, ainda os caras mais avançados em matéria de tecnologia, que apesar de tudo ainda conseguem sobreviver razoavelmente bem, depois dos terríveis anos Bush e dos atuais anos Obama, e que já entendem que é preciso revisar alguns dogmas de sua cultura para continuarem no topo. E quanto a China, essa  ainda é uma incógnita.

  20. Saiu no Portal IG?

    Caramba, muito bom Nassif !! Didático e conciso. Esclarecedor para públicos semi-leigos como eu…rs.

    Não estou vendo trolls e não sei se foi por nocaute ou se a coluna não saiu no portal IG…rs.

  21. Como alguem disse acima, essa

    Como alguem disse acima, essa é uma visão de um General dos anos 70.

    Hoje em dia, tudo é globalizado.

    As gdes empresas são globalizadas, o que não muda é que o recurso continua no pais onde ela está instalada.

    Vamos ao exemplo da Petrebras. Se ela for privatizada, não muda onde estão os recursos energéticos (no nosso subsolo) e portanto não faz a menor diferença. Alem disso, numa gerra, esqueça esses pequenos detalhes. Ser “dono” da Petrobras não fará nenhuma diferença. Mas ser “dono” de capital intelectual para produzir itens mais sofisticados que podem mudar o rumo dela, sim será util.

    O governo deve se ater apenas a tres itens Educação, saude e segurança. Todo o resto deve ser administrado pelo privado (que é mais eficiente, não é cabide de emprego e resolve os problemas de roubo (corrupção) de maneira rapida e eficiente).

    O Maior capital de um pais é a educação. É com ela que ele muda os paradigmas.

     

    O mundo já provou que o socialismo não funciona por um motivo simples. Alguem tem que comandar e esse alguem nunca será como os “colegas” de baixo, portanto nunca haverá igualdade de classes no mundo atual.

    Soicialismo só funciona em conjuntos sociais pequenos como tribos indigenas, onde todos podem compartilhar igualmente tudo que for conseguido.

    1. Responder

      Voce está enganado,o maior patrimonio do pais é seu povo,em primeiro lugar.As riquesas que temos devemos gerencialas com empresas brasileiras,puramente brasileiras.A globalização foi a contaminação do euro,Quando a Espanha foi pro buraco levou o resto,não tinham proteção,quando um banco americano fraudou seu balanço o resto foi pro buraco,isso é globalização ? Depois foi a bolha financeira americana quebrou todo mundo.Concordo com a globalização mas temos que nos proteger dos espertalhões,principalmente dos especuladores.O ploblema de corrupição dentro de empresas do governo PT ou do PSDB tem que apurar,não é acabando com as empresas mas acabando com os corrupítos.O governo FHC vendeu ( deu de graça),e financiada pelo BNDES grande parte de nossas empresas, mudou alguma coisa.

      1. Não existem “”empresas

        Não existem “”empresas brasileiras, puramente brasileiras” no mundo de hoje. Um CAMPEÃO NACIONAL criado pelo BNDES mora nos EUA, tem iate em St. Barth e a holding que controle o grupo está registrada no Estado  de Delawere nos EU, o caipira fala hoje um otimo inglês e parece americano, tudo feito com o seu, o meu e o nosso dinheiro, onde está o “”verde amarelo”” que vc adora?

        Outras grandes empresas brasileiras são hoje COMPLETAMENTE GLOBALIZADAS, tem ações na Bolsa de Nova York, executivos americanos, fabricas em outros paises, são empresas globais nascidas no Brasil, sacou?

        Pegue seu nacionalismo economico e coloque na parede com moldura barata, porque não vale muito.

  22. Os vampiros já estão escolhidos para cuidar do banco de sangue.

    Armínio Fraga Neto e Rubens Barbosa se complementam um na economia, e outro nas relações  exteriores subalternas.

     Vão falar grosso com Bolívia e o Uruguay e  e  de quatro para os Estados Unidos e Inglaterra.

    Agora a burgesia interna não financeira entra como pato por sua livre e espontanea vontade,

    depois dizem que não é burra.

    Na verdade o governo FHC será retomado. Dilapidar qualquer patrimônio público, entregar o petróleo, o pré-sal.

    Retomar o saque as riquezas do país e serem rápidos na sua execução.

    Se por desgraça vencer o PSDB/DEM volta a ditadura por consenso. O pior tipo de ditadura.

    A oposição será exercida pela Cut e sindicatos combativos e o PT/PSOL, somente.

    Este filme já vimos.

    Um povo que conhece a história comete os mesmos erros.

     

     

     

     

  23. Olá Nassif, tudo bom?
    Li

    Olá Nassif, tudo bom?

    Li atentamente seu comentário, voce disse que as duas teses tem virtudes e defeitos.

    Não sei se não entendi bem ou não vi direito, mas, quais são as virtudes do neoliberalismo e os defeitos do desenvolvimentistas?

  24. não entendi

    Se o governo Lula foi, de 2002 até 2008, basicamente neoliberal, como é que ele conseguiu tocar os programas socuais que tanto alardeiam ? E por que o desenvolvimentismo da Dilma gerou crescimento zero e alta inflação com nenhuma crise internacional ?

  25. não entendi

    Se o governo Lula foi, de 2002 até 2008, basicamente neoliberal, como é que ele conseguiu tocar os programas socuais que tanto alardeiam ? E por que o desenvolvimentismo da Dilma gerou crescimento zero e alta inflação com nenhuma crise internacional ?

  26. Elogio

    Nassif, é possível que elogiar seja apenas acrescentar mais um número aos comentários. Mas esta postagem sua é uma das melhores coisas já escritas, em jornalismo econômico, sobre um tema que normalmente é tratado com roupagem extremamente técnica. Normalmente escrita para o próprio tecnocrata especializado no assunto. Se o cara, então, milita na academia aí complica muito o texto dele e pouco comunica além do pátio da igreja. 

    Sabe aqueles textos dos anos 60 do tipo Pão, Feijão e as Forças Armadas, não falo no estilo planfetário, falo da linguagem popular de temas complexos. Em economia, quando toda a política e sociedade por trás dela desapareceu, a matemática e a modelagem foram para um nível tal que os doutores esqueceram da realidade. Ficam numa eterna discussão metodológica entre pares. Isso quando não está ali apenas para dectectar as melhores chances do modelo de negócio. 

    Sou médico, com experiência em Saúde Pública, portanto, compreendendo Epidemiologia, Bioestatística e Avaliação de Tecnologia, ficou igual. Esqueceram o mundo real onde o processo de adoecimento é montando por uma série de questões que envolvem a economia, a exploração das estruturas sociais, os conflitos urbanos, o desmatamento, a mineração, agronegócio, a  poluição e por aí vai. 

    Então muito obrigado por este texto. Poderia manter o método e avançar sobre vários temas. Especialmente quando textos como estes que comparam opções

     

    José do Vale PInheiro Feitosa

     

     

  27. Ótima análise do Nassif. Mas,

    Ótima análise do Nassif. Mas, infelizmente, o projeto desenvolvimentista não tem candidato no segundo turno. Ambos defendem – e praticam – exatamente as mesmas ideias debatidas no post. Ou este não é exatamente o retrato do Governo Dilma?

    1. UMA OVA!

      As mesmas ideias, UMA OVA, seu Moacir! Pode-se até reclamar que os governos petistas, ou Lula2 e Dilma, não tenham aprofundado o modelo desenvolvimentista. Mas são beeem diferentes do modelo seguido nos governos FHC, que seria retomado com o retorno de Armínio Fraga no comando da economia.

  28. Você crê que foi feito algo contra o problema da FOME no Brasil?

    Selecionei três matérias relacionadas à fome, que bem demonstram o poder de políticas conduzidas pelo pensamento desenvolvimentista e focado nos interesses nacionais.  Jamais o (neo)liberalismo conseguiria tais resultados no Brasil, tanto que o vídeo de 2001 poderia ter sido feito em qualquer época dos séculos IXX e XX (claro, se houvesse tecnologia).

    Matéria exibida no Jornal Nacional retrata a situação no ano de 2001.  Recomendo que assista a reportagem até o fim, não pare quando dá vontade de chorar: http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2014/10/14/a-fome-no-governo-fhcaecio/ A equipe da Globo foi a várias localidades, inclusive o Estado do Piauí.  Agora, em 2014, a BBC (redação brasileira da revista inglesa) voltou àquele Estado e reportou o seguinte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141012_dilma_piaui_jf?ocid=socialflow_facebook A FAO, órgão da ONU para alimentação e agricultura, declarou agora em setembro/2014 o seguinte (matéria da Folha de S. Paulo): http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/09/1516700-brasil-superou-problema-da-fome-afirma-relatorio-da-fao.shtml  Quanto ao seu artigo, Nassif, agradeço e o parabenizo pelo e-mail, pelo conteúdo e pelo didatismo.

  29. Os neoliberais são

    Os neoliberais são fundamentalmente internacionalistas. Isto é, não estão ligados aos interesses INTERnacionais.

     

    nao seria “internacionais” em vez de “nacionais” como aparece?

     

    esclarecedor seu texto

  30. Nassif o que você descreve e

    Nassif o que você descreve e não discordo do conteudo em si , mas da definição e o uso do termo neoliberalismo.

    Tudo que você descreveu não é neoliberalismo, liberalismo, capitalismo.

    O que você descreveu é neomercantilismo, esta e a palavra correta para o que foi descrito.

    Temos hoje de um lado varias “Companhia Britânica das Índias Orientais” ,de outro lado a reedição das “corporações de ofico” a mesma prática o mesmo resultado. 

  31. Li dois livros que me

    Li dois livros que me mostraram como as grandes nações se desenvolveram. Os livros são: “História da riqueza do homem, de Léo Huberman e “Maus Samaritanos”, de Ha-joon Chang.

    O engreçado na história é que a receita de desenvolvimento que as grandes nações passam às nações emergentes é justamente o que elas(as grandes) não fizeram. 

    Vele a pena ler esses livros.

      1. Esse livro é um breviario

        Esse livro é um breviario MARXISTA absolutamente defasado hoje, valia nos tempos em que a URSS era um modelo desejado por sonhadores da esquerda.

  32. Dívida Pública

    Não entendi. Qual a relação espúria entre capital financeiro, superávit e programas sociais.

     

    “Cada tostão aplicado em programas sociais tira espaço do capital financeiro para continuar ganhando com a dívida pública.”

    Essa sentença está equivocada. Cada tostão aplicado em programas sociais eleva a dívida pública. Em razão disso, o governo emite mais títulos públicos para financiar a dívida. Com isso, o capital financeiro continua girando em títulos públicos.

    É exatamente ao contrário.

    O Programa Neoliberal não é contra programas sociais. Pelo contrário, é a favor. Vide Consenso de Washington.

    Liberalizar e privatizar. Os efeitos deletérios (desemprego) combater com programas sociais de distribuição de renda.

     

     

    1. Se aumento a dívida via

      Se aumento a dívida via gastos sociais, terei menos espaço para aumentar via aumento de juros. E se aumenta a proporção divida/PIB, aumenta o risco na  compra de títulos públicos

      1. Mais Confuso

        Agora temos juros também?  Então é Política Fiscal e Monetária. O seu modelo é de gerenciamento de Dívida Pública,

        portanto a taxa de juros é variável dependente.

         

        O que o seu governo neoliberal quer? Quer diminuir gastos sociais. Nesse caso ele vai pagar menos juros porque a dívida

        pública vai diminuir. A relação Dívida/PIB vai diminuir, o risco vai diminuir e ele vai rolar com juros menores as Notas do

        Tesouro.

         

        Quer aumentar gastos sociais. Nesse caso ele vai pagar mais juros porque a dívida pública vai aumentar. A relação

        Dívida/PIB vai aumentar, o risco vai aumentar e ele vai rolar com juros maiores as Notas do Tesouro.

         

        Me perdoe a ignorância, continuo sem entender.

         

         

         

         

         

        1. Prezado,
          a taxa de juros não

          Prezado,

          a taxa de juros não é variável dependente. No sistema de metas inflacionárias, ela é definida livremente pelo Copom, de acordo com o que ele considera o nível adequado para combater a inflação. E a Selic impacta diretamente a dívida pública. O limite de manutenção de juros elevados é a relação dívida/PIB. Quando a dívida/PIB estava em 30%, o Gustavo Loyolla podia jogar a taxa de juros em 45% ao ano. Quando a relação aperta, o BC não tem mais a mesma liberdade para explodir os juros. Portanto, busca-se o superávit elevado para manter esse espaço para a apropriação do orçamento pelos juros da dívida pública. E gastos sociais impactam os gastos públicos. Deu para entender?

          1. “ela é definida livremente

            “ela é definida livremente pelo Copom,” se o sistema descrito por você depende da intervenção do estado para obter ganhos não é neo, nem liberal.

             

  33. E o neodesenvolvimentista?

    Sou leiga no assunto, mas não ficou claro para mim quais vantagens e desvantagens do modelo neodesenvolvimentista. Será que o autor esqueceu de mencionar ou foi falha minha? Só quero entender um pouco mais.

  34. Réplica que a Folha de São Paulo não publicou
    Posted on 15/10/2014 by 

    Coloco abaixo o link do artigo de Eduardo Fagnani, meu colega do IE-Unicamp), membro-fundador da importante Plataforma Política Social. Trata-se de uma réplica ao texto da professora da PUC-RJ, Monica Bolle, diretora da Casa das Garças (“ninho de tucanos”), publicado na Folha de São Paulo (10/10/14).

    ie-eduardo-fagnani

    Acreditando no “espírito crítico, pluralismo e apartidarismo” que reza os princípios da redação da Folha, o artigo foi submetido ao crivo da redação deste jornal. Alegando “disponibilidade limitada de espaço”, a réplica foi descartada. Em função disso, colocamos o link aqui para não privar os leitores desta contribuição ao debate democrático de ideias, em um momento crucial em que dois projetos antagônicos para o país estão em disputa. Só que um tem apoio e espaço na mídia conservadora, outra depende de divulgação na rede social.

    http://plataformapoliticasocial.com/2014/10/14/a-elite-mal-informada-replica-ao-artigo-de-monica-baumgarten-de-bolle-que-a-folha-de-sao-paulo-se-recusou-a-publicar/

     

  35. neoliberalismo

    Os neoliberais defendem o deus mercado a besta do Apocalipse, pura e simplesmente é o povo que se lixe vide FHC, que entregou de bandeja as empresas nacionais no seu desgoverno.

  36. Propaganda Eleitoral
    Texto tendencioso e bem típico da esquerda faminta desse País. Vários países de primeiro mundo primeiro valorizaram o Capital para hoje terem alguma tendência socialista. Besteira isso tudo.

  37. a lógica das políticas neoliberais

    Nassif, demais.

    Me permita umas impropriedades verbais inocentes, mas, esclarecedoras, sem tirar, nem por em seu brilhante texto.

    O neoliberalismo é fundado na política do foda-se, tendo como pano de fundo a lei da selva, de que quem puder mais, chora menos.

    foda-se o nível de emprego,

    foda-se a saúde da população local,

    foda-se a moradia aos mais podres,

    foda-se os direitos humanos, 

    foda-se as condiçòes do trabalho, 

    foda-se a distribuição da riqueza,

    foda-se a mobilidade urbana,

    foda-se os dirietos dos trabalhadores,

    foda-se o pequeno empresário,

    foda-se o pequeno e médio agricultor,

    foda-se oa progaramas sociais, enfim.

    agora quem puder mais, leva de graça a Petrobrás, o Banco do Brasil, as hidrelétricas, o petróleo do pré-sal, etc…

    A quarta frota só não ancorou ainda, porque Minas não tem mar, mas poderào vir os marines pelo aeroporto do parente do candidato.

    Falando sério, há um paradoxo no “pensamento” dos produtores do agronegócio. Nunca foram tão mal tratados como no governo FHC, que fez da agricultura a sua âncora verde no combate à inflação, promovendo uma transferência de renda do campo, para a mesa dos brasileiros sem dar nada em troca. E ainda, deixou aqueles cerca de 48% da TR nos financiamentos agrícolas( de junho para julho de 1994), que ainda amargam prerstações que irão vencer até 2025.

    São bilhòes de reais de estoque de dívidas no lombo dos produtores que tinham financiamento vinculado à TR, por um lado, e um ganho doa bancos na mesma proporção, de outro.

    O preço da soja naquele tempo variava entre 7 e 16 reais, o milho entre 5 e 12 reais, durante muitos anos a fio. Mesmo assim, parte dos produtores apostam sem saber, no candidato neoliberal.

    Talvez, por ignorância, talvez, por influência das próprias megamulti instaladas no topo da cadeia produtiva, ou, talvez, por puro preconceito pequeno burguês, contra o PT. Acho mesmo, que é um pouco disso tudo.

    O eleitor da cidade e do campo, que não quiser se foder, com as promessas vazias do candidato neoliberal, que pense bem, antes de dar o seu voto, e empenhar sua confiança nas mãos entreguistas dos subservientes Drs. a serviço das multinacionais.

    Ou já se esqueceram das privatizações?

     

     

     

     

    1. Resumiu admiravelmente o que

      Resumiu admiravelmente o que é o neoliberalismo. Não utilizei os impropérios no meu comentário porque não tive esta ousadia, mas bem que eu queria. Esta ideologia econômica (ou religião econômica, se preferir) é uma desgraça inominável que arrebentou nosso país e arrebenta o mundo. E a ideologia econômia dos senhores do mundo e só tem uma função: utilizar palavrório vazio para justificar a prática de tirar do trabalhador para dar aos ricos. É o castigo que os brasileiros terão se cometerem a monumental burrice de eleger Aécio.

      1. O neoliberalismo trouxe mais

        O neoliberalismo trouxe mais prosperidade e riqueza ao mundo que os 10.000 anos anteriores, o padrão de vida subiu em todo o planeta, 300 milhões de classe media nova na India, 200 milhões na China, 30 milhões no Brasil, a vida média em 1900 era 31 anos, hoje é 70, deveu-se a que? Em 1900 2/4 do mundo passava fome, hoje a fome é marginal, uma em cada 5 pessoas tem automovel no mundo em 1900 95% andavam a pé.

        1. A política neoliberal surgiu na década de 80 Motta!

          Não confunda capitalismo estatal com neoliberal. Mas vamos lá para seus numeros esdrúxulos. Para uma população de 1,4 bilhões de habitantes da China, 300 milhões é apenas um quinto da população total. Embora eu ache este numero inflacionado, mas vamos lá, 1.1 bilhões vivem na miséria ou próximo disto. Resumindo, seria o mesmo que no Brasil neoliberal. Um quinto da população vivendo de forma digna e o resto pagando o pato. Na India a mesma coisa. E a política neoliberal surgiu na década de 80, quando EUA e Europa Ocidental já estavam no melhor dos mundos. De lá para cá só houve regressão. Olhe o estado da política neoliberal nestes países hoje! Desemprego, queda de salários e miséria ascendente. Quanto ao Brasil, se seguissemos a política neoliberal do FHC estes 30 milhões continuaria na miséria mas somados aos novos miseráveis, eu incluido, por que salários e empregos nunca foi política do PSDB. Bota esta conta no PT, Lula e Dilma seu Motta. 

  38. Nassif
    Perfeita a tua

    Nassif

    Perfeita a tua análise, didática e bem compreensível 

    Podes dar uma aula de reclicagem para o 164 economistas que assinaram o abaixo assinado em favor da candidatura do Aécio Neves.É sempre um aprendizado ler o teu blog.

    Dilma lá e Tarso aqui no RS.

  39. MANIFESTO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE ECONOMIA

    Prezado Nassif,

     

    Gostaria muito que você comentasse o abaixo-assinado de professores de economia de diversas instituições, nacionais e internacionais, com mais de 160 nomes, que tem sido repassado pelas redes sociais. À primeira vista, não reparei nenhum nome que eu tenha conhecido, então fico na dúvida sobre o viés ideológico. Desde já, obrigado.

    MANIFESTO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE ECONOMIA

    https://sites.google.com/site/manifestoeconomistas/

  40. neodesenvolvimentista e o neoliberal

    Nassif, explicou o neoliberal. Mas qdo sai a explicação do neodesenvolvimentista?

    Estranho é o seguinte, pelo que escreveu, o PSDB é neoliberal. Apelido, aliás, nunca aceito por eles.

    A França é o que? Social-Democrata ou neoliberal.

    Favor esclarecer: a social-democracia é a mesma coisa que neoliberalismo?

    Obrigado.

  41. Desenvolvimentista

    Nassif, outra dúvida.

    Se o desenvolvimentista consegue suprir demandas sociais com programas de ajuda, pois seu foco não é o capital, não deveria chamara socialista? Desenvolvimentista, para mim, seria focado na implantação de indústrias, taxar importação para privilegiar conteúdo local, implantar infra-estrutura etc. E aí, as empresas encarregadas disso tudo remunerariam seus funcionários e, com isso, geraria mais renda e consumo.

    Ou seja, a melhora da renda tb não é o foco, mas a consequencia das obras/indústrias. É isso?

    E se o PT é desenvolvimentista (apesar de eu discordar do termo), pq o emprego na indústria vem caindo tanto?

  42. A presidenta Dilma deveria,

    A presidenta Dilma deveria, no debate de hoje no sbt às 18:00h, perguntar ao candidato Aécio, do PSDB, quantos bilhões o Brasil perdeu com a privatização da empresa Vale do Rio Doce, em 1997, no governo do Fernando Henrique Cardoso, do PSDB Foram no mínimo R$ 30 bilhões de reais de perda, ajudando os sanguessugas do patrimônio nacional a dilapidarem os cofres públicos. Foi um crime lesa-pátria.

    1. Se a VALE não tivesse sido

      Se a VALE não tivesse sido privatizada seria hoje uma ruina como a VALEC, com sanguessugas comendo tudo, quem nomearia a diretoria seria o Renan, o Sarney, hoje a Vale é a maior pagadora de imposto de renda do Brasil e melhor que tudo a VALE é de governança privada MAS O CONTROLE É DA UNIÃO, através da LiteL, holding dos fundos de pensão federais, alem disso o Tesouro através do BNDES tem “golden shares”, tanto que demitiu Roger Agnelli e nomeou Murilo Ferreira como presidente.

      1. A Vale eh a “maior” pagadora

        A Vale eh a “maior” pagadora de impostos do Brasil?  Pergunte pros mineiros entao.

        Eles podem enfiar seus “pagamentos” no olho do rabo.  Minas nao os ve ha 10 anos por causa de roubo paulista que teve voto de Aecio Neves, contra Minas.  Como sempre com ele, alias.

        Entao eh so comprar os politicos paulistas pra sabotarem a populacao e clamar uma merda dessas?

        Ta facil entao.  Eu ate tenho 5 litros de agua pra comprar 8 paulistas!

      2. Ou poderia ser uma Petrobrás

        Gerando renda ao Brasil, empregos, estimulando a industria nacional e não comprando navios na Coréia. E seria patrimônio Brasileiro e não vendida a preço de banana para enrriquecer pseudos empresários e políticos do PSDB.

  43. Um pequeno reparo, os

    Um pequeno reparo, os liberais não são essencialmente internacionalistas, apenas eles vêem o mundo dividido em grandes setores de influência onde há uma complicada hieranquia de hegemonia e dependência, mas onde prevalece a hegemonia dos Estados Unidos. No mundo liberal ocidental,  todas as nações são mais ou menos submetidas à influência da hegemonia americana firmada desde o pós-segunda grande guerra, mas as potências europeias, consideradas “dependentes de elite” dos EUA, tentam há décadas reconstruir uma relativa independência. Tem sido este desejo que tem animado movimentos nacionalistas naquele continente, ainda que de direita. A hegemonia americana se estende na Ásia através do Japão. Mas Rússia, China e Índia se consideram independentes da hegemonia americana. E para não se isolarem, tentam fazer uma aliança com a África e a América Latina. Estes territórios por sua vez ainda se encontram em processo de consolidar sua independência tanto dos Estados Unidos quanto de seus “dependentes de elite” europeus. Por toda a ampltude do domínio americano, o Neoliberalismo é uma imposição ideológica, antes de ser uma opção econômica. E é sobre isto que se desenrola a eleição brasileira, que transcorre evidentemente sob o olhar muito interessado não só dos americanos, mas do mundo inteiro.  A eleição é sobre: de um lado a consolidação de um caminho independente para o desenvolvimento, que o país tem trilhado há já doze anos. Do outro lado, o retorno à dependência da hegemonia americana, com a adoção obrigatória do modelo antes de tudo ideológico do neoliberalismo. Não se pense jamais que o Brasil, ao escolher o segundo caminho, irá fazer uma espécie de “neoliberalismo brasileiro”, altivo e independente da hegemonia das potências ocidentais. Não. Ele apenas irá se acomodar dentro de um esquema de dependência onde terá graves limitações a seu desenvolvimento, limitações que vão inevitalmente se chocar de frente com todo um elenco de vastas conquistas incrustadas em sua idiossincrasia democrática .  

  44. O neolibelarismo econômico e o apoio político nas eleições

    O neoliberalismo sempre considera que mesmo um desemprego acima dos 10%,  haverá o restante  dos 90% das pessoas em alguma  atividade econômica, é dessa parcela que vai buscar o apoio político para manter o pacote de maldades, da recessão e do desemprego.

    Evidentemente tudo é possível, mas se fosse para deixar tudo como está,  bastaria aos grupos econômicos e a maior parte da grande mídia apoiar o Governo da Presidente Dilma, deixando a disputa da oposição e a alternância de poder  apenas para a disputa partidária.

    O que a aposição  busca é antes de mais nada  interromper o atual processo de distribuição de renda e de fortalecimento do mercado interno, e criar um novo modelo econômico baseado numa plataforma de exportações, e redução do mercado interno para reduzir as importações  e manter o equilíbrio na balança de pagamentos, onde a redução do salário real, o aumento do desemprego e a redução da carga tributária  são fundamentais  para garantir uma redução nos custos das empresas instaladas no Brasil.

    Nesse ambiente econômico, de redução da carga tributária para as empresas e queda demanda interna,  o ajuste fiscal se torna necessário para a obtenção do equilíbrio fiscal das contas públicas, onde a demissão de funcionários públicos e redução dos gastos sociais serão utilizados para compensar a queda da arrecadação provocada pela queda da demanda interna.

    Tudo terá que ser feito rapidamente, nos primeiros meses e  muito provavelmente na forma de um choque na economia,  por dois motivos, primeiro para aproveitar a legitimidades das urnas e depois  com o apoio dos que mantiverem o emprego ou alguma atividade econômica, afastar o risco de volta do PT nas eleições de 2018.

    Politicas Neoliberais, aumentaram o desemprego e reduziram o salário real nos governos Collor e FHC, além de promover um perverso aperto fiscal, que reduziu os programas sociais, para pagar o aumentos extraordinários dos juros praticados pelo Banco Central, os juros da dívida externa e dos empréstimos ao FMI e da correção cambial provocada pela dolarização da divida interna.

    Em pais com enorme concentração de renda, sem o apoio do governo e dos programas sociais, milhões de brasileiro e brasileiras continuarão na miséria, e voltarão a sentir a dor e o horror da fome.

    O neoliberalismo econômico pode até ser menos perverso em países mais desenvolvidos, onde quase todos tem acesso a renda acima dos US$ 2 mil mensais, a moradia, a educação pública ou privada, acesso a compra de bens duráveis e a viagens internacionais, mas não em um país com enorme concentração de renda como o Brasil, onde o neoliberalismo econômico seria perverso e cruel, condenando milhões de pessoas a fome e a miséria.

    No mais,  o Brasil tem excelência na produção de bioenergia, com o etanol combustível e o biodiesel, tem a mais avançada tecnologia para produção de petróleo em áreas marítimas, uma avançada indústria de automóveis e aviões, petroquímica, e vai melhorar a capacidade tecnológica, com o Pró-uni, o Pronatec, Programa Ciência sem Fronteiras

    O Brasil ainda tem muito a percorrer no campo tecnológico, mas para isso precisa completar o processo de distribuição de renda, quando isso ocorrer, não haverá mais necessidade das politicas sociais, todos poderão pagar mais impostos, e o estado poderá investir mais em tecnologia e em modernos processos produção de bens serviços.

    No momento o Brasil ainda precisa de programas sociais como o Bolsa Família, Pronaf, Pró-Uni, Pronatec e Minha Casa Minha Vida, mas com o aumento real e gradual do Salário Mínimo, em uma década ou duas a maioria destes programas sociais não serão mais necessários, e talvez ai poderemos flertar com o neoliberalismo econômico.

     

     

  45. Crecimento econômico com distribuição de renda

    O PIB no Brasil cresceu de R$ 1,5 trilhões em 2002(FHC) para mais de R$ 5 trilhões em 2014(Lula/Dilma)

    A massa salarial aumentou de R$ 635,7 bilhões 2002(FHC) para R$ 1,44 trilhões em 2013(Lula/Dilma), e deve ficar acima dos R$ R$ 1,6 trilhões em 2014, em função dos aumentos reais do salário e do aumento do emprego formal.

    Desde de 2003 ocorre um aumento espetacular do aumento do consumo da famílias, principalmente em função da redução do desemprego, e consequente aumento das pessoas com emprego com carteira assinada(férias remuneradas, FGTS, licença médica remunerada, licença maternidade remunerada, aposentadoria, 13o. salário, PIS e acesso ao crédito).

    Além da redução do desemprego, o aumento real dos salários, o aumento real do salário mínimo e a ampliação do crédito,  também contribuíram para o aumento consumo da famílias no Brasil, mas sem dúvida o principal responsável é o aumento do emprego com carteira assinada, pois além de aumentar a renda das famílias, passaram  a ter acesso acesso a linhas de crédito mais barato o que ampliou exponencialmente o consumo das famílias.

    Basta visitar os aeroportos, tanto na ala de voos nacionais como de voos internacionais, andar pela principais avenidas, ou pelo principais centros comerciais, é nítido o aumento do consumo em relação aos tempos dos governos de FHC.

    Em função da queda do dólar no Brasil, parte significativa do aumento do consumo das famílias foi atendida por produtos importados, o que limitou o crescimento do PIB.

    Com uma correção gradual da taxa de câmbio, a substituição de parte das importações vai possibilitar um  aumento no ritmo de crescimento do PIB, das horas trabalhadas, do emprego com carteira assinada e da renda das famílias.

    Empréstimos do BNDES geram emprego e renda, temos a Friboi e BRF que são os maiores produtores mundiais de carne bovina e de frango do mundo, a Embraer uma empresá de renome internacional.

    Além disso, cerca de 30%,mais de R$ 60 bilhões anuais dos empréstimos do BNDES se destinam a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

    O BNDES é o principal financiador dos projetos de biocombustíveis, inclusive o etanol de segunda geração que já está  em fase implantação de plantas piloto, e todos contam com o apoio do BNDES.

    O Brasil é líder mundial na produção de biocombustíveis, o governo de Presidente Lula  implantou o Biodiesel no Brasil em 2004,com a adição de 2% Biodiesel ao diesel de petróleo, hoje a adição de biodiesel está em 6% e passará para 7% em novembro.
    Os biocombustíveis são fundamentais para o que seja possível gerar um excedente de petróleo e derivados e equilibrar as contas externas, onde o aumento da produção nos campos localizados na camada do pré-sal e a conclusão das novas refinarias que estão em construção desempenham também um papel fundamental.

    A indústria de equipamentos para a geração de energia eólica esta sendo implantada no Brasil, que está se tornando um dos maiores mercados de equipamentos para geração de energia eólica,  com apoio do BNDES gerando impostos, emprego, renda e é claro, energia elétrica..

    Também com apoio do BNDES, a indústria naval para atender as demandas do pré-sal já esta instalada no Brasil e em fase ampliação, gerando imposto, emprego e renda.

    Várias  novas fábricas de automóveis estão se instalando no Brasil, inclusive no nordeste, quase todas com apoio do BNDES.

    O Governo da Presidenta Dilma Rousseff, já realizou importantes desonerações fiscais, como na folha de pagamento, na redução da cide(diesel e gasolina), e na redução dos tributos federais sobre a energia elétrica, o que vai melhorar significativamente a capacidade de competição das empresas instaladas no Brasil.

    Falta apenas a redução dos juros da selic para a média dos juros internacionais e uma correção 20% na taxa de câmbio, o que deve ser conseguido no segundo mandato da Presidenta Dilma.

    No mais,  o Brasil tem excelência na produção de bioenergia, com o etanol combustível e o biodiesel, tem a mais avançada tecnologia para produção de petróleo em áreas marítimas, uma avançada indústria de automóveis e aviões, petroquímica, e vai melhorar a capacidade tecnológica, com o Pró-uni, o Pronatec, Programa Ciência sem Fronteiras

    O Brasil ainda tem muito a percorrer no campo tecnológico, mas para isso precisa completar o processo de distribuição de renda, quando isso ocorrer, não haverá mais necessidade das politicas sociais, todos poderão pagar mais impostos, e o estado poderá investir mais em tecnologia e em modernos processos produção de bens serviços.

    No momento o Brasil ainda precisa de programas sociais como o Bolsa Família, Pronaf, Pró-Uni, Pronatec e Minha Casa Minha Vida, mas com o aumento real e gradual do Salário Mínimo, em uma década ou duas a maioria destes programas sociais não serão mais necessários, e talvez ai poderemos flertar com o neoliberalismo econômico.

  46. A lógica das políticas econômicas neoliberais

    Eu até concordo com você Luis que há dois modelos de politica econômica, mas 99% dos que vota não sabe. Aí eu coloco em dúvida se o que está em jogo mesmo será estes dois modelos para muitos não. Explicando melhor: se a maioria não tem conciência disso acho o que está em jogo não é o julgamento dos dois modelos.

  47. “Daí porque programas como o

    “Daí porque programas como o Bolsa Família, Reuni, Prouni, crédito agrícola jamais serão prioritários em um governo neoliberal.”

    Nassif, será que um governo neoliberal teria espinha dorsal para o enfrentamento político após reduzir programas como o Bolsa Familia e outros de inclusão social?

    1. Sim, com boa parte do Congresso eleito hoje (PMDB do Cunha)

      Sim, e não precisaria fazr muito esforço, assim como o FHC fez a compra da reeleição, a privataria e quase doou a PETROBRAX. Provavelmente seria um esvaziamento até certo ponto indolor, com um certo crescimento da economia, em que os ricos avançacriam mais que os menos favorecidos, que também cresceriam, mas o hiato aumentaria gradualmente, como estpa ocorrendo nos EUA e na Europa (a desigualdade aumentou muito).

      Quando acordarmos, teremos de novo nosso parque naval sucateado, a Petrobrás fragilizada com grandes concorrentes internacionais aboacanhando as reservas do pré-sal, a nossa indústria cada vez mais transformadas me maquiladoras, como o México, alimentadas por uma mão de obra barata e com cada vez menos direitos.

      Não subestime a capacidade do grande capital especulativo, não tem a menor condescendência com as nações e suas populações. 

    2. Toni, a direita é mestre em

      Toni, a direita é mestre em dissimulação.

      Veja, por exemplo, o projeto de lei no Senado do próprio Aécio Neves que, segundo técnicos do GF, desfiguram o programa Bolsa Família, sob o argumento de “aprimorá-lo”.

      É assim que será feito. Todos os programas continuarão existindo, mas serão minguados aos poucos, seja por alterações operacionais ou cortes orçamentários. E como será feito ao longo do tempo, e com a mídia quietinha, não haverá espaço para muita gritaria, ou ela não será ouvida.

    3. Caro Toni
      Tenho comigo, que

      Caro Toni

      Tenho comigo, que todas aquelas manifestações dos blacks blocs, foram somente ensaios da direita, em caso de vitória poder massacrar os movimentos sociais, no seguro desmonte das poucas conquistas sociais.

      Saudações

  48. Arf…

    Alguém que seja capaz de escrever que há “virtudes” no sistema neoliberal coloca por terra a credibilidade de tudo mais que escreveu.

    Ainda mais se considerarmos que, de fato, não há nada de “liberal” em se pendurar no orçamento público para garantir acumulação rentista.

    Outra coisa grave é insistir em chamar o investimento social em gasto social…Denota uma inclinação precípua de justificar a dívida pública pelo aumento do cuidado com as populações em situação de risco, colocadas lá, justamente, pelo aumento da desigualdade promovida pela concentração de capital.

    O que aumenta a dívida pública é a necessidade permanente do Estado em ter que utilizar recursos dos contribuintes para movimentar a economia, embora os cretinos adoradores do mercado insistam em dizer que esta tarefa é do setor privado.

    Sem o Estado-bélico-industrial e os gastos gigantes nas guerras por petróleo os EUA estariam dez vez piores que hoje…nem vou mencionar a montanha de dólares escoados pelo ralo subprime.

    No Brasil, os últimos investimentos em infra-estrutura dignos de nota foram feitos pelo regime militar, e retomados só agora.

    Olhando de perto, nenhuma atividade econômica privada ao redor do planeta sobreviveria sem o dinheiro dos impostos e das compras governamentais, ou dos favores fiscais e subsídios…

    A adoção da desregulamentação proposta pelos (pseudo) neoliberais levou ao mundo ao bancarrotas cíclicas e vários conflitos armados em escala.

    O capitalismo é o maior truque semiótico da História.

  49. Existem dois modelos de

    Existem dois modelos de operação da economia na Era Contemporanea, o capitalista e o socialista, grosso modo.

    O neoliberalismo não é um modelo, é um cinclo de relançamento do capitalismo em algumas economias que tinham agigantado demais o Estado e perderam produtividade nos anos 70 e 80. O neoliberalismo não é um novo modelo, é apenas um reforço do capitalismo classicoem Paises que tinham escorregado para uma estatização excessiva da economia. Esse ciclo acabou e não tem cabimento falar hoje de neoliberalismo, estamos numa fase de globalismo

    capitalista como modelo basico da economia mundial. O desenvolvimentismo não tem mais lugar nesse cenario porque supõe economias autarquicas, com barreiras tarifarias e industrias completas, o que é o oposto das cadeias produtivas do globalismo, portanto o desenvolvimentismo não tem viabilidade hoje, nenhum Pais mais constroe um automovel, um avião ou um navio inteiro, tudo feito em casa, são parte e componentes feitos em todo o mundo que constituem um produto, o desenvolvimentismo é incompativel com os custos necessarios para vender produtos ao consumidor final.

  50. Para mim significa a mantença ou o fim de nossa soberania

    O excelente artigo de Nassif coloca o neoliberalismo e suas consequências com todos os aspectos.

    Porém, se Dilma não vencer, o problema principal será a perda de nossa soberania.

    Quando um País perde seus bens soberanos, no caso o que restou do tempo de FHC, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica, e alguns outros menos expressivos, que certamente rolarão para as mãos de multinacionais, não terá capacidade de governar, pois perderá suas condições de decidir, que estarão, repita-se, em mãos privadas, máxime internacional.

    É o fim. Depois não haverá mais esperanças para o Brasil.

    A não ser tentar retornar estes bens às mãos do povo. Mas não conseguirá.

    Aí não adiantará mais arrependimento e queixas.

    Excelente o artigo.

  51. Não consigo ver Arminio Fraga como construtor do capitalismo

    Não consigo ver Armínio Fraga como construtor do capitalismo e sim como um operador do Mercado e tão somente isso

    Armínio Fraga: ‘guru anticrise’ ou ‘vassalo dos mercados’?

    Ruth CostasDa BBC Brasil em São PauloArminio Fraga (DIvilgacao - PSDB)Ex-presidente do Banco Central conquistou prestígio e reconhecimento, mas também detratores ferrenhos

    O ano era 1999 e o economista Armínio Fraga, participava de uma sabatina no Congresso antes de assumir a presidência do Banco Central (BC).

    “Então quer dizer que você é o ‘gênio do mal’?”, perguntou o senador Saturnino Braga. “Não sou gênio, mas sou do bem”, garantiu o economista, com a calma fria que lhe é característica.

    Na época, Fraga era a aposta do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para tentar evitar uma volta à hiperinflação, após a desvalorização do real e abandono do regime de câmbio fixo.

    Seus críticos, porém, destacavam o fato de ele ter trabalhado nos Estados Unidos com o investidor George Soros – que ganhou fama por especular com moedas estrangeiras.

    “Será uma raposa tomando conta do galinheiro”, diziam uns. “Um vampiro guardando o banco de sangue”, atacou o senador Lauro Campos, do PT.

    Quinze anos depois, a reputação e as propostas de Fraga voltam ao centro do debate nacional.

    O candidato do PSDB a presidência, Aécio Neves, já anunciou que, se vencer, o ex-presidente do BC será seu ministro da Fazenda. Ou seja, nesse caso recairá sobre seus ombros a tarefa de retomar o crescimento da economia.

    O anúncio, porém, também fez com que Fraga se tornasse alvo da campanha da presidente Dilma Rousseff, do PT, que o retrata como um inimigo dos programas sociais e do pleno emprego, ou um “vassalo” do mercado financeiro.

    “Com ele no comando do BC, as taxas de juros chegaram a 45% ao ano, a inflação passou dos 12% e o Brasil foi duas vezes de joelhos pedir dinheiro ao FMI”, diz uma propaganda petista, antes de arrematar: “Armínio Fraga: Aécio quer, mas ninguém merece.”

    Em resposta, o candidato tucano acusou Dilma de ter “obsessão” por Fraga no debate da última quinta-feira.

    “Felizmente eu já tenho um nome, o que sinaliza para a previsibilidade e credibilidade da nossa política econômica. Tenho o meu futuro ministro da Fazenda e a senhora tem apenas um ex-futuro ministro, porque conseguiu demitir no cargo o atual ministro (Guido Mantega)”, disse Aécio.

    Leia mais: Após apoiar Serra em 2010, ‘Economist’ pede voto em Aécio

    Trajetória

    Fraga nunca foi filiado a partidos políticos e em 2008 chegou a assessorar Fernando Gabeira, do PV, na disputa pela prefeitura do Rio.

    De certa forma, é visto como um conciliador: no final do governo Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, chamou os principais candidatos à presidência para conversar sobre a situação financeira do país.

    Oscilando entre o setor público e o privado – e sempre com um pé no mundo acadêmico – o ex-presidente do BC teve uma carreira fulminante, que lhe conquistou respeito dentro e fora do Brasil, além de detratores ferrenhos.

    Após a passagem pelo BC, por exemplo, ele foi cotado até para presidir o Banco Central americano e o prêmio Nobel Joseph Stiglitz chegou a sugerir seu nome para a presidência do Banco Mundial.

    Filho de uma americana com um dermatologista brasileiro, Fraga frequentou o colégio Santo Inácio, um colégio de elite do Rio. É amante de golfe e hoje vive em um condomínio de luxo no Leblon.

    Na juventude, chegou a se matricular em uma faculdade medicina, mas na última hora optou pelo curso de economia da PUC-Rio – frequentado também por boa parte dos economistas ligados ao Plano Real.

    Casou-se com uma colega de faculdade e teve dois filhos – Mariana e Sylvio, que acabou seguindo um ramo bem diferente do pai: é poeta e músico.

    Na universidade, Fraga sempre teve uma atuação destacada. Fez doutorado na Universidade de Princeton, nos EUA, e chegou a dar aula na Universidade de Columbia e na Wharton School, nos EUA, além de na PUC e na FGV.

    Depois de formado, começou a trabalhar no Banco de Investimentos Garantia e em dois anos já era vice-presidente da Salomon Brothers, em Wall Street.

    A associação com Soros ocorreu após um período como diretor de assuntos internacionais do Banco Central, no início dos anos 90, e ajudou o economista a amealhar uma vasta fortuna.

    No total, Fraga passou seis anos como diretor-gerente no Soros Investment Fund, em Nova York, de onde foi chamado às pressas para presidir o Banco Central.

    Assumiu o cargo em 1999 e ficou até 2003, quando Lula chegou à presidência. Desde então, está a frente da Gávea investimentos, da qual é sócio-fundador, embora o controle da empresa tenha sido vendido para o JP Morgan em 2010 – por mais de R$ 1 bilhão.

    “Essa parte de sua carreira, em que ele atuou junto a investidores e agentes financeiros, sempre foi alvo de críticas, mas também lhe permitiu ter um conhecimento profundo sobre como funcionam os mercados – o que é útil tanto no BC como na Fazenda”, opina Otto Nogami, professor de economia do Insper.

    André Biancarelli, economista da Unicamp, é mais crítico. Para ele, o ex-presidente do BC de fato é muito associado ao mercado financeiro, o que faz com que possa adotar políticas “que não respondem a interesses industriais ou do setor produtivo como um todo”.

    Leia mais: O que Aécio e Dilma propõem para reformar o sistema tributário?

    No Banco Central

    No Banco Central, a passagem de Fraga foi marcada por turbulências. Em 1999, quando ele foi convidado para assumir o cargo, o governo havia acabado de permitir a flutuação da moeda, o que provocou sua desvalorização.

    O real circulava há apenas cinco anos e até então o câmbio fixo fora usado como garantia de sua estabilidade.

    O sistema, porém, começou a ruir em função de problemas na balança comercial e da redução das reservas – sucumbindo na esteira das crises provocadas pelas moratória da Rússia (em 1998) e de Minas Gerais (início de 1999).

    À frente do BC, Fraga foi um dos arquitetos da adoção do regime de metas de inflação, que funcionou como um novo garante da estabilidade.

    E o resultado de sua gestão pode ser considerado um sucesso ou um fracasso, dependendo de quem analisa a questão.

    Por um lado, de fato conseguiu-se evitar uma volta da hiperinflação e o descontrole cambial. Foi só depois de superada essa crise que muitos se convenceram da sustentabilidade da nova moeda.

    Por outro, os instrumentos utilizados para impedir uma desestabilização foram amargos – alguns diriam, amargos demais.

    Como ressalta a campanha de Dilma, os juros de fato chegaram a 45% ao ano na gestão Fraga. E o aperto, certamente não favoreceu a criação de empregos no curto prazo.

    “Mas a medida também precisa ser analisada em seu contexto, já que foi uma tentativa desesperada de atrair dólares em um momento em que as reservas estavam historicamente baixas”, opina Nogami.

    Para o cientista político Carlos Melo, também do Insper, em função desse histórico, pode ter sido uma estratégia arriscada do PSDB dar tanta ênfase a Fraga na campanha.

    “Mas para entendermos essa escolha é preciso lembrar que ela foi feita em um momento em que Aécio disputava com o PSB (de Eduardo Campos e Marina Silva) a simpatia dos mercados e empresários.”

    Leia mais: FMI diz que Brasil não vai cumprir meta de superávit primário

    Propostas atuais

    Hoje, entre as propostas de Fraga para a economia estão uma redução da meta de inflação de 4,5% para 3% – que seria alcançada por meio de um ajuste fiscal e monetário.

    O economista critica o que considera um abandono do tripé composto por metas de inflação, câmbio flutuante e superavit primário. E propõe um “choque de credibilidade” para estimular o crescimento.

    Com o desaquecimento da economia, a receita vem sendo apoiada por muitos economistas e associações empresariais. Mas está longe de ser unanimidade.

    Biancarelli, por exemplo, admite que a campanha de Dilma “está exagerando um pouco” em suas críticas a Fraga, “como é típico de confrontações eleitorais”.

    “Mas se o PSDB chegar ao poder e tentar replicar essa solução de juros altos e cortes de gastos para fazer um ajuste na economia, não haverá como evitar um aumento do desemprego e ainda correremos o risco de acabar de vez com o dinamismo do mercado interno.”

    Para ele, os tucanos estão confiando demais que o “choque de credibilidade” será suficiente para impulsionar os investimentos.

    “Ninguém investe simplesmente porque a inflação está dentro da meta. Os empresários investem quando sabem que haverá consumidores e se há desemprego as pessoas não compram”, diz.

    O argumento dos que estão ao lado de Fraga não é que o ajuste não vai gerar desemprego, mas que terá de ser feito uma hora ou outra para que o crescimento possa ser retomado – e adiá-lo apenas faz com que seus custos aumentem.

    Como prova da “deterioração” do cenário econômico atual, eles mencionam, além da desaceleração do PIB, a piora nas contas públicas e o fato de a inflação já estar no teto da meta definida pelo BC (mesmo com o que consideram uma represa de preços administrados).

    “Nos últimos anos, crescemos impulsionando a demanda e agora temos de fazer reformas que ampliem a oferta no médio e longo prazo. Não dá mais para empurrar com a barriga”, diz o economista da FGV Samuel Pessoa, que vem assessorando o PSDB.

    “Por outro lado, é totalmente falso dizer que isso significa que precisamos cortar programas ou gastos sociais. A agenda de combate a pobreza é da sociedade brasileira, não desse ou daquele partido.”

     

  52. Um revival de 1964

    Uma mudança de regime com potencial para arrastar velhas estruturas e criar um novo modelo econômico, com nova legislação trabalhista, novas cadeias produtivas, ainda mais globalizadas, com menos espaço para industira nacional, com decisões que afetam o nivel de emprego, o orçamento, os investimentos, ainda mais transferidas para centros de poder fora do país, diminuindo ainda mais nossa soberania e capacidade para adotarmos prioridades próprias, agenda própria, vamos flutuar nas ondas do mercado…

    Quando ele precisar se ajustar a conta vai ser paga pelos setores mais frágeis, classe média, funcionarios publicos, aposentados, trabalhadores…a mesma receita de Portugal, Grécia, Espanha…

    Juros aberrantes, relações promiscuos e com evidentes conflitos de interesse enre os agentes privados da finança internacional e o comando da nossa economia. Arminio Fraga é membro do Grupo dos 30, nada menos do que a elite pensante dos controladores da finança privada global.

    Bela escolha senhores… Mesmo os anti-petistas, ainda é tempo de votar com a cabeça e não com o fígado! A não ser que vocês estejam entre os 1%, esses ja estão comemorando.

  53. Eu queria entender essa

    Eu queria entender essa colocação: “Cada tostão aplicado em programas sociais tira espaço do capital financeiro para continuar ganhando com a dívida pública.”

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador