Carvalho diz que equipe de transição econômica dá credibilidade ao governo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Luana Lourenço

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu hoje (27) a decisão da presidenta Dilma Rousseff de nomear novos ministros da área econômica para que façam uma transição com os atuais titulares antes do início do novo governo. Os novos ministros da Fazenda e do Planejamento serão anunciados hoje, mas não tomarão posse. Eles despacharão no Palácio do Planalto com equipes de transição dos atuais ministros Guido Mantega e Miriam Belchior. Carvalho defendeu a indicação do executivo Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e lembrou que ele já foi secretário do Tesouro no início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A presidenta sentiu a necessidade de já anunciar agora a equipe econômica para a assegurar a credibilidade e evitar uma solução de continuidade no processo da economia brasileira. O que começou a haver com o anúncio já na campanha de que ela renovaria os ministros. Os ministros da Economia têm uma natureza, na sua influência na sociedade, completamente diferente de qualquer outra área, é uma área sensível”, avaliou Carvalho, de manhã, ao chegar ao Palácio do Planalto para um seminário sobre participação social.

A indicação de Levy tem sido criticada por intelectuais e ativistas de movimentos sociais devido à proximidade com o setor financeiro. Atualmente, Levy é diretor-superintendente do Bradesco. “O Joaquim Levy foi excelente secretário do Tesouro do presidente Lula, perfilou-se perfeitamente dentro daquilo que era a orientação do governo. Fez parte de um processo vitorioso da economia. É evidente que, ao aceitar ser ministro, ele está aderindo a este projeto e à filosofia econômica deste projeto. O nome é importante porque pela trajetória dele, traz uma credibilidade.”

Segundo Carvalho, independentemente da trajetória dos novos ministros, quem toma as decisões sobre a política econômica é a presidenta. “Um ministro não toma decisões autônomas. Quem dá a cor do projeto é a presidenta e ela deixou claro na campanha e nos últimos quatro anos qual o nosso projeto, que é a continuidade desse projeto, que é o crescimento com inclusão social, a distribuição de renda.”

“Não cabe falar em submissão ao setor financeiro. Agora, nós somos realistas, sabemos que temos que ter credibilidade, temos que despertar interesse dos credores internacionais. Tem um equilíbrio que você faz, tem que governar um país em cima da realidade do mercado, evidentemente”, acrescentou.

Carvalho, que não estará na equipe de Dilma no segundo mandato, disse que ainda não sabe quando vai deixar o governo. Segundo ele, a presidenta decidiu começar as mudanças pela equipe econômica e só depois vai alterar outras áreas do governo.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. carvalho está correto.
    levy é

    carvalho está correto.

    levy é que foi chamado para administrar um

    ministértio do projeto vencedor das eleições.

    não foi ele que convidou dilma para ser presidente.

  2. Foda-se o mercado. O Estado é
    Foda-se o mercado. O Estado é publico não um fundo privado de investimento. Não votei em nenhum banqueiro, não elegi nenhum investidor. Se Dilma não queria me representar não deveria ter pedido meu voto. E se ela escolher o lado do Mercado ficarei ao lado daqueles que farão oposição a ela. E se ela perder o cargo não ficarei triste.

  3. Dá credibilidade junto a

    Dá credibilidade junto a quem???

     

    Dá credibilidade junto ao mercado, que apostou todas as fichas contra ela e a favor da dupla Aécio e Marina, ou seja em quem não votou nela e nem acredita nela.

    Tira a credibilidade junto a toda a maioria que acreditou e votou nela.

    Que lógica mais estúpida.

    Se eu quisesse representante com credibilidade junto ao mercado eu teria votado no Aécio e no PSDB desde sempre.

    Mas não votei sempre com o PT, e a cada eleição é uma apunhalada pelas costas.

    Tudo bem 2016 é logo ai, 2018 não está longe.

    E tem a batalha do impedimento da presidenta, que a cada dia ganha mais aliados.

  4. Dima agiu muito bem ao

    Dima agiu muito bem ao indicar este trio para a Economia e possivelmente Katia para a Agricultura. São pessoas que sabem muito bem como desenvolver ao máximo os setores onde atuarão. São conservadores? É claro que são, mas indicar revolucionários para estes postos, na atual conjuntura, certamente teria consequências trágicas. O que Dilma precisa fazer agora, como progressista histórica, é nomear para os ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento Social pessoas de esquerda que defendam radicalmente os interesses dos trabalhadores e o avanço das políticas de distribuição de renda, com tanta garra quanto Katia e o trio defenderão suas áreas.

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