A quarta Revolução Industrial, por Enrique Peña Nieto

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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A atual era da inovação, onde as tecnologias de ponta acabam por influenciar setores econômicos inteiros a um ritmo muito veloz, recebeu a designação de “Quarta Revolução Industrial” – e que também será abordado na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que irá ocorrer na Suíça – e com toda a justeza.  A amplitude e o ritmo de inovação devem gerar diversas mudanças nas formas de produção, distribuição e consumo, e os países tem adotado ferramentas a fim de gerenciar as mudanças que estão por vir.

No México, por exemplo, os planos estão concentrados em três pilares: educação, ambiente empresarial e conectividade. “O capital humano é essencial para o sucesso de uma economia, e o México não é exceção”, diz o presidente Enrique Peña Nieto, em artigo publicado no site Project Syndicate.

Um exemplo se refere a um programa denominado “Notas para Infra-estruturas de Educação”, em que veículos de investimento privado permitirão o investimento de aproximadamente US$ 3 bilhões para o melhoramento das instalações das escolas do chamado primeiro ciclo nos próximos três anos. “Além disso, durante o ano letivo anual, distribuímos tablets para aproximadamente metade dos 2,3 milhões de alunos que frequentam o quinto ano no México”.

“Também estamos trabalhando no sentido de garantir que as gerações atuais e futuras desenvolvam as competências necessárias para prosperar em um mercado de trabalho em constante evolução. No ano passado, mais de 110 mil estudantes no México obtiveram diplomas acadêmicos em áreas como engenharia, produção e construção, o que representa um número mais elevado do que em alguns países mais evoluídos, como França, Alemanha e Reino Unido”, lista Peña Nieto.

Para reforçar tal objetivo, o presidente mexicano diz que estão sendo ampliados os investimentos públicos em ciência e tecnologia nas universidades e centros de pesquisa do país. “Só nos últimos três anos, o número de estudantes no nosso Sistema Nacional de Investigadores registrou um aumento de 26%, e a despesa pública em investigação, desenvolvimento e inovação quase duplicou. Reconhecendo a importância vital da articulação entre governo, indústria e meio acadêmico, aumentamos também o número de serviços de transferência de tecnologias para apoiar o desenvolvimento de novos produtos e empresas em áreas como a biotecnologia, a energia e as tecnologias da informação”.

Na área empresarial e de investimento, Peña Nieto diz que o país já conseguiu “grandes progressos” no caminho para a estabilidade econômica”. Entre outras medidas, o país definiu uma política monetária “independente” capaz de garantir a estabilidade dos preços e uma inflação reduzida. “Com efeito, em Novembro, a taxa de inflação anual, situada em 2,21%, registrou o valor mais baixo da história do México. Além disso, a nossa dívida continua a ser baixa e diversificada”. Pelas estimativas do presidente, a relação dívida líquida/PIB (Produto Interno Bruto) para 2015 deverá situar-se em 46,9% (um valor bastante inferior à média de 55,6% da América Latina) e estabilizar-se em 47,8% no próximo ano.

Além disso, foi realizada uma reforma do setor energético, que permitiu ao país reduzir os custos de eletricidade, eliminar os aumentos mensais do preço da gasolina e expandir os gasodutos por todo o país, aumentando assim a competitividade. “Pela primeira vez em décadas, todas as atividades do setor energético estão abertas ao capital privado, uma estratégia que irá atrair anualmente cerca de US$ 12,6 bilhões em investimentos. Do mesmo modo, o fato de se ter permitido o investimento estrangeiro no setor das telecomunicações assegurou a redução dos preços dos serviços de rede fixa e dos serviços móveis, melhorando a qualidade e a cobertura”. No caso das micro e pequenas empresas, Peña Nieto diz que ferramentas digitais estão sendo usadas para acelerar a criação de empresas pelos empreendedores, assim como facilitar o acesso dos mesmos ao financiamento bancário comercial.

No caso da conectividade, o presidente diz que o México “é um dos poucos países que reconhece formalmente” aos cidadãos o direito de terem uma ligação à Internet em banda larga. “Até ao momento, instalámos ligações em banda larga em 65 mil lugares públicos, como escolas, bibliotecas e praças. Esta medida irá nos ajudar a alcançar o nosso objetivo de fornecer serviços de Internet de alta velocidade a 70% das famílias e a 85% das micro, pequenas e médias empresas”.

Assim como os investimentos em conectividade digital, o presidente diz que estão sendo canalizados US$ 460 bilhões na construção e modernização de vias rodoviárias, bem como na ampliação e melhoria dos sistemas de transportes públicos e de transporte ferroviário. “Outros projetos de infraestrutura de grandes dimensões incluem um novo aeroporto internacional na Cidade do México e o desenvolvimento portuário, que quase duplicará a capacidade existente no Oceano Pacífico e no Golfo do México. A longo prazo, tornaremos o México uma plataforma logística de classe mundial”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. Outra dúvida:

    Por que investigação e investigadores? Poderiam ter traduzindo para pesquisa e pesquisadores, que é como chamamos esta atividade e estes profissionais, aqui no Brasil.

  2. Já no Brasil…

    Enquanto isto, no Brasil, o Judiciário, como instrumento de elite e oposição retrógradas, atacam empresas líderes em seus ramos (tanto tecnologicamente, quanto economicamente, e com projeções mundiais). Faz-se aqui o equivalente ao Judiciário americano atacar, por exemplo, a Microsoft e a Intel, com a agravante de que Petrobras e empreiteiras usam mão de obra intensivamente.

    Mais adiante, se não já agora, culparão o PT, Dilma e Lula pelo eventual fracasso econômico do Brasil

  3. Então ………………..

    Se continuar atrelado aoo império, e com a economia atrelada ao narcotráfico,e aos altos índices de violência, tenho minhas dúvidas sobre o que ele diz.

    Em tempo, para relembrar: ” “Pobre México: tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos.” A frase de Porfírio Díaz, presidente do México de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911,… “

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