Análise da próxima campanha presidencial

Temos algumas variáveis importantes para acompanhar numa campanha presidencial:

– Conhecimento (e/ou rejeição) dos candidatos

– Intenções de voto (espontâneas e/ou estimuladas)

– Aprovação do governo.

Neste post faz-se uma comparação entre as duas últimas variáveis, sem deixar de levar em conta um pouco o ‘conhecimento’.

A abordagem será simples: a plotagem em um mesmo gráfico do nível de aprovação do governo (*) e das intenções de voto através de pesquisa estimulada (no caso, de todos os institutos disponíveis) apenas para o/a candidato/a governista.

(*) apresentado pelas respostas ‘bom/ótimo’ à pergunta do Ibope: “Na sua opinião, o/a presidente _______ está fazendo um governo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo?”

Não surpreendentemente existe grande correlação entre essas duas variáveis. É até curioso que raramente vejamos essa comparação.

(Infelizmente, não estão imediatamente disponíveis séries para as intenções de voto em FHC.)

Comentários:

(Sempre com base em votos totais, não votos válidos.)

1994 e 1998: FHC se elegeu/reelegeu com 44,1% e 43,1% dos votos totais nessas ocasiões. O nível de votos brancos/nulos foi excepcionalmente alto nas duas vezes (cerca de 19% para os dois anos), pelo que isso foi o suficiente para que não houvesse 2º turno. Esses percentuais foram bem próximos aos ‘ótimo/bom’ das pesquisas de popularidade mais próximas das datas das eleições: 46% para Itamar (dez./1994) e 41% para FHC (jul./1998.)

2002: Durante todo seu segundo mandato FHC nunca recuperou a popularidade que teve no primeiro. Mas ensaiou uma recuperação ao longo de 2002 que pode ter ajudado Serra a obter a ida para o 2º turno. Lula obteve 41,6% dos votos totais nessa eleição, percentual até próximo de suas primeiras aprovações já em 2003 (média de 45% em 5 pesquisas.)

2006: A correlação entre aprovação e intenção de voto foi muito grande na reeleição de Lula, tanto no descenso em 2005 como na recuperação de popularidade ao longo de 2006. Lula obteve 44,5% dos votos totais no 1º turno, mais que FHC em suas eleições, portanto; porém, com o baixo nível de brancos/nulos (um pouco mais que 8%), e de modo similar a 2002, foi necessária a confirmação no 2º turno.

2010: Como no Brasil não há 2ª reeleição, não foi possível verificar o previsível sucesso de uma candidatura Lula. Mas com percentuais de aprovação de governo em torno de 70% nos seus últimos dois anos de mandato, uma eleição com folga já no 1º turno seria óbvia. Dilma foi se tornando conhecida e terminou o 1º turno com 42,9% dos votos totais (apesar de em várias pesquisas ter passado de 50%.) Dilma chegou a 53% dos votos totais no 2º turno, um ótimo resultado posto que obter os 80% de aprovação de Lula seria muito difícil face a um conjunto de circunstâncias, entre elas a condição de primeira eleição em que participou. E, como Lula 2002/2003, esse percentual (53%) foi a média de aprovação em seu primeiro ano de mandato, 2011, quase como se eleitores de um candidato lhe garantissem a aprovação futura.

2014: até o momento, faltando 6 meses para a eleição, novamente notamos a grande coincidência entre as séries de aprovação e intenção de voto.

Alguns ‘padrões’, então, que vimos:

– candidatos à reeleição (FHC 1998, Lula 2006 e Dilma 2014) apresentam % de intenção de votos próximo à taxa de aprovação de seus governos, inclusive ao longo dos dois anos em que pesquisas de voto são feitas;

– candidatos à sucessão (FHC 1994, Serra 2002, Dilma 2010) apresentam % menor que a aprovação dos governos que representam, mas com aproximação crescente à medida em que são conhecidos (o que talvez seja possível comprovar também para FHC 1994.) A aprovação do governo FHC em jul./2002 foi de apenas 26%, Serra obteve 21% dos votos (e chegou a 36% dos votos totais no 2º turno.)

– candidatos favoritos, e curiosamente isso vale para todas as eleições desde 1994, obtêm entre 41 e 45% dos votos totais em 1º turno (repetindo: FHC foi eleito em 1º turno graças aos 19% de votos não-válidos, algo como pouca expectativa do eleitorado com as oposições.) O que é justamente o desempenho de Dilma de outubro para cá: uma média de 43%. Quando há elevado índice de brancos/nulos, isso é o suficiente para a eleição em 1º turno.

Riscos para a candidatura governista

Obviamente, poucos.

Atualmente há um percentual muito elevado de eleitores indecisos. A média desde outubro é de 29%. Se ficasse assim, e com a votação para Dilma “ancorada” na aprovação do governo, isso configuraria eleição em 1º turno com 61% de votos válidos (novamente, média desde outubro/2013.) Mas semelhante % de nulos/brancos é improvável: pode-se esperar que ao longo da campanha candidatos hoje menos conhecidos recebam parte disso. Assim, o primeiro “risco” é que haja dois turnos.

Os níveis atuais de aprovação do governo (39% em fev. e 36% em mar.) são tão bons quanto os 39% de FHC em 1998 e os 38% de Lula em 2006. Isso deve levar a uma reeleição fácil, quer seja em 1º turno (a oposição não cresce o suficiente, repetindo 1994 e 1998, com candidatos menos conhecidos/carismáticos que o Lula de então) quer seja em 2º turno (repetindo 2006 e 2010.) A oposição tem mesmo poucas chances de ganhar (já foi dito que em torno de 20%), mas onde residem essas chances? Talvez não tanto com o crescimento de uma candidatura como Campos/Marina (que tem o provável apelo de representar as heranças tanto de petistas como de tucanos), mas com a erosão da aprovação do governo em uma conjuntura em que a maioria da população está satisfeita mas simultaneamente deseja ‘mudanças’. A queda de popularidade é, assim, o segundo risco.

Grosso modo, e o que vimos quase sempre exceto para 2002, percentuais de aprovação em torno ou acima de 40% parecem garantir a eleição de uma candidatura governista. Por outro lado, taxas próximas ou abaixo de 30% são um sinal de alerta : foi no final de 2005 o único momento em que Lula não esteve à frente de Serra, foi no 1º sem./1994,  analogamente, o momento em que FHC não esteve à frente de Lula. E foi em jul./2013, quando a aprovação do governo Dilma atingiu seu mínimo de 31%, o único momento em que Marina “encostou” (49% de votos válidos em 2º turno, conforme Ibope da mesma ocasião.) E, em 2002, com aprovação sempre abaixo de 30%, não houve tempo de TV que resolvesse (naquele ano Serra teve cerca do dobro do tempo de TV que Lula.)

Em 1994, 2002, 2006 e 2010, independentemente do vencedor final ser reeleito ou sucessor, governo ou oposição, vimos um fator comum: em todos esses anos a taxa de aprovação do governo estava em ascensão (em 1998 estava estável e em torno de 40% a maior parte do ano.)

Mas o que esperar de 2014? Se ‘conhecimento’ (inclusive de propostas, claro) é o calcanhar de Aquiles para um candidato de oposição, a ‘aprovação’ o é para o governismo. Mas, por ora, tudo parece mais com 1998 e 2006, os anos de reeleições. Principalmente com 1998, dadas as perspectivas de um 2º mandato menos popular que o 1º, em função de conjuntura econômica provavelmente menos favorável, o que leva a pensar que não só este ano, mas 2018 será também um ano de ‘emoções’.

[obs.1: este post foi possível graças ao trabalho de compilação de pesquisas do blog de Fernando Rodrigues/UOL, onde a maior parte dos dados foi obtida: http://noticias.uol.com.br/politica/pesquisas/

Obs.2: este comentarista, por ora, prefere a pré-candidatura do PSB, quem acredita que isso pode influenciar na análise, que dê o desconto.]

Redação

34 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Classe mérdia

    A clase meda tá com medo da reeleição de Dilma e fará de tudo para solapar as conquistas do povo brasileiro quando poderia avançar nas conquistas que, é claro, não viram com Aócio ou Dudu Maravilha

  2. Eleição 2014

    Gunter,

    Tudo bem?

    Com 29% de indecisos restam 71% válidos, não é isto? Imaginando 36% para DRousseff ( a pesquisa posterior foi 43%, mas deixa prá lá), ela teria mais de 50% dos válidos no 1º turno e zefini, e com 43% seria mais fácil, 60% dos válidos.

    Como você comenta, % de aprovação em torno de 40% sempre liquidaram os adversários. Até aqui é o que existe. 

    Um abraço

    AW

     

     

    1. Muito obrigado!  Tentei

      Muito obrigado!  Tentei pensar em um comentario mas nao sabia o que sao chamados os “indecisos”.  Eh o que ta faltando no grafico.

    2. Oi alfredo!

      Isso de pesquisa posterior, até onde entendi, foi confusão do blogueiro do tijolaço.

      A sequência que conheço é de 43% em nov., 39% em fev. e 36% em mar. 

      Mas seu raciocínio me parece bom. Mesmo que em função disso venha a haver uma queda de intenção de votos de 43% para 36%, com 71% de votos válidos ainda assim não precisa de 2º turno. É só lembrar de como foi em 1998, elevado % de brancos/nulos. Já disse que houve 19% de brancos/nulos entre votos depositados, mas também teve elevada abstenção. Para dar uma ideia-resumo: FHC se reelegeu – e em 1º turno – com 33,8% do equivalente a títulos eleitorais de então!

      Cada lado tem seu trabalho a fazer, não? O do governo é manter a aprovação elevada. O da oposição é mostrar propostas e baixar essas taxas de indecisos e de abstêmios.

      E, a cada 4 anos, será sempre assim!

      Abs.

      1. “Cada lado tem seu trabalho a

        “Cada lado tem seu trabalho a fazer, não? O do governo é manter a aprovação elevada. O da oposição é mostrar propostas e baixar essas taxas de indecisos e de abstêmios.”

        É aí que eu acho complicado pra oposição. Está ficando cada vez mais claro que a campanha vai ser mais do mesmo em termos de denuncismo, radicalização e nada de propostas.

        A essa altura já deveríamos estar discutindo alguma coisa mais consistente nas várias áreas de governo. Mas acho que a oposição vai ficar mesmo nessa de cpi e de tentar tirar alguma de algo que der errado na copa. Medcíocre!

        Ah! Acho que esses indecisos não vão pra Marina nem Eduardo Campos também não. E pelo mesmo motivo: não têm proposta nenhuma pra nada.

  3. O governo Dilma é fraco (isso

    O governo Dilma é fraco (isso é unânime), fraco não na administração ou gestão, mas na comunicação e na parte política, na política herdou uma terra arrasada do governo Lula.

    Também há uma unanimidade que a oposição é muito pior, Dilma é conhecida por 100% e rejeitada por 37% do eleitorado, dos 100% que conhecem Aécio e Eduardo mais de 50% os rejeitam.

    Eduardo deu muita bobeira em perder o discurso progressista (tinha todo o direito de não apoiar o governo, mas ao adotar o quanto pior melhor sepultou suas chances). Vai manter o governo de Pernambuco porque o PT abriu mão de disputar no estado (Já Aécio deve perder o governo de Minas).

  4. A força da midia e do “mercado” financeiro (há diferenças?)

    para definir certezas sobre o futuro sempre incerto, é uma coisa inacreditável.

    “Principalmente com 1998, dadas as perspectivas de um 2º mandato menos popular que o 1º, em função de conjuntura econômica provavelmente menos favorável”: isso é o que se lê, quando se tem paciência, ou se escuta nas “classes abastadas esclarecidas pelos jornais e o groboniuze”. Há gente achando que vem uma recessão braba no Brasil em 2105 com US$ a R$ 4 ou até 5. Mas quando pergunto quais razões factuais lhe dão tanta certeza, só escuto opiniões com forte influência de uma ideologia neoliberal de boteco. Então…

  5. Parabéns pelo trabalho de

    Parabéns pelo trabalho de copilação e análise dos dados. 

    Tudo ainda é incerto. Acho muito difícil, até impossível, não haver segundo turno. Há espaços para a oposição crescer ainda. Ademais, a frente oposicionista, incluindo não só os partidos, mas conservadores(em especial os vinculados às Confissões) e mídias partidarizadas quebrarão lanças para evitar a reeleição de Dilma. 2010 ficará no chinelo em termos de radicalismos e baixarias. 

    Entretanto, no meu entender a vitória ainda é da atual presidenta. 

     

    1. Obrigado, JB

      Também acho que o mais provável é que haja dois turnos com vitória final da candidatura situacionista.

      Infelizmente não lembro de quem era o estudo que apontava para 80% de chance para isso. Falha minha não ter guardado o link.

      Mas minha intenção não era traçar cenários, era apenas de mostrar qual o patamar (no caso 30%) onde taxas de aprovação são consideradas baixas para efeitos eleitorais.

      É por isso que a mídia comemorou a queda de 43% (nov.) para 36% (mar.), não?

      Tem uma outra coisa que está subentendida… Os próximos 4 anos não devem ser tão bons para popularidade de presidente como os 4 últimos. Há problemas econômicos à vista (ainda que o governismo não goste que se fale deles.)

      Lembremos como o 2º mandato de FHC foi bem pior, não? Raramente alguém imagina o seguinte: se Lula tivesse sido eleito em 1998 provavelmente ele que pagaria a conta em termos de popularidade. O mesmo é válido para 1989.

      Para Campos, por exemplo, se ele for paciente, pode ser muito melhor ganhar em 2018 e não em 2014.

      Abs.

      1. Quase Nada Bobo

        Só tem um furo nessa sua teoria, Gunter.

        Aliás, nem é um furo, na verdade é uma cratera.

        A pesquisa que indica Dilma com 43% não é de Novembro é de Março de 2014 e você sabe disso, porque de bobo não tem quase nada. 

        1. Divirta-se, mal-educado

          http://oglobo.globo.com/pais/popularidade-do-governo-dilma-cai-para-36-revela-cni-ibope-12002059

          Popularidade do governo Dilma cai para 36%, revela CNI-Ibope

          Com a queda, chegou a 27% o percentual dos que consideram o governo ruim, contra 20% na pesquisa anterior

           

           

          BRASÍLIA – A popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff teve uma expressiva queda no mês de março. O percentual da população que considera o governo ótimo ou bom caiu de 43% para 36%. Este é o resultado da pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope. O último levantamento havia ocorrido em novembro. Esta foi a primeira queda na aprovação da presidente Dilma desde julho, quando ocorreram as manifestações de rua em todo o país.

          Na pesquisa, o percentual daqueles que consideram o governo ruim subiu para 27%, contra 20% registrados em novembro. A parcela da população que aprova a maneira da presidente Dilma governar também caiu de 56% para 51%, Já a parcela insatisfeita com sua maneira de governar cresceu de 36% para 43%.

          A confiança na presidente Dilma também diminuiu. A parcela da população que confia na presidente caiu de 52% para 48%. O governo teve uma piora na avaliação em todas as nove áreas pesquisadas. O descontentamento é maior principalmente quanto á condução da política econômica, com preocupações em relação à inflação e ao desemprego.

          A pesquisa mostra que apenas 36% esperam que o restante do governo Dilma seja ótimo ou bom, contra 45% na pesquisa anterior. Já 28% apostam que o restante do governo será ruim.

          Na área de Educação: a desaprovação subiu para 65%, contra 58% na pesquisa anterior. Na área de Saúde, a insatisfação subiu para 77%, contra 72% na pesquisa anterior; Na área da Segurança Pública, o descontentamento chegou a 76%.

          A melhor avaliação continua sendo na área de Combate à Fome, com 48% de aprovação ao governo e 49% de insatisfação.

          A pesquisa mostrou que 77% desaprovam a política econômica de forma geral. No caso específico da inflação, a insatisfação é de 71%. Na área de meio ambiente, descontentamento é de 54%.

          A pesquisa foi realizada de 14 a 17 de março, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2002 pessoas, em 141 municípios.

          Na comparação entre os governos de Lula e Dilma, 42% consideram que a administração da presidente é pior, contra 34% na anterior. E 46% acreditam que os dois governos são iguais.

          A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o protocolo BR-00053/2014.

           

           

          1. Bem Educado É Só Quem Aceita Tuas Estultices?

            Fonte: Blog do Nassif

            A questão das duas pesquisas do Ibope

            sex, 28/03/2014 – 14:43

            Sugerido por Webster Franklin

            Do Tijolaço
            Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada

            Fernando Brito

            Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.

            Seis dias depois, uma “outra” pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%…

            Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia…

            É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.

            A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.

            Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado, mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.

            Reparou?

            Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.

            O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.

            A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.

            Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.

            Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma…

            O boato, portanto, não saiu do nada.

            No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.

            Uma, “sem dono”, que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.

            Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.

            Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?

          2. O blog Tijolaço errou

            Eu não posso fazer nada em relação a isso além de já ter avisado várias vezes.

            E não, bem educado é quem é bem educado, independentemente de ter senso crítico para matérias.

             

        2. (2)

          http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?blogadmin=true&cod_post=529104&ch=n

          Queda confirmada

          Merval Pereira, O Globo

          Na semana passada já havia ocorrido a mesma coisa, mas não passou de especulação: a Bolsa subiu a partir do boato de que o Ibope detectara uma queda da candidatura da presidente Dilma, que acabou se confirmando apenas em parte naquela ocasião.

          Hoje, a confirmação da queda de popularidade da presidente fez com que a Bolsa voltasse a subir, e o dólar se desvalorizasse diante do real, seguindo previsão dos economistas: se a reeleição da presidente for inevitável, os mercados reagirão de mau humor, fazendo a Bolsa despencar e o dólar subir, como aconteceu com Lula em 2002.

          Caso contrário, como a nova pesquisa do Ibope indica, a possibilidade de alternâncias no poder faz com que a mercado financeiro festeje mudanças futuras. Em alguns cenários na pesquisa anterior, Dilma caía de 43% para 40%, mas mantinha a tendência de fechar a eleição no primeiro turno.

          Essa queda especulada há uma semana foi confirmada hoje em nova pesquisa, desta vez abordando apenas a popularidade pessoal da presidente e a de seu governo, sem entrar na medição de intenção de votos dos candidatos à eleição presidencial deste ano, o que deve acontecer mais adiante, confirmando ou não a tendência de queda na intenção de votos nela.

          Caso se confirme uma tendência de queda, será bom também saber para onde foram esses votos arrependidos. Tanto podem aumentar a faixa dos brancos e nulos ou a dos que “não sabem” quanto ir para os adversários, indicando então uma nova tendência na corrida presidencial.

          Os novos números demonstram que a popularidade da presidente caiu de 43% em novembro para 36% agora, o que a põe novamente no patamar próximo aos 30% a que chegou em junho do ano passado, durante as manifestações de rua.

          A arrogância do marqueteiro João Santana, que previu que a presidente recuperaria o total de sua popularidade ainda no ano passado — voltando aos 57% que tinha —, não foi respaldada pela realidade.

          As pesquisas indicam que a maioria do eleitorado está em busca de mudanças na maneira de gerir o país sem Dilma à frente do Executivo. Essa queda registrada ontem é consequência do desejo, revelado na pesquisa anterior do mesmo Ibope, de uma maioria de 64% do eleitorado que quer que o próximo presidente “mude totalmente” ou “muita coisa” na próxima gestão.

          Entre esses, apenas 27% consideram que a própria Dilma poderá fazer as mudanças necessárias, o que significa que cerca de 40% do eleitorado quer mudar tudo, inclusive Dilma. O caso da Petrobras é exemplar de como esse mal-estar das ruas se reflete na atuação política.

          A oposição minoritária acabou forçando a convocação de uma CPI auxiliada por uma dissidência da base aliada do governo em diversas dimensões.

          Os senadores do PSB votaram contra o governo, solidificando a posição oposicionista que deve ser aprofundada na eleição de outubro. Isso quer dizer que, pela primeira vez desde 2002, o candidato do PT vai ter num provável segundo turno a ação coordenada de dois candidatos de oposição real.

          Há também diversas dissidências em partidos da base como o PMDB e o PP, o que confirma a previsão de que o governo pode vir a ter o tempo de televisão de todos os partidos da base, mas provavelmente não terá nem a lealdade nem a máquina desses partidos a seu lado integralmente.

          Os candidatos da oposição mais conhecidos, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), ainda não obtêm nas pesquisas a integral votação dos cerca de 40% que querem mudanças radicais no comando do país, o que indica que ainda têm campo para melhorar a atuação. Eles terão o benefício de terem seus programas eleitorais na televisão neste momento de ebulição.

          Há também dois outros candidatos que podem agregar votos para a oposição, ajudando a realização de um segundo turno: o pastor Everaldo, do PSC, aparece com 3% dos votos e, dizem os especialistas, tem fôlego para chegar a cerca de 5%.

          E o jovem senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, pode ter uma posição melhor do que o candidato de 2010, Plínio de Arruda Sampaio, que não obteve nem 1% dos votos.

          O importante nesse tremor de terra registrado pelo Ibope é que a queda de popularidade de Dilma se deu sem as manifestações de massa nas ruas, apenas provocada pelas notícias ruins acumuladas ao longo dos últimos dias.

          1. Crível, Muuuuuito Crível!!!

            Uma matéria de Merval postada no Blog do Noblat não é algo para se dar muito crédito.

            Posso até estar enganado, mas você já foi melhor que isso, Gunter.

            Sinceramente… Mesmo quando postava vídeos de sertanejos cantando camaro amarelo e citava trechos de novelas da Globo você ainda era melhor que isso. Não muito, mas melhor.

      2. Exato. Voto na Dilma, mas nem

        Exato. Voto na Dilma, mas nem por isso vou perder a racionalidade. O contexto agora me parece bem mais complicado do que 2010, se não vejamos:

        a) Lula saía do governo com a melhor avaliação de um mandatário do país em toda a história. Estava tinindo em termos de liderança e popularidade.

        b) Dilma era novidade. E que novidade:a primeira mulher que possivelmente assumiria a presidência.

        c) O país sem os percalços econômicos de hoje. Ao contrário, bombando em tudo.

        d) Total coesão das principais organizações sociais com o projeto de eleição de Dilma.

        e) Um oponente super desgastado e com um índice de rejeição impeditivo para vencer qualquer eleição.

        f) Nordeste fechado com DIlma e Sudeste dividido entre os dois candidatos.

        g) Não havia ainda a fadiga do Poder; tanto pelo lado do PT como da própria candidata Dilma. 

        O que avalio como altamente positivo para Dilma e que realmente é o seu grande diferencial, é o conjunto de conquistas, em especial na área social, alcançadas pelos governos do PT. A população não quer correr o risco de eventuais retrocessos. Em contrapartida, deseja mudanças, em especial no tocante a saúde, segurança e mobilidade urbana, dentre outras. 

  6. Estou com um ódio brutal do

    Estou com um ódio brutal do BRASIL sinceramente é muita canalhice dessa imprensa , é muito STF,é muita marcha da Familia com Deus´é muito movimento neo -udenista jovem. O deputado Rodolfo Rodrigues há algumas semanas em entrevista a DW conseguiu definir o que esta acontecendo no Brasil nos últimos 2 anos:Uma onda conservadora moralista e neo-liberal é isso! Junho de 2013 foi isso! apoteose da direita a única beneficiada (que tem ao seu lado os jornalões  rede globo  e o mercado financeiro desde sempre)   A direita PSDB e DEM  e os oportunistas de última hora ganharam a opinião pública (os motivos eu não vou analisar pois são complexos) conseguiram fazer acreditar que o Brasil está igual a Grécia ou seja , no abismo.Claro que o mercado finceiro já esta dando uma ajudinha antecipada ( a redução da nota é para ajudar o discurso conservador) eles querem estado mínimo fim de programas sociais( que para eles endividam o Brasil) reforma trabalhista para os trabalhadores perderem direitos e serem demitidos com mais facilidades. A bolsa especulativa IBOVESPA espera nas eleições o resultado que lhe agrade e a vitória de candidatos que sinalizem um retorno a política economica anterior ao ano de  2002 é o desejo.A população também:   querem redução da maioridade penal. Outro dia entrei no site da Comissão da verdade e fiquei enojada com os comentários para lá de fascistas e todos eram jovens os mesmos que estavam na rua em junho de 2013.O Brasil não tem memória a onda conservadora esta aí só não vê quem não quer. Resumindo a opinião pública quer o retorno dos anos FHC de volta pois afinal segundo a mídia e o mercado não tinha crise economica  e social naquela época o governo não era “autoritário”( esqueceram que Eldorado dos Carajás aconteceu em que governo mesmo?) é isso que a população quer e a mídia esta feliz porque finalmente conseguiu ganha-lá par o seu lado (afinal bombardear todo dia tinha que dar algum efeito e deu) o pais se virou epara a direita e comprou o seu discurso de estado mínimo propagandeado pela mídia. O Brasil e o seu povo se merecem.

    1. Concordo plenamento contigo.

      Concordo plenamento contigo. Infelizmente os nossos colegas aqui, querem distorcer os números fatos para corrobarem a idéia de vitória. Sinceramente, eu acho que desta vez a DILMA perde. Os movimentos da oposição estão saindo muito bem sucedidos, temos que reconhecer isto!

  7. Boa análise Gunter!
    Também

    Boa análise Gunter!

    Também acho que rola segundo turno devido desgastes (fator Copa possivelmente) e não em função da melhora da oposição. Fora que o JB já é dado como carta fora do baralho.

    Mudança de governo, e emoções fortes, só em 2018 ou além, imagino.

    Mas vai ser interessante olhar a nova configuração do Congresso após essa eleição. E ainda tem o “desembarque” da Marina num futuro próximo.

    1. Obrigado, Ed

      Eu também acho que vai ser interessante olhar para o Congresso. Não que eu espere grandes mudanças, o mesmo muda muito lentamente desde os anos 1980.

      Se PSB, PV, PPS ou PSoL aumentarem suas representações já ficarei satisfeito.

       

  8. A análise é uma formação de

    A análise é uma formação de números sem conexão com fatos reicidentes atuais. Meio tendenciosa e mal projetada. Vejamos os números anteriores de aprovação de 63% para 31% em junho. Um movimento muito bem articulado. Agora houve a mesma queda, com os novos rumores. O que importa nesta pesquisa é que os efetos da ação midiática são positivos. 

    Da marcha de junho para o massacre atual, todas as ações foram bem coordenadas. Como pode uma avaliação cair de 64% para 31%, em uma assintota abrupta, senão a partir de uma ação muito bem orquestrada?

    Seria uma perspecção tadia da população? Esta é a questão central do tema:as pessoas se aperceberam das condições brasilieras em um momento curto apenas? Ou foram induzidas a isto?

    Simplesmente uma ação na mesma direção, que é a COPA será decisiva para o fim da DILMA. Esta é questão central. Os ensaios recentes mostraram que foi possível a queda da popularidade apenas com veiculação da negatividade.

     

     

  9. Não senti firmeza na análise,
    Não senti firmeza na análise, mas concordo que aprovação e votação estão profundamente relacionadas. Adoraria ser convencido de alguma fórmula que explicitando isso. A chance de tudo acabar em um turno é grande, a situação tem sistematicamente saído maior nos embares.

  10. A reeleição depende do sucesso da Copa.

    Se a Copa do Brasil for um sucesso a reeleição está garantida.

    Se nos protestos acontecer algum desastre (morte de estrangeiro, de jogadores estrangeiros, ou na pior das hipóteses queda de cobertura do estádio), este acontecimento cairá direto no colo da Presidenta.

  11. Reeleição

    A Dilma 2014, porém, tem uma desvantagem em comparação com FHC 1998 e Lula 2006. Seu antecessor é do mesmo partido. Isso tira a vantagem natural do concorrente à reeleição. A vantagem natural é a aversão ao desconhecido, que faz até quem considera o governo regular votar no canditato tentando a reeleição. Mas quando o antecessor é do mesmo partido, esta vantagem é neutralizada com a exaustão do partido.

    1. Você está certo em

      Você está certo em parte.Observe que a DILMA caiu e não se recuperou  e normalmente a oposição tem um baixo nível percentual de votos no perído pré-eleitoral, veja o Haddad em SP e todos os demais embates.

      O problema é a tendencia, com CPIs contra a DILMA e COPA que será um desastre politico, acho que DILMA perde. Não quero isto, mas é esta minha leitura no momento e histórica da queda de 61% para 31%.Não é dificl caira para 20% por exemplo, após a COPA e seus protestos, greves , CAOS….

      Observe também que a oposição está sendo mais acertiva no ataque combativo e está obtendo ótimos resultados. Como um presidente despenca a popularidade em 1 mes apenas (61 para 31).Cresce e reiciado os ataques com outra abordagem , cai novamente.

      O pessoal acha que a DILMA vai faturar, mas os fatos mostram que ela está na verdade perdida.

  12. Acho a situação bem parecida…

    Acho a situação bem parecida com a última eleição, digo isso através de contato com gente do povo tanto do PT, quanto do PSDB, pelo menos aqui onde vivo, no norte do Paraná. Quem vem votando contra o PT deve continuar fazendo isso, eu diria que o percentual é bem próximo de 100% e quem vem votando no PT deverá fazer também a mesma coisa na próxima eleição. Eu chutaria alguma coisa entre 54% PT X 46% PSDB,  como na última eleição, um pouco mais ou menos para um ou outro, no segundo turno. Acho um pouco difícil a eleição de Dilma no primeiro turno.

    1. Ninguém aguenta mais 4 anos com Dilma nem o PT

      Ninguém aguenta mais 4 anos com Dilma nem o PT, vai sonhando troll tucano! E se prepare para as perda dos governos de  Minas e  Sao Paulo

  13. O QUE AS PESQUISAS NÃO MOSTRAM É O “X” DA QUESTÃO

    Provavelmente a rejeição aos adversários aumentou na mesma proporção que caiu a aprovação ao governo, por isso a pesquisa de intenção de votos não se alterou. Tentarei explicar meu ponto de vista.

    Como todos sabemos o IBOPE realizou, no mesmo intervalo de tempo no mês de março, duas pesquisas, uma com a intenção de votos nos candidatos e testando vários cenários e outra para mostrar a aprovação da Presidente Dilma.

    A pesquisa de intenção de votos mostra, em todos os cenários, a Presidente Dilma com 40% de intenção de votos que é quase o dobro dos votos de todos os demais candidatos somados em todos cenários. O que daria a Dilma uma vitória folgada no primeiro turno com variação de 64% a 66% dos votos válidos, aproximadamente.

    Já a outra pesquisa mostra que a aprovação ao governo da presidente Dilma caiu 7% percentuais, indo de 43% em dezembro para 36% em março e sua aprovação pessoal caiu de 56% para 51%.

    Como explicar então que ela tenha MANTIDO na pesquisa de intenção de votos vantagem tão grande se sua aprovação caiu na pesquisa sobre seu governo e sua popularidade? A única resposta plausível que encontro está não no que as pesquisas mostram, mas aquilo que não mostram: Qual o índice de rejeição dos demais candidatos no mesmo período?

    Como todos sabem vivemos num momento onde a mídia tratou de criminalizar a política criando uma aversão ainda maior das pessoas em relação aos políticos, então É BEM PROVÁVEL que a rejeição a presidente Dilma possa mesmo ter subido (ou sua avaliação caído), MAS TAMBÉM É BEM PROVÁVEL que o índice de rejeição aos demais candidatos também deve ter subido. O “pulo do gato” das duas pesquisas estaria justamente naquilo que não é mostrado. As pesquisas não mentem, apenas omitem.

     

    Ou seja, somente com o aumento da rejeição aos demais candidatos, assim como a queda na aprovação da presidente, seria plausível para que as duas pesquisas possam ter uma equivalência lógica, eis que feitas pelo mesmo instituto no mesmo período.

    Assim, me parece óbvio que a rejeição aos demais candidatos aumentou na mesma proporção que a aprovação à Presidente Dilma caiu. Tanto que, na verdade, a pesquisa de intenção de votos terminou DEPOIS da pesquisa sobre a aprovação ao governo da Presidente Dilma, mas eles publicaram primeiro a de intenção de votos e quase uma semana depois a outra que já tinham os dados, uma tentativa de reverter o quadro de intenção de votos. O “pulo do gato” está aí.

    Assim, embora tenha gostado da análise do Gunter, acho que não dá para comparar com o cenário atual, pois naquelas ocasiões citadas, no levantamento que ele fez, não se via um movimento tão intenso de criminalização da política como vemos agora. Naquelas situações se tinha a rejeição ao governante, mas se podia vislumbrar no opositor uma “saída”. Atualmente a aprovação dos governantes caiu, mas os eleitores não encontram opção melhor, por isso, a queda na aprovação de quem está no governo, não reflete proporcionalmente como vantagem para quem está na oposição, porque o descrédito é geral.

     

    OBSERVAÇÃO: tinha postado a minha visão sobre essa questão, mas em comentários fraccionados, o que me pareceu deixar o tema um pouco confuso, por isso apaguei e coloquei tudo num texto só. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador