Caso Pavesi: Conselhos de Medicina por unanimidade absolvem médicos

Não existe risco maior para a democracia do que a parceria espúria entre partidos políticos e membros do Judiciário; ou quando juízes, promotores e Ministros de tribunais superiores passam a afiar movidos por preferências partidárias.

O episódio da tentativa de espionagem no Palácio do Planalto é exemplo maior. A parceria entre Joaquim Barbosa, o ex-Juiz das Execuções Penais de Brasilia e a promotora que pediu a quebra de sigilo prova maior desse comportamento deletério.

A submissão de Ministros do STF às pressões da mídia,assim como  o papel de dois Procuradores Gerais da República – Antonio Fernando de Souza eRoberto Gurgel – no julgamento da AP 470, prova maior dessa ameaça aos direitos e à democracia.

Em plano de menor visibilidade, mas tão ameaçador aos direitos quanto os demais episódios, é o que ocorreu em Poços de Caldas, no caso dos transplantes. Criminalizou-se toda uma comunidade médica, permitiu-se toda sorte de abusos por parte de um juiz parcial, pelo fato de um dos alvos ser um deputado do PSDB. Admitiu-se até a existência de uma organização criminosa atuando ao longo dos anos em uma cidade media, à vista de todos, sem despertar suspeitas.

Apesar dos ingentes esforços de sua diretoria para desmoralizar a instituição, o Conselho Federal de Medicina é o órgão máximo do país para julgar procedimentos médicos. Por unanimidade, o CFM, assim como o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais avalizaram a conduta dos médicos envolvidos no transplante.

Não se trata de mera atitude corporativista. Avaliações incorretas sujeitam os avaliadores às penas da lei. E o fato da absolvição ser por unanimidade nos dois conselhos, comprova que não havia sombra de dúvida sobre a correção dos procedimentos adotados.

Luis Nassif

44 Comentários

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  1. Caso bizarro

    Transplantes no Brasil são coisas de primeiro mundo, independente de governo a coisa sempre funcionou e exigiu mão de obra muito qualificada. Fora que, via de regra, mesmo pelo SUS, remunera muito bem que os realiza.

    Essa história é bizarra pelo folclore criado e pela parcialidade de uma mídia não amparada por questões técnicas.

     

    Neste caso a atitute do CRM foi louvável.

     

  2. Caso bizarro

    Transplantes no Brasil são coisas de primeiro mundo, independente de governo a coisa sempre funcionou e exigiu mão de obra muito qualificada. Fora que, via de regra, mesmo pelo SUS, remunera muito bem que os realiza.

    Essa história é bizarra pelo folclore criado e pela parcialidade de uma mídia não amparada por questões técnicas.

     

    Neste caso a atitute do CRM foi louvável.

     

  3. E quando a comunidade jurídica condenou o PSDB?

    Seu Nassif. Agora tu abusou! Defendendo as comunidades mais viciadas e corporativistas deste país. O PSDB perseguido? Em um governo estadual mais corrupto e persiguidor do PT que o governo Aécio e sua irmã? A CRM e CFM? Onde já viu médico ser condenado. Tudo bem, você é de lá, mas sua história é bem ruizinha mesmo. O depoimento do pai pode não ser vedade, mas Judiciário, PSDB e CRM ser condenado? Eles sapateiam na nossa cara e ficamos com cara de tacho!

  4. Os conselhos de medicina

    Os conselhos de medicina atualmente não passam de sindicatos. Ao invés de fiscalizar e regulamentar a profissão, atuam encobertando erros médicos e protegendo os individuos e  não a classe médica. Caso simbólico é o da médica que assassinava pacientes na UTI (se não me engano em Curitiba), neste caso o conselho regional de medicina rapidamente largou nota oficial dizendo que a referida médica estava agindo corretamente. Ridiculo ficou quando a policia achou provas que a médica de fato assassinava os pacientes. Se num caso de assassinato (não é nem erro médico) o conselho sem nenhuma investigação se posiciona ao lado da médica, num corporativismo extremo, imagina nos outros casos de erros involuntários ou outras situações menos graves que assassinato.

  5. A máfia de branco…

    Os homicidas de Poços estão condenados, creio que a gangue médica de Taubaté também ou vai pelo mesmo caminho.

    Não estranho nada os conselhos formados por médicos defenderem os assassinos que traficam órgãos humanos para transplante, o espírito de porco dos acusados e dos juízes é o mesmo.

    As ordens e os conselhos profissionais deveriam perder o poder de cassar ou não o direito do exercício da profissão pelos seus membros, isto deve caber ao poder judiciário. Aliás qualquer profissão que exige registro para a sua prática o direito de exercê-la deveria ser perdido quando houvesse condenação criminal em virtude dos atos criminosos praticados no ofício.

  6. O mito da autorregulação.

    “Não se trata de mera atitude corporativista. Avaliações incorretas sujeitam os avaliadores às penas da lei. E o fato da absolvição ser por unanimidade nos dois conselhos, comprova que não havia sombra de dúvida sobre a correção dos procedimentos adotados.”

    Então tá, se as duas corregedorias, a interna e a corregedoria unificada disserem que no caso Amarildo os PMs fizeram tudo certo, ou que o caso da moça que caiu da viatura foi só um acidente, aí fica tudo certo?

    Basta ser por unanimidade, e melhor se um dos envolvidos foi candidato a algum cargo eletivo?

    Eu não conheço os autos, portanto, tenho que considerar a possibilidade destes médicos serem inocentes, mas quando vejo defesa tão apaixonada eu lembro logo do caráter deste gente (e seus conselhos) no caso do Mais Médicos e em outros tantos casos onde o corporativismo manteve na ativa verdadeiros açougueiros.

    Aí eu penso: Se fosse qualquer outra categoria, qualquer outro conselho eu até daria o benefício da dúvida, mas em se tratando de médicos e seus conselhos eu afirmo: Transitou em julgado, cumpra-se a sentença!

    Cadeia neles, se for o caso…

    1. Imagine então se fosse julgar

      Imagine então se fosse julgar todos os petistas por você, com sua dose de arrogância, preconceito, superficialidade na crítica e demonstração de erudição vazia. Não sobraria um!

      1. Os idiotas perderam a modéstia, os cretinos perderam o medo…

        Um dos expedientes mais comuns aos cretinos é fazer uma generalização rasa dos fatos.

        Claro, a comoção provocada pelos torquemadas do STF justificariam agora que duvidássemos de todos os veredictos, dee todos os processos.

        Ok, podemos dizer que este é, afinal, um efeito benéfico, pois nenhuma sentença está a salvo de dúvidas, mas e o parecer de um conselho corporativo com histórico de leniência total com os erros e “erros” de seus pares?

        Pois bem, como disse em meu comentário é preciso ler os autos (mais do que a sentença, que no fim, pode ser de qualidade até duvidosa, ou conter ilações, como disse o senhor nassif, ou será você mesmo?).

        Mas são os autos que trazem os testemunhos, o LAUDO MÉDICO-LEGAL, os depoimentos, enfim, toda sorte de informação que permitirá, ou não, a condenação.

        De novo os cretinos gritarão: “mas e o mensalão e os petistas?”.

        Ora bolas, é preciso dizer que o processo no STF tem características específicas que permitem aquele circo, e quem é do meio sabe disto.

        Ainda mais com os interesses que moveram a montagem da lona.

        Mas será que Poços de Caldas importou esta trágica tradição (apenas porque havia um pobre tucano no meio), justamente para começar a dar azo a vingança petista?

        Aguardemos o veredicto da 2ª instância.

        Mas aviso desde já: os tribunais superiores não avaliam o mérito do julgado (culpado ou inocente), mas apenas aspectos formais que podem ter sido atingidos e que prejudicaram a defesa.

        Portanto, a não ser que o juiz de Poços de Caldas tenha cometido alguma barbaridade (tipo Joaquim Barbosa), os médicos vão passar a dar consulta na prisão.

        ‘Tá aí, é uma boa perspectiva…quem sabe começam a dar valor a vida humana?

  7. Sobre o estatuto jurídico dos CRMs e do CFM.

    São instâncias de cunho administrativo, isto é fato. No entanto, é notório que eles deveriam julgar, punir oe absolver nos casos de conduta médica.

    Mas o que chama a atenção aqui é que o “esclarecimento” utiliza isto como argumento para absolver os médicos.

    Na verdade, então, a leitura é outra. “Absolvemos pois somos instância independente”. E só.

    Porém, são pautados pelo Código de Ética Médica. É só verificar em: http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra_6.asp.

    Está ali:

    Capítulo VI

    DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS

    É vedado ao médico:

    Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante.

    Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de órgãos.

    Art. 45. Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei.

    Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou  de tecidos humanos.

    E tem mais. Em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9434.htm, ver a LEI Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997, lê-se:

    Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.

    Isto, como início, amarra qualquer CRM, o CFM às suas competências.

    Além disso, é necessário que se diga que o Brasil é signatário da Declaração de Istambul sobre Tráfico de Órgãos e Turismo de Transplante.

    Também deve ser observada a PORTARIA MS/GM Nº 201, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2012, Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 8 fev. 2012. Seção I, p.43, não necessariamente em sua íntegra, mas os itens em que são consideradas legislações de referência.

    Apenas a título de curiosidade, vejam a notícia em: http://www.portaldoholanda.com.br/jeffersin-jezine/denuncia-contra-presidente-do-crm-am-chega-ao-ministerio-publico-federal#.U1fbvI_ft0w. Denúncia contra presidente do CRM-AM chega ao Ministério Público Federal.

    Minha modesta sugestão é que se vá ao Ministério Público e se exija judicialmente intervenção no CRM-MG e no CFM. Aí eles se mexem.

     

  8. Pera lá Nassif, li que eles

    Pera lá Nassif, li que eles foram condenados de novo, pelo mesmo crime em outra pessoa, recentemente.

    Como voce tem certeza que são inocentes ?

  9. Estive bem perto de ter um

    Estive bem perto de ter um “beneficiário” de um coração transplantado. Conheço o processo…que é realizado pelo lado receptor e tudo que o engloba.

    Entrei na UTI E VÍ o doador, falei com a esposa e sentí todas as suas dúvidas.

    Sabedora de todos os graus de segurança, AGRADECERIA IMENSAMENTE AQUELE CORAÇÃO.

    Mas…

    Não disponibilizaria O DE NINGUÉM com quem tivesse relação de amor, Não sou tão generosa…e “visualmente” o paciente ainda está “vivo”. SEI QUE ESTÁ MORTO, MAS IMPRESSIONA.! DOU O MEU (mas vão ter que esperar)

    Quanto aos médicos, concordo inteiramente com o post. LEIGOS NÃO TEEM CONDIÇÕES DE FAZER UM JULGAMENTO ISENTO, nem mesmo o STF que solicita CONSULTORIAS EM CASOS ESPECIFICAMENTE, MÉDICOS. Misturar políticos, advogados, promotores, juizes e jornalistas (todos de má fé) no mesmo saco, só pode dar em “caca”. Quanto às famílias…a dor da perda pode, certamente, embotar o senso de justiça. E nessa hora sempre haverá um APROVEITADOR, por perto.   

    1. 😉 Não tenho procuração do

      😉 Não tenho procuração do jornalista…mas

      “Que base vc tem para chancelar a decisão desses conselhos???”

      NEM O PAPA, pode desautorizar o CFM, neste caso. Podemos em posturas políticas/educacionais/cívicas e até humanas…mas em PROCEDIMENTOS TÉCNICOS-CIENTÍFICOS-MÉDICOS…ninguém pode.

      “Vc tem em sua posse alguma perícia realizada??”

      Vamos simplificar…SE VOCÊ TIVESSE A PERÍCIA EM SUAS MÃOS…teria competência para contestá-la? Eu não!

      Abs.

       

       

      1. Foi mal

        Nassif,

        Acabei deletando meu comentário, fui agressivo com vc, peço desculpas.

        O que eu queria dizer é que o justo é que tivéssemos um julgamento técnico por órgão externo à corporação médica.

        Acusar 3 médicos num processo é algo extremamente incomum, a probabilidade que algo tenha realmente acontecido é muito grande.

        E, após tantos e tantos anos, conhecendo o histórico de atuação dos conselhos, podemos acreditar com tanta fé?

        Foi mal, um abraço!

         

        1. Sem problema.
          Só para dar uma

          Sem problema.

          Só para dar uma ideia da parcialidade do juiz, um dos seus argumentos é que um dos conselheiros da Santa Casa era um conhecido bicheiro de Poços. Apresentou o fato como indício de existência de organização criminosa. Não informou que o pai do menino casou-se com a filha ou sobrinha do bicheiro.

      2. você por acaso leu os

        você por acaso leu os processos? você é de poços de caldas e está defendendo os seus amigos, então você é que é parcial. O TJMG já confirmou uma das sentenças e julgou a exceção dizendo que o juiz não é parcial. E ai?

  10. Como paciente morto nao fala…

    Eu nao vou acusar ninguem, mas tb nao uso do subterfugio de me apoiar em CFM ou CRM pra inocentar os ditos.  Sinceramente, quero acreditar que eles sejam inocentes porque se a verdade estiver com o Pavesi,  eles nao serao melhores que a madrasta do garoto que morreu no sul. Nassif, me desculpe, mas vc é um bocado crente na bondade das pessoas…

  11. E quando a justiça condena um Deputado, nos cobramos…

    …que o Congresso o  casse seu mandado! Entao são dois pesos e duas medidas! Deve-se duvidar tb da justiça quando condena um Deputado ??? Seguindo a Logica do CFM e CRM-mg, o congresso nao devia pautar-se na condenação pelo judiciario! Deveria fazer um julgamento a parte, como fez estes dois conselhos! Mas sobre este fato de montes claros ainda tem muito a ser desvendado: Mortes de testemunhas, por exemplo! Mas , vamos lá , né Nassif, sendo do PSDB, Já são inocentes pela imprensa!  A Verdade se são tão inocentes , por que o Pai do Garoto foi ameaçado e teve que mudar do Brasil? Muitas perguntas para tantos “inocentes”!  

  12. Caso Pavesi, médicos e monstros. Mas em qual lado do balcão?

    O artigo de Luis Nassif, “A Justiça e os verdadeiramente poderosos”, de 09/03/2014, levou-me a meditar sobre o Caso Pavesi. Uma tragédia que a decisão da Justiça pode ajudar a minorar ou criar outros desgraçados.

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-justica-e-os-verdadeiramente-poderosos

    Quanto isso é um risco inerente à justiça criminal, quanto esse risco é ampliado pelos holofotes midiáticos é o ponto de ligação entre estas minhas indagações e o texto do Nassif.

    Das balas Van Melle com “cocaína” à “máfia de órgãos”.

    Não é fácil ser pai.

    Há uns quinze ou vinte anos, meus filhos eram meninos, corria aqui por São Paulo um medo-pânico de que uma quadrilha sequestrava crianças desacompanhadas em shoppings e portas de escolas. Seria a tal quadrilha de tráfico de órgãos.

    A realidade não corroborava com esse medo, por exemplo, não havia casos de cadáveres de crianças encontrados com órgãos faltando. Mas o medo estava lá.

    Transplantes de órgãos exigem alta tecnologia, tanto para o transplante em si como para a retirada, transporte e conservação do órgão até o momento do transplante. O tempo é fator crucial. Só são feitos, portanto, por equipes muito especializadas de grandes hospitais. Exigem protocolos muito específicos de conduta ou o órgão será inutilizado.

    Ninguém anda por aí com uma córnea escondida na mochila como se fosse uma trouxinha de maconha. Tampouco engole um fígado embalado em um saco plástico para passar pela imigração tal qual é feito com cocaína em aeroportos internacionais.

    É próximo desse cenário que se encaixa o “Caso Pavesi”. Tragicamente aqui, não se trata de um boato.

    O “Caso Pavesi”, nenhuma dúvida ou várias dúvidas?

    Nele, em 2000, um menino acidentado é levado a Santa Casa de Poços de Caldas. Lá, para sua infelicidade, atuaria uma “máfia de tráfico de órgãos” composta pela equipe médica que o atendeu. A equipe teria simulado a morte encefálica do garoto e retirado seus órgãos. O pai percebendo que o filho teria sido, na prática, assassinado denunciou o crime, o Ministério Público entrou em cena e a máfia foi desbaratada, os médicos foram denunciados e irão agora a julgamento, inclusive o juiz do caso determinou que aguardassem julgamento presos em regime fechado.

    Apesar da tragédia, a justiça está sendo feita.

    Certo? Ou estaremos diante de um escabroso caso de aproveitamento midiático da tragédia, onde médicos honestos estão sofrendo há anos um linchamento moral e podem pagar com a sua liberdade por um clamoroso erro judicial?

    Vejamos como foi noticiado o “Caso Pavesi” pelo O Estado de Minas em 07/02/2014:

    http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/07/interna_gerais,496140

    “Médicos condenados por retirar órgão de criança viva são presos no Sul de Minas”.

    “Foram presos na noite de quinta-feira dois médicos acusados de envolvimento em um esquema de tráfico de órgãos em Poços de Caldas, no Sul de Minas. Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram julgados no ano passado pela morte de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, que caiu do prédio onde morava, em abril de 2000. Segundo o Ministério Público, o menino foi levado para o pronto atendimento da cidade e, além de passar por procedimentos médicos inadequados, teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado”.

    A base para criminalização está contida nesta oração: “teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado”.

    Isso porque os órgãos para transplante são retirados com o doador ainda “vivo”, ou seja, respirando e com o coração batendo, mas tecnicamente morto – após a morte efetiva inicia-se o processo de necrose e os órgãos não podem mais ser utilizados, pelo pouco que sei.

    Pois bem, que autoridade atestou a falsidade dos exames que detectaram morte cerebral?

    A informação que temos é “Segundo o Ministério Público…”.

    “Segundo o Ministério Publico” não é informação nenhuma. Em que o Ministério Público se baseou para apresentar a denúncia, onde estão às referências aos protocolos e registros médicos, como a comunidade médica e universitária se posicionou sobre o ocorrido? Que fim foi dado aos órgãos retirados? Que hospital fez uso deles, era um hospital público ou particular, quem foi o receptor desses órgãos, qual a sua condição social?

    Outra coisa, nenhuma informação sobre as circunstâncias da queda do garoto.

    Aqui a prova tem de ser eminentemente técnica, até porque não é o caso de júri popular. Foi um juiz apreciando os autos quem deu a decisão.

    http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/12/sentenca-de-medicos-

    Dados não deveriam faltar. A menos que se possa provar que as informações dos prontuários não foram realizadas pelos médicos. Aí a falta delas seria prova contra eles.

    A prisão preventiva, agora é hora?

    Imagino que essas informações existam, pois com tantas dúvidas, como seriam os médicos condenados?

    Aí é que entram o tal “clamor da opinião pública”, a repercussão internacional do caso e a pressão sobre a primeira instância. Logo, o prudente seria que os réus aguardassem os recursos em liberdade, mesmo que se condenados em primeira instância. Mas foram presos preventivamente.

    “O pedido de prisão preventiva dos médicos foi feito pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas,…”.

    Prisão preventiva? Baseada em que?

    Estamos falando de um caso ocorrido há 14 anos. Logo, se os médicos haviam de fugir já o teriam feito, mas não foi o caso, e houve tempo mais do que suficiente para investigações e coleta de informações, não haveria mais o que esconder ou a que testemunha coagir. Qual a justificativa para a “preventiva”?

    Justificativa:

    “Até o trânsito em julgado das sentenças condenatórias, muito tempo irá passar, pois recursos e mais recursos serão impetrados, dado o poderio financeiro dos réus e a infinidade de recursos à disposição (por uma legislação retrógrada, pouco afinada com os dias atuais)”, observou o magistrado. 

    Então, os réus são condenados porque o sistema jurídico é lento e a legislação retrógrada? O juiz monocraticamente aboliu o princípio da presunção de inocência, base do Estado Democrático de Direito, e cassou-lhes um direito constitucional? O de responder em liberdade até trânsito em julgado, o direito da ampla defesa.

    Trata-se de prisão preventiva ou antecipação de pena?

    Um juiz justo ainda que severo ou mais um caso “barbosiano” de voluntarismo judicial?

    “O processo do “Caso Pavesi” foi marcado por muita polêmica e, no ano passado, o juiz Narciso Alvarenga voltou a presidir o caso após ser cassada uma liminar, obtida pela defesa dos médicos no TJMG, e que previa sua substituição. De volta à função, há cinco meses ele iniciou o julgamento sobre a morte do menino ocorrida há mais de 12 anos e que repercutiu no mundo todo”.

    A resposta à pergunta formulada está nas razões que levaram o TJMG a primeiramente afastar o juiz por suspeição e depois reconduzi-lo ao caso. Não obtive tais informações. Da resposta também faz parte o julgamento do juiz a respeito de si mesmo em relação à sua capacidade de se manter isento.

    O Caso Pavesi se desdobrou em outros e já houve condenações dos médicos. Condenações essas que foram revistas pelo TJMG porque o juiz teria estabelecido penas acima das previstas pela legislação.

    http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/26/interna_gerais,502385/tjmg-reduz-penas-de-medicos-condenados-por-trafico-de-orgaos.shtml

    E quanto aos familiares do garoto?

    É extremamente sensível tratar de quem é vítima. Preferiria não. À família Pavesi a minha solidariedade de pai que já enterrou duas filhas. Muita dor, mas em situação muito menos traumática.

    Só o faço porque algumas lacunas de informação que não pude preencher me incomodam.

    Entre elas, a família do garoto. Só obtive informações sobre o pai. Estranhamente não há nenhuma referência à mãe ou aos avós. Onde estariam, o que sentiriam, teriam acompanhado o pai na trajetória que mudou sua vida após os acontecimentos? Não encontrei informações.

    Do O Estado de Minas:

    “Paulo Pavesi, de 44 anos, pai do menino que teria sido vítima dos médicos, há cinco anos foi para a Itália após receber ameaças de morte no Brasil”.

    A denúncia.

    A família deve ter sido consultada para autorizar a doação dos órgãos. Em 2000 não vigorava mais o decreto do Ministério da Saúde de José Serra que criava a figura do “doador presumido”. Foi revogado ainda em 1998. Autorizou e depois sentiu-se enganada? Que informação posterior serviu de base para terem chegado à essa conclusão?

    Aqui a informação vem do G1 de 22/02/2013.

    “A denúncia do hospital e da retirada dos órgãos teve início quando Pavesi [o pai]foi pagar a conta do hospital. “Eu percebi que tinha algo errado no prontuário que me mostraram. Tinha muitas rasuras e a cobrança era claramente abusiva. “Até então eu nem imaginava o que haviam feito, foi então que levei o caso ao Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos”, comentou”.

    Quanto às ameaças e ao asilo.

    “Fui ameaçado, intimado e humilhado”, disse o gerente de sistemas Paulo Pavesi, de 44 anos, que em 2008 precisou pedir asilo à Itália para sair de Poços de Caldas (MG) após denunciar irregularidades na retirada de órgãos do filho Paulo Veronesi Pavesi, em 2000”.

    Tem algo estranho aqui. As datas. O caso é de 2000, mas só em 2008 ele sente a necessidade de pedir asilo. Pedir asilo?

    As ameaças.

     “A cidade se voltou contra mim e me apontaram como alguém que queria destruir a Santa Casa. Passei a receber e-mails e recados de todos os lados. Me denunciaram à Justiça por injúria, calúnia e difamação, até eu deixar a cidade”, contou”.

    A cidade com certeza não se voltou contra ele. Mas é possível que algumas pessoas sim. Havia emails, foram feitas diligências para identificar quem fazia as ameaças?

    Seria o caso de pedir proteção à Justiça. Mas asilo?

    O asilo.

    “Após desentendimentos com o Ministério Público durante o processo de investigação do caso que ficou conhecido como a Máfia dos Órgãos, Pavesi recebeu o convite de uma Ong italiana de combate à pedofilia para apresentar o caso na Europa e em seguida pediu asilo ao país. “Eles entenderam que eu corria riscos e me apoiaram no pedido de asilo. Mas a mudança foi traumática. …”.

    Situação atual.

    Do G1:

    “Pedir asilo não é algo agradável. Fui enviado para um centro de asilados… Era monitorado durante 24 horas, embora tenha sido muito bem tratado. Contudo, a Itália hoje é a minha pátria. Amo o país como se estivesse nascido aqui”, disse.[Paulo Pavesi, o pai].

    “Com o asilo, Pavesi ficou longe do Brasil, mas não deixou de acompanhar o caso, as investigações e posta em um blog na internet fatos referentes ao processo. Participou também do documentário italiano Human Organ Traffic (HOT), que aborda o tráfico de órgãos no mundo”.

    Do O Estado de Minas:

    “Hoje morando em Londres, ele acaba de lançar um livro relatando a história da suposta “Máfia dos Órgãos”. A obra está à venda numa livraria eletrônica, mas também pode ser baixada gratuitamente pela internet. Nela, Pavesi relata em mais de 400 páginas sua versão de como tudo ocorreu e ainda narra as ameaças que o obrigaram a trocar o Brasil pela Europa”.

    O futuro.

    Do G1:

    “Ele [o pai] conseguiu a cidadania italiana um ano após chegar ao país e não precisou mais do asilo. No entanto ele não pretende voltar ao Brasil, nem mesmo para acompanhar o julgamento dos quatro médicos indiciados por homicídio doloso pela retirada dos órgãos do garoto de 10 anos. “Não volto mais para o Brasil. Não vale a pena. A minha presença não vai mudar em nada o julgamento e depois de tudo que vi, não posso afirmar que haverá julgamento. Temo que o juiz não fique muito tempo no cargo, já que está afrontando os poderes da cidade”, destacou”. 

    Não tenho condições nem autoridade para fazer juízo de valor sobre isso, mas a dúvida persiste. E a mãe e os avós, onde estão? Qual a posição deles?

    http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/02/pedi-asilo-apos-sofrer-ameacas-diz-pai-de-menino-com-orgaos-doados.html

    Do risco do uso político do caso.

    Não acredito que o caso esteja contaminado de viés político. Imagino que se há contaminação é de caráter midiático. Porém, isso pelo menos foi tentado.

    É o caso dos dois artigos de Leandro Fortes na Carta Capital, onde ele trata por “acusado de tráfico de órgãos” ao deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB-MG), então  presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e ex-assessor especial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

    Leandro é um craque e ao terminarmos de ler suas matérias não temos dúvidas da existência da “máfia” e de sua periculosidade. Embora não sejam exatamente “provas” o que Leandro Fortes apresente. Em relação a Carlos Mosconi no artigo “Um Feliciano piorado na Assembleia mineira” de 17/04/2013 temos o seguinte:

    http://www.cartacapital.com.br/politica/um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira

    “Médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado”.

    O que é um “idealizador”? Não é o dono, não é o sócio, então o que é? Leandro explica: “O registro de criação da MG Sul Transplantes, em 1991, está publicado em um artigo no Jornal Brasileiro de Transplantes (volume 1, número 4), do qual os autores são o próprio Mosconi, além de …”

    Leandro já escreveu muitos artigos para jornais, é responsável pelas suas palavras, mas não pode ser responsabilizado pelo assunto do qual se trata o artigo. Pode?

    Claro que não é só isso.

    “Scafi era sócio de Mosconi em uma clínica da cidade”. Mas se ambos são médicos, qual o problema? Leandro não vincula essa clínica ao caso, apenas cita a sociedade. 

    “O nome de Mosconi apareceu na trama em 2004, durante a CPI do Tráfico de Órgãos [o Caso Pavesi acabou desdobrado em uma CPI]. Convocado pela comissão, o delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da Polícia Federal, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha, por 8 mil reais. A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais”.

    O artigo informa que a Carta Capital tentou ouvir Carlos Mosconi, mas não informa se buscou explicações junto ao Ministério Público Estadual de Minas Gerais sobre o sumiço da tal carta.

    O outro artigo de Leandro Fortes sobre o caso é de 18/04/2013 para o site da Carta Capital – A dor de Paulo Pavesi, e trata basicamente do mesmo assunto.

    http://www.cartacapital.com.br/politica/a-dor-de-paulo-pavesi

    O que dizer de tudo isso? Que em 2000 um garoto sofreu um acidente, foi levado a Santa Casa de Poços de Calda onde veio a falecer e teve seus órgãos doados. Isso é fato.

    Mas não é tudo, o Caso Pavesi envolve médicos e monstros, espero que ao final a Justiça aponte de qual lado do balcão eles estiveram.

    PS.:

    1 – o TJMG concedeu habeas corpus aos médicos.

    http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/03/apos-um-mes-presos-m

    2 – não consegui encontrar na internet como fazer o download do livro. No meu caso, nenhuma novidade.

    3 – publicado originalmente em 09/03/2014.

    1. Caro Sérgio, em pesquisa pela

      Caro Sérgio, em pesquisa pela internet encontrei a resposta que parece ser do pai do menino em seu blog. Segue:

       

       

       

      Caso Pavesi, médicos e monstros. Mas em qual lado do balcão? O artigo de Luis Nassif, “A Justiça e os verdadeiramente poderosos”, de 09/03/2014, levou-me a meditar sobre o Caso Pavesi. Uma tragédia que a decisão da Justiça pode ajudar a minorar ou criar outros desgraçados. https://jornalggn.com.br/noticia/a-justica-e-os-verdadeiramente-poderosos Quanto isso é um risco inerente à justiça criminal, quanto esse risco é ampliado pelos holofotes midiáticos é o ponto de ligação entre estas minhas indagações e o texto do Nassif.  Das balas Van Melle com “cocaína” à “máfia de órgãos”. Não é fácil ser pai. Há uns quinze ou vinte anos, meus filhos eram meninos, corria aqui por São Paulo um medo-pânico de que uma quadrilha sequestrava crianças desacompanhadas em shoppings e portas de escolas. Seria a tal quadrilha de tráfico de órgãos. A realidade não corroborava com esse medo, por exemplo, não havia casos de cadáveres de crianças encontrados com órgãos faltando. Mas o medo estava lá. Transplantes de órgãos exigem alta tecnologia, tanto para o transplante em si como para a retirada, transporte e conservação do órgão até o momento do transplante. O tempo é fator crucial. Só são feitos, portanto, por equipes muito especializadas de grandes hospitais. Exigem protocolos muito específicos de conduta ou o órgão será inutilizado. Ninguém anda por aí com uma córnea escondida na mochila como se fosse uma trouxinha de maconha. Tampouco engole um fígado embalado em um saco plástico para passar pela imigração tal qual é feito com cocaína em aeroportos internacionais. É próximo desse cenário que se encaixa o “Caso Pavesi”. Tragicamente aqui, não se trata de um boato.

      Infelizmente a tecnologia contribui para desmentir o fato de que transplantes precisa de instalaçoes especializadas. Fosse isso, a Santa Casa de Poços de Caldas, jamais poderia ter realizado um transplante sequer, pois até mesmo alvara da vigilancia sanitaria nao existia. Vale lembrar que a suspensao dos transplantes se deu justamente por isso! Esta nos autos.
       Diz o autor que o Caso Pavesi é proximo ao cenario das vans roubando crianças, das mochilas com corneas e pessoas que engolem figados para passar na imigraçao. Percebe-se logo de cara a tentativa deslavada em desvirtuar a historia. Paulinho nao foi vitima de sequestro para fins de trafico de orgaos. Ele foi vitima de medicos que matam pacientes nas UTIs, e que para a infelicidade dos autor, no Brasil, o assassinato de pacientes em UTIs é mais do que uma realidade. Basta ver o recente caso de Virginia Soares que dizimou mais de 300 pacientes em Santa Catarina. Ou sera que tambem tem a ver com as balas Van Melle?

       O “Caso Pavesi”, nenhuma dúvida ou várias dúvidas? Nele, em 2000, um menino acidentado é levado a Santa Casa de Poços de Caldas. Lá, para sua infelicidade, atuaria uma “máfia de tráfico de órgãos” composta pela equipe médica que o atendeu. A equipe teria simulado a morte encefálica do garoto e retirado seus órgãos. O pai percebendo que o filho teria sido, na prática, assassinado denunciou o crime, o Ministério Público entrou em cena e a máfia foi desbaratada, os médicos foram denunciados e irão agora a julgamento, inclusive o juiz do caso determinou que aguardassem julgamento presos em regime fechado. Aqui o blogueiro demonstra que desconhece os fatos. Ele faz parte daquela torcida que inventa uma historia e tenta torna-la realidade, escondendo os fatos reais, documentados em processos. Mas como eu tenho bastante paciencia, estou aqui para colocar os pingos nos is. O menino acidentado, nao foi levado para a Santa Casa e sim para o Pedro Sanches. O pai (EU) nao percebeu nenhum assassinato. O que o pai percebeu foi a extorsao na conta do primeiro hospital (Pedro Sanches) e a denunciou. Alias, ficou comprovada a extorsao, com depoimentos dos proprios medicos. A extorsao existiu! O Pai (EU) sequer imaginou que algo pudesse estar errado com os transplantes. Tanto que providenciei placas de prata para homenagea-los. Foi o Ministerio Publico e o Ministerio da Saude que levantaram as informaçoes sobre os homicidios. Somente depois disso, passei a analisar os documentos e consegui provar que eles estavam certos.  Apesar da tragédia, a justiça está sendo feita. Certo? Ou estaremos diante de um escabroso caso de aproveitamento midiático da tragédia, onde médicos honestos estão sofrendo há anos um linchamento moral e podem pagar com a sua liberdade por um clamoroso erro judicial? Bom, neste ponto nao ha o que comentar. Ele revela o objetivo do texto que é inocentar assassinos. Os medicos estao sofrendo ha anos um linchamento moral. O pai? Nao! Ele esta na europa a passeio nao é mesmo?
       Vejamos como foi noticiado o “Caso Pavesi” pelo O Estado de Minas em 07/02/2014: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/07/interna_gerais,496140… “Médicos condenados por retirar órgão de criança viva são presos no Sul de Minas”. “Foram presos na noite de quinta-feira dois médicos acusados de envolvimento em um esquema de tráfico de órgãos em Poços de Caldas, no Sul de Minas. Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram julgados no ano passado pela morte de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, que caiu do prédio onde morava, em abril de 2000. Segundo o Ministério Público, o menino foi levado para o pronto atendimento da cidade e, além de passar por procedimentos médicos inadequados, teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado”. A base para criminalização está contida nesta oração: “teve os órgãos removidos para transplante por meio de um diagnóstico de morte cerebral forjado”. Isso porque os órgãos para transplante são retirados com o doador ainda “vivo”, ou seja, respirando e com o coração batendo, mas tecnicamente morto – após a morte efetiva inicia-se o processo de necrose e os órgãos não podem mais ser utilizados, pelo pouco que sei. Pois bem, que autoridade atestou a falsidade dos exames que detectaram morte cerebral? A informação que temos é “Segundo o Ministério Público…”. “Segundo o Ministério Publico” não é informação nenhuma. Em que o Ministério Público se baseou para apresentar a denúncia, onde estão às referências aos protocolos e registros médicos, como a comunidade médica e universitária se posicionou sobre o ocorrido? Que fim foi dado aos órgãos retirados? Que hospital fez uso deles, era um hospital público ou particular, quem foi o receptor desses órgãos, qual a sua condição social?

      Para responder a estas questoes, vou utilizar trechos da auditoria realizada for peritos medicos especializados do Ministerio da Saude. A auditoria foi a base para o INICIO das investigaçoes. Muitas coisas foram descobertas depois disso que sequer estao nas auditorias. A auditoria usou como base o prontuario de Paulinho e de outras vitimas, e nao manchetes de jornais. Vejamos o que eles disseram:

      – Os prontuários são precários, com dados insuficientes e mesmo com ausência de dados indispensáveis, como registro das avaliações médicas (evolução médica), descrição de cirurgia, resultados de exames e outros. Há incoerência de dados, inclusive entre os registros dos profissionais. No caso de PAULO VERONESI PAVESI, a análise foi realizada tendo como base as anotações da enfermagem, tal a precariedade dos registros médicos.- Os documentos e prontuários são insuficientemente preenchidos, com freqüentes ausência de assinatura e dados e presença de rasuras. No caso de Paulo Pavesi, conforme se constata no atestado de óbito, não há registro da segunda avaliação clínica, faltando clareza quanto ao diagnóstico clínico de morte encefálica.- No caso de transplante entre vivos não há protocolo no Ministério Público em atuação na área de residência do doador, necessário pela legislação. (art. 15 § 5 – Dec. 2268/97).- Não houve solicitação de autorização do médico legista para a retirada dos órgãos em caso de morte não natural: No caso de Paulo Pavesi também não foi realizada a necropsia, conforme atestado de óbito e declaração da Diretora Clínica da Santa Casa de Misericórdia.- Os documentos referentes à morte encefálica são arquivados fora do prontuário dos pacientes doadores contrariando a RES/CFM/1480/97.- Não observou a sistemática obrigatória de comunicação/encaminhamento dos órgãos excedentes (no caso córneas) para Central de Minas Gerais, tendo as enviado para a entidade PARTICULAR (Instituto Penido Burnier) em Campinas (SP), no caso de Paulo Veronesi  Pavesi.- A notificação teria sido feita por funcionária da enfermagem – Elisa – e não por um médico assistente do caso. O  aviso teria ocorrido às 13:00h de 20/04/2000, momento em que o coordenador já comparecia ao hospital, já havendo inclusive, conforme relatório, a concordância da família. OBSERVAÇÃO: Neste momento não havia sido realizado qualquer exame clínico que atestasse a morte encefálica do doador. Não há, no prontuário, qualquer anotação de comunicação médica do fato.- Não foram localizadas as radiografias e a tomografia ou mesmo os laudos nos serviços consultados – Santa Casa, Casa de Saúde Pedro Sanches e Central de Captação -, um atribuindo ao outro a retirada.- Não constam do prontuário do paciente o laudo radiológico evidenciando a não progressão do contraste nas artérias intracerebrais e o diagnóstico clínico de morte encefálica, estando apenas a anotação e descrição cirúrgica de retirada de múltiplos órgãos (rins) e uma amnese assim descrita  “morte cerebral por trauma craniano, autorizada (?) Doação dos órgãos pela família”Infelizmente esta auditoria foi censurada e a imprensa negou-se a divulga-la. 
       Outra coisa, nenhuma informação sobre as circunstâncias da queda do garoto.

      Nenhuma informaçao sobre as circustancias da queda? Ele nao teve acesso aos autos? E as circustancias da queda inocentaria o que os medicos fizeram? Vejamos: Suponhamos que Paulinho tenha sido vitima de um empurrao ou qualquer coisa do genero. Esta documentado que ele chegou no Hospital vivo, falando e em Glasgow 10. O que muda as “circustancias” da queda, em relaçao ao atendimento? O blogueiro repete um mantra instalado pelos acusados, de que eu, como pai, sou o responsavel pela morte do meu filho. Segundo eles, eu deveria estar sendo julgado. Os medicos sao inocentes depois de terem administrado uma anestesia geral em uma criança excessivamente dopada, e retirado os orgaos quando ainda estava vivo conforme documentos escritos pelos proprios punhos dos assassinos. Mas eu sou responsavel por deixa-lo brincar na area de lazer do predio?? Qual a logica? Aqui a prova tem de ser eminentemente técnica, até porque não é o caso de júri popular. Foi um juiz apreciando os autos quem deu a decisão. http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/12/sentenca-de-medicos-… Dados não deveriam faltar. A menos que se possa provar que as informações dos prontuários não foram realizadas pelos médicos. Aí a falta delas seria prova contra eles.

      Até que enfim algo sensato! Ele tem razao. Faltam dados! Gostariamos de saber onde foi parar a tomografia realizada no atendimento de emergencia. O sumiço da prova, como diz o blogueiro, é prova contra eles. Onde esta a tomografia??? O blogueiro bem informado poderia nos mostra? A prisão preventiva, agora é hora? Imagino que essas informações existam, pois com tantas dúvidas, como seriam os médicos condenados?
      O processo esta a sua disposiçao blogueiro. Perca um tempo e leia o processo e voce encontrara o que precisa. Se voce nao se deu o trabalho, qualquer coisa que escreva é pura especulaçao. E pelo que vejo voce tem objetivos.
       Aí é que entram o tal “clamor da opinião pública”, a repercussão internacional do caso e a pressão sobre a primeira instância. Logo, o prudente seria que os réus aguardassem os recursos em liberdade, mesmo que se condenados em primeira instância. Mas foram presos preventivamente.

      Clamor da opiniao publica?? Depois de 13 anos de processo?? Parece que o tribunal anda meio surdo, nao é mesmo 13 anos de clamor da opiniao publica e a prisao so se deu apos 3 condenaçoes? vale lembrar: Os medicos foram condenados pela morte de Joao Domingos de Carvalho – que nao é meu filho – em 1a instancia, confirmada pela 2a instancia. Em seguida foram condenados pela morte de Paulo Veronesi Pavesi – meu filho – em 1a instancia. Quando a prisao deveria ser decretada? O que mais é necessario para deter um grupo de medicos que mata pacientes em serie? Ha outros 6 casos ainda a serem julgados.  “O pedido de prisão preventiva dos médicos foi feito pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas,…”. Prisão preventiva? Baseada em que? Estamos falando de um caso ocorrido há 14 anos. Logo, se os médicos haviam de fugir já o teriam feito, mas não foi o caso, e houve tempo mais do que suficiente para investigações e coleta de informações, não haveria mais o que esconder ou a que testemunha coagir. Qual a justificativa para a “preventiva”? Justificativa: “Até o trânsito em julgado das sentenças condenatórias, muito tempo irá passar, pois recursos e mais recursos serão impetrados, dado o poderio financeiro dos réus e a infinidade de recursos à disposição (por uma legislação retrógrada, pouco afinada com os dias atuais)”, observou o magistrado.  Então, os réus são condenados porque o sistema jurídico é lento e a legislação retrógrada? O juiz monocraticamente aboliu o princípio da presunção de inocência, base do Estado Democrático de Direito, e cassou-lhes um direito constitucional? O de responder em liberdade até trânsito em julgado, o direito da ampla defesa.

      Principio da presunçao de inocencia quando as provas dizem que sao culpados. Neste caso nao é principio da presunçao da inocencia e sim atestado de impunidade, que sao coisas bastante diferentes.O que leva uma pessoa a gastar tempo em um assunto que nao lhe diz respeito, sem conhecer o processo, os documentos e toda a historia, para inocentar pessoas que comprovadamente praticaram um crime. O proprio advogado da Associaçao de Medicos de Poços de Caldas reconheceu que a lei nao foi respeitada. Trata-se de prisão preventiva ou antecipação de pena? Um juiz justo ainda que severo ou mais um caso “barbosiano” de voluntarismo judicial? “O processo do “Caso Pavesi” foi marcado por muita polêmica e, no ano passado, o juiz Narciso Alvarenga voltou a presidir o caso após ser cassada uma liminar, obtida pela defesa dos médicos no TJMG, e que previa sua substituição. De volta à função, há cinco meses ele iniciou o julgamento sobre a morte do menino ocorrida há mais de 12 anos e que repercutiu no mundo todo”. A resposta à pergunta formulada está nas razões que levaram o TJMG a primeiramente afastar o juiz por suspeição e depois reconduzi-lo ao caso. Não obtive tais informações. Da resposta também faz parte o julgamento do juiz a respeito de si mesmo em relação à sua capacidade de se manter isento.

      As informaçoes estao disponiveis para quem quiser ve-las. Basta ter carater para procura-las e so depois de acessa-las emitir opiniao. Dizer que nao encontrou as informaçoes parece ser um meio facil de refutar a verdade. “Eu nao sei, eu nao vi!”. Partindo deste principio, todos os presos sao inocentes, pois jamais vi qualquer informaçoes sobre eles. Simples nao é mesmo?

      Neste ponto, o blogueiro questiona o carater do magistrado, que ao meu ver deveria tomar providencias para que ele demonstrasse onde o Juiz deixou de ser isento. Em seguida, acusa o magistrado de aplicar penas acima da prevista em legislaçao, consequentemente burlando a lei. Isto seria crime. O Caso Pavesi se desdobrou em outros e já houve condenações dos médicos. Condenações essas que foram revistas pelo TJMG porque o juiz teria estabelecido penas acima das previstas pela legislação.

      Sim meu caro blogueiro. O caso unico Pavesi seu inicio a outros 8 casos. Logo nao se trata de exclusividade do meu filho. Nao ha porque me colocar do outro lado do balcao quando estas outras 7 familias tambem foram vitimas. Como disse no começo, apenas denuncia um superfaturamento da conta do hospital, e todo o resto veio atraves de investigaçoes que nao fui o autor. http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/02/26/interna_gerais,502385/tjmg-reduz-penas-de-medicos-condenados-por-trafico-de-orgaos.shtml E quanto aos familiares do garoto? É extremamente sensível tratar de quem é vítima. Preferiria não. À família Pavesi a minha solidariedade de pai que já enterrou duas filhas. Muita dor, mas em situação muito menos traumática.

      Ahhh…. agora sim. Sua autoridade vem do fato de ter enterrado duas filhas. Mais do que eu que enterrei um so. Sendo assim, ele pode tambem entrar no merito da familia Pavesi. Vamos ver onde ele pretende chegar! Só o faço porque algumas lacunas de informação que não pude preencher me incomodam. Entre elas a família do garoto. Só obtive informações sobre o pai. Estranhamente não há nenhuma referência à mãe ou aos avós. Onde estariam, o que sentiriam, teriam acompanhado o pai na trajetória que mudou sua vida após os acontecimentos? Não encontrei informações.

      Onde estariam os avos de Paulinho, insensiveis a toda a tragedia, e que nao sao vistos com cartazes pelas ruas chorando a morte do neto? Que raio de vitima sao estas tao frias? 

      O avo materno de Paulinho faleceu vitima de cancer ha muitos anos. No inicio ele acompanhou os fatos, participando até da exumaçao. A avo materna de Paulinho recentemente sofreu um AVC e ja tem uma certa idade para vivenciar tudo isso. O avo paterno de Paulinho esta separado da familia ha mais de 25 anos, e realmente nao sei se esta interessado em saber o que fizeram ao neto. Ja a avo paterna faleceu vitima de infarto ha alguns anos. Ela tambem acompanhou o caso, participando até mesmo de algumas audiencias da CPI. Como podemos ver, a documentaçao existente do processo é duvidosa para condenar os medicos. Mas a ausencia da presença dos avos!! hummmm…. isso é muito suspeito.  Do O Estado de Minas: “Paulo Pavesi, de 44 anos, pai do menino que teria sido vítima dos médicos, há cinco anos foi para a Itália após receber ameaças de morte no Brasil”. A denúncia. A família deve ter sido consultada para autorizar a doação dos órgãos. Em 2000 não vigorava mais o decreto do Ministério da Saúde de José Serra que criava a figura do “doador presumido”. Foi revogado ainda em 1998. Autorizou e depois sentiu-se enganada? Que informação posterior serviu de base para terem chegado à essa conclusão?

      Mais uma vez, o blogueiro demonstra que desconhece profundamente um assunto que pretende abordar. A lei presumida ainda era valida quando o meu filho morreu e foi revogada apos a sua morte – e por causa dela. Para tentar aumentar as doaçoes de orgaos, ja que a lei de doaçao presumida fora revogada, o Ministerio da Saude publicou a lei 10.211 de 23 de março de 2001, autorizando o transplante intervivos, mesmo sem parentesco sanguineo, utilizando autorizaçoes judiciais, que antes era proibido. 

      A familia sentiu-se enganada quando percebeu que ao atender um apelo para beneficiar pessoas carentes e necessitadas de uma suposta fila unica, na verdade beneficio pessoas que pagaram para ter uma vida melhor em detrimento de tantas outras. Nao ha maior estelionato biologico do que este.  Aqui a informação vem do G1 de 22/02/2013. “A denúncia do hospital e da retirada dos órgãos teve início quando Pavesi [o pai] foi pagar a conta do hospital. “Eu percebi que tinha algo errado no prontuário que me mostraram. Tinha muitas rasuras e a cobrança era claramente abusiva. “Até então eu nem imaginava o que haviam feito, foi então que levei o caso ao Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos”, comentou”. Quanto às ameaças e ao asilo. “Fui ameaçado, intimado e humilhado”, disse o gerente de sistemas Paulo Pavesi, de 44 anos, que em 2008 precisou pedir asilo à Itália para sair de Poços de Caldas (MG) após denunciar irregularidades na retirada de órgãos do filho Paulo Veronesi Pavesi, em 2000”. Tem algo estranho aqui. As datas. O caso é de 2000, mas só em 2008 ele sente a necessidade de pedir asilo. Pedir asilo?

      Ahhh… descobriu! Por que somente depois de 8 anos pedir asilo? Talvez seja pelo mesmo motivo que o juiz em 2014 pediu reforço da segurança do forum e passou a despachar armado. Ameaças tem prazo? Vejamos como seria: Eu vou te matar entre 12/04/2002 a 24/09/2005! Seria assim? As ameaças.  “A cidade se voltou contra mim e me apontaram como alguém que queria destruir a Santa Casa. Passei a receber e-mails e recados de todos os lados. Me denunciaram à Justiça por injúria, calúnia e difamação, até eu deixar a cidade”, contou”. A cidade com certeza não se voltou contra ele. Mas é possível que algumas pessoas sim. Havia emails, foram feitas diligências para identificar quem fazia as ameaças? Seria o caso de pedir proteção à Justiça. Mas asilo?

      Vamos esclarecer ao desinformado, se é que isto tem alguma valia. Realmente ao usar o termo “a cidade”, para aqueles que nao conseguem compreender certas expressoes, pode imaginar que 180 mil habitantes estavam me perseguindo. Mas quem mora em Poços sabe muito bem como foi e como ainda é. Carlos Henrique Marcondes, que o blogueiro parece nao conhecer, tambem achou que as ameaças nao seriam tao verdadeiras e hoje encontra-se enterrado em um cemiterio de Poços de Caldas com um tiro no ceu da boca. Em 2004, a CPI ofertou segurança mas recusei, até porque, a propria policia federal estava me processando. Diga-se de passagem, eu fui absolvido e a justiça reconheceu a perseguiçao.  O asilo. “Após desentendimentos com o Ministério Público durante o processo de investigação do caso que ficou conhecido como a Máfia dos Órgãos, Pavesi recebeu o convite de uma Ong italiana de combate à pedofilia para apresentar o caso na Europa e em seguida pediu asilo ao país. “Eles entenderam que eu corria riscos e me apoiaram no pedido de asilo. Mas a mudança foi traumática. …”. Situação atual. Do G1: “Pedir asilo não é algo agradável. Fui enviado para um centro de asilados… Era monitorado durante 24 horas, embora tenha sido muito bem tratado. Contudo, a Itália hoje é a minha pátria. Amo o país como se estivesse nascido aqui”, disse. [Paulo Pavesi, o pai]. “Com o asilo, Pavesi ficou longe do Brasil, mas não deixou de acompanhar o caso, as investigações e posta em um blog na internet fatos referentes ao processo. Participou também do documentário italiano Human Organ Traffic (HOT), que aborda o tráfico de órgãos no mundo”. Do O Estado de Minas: “Hoje morando em Londres, ele acaba de lançar um livro relatando a história da suposta “Máfia dos Órgãos”. A obra está à venda numa livraria eletrônica, mas também pode ser baixada gratuitamente pela internet. Nela, Pavesi relata em mais de 400 páginas sua versão de como tudo ocorreu e ainda narra as ameaças que o obrigaram a trocar o Brasil pela Europa”. O futuro. Do G1: “Ele [o pai] conseguiu a cidadania italiana um ano após chegar ao país e não precisou mais do asilo. No entanto ele não pretende voltar ao Brasil, nem mesmo para acompanhar o julgamento dos quatro médicos indiciados por homicídio doloso pela retirada dos órgãos do garoto de 10 anos. “Não volto mais para o Brasil. Não vale a pena. A minha presença não vai mudar em nada o julgamento e depois de tudo que vi, não posso afirmar que haverá julgamento. Temo que o juiz não fique muito tempo no cargo, já que está afrontando os poderes da cidade”, destacou”.  Não tenho condições nem autoridade para fazer juízo de valor sobre isso, mas a dúvida persiste. E a mãe e os avós, onde estão? Qual a posição deles?
      O blogueiro tem certo fascinio pela minha familia, em especial os avos, e agora tambem a mae. Mas nao vi ele perguntar dos familiares das outras vitimas. Tenho a sensaçao que isto deve ser alguma tara ou desordem psicologica do autor.
       http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/02/pedi-asilo-apos-sofrer-ameacas-diz-pai-de-menino-com-orgaos-doados.html Do risco do uso político do caso. Não acredito que o caso esteja contaminado de viés político. Imagino que se há contaminação é de caráter midiático. Porém, isso pelo menos foi tentado. É o caso dos dois artigos de Leandro Fortes na Carta Capital, onde ele trata por “acusado de tráfico de órgãos” ao deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB-MG), então  presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e ex-assessor especial do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Leandro é um craque e ao terminarmos de ler suas matérias não temos dúvidas da existência da “máfia” e de sua periculosidade. Embora não sejam exatamente “provas” o que Leandro Fortes apresente. Em relação a Carlos Mosconi no artigo “Um Feliciano piorado na Assembleia mineira” de 17/04/2013 temos o seguinte: http://www.cartacapital.com.br/politica/um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira “Médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado”. O que é um “idealizador”? Não é o dono, não é o sócio, então o que é? Leandro explica: “O registro de criação da MG Sul Transplantes, em 1991, está publicado em um artigo no Jornal Brasileiro de Transplantes (volume 1, número 4), do qual os autores são o próprio Mosconi, além de …”

      Leandro já escreveu muitos artigos para jornais, é responsável pelas suas palavras, mas não pode ser responsabilizado pelo assunto do qual se trata o artigo. Pode? Claro que não é só isso. “Scafi era sócio de Mosconi em uma clínica da cidade”. Mas se ambos são médicos, qual o problema? Leandro não vincula essa clínica ao caso, apenas cita a sociedade. 
      Nao ha problema nenhum em ser socio de outro medico. Porem, quando percebemos que foi criada uma central clandestina de transplantes, que gerenciava suas proprias listas de esperas e cobrava por isso, ai a coisa muda. E é desta sociedade que estamos falando. Alias, se nao é problema nenhum ser socio de Mosconi, por que entao negam a existencia da sociedade? Se nao é crime, qual o problema em ser socio?
       “O nome de Mosconi apareceu na trama em 2004, durante a CPI do Tráfico de Órgãos [o Caso Pavesi acabou desdobrado em uma CPI]. Convocado pela comissão, o delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da Polícia Federal, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fornecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha, por 8 mil reais. A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais”. O artigo informa que a Carta Capital tentou ouvir Carlos Mosconi, mas não informa se buscou explicações junto ao Ministério Público Estadual de Minas Gerais sobre o sumiço da tal carta.

      O sumiço da tal carta esta explicitado em uma das sentenças que condenou os medicos de Poços de Caldas. Eu nao sei se Leandro Fortes teria a obrigaçao de questionar o MP que nao se manifestou depois da sentença. Leandro Fortes, ao menos teve a disposiçao de le-la. Ao contrario do blogueiro que agora deixa claro que esta defendendo Carlos Mosconi. Nao foi somente a carta que desapareceu. Desapareceu tambem a arma do “suicidio” do administrador do hospital. O outro artigo de Leandro Fortes sobre o caso é de 18/04/2013 para o site da Carta Capital – A dor de Paulo Pavesi, e trata basicamente do mesmo assunto. http://www.cartacapital.com.br/politica/a-dor-de-paulo-pavesi O que dizer de tudo isso? Que em 2000 um garoto sofreu um acidente, foi levado a Santa Casa de Poços de Calda onde veio a falecer e teve seus órgãos doados. Isso é fato. Mas não é tudo, o Caso Pavesi envolve médicos e monstros, espero que ao final a Justiça aponte de qual lado do balcão eles estiveram. PS.: 1 – o TJMG concedeu habeas corpus aos médicos.
      Da mesma forma que o juiz mandou prender, o TJMG tem poderes para solta-los. Nao vejo nenhum problema nisso e isto se chama democracia. No futuro, o TJMG podera até mesmo absolve-los. Nada impende. Alias, tudo indica que o fara. O blogueiro esta justamente pavimentando isto.  http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/03/apos-um-mes-presos-m… 

      2 – não consegui encontrar na internet como fazer o download do livro. No meu caso, nenhuma novidade.
      Neste exato momento ha o registro de 4.352 downloads do livro. Se o blogueiro nao é capaz de fazer um download, significa que todos sao inocentes e eu devo ser o monstro atras do balcao. Me admira que nao tenha lido sequer o livro para escrever tantas asneiras. 

      A pergunta que fica é: O que leva a alguem destinar tanto tempo para escrever algo em beneficio de assassinos e traficantes de orgaos, sem qualquer base de informaçao, contrariando investigaçoes e processos judiciais?

      Fica aqui minha resposta.

      http://ppavesi.blogspot.com.br/

      1. Pessoal, tentei ler o post do

        Pessoal, tentei ler o post do pai garoto anexado aqui pelo Daniel e quase fiquei maluco. Explico, o post que o pai do menino assassinado fez é uma resposta a um post aqui do Nassif. Para tanto, ele colocou o post do Nassif em letras brancas e seus comentários em letras amarelas, de maneira intercalada. De modo que se você tentar ler tudo em preto como está não tem como saber quem escreveu o que.

        Por favor, leiam o post do pai do garoto no link abaixo (o mesmo que o Daniel já tinha colocado, eu sei)

        http://ppavesi.blogspot.com.br/

      2. A dor da gente não sai no jornal.

        Prezado Daniel,

        muito obrigado pela informação. Eu a desconhecia.

        Um post que não subiu para a página principal normalmente não é lido senão pelos colegas mais assíduos deste blog. 

        Mas são aquelas coisas da internet que a tornam maravilhosa e assustadora. Meu post, de alguma forma, acabou por chegar a Paulo Pavesi que publicou-o no seu blog sem ter me informado disso. Não que precisasse fazê-lo, mas já que pretendia criticá-lo, talvez tivesse sido elegante.

        Não vou tecer nenhum comentário sobre as respostas do Paulo Pavesi ao meu post. Como poderia? Creio, contudo, que ele poderia tê-las dado no meu blog. Não o fez.

        O post não era dirigido a ele nem a ninguém, apenas às minhas divagações. Porém a simples publicitação de meus questionamentos sobre o caso já parece tê-lo ofendido tanto. Sinto muitíssimo.

        Apenas uma informação: não, não sou financiado pelo Nassif.

        1. Obrigado pela resposta,

          Obrigado pela resposta, Sérgio, Pelo que entendi do caso o pai do menino é extremamente passional e exagerado e tomou a coisa como mote a vida toda, vive em função disso. Evidentemente deve estar exagerando.

          Creio que ele tenha confundido um erro médico – que parece estar provado – com um crime e a existência de uma quadrilha.

          Agora, por outro lado, é uma situação peculiar a destes médicos que, cuidam eles mesmos de retirar órgões e ganham com os transplantes. Ou seja, é uma evidente situção de conflito de interesses, que, obviamente, pode motivar e induzir a erros médicos, no sentido de aumentar os ganhos.

          É a mesma situção do médico que faz a consulta sobre a necessidade de uma cirurgia, sendo que é ele próprio quem fará a cirurgia. É claro que se ele vai ganhar com o caso, ele tará interesse em induzir a cirurgia. É o conflito de interesse.

          Entendo a situação do Nassif, muito provavelmente os médicos foram apenados exageradamente mesmo, não devem ter assassinado o menino.

  13. Bom, andei dando uma lida

    Bom, andei dando uma lida neste caso pela internet.

    Nâo é nada fácil.

    Eu chutaria que não mataram o garoto para transplantar órgões, provavelmente não. É meio forçado.

    Mas tudo indica que haviam sim diversas irregularidades nesses transplantes ocorridos na cidade.

  14. Caso Pavesi

    Não sei se são inocentes ou culpados. Mas o CRM e o CFM já deram muitas provas de que não são confiáveis e sempre tiveram fama de corporativistas.

  15. Tem muitos colegas aqui,

    Tem muitos colegas aqui, simpatizante  ou petistas, como eu que estão se valendo do mesmo método usado pela Direita, condenar antes do trânsito em julgado. Quando é para a gente se afastar desse tipo de comportamento, tem gente que insiste em se igualar com os porra-loucas da seita anti-PT.

  16. Espero o trânsito em julgado em segund instância p/ avaliar…

    Vamos ver se o segundo tribunal corrobora o veredito do juiz de primeira instância. Se corroborar, acreditarei mais nos juízes que nos órgaos corporativos (e sobretudo corporativistas…) dos médicos. E afinal o tipo de raciocínio usado pelo Nassif estará valendo para os dois lados… 

  17. Mordomos

    É muito curioso o comportamento da maioria dos comentaristas aqui

    Sempre uma postura de criminalizar medicos

    Na dúvida não há dúvida, medicos aos leões

    Freud explica

  18. Tá igual ao mensalão…

    Está tudo no colo dos médicos. Onde foram parar os órgãos?  A família deu autorização para a retirada? Existiu fura fila na lista de doentes necessitados? Quantos médicos deram o atestado de morte cerebral? Existiu médico, que deu o atestado de morte cerebral, interessado ao transplante dos órgãos? 

    Muita ponta solta.

  19. O ultimo post sobre este tema

    O ultimo post sobre este tema foi colocado num sábado de manhã… bem perdido… quase sem comentários. Não comentei na época mas guardei o que iria postar.  Segue aí.

    O titulo do post está errado e o do uol está mais correto.

    “Por unanimidade CRM absolveu médicos CONDENADOS por retirarem orgãos de menino vivo”

    Na noite que li no DCM esta história fiquei sem dormir por horas. Pensar que isto poderia acontecer com um filho meu aterrorizou-me. Ver que isto aconteceu na “idilica” Poços de Caldas dobrou o terror.

    Mas o que me tirou o chão foi saber que um jornalista que admiro desqualificou a versão do pai, ignorando os documentos que serviram para estas condenações (ver o blog do pai do menino). Coisa de um pai que queria arrumar culpados e acabou desmoralizando respeitosas instituições. 

    A minha admiração não cessou, todos erramos. Porém neste momento o sigo com pé atrás em tudo o que a Minas, e principalmente Poços de Caldas, diga respeito. O PN sempre calca que jornalista não deveria ter amigos. O ideal é que viesse do ar, sem história ou lugar que lhe turvasse a visão.

    Entre a espetacularização ou a omissão de uma verdade, não sei o que é pior. Que sirva para reflexão.

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-caso-do-transplante?page=2

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-jornalismo-que-mata

    P.S. Não me admirarei se a decisão for revertida em algum tribunal superior. Um ex-governador, detentor das nomeações da cupula do judiciário, aparece em fotos ao lado de um suspeito.

    Admito que uma parte do que escrevi é idiota.. sem história?!… e quanta pretensão o troço da reflexão.. moleque. Mas estava escrito

     

    Mas vamos a Conselhos:

    – Não foi hoje que saiu a noticia de que o procurador que colocou o pedido do MP suiço na pasta errada, teve a investigação contra si arquivada pelo Conselho Nacional do MP?

    – Esse mesmo CFM já fez alguma coisa quanto aos médicos que recebem por plantões não dados?

    – Não se aventou cassar a OAB do Dirceu… Como se pronunciou a OAB quanto à prisão em regime fechado de um membro seu condenado a regime semi-aberto em um julgamento no qual não teve direito a recurso? INACREDITÁVEL!

    – E agora o conselho ao qual eu deveria ser filiado para poder exercer a profissão em que me formei, cujo diploma foi revalidado há quatro anos…. Tive de pagar advogado para conseguir por mandato de segurança o que  é meu de direito. Poder exercer no Brasil.

    1. Caso pavesi

      Fica claro que vários comentários  realizados neste caso contra os médicos ,para não dizer praticamente 99% foi postado pelo próprio pavesi ,usando vários  nomes . Pois e púbico e notório  o ódio e a perseguição  que pavesi  tem pelos médicos e por qualquer um que defenda  ,pense de outra forma ,ou vá  contra qualquer loucura que o mesmo diga. Além do CFM e CRM em seus pareceres deixar claro a inocência dos médicos ,vocês podem imaginar corporativismo destes orgaos com os referidos médicos porque???qual a razão para eles dar um parecer favorável em um caso que o pai (perigoso )faz questão de manter na mídia e acabar com qualquer um que seja contra o que ele quer que aconteça ?Todos os casos graves que outros médicos  no Brasil responderam e foram culpados pela justiça ,também foram julgados pelo CFM e CRM e perderam seus registros de médicos .porque então somente neste caso haveria de ser diferente ?ora por favor! Além disso os médicos não ficam aparecendo na midia toda hora ,os mesmos estão se defendendo com sérios e fidedignos documentos da polícia federal,da auditoria do Denasus ,auditorias do Mg transplantes ,ministério da saude  entre outros que vai provar a inocência dos mesmos ,não através deste juiz contaminado e não para o pavesi que obviamente não briga e nunca brigou por justiça na morte do filho e sim por interesses e para sair VENCEDOR como o homem que prendeu médicos traficantes de orgaos e principalmente seu grande alvo para se aparecer e usar isto ” O deputado do PSDB”. E mais una coisa , este juiz passa todas as informações para o mesmo antes mesmo de sair resultado no TJMG ,pavesi lança sempre as decisões em seu blog “em primeira mão “. Ligação muito perigosa ente juiz e interessado .

      Neste caso todos os médicos são INOCENTES !!!!! O Blog do pavesi  é a maior manipulação psicológica já feita  para leigos o mesmo pública tudo minuciosamente da maneira como ele pensa e quer que os outros pensem e não como na realidade é! 

      1. Por favor, nosso país
        Por favor, nosso país infelizmente compactua com muitos atos ilícitos, como podemos ver toda a situação que estamos passando hoje! Negar os fatos? Negar as provas? Absurdo! Quem tem filhos, sobrinhos, netos tem que ter medo mesmo de morar em um país em que médicos, advogados,juízes, políticos fazem o que querem e conseguem burlar e fugir de suas responsabilidades! Dinheiro move montanhas neste país e isto já foi comprovado!!!! Dizer que um pai por correr atrás da verdade da morte do filho é perigoso? Faça-me o favor e recomponhasse! E aqui não é o pai da criança escrevendo não, é uma mãe que tem medo que seu filho encontre um ser humano sem amor pelo caminho!!!

  20. Caso Pavesi

    Infelizmente, depois do episódio do “Mais Médicos” com os médicos cubanos, o CRM de Minas Gerais e o CFM perderam a credibilidade.

  21. Quem confia em CRM ? Eu não,

    Quem confia em CRM ? Eu não, até que provem e muito bem. Se haviam rasuras, datas modificadas no prontuário, morte do Administrador do Hospital, sumiço de provas contra os médicos. Sei não, são muitos corporativos para o meu gosto.

  22. O presidente do conselho de

    O presidente do conselho de medicina tão zeloso com os médicos cubanos, absolve médicos brasileiros que retiravam órgãos dos pacientes, ainda vivos, para vender. E os familiares das vítimas? Que se dane.
    Lembrando que o chefe da Máfia dos Órgãos é deputado estadual do PSDB-MG.

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