A revolta às avessas, ou: os ricos indignados no Brasil, por William Nozaki

A revolta às avessas, ou: os ricos indignados no Brasil

por William Nazaki

A crise financeira internacional de 2008 ao mesmo tempo em que explicitou as contradições do capitalismo financeirizado abriu as portas para um novo ciclo de lutas globais: Tunísia, Egito, Bahrein, Iêmen, Líbia, Síria, Espanha, Grécia, EUA, foram palco de diversas experiências de lutas contra ditaduras políticas, recessões econômicas e exclusões urbanas.

Merecem destaque nesse caldeirão as experiências que conseguiram converter insurgências sociais em disputas institucionais mais amplas, passando da micropolítica dispersa para a macropolítica robusta com capacidade de afrontar as estruturas do poder e do capital, como nos casos do Podemos espanhol, do Syriza grego e do Occupy Wall Street norte-americano.

A despeito das inúmeras diferenças entre esses movimentos (alguns dos quais partidos-movimentos), há uma espécie de mínimo denominador comum que os alinhava: parte significativa dessas iniciativas surgiram de baixo para cima se revoltando contra políticas de viés liberal, conservador e direitista.

De alguma forma, o Brasil se inscreve também nesse cenário de lutas globais, sobretudo a partir das Jornadas de Junho de 2013 que trouxeram consigo o esboço de novas formas de organização e ativismo e também uma nova agenda articulando direitos urbanos e direitos humanos, municipalismo associativista e liberdades individuais.

No entanto, nessas plagas tropicais, as forças de esquerda no poder, salvo raras exceções, tiveram pouca capacidade e pouca sensibilidade para perceber o surgimento desses novos atores sociais e dessa nova agenda pública.

O principal partido de esquerda, PT, ensimesmado nas suas estruturas burocráticas assustou-se com o fato inédito de não ser ele o protagonista das primeiras convocações para a ocupação das ruas, e, ao invés de avançar na disputa de hegemonia na sociedade preferiu de saída repulsar as novidades as tachando de ações direitistas; em movimento análogo, os governos petistas, na prefeitura de São Paulo e no âmbito federal, optaram pelo apego iluminista à tecnocracia de planilhas e deram respostas de políticas públicas equivocadas, erráticas e/ou atrasadas.

Essa combinação de medo e preguiça fez com que o pêndulo de uma disputa em aberto oscilasse paulatinamente para a direita, que, a partir de uma associação entre elites, classes médias, mídia e judiciário aprenderam a se apropriar da gramática política das ruas. O segundo turno eleitoral em 2014 evidenciou esse conjunto de tensões, a temperatura política e social seguiu aumentando em 2015 e no início desse ano, delineando o avanço do autoritarismo político e do conservadorismo social que agora explicitam suas faces golpistas e anti-democráticas. Vale destacar: as derrapadas políticas e ambivalências econômicas apresentadas pelo Governo Dilma só contribuíram para jogar água no moinho da crise institucional e social em que agora nos encontramos.

Desse modo, os setores mais progressistas da sociedade se percebem diante de um quadro bastante complexo: se, por um lado, o PT e o governo precisam ser criticados, por outro lado, é preciso atentar para que nessa conjuntura tais críticas podem alimentar o caldeirão do anti-petismo que tem servido somente ao ódio e à intolerância; mais ainda: se, por um lado, Lula e Dilma foram tímidos em nome da conciliação ampla e até mesmo retrocederam em certas agendas, por outro lado, ataca-los nessa conjuntura significa colocar sob risco a própria normalidade do funcionamento das instituições políticas do país. Não resta dúvidas de que nesse momento defender Lula e o governo Dilma significa defender o Estado de Direito Brasileiro e o tripé que o organiza: as instituições democráticas, a constituição federal e a consolidação das leis trabalhistas.

Nesse sentido, é importante explicitar: as forças que hoje lutam pela obstrução e pela queda do governo, e que atuam pela criminalização e pela judicialização da esquerda, o fazem não em nome daquilo que o PT e o governo têm de problemático, mas sim em nome daquilo que ele tem de positivo: as conquistas sociais e econômicas que permitiram a redução da miséria, da pobreza e da desigualdade, em consonância com a ampliação de direitos. É contra isso que se insurge e que se instala um Estado de Exceção no Brasil capitaneado por juízes, promotores e procuradores que se insurgem contra os direitos e a favor dos privilégios seculares que fazem parte da rotina política e social do país.

A prova desse argumento se evidencia em uma visada de olhos quando se observa o perfil dos manifestantes que foram às ruas nesse último domingo (13/03/2016), trata-se majoritariamente de homens, brancos, adultos ou de meia-idade, de classe média e alta, com acesso à boa escolaridade. Além disso, são atores sociais que aderem menos a partidos políticos e movimentos organizados e mais a lideranças individuais midiáticas e muito conservadoras, esse grupo social prefere o mundo dos negócios ao universo da política institucional, nessa conjuntura se sentem mais representados pelo judiciário, pelas policias e pela igreja do que pelos poderes executivo, legislativo e pelos representantes eleitos. Em última instância, preferem defender a arena privada da família e dos “bons costumes” à esfera pública da política e da democracia (vide pesquisa Datafolha).

É curioso e sintomático que uma parcela da sociedade acredite que há hoje em curso no Brasil um processo de combate à corrupção, trata-se de uma percepção distorcida e equivocada. Não há combate à corrupção possível a ser protagonizada por juízes com relações partidárias, policiais federais descontrolados, promotores que agem ao arrepio de lei, tudo isso apoiado por lideranças político-partidárias e parlamentares investigadas por desvio de recursos públicos e outros tantos mal-feitos, todos endossados por uma parcela da elite e da classe média que não cansa de reproduzir as ilicitudes do dia-a-dia, com seus pequenos subornos, sonegações de impostos e toda sorte das pequenas imoralidades presentes no tal “jeitinho” de quem gosta de se apresentar seguindo a lógica da “carteirada” e do “você sabe com quem está falando?”.

Disso decorre a pergunta: o que se quer combater de fato quando se fala em corrupção? Ora, trata-se de uma revolta de elite e da classe média estabelecida em favor da preservação dos seus mecanismos de distinção e privilégios materiais e morais. No período de crescimento econômico, ainda que indiganadas, as frações da elite brasileira conviveram com a mobilidade social e a ascensão das classes populares, mas no momento de reversão do ciclo econômico, quando o emprego, a renda e a mobilidade passaram a se desacelerar o acotovelamento geral se converteu em revolta e ódio contra os de baixo. Isso não significa que as classes populares e trabalhadoras estejam satisfeitas com o rumo do governo e do país, mas a se considerar o perfil dos manifestantes do último domingo, fica claro que quem está catalisando os impulsos e desejos golpistas é parte significativa das camadas mais abastadas.

Esse é mais um dos paradoxos brasileiros, ao contrário do que se passa em parte dos ciclos de lutas globais, aqui temos uma revolta da elite e da classe média contra um governo de viés progressista e de esquerda. Essa inversão revela como parte da elite nacional tem nomeado de indignação aquilo que na verdade traduz a sua própria indignidade. 

William Nozaki

20 Comentários

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  1. Penso que este povo que foi a

    Penso que este povo que foi a rua protestar no ultimo domingo sofre de problemas de cognição, ou de interpretação da rtealidade. Vão para a rua protestar contra a corrupção convocados pelos maiores corruptos de que se tem notícia neste país. A Globo esconde a roubalheira desta gente, mesmo assim temos conhecimento graças ao bravo trabalho de alguns jornalistas de verdade, este profissional que, infelizmente, falta nos grandes veículos de comunicação.

    Vejamos: Qual destes politicos resisitiria a cinco minutos de investigação séria: Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin. Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Agripino Maia, o tal Rogério Chequer(que não é político, ainda), acho que é isto, que saiu corrido dos EUA processado pelo ex-sócio, etc etc etc 

    Ainda por cima, vão vestidos com o uniforme de uma das entidades mais corruptas do mundo, a CBF. São apoiados por uma organização criminosa que sonega impostos, lava dinheiro, oculta patrimônio e principalmente e pior de tudo, sonega a verdade à população e sabota o progresso do país, o Grupo Globo.

    Eleva a categoria de herói um juiz que atropela as leis e o estado de direito, um político reacionário e transtornado mentalmente como Bolsonaro e outros do mesmo naipe.

    Para completar, chamam de corrupto justamente o governo que mais trabalhou para reduzir a corrupção. Os números, as leis criadas, os mecanismos de fiscalização criados, o poder concedido a PF e MP, etc Tudo está aí, mas os ignaros da paulista não enxergam pois estão cegos pelo ódio de classe e o preconceito social. Toda minha vida afirmei que o pior preconceito no Brasil não era o racial, era o social. A classe média tem ojeriza de pobre. Mais do que os ricos de verdade.

    Me desculpem, mas eu jamais na minha vida vi tanta gente BURRA reunida em um só lugar.

    E o pior é que se acham informados. O burro que não sabe que é burro é o pior dos burros.

    1. Assino em baixo. Estive

      Assino em baixo. Estive pensando exatamente nestes termos durante estes dias. Globo, CBF, políticos do PSDB/DEM, Paulinho da Força, Bolsonaro, movimentos sociais de extrema direita. Imagine que país pode sair deste caldeirão. E muitos destes manifestantes acham que estão prestando um serviço positivo.

  2. Clap, clap, clap
    Perfeito.

    O Lula fala que entraria no governo se esse modificasse a política econômica, voltando a direcionar as atenções para as classes menos favorecidos. (informações do 247).

    Para que melhor reconhecimento do afastamento do PT com sua base do que essa exigência do ex presidente?

    O problema dessa “revolta às avessas” é o espelho. A psicologia explica.

    A classe média alta brasileira se reconhece corrupta, historicamente privilegiada pelos benesses,

    sabe que em pé de igualdade, perdem….portanto. …

    Espelho, espelho meu. …

  3. Ok, concordo com grande parte

    Ok, concordo com grande parte da análise, mas tem uma coisa que já virou vicio entre nós, na esquerda: inventar sujeitos e idealizá-los. Essa frase mesmo precisa ser evitada – “as jornadas de junho”. Virou uma expressão-onibus com passe livre: todo mundo sobe e desce, a qualquer hora, e usa do jeito que quer. Como se fosse indiferente seu conteúdo. O texto localiza um ponto dramático: a esquerda petista se burocratizou, as outras esquerdas tem escassa penetração social, etc. etc. e daí… ” a direita aprendeu a se apropriar da gramática política das ruas.” Só que isso não ocorreu paulatinamente a partir de junho de 2013, logo depois da ‘virada da globo, que ocorreu em 13 de junho (ou 14?). As manifestacoes da semana 17-21 de junho foram completamente dominadas pela midia de direita, que convocou, pautou, organizaou e dirigiu as manifestacoes. A ponto de fazer sumir reivindicações populares e expulsar a esquerda na base da porrada. O MPL, naõ esqueçamos, foi expulso da “sua” manifestação de   20 de junho de 2013. Houve uma série de manifestacoes a seguir – o nao vai ter copa, p. ex – mas elas eram concentradas em grupos pequenos, bem pequenos, de ativistas radicalizados. E eram sobejamente manuseados pela midia de direita. A ponto do “nao vai ter copa” casar, na tv, com a manifestacao de riquinhos de camarote vip no estádio, aqueles chiques que gritavam frases chulas para a presidenta. Essa evolução precisa ser entendida – estou apenas mencionando o fato, não explicando. Se não entendermos isso, não entendemos como a direita orquestra suas manifestacoes de massa na rua.

  4. Como vaticinou Vladimir Safatle: “Teremos um grande partido…

    Como vaticinou Vladimir Safatle: “Teremos um grande partido conservador no Brasil”. Tenho quase certeza que após a Lava Jato o juiz Moro se lançará à política e criará um partido de massas para a elite brasileira. Dificilmente os setores que estão apoiando o golpe vão desperdiçar a popularidade do juiz da lava jato.

    Dessa forma, a luta ideológica no Brasil ficará mais concreta com um partido de massa verbalizando e canalizando o ódio de classe das elites. A política no Brasil vai mudar significativamente após essas manifestações. Resta saber se para melhor ou para pior?

  5. Visão parcial

    Achar que só a classe média e alta que está contra o governo é querer tapar o sol com a peneira. Não é porque só eles manifestaram no domingo que o resto da população aprova a gestão da Dilma. Basta ler o artigo publicado no El País sobre a periferia de São Paulo e sua opinião do atual governo.

    Isso não torna mais palatáveis ou legítimos os pedidos de impedimento da Presidente, nem as ações ilegais contra o Lula, batendo de frente com a presunção de inocência. Mas o descontentamento com relação ao governo é amplo, geral e irrestrito, e cobre todas as classe sociais, não só a elite branca.

    Não é por acaso que a popularidade da Dilma não passa dos 10%.

    1. Até onde Dilma é culpada pela crise?

      Vamos olhar os dados do Brasil, antes e depois da Lava Jato. Antes, desemprego na faixa de 5%, lucro líquido da Petrobras em torno de R$ 25 bilhões. Após Moro passar a atacar a petroleira e outras empresas, desemprego subiu acima dos 7% e, em 2014, a Petrobras teve prejuizo recorde, em torno de R$ 20 bilhões. Ano passado, Câmara e Senado haviam aprovado a pauta-bomba do Cunha que daria grandes prejuízos ao país, mas felizmente Dilma vetou. Se há crise no país, grande parte dela se deve a Cunha, Lava Jato e mídia, que ataca todos os dias o governo federal. Nesta guerra, estou com Dlma.

    2. Está correto, mas sua visão também é parcial.

      Eu li a matéria do El Pais, mas você esqueceu de um detalhe importante da matéria. As pessoas da periferia de São Paulo entrevistadas pelo El Pais estavam sim insatisfeitas com o governo, mas não por uma difusa ‘corrupção’ ou muito menos por um retórico ‘comunismo’, mas pelas condições de vida material, transporte, saúde, educação, inflação, emprego. As pessoas da periferia que se mostraram insatisfeitas com o governo também não mostraram na sua maioria disposição a participar das manifestações de domingo porque não se referiam ao que importava para a vida delas. Alguns disseram na reportagem: “Se fosse a manifestação seria por melhor transporte e saúde pública”; “Vejo meus amigos estudarem para caramba e ter que aceitar qualquer coisa..protestaria por eles, por causa do desemprego”. Alguém resumiu: “Precisamos pressionar por medidas que tenham relevância na vida da população”. Acho que Suzana Vieira ou Cassia Kiss não estão preocupadas com isso, o delas tá garantido

  6. Mais um articulista que

    Mais um articulista que comete o auto-engano em relação às manifestações de 2013. É evidente esse auto-engano, pois o autor gastou os sete parágrafos iniciais para explicitá-lo e tentar justificá-lo. Os argumentos usados são fraquíssimos e não convencem leitores e observadores atentos.

    A partir do oitavo parágrafo, o autor retorna à realidade e faz uma análise mais lúcida do que vem ocorrendo no Brasil nos últimos três anos. Meu inconformismo é com essa insistência mostrada por muitos articulistas (alguns deles cientistas sociais e políticos, professores, jornalistas experientes) em se auto-enganar. Neste artigo, por exemplo, os sete parágrafos iniciais são um inútil ‘nariz de cera’, colocados ali apenas para mostrar um certo orgulho, ao não admitir o autor que errou redondamente na análise inicial que fez sobre as manifestações ocorridas em meados de 2013. 

  7. A classe média brasileira
    A classe média brasileira sofre da síndrome da meritocracia.

    Doença do individualismo exacerbado, de efeito egoístico, isolacionista e segregacionista.

    Tem como efeito colateral a cegueira, os indivíduos que padecem desse mal não conseguem enxergar um palmo além do umbigo.

    Padecem de dupla personalidade, ao mesmo tempo que querem escravizar e explorar os de baixo, se deixam serem explorados pelos de cima. É o conhecido complexo de feitor da casa grande.

    Sofrem alucinações e acreditam em super heróis que surgirão para salvar a humanidade.

  8. A revolta da classe média tem

    A revolta da classe média tem fundamentos:

    1) O Brasil é campeão em desigualdade de renda. A distância entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres em 2010 foi de 26 vezes (em 2000 era de 37 vezes) contra 5,5 vezes na média da União Européia. Situação que se reproduz à custa de um engenhoso sistema de controle social, no qual a mídia desempenha papel central.A entrada em cena do PT ameaça este status quo.

    2) Entre 1991 e 2000, a renda, tanto dos 20%  como dos 10% mais ricos, cresceu acima da média brasileira. Já entre 2000 e 2010,  sua renda cresceu 8 pontos abaixo da média brasileira. Todos os outros segmentos tiveram crescimento de renda superior à média brasileira. Destaque para os 40% mais pobres que aumentaram a renda em 70% (média geral do Brasil 34%). Daí a revolta com os governos do PT.

    3) A entrada em cena de um partido político com programa e metas, muito distinto das federações de caciques até então existentes, que passa a executar um amplo leque de políticas de inclusão social (na esfera do ensino superior, da saúde, e outros tantos mais), coloca em xeque o Estado Social das Classes Altas e Médias. Aquele Estado distribuidor de vantagens e benesses para as classes médias e altas, incluindo aí as grandes corporações nacionais e internacionais.

    4) A ascensão dos 40% mais pobres, somada à situação de quase pleno emprego atingida em 2012, encareceu a prestação de serviços tanto domésticos como de outra natureza. Pior para a classe média. Viu desaparecer (ou encarecer) a prestação de serviços que conhecera desde o berço.

    5) Em todo o mundo a ascensão social é cada vez mais difícil e disputada. Por isso, a opção de pisar “nos de baixo” tem ganhado adesão. Daí o crescimento do rascismo e do fascismo em nível global

    6) Mas o caso da classe média brasileira é um capítulo a parte. Criados por babás, são muito mimados. Quando conseguem ascender, passar em algum concurso, montar algum negócio, querem facilidades e privilégios esclusivos. Não têm consciência democrática, não entendem que vivem numa república. Situação habilmente explorada pelos 1% que verdadeiramente mandam.

    1. O medo dessa gente é ver 80% da população brasileira marginaliza

      O medo dessa gente é ver 80% da população brasileira marginalizada tendo consciência política e reivindicando um lugar ao sol.

    2. Perfeito, engraçado é a

      Perfeito, engraçado é a manipulação, meio dia a globo dava 20 mil pessoas em bh na pç da liberdade, as 17 horas já tinha acabado o protesto 30 mil pessoas, no dia seguinte disse 100mil pessoas, ou seja um mineirão mais que lotado em uma praça de quatro quarteirões….

  9. o golpe de agora é a

    o golpe de agora é a coninuação do golpe iniciado em 2013.

    gostei da análise dos tempos atuais, mas quando fala de 2013,

    acho depolorável, porque aquele papo é chato e não convence…

    se o golpe começou lá, como o pt reagiria? etc e etc…

    a análise de hoje jem tem de começar pela ideia do golpe de 2013,

    uma porrada justamente porque era novo e infame…..

    aqueles mascarados de onde vieram?

  10. Análise sobre a violência, o

    Análise sobre a violência, o Golpe e o Papel do STF, Auschwitis e de outros atores.

    A Rede Globo diz que os que foram aos Atos Contra o Golpe no último dia 18 não são cidadãos.

    O ator Cláudio Botelho ao tentar difamar e injuriar a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, chamando-os de ladrões, isto aconteceu durante a apresentação de uma peça em belo horizonte, ele foi interrompido pela plateia com os gritos de – Não Vai Ter Golpe, Não Vai Ter Golpe, Não Vai Ter Golpe; logo após ele foi gravado dizendo revoltado e em altos brados à sua noiva, “Um ator que está em cena é um rei! Não pode ser peitado. Não pode ser peitado por um negro, por um filho da puta que está na plateia. Não pode. Não pode ser peitado.”, aqui ele desqualifica todos os cidadãos negros, nesta sua fala ele quer dizer que os negros não podem ser dotados de opinião e se tiverem tem de ficar calados, e ofende e desqualifica também os filhos das cidadãs que exercem a mais antiga profissão do mundo, embora ele não as desqualifique explicitamente, notamos que em todos os casos ele tenta impor aos os outros a sua forma soberana de pensar, ele não os vê como cidadãos.

     Na FACAMP (Faculdades de Campinas) A estudante foi à escola com um vestido vermelho, ela foi cercada por um grupo de jovens que ordenou que ela trocasse de roupa e que se ela não trocasse de roupa, ela apanharia, o motivo é parte dos alunos estava usando preto como forma de protesto a nomeação do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva a ministro da Casa Civil e ela usava uma roupa de cor que é muito utilizada na logomarca do PT, novamente vemos um caso de supressão da cidadania, se quiseram impedir que ela utilizasse uma cor em seu vestuário, imagine o que fariam se ela quisesse expressar sua opinião, inconformada com as ameaças ela se dirigiu á direção da Faculdade para relatar o ocorrido, esperando uma atitude adequada da direção para que não sofresse constrangimentos, após ouvir os reclamos da aluna, a direção da FACAMP tomou uma decisão e enviou a todos os discentes da Faculdade Campinas um e-mail com os seguintes dizeres:

    Devo nesta hora lembrar que a universidade não é lugar adequado para discussões político-partidárias.

    A transgressão desta norma civilizada de convivência acadêmica não será tolerada pela direção da FACAMP.

    PROF. Dr. João Manuel Cardoso de Mello.

    De uma tacada ele acabou com a liberdade de expressão e de opinião, direitos garantidos pela Constituição Federal, com um simples e-mail, ele excluiu os direitos de cidadania de milhares de universitários.

    A fotógrafa Monique Ranauro, de 29 anos, do Rio de Janeiro, colocou um macacãozinho vermelho da personagem Minnie na filha de cinco meses. Ao sair para fazer compras, foi abordada por um motoqueiro que, de forma descontrolada, ameaçou matar ela e o bebê a tiros, caso ela não fosse para casa trocar a criança.

    Disse ela — Achei que fosse um assalto. O homem se aproximou de nós com a moto e, sem tirar o capacete, me chamou de puta. Disse que se eu não fosse pra casa ele iria dar tiro em mim e na minha filha. Saí apressada, trêmula, ouvindo ele me chamar de desgraçada por vestir a criança de vermelho.

    Ela não estava enganada, foi um assalto ao seu direito de usar qualquer cor que desejar, foi um insano assalto a sua liberdade, foi uma ameaça a sua vida e a da sua filha.

    Estes e centenas de casos se repetiram ao longo dos últimos meses e vem se multiplicando incessantemente.

     

    Todo este caso tem alguns pontos comuns, a supressão do direito do outro, a supressão da cidadania, a supressão de direitos constitucionais.

     

    Cabe lembrar que, durante a repressão aos judeus na Alemanha Nazista os judeus perderam sua cidadania e para que fossem reconhecidos nas ruas tinha de costurar em suas roupas uma Estrela, isto facilitava o controle e os deixava expostos a todo tipo de violência, onde o ápice foi Auschwitz, aqui e agora basta usar a cor vermelha, com a diferença que não tem o apoio da maioria da população, mas o mesmo que aconteceu na Alemanha Nazista poderá se repetir agora, caso esta insanidade não pare.

     

    Os agentes em comum que promovem esta insanidade que poderá levar o Brasil a uma Guerra Civil e a um retrocesso político/econômico de proporções monumentais são vários aos quais tentarei dar uma ordem de importância:

    (1º) o Supremo Tribunal Federal por sua atividade legislativa de alterar a lei e a Constituição Federal a seu bel-prazer ou conforme a sua conveniência, tolerar a conduta de Ministros que atentam contra a CF 88, esta conduta tumultua e traz insegurança jurídica. O STF não pode e nem deve se apropriar do direito de legislar, eles não tem legitimidade e nem mandato popular para isso. Serão beneficiados com um poder incomensurável caso o golpe tenha sucesso, serão os Aiatolás do Brasil.

    (2º) Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Roberto Richa, Eduardo Cunha, José Serra, Paulinho da Força, Agripino Maia, Michel Temer, PSDB, DEM, PPS, a maioria dos conspiradores são corruptos já condenados ou acusados de corrupção com dezenas de processos que estão literalmente parados na justiça, acreditam que serão beneficiários do eventual golpe, não tem nenhum compromisso com o povo ou com a soberania popular, são apoiados por multinacionais do petróleo e pelas oligarquias nacionais.

    (3º) Rede Globo, Instituto Milênio. FIESP, FIRJAN, Grupo Folha, Grupo Abril, Estadão, Maçonaria, Bancos: Bradesco, Itaú, HSBC, Santander, a maioria com histórico de apoiarem a Ditadura Militar e soluções violentas para soluções que deveriam ser discutidas politicamente, apoiam o golpe por estar em dificuldades financeiras e fiscais, envolvidos em sonegação e corrupção, e por quererem suprimir direitos trabalhistas, suprimir diretos constitucionais, apropriarem-se das riquezas nacionais tais como o Pré Sal e o Nióbio, estão a serviço do capital internacional. Serão beneficiados financeiramente e politicamente com o golpe, esperam sair impunes de seus malfeitos.

    (4º) Juiz Moro, aparentemente sua impunidade é garantida por forças ocultas que pressionam instituições a agirem contra a CF e deixa as forças reacionárias da extrema direita agirem da forma como quiserem, O Deputado Jair Bolsonaro tem forte ligação com estes grupos. È membro apoiado por todas as forças acima citadas. Moro é responsável por grande parte desta irresponsabilidade, que é esta tentativa de golpe em andamento.

     

    Do outro lado temos os alvos e motivos do golpe:

    (1º) A Democracia, a Soberania Nacional, a Constituição Federal de 88, as riquezas nacionais em especial o Pré Sal e a fontes de Energia Minerais.

    (2º) Os Direitos Trabalhistas, todo o artigo 5º da CF 88 e suas garantias, em especial os de expressão e manifestação, os avanços sociais, os Direitos Previdenciários.

    (3º) Dilma e Lula, PT e aliados, por representarem a força contrária aos desejos dos atores acima citados, Lula é o oponente que os assusta agora e em 2018.

    (4º) As Instituições Democráticas Organizadas Brasileiras, pois tem a capacidade de resistirem ao golpe. 

    ¨(5º) O Povo Brasileiro, é alvo porque começa a ter orgulho de si, e deve ficar sob o tacão das elites.  O Povo está aqui em ultimo lugar, por refletir a ótica deles sobre alvos, a chamada “Direita”, não se importa com o povo, está enganada, o povo é a peça de resistência. 

    1. Respondendo

      Parabéns pela excelente explicação  do que temos vivido. Tenho assistido aos ataques que o povo brasileiro vem sofrendo, tentando  entender a lógica de tão ilógico desmonte da economia e dos direitos que conseguimos nos últimos anos. E parte da resposta que busca vc forneceu.

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