Bolsa começa setembro em queda de 0,24%

Jornal GGN – Depois de ultrapassar a marca de 62 mil pontos no começo do dia e apresentar ganhos consistentes por conta dos recentes dados envolvendo a disputa presidencial, a bolsa perdeu fôlego e abriu espaço para um ciclo de realização de lucros, levando o índice a fechar o primeiro pregão do mês em queda.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações desta segunda-feira em queda de 0,24%, aos 61.141 pontos e com um volume negociado de R$ 6,640 bilhões.

As ações das empresas estatais foram destaque do começo das operações. Segundo informações da Agência Estado, o mercado financeiro espera que, diante de uma eventual vitória da candidata Marina Silva (PSB) na disputa presidencial, ocorra uma diminuição do intervencionismo do governo em tais companhias. Contudo, os papéis desaceleraram os ganhos na parte da tarde, enquanto outros papéis já operavam em queda ao longo do dia, em especial as ações da Vale – muito por conta da queda dos preços do minério de ferro, que chegaram ao seu menor patamar em dois anos.

Quanto ao câmbio, a cotação do dólar iniciou setembro com ganho de 0,26%, chegando a R$ 2,245 na venda. As bolsas norte-americanas ficaram fechadas devido ao feriado do Dia do Trabalho, o que reduziu o volume de operações no Brasil, já que os agentes aguardam a publicação de uma série de eventos nos próximos dias, como a reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho norte-americano e de novos resultados de pesquisas eleitorais no Brasil.

Pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (29) mostrou um empate técnico entre Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno. Segundo o levantamento, a candidata do PSB e a petista receberiam 34% dos votos cada uma, enquanto Aécio Neves (PSDB) aparece em terceiro lugar, com 15%. No segundo turno, Marina derrotaria Dilma por 50% a 40%. Um dos pontos de acompanhamento do mercado envolve o grau de intervenção que o Banco Central assumiria em um eventual novo governo.

Além disso, as intervenções do BC no mercado de câmbio também influenciaram o resultado do dólar hoje. A autoridade monetária seguiu com seu programa de intervenções diárias no câmbio, diante da negociação de 4 mil contratos de swap, sendo 1,5 mil com vencimento em 1º de junho, e 2,5 mil para 1º de setembro de 2015, em operação que movimentou o equivalente a US$ 197,8 milhões.

Para terça-feira, os analistas aguardam a publicação da produção industrial referente ao mês de julho, além do início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). No exterior, destaque pra o PPI (índice de preços ao produtor) da zona do euro, além dos números de gastos com construção e o PMI (índice dos gerentes de compras) composto nos Estados Unidos.