Cenário político volta a afetar bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O cenário de aversão ao risco no mercado brasileiro voltou a influenciar as operações na bolsa de valores brasileira: o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 0,20%, aos 50.365 pontos e com um volume negociado de R$ 5,151 bilhões.

Além do impacto pontual devido à temporada de resultados corporativos, a queda do índice também foi afetada pela queda das ações da Vale, devido à revisão para baixo da meta de crescimento da China neste ano. Os papéis ordinários da Vale (VALE3) perderam 4,36%, a R$ 19,50, enquanto os papéis preferenciais (VALE5), com prioridade na distribuição de dividendos, recuaram 4,08%, a R$ 16,94. Depois de apresentar queda expressiva na véspera, as ações da Petrobras fecharam em alta. Os papéis preferenciais da petroleira (PETR4) subiram 0,76%, a R$ 9,28. Os papéis ordinários (PETR3) avançaram 0,66%, a R$ 9,21.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, a preocupação com a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a ocupar as mesas de operações, devido à especulação de uma segunda lista com políticos a serem investigados, além dos 54 nomes que teoricamente estão presentes no primeiro levantamento.

No câmbio, a cotação do dólar avançou pelo quarto pregão consecutivo e passou de R$ 3 pela primeira vez desde agosto de 2004. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,03%, a R$ 3,012 na venda. Na noite da última quarta-feira (04), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 12,25% para 12,75% ao ano. Em meio a obstáculos políticos à adoção de cortes de gastos e aumentos de impostos, os investidores seguem preocupados com a possibilidade de que o ajuste das contas públicas brasileiras não seja tão forte quanto o considerado necessário.

A movimentação do setor externo também afetou o câmbio brasileiro, muito por conta da perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos – um aumento dos juros norte-americanos poderia atrair recursos atualmente aplicados em países que pagam mais, como o Brasil. Existe a expectativa de outros sinais no relatório de emprego do governo norte-americano, que será divulgado na sexta-feira.

No Brasil, o BC manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, com a venda de 2 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 1,7 mil com vencimento em 1º de dezembro deste ano, e 300 para 1º de fevereiro do ano que vem.

O BC também fez mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. Foram vendidos 7,4 mil contratos: 2,5 mil com vencimento em 1º de abril de 2016, e 4,9 mil para 1º de junho do ano que vem, em operação que movimentou o equivalente a US$ 358,1 milhões.

Para sexta-feira, os analistas aguardam a publicação do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Mercado) e do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no Brasil. No setor externo, destaque para o payroll (criação de vagas no mercado de trabalho), taxa de desemprego e crédito ao consumidor nos Estados Unidos; produção industrial na Alemanha; balança comercial da França; e o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro.

 

(Com Reuters e Valor Econômico)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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