Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

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  1. Israel, o menino arrogante por conta do grande irmão

    Tijolaço

     

    24 de julho de 2014 | 18:03Autor: Fernando Brito   

    gaza

    O Brasil sempre cultivou as melhores relações com Israel.

    Foi, aliás, um brasileiro que presidiu a criação de seu Estado, Oswaldo Aranha.

    Nunca partiu de nosso país um ato sequer de agressão diplomática contra o estado israelense e se algo o Brasil fez foi participar das decisões da Assembléia-Geral da ONU que, há mais de 30 anos e sem sucesso, pedem o reconhecimento dos direitos dos palestinos.

    O fato de nosso país reagir, chamando seu embaixador, depois do massacre de mais de uma centena de crianças na faixa de Gaza é, dentro das regras diplomáticas, uma atitude severa, mas que não se confunde com qualquer ofensa ao Estado de Israel.

    Mas a cobertura que os Estados Unidos dão a qualquer – repito, qualquer – atitude de Israel deixou o governo de Tela-Aviv assim, como um menino mimado que só aceita que lhe aplaudam as atitudes, inclusive a de desfechar um bombardeio em larga escala contra instalações civis e, miseravelmente, crianças.

    É por isso que Israel reagiu com, essa sim, agressão de chamar nosso país de “anão diplomático”.

    Qualquer país dotado de um mínimo de racionalidade tentaria demover o Governo brasileiro, apresentaria argumentos, defenderia, se é que isso é possível, seus atos.

    Israel não tem racionalidade porque não precisa ter. Se a tivesse não teria tido a empáfia de nos agredir como agrediu.

    Julga que não precisa de ninguém, porque tem a cobertura de seu irmão muito maior, os EUA, que lhe  permite todas as suas traquinagens.

    E o torna, a cada dia, mais enlouquecido em fazer o que acha que tem o direito de fazer, inclusive bombardear Gaza, uma nesga de terra onde, por isso, cada vez mais ódio a Israel fermenta.

    E fermenta também o ódio dentro de Israel, que se faz representar em governos adeptos do diálogo zero e do força total.

    Mas Israel passou dos limites ao dizer que o Brasil dá  ”suporte ao terrorismo” .

    É um desrespeito ao nosso país e as comunidades judaica e árabe que aqui vivem e convivem em harmonia.

    O Brasil não deve das “uns cascudos” diplomáticos em Israel.

    De ir logo falar com o grande irmão que o protege.

    E dizer publicamente que, em matéria de crianças, quer todas, as israelenses e as palestinas, vivas.

    E não mortas a bomba.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=19382

     

  2. Terreno do tio de Aécio pode custar mais R$ 3,5 milhões a Minas

    Do Tijolaço

    Terreno do tio de Aécio pode custar mais R$ 3,5 milhões aos mineiros. É oficial.

     

    24 de julho de 2014 | 15:00 Autor: Fernando Brito indeniza

    O leitor Hélio me manda o link – e coloco à disposição de todos, sobretudo da galharda imprensa brasileira –  da Lei de Diretrizes Orçamentárias de Minas Gerais, onde, em seu anexo II, se prevê a perda da ação em que o tio de Aécio Neves se irresigna com o valor da indenização de R$ 1 milhão paga para a pavimentação do aeroporto que já havia sido feito, com verba pública, em seu terreno.

    Lá, prevê-se a possibilidade de que Minas venha a ter de pagar R$ 3.464.629,60 ao tio de Aécio.

    É mais cara das indenizações por desapropriação que Minas tem em litígio judicial, passível de perda.

    Não é possível precisar se este valor está estimado além do R$ 1 milhão inicial, mas é provável, porque se trata, na tabela, do valor a pagar e aquele milhão já foi pago.

    Com o valor corrigido da obra (R$13,4 milhões, em dezembro de 2008), o total de gastos com o “aecioporto” vai passar, e muito, dos R$ 20 milhões de reais.

    Com metade do valor dá para pegar todos os 27 mil habitantes de Cláudio e trazer de avião para um passeio no Rio de Janeiro, com uma promoção que vi agora para agosto, R$ 260, ida e volta, e ainda pagar hotel.

    Assim, podiam visitar o Aécio, já que ele não está podendo mais pousar por lá.

    Isso porque era, segundo o tucano, “a opção mais barata”.

    Imaginem a mais cara.

    Ô trem bão, sô!

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=19371

     

  3. O Brasil sob a neblina da

    O Brasil sob a neblina da guerra, por Saul Leblon

    Qualquer semelhança com o bombardeio indiscriminado destinado a inocular o sentimento de rendição inconcicional em populações civis não é mera coincidência.

    A expressão ‘a névoa da guerra’ é uma metáfora do elevado grau de incerteza que cerca o campo de batalha no momento que antecede o conflito.

    Seu formulador, Carl von Clausewitz (1780/1831), um general prussiano ilustrado, amante da filosofia e da literatura, tutor do príncipe herdeiro Frederico Guilherme IV, é autor de outra máxima de reconhecida pertinência na compreensão dos conflitos modernos: ‘a guerra é a continuação da política por outros meios’.

    A névoa da guerra recobre o noticiário brasileiro nessa antessala da eleição de outubro.

    A neblina da desinformação é tão espessa que ofusca a própria visão do campo progressista sobre seus desafios e possibilidades.

    A mídia não reflete apenas a incerteza da disputa; ela é a principal usina irradiadora das nuvens de pessimismo através das quais, para glosar Clausewitz, a política se transforma na continuação da guerra por outros meios.

    Os desequilíbrios inscritos no crescimento brasileiro dos últimos anos – sobretudo a endogamia entre juros altos e câmbio valorizado, que atrai capitais especulativos, encharca o mercado de dólar, barateia importações e comprime a indústria local — não explicam o belicismo do noticiário.

    Sua determinação, na verdade, é criar um ambiente de prostração eleitoral.

    Tornar a sociedade refém do pânico próprio das presas enredadas em tragédias inelutáveis e incompreensíveis.

    Qualquer semelhança com o bombardeio indiscriminado destinado a inocular o sentimento de rendição incondicional em populações civis não é mera coincidência.

    Israel o faz com artefatos explosivos. A emissão conservadora, com manchetes.

    No caso específico da economia brasileira, a manipulação de uma cortina de fogo de adversidades e revezes é operada de forma a impedir que o eleitor alcance o discernimento das grandes questões em jogo na disputa eleitoral em curso.

    Em primeiro lugar, o discernimento histórico de que contradições macroeconômicas são inerentes ao capitalismo.

    Em segundo lugar, que hoje elas estão exacerbadas pelo movimento errático de massas descomunais de fluxos financeiros, engalfinhadas na disputa virulenta por um pedaço da riqueza global.

    Que foi diminuída ao longo de seis anos de colapso da ordem neoliberal.

    Em terceiro lugar, trata-se de naturalizar as relações de um capitalismo sem freios, para desautorizar agendas alternativas.

    Faz parte dessa mutação ‘esquecer’ que já não foi assim nos seus próprios termos.

    Mas não foi.

    Há exatamente 70 anos, em 22 de julho de 1944, o acordo assinado em Bretton Woods –que o neoliberalismo cuidou de sepultar na década de 80— visava impedir o que predomina agora.

    Ou seja, a lógica de um capitalismo ensandecido em sua própria liberdade.

    Que submente nações aos desígnios da mobilidade extorsiva dos capitais, sonegando-lhes instrumentos para ordenar seu fluxo na economia, ademais de negar-lhe o poder de comando sobre variáveis cruciais do desenvolvimento, como as políticas monetária, fiscal e cambial.

    A libertação dos demônios reprimidos em Bretton Woods não sepultou apenas os alicerces do Estado do Bem-Estar Social.

    Ela ameaça conduzir a humanidade a um estágio de indiferenciação regressiva entre a ordem jurídica, o sistema político e a hegemonia irretorquível dos mercados financeiros.

    Já vivemos isso antes quando o dono da terra era o dono do servo, o dono da lei, o senhor da vida e da morte.

    No absolutismo moderno, Estados e nações são chantageados incessantemente pelos mais diferentes marcadores da cobiça e das expectativas manejados pelos mercados financeiros desregulados.

    Não só as bolsas, os mercados futuros e as agências de risco, mas também a mídia associada.

    Tangidos pela volatilidade ininterrupta de variáveis que não controlam –e cuja coordenação exigira um poder de comando estatal demonizado como ilegítimo— governantes se veem obrigados a elevar a taxa de juros a níveis recessivos para evitar a fuga de capitais; a política cambial escapa-lhes pelos dedos; oscilações adversas nas paridades ora desencadeiam a perda da competitividade manufatureira, ora impõem o arrocho salarial sobre as famílias, ademais da perda do poder de compra nas relações de troca internacionais.

    Um governante que acene com políticas de controle de capitais, estabilização cambial e cortes nas taxas de juros será comprimido até esfarelar por entre as pinças de um articulado alicate global e local.

    Calcula-se que a estagnação dos negócios provocada pela crise de 2008 tenha acumulado atualmente nos caixas das grandes corporações norte-americanas cerca de US$ 7 trilhões em capitais ociosos.

    É só um dos reservatórios da liquidez circulante no planeta.

    Capturar o Estado de uma economia com a envergadura que tem a brasileira interessa sobremaneira a essa riqueza fictícia, compelida a uma corrida de vida ou morte pelo planeta para alimentar a sua reprodução.

    É disso também que se trata nas urnas de outubro próximo.

    Disso e do seu contrário.

    Ou seja, de construir uma política de investimento de longo prazo, que detenha o comando das variáveis que dão margem de segurança e previsibilidade ao cálculo econômico contra o tsunami externo.

    Mais ainda.

    De fazê-lo na era dos mercados desregulados, quando todo capital é capital estrangeiro e, independente da nacionalidade jurídica, opera contra barreiras de comando público e soberania democrática.

    É disso que se trata também quando o jornalismo abestalhado de ideologia neoliberal menospreza a importância dos instrumentos de coordenação financeira criados na reunião de cúpula dos Brics, realizada agora no Brasil.

    O que a neblina ofuscante da emissão conservadora providencia nesse acirramento da disputa é a interdição implacável da politização da economia, único antídoto à rendição incondicional aos mercados prescrita por seus candidatos do peito e da alma.

    Faz parte desse boicote a greve do capital contra o investimento.

    Repita-se, a economia brasileira encerra desequilíbrios reais.

    Em parte derivados da transição em curso no cenário global (superliquidez de um lado, baixo crescimento do comércio, de outro).

    Mas não são eles que explicam o recuo acelerado das inversões produtivas nos últimos meses, magnificado pelas sirenes do apocalipse midiático.

    O principal impulso vem da disputa para alterar a correlação de forças da sociedade nas urnas de outubro. E desfrutar, a partir daí, das vantagens de um novo ciclo de expansão da riqueza sob auspícios da restauração neoliberal no Brasil.

    Sugestivo desse braço de ferro é o resultado da pesquisa feita pela consultoria Grant Thornton realizada junto a 12.500 empresas, em 45 países, divulgado no mês passado.

    A enquete mostra uma dualidade paradoxal dos humores no país.

    Cerca de 20% dos executivos consultados aqui esperam piora no desempenho da economia nos próximos 12 meses.

    A taxa está acima da média global (15%).

    Em contrapartida, 46% das companhias instaladas no Brasil garantem que vão ampliar seus investimentos em máquinas e equipamentos nos mesmos próximos 12 meses.

    Mais: 24% pretendem construir novas instalações no período.

    Os números são os maiores do mundo nos dois quesitos.

    Nos EUA, investimentos em máquinas e equipamentos estão previstos nos planos de 43% das empresas, diz o levantamento da Grant Thornton –a taxa é de 37% no Reino Unido, 35% na Alemanha e 32% no Japão.

    Na China, o percentual cai a 29%; no México, o novo titã dos livres mercados, recua a 28% –bem abaixo da média global de 37%.

    Os dados corroboram a percepção de que a neblina da guerra eleitoral ofusca a realidade subjacente à disputa.

    O que as urnas de outubro vão dizer é quem terá a hegemonia na condução do novo ciclo de desenvolvimento na sociedade que reúne a 5ª maior extensão territorial do planeta, abriga mais de 200 milhões de habitantes, sendo 90 milhões de assalariados, tem uma renda per capita crescendo acima de 2% ao ano, em média, e consolidou um mercado de consumo popular que já representa 53% da população.

    Uma economia que tem um encontro marcado com um pico de investimentos em infraestrutura entre 2015 e 2017, somando R$ 299,2 bilhões, ademais de uma espiral de produção de petróleo extraído das maiores reservas descobertas no mundo no século XXI.

    A ‘névoa da guerra’ não borra apenas esses contornos do campo de batalha.

    Ela oculta os projetos de futuro em duelo no confronto.

    O fatalismo midiático trata um como populista. Consagra ao outro o título de passaporte para a redenção brasileira.

    Deslindar o sentido dessa rotulagem aos olhos do eleitor implica romper a visão economicista que frequentemente contamina o próprio discurso do governo.

    Não é uma questão retórica.

    A politização das escolhas do desenvolvimento significa estender ao eleitor, de fato, a tarefa de ir além do voto, para no momento seguinte da urna se engajar na construção efetiva do destino sufragado. Ou este não se consumará.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-Brasil-sob-a-neblina-da-guerra/31438

  4. Desemprego diminui mais uma

    Desemprego diminui mais uma vez

     

    Em comparação com junho de 2013, o número de pessoas sem ocupação diminuiu em todas as regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (link is external) (IBGE). A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada hoje (24) traz dados referentes ao mês de junho de 2014, para as regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Excepcionalmente, ainda não foram disponibilizados os dados das Regiões Metropolitanas de Salvador e Porto Alegre.

    Ao comparar junho de 2014 com o mesmo mês de 2013, o Rio de Janeiro apresentou a maior queda na taxa de desemprego, de 2,1 pontos percentuais, o que representa 40,3%; da taxa total.   São Paulo teve queda de 1,5 ponto percentual, o que  representa 24,3% do total; Recife de 0,3 ponto percentual e Belo Horizonte de 0,2 ponto percentual.

    No comparativo com o mês anterior, Recife apresentou maior diminuição na taxa de desocupação: em maio de 2014 estava em 7,2% e em junho passou para 6,2%. No Rio de Janeiro a diminuição foi de 3,4% para 3,2% de maio para junho de 2014. Em Belo Horizonte foi registrado aumento de 0,01 ponto percentual: de 3,8% para 3,9%. Em São Paulo, o número de pessoas sem ocupação se manteve estável em junho com relação a maio de 2014: 5,1%.

    De acordo com o IBGE, a PME “produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem avaliar as flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, do mercado de trabalho, nas suas áreas de abrangência, constituindo um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura econômica sobre esse mercado.”

    A taxa de desocupação é a proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa, que é formada pelos contingentes de ocupados e desocupados.

    http://www.mudamais.com/ruas-e-redes/desemprego-diminui-mais-uma-vez

     

  5. Aécio e sua “bolsa família”:

    Aécio e sua “bolsa família”: Parasitismo estatal para si, liberalismo para os outros

    Em várias declarações já ouvimos Aécio dizer que os petistas não podem perder a presidência da República, dentre outros motivos, para não ver cair seu padrão de vida. Provocação barata que ocupa o espaço dos debates estruturais que deveriam presidir uma disputa eleitoral da magnitude desta que temos à frente.

    Mas, entremos no clima por ele proposto.

    Aécio, de fato, não precisa se preocupar com seu padrão de vida. Ganhando ou perdendo eleições. Aliás, nunca se preocupou. Descendente das oligarquias conservadoras mineiras, que foram geradas nas entranhas do Estado, desde o império, ele não tem a menor ideia do que seja empreender na iniciativa privada. Do que seja arriscar em negócios e disputas de mercado. Do que seja encarar uma falência, uma cobrança bancária, uma perda de patrimônio.

    Pasmem: é esse o candidato que faz apologia do livre mercado, da iniciativa individual como base para a ascensão social e da ideia do “cada um por si” como critério de sobrevivência na selva do capitalismo contemporâneo.

    Até sua carreira eleitoral tem como fato gerador a agonia terminal do avô, cuja morte “coincidiu” com o dia de Tiradentes . Seu primeiro cargo eletivo é tributário disso: em 1986 ele obteve mais de 200 mil votos para deputado federal sem lastro político próprio. Quatro anos mais tarde, distante do “fato gerador”, ele se reelegeu com magros 42.412 votos.

    No quadro a seguir temos um diminuto resumo da versão de sua “bolsa família”.

    aecim

    Reitera-se: trata-se de um “diminuto resumo”. A história de seus avós paternos e maternos é a reprodução integral de como foram formadas as elites mineiras: indispensável vínculo estatal (cargos de confiança no Executivo, cartório e muita influência no Judiciário), formação de patrimônio fundiário à base da incorporação de terras devolutas e estreitas ligações com carreiras parlamentares.

    O pai, Aécio Cunha, por exemplo, morava no Rio de Janeiro quando,  em 1952 retorna a Belo Horizonte e, com 27 anos de idade, em 1954,  “elegeu-se deputado estadual, pela região do Mucuri e do Médio Jequitinhonha, ainda que pouco conhecesse a região (…)” conforme descrição no Wikipédia. Seus oito mandatos parlamentares nasceram de sua ascendência oligarca. Do avô materno, Tancredo, dispensa-se maiores apresentações. Atípico sobrevivente de várias crises institucionais que levaram presidentes à morte, à deposição e ao exílio, Tancredo Neves sempre esteve na “crista da onda”. Nunca como empresário. Quase sempre como interlocutor confiável dos que quebravam a normalidade democrática.

    Aécio Neves, por sua vez, era um bon vivant quando passa a secretariar o avô, governador de Minas Gerais, a partir de 1983. Nunca foi empresário, nunca prestou concurso público, nunca chefiou nenhum empreendimento privado. Sua famosa rádio “Arco Íris” foi um presente de José Sarney e Antônio Carlos Magalhães. Boa parte de seu patrimônio é herança familiar construída pelo que se relatou anteriormente. O caso do aeroporto do município mineiro de Cláudio é apenas mais uma ponta do iceberg.

    Enfim, ele é isso: um produto estatal que prega liberalismo, competição, livre mercado… para os outros. Uma contradição em movimento. Herdeiro, portanto, de uma típica “bolsa família”; só que orientada para poucos.

    Aliás, esse parasitismo estatal é característico da maior parte das elites brasileiras. Paradoxal é defenderem os valores neoliberais.

    http://www.viomundo.com.br/politica/aecio-e-sua-bolsa-familia-parasitismo-estatal-para-si-e-liberalismo-para-os-outros.html

  6. No 4º ataque contra

    No 4º ataque contra instalações da ONU, Israel mata dezenas em escola na Faixa de Gaza

    Fontes do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza afirmam que pelo menos 15 pessoas morreram após um tanque israelense atacar uma escola das Nações Unidas nesta quinta-feira (24). Além das vítimas fatais, mais de 200 pessoas ficaram feridas na explosão do edifício, procurado por milhares de palestinos refugiados, obrigados a deixar suas casas em função do conflito armado.

    O bombardeio de hoje representa a quarta vez que uma instalação da ONU (Organização das Nações Unidas) é atingida desde que foi lançada, há 17 dias, a ofensiva israelense, batizada de Operação Margem Protetora, que já deixou no total mais de 725 mortos, segundo as fontes palestinas de saúde. É a primeira vez, no entanto, que um ataque desse tipo registra vítimas fatais.

    O Exército israelense emitiu um comunicado assegurando que está “revisando” o incidente, e ressaltou que o ataque pode ter sido causado por um foguete lançado de Gaza, território controlado pelo Hamas e cujo braço armado combate Israel.

    Segundo o oficial palestino Ashraf al Kidra disse à agência AP, a escola na cidade de Beit Hanoun, na parte norte da Faixa de Gaza, servia de abrigo aos palestinos que fugiam do intenso fogo cruzado na região. O diretor da agência, Robert Turner, disse à rede Al Jazeera que não recebeu qualquer aviso do Exército israelense sobre o ataque.

    A escola atingida era gerida pela agência da ONU que cuida especialmente do caso palestino, a UNRWA. Segundo funcionários das Nações Unidas, a UNRWA tinha o protocolo de sempre informar Israel com as coordenadas de suas instalações, para evitar bombardeios.

    Segundo Chris Gunness, um porta-voz da ONU, a UNRWA tentou por duas vezes coordenar formalmente com Israel uma janela de tempo que permitisse a evacuação segura dos refugiados no abrigo de Beit Hanoun.

    O ataque de hoje ocorreu 24 horas depois de o Conselho de Direitos Humanos da ONU ter advertido que há indícios de que Israel está cometendo crimes de guerra e aprovou, com a rejeição dos Estados Unidos, a formação de uma comissão para investigar o conflito nas áreas de combate.

    17º dia de conflito

    O ataque à escola da ONU acontece no 17º dia da ofensiva israelense, momento em que Tel Aviv disse ter diminuído o número de bombardeios aéreos. O Exército israelense afirmou ter atingido 35 “alvos terroristas” na última madrugada, número abaixo dos 187 locais acertados na noite anterior. Israel também revelou ter detido ontem 150 “suspeitos de terrorismo” em Gaza.

    Ao longo da ofensiva militar — que, além dos 725 mortos, já deixou 4,7 mil feridos, segundo fontes de saúde palestinas — inicida com bombardeios aéreos, Israel decidiu invadir Gaza por terra sob a justificativa inicial de desmantelar os túneis subterrâneos utilizados por combatentes do Hamas para atingir civis e militares no território israelense.

    A ONU, por sua vez, advertiu que o número oficial de deslocados internos pelos bombardeios israelenses superou as 110 mil pessoas, o dobro do esperado pela UNRWA, em seu plano de contingência. O número supera a quantidade de refugiados palestinos em 2009, data da última invasão terrestre da Faixa de Gaza.

    Também hoje, as Brigadas Izz al Din Aassam, o braço armado do Hamas, afirmaram ter matado oito soldados israelenses em um ataque cometido com uma granada antitanque contra um blindado utilizado para transportar forças da infantaria. Caso seja confirmado, seria o pior ataque do tipo sofrido por Israel.

    Diplomacia

    Israel lamentou hoje a decisão do Brasil de chamar para consultas seu embaixador em Tel Aviv, uma decisão que segundo o governo do país “não contribui para garantir a calma e a estabilidade na região”.

    “O que estes passos fazem é dar um apoio ao terrorismo, e naturalmente afetam a capacidade do Brasil de influenciar (a região do Oriente Médio)”, segundo uma nota oficial. Para Israel, o retorno do embaixador “não reflete o nível das relações entre os dois países e ignora o direito de Israel e se defender”.

    Ainda mais crítico do que a declaração oficial do Itamaraty, foram os comentários de Marco Aurélio Garcia, chefe da Assessoria Especial da Presidência da República. Em entrevista à emissora SBT, classificou como “genocídio” o conflito israelo-palestino. No entanto, Garcia não defendeu uma intervenção da ONU na região: “Se nós fizéssemos essa opção, não passaria pelo Conselho de Segurança e nós respeitamos o conselho”.

    Os EUA suspenderam hoje as restrições impostas pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) para que as companhias aéreas do país não voassem para ou a partir do aeroporto internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, capital de Israel.

    Cronologia das tensões

    A escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo e assassinado em Jerusalém.

    Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Até agora, quase 600 palestinos foram sequestrados e presos.

    A tensão aumentou na região após anúncio, no começo de junho, do fim da cisão entre o Fatah e o Hamas, que controlam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e por isso suspendeu as conversas de paz que vinham sendo desenvolvidas com os palestinos com a mediação do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

    (*) Com informações da Agência Efe

    http://www.sul21.com.br/jornal/no-4-ataque-contra-instalacoes-da-onu-israel-mata-dezenas-em-escola-na-faixa-de-gaza/

  7. Crise na Ucrânia

    Primeiro-ministro renuncia na Ucrânia

    Decisão vem em reação à dissolução da coalizão de governo em Kiev. Presidente Petro Poroshenko apoia desdobramentos, que abrem caminho para novas eleições legislativas, visando enfraquecer os pró-russos no Parlamento.

    O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, anunciou nesta quinta-feira (24/07) sua renúncia ao cargo. Ao renunciar, ele falou em “colapso da coligação de governo” e alegou que o Parlamento não está mais em condições de fazer seu trabalho e aprovar as leis necessárias.

    Yatsenyuk aproveitou a ocasião para criticar a ruptura da coalizão, que ocorre em meio a uma grave crise econômica e dos choques entre o Exército nacional e os separatistas pró-russos no leste do país.

    Antes, dois pequenos partidos haviam se retirado do governo: o nacionalista Svoboda e o Udar, liderado pelo ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko. Sua intenção declarada foi forçar um pleito legislativo antecipado, com o fim de enfraquecer as forças pró-russas em Kiev.

    Ao anunciar oficialmente a dissolução da coligação governamental, o presidente do Parlamento, Oleksander Turtchinov, confirmou que o presidente Petro Poroshenko é favorável a novas eleições.

    Elas proporcionariam uma renovação política total na Ucrânia, garantindo, assim, para uma base sólida para Poroshenko no Parlamento. Turtchinov pediu ainda ao Svoboda e ao Udar que indiquem um candidato à chefia de governo interina, substituindo Yatsenyuk até as eleições.

    Para que o chefe de Estado ucraniano possa dissolver o atual órgão legislativo após o rompimento de fato da coalizão, os deputados precisam confirmar formalmente que não é possível constituir um novo governo. Em seguida, a Constituição nacional dá ao presidente um prazo de dois meses para decretar novas eleições parlamentares.

    Pró-Ocidente, Poroshenko foi eleito presidente em maio último, com clara vantagem, após a destituição de Viktor Yanukovytch. Desde então a Ucrânia tem estado sob tensão constante de Moscou, que anexou a península da Crimeia e apoia os separatistas pró-russos no leste ucraniano.

    http://www.dw.de/primeiro-ministro-renuncia-na-ucr%C3%A2nia/a-17807731

     

  8. PT versus PT: um morde, outro assopra.

    Da série recordar é viver, para que fique bem registrado um certo episódio recente. Um diz que não foi, outro diz que é:

    Justiça | 14/07/2014 20:00

    Prisões de manifestantes não foram arbitrárias, diz Cardozo

    Ministro afirmou que a prisão de 19 pessoas pela Polícia Civil do Rio não foi uma afronta à liberdade de livre organização e manifestações

    Nivaldo Souza e Ricardo Della Coletta e Rafael Moraes Moura, do Estadão


    José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça participa de coletiva sobre avaliação geral da Copa

    Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira, 14, que a prisão de 19 pessoas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, no domingo, sob a acusação de atos de vandalismo em protestos durante a Copa e desde junho do ano passado, não foi uma afronta à liberdade de livre organização e manifestações.

     O ministro relatou conversa com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, na qual lhe foi dito que as prisões foram feitas com base em determinação da Justiça.

    “O secretário Beltrame me disse que as prisões foram com base em investigações que ocorreriam há 7 meses”, disse.

    “Era um conjunto de pessoas que organizava atos ilícitos, fazendo referência a bombas no metrô do Rio de Janeiro. Me disse o secretário que as provas são consistentes”, relatou.

    O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, negou que tenha havido violação da liberdade de organização e que as prisões foram feitas como base no “respeito às legalidades”.

    Adams disse ainda que a Lei Geral da Copa foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde duas ações de inconstitucionalidade foram derrubadas. “Tivemos zero problema na Justiça (durante a Copa)”, afirmou.

    Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/cardozo-prisoes-de-manifestantes-nao-foram-arbitrarias

    PT divulga nota sobre as prisões de ativistas no Rio de Janeiro

    Direção nacional repudia a criminalização da manifestação popular e democrática e pede ampliação de diálogo

    17/07/2014 – 08h03 / Por Geraldo Magela

    Em nota conjunta assinada pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, pelo secretário de Movimentos Populares, Bruno Elias, e pelo coordenador do Setorial de Direitos Humanos do partido, Rodrigo Mondego, a legenda considera a prisão de ativistas no Rio de Janeiro uma grave violação dos direitos e liberdades democráticas. No documento, o PT manifesta repúdio à criminalização das manifestações democráticas e defende o diálogo entre o Estado e os movimentos sociais.Leia a íntegra da nota: Nota sobre as prisões de ativistas no Rio de Janeiro

    A prisão de ativistas no Rio de Janeiro, com o suposto propósito de impedir a participação em protestos de rua no último final de semana, é uma grave violação de direitos e das liberdades democráticas. Os direitos de reunião e livre manifestação são conquistas legítimas do povo brasileiro e não vamos transigir em sua defesa.

    O PT repudia a criminalização das manifestações e defende a ampliação dos espaços de diálogo e participação popular na relação do Estado com os movimentos sociais.

    A violência de Estado e a intimidação de manifestantes devem ser repelidas por todos os que defendemos a democracia e a liberdade de manifestação, motivo pelo qual também reivindicamos a liberdade dos ativistas que ainda se encontram presos.

    Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores
    Bruno Elias, secretário de Movimentos Populares do PT
    Rodrigo Mondego, coordenador do Setorial de Direitos Humanos do PT

     

    Da Redação da Agência PT de Notícias

    Fonte: https://www.pt.org.br/pt-divulga-nota-sobre-as-prisoes-de-ativistas-no-rio-de-janeiro/

  9. Santander manda carta a clientes ricos atacando Dilma

    Sucesso de Dilma deteriora economia, diz Santander a clientes ricos

    O Banco Santander enviou neste mês de julho de 2014 aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil.

    A análise foi impressa na última página do extrato dos clientes na categoria “Select”, com renda mensal superior a R$ 10 mil. Diz que se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros e o dólar vão subir e a Bolsa, cair.

    O texto vem sob o título “Você e seu dinheiro” e orienta os clientes do Santander: um cenário eleitoral favorável à petista reverterá “parte das altas recentes” na Bolsa.

    Eis a reprodução do extrato:

    Reprodução

    O documento do Santander ao seus correntistas mais abastados contém uma análise que já frequentava o mercado financeiro brasileiro de forma difusa, mas nunca de maneira institucional por um grande banco.

    Esse tipo de comportamento do mercado não é novo. Desde a primeira eleição direta pós-ditadura ocorrem interpretações nesse sentido. Em 1989, o empresário Mário Amato deu uma entrevista dizendo que se o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse naquele ano, 800 mil empresários deixariam o Brasil.

    Em 2002, quando o mercado financeiro novamente ficou apreensivo com uma possível vitória de Lula, o analista Daniel Tenengauzer, do banco Goldman Sachs, chegou a inventar o “lulômetro”, que previa a cotação futura do dólar caso o petista fosse eleito. Tenengauzer acabou repreendido pelo banco, que considerou “leviano” e de “mau gosto” o nome de seu modelo matemático.

    O Santander confirmou a autenticidade do documento ao qual o Blog teve acesso. Em nota, disse adotar critérios “exclusivamente técnicos” em suas análises econômicas, “sem qualquer viés político ou partidário”.

    O banco reconhece que o texto enviado a seus clientes “pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz” (de se ater a análises mais técnicas). A instituição emitiu uma nota na qual pede desculpas ao seus correntistas e diz que adotará providências internas.

    De capital espanhol, o Santander é o 5º maior banco e o 1º estrangeiro em atuação no Brasil. Fica atrás de Banco do Brasil, Itaú, Caixa e Bradesco. Em 2000, massificou sua operação de varejo ao comprar o Banespa, o antigo banco estatal que pertenceu ao governo paulista.

    Abaixo, a íntegra da nota do Santander:

    “O Santander esclarece que adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. O texto veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação.”

    (Bruno Lupion)

    http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2014/07/25/sucesso-de-dilma-deteriora-economia-diz-santander-a-clientes-ricos/

     

  10. http://oglobo.globo.com/brasi

    http://oglobo.globo.com/brasil/tce-de-mg-alvo-frequente-de-denuncias-como-desvio-de-verbas-por-parte-dos-conselheiros-13358707

    TCE de MG é alvo frequente de denúncias, como desvio de verbas por parte dos conselheirosTrês mil processos foram queimados em incêndio criminoso e foi Corte foi acusada de abrigar funcionárias fantasmasPOR EZEQUIEL FAGUNDES24/07/2014 6:00 / ATUALIZADO 24/07/2014 9:21 BELO HORIZONTE — Órgão fiscalizador das contas do governo e da Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) tem sido protagonista frequente de escândalos no estado. Acumulados nos últimos 12 anos, três mil processos foram queimados num incêndio comprovadamente criminoso, três conselheiros foram apontados pela Polícia Federal como participantes de um esquema de desvio de verbas do Fundo de Participação dos Municípios, e a Corte foi também acusada de abrigar funcionários fantasmas. Desde domingo, O GLOBO mostra investigações e suspeitas sobre conselheiros desses tribunais.A atual presidente da casa é Adriene Andrade, mulher de Clésio Andrade (PMDB-MG), réu no mensalão tucano. Segundo denúncia do Ministério Público, ela não teria conhecimento jurídico suficiente para o cargo. Adriene foi indicada na gestão do ex-governador Aécio Neves (PSDB), quando Andrade era vice-governador. Na ação do MP, é citado o currículo da conselheira até então, onde constam mandato de prefeita de Três Pontas, cidade com 53 mil habitantes no Sul de Minas, atuação no Conselho Municipal de Assistência Social, na APAE da mesma cidade, além do comando da Associação Mineira de Município (AMM). A ação do MP contra a indicação da atual presidente do TCE-MG ainda tramita no STF. Sua defesa argumenta que ela preenche todos os requisitos exigidos para ocupar o cargo.FUNCIONÁRIAS FANTASMASO ex-deputado Elmo Braz, que também foi presidente do TCE e se aposentou em 2011, virou alvo de uma investigação recente do MP de Belo Horizonte. Segundo documentos obtidos pelo GLOBO, ele é suspeito de conseguir cargo no tribunal para três mulheres, mas os empregos eram fantasmas. Pais, irmãos e primos das jovens também conseguiram trabalho no tribunal. Entre as contempladas, está a bacharel em Direito Letícia Miranda Santiago, que neste ano conseguiu uma vaga no reality show “BBB-14”. Uma das provas do inquérito são fotografias do conselheiro passeando com Letícia numa lancha. Em seu depoimento ao MP, Elmo admitiu que as três mulheres foram lotadas no tribunal, porém, negou irregularidades.O Tribunal de Contas de Minas foi palco de um incêndio criminoso em 2002. Quatro funcionários de alto escalão foram acusados de destruir provas de investigações fiscais. Neste ano, mesmo concluindo que o incêndio havia sido comprovadamente criminoso, a Justiça de Minas arquivou o processo por falta de prova contra os acusados. No inquérito, o então presidente do TCE, José Ferraz, já falecido, foi apontado como um dos responsáveis.Outro escândalo do tribunal surgiu após revelações da Operação Pasárgada, da Polícia Federal, há seis anos. Ela resultou no indiciamento da cúpula do TCE por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa acusada de ter desviado R$ 200 milhões em verbas do Fundo de Participação dos Municípios. Como os envolvidos possuem foro privilegiado, cabe à Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais (PGJ) decidir se arquiva ou propõe ação criminal. A PGJ ainda não tomou nenhuma decisão. Na época, os ex-deputados Elmo Braz, então presidente, Wanderley Ávila (vice) e Antônio Carlos Andrada (corregedor) foram indiciados por corrupção ativa, formação de quadrilha e prevaricação.De acordo com o relatório da Pasárgada, eles receberam propina para acobertar contratos superfaturados e sem licitação pública celebrados entre o Grupo SIM, uma firma de prestação de assessoria contábil, com dezenas de prefeituras do interior do estado sob o argumento de notório saber. Planilhas apreendidas pela PF durante a operação, na casa de um dos sócios do Grupo SIM, em BH, apontam que a propina era distribuída aos conselheiros pelo auditor Édson Arger, que chegou a ser preso. No documento, Arger e o próprio TCE aparecem na contabilidade paralela como sendo beneficiários de R$ 30 mil e R$ 162 mil, respectivamente. A investigação revelou que auditorias iniciadas pelo corpo técnico do tribunal, com indicativo de irregularidades, eram paralisadas sem julgamento.Durante duas semanas, O GLOBO fez contato com a assessoria de imprensa do TCE de Minas, por telefone e e-mails, para que os conselheiros respondessem às acusações, mas não obteve resposta.

  11. Por Mauro Santayana “De cegos e de anões”

    Coisas da Política

    24/07 às 20h00 – Atualizada em 24/07 às 20h01

    De cegos e de anões    

    Mauro Santayana

    Se não me engano, creio que foi em uma aldeia da Galícia que escutei, na década de 70, de camponês de baixíssima estatura, a história do cego e do anão que foram lançados, por um rei, dentro de um labirinto escuro e pejado de monstros. Apavorado, o cego, que não podia avançar sem a ajuda do outro, prometia-lhe toda sua fortuna, caso ficasse com ele, e, desesperado, começou a cantar árias para distraí-lo.

    O outro, ao ver que o barulho feito pelo cego iria atrair inevitavelmente os monstros, e que o cego, ao cantar cada vez mais alto, se negava a ouvi-lo, escalou, com ajuda das mãos pequenas e das fortes pernas, uma parede, e, caminhando por cima dos muros, chegou, com a  ajuda da luz da Lua, ao limite do labirinto, de onde saltou para  densa floresta, enquanto o cego, ao sentir que ele havia partido, o amaldiçoava em altos brados, sendo, por isso, rapidamente localizado e devorado pelos monstros que espreitavam do escuro.   

    Ao final do relato, na taberna galega, meu interlocutor virou-se para mim, tomou um gole de vinho e, depois de limpar a boca com o braço do casaco, pontificou, sorrindo, referindo-se à sua altura: como ve usted, compañero… com o perdão de Deus e dos cegos, ainda prefiro, mil vezes, ser anão…

    Lembrei-me do episódio — e da história — ao ler sobre a convocação do embaixador brasileiro em Telaviv para consultas, devido ao massacre em Gaza, e da resposta do governo israelense, qualificando o Brasil como irrelevante, do ponto de vista geopolítico, e acusando o nosso país de ser um “anão diplomático”. 

    Chamar o Brasil de anão diplomático, no momento em que nosso país acaba de receber a imensa maioria dos chefes de Estado da América Latina, e os líderes de três das maiores potências espaciais e atômicas do planeta, além do presidente do país mais avançado da África, país com o qual Israel cooperava intimamente na época do Apartheid, mostra o grau de cegueira e de ignorância a que chegou Telaviv.

    O governo israelense não consegue mais enxergar além do próprio umbigo, que confunde com o microcosmo geopolítico que o cerca, impelido e dirigido pelo papel executado, como obediente cão de caça dos EUA no Oriente Médio.

    O que o impede de reconhecer a importância geopolítica brasileira, como fizeram milhões de pessoas, em todo o mundo, nos últimos dias, no contexto da criação do Banco do Brics e do Fundo de reservas do grupo, como primeiras instituições a se colocarem como alternativa ao FMI e ao Banco Mundial, é a mesma cegueira que não lhe permite ver o labirinto de morte e destruição em que se meteu Israel, no Oriente Médio, nas últimas décadas. 

    Se quisessem sair do labirinto, os sionistas aprenderiam com o Brasil, país que tem profundos laços com os países árabes e uma das maiores colônias hebraicas do mundo, como se constrói a paz na diversidade, e o valor da busca pacífica da prosperidade na superação dos desafios, e da adversidade.

    O Brasil coordena, na América do Sul e na América Latina, numerosas instituições multilaterais. E coopera com os estados vizinhos — com os quais não tem conflitos  políticos ou territoriais — em áreas como a infraestrutura, a saúde, o combate à pobreza.

    No máximo, em nossa condição de “anões irrelevantes”, o que poderíamos aprender com o governo israelense, no campo da diplomacia, é como nos isolarmos de todos os povos da nossa região e engordar, cegos pela raiva e pelo preconceito, o ódio visceral de nossos vizinhos — destruindo e ocupando suas casas, bombardeando e ferindo seus pais e avós, matando e mutilando as suas mães e esposas, explodindo a cabeça de seus filhos.

    Antes de criticar a diplomacia brasileira, o porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmir, deveria ler os livros de história para constatar que, se o Brasil fosse um país irrelevante, do ponto de vista diplomático, sua nação não existiria, já que o Brasil não apenas apoiou e coordenou como também presidiu, nas Nações Unidas, com Osvaldo Aranha, a criação do Estado de Israel. 

    Talvez, assim, ele também descobrisse por quais razões o país que disse ser   irrelevante foi o único da América Latina a enviar milhares de soldados à Europa para combater os genocidas   nazistas; comanda órgãos como a OMC e a FAO;  abre, todos os anos, com o discurso de seu máximo representante, a Assembleia Geral da ONU; e porque — como lembrou o ministro Luiz Alberto Figueiredo, em sua réplica — somos uma das únicas 11 nações do mundo que possuem relações diplomáticas, sem exceção,  com todos os membros da Organização das Nações Unidas.    

     http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/07/24/de-cegos-e-de-anoes/

  12. Inferno astral de Aécio Cunha das Neves

    25/7/2014 às 00p0 (Atualizado em 25/7/2014 às 01h03)

    Justiça mantém Minas como réu em ação de desvio de R$ 3 bi na gestão Aécio

    Ex-governador declarou repasses para saneamento de recursos que seriam da saúde

    Enzo Menezes, do R7


     
    Candidato à presidência afirmou que não houve repasses de R$ 3,3 bilhões que constam na prestação de contas; investimento deveria ter sido feito em saúde, segundo o MP André Lucas Almeida/02.06.2014/Estadão Conteúdo

     A Justiça de Minas manteve o governo do Estado e a Copasa (Companhia de Saneamento) como réus em uma ação que questiona o repasse de R$ 3,3 bilhões para saneamento básico de recursos que deveriam ter sido aplicados na área da saúde entre 2003 e 2008, na gestão do governador Aécio Neves (PSDB).

    A decisão, do último dia 17 de junho, é do juiz Adriano de Mesquita Carneiro, da 5ª Vara de Fazenda Estadual de Belo Horizonte. A Copasa afirma não ter recebido os recursos, que constam na prestação de contas de Aécio Neves aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado.

    Segundo o Ministério Público Estadual, por meio do promotor de Defesa do Patrimônio do Público Eduardo Nepomuceno, os recursos não poderiam ser considerados como investimento em saúde, área que possui critérios próprios. A Copasa afirma em sua defesa no processo que não recebeu os valores, que no entanto constam na prestação de contas de Aécio Neves enquanto governador de Minas. O lançamento teria ocorrido para atingir investimentos de 12% das receitas em saúde, como previsto pela Constituição Federal.

    — Questionamos a legalidade do repasse para a Copasa, que não pode ser considerada verba para a saúde. Na ação, o governo do Estado e a Copasa negaram que tivesse havido o repasse, mas na prestação de contas existe essa informação. Ele prestou contas de um recurso inexistente. 

    Outra ação foi arquivada

    Em fevereiro de 2014, uma segunda ação proposta pela promotora Josely Pontes contra Aécio Neves, para questionar a contradição entre os R$ 3,3 bilhões que aparecem na prestação de contas e a negativa a Copasa em tê-los recebido, foi arquivada pelo Tribunal de Justiça sem análise de mérito. Em junho, o Tribunal manteve o arquivamento.

    O juiz Adriano de Mesquita Carneiro considerou que apenas o procurador-geral de Justiça, Carlos Bittencourt, indicado ao cargo pelo então governador Antonio Anastasia (PSDB), poderia abrir investigação contra um ex-governador.

    Com a continuidade da ação, a Justiça pode reconhecer que a prestação de contas de Aécio no período continha uma irregularidade de quase R$ 4 bilhões, explica o promotor do Ministério Público. 

    — O ex-governador pode ser atingido se houver a decisão contrária à prestação de contas, mas seria necessária uma nova ação. O MP pedia a devolução dos valores, mas como os valores não foram repassados, não vai haver devolução. Mas o juiz pode reconhecer que a prestação de contas, aprovada pelo Tribunal de Contas, está errada.

    Outro lado

    O Governo de Minas informou que a Advocacia Geral do Estado ainda analisa o pedido de resposta feito pela reportagem do R7 na últilma quarta-feira (23). 

     

  13. A Inclusiva Ucrânia

    Ativista LGBT Recusado em Partido Ucraniano

    Brian Dooley  | Diretor do Human Rights First’s Human Rights Defenders

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    O centrista Partido Aliança Democrática, que se descreve como um partido democrata-cristão, está entre os novos atores políticos que ganhou apoio na sua participação nos protestos Euromaidan. A imprensa local relata a sua reputação como um partido que “em grande parte atende a jovens e eleitores mais liberais.” 

    O que começou como um movimento de jovens e, em seguida, foi registrado como um partido político em 2011, quando começou a defender uma plataforma anti-corrupção – dois de seus membros estavam entre os mortos a tiros durante os protestos Euromaidan – ganhou dois assentos no conselho Kyiv nas eleições do mês passado.

    Mas, aqueles que esperavam ver surgir uma nova política na Ucrânia, para substituir o apelo da extrema direita, sofreu uma sacudida, quando a Aliança Democrática recusou o ingresso do proeminente ativista LGBT Bogdan Globa. 

    Globa disse ao Human Rights First: “Quero dizer que esta foi uma grande surpresa para mim. Eu acreditava que este partido político seria propriamente democrático, mas, aparentemente, não é.”

    Gay activist denied membership in the party because of his "active position"

    Vasyl Gatsko, o líder da Aliança Democrática, disse que a orientação sexual de Globa não tinha nada a ver com a decisão, mas admitiu que as opiniões dele diferiam do partido em valores familiares. 

    Pressionado para esclarecer a questão, Gatsko disse: “A Aliança Democrática é um partido democrata-cristão e nossa posição é que a família é composta por um homem e uma mulher”.

    O presidente Obama, falando em Varsóvia, disse: “Nossas nações livres não podem ser complacentes na busca da visão que compartilhamos: uma Europa unida, livre e em paz…. temos que trabalhar para isso. Nós temos que ficar com aqueles que buscam a liberdade”, mas também que,”a nossa democracia não deve ser definida por aquilo ou o que somos contra, mas por uma política de inclusão e tolerância, que recebe todo os nossos cidadãos. As nossas sociedades devem abraçar uma maior justiça, que reconhece a dignidade inerente a todos os seres humanos”.

    Quando visitou a Ucrânia, o vice-presidente Biden deixou claro que os Estados Unidos não têm espaço de manobra quando se trata deste tipo de fanatismo e que tal discriminação mina a democracia e o progresso. 

    Os líderes da Ucrânia têm a responsabilidade de promover políticas inclusivas e os Estados Unidos têm interesse em apoiar figuras da sociedade civil, como Globan, que devem ser autorizados a participar plenamente na nova política do país.

    Mimimi

    Esta nota foi publicada pelo Huffington Post com imagens são da Internet.

  14. Outro aecioporto: a pista fantasma de Montezuma,

    Outro aecioporto: a pista fantasma de Montezuma, cidade de menos de oito mil habitantes

    22 de julho de 2014 | 23:04 Autor: Fernando Brito

    miontezuma

    Montezuma é uma pequena cidade no pobre Norte de MInas.

    Tem, como se dizia no meu tempo, menos de oito mil almas: 7.900, segundo o IBGE.

    Mas tem, também, a Perfil Agropecuária e Florestal, empresa de Aécio Neves e de sua irmã, Andréa Neves, da qual já eram sócios e, agora, herdeiros de seu pai, o ex-deputado Aécio Cunha.

    Uma “terrinha” de apenas 950 hectares – ou 9.500.000 metros quadrados, ou 950 campos oficiais de futebol, para nós, urbanos, pouco acostumados a essas grandezas.

    Ganha em usucapião do próprio Estado de Minas Gerais, onde eram devolutas.

    O ex-Governador Newton Cardoso, o “Newtão”, tem negócios na região.

    E, no seu governo, nos anos 80, mandou construir um aeroporto, de cascalho, para pequenos aviões pousarem na “cidade” de Montezuma.

    Municipio que está em 438° lugar em população entre todas as municipalidades mineiras.

    Pois não é que no Governo de Aécio Neves, aquela pista foi asfaltada para receber até mesmo jatinhos?

    Não consegui apurar o valor da obra.

    Mas achei uma foto da cabeceira da pista, já asfaltada, no site Em tempo real, de Luís Cláudio Guedes.

    E a matéria no Diário Oficial de Minas Gerais comprovando que as obras foram feitas no governo Aécio Neves, pelo governo estadual.

    Porque o aeroporto é municipal.

    E, segundo o testemunho dos moradores, passa meses a fio fechado, sem receber um único avião.

    Pobre Montezuma, não merecia essa maldição.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=19333

  15. Valores fascistas e oba-oba no Brasil

    22/07/2014

    É lugar comum entre intelectuais: dificilmente encontramos na história do Brasil um momento tão rebaixado de produção cultural como o atual.

     

    Na música, letras empobrecidas rivalizam com melodias e ritmos previsíveis que qualquer músico iniciante chega a ter tédio ao reproduzir.

     

    Na literatura, diários são alçados à condição de sugestões para uma vida feliz. O estilo folhetinesco, que faz pastiche de romances, estudos historiográficos e vida íntima de intelectuais e artistas, forra estantes e mesas centrais de livrarias, que se apresentam como shopping centers da leitura rápida e descartável, customizadas com cafés ao fundo para alegrar o leitor, que carrega sempre a opinião do último livro que leu, sabe-se lá quando foi.

     

    A inovação mais ousada na dramaturgia contemporânea não passou do teatro besteirol que, por sua vez, deu lugar ao stand-up comedy brasileiro, este tipo menor de repentista que acredita ter licença para disseminar escatologias. Aliás, a escatologia destes niilistas sem humor vai rompendo barreiras na busca da fama pelo escândalo. Tudo pelo sucesso é a bandeira desfraldada que dá nome a novos programas oferecidos nos canais pagos, numa espécie de esconde-esconde que tenta dar a aparência de gente pura e despretensiosa, tal água da fonte do jardim do centro das metrópoles tupiniquins. Fazem par com a profusão de “cervejarias artesanais” que proliferam na corrida para abastecer os 62 litros bebidos a cada ano por cada brasileiro que procura nocautear suas mágoas e frustrações: uma sequência de tentativas e erros (mais erros que tentativas) até que se chegue ao porre generalizado, sem eira nem beira.

     

    O cinema tenta, mas nada que se compare com a delicadeza e inteligência do cinema argentino e muito menos com o Cinema Novo que um dia conseguimos forjar.

     

    Na política, que por muito tempo estimulou amplos debates sobre o Brasil e sobre nossas possibilidades perdidas, expoentes com nenhuma experiência e portadores de uma única ideia força se propõem a dirigir o país. Sua fragilidade é completamente estampada nos seus rostos, mas parece que nem sempre queremos ver o óbvio plastificado no sorriso aberto e na fala totalmente previsível que é anunciada pela voz off do locutor, não menos previsível, do marketing amoral. Aliás, não só pecam pela pobreza de espírito como se envolvem em situações nebulosas, que não inspiram nenhum de nossos jovens a pensar a política como uma ação nobre. Os partidos se atacam sem respeito e não toleram nada inferior à destruição por completo do seu adversário. Poucos conseguem explicar, à luz do dia, a vantagem de se gastar numa campanha mais que os salários somados de quatro anos de mandato parlamentar que almejam conquistar.
     

    Este clima soturno, de baixa inspiração, que rasteja numa preguiça mental, flerta, o que me parece pior, com o relaxamento moral.
     

    Esses tempos sombrios em nosso país estimulam minha memória a resgatar textos alarmantes de clássicos da esquerda. Outro dia, me deparei recordando algumas passagens de um livro pouco festejado de Georg Lukács a respeito do declínio da razão às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Lukács tentou somar e articular vários sinais de irracionalismo que deságuam no fascismo. Trotsky foi outro que pulou de minha memória. Em seu surpreendente Revolução e Contrarrevolução na Alemanha, o dirigente russo analisou os acontecimentos dramáticos que se sucederam logo no início dos anos 1930 e que abriram o caminho para o nazismo. Algo me sussurra que este rebaixamento intelectual e moral do Brasil atual abrem brechas para a cultura fascista.
     

    O fato é que aqui no Brasil, os valores fascistas estão, pouco a pouco, sendo considerados aceitáveis como elementos da imposição da ordem. O uso ilegal da força e perseguição por parte das polícias estaduais e ameaças permanentes de enquadramento de qualquer conflito de rua como crimes similares à ação terrorista são assimiladas e até festejadas por articulistas da grande imprensa tupiniquim. Ataques à manutenção (nem é possível, nesta altura da ofensiva dos valores fascistas citar a palavra avanço) dos direitos civis como desmonte da estabilidade da família. As capas de revistas semanais estimulam o alarme geral, o ódio e a divisão do país entre manipulados e clarividentes (sendo os editores, obviamente, os líderes da casta superior dos clarividentes a orientar os manipulados de bom coração).
     

    A cultura fascista, afinal, é totalitária. Ao contrário da cultura autoritária que desmobiliza, a cultura fascista convida à mobilização pelo ódio. Sustenta uma visão de mundo que se apoia na negação da diferença e no uso da força como imposição de uma lógica masculina e viril, sendo a inteligência um adorno desprezível em virtude da urgência do uso dos músculos.

     

    O que me anima é que o brasileiro comum, aquele que não tem poder e não é elite, ao final, percebe os engodos. Possivelmente porque já foi vítima de vários. Daí que se frustra com o atual governo, mas não cai na raquítica teia dos expoentes da oposição. O brasileiro, afinal, é órfão recente da seleção de futebol e, ainda de luto, não parece convicto em se deixar cair em mais um canto de sereia.

     

    Mas o problema permanecerá após as eleições. Na hipótese da reeleição, o atual governo cairá na mesmice que é marcada pela sua omissão, ausência de ousadia e crença numa luz no fim da galáxia, tal como sugeria o velho e crente Juan Posadas, o sapateiro de Córdoba que se chamava Homero Rómulo Cristalli Frasnelli e que ironicamente tinha dificuldades para ter os pés no chão. Na hipótese, até agora remota, de vitória de um candidato da oposição, entraremos num túnel do tempo, sem saber ao certo onde estacionaremos, numa aventura sem fim, sem a competência de Doug Phillips e Tony Newman.

     

    Situação e oposição, afinal, fazem suas concessões à cultura fascista que se insinua. São o que produzimos de pior na política desde a vitória de Eurico Gaspar Dutra contra Eduardo Gomes. Os dois, aliás, apoiaram o golpe militar de 1964. Mas, cá entre nós, poucos sabem da existência deles. E nem sei se precisariam saber.

    Fonte:http://www.rudaricci1.com/#!Valores-fascistas-e-oba-oba-no-Brasil/c1zo4/6E4288EA-B67B-4840-825F-A4A5F66426AF

  16. IMOBILISMO

    Grande surpresa da eleição, dobradinha Campos-Marina ainda não decolou

    REUTEURS | Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello | 25 de julho de 2014

    BRASÍLIA (Reuters) – Apontada como a grande surpresa eleitoral, capaz de quebrar a polarização entre PT e PSDB neste ano, a chapa presidencial do PSB com Eduardo Campos e Marina Silva ainda não mostrou a musculatura política esperada e, nas pesquisas recentes, Campos não chega aos 10 por cento das intenções de voto.

    Na campanha socialista, porém, não há decepção com os resultados da união entre Campos e Marina. A aposta é que a partir de agosto, com a aparição mais frequente nos telejornais e com o horário eleitoral gratuito, será possível dar a arrancada esperada.

    Enquanto isso, o PSB também estuda pedir à Justiça Eleitoral que obrigue os institutos de pesquisa a citar os nomes dos candidatos a presidente e a vice das chapas nos levantamentos.

    Pesquisas internas dos socialistas apontam que, quando as pessoas tomam conhecimento de que Campos e Marina estão juntos, a intenção de votos da chapa sobe para 18 por cento, em algumas regiões até 20 por cento.

    Antes de se associar a Marina, Campos tinha entre 3 e 4 por cento das intenções de voto. Com a aliança, esse apoio chegou a 13 por cento em alguns levantamentos neste ano, mas nas pesquisas da semana passada a intenção de voto ficou entre 8 e 9 por cento.

    Na avaliação de cientistas políticos, no entanto, esse não é o único obstáculo para um avanço maior da chapa socialista.

    “No fim, eles somaram deficiências e não vantagens. Na época (do anúncio da união) eu já achava que a Marina não iria transferir intenções de votos para o Eduardo Campos”, avaliou o cientista político Benedito Tadeu Cesar, do Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais (Inpro). Ele argumenta que apenas em disputas locais essa transferência é mais provável.

    Campos, que foi ministro do governo Lula e era aliado de Dilma, ganhou o apoio inesperado de Marina para a disputa presidencial em outubro do ano passado, quando a ex-senadora não conseguiu o registro do seu partido Rede Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e decidiu se filiar ao PSB. Desde então, os dois têm feito inúmeros eventos juntos e indicado que estariam lado a lado na disputa.  

    O professor David Fleischer, da Universidade de Brasília, também não acredita que essa arrancada ainda possa ocorrer.

    “A esperança era que a Marina ia levar os 20 milhões de votos que ela recebeu em 2010 para o Campos. Mas, aparentemente isso não vai acontecer”, disse Fleischer à Reuters.

    Fleischer avalia que o ex-governador de Pernambuco espera por uma herança que não existe.

    “O que o Eduardo Campos esperava era a herança dos 20 milhões de votos. Mas esses 20 milhões eram de quem não queria votar no (José) Serra e na Dilma”, argumentou.

    Em 2010 quando concorreu à Presidência pelo PV, a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula teve cerca de 20 milhões de votos no primeiro turno. Apesar disso, as pesquisas não detectaram essas intenções de votos para Marina até a última semana antes da eleição.

    O fato de terem propostas conflitantes em algumas áreas também foi apontado por Benedito Tadeu Cesar como um complicador nessa dobradinha. “Campos tentou se aproximar do agronegócio e do segmento empresarial, que não tem relação com meio ambiente e o discurso tradicional da Marina, que também vetou acordos eleitorais”, argumentou.

    POUCO CONHECIDO

    Os socialistas acreditam que a abertura de comitês populares como as “casas de Eduardo e Marina”, em que os eleitores cedem sua casa espontaneamente para distribuir material de campanha dos candidatos, e alguns comitês em parcerias com candidatos a governador funcionarão como motor para a arrancada da campanha socialista.

    “Há uma falsa sensação de imobilismo”, disse à Reuters uma fonte da campanha sob condição de anonimato.

    O ex-deputado federal Walter Feldman, que compõem a cúpula da campanha socialista e é mais ligado a Marina, disse em nome da Rede Sustentabilidade que serão milhares de comitês populares espalhados pelo país.

    “É o eleitor se manifestando do seu jeito, no seu modelo, nas suas características, e não no modelo oficial das campanhas convencionais”, disse.

    Um dia após fazer uma caminhada com Marina por Belo Horizonte, Feldman disse à Reuters que as pessoas ainda não sabem quem está concorrendo à Presidência.

    “As pessoas não sabem de nada (ainda). Desconhecem o Eduardo. Uma grande parcela da população. Hoje, eu acho que mais de 50 por cento desconhece o Eduardo”, argumentou.

    “Nós achamos que quando conhecerem o Eduardo, e souberem que a Marina é candidata a vice dele, isso deve impulsionar a candidatura bastante. Nós achamos que pode ir a 18, 20 por cento, isso pode chegar até a 30 por cento”, afirmou Feldman, otimista.

    Um dos estrategistas da campanha do PSB revelou que um levantamento interno da semana passada mostrou que 75 por cento dos eleitores não sabem que Marina é vice de Campos.

    Mas haverá dificuldades para superar esse desconhecimento rapidamente, já que os socialistas terão apenas 1 minuto e 49 segundos na propaganda eleitoral gratuita. E a tendência é que sejam realizados poucos debates entre os candidatos no primeiro turno da eleição.

    O coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, disse que é cedo para escrever a sentença da candidatura socialista.

    “A campanha está iniciando agora. Nós não podemos ter, digamos assim, conclusões precipitadas, dizer que não rendeu, que não cresceu”, argumentou.

    Para os cientistas políticos, porém, só uma reviravolta pode mudar o atual quadro. “Tirando algo imprevisível, que atinja a Dilma ou o Aécio, dificilmente haverá mudança”, avaliou Cesar.

    “Somente em 1994, quando o Lula estava muito à frente do Fernando Henrique e teve o Plano Real é que houve uma grande virada. Depois disso, o fenômeno nunca se repetiu”, lembrou Fleischer.

    “Mas a esperança é a última que morre”, concluiu o professor.

    FONTE

    http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN0FU21X20140725?pageNumber=4&virtualBrandChannel=0

  17. “Sem olhos para Gaza”, por Celso Amorim

    Sem olhos para Gaza – Por Celso Amorim, na revista CARTA CAPITAL

    Há tragédias inevitáveis que nos colocam diretamente diante do mistério da vida humana e de sua relação com as forças da natureza ou com a própria divindade. O terremoto de 2010 no Haiti é um exemplo dessas catástrofes inexplicáveis, para citar apenas um caso, cujos efeitos devastadores eu pude ver mais de perto. Há, também, convulsões político-sociais, como as provocadas por movimentos como o ISIL (recuso-me a usar a outra sigla, que coincide com o nome da deusa egípcia, símbolo de fertilidade e, portanto, de vida), que buscam inspiração em crenças que remontam a um período obscuro da História, convenientemente distorcidas para justificar o culto à violência e ao terror sectário. Diante desses tipos de tragédia, que desafiam nossa capacidade de entendimento, há uma perplexidade natural, que inibe a ação e coloca em dúvida a eficácia de qualquer solução.

    Mas há também as tragédias evitáveis ou aquelas cujo estancamento está ao alcance dos homens, principalmente dos líderes políticos. Esse, a meu ver, é o caso de Gaza. A matança desenfreada a que assistimos neste momento é, em larga medida, repetição do conflito que atingiu aquele sofrido território entre a véspera do Natal de 2008 e os primeiros dias de janeiro de 2009. Como chanceler do presidente Lula, estive na região, em janeiro de 2009, levando nossa solidariedade ao povo palestino e tratando do tema nas principais capitais. Foi essa uma das cinco vezes em que visitei Israel. Estive outras tantas na Palestina. No caso desta, minhas visitas se limitaram à Cisjordânia, especialmente a Ramallah. As autoridades israelenses não me permitiram ir a Gaza, quando tentei fazê-lo em 2010, apesar dos projetos de assistência técnica que o Brasil financiava, um dos quais em colaboração com Índia e África do Sul, os outros dois integrantes do fórum IBAS.

    Tanto em Israel quanto na Palestina, constatei que setores importantes da população e lideranças expressivas desejavam ardentemente a paz. Do lado israelense, com matizes diferentes, homens como o escritor Amós Oz e organizações como a Peace Now eram críticos das ações belicosas do governo e buscavam o diálogo com os palestinos, inclusive por meio de contatos entre as respectivas sociedades civis. Quando falei com o grande escritor israelense sobre um possível foro de intelectuais, Oz acertadamente me respondeu que melhor seria um encontro entre educadores. Líderes como Shimon Peres e, mesmo, membros do atual governo, como Tzipi Livni, com quem estive quando ela era ministra do Exterior e, posteriormente, como líder da oposição, tentavam, com aparente sinceridade, encontrar uma solução pacífica e negociada para o conflito com os palestinos, sem a qual – compreendiam – Israel jamais poderá viver em segurança.

    Na ocasião, eu via na rivalidade entre as duas principais facções palestinas (o Fatah e o Hamas) um dos óbices para que a opção por um caminho pacífico prevalecesse. Hoje, os dois principais partidos se uniram em um governo de coalizão, o que deveria, em princípio, facilitar a busca de soluções justas e viáveis para o conflito. Recordo-me que, certa vez, em 2008, perguntei ao principal negociador palestino (do Fatah) como ele pretendia convencer o Hamas a aderir a um eventual acordo com Israel. Ele me respondeu que, quando dispusesse de um “bom acordo” – que estava confiante em alcançar –, a Autoridade Palestina o submeteria a um referendo, do qual sairia vitoriosa.  Isso seria suficiente para atrair a parte da população que, à época, resistia à ideia do diálogo. Infelizmente, esse acordo nunca se materializou, em parte devido ao fracionado sistema político israelense, que assistiu ao crescimento dos partidos ultraconservadores, em parte, porque, contrariando as expectativas que se haviam criado na Conferência de Annapolis, em novembro de 2007, a pressão externa, indispensável para convencer Israel a fazer concessões penosas, nunca chegou a ser exercida de forma efetiva.

    Mas a paz entre israelenses e palestinos continua a ser possível, mesmo que as imagens de morte e destruição vistas diariamente pareçam indicar o contrário. O fato de o presidente Barack Obama se oferecer para mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas é um sinal positivo, pois aponta no sentido de um diálogo, que necessariamente envolveria todas as partes. O que seria então necessário para alcançar esse objetivo? Obviamente, não existem fórmulas mágicas, mas algumas definições são possíveis. O ponto principal é o que se refere à volta ao princípio de “terra por paz”,  base para os entendimentos de Oslo. Admitido esse princípio, é essencial que Israel – a parte mais forte – cesse unilateralmente os bombardeios a Gaza, que têm provocado o morticínio de famílias inteiras, deixando um rastro de revolta e ressentimento cada vez mais difícil de apagar. Seguramente, um gesto desse tipo seria seguido de decisão similar por parte do Hamas. Foi, aliás, o que ocorreu em janeiro de 2009.

    É, também, necessário que Israel declare uma moratória indefinida na expansão de assentamentos, seja na Cisjordânia propriamente, seja em Jerusalém Oriental. A partir daí, é possível retomar as negociações, das quais o Hamas, direta ou indiretamente (já que faz parte da coalizão governamental palestina), participaria. Desse processo (e não vice-versa) é que pode decorrer o indispensável reconhecimento, por esse movimento, do direito de Israel a existir em segurança. Sem a moratória dos assentamentos, nem o mais moderado elemento da ANP se atreverá a reiniciar o diálogo com Israel. Tão logo possível, deve começar, ainda que inicialmente de forma simbólica, a demolição do muro, que impõe sofrimentos e humilhações à população palestina. Os itens para um entendimento definitivo (status de Jerusalém, retorno de refugiados, fronteiras precisas, acesso à agua) seriam objeto de negociação acompanhada de perto pela comunidade internacional, representada por um “quarteto (formado atualmente por EUA, União Europeia, Rússia e Secretariado da ONU) expandido”, com a presença de Estados árabes e países que mereçam a confiança de ambas as partes.

    Tudo isso pode parecer utópico, mas não é. No início de 2008, logo após a Conferência de Annapolis, estivemos próximos desse ponto. Um pouco mais de determinação por parte dos que detêm poder de persuasão sobre um lado ou outro teria garantido o sucesso da empreitada. O “mapa do caminho” – nome que se deu ao roteiro para a paz, baseado no conceito de dois Estados vivendo, em segurança, lado a lado – não estaria livre de solavancos, mas estes não deveriam impedir a marcha em direção à paz duradoura.

    Para alguém da minha geração – nascido durante a Segunda Grande Guerra em um país distante dos seus impactos mais diretos e que recebeu imigrantes de todos os quadrantes –, a imagem mais vívida das barbaridades cometidas no conflito era a que mostrava os corpos de judeus empilhados nos campos de concentração ou a dos esquálidos sobreviventes, inclusive crianças, com o pavor estampado na face.

    Fui criado em Copacabana, bairro essencialmente plural do Rio de Janeiro e estudei em um colégio laico, onde havia descendentes de judeus oriundos da Europa Central, mas onde havia também grande número de filhos ou netos de árabes (a maioria de cristãos, é verdade), que abandonaram os territórios fragmentados do que fora um dia o Império Otomano. Os Meyer e os Kalman conviviam harmonicamente com os Khair e os Dabus. Meu melhor amigo e mais próximo companheiro durante os anos finais da adolescência era judeu. Com ele aprendi a apreciar música clássica e admirar pintores como Marc Chagall e Chaim Soutine. Minha primeira namoradinha (um namoro mais bem platônico, é verdade), que frequentava a mesma biblioteca pública que eu, na Praça do Lido, em Copacabana, onde estudávamos, juntos, para as provas do colégio e, por vezes, incursionávamos em autores franceses, como Sartre e Gide, era judia.

    É lamentável que o humanismo que aprendemos a cultivar, em boa parte, como reação aos sofrimentos causados ao povo judeu, venha a dar lugar a outra visão, em que predominará a expressão da dor no rosto, coberto de lágrimas, da menina palestina, perdida no meio dos escombros causados pelos bombardeios israelenses, e que busca desesperadamente seus pais ou seus irmãozinhos, provavelmente mortos, ao mesmo tempo que procura, em vão, entender o mundo que a rodeia.

    *Ministro da Defesa, foi chanceler durante o governo Lula. Escreve à convite da revista.

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