Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

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  1. RS: ESTADO DE ANOMIA

    No dia 31/07, às 11hs da manhã, o Rio Grande do Sul mergulhou na anomia. Como conceituou Durkheim, numa sociedade em anomia “faltará uma regulamentação durante certo tempo. Não se sabe o que é possível e o que não é, o que é justo e o que é injusto, quais as reivindicações e esperanças legítimas, quais as que ultrapassam a medida” (Durkheim, 1974). Ao desrespeitar mandamento expresso no Art. 35 da Constituição Estadual, que determina o pagamento dos vencimentos dos servidores estaduais no último dia útil do mês trabalhado, bem como desobedecer determinações do TJ/RS e do STF que proibiam o parcelamento de salários, o governo Sartori mergulhou o RS em uma zona cinzenta, onde não há mais respeito ao ordenamento jurídico.

    Ainda que legítimo, posto que eleito com 62% dos votos em segundo turno, o governo Sartori não tem mais autoridade e tampouco governa o RS. Todas as corporações estaduais, dos delegados de polícia aos auxiliares administrativos, passando pelos professores, policiais civis e militares, não reconhecem mais a autoridade do governo. Essa rejeição implica em ações requerendo imediata intervenção federal no estado, prisão e sequestro de bens do governador e mobilizações de todos os setores do serviço público estadual com paralisações, marchas e a possibilidade de uma greve geral. O governador desapareceu do estado (dizem que está em uma festa de família no Paraná), e o secretariado parece incapaz de entender a situação, divulgando notas oficiais em que parecem acreditar que ainda tem algum comando sobre a máquina pública.

    Para amanhã, dia 03/08, tudo se encaminha para a seguinte situação: as escolas estaduais estarão fechadas, a polícia militar não sairá dos quartéis, a polícia civil não sairá das DPs, as agências bancárias e as lojas da capital permanecerão fechadas. A recomendação é de que as pessoas fiquem em casa, pois não haverá segurança nas ruas.

    A desculpa do governo para parcelar os salários é que não há dinheiro. O resultado do parcelamento é que o estado irá parar totalmente, destruindo a economia local.

    A eleição desse governo tem se explicado por duas vertentes: a) tirar o PT; b) os eleitores se identificaram com a imagem formada pelos marqueteiros, que transformaram um político de carreira em um colono humilde e simplório. Deu no que deu.

  2. O fim da política de cálculo eleitoral?

    Acabei pensando na relação velha mídia e PT e quão benéfico que foi para o PT tê-la como verdadeira oposição nestas vitórias seguidas do partido nas eleições para o Governo Federal e o quadro atual da Economia, quadro atual que levou o pêndulo da Política para uma oposição ao Governo Dilma nos tempos atuais. Compartilho aqui para leitura o texto que surgiu da reflexão. 

    O fim da política de cálculo eleitoral?

    Pensando à distância a escolha de não se buscar uma Lei de Médios pelos governos petistas. Uma reflexão.

    Para além do medo petista para com a velha mídia capitaneada pela Rede Globo houve todos estes anos a política petista de cálculo eleitoral.

    Em sendo a velha mídia a oposição possível, lembrando o que disse Judith Brito da ANJ (Associação Nacional dos Jornais) em 2010 sobre ser a velha mídia a oposição possível por causa da fragilidade da oposição política, se tornou confortável ao PT não fazer uma Lei de Médios, porque mídia não é partido registrado no TSE, não pode ser votada.

    O PT foi beneficiário estes anos todos de políticos, quase todos do centro para a direita, que faziam apenas oposição por oposição ao Governo Federal e sem ter um Programa de Governo e um Projeto de Nação para ser apresentado para os brasileiros. Muitos se beneficiando da popularidade de Lula e Dilma, enquanto teve, e sendo aliados de carteirinha do ex-presidente e da Presidenta.

    Nem PMDB, nem PSDB, nem PP, nem PSD, nem PR, nem DEM (partidos maiores) tem programa de Governo. Eles têm apenas máquina partidário-midiática distribuída aos quatro cantos do País capaz de disputar com dinheiro privado o voto do eleitor: o famoso e tão discutido financiamento privado das eleições, que o Gilmar Mendes e o Eduardo Cunha têm medo de acabar.

    PSB e PDT que são na Teoria partidos de Esquerda, também, são pouco capazes de apresentar um Programa de Governo sólido numa Eleição.

    A Direita apenas disputa eleições e quase sempre seus eleitos não tem como meta um Projeto de País/Governo e não mostram para a população um Programa de Governo para praticar caso eleitos.

    Os partidos de Direita têm muito mais interesses corporativos (pessoais) e das elites como meta se vencem, apesar de algumas figuras de respeito e com uma visão estadista existirem nestas legendas.

    O PT se sentiu beneficiário deste processo onde a velha mídia se tornou a verdadeira oposição, pois, nesta briga só restaria como resultado a possibilidade do PT vencer, porque, como disse: mídia não tem voto. E o PT venceu 4 eleições seguidas neste processo de oposição ser sinônimo de velha mídia.

    A Economia Social estava no eixo da distribuição de renda, da inclusão e ascensão social + o crescimento continuado da Economia que cresceu seu PIB quase 5 vezes de 2003 até 2014. Este dado tinha mais força que o discurso alarmista da Rede Globo & Cia.

    Todavia, a estratégia do cálculo eleitoral se desfez nos tempos atuais porque a Economia entrou em recessão e a inflação nos alimentos se tornou significativa. A classe trabalhadora se vê ameaçada no seu emprego e no consumo, nesta quadra atual, reflexos tardios da crise mundial do Capitalismo Financeiro que se arrasta desde 2008.

    O Plano Levy foi visto como o possível, diante do Congresso conservador eleito, para se manter uma base aliada pró-Governo e capaz de votar favorável ao Plano. Mas, a base aliada não se manteve ao lado do Governo. Até hoje o Plano Levy não disse muito a que veio.

    Um Governo Federal enredado na Política benéfica para o lado do Mercado Financeiro na ilusão de um ajuste fiscal temporário que renderia um superávit primário de 3% com cortes nos gastos do Governo e reequilíbrio nas contas públicas e um empresariado nacional sem capacidade de se insurgir contra os malefícios do “Mercado” levou o pêndulo político para uma oposição ao Governo Dilma, por hora. Porém, não sabemos se a Direita política se beneficiará deste oposicionismo. 2016 e as eleições municipais nos responderão.

    A Lava-Jato e sua radicalização contra as forças produtivas do País em prol do Capitalismo estrangeiro e do Mercado Financeiro veio com tudo e enfraqueceu a disputa pela hegemonia do modelo econômico desenvolvimentista. E vivemos no País uma briga feroz entre independência ou mexicanização.

    Como a popularidade do Governo e a aprovação da Presidenta Dilma perderam forças a velha mídia caiu matando no tema Economia, sem o Governo ter argumentos fortes para refutar a falsa “teoria do caos”, porque a realidade de hoje não é a mesma de meses atrás, e quase não se tem canais para defesa deste Governo, para além de Rede Nacional de TV e rádio.

    Na verdade pouca coisa foi criada na área de comunicação governamental em 13 anos de PT no Governo Federal.

    Bem sabemos que a Economia não está uma maravilha, porém, não está o copo vazio como se alarma por todos os microfones deste partido de oposição sem votos, que é a velha mídia. Para defender o que digo leiam este artigo do decano do Jornalismo Brasileiro Mauro Santayana, que estuda e escreve sobre o Brasil e o Mundo desde os anos 40:

    http://www.maurosantayana.com/2015/07/a-nova-marcha-dos-insensatos-e-sua_31.html?m=1

    O PT calculou a realidade via ausência de oposição política, ela continua a inexistir, porém, a velha mídia e seu discurso estão fortes, certamente, mais fortes que as ações concretas do Governo Federal e o mundo real, elementos que garantiram, em todos estes anos de PT no Governo Federal, o contraponto eficaz ao discurso alarmista e falso dos meios de comunicação.

    Um ajuste fiscal considerado necessário pelo Governo Federal na Economia brasileira aliado de uma crise do Capitalismo Internacional se tornou o “caos” brasileiro para uma mídia, na quase totalidade, antigoverno.

    Uma mentira! Contada sem canais para se refutar o tema único: “caos” se tornando verdade absoluta. E, sabemos que não chegamos nele, que há, também, dados estatísticos positivos em 2015. Quem os quer visualizar pode ler esta postagem de Pablo Vilaça e comprovar:

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/pablo-villaca-o-apesar-da-crise-e-o-jornalismo-brasileiro.html

    Hoje, distanciados que estamos do tempo primevo (2003), se sente por demais a falta da Regulação da Mídia.

    Para o PT a estratégia de ter a mídia como verdadeira oposição, talvez, não caiba mais, mas o atual estágio de nosso Legislativo não permite uma Lei de Médios, ele jamais aprovaria qualquer medida pela democratização dos meios de comunicação criando uma mídia plural, porque o Legislativo oposicionista sobrevive deste processo.

    Imagina ter de se posicionar sobre temas caros ao País? É bem melhor ser eleito atacando o Governo Federal no uníssono do “caos” e com pano de fundo a “corrupção”.

    Na verdade, o PT se sentiu seguro em não haver mídias ideologicamente diversas, porque delas surgiria a possibilidade de uma candidatura alternativa e com votos para além do PT, dentro do campo nacionalista, progressista e com Projeto de Nação. E com mídia para defendê-la, porque teríamos mídias plurais: pró-Governo; críticas ao Governo, porém, responsáveis, desenvolvimentistas e nacionalistas; além, é claro, da tradicional, oligopólica e oposicionista velha mídia.

    Todos vivem de cálculos. Com a Lei de Médios até a oposição se veria obrigada a ir além do protecionismo midiático para seus atos, e o PT poderia ter adversários eleitorais de peso. E adversário para além do PSOL, que no fim das contas, atinge apenas parcela muito pequena da sociedade e disposta a votar nele.

    Uma Lei de Médios teria forças para uma Constituinte exclusiva e para a mudança do quadro partidário e das formas de se ingressar no Legislativo e Executivo, certo? Porque teríamos opinião pública sendo formada para além do oligopólio midiático de hoje. Sem a Lei de Médios o que se viu e se vê é o PT X a velha mídia disputando a hegemonia da narrativa do País.

    Quando a Economia voltar à normalidade continuaremos a assistir esta disputa e pode o PT colocar o pêndulo de volta para a Esquerda. É interessante, todos brigam com o PT, mas, tirando os pequenos PSOL e PCdoB que partido mais tem um Projeto de Governo para o Brasil? Respondo: ninguém.

    2018 está longe. Em se acertando a Economia, repito, se volta a normalidade. O PT favorito nas eleições. E digo mais, mais favorito ainda se for confirmada a queda cada vez mais constante do Poder econômico da velha mídia, principalmente, por causa da Internet, e a queda da sua credibilidade devido à radicalidade com que trata qualquer medida “progressista” e em prol do desenvolvimento do Brasil. Uma hora se paga por tamanho conservadorismo.

    Imagina você, apoiar o Deputado Eduardo Cunha e suas ações reacionárias, achacadoras e sem respeito à Constituição somente para tirar o PT do Poder? Que futuro tem uma mídia deste tipo, não é verdade? A casa pode cair mais rápido do que eles pensam e o Governo Dilma ser visto como vítima e recuperar mais rápido sua popularidade e apoio.

    Porém, o Governo Federal precisa se ajudar um pouco até 2018, como? (E pelo bem do País, o PT ainda é a força política do campo progressista, das esquerdas e nacionalista com chances de vencer e manter nosso País na rota da independência, soberania e desenvolvimento.)

    Cortando, quase que por completo, a verba publicitária da velha mídia e só mantendo o essencial, como, por exemplo, a propaganda de uma campanha de vacinação. E dando sinais que não se curvou de modo algum ao neoliberalismo.

    A hegemonia no Poder pelo PT, que tanto se fala e dizem ser programada, nasce, isto sim, da possibilidade de ser o único partido grande e com voto que se habilita a ter um Projeto de Brasil. Com todos os seus erros e acertos ele existe, não há como dizer o contrário.

    Bem sabemos, nestes anos todos de PT no Governo Federal, a velha mídia e o PT se beneficiaram a seus modos e ao mesmo tempo: um ficando com quase todas as verbas bilionárias de publicidade Federal e outro com o Poder central. Um se serviu do outro, como uma simbiose. Nenhum dos lados tinha força para derrotar o adversário, então, se toleraram.

    Somente após o silêncio da vitória da Presidenta Dilma e o Pacote Levy, que enfraqueceu a base popular do Governo Federal é que o pêndulo se moveu mais para a Direita. E, destes dois fatos, se aproveitam Rede Globo & Cia. para tentar tirar, finalmente, o PT do Poder central em 2018, apoiadas no mundo real pelos brasileiros que conseguem inocular a narrativa do falso “caos econômico” e da “corrupção” – iniciada em 2003 no Brasil por esta narrativa midiática, e sem nenhuma discussão apoiada em fatos reais de combate a ela e em números concretos de desvio de verbas públicas.  

    Assim, surge como uma luva o fato cotidiano das manifestações de classe média e média alta contra o Governo Federal pedindo até a deposição da Presidenta e que a Rede Globo & Cia. “apoiam ainda” servindo para três coisas:

    1) Manter o clima político acima do grau necessário e impedir uma governabilidade que possa dar uma guinada mais rápida para uma espiral de crescimento econômico, novamente;

    2) Para não recobrir de sensatez essa gente favorável às manifestações;

    3) Dar sobrevida maior à velha mídia.

    Telespectadores, ouvintes e leitores da velha mídia precisam ser alimentados deste processo ilusório de derrubada da Presidenta Dilma porque ele vende jornais, revistas, dá audiência e dá muito lucro.

    Imagina você a Rede Globo e a Veja serem realistas e dizerem que Dilma ficará até 2018 no Poder?

    As pessoas que se revoltam contra o PT, Lula e Dilma desligam do Jornal Nacional e não compram mais nenhum exemplar da Veja.

    Enfim, a velha mídia se alimenta do próprio veneno. Não pode mais fugir do script. Criou seguidores que só podem ouvir o que lhes foi dito/ incentivados a crer estes meses todos pós-eleição: – no “Impitman da Dilma”. A velha mídia anda sobrevivendo do antipetismo acima de tudo, sejamos sinceros. Mudar o discurso pode significar perder o que lhe resta de audiência. Audiência feita para movimentar o ódio de classes e para manter a cômoda divisão velha mídia X PT.

    E o PT? Vai arriscar manter a Política de cálculo eleitoral? Aguardemos o desenrolar dos fatos. 2018 está longe. Esperemos.

     

  3. The Big One

    Há dez dias a revista New Yorker colocou uma matéria sobre o  “The Big One” o terremoto que poderia ser a maior catástrofe natural dos Estados Unidos.

    The Really Big One

     

    An earthquake will destroy a sizable portion of the coastal Northwest. The question is when

    A matéria compara os efeitos de um provável terremoto na costa oeste com o último terremoto no Japão que atingiu Fukushima, concluindo que o poderiam ser muito mais devastadores na costa oeste. Em alguns trechos discute ondas enormes resultantes de tsunamis que poderiam matar centenas de milhares e pessoas. Argumenta que a ciência não possui ainda muito conhecimento das dinámica dos terremotos e do da geologia da regiâo, mostrando que a falha chamada Cascadia, que se situa ao norte da conhecida falha de San Andreas, era desconhecida há alguns anos. No geral mostra algumas probabilidades que são inúteis para um leigo. No final deixa a entender que os Estados Unidos não possui um sistema de alerta semelhante ao sofisticado sistema Japonês, o que tornaria as consequências deste terremoto ainda mais catastróficas.

    Já nâo bastasse o tom alarmante da matéria da New Yorker, que já havia desencadeado discussôes na grande mídia e nas mídias sociais, um dia depois o cientista Tom Brocher do USGS (US Geological Survey) diz em uma entrevista que um grande terremoto é esperado para qualquer dia a partir de hoje. No dia seguinte da entrevista, o mesmo cientista volta a midia dizendo que a sua afirmação foi mal interpretada e estava fora de contexto e o USGS emite nota dizendo que não estã prevendo um grande terremoto.

    Debunked: USGS Scientist: Major San Francisco Quake On Hayward Fault Expected Any Day Now

     

    E 8 dias depois a New Yorker solta mais uma matéria “Como sobreviver quando o The Big One Chegar”, em tons ainda mais alarmantes

    How to Stay Safe When the Big One Comes

     

    Unless you’re in the tsunami-inundation zone, you will almost certainly survive even the worst Cascadia earthquake. But the aftermath may be as devastating as that of the 2011 Tohoku, Japan, quake and tsunami, pictured here. Credit PHOTOGRAPH BY MIKE CLARKE / AFP / GETTY

     

    Para ter uma idéia da repercussão destas matèrias sugiro uma busca no google com a s palavras chaves “The big one” “earthquake” “NorthWest” “The New Yorker” “Cascadia” “Hayward Fault”. No youtube já proliferam vídeos que váo até simulações completas da catástrofe.

    Fiz algumas pesquisas no site da USGS, que disponibiliza dados em tempo quase real sobre abalos sismicos ao redor do mundo. Nas últimas semanas houveram constantes atividades sismicas na Australia, Indonesia, Japao, Alaska e costa oeste. O maior terremoto foi em 27 de julho na Indonesia, grau 7. Nao sou especialista e não saberia dizer se esta frequencia de abalos pode ser considerada normal e se estaria relacionada com os abalos sismicos da costa oeste, pois ambos estao no circulo de fogo do pacifico.

    A matéria da New Yorker pode ter trazido informações relevantes ou pode ter sido uma matéria sensacionalista que gerou repercussão desnecessária. De concreto, por coincidência, ou não, o USGS recebeu uma verba de US$ 4 mi para desenvolver um sistema de alerta para a costa oeste no dia 30/jul

    USGS Awards $4 Million to Support Earthquake Early Warning System in California and Pacific Northwest

     

     

  4. Época reage ao BNDES com ameaças

    Tijolaço

    Época reage ao BNDES com ameaças

     

    2 de agosto de 2015 | 12:35 Autor: Miguel do Rosário  

    diego

    Setores da imprensa brasileira estão incorporando cada vez mais o comportamento de bandidos.

    O diretor da Época, o menino prodígio do Instituto Millenium, Diego Escosteguy, ao invés de contra-argumentar o BNDES, parte para ameaças e calúnias vazias, como se vê na figura acima.

    Suas mensagens revelam descontrole emocional e desespero.

    A Época sentiu o golpe.

    O BNDES não pode recuar, até porque este setor da mídia já mostrou que age como um cartel de criminosos. Não lhe importa a produção de provas, nada.

    O que lhe importa é causar estragos, a qualquer custo.

    É fazer política.

    Essa guerrinha suja, irresponsável, tem o sentido sujo de blindar Eduardo Cunha, que criou às pressas a CPI do BNDES antes do recesso, para desviar as atenções de si mesmo.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=28655

  5. Por que os tucanos tornaram-se golpistas?

    Da RBA

    Por que os tucanos tornaram-se golpistas?

     

    Dividem-se entre os que concentram o fogo na Dilma – liderados por Aécio – e os que apostam nas tentativas de tirar Lula da jogada via tapetão, para não terem que enfrentar nova derrota diante dele em 2018    por Emir Sader     publicado 02/08/2015 12:44                  arquivo abr tuca.jpg

    Depois de defender plataformas neoliberais e até possibilidade de ser melhor continuação de Lula, tucanos ja não têm nada a propor

    FHC sempre se sentiu filiado à social-democracia europeia, antes de tudo à francesa, de Mitterrand, depois à espanhola, de Felipe Gonzalez. Os tucanos estavam dentro do PMDB, disputando espaço em São Paulo com o Quércia. Tentaram lancar a candidatura do Antonio Ermírio ao governo do Estado. Perderam, se deram conta que não tinham condições de disputar o partido com Quércia e saíram.

    O grupo, basicamente paulista, tinha Montoro, Covas, FHC, Serjão, Serra, além do Tasso Jereissatti e um que outro perdido pelo Brasil. O Montoro se sentia democrata-cristão, mas não se opôs a assumir a social-democracia como nome. Era um vinculo ideológico, sem nenhuma outra característica dos partidos social-democratas, com significativa presença no movimento sindical. Era um grupo de políticos à busca de uma reinserção melhor no sistema politico. Seu cacife era a imagem de alguns desses políticos.

    A candidatura de Mario Covas à presidência, em 1989, foi um fracasso, chegou em quarto. Mas revelava uma tendência que iria se consolidar depois, no seu lema central da campanha: “Um choque de capitalismo”.

    O governo Collor foi um rito de passagem pros tucanos na direção do neoliberalismo. Um grupo de avançada entrou diretamente ao governo, entre eles Celso Lafer e Sérgio Rouanet. Era a preparação do terreno para que todos ingressassem, caminho em que estava comprometido FHC, mas que foi brecado por Mario Covas.

    O governo Itamar finalmente foi a grande chance de abertura do caminho dos tucanos. Itamar não tinha equipe própria, tinha saído do PMDB e assumido como candidato a vice do Collor. Quando a presidencia caiu no seu colo, chamou FHC primeiro pro Itamaraty e, logo, para o Ministério da Economia. Collor já havia conseguido mudar a agenda nacional, centrando-a nos temas preferidos do neoliberalismo: desqualificação do Estado, abertura do mercado interno, privatizações.

    Os tucanos se espelharam na virada de Mitterrand para o neoliberalismo e, particularmente, no governo de Felipe Gonzalez, para assumir esse novo modelo. FHC assumiu a virada definitiva para a cara atual do PSDB, ao retomar o projeto neoliberal interrompido do Collor e montar as alianças correspondentes. Chamou o então PFL de ACM para constituir um novo bloco de forças no governo e colocou em prática um projeto globalmente neoliberal, com todos os seus ingredientes: privatizações, Estado mínimo, abertura do mercado, precarização das relações de trabalho, associado a um discurso de desmoralização da empregados públicos, dos professores, da esquerda e dos movimentos sociais. Montoro e Covas ficaram marginalizados ate sua morte em 2001, com FHC dando a cara nova do partido.

    O sonho de FHC era que Collor tivesse feito o  trabalho sujo do neoliberalismo, para que ele aparecesse como a versão da terceira via – de Bill Clinton e de Tony Blair, que sucederam a Ronald Reagan e a Margareth Thatcher. Mas como Collor fracassou, ele teve que assumir a agenda suja, pesada, do neoliberalismo, a começar pelas privatizações. Teve o sucesso imediato que tiveram todos os governos neoliberais, conforme controlaram a inflação ou a camuflaram – no caso do FHC, multiplicando por dez a dívida publica, no caso do Menem, fazendo a mágica da paridade com o dólar, que explodiu depois espetacularmente –, conseguiu se reeleger com isso e depois se esgotou. Não houve nem retomada do desenvolvimento, aumentou e não diminui a concentração de renda e a própria inflação retornou.

    Os tucanos não conseguiram eleger o sucessor de FHC e nunca mais triunfaram, perdendo sucessivamente diante do sucesso incomparavelmente maior do Lula, na política interna e internacional. No começo, os tucanos apontavam no fracasso imediato do Lula, por sua suposta “incompetência”, “populismo”, “estatismo”. Depois, apostaram que o “mensalão” o derrubaria, não se atreveram a apelar para o impeachment, com medo da reação popular, preferiram sangrá-lo até as eleições de 2006. Mas as políticas sociais estenderem o apoio do Lula, que derrotou o candidato tucano e se reelegeu.

    Em 2010, o candidato tucano saiu amplamente na frente nas pesquisas, davam como seguro que o Lula não elegeria “um poste”, mas perderam de novo. Em 2014 ja foram para sua última parada. Tentaram com Aécio e com Marina e perderam. A partir daí se deram conta que, mesmo contando com a ativa participação política do monopólio privado da mídia, não ganhariam no voto.

    A partir desse momento, restou-lhes – de forma muito similar à UDN diante do Getúlio – apelar para soluções golpistas. Se dividem entre os que concentram o fogo na Dilma – liderados pelo Aécio –, com a ilusão de nova eleição, e os que se concentram nas tentativas de tirar o Lula da jogada via tapetão, para não terem que enfrentar nova derrota diante dele em 2018.

    Depois de defender plataformas neoliberais e até mesmo uma inviabilizada possibilidade de ser a melhor continuação do Lula – com o Serra na primeira parte da campanha em 2010 –, os tucanos já não têm nada a propor. Seu golpismo se reflete também em que só se interessam por tirar o PT do governo e da disputa eleitoral de 2018, sem o que não têm nenhuma possibilidade de voltar ao governo. Se tornaram um partido velho, superado pela própria realidade concreta, com os mesmos candidatos e as mesmas direções. Viraram uma UDN do século 21.

    http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/por-que-os-tucanos-tornaram-se-golpistas-5629.html

  6. Como Merval viu a bolinha de papel contra Serra e como vê agora

    Do DCM

    Como Merval viu a bolinha de papel contra Serra e como vê agora a bomba contra o Instituto Lula. Por Paulo Nogueira

     

    Postado em 02 ago 2015   por :          Estrela do jornalismo patronal

    Estrela do jornalismo patronal

    De uma coisa Merval Pereira, apaniguado dos Marinhos, não pode ser acusado: coerência.

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    No infame episódio do Atentado da Bolinha de Papel, ele publicou imediatamente um artigo em que chamava a atenção para a gravidade do episódio.

     

    A bolinha de papel, no texto de Merval, era um “artefato”.

    Isso foi na campanha de 2010. Serra, no desespero por estar atrás nas pesquisas, levou uma bolinha de papel na cabeça e tentou transformar o episódio num atentado.

    A mídia amiga ajudou-o na farsa, e Merval deu sua contribuição milionária.

    Vejamos agora como Merval enxerga o atentado contra o Instituto Lula.

    Não é nada, é claro.

    “O buraquinho na porta de metal da garagem do prédio é tão ridículo que, se não soubéssemos que foi provocado por uma bomba, poderíamos achar que um motorista desastrado causou a mossa ao realizar uma manobra de marcha à ré.”

    É um trecho do artigo deste domingo de Merval no Globo.

    Viralizou, na internet, como símbolo de um tipo de jornalismo vergonhoso, patronal e canalha.

    A indignação com Merval não se restringe a petistas. Qualquer pessoa com algum discernimento – me incluo aí – tem vontade de vomitar lendo Merval, ainda mais se confrontar a bolinha de papel de 2010 com a bomba de 2015.

    Que marcas o “artefato” deixou em Serra? Chegou a ser engraçado ver Serra, depois de alguns minutos andando normalmente em seguida ao “atentado”, simular dor e levar mãos à cabeça.

    A simulação veio depois de um telefonema. A hipótese mais provável é que a turma de marketing de Serra recomendou-lhe a farsa.

    A mídia amplificaria o episódio e, se colasse, colou.

    Merval fez sua parte. A TV Globo também. Um perito amigo chegou a ser convocado pela Globo para comprovar que era um “artefato”.

    E sejamos justos. Se era um “buraquinho” na porta do instituto, na cabeça de Serra não era rigorosamente nada.

    Não havia marca nenhuma. E em alguém desprovido de cabelos como Serra, não é preciso muita coisa para deixar alguma impressão.

    A opinião de Merval não seria um grande problema não fossem duas coisas.

    Primeiro, ela reflete a opinião dos Marinhos. Você quer saber o que os Marinhos pensam a respeito de qualquer assunto? É só ler Merval.

    Participei por dois anos e meio do Conselho Editorial da Globo, e nas reuniões semanais me impressionava ver Merval e Ali Kamel duelarem pelo posto de quem concordava mais como João Roberto Marinho.

    Segundo, a voz de Merval se espalha por diversas mídias, beneficiada pela falta de uma legislação que regule a imprensa e impeça monopólio, concentração e concorrência desleal.

    Merval – e os Marinhos através dele – tem à disposição jornal, rádio, tevê aberta, tevê fechada e internet.

    Merval espalhou por todas essas mídias suas considerações sobre a gravidade do “artefato” contra Serra.

    E agora ele faz o mesmo para reduzir a nada o artefato de verdade.

    A internet vai acabar com a Globo como a conhecemos, felizmente. Já está acabando, aliás, como se vê nos índices de audiência da tevê.

    Mas o ritmo do declínio certamente será mais rápido por causa da conduta repulsiva da Globo, tão bem representada por Merval agora, em 2010 – e sempre.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-merval-viu-a-bolinha-de-papel-contra-serra-e-como-ve-agora-a-bomba-contra-o-instituto-lula-por-paulo-nogueira/

  7. Quando o governo é fraco todo mundo cai fora do barco

    Como um governo fraco se enfraquece mais pela incapacidade de ser forte

    3 de agosto de 2015 | 06:33 Autor: Fernando Brito no Tijolaço

    bomba

    É impressionante a incapacidade de reação do Governo brasileiro aos atropelos à democracia que estamos assistindo.

    Em país algum do mundo, atirar uma bomba –  não importa se caseira ou não – contra o escritório de um ex-presidente da República provocaria apenas umas “tuitadas” de solidariedade.

    Pense o querido leitor se não estaria, minutos depois, no local, uma turma do FBI se a bomba tivesse sido arremessada, nos Estados Unidos, contra o Centro Carter ou a Fundação Clinton?

    Aqui, porém, temos um Ministro da Justiça (perdão!) que apenas gaguejou que “pode ser” que haja motivação política.

    E a Presidenta da República diz que “”jogar uma bomba caseira na sede do Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de respeito à diversidade do povo brasileiro”.

    Com todo o respeito, Presidenta, é muito mais que isso.

    É crime.

    Como pretender que a população se indigne com isso se os governantes, que tem o dever, o poder e os meios para responsabilizar quem fez isso se mostram incapazes de se indignar e agir?

    Quem tem mais de 50 anos lembra das bombas “caseiras” que começaram a explodir em modestas bancas de jornais, depois no gabinete de um vereador do MDB no Rio, depois na Ordem dos Advogados do Brasil e, afinal, no colo dos próprios criminosos, no Riocentro?

    Volta e meia cito o trecho dos Lusíadas que ouvi de Brizola tantas vezes: “Que, vindo o Castelhano devastando/As terras sem defesa, esteve perto/De destruir-se o Reino totalmente/Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.”

    O Governo brasileiro, eleito por um partido e uma liderança política, parece ter vergonha de usar a força da democracia contra os selvagens.

    Porque atirar bombas é ato de selvageria, de banditismo, ação criminosa que não apenas “não condiz” com a cultura de tolerância do Brasil, mas é uma violação a ser punida, de imediato e sem reservas, para que não se reproduza.

    Como o Governo não o faz, os imbecis do golpismo já se aventuram a dizer que a bomba fez “um buraquinho ridículo” na porta de metal do Instituto Lula.

    Não é ridículo atirar bombas.

    Ridículo é ter medo delas.

  8. Bancada da pizza da CPI do HSBC:Depois de livrar cunhada do tuca

    VIOMUNDO

    Bancada da pizza da CPI do HSBC: Depois de livrar cunhada do tucano Tasso Jereissati, terá moral para investigar outras contas suspeitas na Suíça?

     

    publicado em 29 de julho de 2015 às 05:04

     

    senadores da cpi do hsbc

    A bancada da pizza do HSBC: Ricardo Ferraço (PMDB/ES), Otto Alencar (PSD/BA), Paulo Bauer (PSDB/SC), Blairo Maggi (PR/MT), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM /AP) e Sérgio Petecão (PSD/AC)

    por Conceição Lemes

    No Brasil, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra os poderosos de direita, invariavelmente apoiados pela grande mídia, não emplaca.  Quando se torna realidade, morre por conluio entre parlamentares e os setores envolvidos, manobras ilícitas e lícitas, inclusive covardia.

    Cercada de muita expectativa, a CPI  do HSBC teria a oportunidade de investigar e mostrar que muitos dos que hoje esbravejam “abaixo a corrupção” esconderam fraudulentamente bilhões no HSBC Private Bank, em Genebra, Suíça. Segundo dados divulgados no início de fevereiro deste ano, 8.867 correntistas do Brasil, titulares de 6.606 contas secretas no HSBC suíço, tinham aí depositados cerca de US$ 7 bilhões, de 9 de novembro de 2006 a 31 de março de 2007.

    Porém, reunião fatídica da CPI do HSBC, realizada reunião de 16 de julho, demonstrou que ela provavelmente seguirá a regra, morrendo de inanição ou de indigestão por farta distribuição pizza.

    A evidência: o abafa bem organizado pelos senadores nessa reunião, que, queiram ou não, macularam indelevelmente os trabalhos do grupo.

    A CPI do HSBC, como devem se lembrar, havia aprovado em sessão anterior, no final de junho, a quebra do sigilo de, entre outros:

    * Jacks Rabinovich, empresário e ex-diretor do Grupo Vicunha. Ele aparece vinculado a nove contas no HSBC da Suíça (a maioria em conjunto com a família Steinbruch), que somam US$ 228 milhões.

    * Jacob Barata, conhecido como o “Rei do Ônibus” no Rio de Janeiro, e os filhos Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata e Rosane Ferreira Barata.   Segundo registros do HSBC de Genebra, entre 2006 e 2007, Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em conta conjunta com sua mulher, Glória, e os três filhos do casal.

    * Paula Queiroz Frota, uma das executivas do Grupo Edson Queiroz, de sua família e do qual faz parte o maior conglomerado de comunicação do Ceará. Integra-o: TV Verdes Mares (afiliada da Globo), Rádio Verdes Mares, TV Diário, FM 93, Rádio Recife, Diário do Nordeste e portal Verdes Mares.  Paula, a irmã Lenise, o irmão Edson (morto em 2008) e a mãe Yolanda, também membros do conselho de administração do grupo empresarial, tinham, em 2007, US$ 83,9 milhões na conta 5490 CE aberta em 1989 no HSBC de Genebra.

    Na véspera dessa reunião, os trabalhos da CPI do HSBC haviam ganho força devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).  Em 15 de julho, o ministro Celso de Mello negou o mandado de segurança impetrado por Jacks Rabinovich que reivindicava a não quebra do seu sigilo bancário.

    Só que, em vez de aproveitarem-se dessa sentença altamente positiva para quem deseja investigar a lavagem de dinheiro e evasão de divisas, via contas secretas no HSBC suíço, os senadores a ignoraram e levantaram adiante o abafa, conforme o combinado.

    Acompanhe-o:

    1) Dos onze titulares, apenas dois não estavam presentes à reunião de 16 de julho, devido a agendas externas, portanto não participaram da manobra: Fátima Bezerra (PT/RN)  e Acir Gurgacz (PDT-RO).

    2) Consequentemente,  nove compareceram. Nunca a CPI do HSBC teve quórum tão alto.

    3) De 24 de março de 2015, quando foi instalada no Senado, a 16 de julho, a CPI do HSBC realizou onze reuniões. No entanto, entre 5 de maio e o final de junho, nenhuma. Foram 49 dias sem uma única sessão.

    4) Três senadores protocolaram então requerimento extra-pauta, para que fossem reconsideradas as aprovações de quebra de sigilo dos seis correntistas citados acima. Objetivo óbvio:  livrar a cara dos seis.

    Ciro Nogueira (PP-PI) agiu em socorro do empresário Jacks Rabinovich.

    Davi Alcolumbre (DEM /AP) intercedeu por quatro: Jacob Barata e os filhos David, Jacob e Rosane.

    Paulo Bauer (PSDB/SC) tirou da fogueira Paula Queiroz Frota, simplesmente a cunhada de  outro senador também tucano. Paula é irmã de Renata Queiroz Jereissati, esposa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ambas são filhas de Yolanda Vidal Queiroz, que também tinha conta no HSBC de Genebra.

    O resultado, todos já conhecem: 7 a 1, a favor da manutenção do sigilo bancário desses seis correntistas.

    O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi o único que votou pela quebra do sigilo de cinco dos seis correntistas mencionados. Ele se absteve na votação referente a Paula Queiroz Frota, cunhada do colega Tasso Jereissatti.

    Além de Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre  e Paulo Bauer, votaram a favor da manutenção do sigilo, contrariando a decisão do STF, mais quatro senadores:

    * Ricardo Ferraço (PMDB/ES), por sinal relator da CPI do HSBC

    * Otto Alencar (PSD/BA)

    * Blairo Maggi (PR/MT)

    * Sérgio Petecão (PSD/AC)

    Para que os eleitores não  se esqueçam, repetimos os nomes dos sete integrantes da bancada da pizza da CPI do HSBC: Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre, Paulo Bauer, Ricardo Ferraço, Otto Alencar, Blairo Maggi e Sérgio Petecão.

    – E o senador Paulo Rocha (PT-PA)?

    Devido à condição de presidente de CPI, ele não votou.

    Segundo matéria do jornalista Fernando Rodrigues,  no UOL, “a operação abafa foi comandada pelo petista Paulo Rocha”.

    Ao Viomundo, Paulo Rocha, via sua assessoria de imprensa, nega.

    Em texto que nos foi encaminhado, a assessoria do senador do Pará ainda explica:

    O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), foi questionado sobre qual seria sua interpretação quanto à revogação das quebras de sigilos já aprovadas há uma semana. O senador observou que, desde o início dos trabalhos, garantiu que iria dirigir os trabalhos sem transformar a CPI num palco, sem espetáculo, assegurando amplo direito de defesa e evitando que direitos individuais fossem colocados em xeque.

    “Assim me comportei na reunião de hoje. No entanto, acho que dada às dificuldades das informações que a CPI têm, e que mexem com direitos individuais e coletivos, é claro que a CPI tem momentos de firmeza e momentos de dúvida, justamente por causa das fragilidades dos documentos que são enviados para cá”, afirmou.

    Em tempo, quatro questões:

    Com essa bancada da pizza tão “generosa” com os suspeitos de contas fraudulentas no HSBC, você ainda acredita que essa CPI vá investigar e revelar outros brasileiros que usaram o banco suíço para lavagem de dinheiro e evasão de divisas? Sinceramente, esta repórter acredita que não.

    Depois desse abafa organizado, a CPI do HSBC ainda teria condições morais de levar o seu trabalho adiante?

    Mas será que ela vai se dispor de agora em diante a fazer um trabalho realmente sério, sem aliviar para  financiadores de campanha, amigos e parentes de senadores e donos da mídia,  por exemplo?

    Como ficará a situação dos seis correntistas já beneficiados pela bancada da pizza? Suas contas no HSBC de Genebra ficarão realmente livres de qualquer investigação?

    Aguardemos os próximos passos.

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/bancada-da-pizza-da-cpi-do-hsbc-depois-de-livrar-a-cunhada-do-tucano-tasso-jereissati-ela-tera-moral-para-investigar-outras-contas-suspeitas.html

  9. 71 mil brasileiros concentram quase 23% de toda a riqueza

    VIOMUNDO

    71 mil brasileiros concentram quase 23% de toda a riqueza

     

    publicado em 31 de julho de 2015 às 21:43

     

    juros

    Elite de 71 mil pessoas possui 22,7% da riqueza do Brasil

    Valor Economico, via blog do Zé Dirceu, 31 de julho de 2015

    O topo da pirâmide social brasileira é formado por 71.440 pessoas com renda mensal superior a 160 salários mínimos, totalizando rendimentos de R$ 298 bilhões e patrimônio de R$ 1,2 trilhão em 2013.

    Os dados foram divulgados na quinta-feira, dia 30, pela primeira vez, pela Receita Federal e publicado hoje no Valor Econômico.

    Essa elite de 0,3% dos declarantes do Imposto de Renda ou 0,05% da população economicamente ativa concentra 14% da renda total e 22,7% da riqueza do país em bens e ativos financeiros.

    Quando escreveu seu livro O Capital Século XXI, o economista francês Thomas Piketty pediu acesso aos dados brasileiros e não recebeu.

    Os números mostram a necessidade urgente de uma reforma tributária progressiva no imposto de renda, com a aprovação do imposto de grandes fortunas e aumento das alíquotas nas heranças e doações, sobre o lucro extraordinário. E principalmente sobre os ganhos financeiros.

    Em junho, a bancada do PT na Câmara entrou com um requerimento de urgência para votação sobre a tributação de grandes fortunas, um projeto de lei complementar apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT/SP) que tramita há três anos na Casa.

    O projeto de lei de Teixeira, o PL 130/2012, prevê uma alíquota de 0,5 % a 1% sobre patrimônio líquido de alto valor que exceda 8 mil vezes o valor do limite mensal de isenção do Imposto de Renda, o que corresponde a R$ 14.302,160 milhões.

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/71-mil-brasileiros-concentram-quase-23-de-toda-a-riqueza.html

    1. Onde vamos?

      Webster,

      diuturnamente seguimos constatando nossas mazelas e nossas escolhas equivocadas.  E você nos traz o que alhures registra-se a respeito.

      Mas esta semana aconteceu uma coisa ainda melhor:  fomos brindados com tua contribuição musical no Multimídia do Dia.  Foi uma beleza!  E uma das canções, belíssima, foi a post do dia ontem.

      Taí o link para quem queira ouvir esta beleza.

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-ouvir-e-sonhar

      Aproveito para te trazer meu comentário em agradecimento a você e Nickname pelo set musical maravilhoso. Houve na minha casa, na madrugada, um sarau com o repertório trazido por vocês.

      Obrigada. Abraço !

      Anna.

      ———————————————————————–

      Nickname e Webster!

      Afiadíssimos!

      Que bom gosto e refinamento! A Lua Azul passou e deixou os eflúvios mais doces na brisa que vem de Recife… Maravilhoso amanhecer, e recordar, sob estas canções. Só ouvindo, ouvindo sem parar.

      Obrigada!

      GGN:  merece um álbum-post: “Madrugada”.

       

  10. Bomba na pauta, por Ricardo Melo

    (Folha SP – 03/08/2015)

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promete barulho na volta do recesso. Seria a pauta-bomba. O objetivo de Cunha, nem ele esconde, é reforçar o emparedamento do Planalto. O lema: se hay Dilma, soy contra. Para azar do deputado, neste meio tempo ele passou definitivamente de pedra a vidraça. Mas o jogo ainda está para ser jogado.

    Bem mais real do que especulações parlamentares foi o atentado contra o Instituto Lula, ocorrido na noite da última quinta-feira (30). Em qualquer país mais ou menos sério, o ataque ao escritório de um ex-presidente da República num ambiente envenenado como o atual seria classificado de ato terrorista. Uma bomba jogada na sede onde trabalha um dos principais líderes políticos brasileiros merece outro nome?

    Aliás, tampouco se trata do primeiro atentado a instalações do PT. Foi o terceiro num curto espaço de tempo. Acidentes? Nada disso. Eles representam uma escalada previsível. Nos últimos meses, já tivemos fotógrafos agredidos, cidadãos atacados durante passeatas, leitores de revistas humilhados em aviões e jornalistas perseguidos porque são parecidos com Lula. Isso para não falar das agressões em lugares públicos –hospitais, restaurantes– contra quem não reza a cartilha do impeachment da presidente.

    “Ah, mas foi uma bomba caseira e não deixou feridos”, simplificaram as notícias sobre o atentado. Como se o fato de ser “feita em casa” anulasse a agressão cometida. Comediantes de ocasião e locatários das redes sociais aproveitaram o momento para exercitar sua discutível criatividade. Pena que Lula não estava lá, disseram uns. Foi coisa armada pelo próprio PT, acusaram outros.

    As reações do mundo político, então, impressionaram pelo silêncio. Nem com uma lupa é possível encontrar manifestações veementes de repúdio. Queira-se ou não, tal complacência equivale a endossar esta forma de ataque. Já vimos este filme outras vezes.

    Que a oposição se cale do alto do muro, no Brasil ou na Sardenha, até se compreende. Mas soa injustificável autoridades tergiversarem sobre a gravidade do ocorrido. “Jogar uma bomba caseira na sede do Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de respeito à diversidade do povo brasileiro”, reagiu a presidente Dilma pelo… Twitter! O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, conseguiu ser mais patético: “Tudo é considerado quando temos um fato sob investigação. A polícia agirá para apurar o que ocorreu, pois é uma situação que merece uma investigação e, quando se pegar o autor, será necessário punir”. Não diga.

    Inexplicavelmente, o assunto foi entregue à Polícia Civil de São Paulo, conhecida pelos índices raquíticos de solução de casos. Nos bastidores, diz-se que a hipótese mais forte aponta para “baderneiros”. Por que meros baderneiros resolveram atacar o escritório de um ex-presidente da República em vez do Museu do Ipiranga, que fica ao lado, parece um mistério fácil de decifrar –menos para o ministro da Justiça. Cadê a Polícia Federal, considerando que se trata de um caso envolvendo um ex-presidente?

    O Brasil vive uma luta política. A saída mais trágica é minimizar fatos relevantes invocando tolerância, diversidade ou obviedades do tipo “tudo será investigado”. Se os próprios agredidos temem se defender e chamar as coisas pelo nome, o que está ruim só pode ficar pior. 

  11. Sempre acreditei que o avião

    Sempre acreditei que o avião que levava o candiddato eduardo campos foi derrubado para tirar do caminho aquele que não abria mão da cabeça de chapa para a marina.

    Os interessados em provocar um segundo turno sabiam disto e como o ex governador não abria mão da cabeça de chapa, o jeito foi tirá-lo do caminho.

    Lembrem-se que com ele na disputa, a Dilma venceria no primeiro turno e com a marina, haveria segundo turno. isto é que as pesquisas mostravam. O problema é que não queriam um segundo turno com a marina. nem o PSDB e seus apoiadores na mídia e no empresariado e nem o PT.  Por isto, ambos concentraram os ataques nela(Marina) nos debates, como ela era horrível mesmo, descontruiu-se sozinha.

    A prova de que o avião foi derrubado está aqui:

    http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/191387/Erro-de-projeto-causou-queda-de-avi%C3%A3o-diz-irm%C3%A3o-de-Campos.htm

    Mudaram o nome de sabotagem para falha de projeto. o avião voava há quantos anos antes do acidente?

    Penso que se a Dilma tivesse vencido no primeiro turno não estaríamos na situação de caos que estamos hoje.

    Os  golpistas jogam sujo presidenta.

    Não espere republicanismo desta gente ou a senhora acabará derrubada e entrará para a história como aquela que levou o caos à nação e arruinou o PT e o projeto petista de inclusão social e desenvolvimento.

    Se a senhora cair, poderá até não ir para a prisão, mas todos os líderes petistas, inclusive o Lula irão e a senhora será a única responsável por isto.

     

    1. Morre aos 74 anos o psiquiatra Içami Tiba
      Do UOL, em São Paulo  

      Divulgação

      Içami Tiba, autor de "Quem Ama, Educa!", "Adolescentes: Quem Ama Educa!" e "Homem Cobra Mulher Polvo"

      Içami Tiba, autor de “Quem Ama, Educa!”, “Adolescentes: Quem Ama Educa!” e “Homem Cobra Mulher Polvo”

      Içami Tiba, 74, psiquiatra, educador e escritor especializado em psicoterapia familiar, morreu neste domingo (2) em São Paulo, capital. Ele estava internado no hospital Síro-Libanês para tratamento de câncer. A causa da morte não foi divulgada.

      Nascido em 15 de março de 1941 em Tapiraí (SP), Tiba era filho de imigrantes japoneses. Ele formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo em 1968, onde depois seria professor por mais de 22 anos, sendo 15 deles como docente de Psicodrama de Adolescentes no Instituto Sedes Sapientiae. Em sua clínica particular, na psicoterapia para adolescentes, realizou mais de 77 mil atendimentos.

      Autor de 29 livros com mais de 4 milhões de exemplares vendidos, Tiba era referência para muitos pais e educadores e se dedicava também a palestras, tendo participado de 3.400 eventos. Entre as publicações mais famosas estão “Quem Ama, Educa!”, “Adolescentes: Quem Ama Educa!” e “Homem Cobra Mulher Polvo”.

      Foi colunista em diversas publicações, entre elas o UOL, Jornal da Tarde, Revista Viva Mais, além de ter um programa semanal na Rede Vida.

      O educador deixa a esposa Maria Natércia, os filhos Natércia, André e Luciana e os netos Kaká e Dudu. O corpo será enterrado na segunda-feira (3) às 16h no cemitério do Morumbi, em São Paulo (SP). (Com Estadão Conteúdo)

      Leia mais em: http://zip.net/bcrKJp

       

  12. Submissão (nome d 1 livro) e o declínio da cultura eurocêntrica

    Do site Outras Palavras, link: http://outraspalavras.net/destaques/a-submissao-e-o-declinio-da-civilizacao-eurocentrica/

    Por Alexandre Pilati– on 02/08/2015Categorias: Arte e Literatura, Cultura, Destaques, PolíticasShare on Facebook480Tweet about this on Twitter4Share on Google+1Pin on Pinterest0Share on LinkedIn0Email this to someone

    ColorfulMuslimsParis

    Michel Houellebecq imagina uma França onde democracia, esvaziada, restringiu-se a debate em torno de valores étnico-religiosos. Livro é pobre; mas incompreensão da crítica, pior

    Por Alexandre Pilati

    Acaba de chegar ao Brasil Submissão (Alfaguara, 2015), o polêmico livro de Michel Houellebecq, que ficou marcado pelo atentado ao semanário Charlie Hebdo em Paris em 7 de janeiro deste ano. Nesta data, Houellebecq estampava a capa do jornal e lançaria o livro que conta a história fictícia da ascensão do Partido Irmandade Muçulmana, centrado na figura do personagem Mohammed Bem Abbes, que acabaria, segundo sua previsão, tornando-se presidente da França em 2022. O livro acabou recebendo, talvez por isso, apressadas análise do seu conteúdo, que trata diretamente do Islã como uma força político-social crescente na Europa.

    No Brasil, como sempre, importamos não apenas a literatura em si, mas também as polêmicas literárias, exercitando a nossa congênita e quase geral preguiça para pensar as coisas em sua especificidade e em relação com as nossas próprias mazelas. Assim, o que se pode ver montado na imprensa brasileira nos últimos dias a respeito da obra de Houellebecq é uma macaqueação do debate superficial que se desenvolveu sobre a obra até aqui. Esse debate está, sobretudo, vinculado ao questionamento da noção de “futuro muçulmano” da Europa antevisto na ficção de Houellebecq. Esquecem-se de que, quando um autor ficcionaliza o futuro de uma determinada sociedade, não está querendo prever o que vai acontecer. Quando um autor da altura de Houellebecq figura ficcionalmente certo futuro historicamente contextualizado, na verdade, está intensificando forças do processo social presente, que, sem a energia da ficção, permaneceriam difusas para nós que as vivenciamos por dentro cotidianamente. Portanto, em Submissão, não importa o que Houellebecq pretensamente preveria em relação ao futuro da Europa e sim o que ele nos faz ver em relação ao presente da civilização ocidental.

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    O que é a política burguesa hoje e não o que ela será (e isso em escala mundial) é o núcleo histórico de Submissão. Quem o ler, em determinado momento, dará de cara com essa avaliação, que faz gelar: “Bem Abbes sempre evitara comprometer-se com a esquerda anticapitalista; a direita liberal ganhara a ‘batalha das ideias’, ele entendera perfeitamente isso, os jovens tinham se tornado empreendedores, e o caráter insuperável da economia de mercado era, agora, unanimemente admitido. Mas, sobretudo, o verdadeiro lance de gênio do líder muçulmano foi entender que as eleições não se disputariam no terreno da economia, e sim no dos valores”. Ora, trata-se de uma avaliação que nos serve para enxergar e problematizar corridas eleitorais que se desenvolvem hoje no mundo. O modelo econômico capitalista relega o debate acerca da emancipação política das classes subalternas a um plano secundário e distante, que cheira a anátema. Questões que envolvem valores cada vez mais definem a aparência do debate político das democracias burguesas, fazendo-se como determinantes em detrimento da essência da história, ou seja, a luta de classes.

    Como diz o narrador, perceber este fato e dominá-lo como ninguém é o grande talento do líder da Fraternidade Muçulmana, que chegará ao poder na narrativa de Submissão. O que Ben Abbes deseja, afirma o personagem Alain Tanneur, um veterano do serviço secreto que acompanhara a ascensão do líder do Islã francês, é: “encarnar um novo humanismo, apresentar o Islã como uma forma acabada de um humanismo novo, reunificador”. Basta olhar para o Brasil de hoje para percebermos a dificuldade que as esquerdas enfrentam para construir coletivamente um “um novo humanismo” capaz de fazer frente ao recrudescimento do conservadorismo propalado pela pauta reativa aos direitos humanos construída recentemente pela direta local. A dificuldade da esquerda tem a ver com uma virtude sua: não é possível construir esse novo humanismo sem romper com o modelo econômico responsável pela reprodução do capitalismo nos termos locais e globais.

    Mas, da forma como se configura como impasse, esta é também uma condição limite para a esquerda: como promover verdadeiros avanços se nos prendemos quase que totalmente na pauta dos costumes? Fica a pergunta e a sugestão para que se leia o livro de Houellebecq pensando no presente político brasileiro e as excrescências políticas (Barbosas, Cunhas, Aécios, Gilmares, Richas, Felicianos, Bolsonaros) que querem submeter o povo a um destino que parece confortável, mas tem cheiro de danação. Submissão tem esse inegável valor: ajuda a enxergar algumas posições do debate político atual com uma clareza um pouco maior. A má notícia, por agora, é que não temos, salvo engano, um romancista de fibra para entrar com disposição crítica e talento narrativo no nervo dessa questão. Temos de importar a leitura de nossos males via literatura francesa, ainda!

    Cabem ainda algumas palavras acerca da qualidade literária do livro. Não tenho dúvida de que Houellebecq escreve como um clássico. No que ele produz está muito bem acumulada uma tradição que passa por Baudelaire, Balzac e Flaubert. Mas Submissão, em linhas gerais, é um livro ruim. A narrativa se articula mal em termos de ritmo. A primeira parte é visivelmente mais bem composta que a segunda, e o livro se arrasta do meio para o final. A construção dos personagens que fazem o papel de interlocutores do narrador é defeituosa. Tanto Alain Tanneur, que explica ao narrador o lugar de Ben Abbes no contexto político francês, quanto Renon Rediger, que termina por explicar o “Islã afrancesado” ao narrador, têm a consistência frágil de meros títeres falantes. Além do mais, há um mal que é externo à narrativa, mas a que um autor está sempre sujeito. No caso de Submissão, isso foi muito cruel: nunca um livro envelheceu tão rápido. O atentado ao Charlie Hebdo fez um livro que fala do futuro tornar-se, em velocidade impressionante, uma “coisa do passado”. Admirável mundo novo e 1984, livros que igualmente imaginaram terrivelmente o futuro, demoraram bastante para passar pela prova das confirmações/contradições do tempo. O atentado de 7 de janeiro tornou o presente infinitamente mais terrível que o futuro que Houellebeq imaginou em sua narrativa e ela perdeu força.

    Como sempre, o melhor de Houellebecq está no protagonista: desencantado, niilista, de contornos nietzscheanos. Entretanto, aqui, ele parece um pouco mais “acomodado” do que em O mapa e o território, ou em Plataforma, por exemplo. Estes são livros de maior envergadura. Tenho uma teoria, não totalmente formulada e muito menos testada, de que grandes autores que acham a sua fórmula literária passam a viver pelo esplendoroso esgotamento de seu talento. O que não deixa de ser uma afirmação desse mesmo talento. Afinal, não é para todos continuar produzindo esplendor a partir de um esgotamento. Isso é só para os grandes (Calvino? Borges? Drummond? Garcia Marquez? Rosa?). Em termos literários, Submissão marca a submissão de Houellebecq a si mesmo. O dito de Huysmans que o autor usa como epígrafe parece bem verdadeiro para o próprio Houellebecq: “Estou um tanto enfastiado de minha vida, um tanto cansado de mim, mas daí a levar outra existência vai uma distância!”. Nas tramas frágeis e ensimesmadas de Submissão está o escritor em um labirinto de mercadoria e derrogação da arte, que nem a mente perversa e escandalosamente dessacralizante de Houellebecq seria capaz de criar.


    “Horizonte cerrado” é a expressão que inicia o primeiro verso do soneto de abertura do livro Poesias  (1948) do poeta carioca Dante Milano. Sendo microcosmo do poema, a expressão também serve para   expor a situação atual de um mundo cujas perspectivas nos aparecem sempre encobertas por nuvens ideológicas cada vez mais intrincadas. O que pode o olhar do poeta, do escritor e do crítico literário diante disso tudo? Esta coluna, inspirada na lição de velhos mestres, quer testar as possibilidades de olhar algoi do real detrás da névoa, discutindo literatura, arte, política e pensamento hoje.

    a

  13. *

    CNJ aceita denúncia contra juiz da Operação Zelotes

    Sul 21

    http://www.sul21.com.br/jornal/cnj-aceita-denuncia-contra-juiz-da-operacao-zelotes/

    Da Redação*

    A Corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, determinou a notificação do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, responsável pela 10ª Vara Federal do DF, onde tramita o processo referente à Operação Zelotes. A decisão foi motivada por uma representação feita pelo relator da subcomissão da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações sobre o esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

    Pelo esquema, grandes empresas e escritórios de advocacia pagavam propina a membros do Carf, órgão que é a última instância administrativa para discussão tributária entre contribuintes e Fisco. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 20 bilhões.

    No pedido de providências, o deputado Pimenta solicita que seja instaurada sindicância para apurar a conduta do juiz, criticado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de prejudicar a apuração dos fatos. Ricardo Leite indeferiu os pedidos de prisão temporária de 26 investigados e não concedeu a prorrogação do monitoramento das escutas telefônicas e de e-mail dos envolvidos. Além disso, o juiz determinou o sigilo das investigações, pois, segundo ele, “provocaria desnecessária exposição da intimidade dos investigados perante os meios de comunicação”.

    De acordo com a decisão da Corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite tem 15 dias para prestar informações.

    Em maio, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª região já havia acatado representação do Ministério Público Federal contra o magistrado. Dados do Portal da Transparência revelam que, em 2014, a 10ª Vara Federal do DF – que está sob responsabilidade de Ricardo Leite – teve 499 processos julgados, enquanto, no mesmo período, a 12ª Vara teve 1537, número três vezes superior.

    CGU faz auditoria no Carf

    No mês de julho, a Controladoria-Geral da União informou que adotou procedimentos para realizar uma auditoria no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A iniciativa também foi provocada por um pedido do deputado Paulo Pimenta. De acordo com a CGU, os resultados da auditoria – tão logo ela seja concluída – serão submetidas à Câmara dos Deputados.

    *Com informações da assessoria do deputado Paulo Pimenta

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