Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

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  1. Uma parábola rooseveltiana: advinhe para quem – Antonio Lassance

    Do Carta Maior – 13/04/2014

    http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/-Uma-parabola-rooseveltiana-adivinhe-para-quem/30720

    Uma parábola rooseveltiana: advinhe para quem – Antonio Lassance

    Grandes presidentes criam novidades que mobilizam o apoio popular, surpreendem os adversários com uma agenda renovada de mudanças.

    Olhemos a situação do país. A sensação é a de que o mundo vai acabar. Surge uma crise após a outra. A economia vai mal e não consegue reagir, por mais que o governo já tenha tentado de tudo.

    O comando do país está nas mãos de alguém que esbanja otimismo, que pede a todos que tenham confiança, mas apresenta resultados pífios. Mesmo seus aliados estão insatisfeitos e muitos já viraram as costas.

    Ao que parece, a pessoa a quem milhões de eleitores dedicaram seu voto, confiando em sua capacidade administrativa e em sua fama de competente, não parece estar respondendo à altura. Tem um estilo ultracentralizador e se prende excessivamente a detalhes pouco importantes.

    Estamos falando do presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Delano Roosevelt. Até o início da década de 1940, o país ainda não havia se recuperado da grande depressão do início dos anos 1930. Ao contrário, teve uma recaída que a oposição chamou de “a recessão de Roosevelt”.

    O presidente tinha um estilo rígido de gestão baseada em comando e controle, além de gastar seu tempo cuidando de tudo nos mínimos detalhes. A construção do Pentágono só começou a sair do papel depois de Roosevelt ter discutido o projeto e feito inúmeras recomendações, como se arquiteto fosse. Dizia que o prédio era grande demais, se transformaria em um alvo fácil para ataques, justo onde funcionaria o quartel general das operações de guerra. Reclamava até que tinha muitas janelas.

    Roosevelt é hoje considerado um dos grandes presidentes americanos, junto com Lincoln. Foi o único a ter sido eleito três vezes. Ganhou a guerra. Tirou o país da recessão. Muitos cogitam até que, se não tivesse morrido em 1945, daria um rumo à política externa que livraria o mundo da Guerra Fria. Difícil saber.

    Mas uma coisa é certa: não foi como arquiteto, nem cuidando de detalhes que Roosevelt se tornou “grande”. Também não foi por seus resultados, muitos deles tardios, que ganhou aprovação.

    Rossevelt tinha apoio popular e venceu seus adversários políticos deixando claro seu projeto de nação, enfrentando o sistema financeiro que havia levado o país à bancarrota e à depressão, criando um sistema de proteção social amplo e, sobretudo, apontando para o futuro.

    Em 1944, já debilitado fisicamente, mas ainda um gigante na política, Roosevelt trouxe a ideia de uma nova carta de direitos, voltada a orientar a economia do país para que cumprisse objetivos de igualdade social.

    Seria uma “carta de direitos econômicos” para garantir emprego, segurança alimentar, habitação, vestuário, lazer, assistência média, previdência social, educação – coisas com as quais todos supostamente deveriam concordar.

    Em meio a isso tudo, uma heresia: tornar a economia livre da competição injusta e dos monopólios. Não uma economia antimercado, mas um mercado repleto de pequenos empreendedores, mais do que de empresas mamutes.

    Roosevelt estava reinventando seu terceiro mandato. É isso que grandes presidentes fazem. Criam novidades que mobilizam o apoio popular, surpreendem os adversários com uma agenda renovada de mudanças, desafiam o mercado a se comportar como mercado, e não como cartel ou monopólio.

    Esta é uma história que acabou de completar 70 anos. Permanece incrivelmente atual, não só para o país de Roosevelt. Serve para o Brasil também, a quem interessar possa. Para bom entendedor, meia parábola basta, para saber de quem estamos falando.

    (*) Antonio Lassance é cientista político.

  2. Caluniador de filho de Lula na internet é ‘executivo do institut

    Caluniador de filho de Lula na internet é ‘executivo do instituto FHC’

    Publicado abril 14, 2014 r Uncategorized 8 Comments

    Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, pediu a abertura de um inquérito no 78º. DP, na capital paulista, para a identificação dos responsáveis por boatos na internet de que seria dono de grandes áreas de terra e supostas mansões e aviões, além de empresas. Uma das áreas mostradas é, na verdade, da Escola Superior de Agricultura (Elsalq), de Piracicaba.

    Pescado do Diário do Centro do Mundo

    Xico é pai de Daniel Graziano, um dos responsáveis pelas calúnias contra Lulinha

    Xico é pai de Daniel Graziano, um dos responsáveis pelas calúnias contra Lulinha

    Seis internautas já foram chamados a depor. Apenas um, Daniel Graziano, ainda não compareceu. Daniel é gerente administrativo e financeiro do Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), ligado ao ex-presidente tucano.

    É filho de Xico Graziano, coordenador da área de internet do pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves. Procurado no iFHC, ele não retornou. Os outros intimados – Roger Lapan, Adrito Dutra Maciel, Silvio Neves, Paulo Cesar Andrade Prado e Sueli Vicente Ortega – disseram acreditar que os comentários sobre compra de fazendas e aviões fossem verdadeiros e não teriam “pensado na hora de fazer as postagens”.

    O advogado de Lulinha, Cristiano Zanin Martins, diz aguardar o resultado das investigações para definir se entrará ou não com processo contra as pessoas que “macularam a imagem” de seu cliente.

    Lulinha mora no Paraíso, na capital paulista, numa área de classe média. No seu prédio, diz ele, nenhum morador conversa com ele. Por outro lado, diz ser abordado o tempo todo pelos porteiros, faxineiros, garçons e frentistas que querem bater papo e perguntar sobre seu pai.

    Saiba Mais: brasil econômico

    http://luizmullerpt.wordpress.com/2014/04/14/caluniador-de-filho-de-lula-na-internet-e-executivo-do-instituto-fhc/

     

  3. Eleitores de Aécio dizem não ter certeza se vão às urnas

    Eleitores de Aécio dizem não ter certeza se vão comparecer às urnas

     

    Pesquisa Ibope divulgada pelo jornal O  Estado de São Paulo   mostra que o eleitor de Aécio Neves (PSDB) é o menos entusiasmado em comparecer às urnas. De acordo com os números, 76% dos que declararam voto no tucano disseram que vão votar “com certeza”. Essa convicção chega a 83% entre os eleitores de Dilma Rousseff (PT) e de Eduardo Campos (PSB). O porcentual de eleitores de Aécio que dizem que “provavelmente” irão votar é de 17%, contra 14% dos eleitores de Dilma e 14% dos de Eduardo.

    Entre os eleitores do tucano, 4% dizem que com certeza não irão votar contra 2% dos de Dilma e de Campos.

    Dos entrevistados que declararam que com certeza irão comparecer às urnas, 78% estão no Nordeste, onde Dilma tem a maior intenção de votos, contra 67% no Sul e 70% no Sudeste, onde Aécio tem seu melhor desempenho.

    Apesar disso, é Campos quem tem o maior porcentual de eleitores que disseram que, se o voto não fosse obrigatório, não compareceriam às urnas: 50% responderam que não votariam, contra 38% dos de Aécio e 35% dos de Dilma.

    A pesquisa foi feita entre os dias 10 e 14 de abril e foram ouvidas 2.002 pessoas. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

     http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/04/eleitores-de-aecio-dizem-nao-ter.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29

  4. Acusa a EEUU de violaciones de las leyes internacionales…

    Estados Unidos niega el visado a un diplomático iraní por su papel en crisis de los rehenes de 1979

    Irán mantiene a Abutalebí como embajador ante la ONU pese al rechazo de EEUU

    Acusa a EEUU de violaciones de las leyes internacionales y anuncia medidas jurídicas

    El diplomático Hamid Abutalebí.

    El diplomático Hamid Abutalebí. REUTERS

    EFE | DPA Washington | Teherán Actualizado: 12/04/2014 12:50 horas2

    Estados Unidos ha rechazado la solicitud de visado al diplomático iraní Hamid Abutalebí, elegido para representar a su país ante la ONU, por su papel en la crisis de los rehenes de 1979. El Departamento de Estado anunció que no permitirá que Abutalebí, un veterano diplomático, entre en el país, recurriendo a una licencia consular que no suele utilizarse ante enviados a la sede de las Naciones Unidas en Nueva York, que goza de estatutos especiales.

    “Hemos informado a las Naciones Unidas y al Gobierno de Irán que no vamos a emitir el visado” a Abutalebí, anunció Jen Psaki, portavoz del Departamento de Estado.

    Psaki no quiso abundar en las razones que han llevado al poco habitual rechazo del diplomático y se limitó a asegurar que Washington ya dejó “claro a los iraníes que su nombramiento no era viable”.

    Irán se mantiene firme

    Poco después de conocerse este hecho, Irán ha anunciado que mantendrá a su candidato y no presentará una alternativa. El viceministro de Exteriores iraní, Abbas Araghchi, acusó a Estados Unidos de violaciones de las leyes internacionales y anunció medidas jurídicas contra el país.

    La selección de Abutalebí, secretario político en la oficina del presidente Hasán Rohaní, ha abierto viejas heridas en Estados Unidos, donde un gran número de políticos expresó su sorpresa por la elección de un funcionario que consideran que fue parte del secuestro de más de medio centenar de estadounidenses en Teherán hace 35 años.

    El diplomático iraní, sin embargo, siempre ha negado su participación en los hechos y ha asegurado que únicamente hizo de traductor para los captores “por motivos humanitarios”.

    Un grupo de estudiantes de la revolución de los Ayatolá tomó en noviembre de 1979 la embajada de Estados Unidos, retuvo a un centenar de estadounidense que se encontraban en la legación y mantuvo secuestrados a 52 hombres durante 444 días. Aquel secuestro afectó gravemente las relaciones entre el nuevo Irán y Estados Unidos, unos recelos que perduran hoy.

    Programa nuclear

    El portavoz de la Casa Blanca, Jay Carney, mostró su confianza en que la extraordinaria decisión consular no afecte a las negociaciones para que Irán rebaje sus ambiciones de enriquecimiento de uranio, que Estados Unidos e Israel temen que pueda llevarles a obtener un programa nuclear de carácter militar.

    Abutalebí, educado en París y licenciado por la Sorbona, ha ejercido cargos diplomáticos ante la Unión Europea, Bélgica, Italia y Australia y ha visitado la ONU en Nueva York en el pasado como parte de una delegación iraní.

    La posibilidad de que Abutalebí obtuviera permiso diplomático se desvaneció definitivamente el jueves, cuando la Cámara de Representante aprobó por unanimidad un proyecto de ley del Senado pensado para detener la emisión del visado al iraní La ley estipula que Estados Unidos podrá negar el estatus diplomático a personas que se han visto implicadas en casos de espionaje o que pueden ser consideradas una amenaza para la seguridad nacional.

    La administración Obama no ha esperado a ese proyecto de ley, que no está claro si el presidente firmará y que fue presentado por uno de los mayores críticos de esta administración, el senador republicano Ted Cruz.

    Una designación “no viable”

    El Departamento de Estado se ha basado previsiblemente en razones similares a las que sostiene ese proyecto de ley, aunque se ha negado por el momento a revelarlas en detalle.

    “Hemos dejado claro a los iraníes que la nominación no era viable, eso no es ningún secreto, pero creo que ellos entienden las razones”, concedió Psaki tras reiteradas preguntas en su rueda de prensa diaria.

    Mientras tanto, el secretario general de la ONU, Ban Ki-moon, ha decidido no tomar parte en la polémica y se ha mantenido al margen de un asunto que considera que debe resolverse bilateralmente.

    “Ninguna de las partes se ha dirigido oficialmente a nosotros”, indicó hoy Stephan Dujarric, portavoz de Ban.

    Dujarric recordó que las Naciones Unidas tienen un acuerdo firmado con EEUU para regular el funcionamiento de su sede en Nueva York en el que se estipulan las obligaciones de las autoridades estadounidenses, aunque evitó comentar los mecanismos que han permitido a Washington respaldar esta decisión.

    http://www.elmundo.es/internacional/2014/04/12/53490b22268e3e196a8b456e.html

     

  5. Véu da ignorância

    O filósofo americano John Rawls investigou a justiça social. E criou uma teoria simplesmente brilhante

    Copenhague: a sociedade escandinava é mais igualitária e mais feliz que a americana

    Copenhague: a sociedade escandinava é mais igualitária e mais feliz que a americana

    O que é uma sociedade justa?

    O filósofo americano John Rawls (1921-2002) se debruçou sobre esta pergunta. Em 1971, Rawls publicou um livro aclamado: “A Teoria da Justiça”.

    A idéia central de Rawls era a seguinte: uma sociedade justa é aquela na qual, por conhecê-la e confiar nela, você aceitaria ser colocado de maneira randômica, aleatória. Você estaria coberto pelo que Rawls chamou de “véu de ignorância” em relação à posição que lhe dariam, mas isso não seria um problema, uma vez que a sociedade é justa.

    Mais de quarenta anos depois do lançamento da obra-prima de Rawls, dois acadêmicos americanos usaram sua fórmula para fazer um estudo. Um deles é Dan Ariely, da Universidade Duke, especializado em comportamento econômico. O outro é Mike Norton, professor da Harvard Business School.

    Eles ouviram pessoas de diferentes classes sociais. Pediram a elas que imaginassem uma sociedade dividida em cinco fatias de 20%. E perguntaram qual a fatia de riqueza que elas supunham que estava concentrada em cada pedaço.

    “As pessoas erraram completamente”, escreveu num artigo Ariely. “A realidade é que os 40% de baixo têm 0,3% da riqueza. Quase nada. Os 20% de cima têm 84%.”

    Em seguida, eles aplicaram o “véu de ignorância de Rawls”. Como deveria ser a divisão da riqueza para que eles se sentissem seguros caso fossem colocados ao acaso na sociedade?

    Veio então a maior surpresa dos dois acadêmicos: 94% dos entrevistados descreveram uma divisão que corresponde à escandinava, tão criticada pelos conservadores dos Estados Unidos por seu elevado nível de bem-estar social, e não à americana. Na Escandinávia, os 20% de cima têm 32% da riqueza. (Disse algumas vezes já e vou repetir: o modelo escandinavo é o mais interessante que existe no mundo, um tipo de capitalismo extremamente avançado do ponto de vista social.)

    Cena comum nos Estados Unidos de hoje: “tent cities”, concentração em barracas de gente que perdeu a casa

    “Isso me levou a pensar”, escreveu Ariely. “O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”

    Bem, uma das respostas à questão está na eclosão de protestos nos Estados Unidos. Os “99%” do movimento Ocupe Wall Street estão esperneando por uma sociedade mais justa, que se encaixe na tese do “véu de ignorância” de Rawls.

    Os 99% não são representados nem pelos democratas e nem, muito menos, pelos republicanos. Barack Obama e Mitt Romney jamais aceitariam ser colocados aleatoriamente na sociedade americana tal como é. As chances de que eles terminassem num lugar bem diferente daquele que ocupam seriam enormes. Talvez eles tivessem que dormir em carros ou em barracas, depois de perder a casa na crise econômica, como acontece hoje com milhões de americanos.

    Para usar o método de Rawls, eis aí a demonstração do que é uma sociedade injusta.

     

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-melhor-teste-para-descobrir-se-uma-sociedade-e-justa/

  6. Blog da Petrobrás começa a reagir

    Do Tijolaço

    Blog da Petrobrás começa a reagir, mas muito tarde e ainda de forma amadora

    19 de abril de 2014 | 01:30 Autor: Miguel do Rosário

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    O blog da Petrobrás parece estar acordando de um profundo coma auto-induzido. Nesta sexta-feira, a Petrobrás publica, com atraso de quase uma semana, vídeos de Graça Foster na audiência no Senado, falando das qualidades de Pasadena.

    [video:http://youtu.be/LxGiB1ELVfY%5D

    Texto no blog da empresa: “Pasadena é uma refinaria de 100 mil barris por dia, em localização privilegiada, num dos principais hubs de petróleo e derivados nos Estados Unidos, um dos maiores mercados mundiais de derivados, está num local onde várias refinarias têm um conjunto de operações, favorecendo essa movimentação de carga e a parceria entre refinadores”, diz a presidente da Petrobrás.

    [video:http://youtu.be/1J9eeUYhzY8%5D

    Texto no blog da empresa: Graça Foster explicou que a Comissão de Apuração Interna instaurada em março pela Companhia para apurar os processos de compra da refinaria identificou, até o momento, que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela refinaria, mas sim um valor estimado em US$ 360 milhões, sendo US$ 248 milhões pela refinaria e estoques e mais US$ 112 milhões de investimentos realizados antes da venda à Petrobras.

    A pergunta que não quer calar é: por que o blog da Petrobrás não publicou esses dados há um mês atrás? Foster apresentou um power point aos senadores? Ora, porque não publica esse documento no blog, com destaque, para dar ao povo brasileiro as mesmas informações que deu aos senadores?

    O primeiro vídeo estava com ridículas 8 visualizações na madrugada de sexta-feira. Isso não adianta nada. Não é com amadorismo que a Petrobrás vai vencer o golpe. Gabrielli, quando presidiu a Petrobrás, montou um comitê de crise, com especialistas em mídia, marketing, política, petróleo, internet, governo, em tudo enfim que pudesse ajudar a empresa a reagir aos ataques maciços que vinha recebendo da mídia.

    É evidente que Graça Foster, sozinha, não dará conta.

    A Petrobrás, ao invés de gastar milhões comprando páginas nos jornalões, agora deve fazer o serviço completo e investir dinheiro para promover esse vídeo nas redes sociais. Mas tem que organizar uma reação profissional, de grande porte, que faça justiça à magnitude e importância da empresa para a economia e para a soberania brasileiras.

    Tem que investir na internet, criar aplicativos para ipad, montar equipes para interação e informação dos internautas, promover posts e vídeos, fazer hang-outs com internautas. Tem que ser proativa, agressiva e veloz!

    A Petrobrás não tem o direito de ser ingênua, débil ou amadora. Ela tem a obrigação, diante do povo brasileiro, de montar um sistema inteligente de comunicação que a defenda dos ataques especulativos e midiáticos que vem sofrendo.

    Por exemplo, a Veja faz esta semana mais um ataque à Pasadena, noticiando que a Petrobrás herdou um terreno e uma fábrica de asfalto que pertenciam à Astra. Ora, vê-se que se trata de uma matéria tosca, como todas feitas pela Veja. Ao contrário da interpretação da Veja, a informação revela que o negócio em Pasadena tem outro ativo importante, que poderia ser usado pela Petrobrás para aumentar suas receitas no mercado americano.

    A Petrobrás vai demorar quantos dias para reagir a essa informação? Mais 30 dias?

    Tem outra coisa: o significado de Pasadena, como qualquer outra atividade da Petrobrás, vai depender da qualidade da gestão da empresa, e não apenas da comunicação. A Petrobrás tem todas as condições para fazer de Pasadena um passo estratégico para a empresa ampliar sua participação no mercado norte-americano. Tem que pensar em termos de petróleo e derivados, e consolidar Pasadena como fornecedora confiável e importante.

    Pasadena agora é questão de honra para a Petrobrás. Se for inteligente, a Petrobrás pode jantar aqueles que tentaram comê-la no almoço.

    Mas é preciso entender que há um embate político. A mídia não quer mais saber se Pasadena dá lucro ou quais os benefícios que ela pode trazer à estatal. A ordem é detonar Pasadena, a Petrobrás e atacar o governo. Sabe-se lá para que estratégias usarão com esse objetivo.

    É hora de mostrar os dentes.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=16844

  7. A Pasadena de Agnelli na Guiné ia custar US$ 5 bi.

    Do Tijolaço

    A Pasadena de Agnelli na Guiné ia custar US$ 5 bi. O PSDB acha que foi um bom ou mau negócio?

    18 de abril de 2014 | 16:33 Autor: Fernando Brito

    GUINE

    As agências internacionais anunciam que o governo da Guiné vai cancelar a concessão detida pela Vale  sobre as jazidas de Simandou e Zogota.

    Um relatório oficial diz que a concessão foi obtida pelo empresário israelense  Beny Steinmetz através de corrupção, sugeriu sua cassação e isso teria sido aprovado esta semana pelo Governo guineense.

    A Vale, com o queridinho da mídia Roger Agnelli, comprou de Steinmetz 51% do projeto Simandou. Negócio de US$ 2,5 bi, dos quais US$ 500 milhões pagos à vista e  pelo menos mais R$ 1 bi investidos, de um total separado para isso pela empresa de US$ 5 bilhões.

    A Vale não sabia que o negócio estava sob suspeita?

    Ou vamos achar que o que disse Agnelli – perdoem os leitores, mas transcrevo  – sobre “casar com puta ou com veado e só ficar sabendo anos depois” é um argumento de gestão empresarial?

    Será que a imprensa brasileira e os parlamentares do PSDB que acham Agnelli o máximo da competência vão perguntar se foi um bom ou um mau negócio?

    O dinheiro da Vale não é só privado: a maior parte de suas ações pertence, diretamente ou indiretamente a empresas e fundos estatais ou paraestatais,

    O deputado Luiz Carlos Hauly vai dizer que tinha comprado 1.000 reais em ações da Vale em janeiro de 2011 e  que só tem agora 530 reais, como disse ter feito com a Petrobras?

    Agnelli é um dos que está contido no tal pacote de “medidas impopulares” de Aécio Neves, de quem é muito próximo.

    Deus nos livre…

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=16835

  8. “Apanhe quieta”, diz a mídia a Dilma.

    Do Tijolaço

    “Apanhe quieta”, diz a mídia a Dilma. Só falta pedir para dizer “obrigado”.

    18 de abril de 2014 | 11:56 Autor: Fernando Brito

    cordeis

    A Folha de hoje noticia que “Dilma atende Lula e parte para o ataque“.

    Título impróprio, pois o próprio texto diz que as recomendações feitas por Lula  seriam de que “a ordem agora é não deixar nenhuma crítica sem resposta”.

    Portanto, a de defender-se.  E, no máximo, partir para o contra-ataque.

    Ou seja, interromper este longo calvário em que seu Governo vem sendo impiedosamente espancado pela mídia – o que é o “natural” neste “antinatural” sistema de comunicação brasileiro.

    Defender-se com vigor, por incrível que pareça, não é a regra dos manuais de política.

    Embora seja estranho, é mais comum do que parece a reação das pessoas na vida pública  de “não reagir, não responder”.

    Milhões de vezes ouvi que “não desse cartaz”, “ninguém leu isso”,  ”se responder só aumenta a divulgação do problema” e outras coisas semelhantes.

    Erro grosseiro.

    Um governo tem de se defender todo o tempo. De seus adversários e, até, de seus próprios integrantes, porque não é raro que as disputas internas vão parar nos jornais, na forma de “derrubar” desafetos.

    É claro que a forma de fazê-lo tem de guardar sintonia com a natureza do próprio governo.

    Mas, neste caso, caberia perguntar se os brasileiros que elegeram Dilma elegeram “aquela moça calminha, cordata, pacata”…

    Ela até pode e deve ser assim diante dos ataques políticos, que são próprios da democracia e devem ser tratados com a mais absoluta civilidade, exclusivamente no plano das ideias.

    Mas não é o que está ocorrendo.

    Vejam os exemplos citados na reportagem como reações “bateu, levou” do Governo Dilma e julguem se isso é o natural do embate político:

    – “a reclamação disciplinar contra a promotora que pediu quebra de sigilo de celulares do Planalto”

    Meu Deus, será isso uma reação violenta ou se é, isto sim, uma violência inominável – e um crime! –  uma promotora servir-se de um estratagema cartográfico para fazer o Supremo Tribunal Federal qubrar o sigilo telefônico do Presidente da República, dos integrantes do Congresso e até, dos seus próprios ministros? Esta senhora deveria, a esta altura, estar respondendo a uma reclamação disciplinar, mas a um processo-crime!

    -a elaboração de uma propaganda oficial contra alegação do governo de Minas de que o governo federal seria responsável pelo aumento da conta de luz no Estado

    Ué, uma empresa pública estadual vai à televisão dizer que é o Governo Federal o responsável por um aumento de tarifas que ela própria solicitou e em valores dobrados  em relação ao concedido e isso deve ser aceito calado? Ainda mais quando usa, sordidamente, uma linguagem traiçoeira, ao dizer que o reajuste era coisa “lá de Brasília”?

    Não recordo de ter havido uma reação indignada da imprensa, procurando saber quem eram os responsáveis por isso, quanto tinha sido gasto para fazer politicagem na TV nem a posição dos patronos políticos do governo mineiro.

    Por último, discute-se a realização de uma campanha publicitária sobre a Copa do Mundo…

    Ora, o que se deveria estar discutindo, em forma de crítica ao Governo Dilma, era a ausência, até agora, desta campanha, que será tão menos eficiente quanto mais se aproxime a Copa, porque a competição será o mote de, praticamente, toda a atividade publicitária comercial do país e, é evidente, o impacto de uma campanha institucional sobre ela tenderá a se diluir na “multidão” de mensagens.

    Então, será que querem o governo Dilma para Cristo, sofrendo aquilo que se lê em Isaías 53:7 :  Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

    Tudo o que se quer – e todos querem, inclusive Lula, a quem a matéria atribui “intervenção”, mesmo depois dizendo que é “recomendação – é que o Governo Dilma Rousseff  e abra a boca preste  contas à sociedade do que fez e do que faz e não, simplesmente, deixe por conta da mídia dizê-lo.

    Porque é tão grande o partidarismo desta mídia que, a depender dela, a impressão que se tem é a de que que faz quase nada e aquilo que faz, faz errado.

    Até reduzir o preço da energia elétrica já virou “grave erro”.

    Aqui no Brasil não querem apenas o diálogo do lobo com o cordeiro. Querem que o cordeiro, de preferência, seja também amarrado e amordaçado.

    E que nem berre enquanto as presas do lobo o destroem.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=16831

     

  9. Preso líder do movimento grevista da PM baiana

    O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, foi preso nesta tarde pela Polícia Federal. Marco Prisco liderou a greve da Polícia Militar (PM) da Bahia que terminou ontem (17) após decisão da categoria em assembleia. Prisco é vereador pelo PSDB da capital baiana, Salvador, e teve pedido de prisão preventiva ajuizado pelo Ministério Público Federal da Bahia (MPF/BA) no início desta semana.

    No ano passado, o MPF/BA denunciou Prisco e mais seis pessoas por crimes praticados contra a segurança nacional durante outra greve da PM, ocorrida em 2012. De acordo com o Ministério Público, os denunciados, entre vereadores, soldados e cabos da PM, auferiram com a greve lucros políticos nas eleições municipais.

    Segundo a Polícia Federal, o vereador está sendo transferido para o Complexo da Papuda em Brasília, pois a ordem judicial prevê que ele deve ficar recolhido em instituição prisional federal. Como é processado por crime político grave pelo MPF, qualquer recurso contra sua prisão somente pode ser ajuizado no Supremo Tribunal Federal.

    Após a assembleia aprovar o fim da greve dos policiais, Prisco disse que “quase todas as reivindicações foram atendidas”. Segundo a Aspra, faz parte da proposta aprovada a anistia para policiais que participaram de manifestações em 2012 e para os que tomaram parte no movimento deste ano. Apesar do fim da paralisação, o governador do estado, Jaques Wagner, disse que a mobilização das tropas federais será mantida por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

    http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2014/04/preso-lider-do-movimento-grevista-da-pm-baiana

  10. Economia que sustentou Lula e Dilma bateu no teto

    Stédile: “o neodesenvolvimentismo chegou ao seu limite”

    Segundo a liderança mais expressiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, programa do governo de conciliação de classes “bateu no teto”.

    Por Léa Maria Aarão Reis, do Rio de Janeiro, na Carta Maior

    “A reforma agrária fixa o homem no campo e desfaveliza o país.” É a ideia central, hoje, do discurso que, com perseverança, põe em prática há 35 anos, o fundador e uma das lideranças mais expressivas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o economista gaúcho João Pedro Stédile, de 61 anos.

    Carismático, um dos pensadores de raiz marxista e dos ativistas de esquerda mais importantes do país, Stédile não hesita em dizer: “Perdeu-se a oportunidade histórica de fazer a chamada reforma agrária clássica no Brasil.”

    Para ele, o importante agora é a luta resultante da aliança entre os trabalhadores do campo e os da cidade – os que farão a reforma agrária popular.

    E acrescenta: “A cidade grande é o inferno em vida para o camponês, pois sobra para ele a favela e a superexploração.”

    Gaúcho nascido na cidade de Lagoa Vermelha, região de agropecuária do nordeste do Rio Grande do Sul, nesta entrevista exclusiva a Carta Maior João Pedro relembra três datas seminais do MST, 17 de abril: o Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária, o Dia Mundial da  Luta Campesina e os 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1500 trabalhadores rurais foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do estado e 19 trabalhadores foram por ela assassinados.

    Privatizações de terras, de acesso aos minérios – do subsolo do país –, de águas, fontes naturais, lençóis freáticos, e até do ar da Amazônia estão na pauta da nossa conversa assim como o tema do agronegócio: “A mídia é a arma para protegê-lo e aos seus lucros,” lembra o líder do MST.

    Carta Maior: Quais as mudanças nas ações do MST a partir deste ano?

    Stédile: A reflexão coletiva no MST e na Via Campesina Brasil é a de que, no passado, estava posto um programa de reforma agrária que visava resolver o problema de terra de trabalho, e ao mesmo tempo desenvolver as forças produtivas, o mercado interno para a indústria nacional e assim participava do processo de desenvolvimento nacional.

    Esse tipo de reforma agrária ficou conhecido como reforma agrária clássica. Ele se realizava quando havia condições de uma aliança tácita entre os camponeses que precisavam de terra e a burguesia industrial, que precisava de mercado interno.

    No Brasil, chegamos mais próximo dessa possibilidade na crise da década de 60 quando o governo Goulart apresentou um projeto de reforma agrária clássica, que era também revolucionário para a época.

    Ele apresentou o projeto dia 13 de março e caiu dia 1 de abril. Mais tarde, esse programa poderia ainda ter sido implementado na redemocratização do país, no governo Tancredo, quando José Gomes da Silva, nosso maior especialista em reforma agrária clássica foi presidente do Incra.

    Ele preparou um plano que previa assentar 1,4 milhões de famílias em quatro anos. Apresentou ao Sarney dia 4 de outubro e caiu dia 13 de outubro de 85. Quando Lula chegou ao governo também imaginávamos que esse programa poderia ser retomado. Mas aí o contexto econômico e político já era outro. E a reforma agrária clássica ficou nas calendas.

    
CM: A reforma agrária clássica, então, não tem mais sentido aqui no Brasil? E o que é projetado no lugar dela para que se cumpra, enfim, a justiça social e econômica no campo?

    Como eu disse: a reforma agrária clássica visava resolver a questão do trabalho no campo e o desenvolvimento industrial com mercado interno. Nos tempos atuais, o que hegemoniza o capitalismo é o capital financeiro e as empresas transnacionais que controlam o mercado mundial de alimentos.

    Para essa classe dominante não interessa mais reforma agrária, de nenhum tipo, pois eles não precisam de mercado interno, nem de camponeses, nem de indústria nacional. E por isso estão implementando um novo modelo de controle da produção agrícola pelo capital, que é o agronegócio.

    O agronegócio representa os interesses apenas dos grandes proprietários de terra, do capital financeiro e das empresas transnacionais. Um modelo baseado na monocultura, em que cada fazenda se especializa num só produto como soja, cana, pastagens ou eucalipto. (No Brasil de agora, 80% de todas as terras se dedicam apenas a esses cinco cultivos.)

    Em lugar de usar mão-de-obra eles fazem uso intensivo de máquinas agrícolas e de venenos, ambos controlados pelas empresas transnacionais. Destroem o meio ambiente, pois o único objetivo é o lucro máximo. E estão completamente dependentes do capital financeiro, que adianta o crédito para que comprem os insumos das empresas transnacionais — e assim se fecha o ciclo.

    Meia dúzia de empresas fica com o lucro, e o povo fica desempregado e com passivo ambiental, que já está afetando o clima até nas cidades. Por isso, não interessa mais reforma agrária clássica para a classe dominante atual. E ela está inviabilizada para os camponeses.

    Então, nós temos levantado a tese da necessidade de lutar por um novo tipo de reforma agrária que chamamos de reforma agrária popular.

    
CM: O que você chama de “reforma agrária popular”?



    Diante dessa nova realidade agrária, com o domínio do capital internacional e financeiro, fizemos um intenso debate dentro do MST que envolveu toda nossa militância, nossa base, intelectuais e professores, amigos, durante dois anos. E terminamos com a realização do evento do VI Congresso Nacional há menos de dois meses, em fevereiro deste ano onde aprovamos essa formulação da necessidade de uma reforma agrária popular.

    Reforma agrária popular porque agora ela precisa atender não só as necessidades dos camponeses sem terra, que precisam trabalhar. Mas as necessidades de todo o povo. E o povo precisa de alimentos, alimentos sadios, sem venenos, precisa de emprego, precisa de desenvolvimento da agroindústria, precisa de educação e cultura.

    Então, o nosso programa de reforma agrária de novo tipo, parte da necessidade de democratização da propriedade da terra, fixando limites, e propõe a reorganização da produção agrícola, priorizando a produção de alimentos sem venenos.

    Para isso precisamos adotar e universalizar uma nova matriz tecnológica que é a agroecologia. E foi isso que pedimos ao Silvio Tendler para mostrar em seu novo documentário, O veneno está na mesa 2.
 
Como é possível e necessária a matriz da agroecologia para produz alimentos sadios que beneficiam toda a população e evitam as enfermidades, sobretudo o câncer, provocado pelos alimentos contaminados por agrotóxicos.

    O Instituto Nacional do Câncer advertiu que, neste ano de 2014 teremos 526 mil novos casos de câncer entre os brasileiros. A maior parte deles de mama e de próstata. Precisamos uma reforma agrária que valorize a vida no interior, gerando emprego para jovens. E para isso propomos a implantação de milhares de pequenas agroindústrias na forma de cooperativas que vão dar emprego a milhões de jovens que precisam estudar.

    Propomos a democratização da educação para que todos tenham os  mesmos direitos e oportunidades sem sair do meio rural.

    
CM: Você tem denunciado que nesse modelo do agronegócio privatiza-se até o ar. Como é isso?

    De fato, entre as características desse novo modelo do capital, é que este, agora mais poderoso, pois é dominado pelo capital financeiro e pelas empresas transnacionais, quando chega à agricultura, eprocura se apropriar de todos os recursos naturais para tirar lucro máximo.

    Em períodos de crise capitalista no hemisfério norte, como o que estamos vivendo, essa necessidade deles aumenta, pois a apropriação privada dos recursos naturais, seja terra, minérios, água, energia elétrica, é fonte inesgotável de uma renda extraordinária, mais além da exploração do trabalho. Pois os recursos estão na natureza, e eles, ao se apropriarem desses recursos, colocam no mercado a preços bem acima do seu valor, medido pelo custo de produção.

    Para isso, desde a implantação da hegemonia do neoliberalismo, foram impondo condicionamentos jurídicos, em todos os países do mundo, sob orientação dos Estados Unidos e dos organismos internacionais a seu serviço, como FMI, OMC, Banco Mundial, para garantir a propriedade privada de bens da natureza. Então, pela lei de patentes (aprovada em 1995), eles agora podem ser donos das sementes. Para isso fazem mudanças genéticas e dizem que é um novo ser vivo, transgênico, produzido em laboratório.

    Privatizaram as águas. Seja nos lençóis freáticos, seja nas fontes naturais. Privatizaram o acesso aos minérios.

    CM: As riquezas do subsolo do país, propriedade da população e que deveriam estar a serviço do povo não escaparam desse processo de espoliação.

    O Brasil concedeu, nos últimos anos, sob a gestão da velha Arena, que até hoje não largou a teta do Ministério de Minas e Energia, mais de oito mil licenças de mineração no nosso subsolo para empresas privadas que deveriam estar a serviço de todo povo. E agora, como você disse, estão tentando privatizar o oxigênio produzido pelas florestas nativas.

    Medem pelo GPS a quantidade de oxigênio produzido pelas florestas, emitem um documento que estabelece certo valor e isso se converte em dólares como crédito de carbono que é vendido na Europa para as empresas poluidoras se justificar e assim continuarem poluindo. Aqui, no Brasil, até a empresa Natura está praticando isso.

    CM: Como agem as transnacionais dessa área no Brasil, hoje?

    Para se ter uma ideia, por outro lado, em termos de valores,  da crise mundial de 2008 para cá entraram no Brasil mais de 200 bilhões de dólares que foram aplicados em recursos naturais. Somente no setor sucroalcoleiro, que era propriedade da tradicional burguesia nacional, agora apenas três empresas transnacionais (Cargill, ADM e Bungue) controlam mais de 50% de todo setor.

    CM: Muito importante você enfatizar estes temas: mudança de parâmetros da agricultura no país e uma agricultura voltada para a produção de alimentos. Quais os novos parâmetros?

    

Nossa análise coletiva considera que a organização da produção de alimentos e dos produtos agrícolas tem que estar submetida a outros parâmetros. Os capitalistas, com seu modelo do agronegócio, fundam sua ação baseados apenas no paradigma da produção de mercadorias para o mercado mundial, na busca incessante do lucro máximo, do aumento da produtividade do trabalho e da produtividade física de cada palmo de terra.

    Nós queremos reorganizá-la baseada em outros parâmetros. Baseados na história da civilização que sempre viu os alimentos como um bem – e não como mercadoria. Visão de que todos os seres humanos têm direito a se alimentar.

    Na produção agrícola em equilibro com a natureza, e não contra ela. E, sobretudo, organizando a produção para dê trabalho para as pessoas, para que  elas tenham renda e possam viver em boas condições e felizes, no interior, sem cair na ilusão de que somente serão felizes se vierem para a cidade grande. Cidade grande é o inferno em vida para o camponês. Pois sobra para ele apenas a favela e a superexploração.

    
CM: Mas e a bancada ruralista, com trânsito livre nos palácios de Brasília… e o agronegócio – não aceitam esses parâmetros…



    Claro, eles são os porta-vozes da classe dominante. Os capitalistas, para manterem seus altos lucros no campo espoliam a natureza e expulsam o povo do interior e se protegem num estado burguês, que é o estado brasileiro. Protegem-se fazendo leis apenas para seus interesses, como fizeram nas mudanças do código florestal etc.

    Protegem-se com o seu poder judiciário que é o poder ainda monárquico, que inviabiliza as desapropriações para reforma agrária, que impede a legalização das terras indígenas e de quilombolas, que impede inclusive as desapropriações das fazendas com trabalho escravo, como determina a Constituição — mas que eles não cumprem.

    E tudo isso é respaldado pela mídia televisiva, sobretudo a Globo, a Bandeirantes, SBT, que manipulam todos os dias o nosso povo para lhes dizer que o agronegócio é a única solução. Que o agronegócio é que sustenta o Brasil, quando é justamente o contrário. A mídia é a arma ideológica para proteger o agronegócio e seus lucros.

    
CM: Como se dará a mudança do foco das ações, deslocado para o urbano? Como é esta aliança do MST com as cidades?

    O nosso programa de reforma agrária popular implica agora em envolver todo o povo, pois ela não interessa apenas aos sem-terra. E, portanto, temos que explicar ao povo, à classe trabalhadora que a reforma agrária é necessária para ele se alimentar melhor, de forma sadia, sem venenos.

    Que o programa de agroindústrias vai dar emprego, que universalizar a educação no interior vai gerar milhões de empregos para educadores etc.
 
Esta aliança vai se fazendo através da construção de uma consciência coletiva de todas as classes trabalhadoras.

    Por um plano de lutas conjunto que envolva a todos na luta por mudanças sociais. E, sobretudo, num programa político de mudanças para o país que unifica todos os setores da classe trabalhadora da cidade e do campo.

    Tudo isso leva tempo, exige energias, mas é o caminho para construirmos verdadeiras mudanças na cidade e na agricultura. Para isso teremos que travar muitas batalhas, passar por muitos “pedágios” que a classe dominante vai nos impor.

    CM: E as cidades? A cidade virou um grande negócio que alija os mais pobres cada vez mais para os seus confins. Mas como mudar isto? 
 

    Os territórios urbanos, as cidades e suas periferias também estão sendo vitimas desse modelo do grande capital que igualmente quer a renda extraordinária nas cidades, conquistada através da especulação sobre os preços dos prédios, dos terrenos, dos espaços urbanos.

    A diferença entre o valor real de uma casa, de uma praça, de um prédio, e o preço de mercado, que eles impõem, é que representa a renda da qual eles se apropriam e que toda sociedade acaba pagando.

    Pior, os trabalhadores acabam sendo expulsos para as periferias de uma maneira permanente, e ali os transportes públicos não chegam. Ou foram privatizados. Ou são caríssimos.

    Por isso, a bandeira de luta de tarifa zero para os transportes públicos em todas as grandes cidades é mais do que justo e é necessária.
 
A par de tudo isso, como tem defendido nossa querida professora Ermínia Maricato, somente uma grande reforma urbana que devolva ao povo o direito de usar a sua cidade. As cidades foram usurpadas do povo, e agora pertencem apenas aos especuladores, aos bancos e à indústria automobilística.

    CM: O mais recente governo do PT foi decepcionante?

    Os governos Lula e Dilma não foram governos do PT, nem da classe trabalhadora. Foram governos de composição de classe, que gerou um programa de governo do neodesenvolvimentismo, que se propunha a fazer a economia crescer, distribuir renda e retomar o papel do estado suplantando o mercado (dos tempos do neoliberalismo).

    Nesse sentido eles cumpriram o programa, e nesse programa todas as classes ganharam um pouco, sendo que, como diz o próprio Lula, os banqueiros foram os que mais ganharam.
 
Mas esse programa e essa composição de classes, na opinião dos movimentos sociais, bateram no teto.

    E agora já não conseguem mais resolver os problemas fundamentais do povo que ainda padece com falta de moradia digna, emprego qualificado, acesso à universidade, e transporte público civilizado.

    As manifestações do ano passado foram o sinal de que o modelo do neodesenvolvimentismo chegou ao seu limite.
 
E como disse antes, espero que os setores organizados da classe trabalhadora construam um programa unitário de mudanças, e retomem a iniciativa das mobilizações de massa.

    Isso permitiria termos, no futuro, governos também populares, que possam fazer as mudanças estruturais de que precisamos. Por ora, os movimentos sociais de todo país construíram uma unidade em torno da necessidade de uma reforma política que devolva ao povo a soberania para escolher seus representantes.

    Já que, no regime atual, as empresas sequestraram as eleições. Veja: segundo o TSE, em torno de 2262 empresas gastaram mais de 4,6 bilhões de reais, nas últimas duas eleições sendo que 80% desses recursos foram de apenas 117 empresas. Ou seja, o novo colégio eleitoral que decide quem deve ser eleito, são essas 117 empresas que usam o dinheiro para elegê-los.

    Isso precisa mudar, para salvar uma democracia frágil e capenga. Então, a necessidade urgente de uma reforma política. Para tanto, será necessário convocar uma assembléia constituinte soberana (na forma de ser eleita) exclusiva para essas mudanças.

    CM: Mas a força do MST está intacta — ou não? Vinte mil trabalhadores foram protestar defronte do Planalto, dois meses atrás. Acabaram sendo recebidos pela Presidenta Dilma.

    O MST é uma pequena parcela do conjunto das forças populares do povo brasileiro. Nós temos procurado nos manter unidos, resistindo à avalanche do capital e mantendo nossos projetos de mudança.

    Outros setores da classe, influenciados pela pequena burguesia ou pela mídia, foram derrotados em seus projetos. Levamos nossos 15 mil militantes ao VI Congresso, como um espaço de unidade e de celebração de nossa mística da mudança. Por isso, fomos recebidos pela Presidenta, e apresentamos nossas idéias, sem ilusões.

    As mudanças não vêm de palácios; vêm das ruas e de um povo consciente e organizado; sempre foi assim na historia da humanidade. E nós vamos seguir esse caminho.

    
CM: Esta semana, dia 17 de abril, mais uma vez é lembrada a data dos 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 1500 trabalhadores sem terra foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do Pará e 18 deles cruelmente assassinados por agentes daquela PM. Como está a situação do processo de punição dos policiais que participaram da ação criminosa? Como o MST está agindo sobre o assunto?

    Nunca mais poderemos esquecer aquele  17 de abril de 1996, sendo presidente Fernando Henrique, quando a Polácia Militar do Pará, financiada pela empresa Vale, assassinou cruelmente 19 companheiros nossos. Posteriormente, outros dois vieram a falecer e há ainda até hoje 69 feridos, com sequelas graves.
 
O processo judicial se arrasta até os nossos dias. Apenas os dois comandantes foram condenados a mais de 200 anos de prisão.

    Porém apelaram, e estão em prisão domiciliar num quartel da PM de Belém, em apartamentos com todas as regalias de oficiais. Tradicionalmente, todos os anos repetimos, no mesmo local, um grande acampamento com a nossa juventude do MST da regional amazônica, para que os nossos jovens não se esqueçam, e ajudem a lutar por justiça e por reforma agrária.

    Em todo Brasil vamos fazer manifestações, cultos ecumênicos, e protestar perante o poder judiciário, que protege descaradamente apenas os interesses dos ricos e fazendeiros do país.

    Entre as suas reformas estruturais, o Brasil precisa de uma reforma do judiciário que democratize e coloque esse poder sob controle da sociedade. Haja visto como se comporta o imperador Joaquim Barbosa, com suas estripulias, megalomanias e diárias em tempos de férias. Ainda bem que ele comprou um apartamento em Miami, e imagino que seu sonho é ir morar lá…

    Em todo mundo, nos mais de cem países em que a Via Campesina está organizada haverá manifestações, pois esse dia 17 de abril foi declarado Dia Mundial da luta camponesa. E até aqui no Brasil, envergonhado, no último ano de seu governo, FHC assinou um decreto, declarando o dia 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Então, nesse dia, é até legal você lutar pela reforma agrária.

    http://www.viomundo.com.br/politica/stedile-economia-que-sustentou-lula-e-dilma-bateu-no-teto.html

  11. Haitiano prova em tese que ajuda internacional ao Haiti é ‘grand

    Haitiano prova em tese que ajuda internacional ao Haiti é ‘grande mentira’

    Por Carlos Orsi, Adital

    http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=80263

    “Não tem ninguém ajudando o Haiti. É o Haiti que está ajudando todo mundo”, disse ao Jornal da Unicamp o haitiano Franck Seguy, que acaba de defender sua tese de doutorado “A catástrofe de janeiro de 2010, a ‘Internacional Comunitária’ e a recolonização do Haiti”, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, sob orientação do professor Ricardo Antunes.

    “A ajuda internacional ao Haiti é a grande mentira que a mídia conta”, disse o pesquisador. Em sua tese, ele sustenta que o catastrófico terremoto de janeiro de 2010, que deixou cerca de 300 mil mortos e 2,3 milhões de desabrigados, deu ao que ele chama de “Internacional Comunitária” – o conjunto de países hegemônicos e organizações a eles vinculadas, comumente chamados de comunidade internacional – a oportunidade de impor a recolonização do país. “Literalmente, o Haiti está se tornando uma colônia”, disse ele. “Não uma colônia como antigamente, a colônia de uma metrópole, mas é uma colônia do capital transnacional”.

    O projeto de recolonização, afirma Seguy, já ficava claro no texto do “Plano de Ação para a Recuperação e o Desenvolvimento o Haiti” (PARDN), apresentado pelo governo haitiano dois meses depois do terremoto. “O governo haitiano escreveu um plano de reconstrução que ele apresenta aos seus parceiros da mal chamada comunidade internacional – não à sociedade civil haitiana. Só que quando analisei o plano para minha tese, descobri que é, na verdade, apenas uma atualização de um estudo realizado por um economista da Universidade de Oxford que se chama Paul Collier, que foi enviado ao Haiti pelo Secretário Geral da ONU, e que publicou o relatório dele em janeiro de 2009”, explicou o pesquisador. “Quer dizer: o que está sendo implementado hoje no Haiti como ‘reconstrução’, na verdade, é um plano de antes do terremoto”.

    “O terremoto atingiu o Haiti na região onde fica a capital. O Haiti é dividido em departamentos. O departamento onde fica a capital, Porto Príncipe, se chama o Departamento Oeste. E esta região foi a que foi atingida, o Departamento Oeste e um pouco do Sudeste. Porém, tudo o que está acontecendo em torno da reconstrução do Haiti está acontecendo no Nordeste”, relatou o pesquisador. “Do outro lado da ilha. O plano não está atendendo às necessidades criadas pelo terremoto. O plano está implementando as conclusões do estudo anterior ao terremoto, que é o Relatório Collier”. Levantamento da agência de notícias Reuters dá conta de que, no início deste ano, ainda havia mais de 150 mil pessoas morando em tendas e abrigos improvisados em Porto Príncipe, e que não têm nem água limpa e nem sequer pias para lavar as mãos.

    Uma das propostas de Collier é de que o Haiti se aproveite de uma série de leis dos Estados Unidos, que permitem que produtos manufaturados haitianos entrem no país sem pagar tarifas, para estabelecer uma série de zonas francas para a produção têxtil. Diz texto de Collier, citado na tese:

    “No setor de vestuário, o custo principal é o da mão de obra. O Haiti sendo relativamente pouco regulamentado, o custo da mão de obra aguenta perfeitamente a concorrência com a China, que constitui a referência padrão. A mão de obra haitiana não somente é barata, também é de qualidade. Com efeito, dado que a indústria do vestuário já foi anteriormente muito mais desenvolvida do que o é atualmente ali, o Haiti dispõe neste setor de uma importante reserva de mão de obra experiente”.

    O foco do investimento supostamente enviado para a reconstrução do país, explica Seguy, vem sendo a zona franca de Caracol, no nordeste haitiano, onde está sendo implantado um parque industrial têxtil exportador. A tese afirma que o parque ocupa “250 hectares de terras cultivadas por famílias campesinas, que o governo expropriou”. “No dia 11 de janeiro de 2011, ou seja, um dia antes do primeiro aniversário do terremoto, o governo haitiano havia assinado um acordo com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, junto a representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a companhia de têxtil coreana, Sae-A Trading, em virtude do qual os 366 lares de agricultores que trabalhavam 250 hectares de terras das mais férteis do município precisavam ser expropriados para deixarem o lugar à construção de uma zona dita industrial”, diz a tese. As famílias que tiveram suas terras desapropriadas ainda aguardam indenização.

    Franck não acredita que a instalação de zonas industriais exportadoras como a Caracol possa levar ao desenvolvimento econômico do país. “O Haiti é visto como espaço para produzir, não como espaço para consumir. O trabalhador haitiano na zona franca, que produz as camisas, jeans ou tênis nunca vai consumir esses produtos. Por quê? Porque o salário dele, o salário do haitiano hoje, é de 200 gurdes (cerca de US$ 5) ao dia. Quer dizer, está se utilizando do Haiti para produzir, mas não se enxerga o Haiti, o trabalhador haitiano, como um consumidor”.

    Além disso, lembra ele, a industrialização está se dando por meio de produção têxtil, sem transferência de tecnologia e sem investimento firme do empresário, que em geral é estrangeiro. “A construção do espaço não é investimento do capitalista. O investimento para construir a fábrica é o dinheiro que vai para o Haiti em nome da ajuda ao povo haitiano. Se em alguma região do mundo a mão de obra for mais barata que a haitiana, a empresa não tem dificuldade em se mudar. O capitalista que está explorando a mão de obra haitiana não tem compromisso nenhum com o Haiti. Porque ele não tem nada a preservar ali”.

    O pesquisador não é otimista quanto à possibilidade de uma melhor inserção do Haiti na economia global: “A divisão internacional do trabalho já decidiu qual o papel do Haiti: fornecer mão de obra barata”. Mais de 80% dos haitianos com curso superior deixam o país, disse ele. “Há dois fluxos migratórios: o que é chamado de cérebros, principalmente para o Canadá, e o outro, de trabalhadores manuais, para as ilhas da circunvizinhança do Haiti, e agora cada vez mais para o Brasil”. Franck afirma que parte do fluxo de trabalhadores haitianos pouco qualificados em direção ao Brasil parece clandestino, mas que na verdade as rotas são bem organizadas, e conhecidas das autoridades. “Se não estivesse atendendo a interesses no Brasil, elas poderiam ser facilmente fechadas”, declarou.

    Tropas brasileiras

    O Exército brasileiro chegou ao Haiti após o levante de 2004, que culminou com o exílio do então presidente Jean-Bertrand Aristide. O Brasil assumiu o comando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) em junho daquele ano. Franck é cético quanto à necessidade da presença de forças internacionais em seu país.

    “Tiveram que vender a ideia de que o país estava em guerra e precisava ser pacificado. E desde que cheguei ao Brasil essa é a pergunta que me fazem: sobre a guerra do Haiti ou missão de paz no Haiti. Não, o Haiti nunca precisou de missão de paz, nunca teve guerra”, disse. Além disso, o pesquisador lembra que o próprio nome da missão é de “Estabilização”, não de paz. Ele compara a situação de desordem que levou à intervenção internacional no Haiti aos conflitos dentro das favelas do Rio de Janeiro. “Esses conflitos existem, e justificam muitas coisas, mas não dá para dizer que o Brasil esteja em guerra e precise ser pacificado”, comparou.

    Assim como o capital internacional se serve das zonas francas, o Brasil se serve do Haiti para ganhar projeção no cenário internacional, tentar comprovar sua capacidade a ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e para treinar suas tropas, disse o pesquisador. “O Haiti serve para isso. É um campo de treinamento. Praticamente todos os soldados brasileiros que já foram para o Haiti estão, agora, sendo utilizados para controlar o Rio de Janeiro, porque a situação é muito parecida”. O papel do Brasil no Haiti, disse ele, é de repressor dos movimentos sociais de contestação. “Em 2008 houve movimentos contra o encarecimento da cesta básica e, em 2009, muitos movimentos operários pelo reajuste do salário mínimo. Qual o papel do Exército brasileiro em tais ocasiões? Repressão. O papel do Brasil é o papel policial, de reprimir qualquer movimento contra esta ordem que se está caracterizando no Haiti”.

    Futuro
    O Haiti é hoje um país sem soberania, afirma Franck, onde o governo nacional tem menos poder que um governador de Estado. “Se o Haiti fosse anexado aos EUA, seu governador teria mais autonomia que os dirigentes haitianos têm agora”, disse ele. O pesquisador não vê uma saída para o país que passe pela “internacional comunitária”, pelo governo nacional e as classes dominantes que colaboram com ela.

    “A saída seria pelo outro lado, pelo lado dos movimentos sociais, das lutas sociais, só que este lado também está comprometido: porque hoje, o que existe de movimentos sociais no Haiti vive de financiamento estrangeiro, por meio das ONGs que se dizem ONGs de esquerda”.

    Franck desconfia das ONGs, mesmo das que se declaram de esquerda. O texto de sua tese traz uma crítica à “solidariedade de espetáculo” das organizações internacionais. Referindo-se ao apoio prestado pelas ONGs aos camponeses haitianos, ele escreve: “tanto as ONGs da sociedade civil quanto os movimentos sociais, até as organizações de bairros urbanos e o próprio movimento camponês contemporâneo, quando se organizam, o fazem com o intuito de se metamorfosear em instituições de gestão de projeto de desenvolvimento, em vez de colocar a questão agrária – questão fundamental – na agenda político-ideológica”.

    “A ONG pode até se dizer de esquerda, mas a ONG, de esquerda ou de direita, funciona à base de financiamento. E tem de prestar contas, periodicamente, ao financiador. O funcionário da ONG pode acreditar que é um militante, mas não pode ser um militante contra o capital. Porque ele é um funcionário que tem de prestar contas”.

    [Carlos Orsi é jornalista da Unicamp /[email protected]]

  12. Doleiro ligado a Vargas é tiro no pé do PSDB, diz Amaury Jr
    Doleiro ligado a Vargas é tiro no pé do PSDB, diz o jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor de “A Privataria Tucana” Por Vasconcelo Quadros – iG São Paulo | 19/04/2014 06:00 Alberto Youssef, ligado ao deputado petista André Vargas, já teria operado para Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do BB e ex-caixa de campanha do ex-ministro José Serra A empenho de figuras do PSDB para a criação da CPI da Petrobras pode se transformar em um tiro no pé dos próprios tucanos. A observação é do jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor de “A Privataria Tucana”, livro que denuncia irregularidades na privatização das teles e um suposto esquema de evasão de divisas para paraísos fiscais durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Conselho de Ética: Aberto processo para investigar Vargas por elo com doleiro preso Deputado André Vargas volta atrás e adia entrega da carta de renúncia O livro traz uma revelação que parece ter sido esquecida pelos tucanos ávidos pela criação da CPI da Petrobras: o doleiro Alberto Youssef, ligado agora ao deputado André Vargas (PT-PR), já teria operado para Ricardo Sérgio de Oliveira, o ex-diretor internacional do Banco do Brasil e ex-caixa de campanha do ex-ministro José Serra, duas vezes candidato derrotado à Presidência. “Quem montou o esquema de propinas na Petrobras foi o Youssef, não no governo do PT, mas no do PSDB”, afirma o jornalista. “Ele havia feito a mesma coisa no Caso Banestado”, lembra Amaury. No livro, ele relata que entre 1996 e 1997 o doleiro enviou para Nova York, por meio de uma off-shore, a June International Corporation, US$ 56 milhões descobertos em uma subconta bancária hospedada na Beacon Hill Service Corporation, uma espécie de conta-ônibus no Chase Manhattan (hoje JP Morgan Chase). O dinheiro tinha como destino final uma agência das Ilhas Virgens Britânicas. O esquema Banestado alimentou a remessa de US$ 30 bilhões que escoaram através de movimentações pelas CC-5 (Carta Circular nº 5, do Banco Central), criadas para permitir saques e depósitos de estrangeiros em trânsito cuja finalidade foi deturpada. Uma das pontas da imensa rede era operada por Youssef, que utilizava laranjas no Paraguai e no Uruguai para despistar o rastreamento bancário. A conta tinha o sugestivo nome de Tucano e, segundo Amaury, era integralmente administrada pelo advogado americano David Spencer, procurador de Ricardo Sérgio de Oliveira. “Está se repetindo agora o mesmo que ocorreu no mensalão: o PT foi procurar um personagem que já operou para o PSDB”, diz Amaury. Ou seja: o Youssef, segundo o jornalista, é o Marcos Valério da Petrobras, uma segunda herança tucana ao PT na seara de malfeitos. Pela voracidade com que os tucanos têm investido na criação da CPI da Petrobras, Amaury acha que as informações mais apimentadas de um suposto relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Justiça, ainda não vieram à tona. Pelos indícios do apurou, ele aposta, no entanto, que há matéria-prima para desgaste nos dois maiores partidos. “Estou ansioso para ser chamado à CPI”, afirma Amaury, que diz ter guardado alguns documentos não revelados em “A Privataria Tucana”. O livro, já vendeu mais de 150 mil exemplares, traz também uma revelação que está sendo robustecida pelas novas investigações da Polícia Federal: a participação de doleiros em grandes esquemas de financiamento de tráfico de drogas no atacado. No livro de Amaury, Youssef é apontado como um profissional eclético. O doleiro atuava, ao mesmo tempo, para tucanos de penas reais e traficantes barra pesada, como Fernandinho Beira Mar ou o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como comendador. Em Foz do Iguaçú, no rastro da Operação Lava Jato, a Polícia Federal descobriu doleiros financiando operações de alta envergadura no tráfico internacional. O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) tentou por duas vezes criar a CPI da Privataria. Delegado da Polícia Federal, o deputado investigou o caso e conhece o doleiro ao ponto de prever que ele fará, mais uma vez, acordo de delação privada para escapar de uma pesada sentença. Youssef estaria “no ponto” para ser ouvido numa CPI. http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-04-19/doleiro-ligado-a-vargas-e-tiro-no-pe-do-psdb-diz-autor-de-livro.html

  13. TERRA MAGAZINE/RUI DAHER

    http://terramagazine.terra.com.br/blogdoruidaher/blog/2014/04/19/pra-sabadear-de-aleluia-o-judas-mais-frequente/

     

    Pra sabadear de Aleluia. O Judas mais frequente

    Mais importante do que o viés político, sempre uma zona cinzenta feita na medida para garantir o acordo de elites que vigora há séculos na Federação de Corporações Brasil, a eleição presidencial de outubro irá definir a continuidade, ou não, do rumo distributivo da política econômica.

    Um viés nitidamente delineado nas ideias e nas pessoas que poderão assumir a gestão econômica do país. Nem mesmo o comportamento da economia mundial terá grande influência nisso. São posições cristalizadas, marrentas e que atendem os clamores dos que realmente detêm o poder neste planeta de soberanias invertidas.

    Claro está que o retorno será feito em contornos neoliberais, já expressos de forma gritante nas folhas e telas cotidianas, e nas preferências veladas do empresariado e nas explícitas do mercado financeiro.

    Armas, concepções e cacoetes, escolheram o termo austeridade como bandeira de campanha. Traz respeito e solenidade para os que habitam os guetos luxuosos do País. Como se esses precisassem de bandeira, já que são a própria.

    Um filme já visto, que faz quem é pobre esperar melhora até que pelo menos cinquenta índices econômicos se estabilizem ao gosto do ortodoxo de plantão.

    Não foi assim quando deveríamos esperar o bolo crescer para depois distribuir? Ou aguardarmos terminar a lição de casa passada pelos tecnocratas do Fundo Monetário Internacional (FMI)?

    Em política econômica, austeridade é aquilo que sugerimos aos outros depois que nosso bem-estar foi garantido. Amém, nós todos.

    Não importa o lado, pois aí não são as instituições que contam, mas as pessoas, fato é que não houve renovação, e os quadros dirigentes que poderão assumir a condução da economia serão os mesmos das últimas duas décadas.

    Nisso, situação e oposição pouco diferem.

    Sim, alguns envelheceram, outros perderam paciência e vaidade para fingir espírito público, outros ainda se atarefaram a ponto de não poderem deixar os afazeres banqueiros. Para a maior parte, no entanto, ainda interessa rechear a agenda para futuros saltos na iniciativa privada, seja como patrões seja como bem remunerados.

    Seus nomes estão aí. Afinal, a mídia não hesita em chamá-los a opinar sempre que uma notícia boa possa vir conturbar a Aleluia, quando contumaz Judas deverá ser malhado.

    Fato é que, depois da legislação trabalhista estabelecida por Getúlio Vargas, poucas medidas de política econômica visaram distribuir renda e promover inserção social no Brasil.

    Planos e mais planos se revezaram, ora buscando promover o crescimento macroeconômico, ora controlar a inflação, ora criando mecanismos capazes de sobrevivermos às crises externas.

    Fosse através da diminuição do desemprego, ampliação de renda através de recuperação do poder de compra do salário mínimo, ou mesmo programas assistencialistas, desenvolvimento com distribuição de renda nem pensar. Sempre houve prioridades a adiar pagarmos qualquer dívida social.

    Assim ficamos duas décadas, insatisfeitos com a economia, vendo o País empobrecer, a ponto de nos questionarmos sobre o valor de termos recuperado a democracia.

    Quando começo a ouvir que o salário mínimo está muito alto, necessidade de aumentar o desemprego para recuperar a produtividade do trabalho, gastos do governo precisam diminuir que, por certo, serão os sociais, e os juros continuarem subindo para segurar a inflação, é hora de entender o corolário: anos de remédio amargo para melhorar o futuro.

    Nossas camas estão sendo feitas.

    Imagem de Amostra do You Tube

     

     

  14. Pra comecar, ninguem jamais

    Pra comecar, ninguem jamais ouviu falar de voce nesse blog, voce nao tem historico.  Pra segundar, voce nao tem link.  Pra terceirar, acabei de visitar uol.com.br e nao tem foto nenhuma de Lula la, muito menos de Marcola

    Se manca, cara, o blog nao eh casa da sogra.

  15. Arquidiocese suspende programação da Semana Santa na Catedral Me

    Arquidiocese suspende programação da Semana Santa na Catedral Metropolitana

    Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-04/arquidiocese-suspende-programacao-da-semana-santa-na-catedral-metropolitana

     

    Toda a programação da Semana Santa da Arquidiocese do Rio de Janeiro na Cadetral Metropolitana de São Sebastião, na Avenida Chile, região central da cidade, foi cancelada ontem (18), por medida de segurança, porque cerca de 50 pessoas, ex-ocupantes do terreno da Oi, no Engenho Novo, acamparam em frente à entrada principal da igreja. O cancelamento foi um fato inédito. Os manifestantes que estavam acampados há dez dias em frente ao prédio do Centro Administrativo da prefeitura do Rio, na Cidade Nova, deixaram o local e rumaram para a catedral.

    O Auto da Encenação da Paixão de Cristo, que ocorreria na sexta-feira, à partir das 18h, foi cancelado, como também a ação litúrgica marcada para as 15h. De acordo com a Associação Cultural da Arquidiocese, há 45 anos o Auto da Paixão é encenado e faz parte do calendário religioso da cidade. Esta seria a primeira vez que a celebração ocorreria dentro da catedral e não nos Arcos da Lapa, tradicional cenário do evento, que passa por uma obra de revitalização.

    A vigília marcada para hoje (19), às 19p0, que ocorreria na Catedral de São Sebastião, ainda não tem a paróquia definida onde ocorrerá a cerimônia. A tradicional missa de Páscoa, no domingo às 10h, não tem lugar certo para celebração, como também o almoço de Páscoa, que encerra as celebrações da Semana Santa, marcado para as 11p5 na Catedral Metropolitana, quando o cardeal arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta recebe moradores de rua.

    Em nota, a Arquidiocese do Rio informa que “apesar das negociações terem se encaminhado para o atendimento provisório dos efetivamente necessitados, em local do Poder Público, com o apoio da Igreja e de serviços sociais e apesar de os necessitados terem inicialmente aceito, ao final, não se chegou a uma solução satisfatória. Após ouvir assessorias, os necessitados retrocederam”.

    A Arquidiocese do Rio lamenta que existam pessoas que ainda sofram em virtude da ausência de moradia e sejam manipuladas por outros interesses. A catedral permanecerá fechada. O cardeal informou que “em solidariedade a todos os necessitados fará as celebrações pascais em comunidades que experimentam a pobreza aguda e que serão informadas oportunamente”. A Arquidiocese do Rio de Janeiro “reafirma sua intenção inicial de servir como mediadora entre os necessitados e o Poder Público para encontrar uma saída.”

    A advogada Eloisa Samy, do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (DDH), que acompanha os sem-teto, disse que eles vão permanecer acampados neste final de semana em frente à catedral. Ela disse que a prefeitura tinha feito uma proposta inicial de mandar 19 homens do movimento para hotéis pagos por ela e encaminhar mulheres e crianças para um abrigo em Jacarepaguá, na zona oeste. A proposta não foi aceita porque “eles não aceitam ficar separados”.

    Segundo Eloisa, eles querem ou que todos fiquem juntos em hotéis ou então que a pefeitura garanta o pagamento do aluguel social, no valor de R$ 400, por três meses. Ela informou também que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) levará marmitas para serem distribuídas entre os manifestantes hoje e que também haverá, no final da tarde, a distribuíção de ovos de Páscoa para os acampados.

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