A operação de guerra que garantiu a posse de Jango com o parlamentarismo

Por volta de agosto de 1961, o Ministro da Fazenda Clemente Mariani viajara para Punta Del Este, presidindo a delegação brasileira que iria discutir a Operação Panamericana e a Aliança para o Progresso. Foi na mesma ocasião em que o Secretário de Estados norte-americano Douglas Dillon esteve de passagem por Brasília, encantando-se com Jânio. Ainda não se tornara público, mas Mariani estava demissionário, aguardando apenas que Jânio indicasse um substituto.

Depois do almoço no Horto Florestal, em São Paulo e dos serviços prestados a seu governo na negociação da dívida externa, Jânio Quadros e Pedroso D’Horta tornaram-se grandes amigos de Walther Moreira Salles.

Pedro D’Horta sabia da resistência do embaixador em aceitar um novo cargo público. Por isso, quase ao final do encontro de Punta Del Este, ligou para alerta-lo:

– Walther, na volta do Chile, o Clemente Mariani vai pedir demissão, devido a desentendimentos com o presidente. É quase certo que Jânio vá convida-lo para substitui-lo. E você já sabe como ele é persistente e teimoso. Se não quiser realmente ser Ministro, e se sente incomodado com esses rumores, é melhor sair do Rio.

Na ocasião, corria o nome de Walther e o de Stelita Lins para o cargo.

O embaixador julgou melhor acatar o conselho, e foi com a família se esconder na fazenda Santo Aleixo, de Pedro di Perna, em Itatiba (SP).

Terminada a reunião de Punta Del Este, ao invés de Mariani, foi o próprio Jânio quem surpreenderia o país, condecorando Che Guevara, trancando-se um fim de semana inteiro em um apartamento famoso no Rio, com a atriz Tônia Carrero, e renunciando em seguida.

Anos depois, o poeta Augusto Frederico Schmidt morreria no mesmo apartamento, quando declamava poemas para a mulher de um líder lacerdista.

Jango estava na China e havia enormes resistências à sua posse. Desembarcou direto em Porto Alegre onde seu cunhado Leonel Brizola já tinha deflagrado o Movimento pela Legalidade.

O embaixador permanecia na Santo Aleixo, acompanhando os acontecimentos pela imprensa. Como não avisara a ninguém de seu paradeiro, foi com surpresa que, certa manhã, recebeu a visita de Rubem Berta, presidente da VARIG, que o descobrira graças a uma indiscrição da secretária de Pedro Di Perna.

– O presidente quer vê-lo—informou-lhe Berta.

– Qual presidente?, indagou o embaixador, ainda tão perplexo com a renúncia quanto o restante do país.

– O presidente Goulart.

– Terei muito prazer, assim que ele puder, porque sei que está isolado em Porto Alegre.

O embaixador conhecera Jango na época em que ambos mantinham grandes relações com o Banco do Brasil—o embaixador como diretor do BB, Jango como cliente assíduo da Carteira de Crédito Rural. Depois, ajudou a remover alguns obstáculos que poderiam atrapalhar sua posse na vice-presidência da República. Pouco antes da posse, alguns próceres do PTB foram informados que ele estava pendurado em um empréstimo junto ao Banco do Brasil, o que poderia dar margem a explorações políticas.

San Tiago ligou para o embaixador:

– Walther, Jango deve 15 milhões de cruzeiros ao Banco do Brasil. Você poderia emprestar dinheiro para ele cobrir-se junto ao banco? Depois, o BB te empresta de volta.

Os procedimentos bancários foram normais, com a mãe de Jango entregando ao Banco Moreira Salles uma carta oferecendo bens em hipoteca. O empréstimo acabou sendo pago normalmente. Mas o banco Moreira Salles não fez questão de cobrar a contrapartida. E, a bem, da verdade, nem Sebastião Paes de Almeida, presidente do BB à época, fez questão de lembrar a promessa feita.

O embaixador foi tirado de suas lembranças por uma declaração inesperada de Berta:

– Ele quer vê-lo hoje.

– Mas de que maneira?

– Estou encarregado de providenciar sua ida ao Rio Grande do Sul.

– Mas como será possível? insistiu o embaixador.

– Disto eu me encarrego, com toda a segurança. Mas primeiro precisamos ir a São Paulo.

O embaixador conhecera Rubem Berta na época em que ocupou a embaixada de Washington . Na ocasião, acompanhou-o nas negociações para a compra e financiamento dos primeiros Boeings 707 da VARIG, e aprendeu a admirar sua tenacidade e capacidade de trabalho.

– E quando voltamos de lá?

– Hoje mesmo.

Chegaram em São Paulo àa uma da tarde e foram direto ao hangar da VARIG no aeroporto de Congonhas. Atendendo a um pedido de Berta, Perna, que os acompanhava, retornou sem entrar no hangar. Ao chegar, o embaixador foi apresentado a uma figura bonita, de porte militar.

– Este é o general Amaury Kruel.

No aeroporto, o embaixador deu-se conta de que a segurança prometida por Berta devia-se mais ao senso profissional com que comandantes acalmam passageiros em noite de tempestade, do que propriamente a uma análise objetiva da situação.

– Você não sabe o que aconteceu—disse-lhe Berta. Vamos ter que esperar cair a noite para partirmos, pois os voos para o sul foram proibidos.

Para driblar a proibição, armou-se um estratagema que consistia, primeiro, em aguardar a noite e fazer levantar voo um avião com destino ao norte do país. Apenas a tripulação estava autorizada a decolar. Na ponta da pista, o piloto alegaria defeito no fechamento da porta, para retornar ao hangar. Nesse momento, abriria a porta e os três—Walther, Berta e Kruel—atravessariam o pátio correndo e entrariam no avião, rezando para não serem percebidos.

O embaixador passou o resto do dia conversando com Kruel e Berta, tirando dúvidas sobre o sucesso da operação pega-avião e da resistência jango-brizolista.

O Rio Grande estava virtualmente isolado e a belonave necessitaria voar pela costa, para contornar a proibição de voos em direção ao sul.

Eram três autênticos revolucionários, um deles, o embaixador, tão neófito em experiências do gênero, que Kruel julgou mais prudente que fosse na frente, na hora de embarcar.

– O senhor vai em primeiro lugar, pois se houver luz não haverá tempo de apanhá-lo. Eu, que tenho experiência, vou em seguida.

O embaixador relutou, mas não muito. Foi o primeiro a entrar, seguido de ambos.

Partiram para Porto Alegre num DC3 voando de luzes apagadas, numa viagem demorada, que terminou no campo de aviação de Porto Alegre, iluminado por faróis de automóveis.

Dali seguiram para o Palácio de Piratini, sede do governo estadual.

Kruel desapareceu na chegada e o embaixador foi conduzido por Rubem Berta à presença de Goulart. Eram duas da manhã.

Jango explicou-lhe rapidamente sua estratégia para tomar posse:

– Estou aceitando a reforma da Constituição criando o parlamentarismo. Tancredo Neves será o primeiro ministro, e seu companheiro de viagem, general Kruel, o chefe da Casa Militar. E eu queria que o senhor fosse o Ministro da Fazenda. Já conversei com Tancredo, que é seu amigo, e está de acordo.

O embaixador procurou objetar. Argumentou que haveria melhores nomes, sobretudo porque, com o parlamentarismo, o presidente teria que recorrer a nomes de partidos.

Jango não aceitou os argumentos:

– Não. O Ministério da Fazenda precisa ser ocupado por pessoa de absoluta confiança não apenas do primeiro ministro, mas também do presidente.

A confiança de Jango no embaixador decorria das inúmeras referências feitas a seu respeito por Vargas. O embaixador resistiu mais um pouco, mas foi demovido por um argumento definitivo:

– O senhor foi o negociador nos Estados Unidos do plano de estabilização do governo Jânio Quadros. Nós vamos continuar a observar todos os termos do plano e seu nome no ministério será a garantia junto às autoridades americanas e ao mercado financeiro.

O Ministro Walther Moreira Salles tornar-se-ia o principal avalista do acordo negociado pelo embaixador Walther Moreira Salles. O convite foi aceito. O embaixador entendeu que não aceita-lo significaria um desserviço ao país.

Terminada a conversa, o embaixador virou-se para Berta:

– Agora você vai me providenciar a volta para Campinas.

– Impossível, Walther. A FAB está com grande vigilância e nós não podemos correr o risco de perder um avião—declarou, com a objetividade típica de um aeronauta, que jamais se preocupa com detalhes.

– E eu dentro! — emendou o embaixador, lembrando que o detalhe era ele.

– Mas não se preocupe. Vou providenciar um avião para partir de madrugada para Buenos Aires. De lá você pega um vôo de carreira internacional que pare no Rio, em São Paulo ou Campinas.

Inexperiente em manobras revolucionárias, o embaixador comportava-se como um turista acidental, que vislumbrava empecilhos intransponíveis à sua viagem.

– Agradeço, mas não tenho nem passaporte nem carteira de identidade. E nem dinheiro.

Goulart, que acabara de chegar da China, tinha dólares da viagem. Emprestou-lhe US$ 200,00. Brizola, que chegara com o cunhado, resolveu o problema da carteira de identidade. Em plena 4 da madrugada tiraram fotos que serviram para preparar a nova carteira de identidade.

Apesar das idéias de Brizola, que o embaixador considerava anacrônicas e superficiais, não havia como não admirar sua bravura e liderança. Que Kruel, que Machado Coelho, que nada! O comandante de fato da resistência era mesmo Brizola.

Avião levantou voo em pleno frio de agosto, levando um único passageiro enrolado em cobertores, dormindo nos bancos traseiros. Fez escala em Montevidéu e parou em Buenos Aires.

Para sua sorte, havia um vôo da Alitália com destino a Roma, com escala em Campinas, que saía às 10 da manhã, . O embaixador comprou escova de dente e o aparelho de barba e barbeou-se no próprio banheiro do aeroporto. E—para completar a incrível sucessão de fatos absolutamente inéditos na sua carreira, que aquele dia agitado lhe proporcionara—embarcou sem gravata.

Chegou a Campinas por volta da hora do almoço e entrou na fila em frente do guichê da Polícia Federal para a apresentação dos documentos. Na sua vez, o policial reconheceu-o:

– O senhor é o embaixador Moreira Salles.

– Sou eu, sim—respondeu o embaixador, seguro por fora, apreensivo por dentro..

– Mas seu retrato na identidade está fresquinho, molhado.

Quando o embaixador pensava que completaria ali seu curso intensivo de revolucionário  — sendo detido –, o policial relaxou:

– Tudo bem. Acabo de ouvir pelo rádio que o senhor é o novo Ministro da Fazenda, aprovado pelo Congresso em Brasília.

Jango havia conseguido emplacar seu gabinete, formado por um time do porte de Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Virgílio FernandesTávora, San Tiago Dantas, o general Segadas Vianna no Ministério da Guerra e o brigadeiro Clóvis Travassos na Aeronáutica, Amaury Kruel no Gabinete Militar e Hermes Lima no Gabinete Civil . E as ondas hertzianas encarregaram-se de poupar o embaixador de um vexame.

O embaixador embarcou de Campinas para Itatiba, e já havia um sem-número de telefonemas de amigos cumprimentando-o. Os primeiros a falar com ele foram Horácio Lafer, Augusto Frederico Schmidt e Roberto Marinho. Pouco antes de sua chegada, um amigo exaltado cobriu de impropérios a senhora de Pedro Di Perna, não acreditando que o embaixado r nã estivesse em casa. Nenhuma novidade na malcriação: era o senador Arnon de Mello.

Sem contar a curta experiência revolucionária em 1932, quando foi parar na delegacia da paulista São João da Boa Vista por engano—por ter levado paulistas de Poços para São João—foi a única experiência revolucionária do nosso embaixador. Mais raro ainda: foi a única vez em que foi visto em público sem gravata.

A posse do gabinete deu-se em 8 de setembro de 1961. Para a aprovação desse Conselho de Ministros presidido por Tancredo Neves, votaram “sim” 259 congressistas e “não” 10 congressistas. Entre os presentes à cerimônia estava o deputado Raul Pilla, uma das figuras mais respeitáveis do Congresso, defensor intransigente do parlamentarismo. Era uma figura física impressionante, e de enorme integridade moral.

Mas nem a dimensão pública de Raul Pilla foi suficiente para convencer o embaixador de que o Brasil estava preparado para conviver com o parlamentarismo.

Luis Nassif

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Vale um livro.

    Nassif, uma narrativa empolgante, valeria vc ter em seus planos fazer um livro abordando o personagem Walther Salles e toda conjuntura passada por ele.

  2. Jango era fraco?

    Aqui está o post que desmistifica o mote criado de que Jango era fraco, sem habilidade, não tinha competência, etc.

    Getúlio teve problemas, não queriam Juscelino, Jânio Quadros teve problemas,…

    Jânio renúncia exatamente quando Jango estava em visita oficial acertada pelo próprio Jânio à China; uma grande deixa para o golpe, que tinha sido concebido lá atrás movidos por interesses internacionais escusos, historicamente defendidos pela arcaica elite brasileira..

    Com a renúncia  do presidente sequer queriam dar posse à Jango, o vice-presidente, e se precisou de muita habilidade política, muita competência e uma demonstração de força para que, com o parlamentarismo como solução, Jango assumisse.. Portanto o golpe já estava pronto e acabado há muito tempo antes da chegada de Jânio e de João Goulart.

    Jango sempre esteve cercado de políticos de grandes habilidades e foi assim que escolheu Tancredo para ser o Primeiro- Ministro, um nome de reconhecidíssma habilidade, penetração e respeito dos seus pares, e mesmo com tudo isso teve o seu gabinete derrubado.

    Dos nomes escolhidos por Tancredo e Jango muitos eram considerados conservadores, são eles:

    Primeiro-ministro e ministro da Justiça (cumulativamente), deputado Tancredo de Almeida Neves (PSD-MG); Relações Exteriores, Francisco Clementino de Santiago Dantas (PTB-MG); Fazenda, Walter Moreira Sales (PSD-SP); Saúde, deputado Estácio Souto Mayor (PTB-PE); Agricultura, deputado Armando Monteiro (PSD-PE); Educação e Cultura, deputado Antônio Oliveira Brito (PSD-BA); Trabalho e Previdência Social, deputado André Franco Montoro (PDC-SP); Viação e Obras Públicas, senador Virgílio Fernandes Távora (UDN-CE); Minas e Energia, deputado Gabriel de Resende Passos (UDN-MG); Indústria e Comércio, deputado Ulisses Guimarães (PSD-SP); Guerra, general João de Segadas Viana; Marinha, Almirante Ângelo Nolasco de Almeida; Aeronáutica, brigadeiro Clóvis Monteiro Travassos; Casa Civil, Antônio Balbino (ex-governador da Bahia); Casa Militar, general Amauri Kruel (RS); Gabinete de Imprensa, Raul Francisco Ryff.

    O fato é que desde 50 o mundo pipocava em conflitos entre aqueles que queriam avanços na democracia e os que defendiam a manutenção do status quo.

    A diferença é que pelo lado de lá presenciamos muitos avanços e enquanto nos seus quintais eles resolveram dar o inferno, como exemplo de sua força para o mundo.

    Nessa avalanche de inconformismo vários países ocidentais deram uma guinada à esquerda como a vitória de John F. Kennedy nas eleições de 1960 nos EUA, da coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. Houve também uma reação extremada, juvenil, às pressões de mais de vinte anos de Guerra Fria. Uma rejeição aos processos de manipulação da opinião pública por meio dos meios de comunicação que atuavam como “aparelhos ideológicos” incutindo os valores do capitalismo, e, simultaneamente, um repúdio “ao socialismo real”, ao marxismo oficial, ortodoxo, vigente no leste Europeu, e entre os PCs europeus ocidentais, vistos como ultrapassados.

    No Brasil, a posse de João Goulart também representava essas possibilidades de mudanças, mas com o golpe civil/militar de 64 o Brasil dava as costas às ideias rejuvenescedoras e entrava num retrocesso, uma marcha à ré, atrelado ao obscurantismo de qualquer ditadura.

    Essa reação ao sistema teve duas fases distintas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1969, em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a orgia sexual e os protestos contra o endurecimento dos governos e que se iniciou com a radicalização dos movimentos estudantis a partir do maio de 68 na França, que não estava vinculado a nenhuma ideologia específica, mas apregoava o direito de cada um de pensar e se expressar livremente.

    A década de 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos e ficariam caracterizados pelas grandes transformações de visão libertária que ocorreram no mundo. Um vendaval de rebeldia, alimentado pelos jovens, percorria o mundo.

    Tornou-se uma década mítica porque provocou mudanças políticas, éticas, sexuais e comportamentais, que afetaram as sociedades da época de uma maneira irreversível. Seria o marco para os movimentos ecologistas, feministas, das organizações não governamentais (ONGs) e dos defensores das minorias e dos direitos humanos.

    Alguns movimentos dos anos 60 que provocaram profundas modificações no “sistema”:

    Movimento Negro.                                                                                                                               

     Os moderados tiveram como seu maior expoente, o pastor Martin Luther King. Ele entendia que a luta dos povos do Terceiro Mundo assemelhava-se a dos negros americanos contra a discriminação e o preconceito. Sua morte provocou uma violenta onda de protestos acompanhada de incêndios nos maiores bairros negros em 125 cidades americanas. Os “Panteras Negras” lutavam pelos mesmos valores e eram mais radicais.

    Women’s Liberation Front.                                                                             

    Feminismo que tem como meta direitos equânimes e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero.

    The Northern Ireland Civil Rights Association (NICRA).

     Atuou pelos direitos civis da minoria católica na Irlanda.

    Movimento Pacifista contra a Guerra do Vietnã.

    A crescente oposição à guerra dentro dos Estados Unidos quase se tornou numa aberta insurreição da juventude. A violência dos bombardeios sobre a população civil vietnamita, composta de aldeões paupérrimos, já havia provocado desconfiança em relação à justeza da intervenção no Sudeste da Ásia. Era inaceitável que a maior potência do Mundo atacasse um pequeno país camponês do Terceiro Mundo.

    Grande Revolução Cultural Proletária.                                                                                      

    Na China Popular, Mao Tse-tung desencadeara a partir de 1965 a (Wuchanjieji Wenhua Dageming), com o apoio dos estudantes e trabalhadores contra a burocracia que tomava conta do Partido Comunista.

    Além da indignação geral provocada pela Guerra Vietnamita e o fascínio pelas multidões juvenis da Revolução Cultural chinesa, também pesou a morte de Che Guevara na Bolívia, ocorrida em outubro de 1967. Seu martírio pela causa revolucionária serviu para que muitos se inspirassem no seu sacrifício.

    A “crise” de maio de 1968.

     Começou com uma série de greves estudantis da juventude francesa e que teve réplicas nos demais países desenvolvidos, desde os EUA ao Japão. A voz das minorias começa a levantar-se. Há uma crescente emancipação das mulheres. O próprio clero inicia também uma auto-reflexão.

    A Primavera de Praga.

    Foi uma reforma profunda na estrutura política na Tchecoslováquia para conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização, relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficou conhecida como a tentativa de se criar um “socialismo com face humana”

    Movimento Hippie.     

    A proposta do movimento hippie era diversa e ampla, buscava um questionamento existencial mais abrangente, além das considerações econômicas, sociais e políticas em voga nos anos 60. Visava ao ser integral em face da vida e do mundo.

    Adotavam um modo de vida comunitário, ou de vida nômade, em comunhão com a natureza.  

    Negavam todas as guerras, os valores sociais e morais tradicionais e abraçavam aspectos das religiões orientais, e/ou das religiões indígenas, estavam em desacordo com os fundamentos das economias capitalistas e totalitárias.

    http://assisprocura.blogspot.com.br/p/normal-0-21-false-false-false-pt-b

    1. Kennedy não era de

      Kennedy não era de “esquerda”. O espectro ideologico americano não é tão nitido na divisão ideologica da Revolução Francesa, esquerda e direita. Nos EUA existem conservadores e liberais, não significa a mesma coisa de esquerda e direita. A economia de mercado é considerada natural, os liberais não propõe socialismo e os conservadores podem ser menos interessados em politica externa, a prova foi que as relações com o Brasil no Governo Lula foram muito melhores no Governo Bush que era conservador do que hoje, com um governo “liberal” de Obama, que teoricamente deveria ser mais proximo ao petismo, as relações hoje são completamente frias.

      Os agrupamentos de conservadores e liberais tem muito a ver com valores religiosos, filosoficos, geograficos.

      Democratas do Texas são muito mais conservadores (Lyndon Lohnson) do que Democratas do Massachussets, no Texas

      Republicanos e Democratas são quase iguais, na California completamente diferentes, os valores predominantes dos EUA são do valor do esforço individual e do desprezo daqueles que vivem da esmola do Estado, algo considerado indecoroso

      por grande parte dos americanos legitimos.

    2. A historia é escrita por

      A historia é escrita por fatos. Não adianta à distancia de 50 anos dizer que Jango era fraco ou forte, foi deposto com extrema facilidade, o que não foi o caso de Salvador Allende, portanto a partir dos fatos e de sua biografia anterior se compõe o persobagem da Historia. Há precisas descrições da postura politica de Jango e sua conduta operacional, não era um administrador mão na massa, que tinha o governo sob controle, nunca foi disso, delegava o maximo que podia para amigos e não cobrava resultados. Se tivesse gosto real pelo poder teria um DISPOSITIVO MILITAR que qualquer governante monta para ter um minimo de proteção e um nucleo de operadores civis que controlassem a situação.

      Nem o General Assis Brasil controlava qualquer soldado do Exercito e nem Darcy Ribeiro controlava qualquer deputado ou Senador, Jango estava perdido com esses amigos, então analisar a posteriori e teoricamente se era fraco ou forte é inutil.

      Jango não era má pessoa mas não tinha na realidade o gosto da politica e do poder, caiu na politica por acaso, por ser vizinho de Getulio, não era vocacionado para o Poder. Lacerda em suas memorias DEPOIMENTO numa analise fria de Jango, Lacerda apesar de seu passionalismo teatral era capaz de analises precisas de amigos e inimigos, dizia que Jango

         gosta de “”usufruir o poder para beneficiar os amigos e chatear os inimigos mas não tinha o gosto de governar”.

      Getulio e Geisel, por exemplo, examinavam cada virgula de um projeto de lei, uma questão de  gosto e estilo, Jango pedia que outros examinassem por ele, não queria se aborrecer com o dia a dia de um governo, não só inimigos diziam, amigos tambem, foi inacreditavel Jango SER PEGO DE SURPRESA pelos fatos que levaram a sua deposição, parecia perdido e

      fora do ar o tempo todo que veio da derrubada ao exilio.

  3. Amaury Kruel: quando dólares falam mais alto

    Amaury Kruel vendeu o Presidente João Goulart e traiu não por ideologia, mas por dólares

    Do Instituto João Goulart

    O Instituto Presidente João Goulart, através de João Vicente Goulart, recebe a denúncia do então Major do Exército Erimá Pinheiro Moreira, esclarecendo em detalhes os motivos que levaram o general Kruel, que era amigo do Presidente João Goulart, mudar de posição em menos de 12h.

    Mineiro de Alvinópolis, Erimá Pinheiro Moreira, hoje com 94 anos e anistiado como Tenente Coronel Farmacêutico, servia no Hospital Geral de São Paulo em 31 de março de 1964 sob as ordens do então comandante do II Exército, General Amaury Kruel. Paralelamente, Erimá era proprietário de um laboratório farmacêutico particular, próximo ao hospital e a sede da FIESP.

    Para aqueles que ainda imaginam terem os golpistas civis e militares agido por idealismo, este corajoso depoimento revela em detalhes o que aconteceu naquele dia trágico para a democracia brasileira.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=Ewf9SlvSYc8 align:center]

     

  4. Ontem e hoje

    Muito bom, Nassif. Não conhecia todos esses fatos. Onde podemos ler mais sobre esse momento, que foi delicado, entre a renuncia de Jânio Quadros e a posse de João Goulart ? Importante, como se lê acima, para entender o golpe que veio em seguida. 

  5. Chupins do povo

    “Os primeiros a falar com ele foram Horácio Lafer, Augusto Frederico Schmidt e Roberto Marinho”

     

    Com certeza, já nesta época, o Roberto Marinho tramava um golpe contra o Jango. O ódio nutrido pelos Marinhos contra Leonel Brizola deve ter começado também em 1961. Já que não conseguiram dar o golpe no Getúlio Vargas e nem impedir a posse de Juscelino, o impedimento de Jango, era a grande oportunidade para a elite reacionária se apossar do Poder. E, não por acaso, lá estava o Roberto Marinho, como sempre. Este infeliz, ainda deixa três filhos, que são iguais ou piores do que ele. Os irmãos Marinho, os donos da Globo, são uns verdadeiros chupins do povo brasileiro. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador