Casos de dengue serão detectados em 20 minutos com aparelho da USP

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da Agência Brasil

Pesquisa da USP desenvolve aparelho que detecta dengue em 20 minutos

Um aparelho portátil e de baixo custo, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), é capaz diagnosticar com precisão os pacientes com o vírus da dengue em apenas 20 minutos, já a partir dos primeiros sintomas. A novidade está sendo possível porque um estudo mostrou alta concentração da proteína NS1, produzida pelo vírus. Atualmente, o exame para detectar a doença só pode ser feito no sexto dia, o que faz com que ela seja confundida com outras infecções e nem sempre tratada da forma adequada. A demora no diagnóstico pode levar, especialmente nos casos de reincidência, à morte.

“O teste convencional não pode ser feito nos primeiros dias, porque ele mede a concentração de anticorpos. [O paciente] tem que ter quadro avançado de dengue. O novo aparelho detecta a proteína já nos primeiros dias”, disse o professor Francisco Guimarães, responsável pelo estudo. O dispositivo, similar ao que é utilizado na medição de glicemia, funciona da seguinte forma: o anticorpo que reage à proteína NS1 é cultivado na gema do ovo. Em seguida, ele é colocado em alta concentração sobre uma membrana metálica, a qual em contato com o sangue infectado, reage eletricamente.

Guimarães destaca que a utilização de ovos de galinha para produzir os anticorpos foi uma das formas encontradas para baratear o custo do produto. “A gente gerou fora do corpo humano, sem usar animal, e isso faz com que o preço fique muito baixo. Apesar de o corpo ter milhões de proteínas, só aquela do vírus da dengue se liga ao anticorpo”, explicou. O aparelho deve custar entre R$ 100 e R$ 200. “A ideia é que todo posto de saúde, mesmo em lugares mais remotos, possam fazer o teste rápido, sem que o sangue tenha que ser levado para grandes centros. Evita-se a demora no resultado, pois é um teste direto”.

O professor espera que, em no máximo dois anos, o dispositivo esteja disponível para venda. “Fizemos o protótipo, mas ele tem que passar ainda pela etapa de desenvolvimento do produto, de validação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], de produção e só então a etapa de venda. Esse é o prazo mais otimista”, avaliou. A próxima fase da pesquisa é desenvolver biossensores que identifiquem o tipo de vírus da dengue. “Se o paciente pegou o tipo 1 e na cidade está alastrando o tipo 3, a chance dele ter hemorrágica é grande, pois é preciso ser infectado por vírus distintos. Por isso a importância de identificar o tipo”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. UM FATOR QUE LEVA A EPIDEMIA DE DENGUE

    O VERÃO SECO.

    Dois pontos devem ser observados, além das medidas que a vigilância sanitária já tem feito e que a população, quando mais inteligente, colabora.

    I- Poucos estão falando e acho que aí reside uma das falhas da vigilância sanitária em todo o País: a maturação dos ovos podem variar, segundo vários fatores. Quando o clima é quente e úmido e rápido. No entanto,  em tempo seco, podem durar até 450 dias.

    Assim, o agente chega a um local e o vê totalmente seco e não percebe que, dentro de uma lata seca, existam ovos que ainda não maturaram e acreditam que o local está em ordem. Mas não está: logo ao primeiro momento de chuva ou alguém que jogue água no local e pronto, vem aí a eclosão do mosquito. É importante pois uma fêmea pode gerar, em sua vida, mais de 1500 mosquitos.

    Bastou, assim, logo depois deste verão seco uma chuva mesmo fraca para a eclosão dos ovos e, daí, um resultado que está passando e muito dos limites do razoável.

    2 – Ainda, neste verão seco, no caso da cidade de São Paulo, hoje sujeita ao racionamento de água, fruto da incompetência da SABESP, milhares de pessoas estão guardando água em latas, baldes, garrafões abertos, durante o momento que ela chega, no rodízio já existente. Dali alguns dias, as fêmeas depositam ovos e que logo eclodem, na umidade e calor, infestando ainda mais com novos milhares de mosquitos e a dengue se duplica, triplica, quadriplica….

    Estes dois fatores, infelizmente, não estão sendo observados pela vigilância sanitária e não compreendidos pela população. Era importante um alerta geral sobre estes aspectos, poucos divulgados pela mídia e pelas autoridades sanitárias.

     

     

     

  2. pois eu li no site do

    pois eu li no site do ministerio da saúde que o brasil vai produzir o mosquito macho da dengue geneticamente modificado para o controle biologico da doença.esse mosquito seria estéril. soltos na natureza,  em quantidade muito maior do que os mosquitos normais, vão atrair as femeas, mas a prole não terá condições de chegar a vida adulta, reduzindo o numero de casos da doença. a tecnologia é nacional e a fabrica se localiza na bahia.

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