As grandes damas do século XX em São Paulo

Por Motta Araujo

GRANDES DAMAS DO SECULO EM SÃO PAULO – Testemunhas presenciais de quase todo o século XX  e de boa parte do século XXI, duas senhoras da melhor sociedade paulistana desapareceram com quase a mesma idade e intervalo de poucas semanas.

MARGARIDA POLAK DE LARA – A Condessa de Lara, faleceu em 8 de outubro passado com 107 anos de idade. Nascida em 1905 em Moscou, com uma vida sensacional viveu sua infância  na Rússia do s Czares, depois na Europa da Belle Epoque e Primeira Guerra, casou-se com um dos mais ricos quatrocentões, Henrique de Toledo Lara, da nobreza cafeeira e de muitos prédios no centro de São Paulo, Dona Margarida ficou famosa pelo seu apurado gosto pelos cavalos, foi uma das maiores proprietárias de cavalos de corrida do país com seu Haras Faxina, seus cavalos ganharam muitos Grandes Prêmios do Brasil e de São Paulo. Margarida Lara pontificou no haute monde paulistano entre os anos 40 a 80, circulava entre São Paulo, Rio e Europa, sua casa em estilo clássico francês era das mais lindas de São Paulo. Sua rival carioca era Dona Zélia Peixoto de Castro, dona do Haras Mondesir, de Lorena (e depois Rio Grande do Sul) tambem com cavalos ganhadores dos Grandes Prêmios do Brasil e de São Paulo.

ARACY ARENS – Nascida também em 1905, faleceu anteontem, com 108 anos, Dona Aracy era filha de um dos grandes empreendedores imobiliários de São Paulo, o engenheiro Fernando Arens, que abriu bairros como Indianópolis em São Paulo e a cidade de Monguaguá no litoral paulista. Dona Aracy foi nora do Presidente Washington Luis, deposto em 1930 por Getúlio Vargas, falava inglês, francês e alemão, como toda a aristocracia paulista passava largas temporadas na Europa, eram meses entre Inglaterra, França, Belgica, Alemanha e Suiça.

Dona Aracy esteve lúcida até seu último dia, sempre estilosa e com conversa elegante.

Essas senhoras refinadas, cultas e viajadas viram passar a Revolução Soviética, duas Guerras Mundiais, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietnã, a Guerra Fria, a Revolução de 30, e pelas minhas contas 21 Presidentes do Brasil, conheceram os primeiro automóveis e para se ter a noção do tempo, quando nasceram ainda não existia o avião.

Redação

25 Comentários

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    1. CARAS ???  Meu caro, CARAS é

      CARAS ???  Meu caro, CARAS é a lixeira do “”BREGA SOCIETY” , essas senhoras JAMAIS chegariam perto de CARAS,

      elas foram o maximo do anti-nouveaux riche, foram tão discretas que após viverem mais de um século pouco gente ouviu falar de suas pessoas, elas nunca procuraram aparecer, gente fina paga para não aparecer, exatamente o oposto dos que se expõe em CARAS. No nivel dessas senhoras basta serem conhecidas em seu meio e já está bom demais.

    2. Relaxe, meu caro. Tenho a

      Relaxe, meu caro. Tenho a impressão de que o Nassif gosta destas brincadeiras. Afinal, seria demasiado deter a atenção dos seus leitores com as virtudes de mulheres criadoras de cavalos de raça, mas, lendo o troço, só aí eu percebi que o ideal da cavalaria medieval e seus falsos e estimulantes emblemas de honra, virtude e coragem ainda perduram. Ah, esqueci de dizer que o típico cavaleiro medieval era um nobre enriquecido e desocupado. Ontem e hoje.

      De todo modo, a matéria é elucidativa e, intencionalmente ou não, enseja a idéia de que que as duas criaturas são mulheres de raça. Era esta a intenção? Então, eu digo e assumo. Os cavaleiros medievais também eram cavaleiros de raça. A matéria atrai a matéria?

  1. A grande dama do século XX em

    A grande dama do século XX em São Paulo foi a Dona Lidu, assim como são as milhões de mães de famílias pobre, sem refinamento e não viajadas, mas que deram duro para criar seus filhos, muitas vezes sem o apoio dos maridos que as abandonaram e conseguiram passar valores como honestidade, fraternidade e valorização do trabalho para seus filhos.

    Essas senhoras esquecidas não tiveram dinheiro nem refinamento, mas são muito mais importantes que as senhoras da classe alta (em relação às quais não tenho nada contra no plano pessoal) que foram citadas neste que se configura um dos posts mais ridículos já postados neste blog.

  2. Parem de pegar no pé do AA!

    Parem de pegar no pé do AA! Ele é eltista sim. Mas é do tipo esclarecido e assumido. E essa história de elogiar a discrição das senhoras quatrocentonas num mundo do espetáculo em que vivemos é bem legal.

    Sou fã desse cara. Mas não quando lembro o que ele fala sobre o bolivarianismo, claro. Seu americanismo um tanto além do ponto. E sobre o elogio do livre (leve e solto) mercado, e demonização do intervençao do estado na economia. Bom é melhor eu parar por aqui. Salva o AA!

    1. Concordo

      Concordo com vc, há coisas com as quais concordo com o AA e outras não,  gosto  das críticas dele à elite analfabeta, essa composta por gente que não sabe fazer um O sentado(a) na areia, não sabe nem onde caiu o último avião, houve uma elite culta, que inclusive foi parte da Semana de 22, algo impensável nos dias de hoje, imagina só essa elite que aplaude as injustiças e a rudeza de Barbosa para com “seus presos” (e não do Estado) sendo capaz de alguma réstia de luz

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=H2Qu3kwNVcM%5D

      A Ana Paula Junqueira aparece ai no vídeo no min 1:40 é baladeira de Aécio Neves

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=NGLKBX-Cno4%5D

      Aécio Neves cai na balada com socialite em dia de trabalho

       

      Yes, nós temos um Berlusconi. “Yes, we care”

      O senador Aécio Neves e a socialite Ana Paula Junqueira foram fotografados saindo juntos de um balada na madrugada de ontem, quinta feira (25) em São Paulo. Os dois foram fotografados no banco de trás de um carro e tentaram fugir dos flashes dos paparazzi.
      Aécio Neves dentro de carro com a socialite Ana Paula Junqueira
      Ana Paula apareceu recentemente em um vídeo que discute o conflito da USP com outras socialites. Baladeiro de plantão Alguém me explica o que o senador tucano Aécio Neves, estava fazendo em plena quinta-feira, dia útil, em São Paulo? Em um dia útil, Aécio caiu do cavalo em Minas. Em outro dia útil, Aécio fugiu do bafômetro no Rio….

      Será que ele já foi informado que ganhou dos mineiros uma vaga no Senado, para trabalhar e é pago com dinheiro público?. Vai ver ele não sabe, por isso não fica em Brasília. Só falta o senador repetir a frase da Luciana Cardoso (filha do FHC): “Se me chamarem eu vou na hora”. Ela também recebia polpudo salário em Brasília (também no Senado) sem comparecer ao trabalho. E os tucanos têm a cara de pau de falar em ética.
      .No blog Os Amigos do Presidente LulaVi no Terra Brasilis   

       

    2. Barbaridade…

      AA é esclarecido? kkkkkkkkkkkkk

      Bem depende de quem analisa.

      É o maior enganador, energúmeno e entreguista que já apareceu por aqui.

      Não apenas isso, AA pertence a seitas… que advogam a nova ordem mundial.

      Não passa de um tonto, que, sobretudo, acredita em seus empregadores.

       

  3. Pelo titulo já se sabe de antemão quem é o autor

    Brincadeira esta noção do que é uma “grande dama”.

    Enquanto a patuléia trabalha para mal sobreviver e bem patrocinar os discretos meses europeus de ócio vazio.

    Por esta “admiração”, percebem-se as outras.

     

     

    1. Motta…

      Aquele que voce sugere que seja o postante, o mais conhecido dos iluminattis que vicejam neste espaço, está afastado.

      Recebeu ordens superiores e deve estar agora no comite central da campnha do camprilles.

    1. É um excelente pessoa,

      É um excelente pessoa, fiel`às suas ideias mas não se enquadra no grupo a que me refiro no post, aliás não tem nada a ver.

  4. Grande post
    A galera cegada

    Grande post

    A galera cegada pela ideologica tende mesmo a falar absurdos

    Essas mulheres de fato tem uma notavel vivencia , riquissima experiencia de vida diga-se de passagem

    Adoro conversar com pessoas que foram testemunhas oculares da histora moderna recente

    Que descansem em paz

     

    Em tempo fazer mençao a elas em nada deprecia as milhares de outras  mulheres simples que tambem tenha grande vivencia

    Mas a turma dita progressista adora uma dicotomia…rs  

    1. Chega mais perto de qualqiuer

      Chega mais perto de qualqiuer um que o encanto se desfaz como um assopro, ninguém resiste à luz, ninguém, seja as de vivência pobre, seja as ricas por natureza. Não há dicotomia senão aquela que muitos como você criam sem achar que estão criando. Esse negócio de homenagear é sempre complicado, normalmente essa ação vem sem o conhecimento profundo das nuances deprimentes do homem ou da mulher.

  5. Esqueceu de falar da Olívia

    Esqueceu de falar da Olívia Penteado, aristocrata do café, grande incentivadora da semana da arte moderna de 22 e do voto feminino.

    Foi também avó do saudoso Gofredo da Silva Teles Junior, o maior jurista brasileiro, que em seu livro de memórias “A Folha Dobrada” narra o elevado padrão cultural familiar, em que, incentivado pelos pais e pela avó já em sua adolescência se viu familiarizado com os maiores nomes da literatura mundial, dentre eles Flaubert, Dostoievski, Camus, Victor Hugo, Zola, e por aí doravante.

    Além do “A Folha Dobrada”, a mini-série da Globo “Um só coração”, em comemoração ao aniversário de SP, também é muito interessante e mostra a intimidade dos Penteado.

    Num ponto concordo com AA: que diferença que há entre a elite cultural que promoveu o MAM, o MASP, a Bienal, e certa “elite” do deslumbramento de Miami, dos “Reis do Camarote” e assemelhados.

     

    1. Meu caro, Dona Olivia Guedes

      Meu caro, Dona Olivia Guedes Penteado foi uma grande dama da primeira metade do Seculo mas faleceu há decadas, não a inclui porque quis frisar as duas que nasceram e faleceram no mesmo ano, uma incrivel coincidencia. Conversei antes de ontem com um grande amigo que é casado com uma neta de dona Olivia,  eles mantem o mesmo padrão de educação e gosto intelectual daqueles tempos da São Paulo modernista, já eram gente sofisticada culturalmente no começo do Século.

      As vezes aqui no blog confundem um pé de chinelo com muito dinheiro com elite o que o tipo não é. Elite exige refinamento, atitude, cultura, etiqueta, leva gerações e não se compra. Os ingleses há século inventaram um RG para elite, a linguagem. Elite inglesa tem uma linguagem especifica, moldada pela classe e educação em escolas de um padrão especifico.

      Na Europa no geral há uma elite secular lado a lado com alpinistas sociais com dinheiro e sem classe.

      No Brasil a maior parte dos endinheirados não são de elite, o pior é que não tem essa conciencia, confundem ser de elite com ter bolsa Prada, relogio Hublot e um Porsche Cayenne, coisa que qualquer jogador de futebol pode ter.

      São Paulo e Rio tem todavia ainda bolsões de elite tradicional e com dinheiro que poucos conhecem porque eles não se exibem e vivem em um circuito fechado, evidentemente não serão encontrados na revista CARAS.

  6. sessão ggn/tavares de miranda em revista d’época

    28 de novembro de 2013

    aracy

    Aracy Arens (1905-2013), 108 anos de idade, iniciou hoje sua última viagem.
    Prima irmã da minha mãe Martha, Aracy era um fenômeno.
    Nesta foto de 2005, exatos oito anos atrás, Aracy (à esq.) e Joaninha visitam uma das exposições que a Fundação Stickel promoveu no “Espaço Fundação Stickel” na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia.
    Aracy recebia os convites da Fundação e imediatamente me ligava, o diálogo que se seguia era mais ou menos assim:
    -Fernando! (com voz forte, clara, bem articulada)
    – Oi Aracy!
    – Como você sabe que sou eu?!
    – Porque sua voz é inconfundível!
    – Ah, sei… Olha, recebi seu convite, estarei lá!
    – Com o maior prazer Aracy!
    E, de fato, no dia da vernissage lá estava ela, com mais de 100 anos de idade, interessada, curiosa, falante.
    Que sua energia e vivacidade sirvam de exemplo para a família e os amigos, faça boa viagem Aracy!

     

  7. uma grande dama entre duas

    A noticia esteve de fato na secção de Necrologia dos jornais destes dias. Isto é, a notícia da morte da Sra. Aracy Arens. Seu sobrenome trouxe-me de volta à lembrança uma pequena obra de Rangel Pestana (Nereu ou Francisco?), editada em 1919, escrita com deliciosa ironia, sob o falso nome de Soubiroff, suposto agente bolchevique em operação na época em São Paulo. O livrinho, uma autêntica pedrada nas virtudes de nossos “happy few” de sempre em São Paulo, traz revelações de estarrecer (ou não?) a nossa devota classe média. Pois quem acreditaria que em plena guerra mundial (a primeira) a “rôsca” que dirigia e governava nosso estado acolheu com o maior entusiasmo a política da embaixada alemã no Brasil de “nacionalizar” as empresas alemãs e de alemães no Brasil, por meio de alterações nos registros cartoriais que compensavam com percentuais acionários boa parte dos nomes genuínamente paulistas dados à muitas de nossas ruas …  “A Oligarchia Paulista” era a favor dos alemães, apesar de o Brasil ter-se associado oficialmente aos aliados … E apesar também dos barcos nacionais afundados …

  8. Grandes Senhoras

    Motta Araujo,

    Margarida Lara, há pouco falecida, teve com o marido um haras modelar, o Faxina, onde foram nascidos e criados Narvik (recordista mundial dos 3000 metros, grama), Off The Way e tantos outros craques de primeira grandeza, ao mesmo tempo em que Zélia G.P.Castro fazia o mesmo ao lado do marido no Haras Mondesir, em Lorena. A longa lista de importações de grandes linhagens do turfe mundial levada adiante por estas famílias, notoriamente a última, é assunto exclusivo para aqueles que realmente apreciam um assunto que vem sendo deixado de lado pelos brasileiros, a criação de PSI de alta qualidade.  

    Desconhecia Aracy Arenz.

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