Cerveró, Delcídio Amaral e as cláusulas que prejudicam a Petrobras

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Alexandre Costa

Ref: Jornal Naconal manipulou denúncias sobre Petrobras-Alstom

Olá Nassif, 

Delcídio do Amaral nessa época não tinha ligação partidária. Lembro que antes dele se filiar ao PT foi flertado por vários partidos, inclusive o PSDB. E não era a toa q ele era diretor importante da Petrobrás. Delcício foi indicação de Renan Calheiros.

De fato Nestor Cerveró foi diretor indicado por Delcídio e coordenardor/elaborador de contratos de uma operação com termoelétricas que causou prejuízo à Petrobrás em 2 bilhões na época de FHC (mais um dos escândalos esquecidos pela mídia na época de FHC).

Qual a causa central do tal prejuízo: Uma cláusula que garantia rentabilidade mínima às parceiras da Petrobrás mesmo que as térmicas não gerassem energia.

Hoje sabemos que o problema principal com relação à compra da refinaria de Pasadena são as cláusulas omitidas durante a reunião do conselho de administração. A cláusula Marlin se assemelha quase 100% à cláusula da época de FHC: garantia rentabilidade mínima de 6,9% à Astra independente dos resultados da refinaria.

Vc mesmo falou isso em: https://jornalggn.com.br/noticia/clausula-marlim-o-erro-central-na-compra-da-refinaria

Há ainda muita fumaça em torno da compra da refinaria Pasadena pela Petrobras. Juntando algumas peças dá para entender melhor o caso. O ponto central é a cláusula Marlim, pela qual a Pasadena teria que garantir 6,9% de rentabilidade mínima a um dos sócios – o grupo Astra – independentemente dos resultados.

Ou seja, Cerveró (pelo menos) por 2 vezes participou da mesma situação de cláusulas que prejudicaram a Petrobrás (vc vê no texto abaixo q o ministro Eros Grau não vê má-fé no primeiro caso). Mas a partir do instante que aparece uma segunda vez a mesma coisa, podemos pensar diferente.

Não entendo bulufas de contratos. Será que esse tipo de cláusula é assim tão normal?

De que lado está Cerveró?

Consegui encontrar uma matéria de 2005 do Estado de SP que reproduzo:

O Estado de São Paulo

Data: 17/06/2005

 

http://infoener.iee.usp.br/infoener/hemeroteca/imagens/88606.htm

 

Delcídio Amaral foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Delcídio era o responsável pela área que elaborou os contratos com as termoelétricas Eletrobolt e Macaé Merchant, controladas pelas companhias americanas Enron e El Paso, que causaramum prejuízo de pelo menos R$ 2 bilhões à Petrobrás.

Apesar da malsucedida operação no governo anterior, Delcídio emplacou vários nomes para a direção da Petrobrás e da BR Distribuidora na atual gestão, inclusive executivos que comandaram a negociação com as termoelétricas.

 

Nestor Cerveró, que era gerente-executivo da área de Energia, subordinada à diretoria de Delcídio, tornou-se diretor da Área Internacional da Petrobrás no governo Lula. Cerveró foi o coordenador do grupo de trabalho que selecionou os parceiros do malsucedido projeto de geração térmica, elaborou os contratos e conduziu a negociação inicial.

 

Os prejuízos causados pela operação são de conhecimento do governo e da presidência da Petrobrás, como demonstra um parecer encomendado pela estatal ao jurista Eros Grau, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), obtido pelo Estado. Embora parta do princípio de que não houve má-fé por parte dos representantes da estatal no negócio, Grau demonstra como uma negociação que minimizou riscos levou ao “enriquecimento sem causa” das parceiras da estatal, beneficiadas por uma cláusula que garantia rentabilidade mínima aos projetos, mesmo que as térmicas não gerassem energia.

 

Com Cerveró, o senador Delcídio conseguiu levar para a área outros envolvidos na negociação com as termoelétricas que tinham cargos no governo tucano. Entre eles, o atual gerente-executivo da área Internacional de Desenvolvimento de Negócios, Luiz Carlos Moreira da Silva, que respondia pela Comercialização e Marketing da gerência de Energia. Outro que conseguiu manter-se em cargo de confiança foi Rafael Mauro Comino, que respondia pelo Planejamento e Desenvolvimento da área de Energia. Hoje é gerente de Inteligência de Mercado da área internacional.

 

Hoje, Petrobrás

 

http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/03/entenda-compra-da-refinaria-de-pasadena-pela-petrobras.html

 

A presidente Dilma afirmou, após a abertura de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, que só aprovou a compra dos primeiros 50% porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era “falho” e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

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  1. Excelente!
    Mas “De que lado

    Excelente!

    Mas “De que lado está Cerveró?” esta claro desde o comeco das “reportagens”.  E ainda nao esta explicado como A OPOSICAO pediu e recebeu um contrato sigiloso da Petrobras faltando paginas, sem lacragem, e sem carimbo de “secreto” ou coisa parecida. So faltava um cartaz em vermelho:  “TEM COISA ERRADA AQUI”.  Logo pra mao da oposicao…

    Ta esquizito.  Se tem alguem muito mal na fita…  eh ele.

  2. O PT e suas atrações fatais

    Delcídio Amaral e tantos outros alienígenas que vemos pulular aqui e alí na mídia são provas cabais de como o PT tem uma atração fatal por currículus comprometedores oriundos de escolas FHCs e similares.

    Então, que curtam suas escolhas, certamente bem calculadas do ponto de vista de perdas e ganhos.

    Enquanto isso as eleições estão chegando e, falando francamente, para mim esse governo que temos está mais parecendo um corpo estranho ora entrando em processo de rejeição.

  3. Detalhe, que muda tudo

    Pequeno detalhe. a chamada cláusula Marlin nao foi usada. E o Nassif se equivocou ao chamar a atenção que esse seria o grande problema do contrato de compra de Pasedena.

  4. IGNORÃNCIA

    Sim, senhor Alexandre, concordo em gênero, número e grau com suas palavras: O Senhor não enende nada de contratos.

    Vocês estão muito atrasados. Precisam ler os artigos do Rosário (Cafezinho), com suas investigações que demonstram claramente que a maior parte do que diz a oposição são aleivosias decorrentes da ignorância e de má fé.

  5. Se os governos não

    Se os governos não precisassem tanto fazer carinho e afagos aos políticos, que querem por que querem cargos importantes, muitos problemas seriam evitados. Para empresas como a Petrobrás só deveria assumir postos pessoas capacitadas, que compreendessem a engrenagem da máquina, que fossem realmente credenciadas para tal. Infelizmente a meritocracia fica distante quando o governo tem, por força, que dar seu jeitinho. Não nos esqueçamos de Roberto Jefferseon, um dsqualificado, que mais atrapalhou que ajudou ao governo.

  6. Não tem nada haver com o

    Não tem nada haver com o post.

    Quero saber o que é no regulamento do Petrobrás  : Gerente de Sourcing e Alianças Estratégicas

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