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Redação

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  1. Se é de FHC e família, então pode

    A “fazenda” de FHC no centro de Osasco e a hipocrisia nacional

    3 de agosto de 2015 | 19:33 Autor: Fernando BritoFonte: Tijolaço

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    A incansável Helena Sthephanowitz, em seu blog na Rede Brasil Atual, publica uma instigante informação, que chequei na Junta Comercial de São Paulo e cujos dados ofereço aos “jornalistas investigativos”, que estão muito preocupados em investigar o ex-presidente Lula, enquanto Fernando Henrique deita cátedra de moralista.

    Fernando Henrique Cardoso, em fevereiro de 2012, abriu uma empresa chamada Goytacazes Participações Ltda, com capital de R$ 100 mil, 70% dele e 30% de sua filha Luciana. Foi declarado à Junta Comercial de São Paulo que era uma empresa de  “serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias”, além de participações em outras empresas.

    Onze meses depois, o capital foi alterado para R$ 4,35 milhões, ficando FHC com 10% e o restante, em partes iguais, para os filhos Beatriz e Paulo Henrique, além de Luciana.

    A empresa tem ficha na Receita Federal para cultivo de cana de açúcar, além de  criação de bovinos para corte  e cultivo de outras plantas de lavoura temporária, além de participações.

    Certamente não é lá onde se diz que funciona e empresa, uma pequena casinha geminada, a da foto,  na Rua Deputado Emídio Coelho, na Vila Campesina de Osasco.

    Fernando Henrique não deve estar fazendo nada de ilegal, ainda mais com empresa registrada em seu nome.

    Também não é possível dizer que isso tenha ligação com outra empresa, esta uma S.A. com capital de apenas R$ 1 mil, que nasceu logo a seguir como Imbirema Participações e mudou o nome para Tranche Goytacazes Participações, destinada a fazer incorporações imobiliárias, o nome deve ser mera coincidência, até porque o  controlador desta outra empresa é a Torp (sem “e”, por favor, revisão)  Land Capital Investimento, Ltda.

    Mas imagine se esta empresa pertencesse a outro ex-presidente, o Lula, por exemplo.

    E de sociedade com Lulinha e os outros filhos?

    Imaginem o escândalo nos jornais.

    A esta altura, o ex-presidente estaria na cadeia de Sergio Moro, não é?

    Os coxinhas das redes sociais estariam vociferando mais do que vociferam contra ele.

    Mas seria interessante se o ex-presidente tucano, que recomendou hoje que o PT seja transparente e  diga “erramos nisso e nisso, acertamos nisso e vamos chegar nisso” contasse ao país como é esta sua milionária empresa rural em plena rua de Osasco.

     

  2. Como a corrupção comprovada é tratada em São Paulo

    Fazenda paulista poderia ter evitado desvio de bilhões pela máfia do ICMS, se tivesse investigado denúncia em 2003

    publicado em 03 de agosto de 2015 às 08:15 no Vi o Mundo

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/se-tivesse-investigado-denuncia-de-servidor-em-vez-de-demiti-lo-fazenda-paulista-poderia-ter-evitado-desvio-de-bilhoes-pela-mafia-do-icms.html

    Joao Ribeiro e Secretaria da Fazenda-001

    por Conceição Lemes

    Em abril de 2014, o Viomundo publicou: Tucanos implacáveis com quem denuncia corrupção, dóceis com trensalão.

    A reportagem revelava a longa batalha de um servidor exemplar: João Ribeiro, lotado na Delegacia Regional Tributária de Marília, 55 anos de idade, 26 dos quais na área de arrecadação tributária da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP):

    Em 24 de janeiro de 2003, indignado com o que ouvia e se comentava no órgão sobre várias irregularidades, João fez uma denúncia anônima ao Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP).

    Do seu endereço eletrônico funcional, enviou e-mail, contando que dois diretores da área de fiscalização estariam envolvidos no desvio de créditos acumulados de quase R$ 1 bilhão (valores da época, não atualizados).

    Ele relatou estranheza pelo fato de os dois diretores sob suspeição na gestão tucana — atuaram na área no governo Mário Covas, de 1995 ao segundo semestre de 2002–terem se aposentado compulsoriamente meses antes. Também que a mesma coisa já havia acontecido com os dois diretores do mesmo setor, em 1992, no governo Luís Antônio Fleury (na época, no PMDB).

    Naquela mesma época, observou João no seu e-mail, esquema de corrupção envolvendo o chefe da Fiscalização do Estado do Rio de Janeiro tinha sido descoberto. E lá, diferentemente do ocorrido em São Paulo, havia sido apurado e os fiscais até exonerados.

    No e-mail, João questionou ainda por que o caso de São Paulo não era averiguado.

    No MP, a denúncia foi direcionada ao promotor Silvio Marques, que abriu um procedimento para apurá-la.

    Marques encaminhou ofício ao procurador-geral de Justiça, Luiz Antônio Marrey, que comunicou o caso ao então secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, pedindo informações.  Junto, mandou o e-mail e o telefone de João.

    A partir daí, a vida do funcionário-denunciante tornou-se um inferno.

    A Secretaria da Fazenda instaurou processo administrativo. Em julho de 2007, demitiu João Ribeiro com base na lei 10. 261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado), cujo inciso I do artigo 242 foi revogado após a sua exoneração.

    João recorreu. Em fevereiro de 2008, por decisão de caráter liminar, foi reintegrado. Em fevereiro de 2009, ganhou em primeira instância.

    A Secretaria da Fazenda apelou. De novo, João saiu vitorioso. Por unanimidade, em fevereiro de 2013, os desembargadores anularam de vez a decisão administrativa da Secretaria da Fazenda, determinando a reintegração definitiva do servidor.

    Quando denunciamos o caso,  em abril de 2014, João não havia recebido os quase quatro meses em que ficou afastado, apesar de a Justiça ter determinado o pagamento.

    Esta repórter questionou a Secretaria da Fazenda paulista sobre o não pagamento dos dias parados.

    A Sefaz-SP respondeu ao Viomundo: “Não resta parcelas em aberto” (aqui, a íntegra da resposta).

    João recorreu, reivindicando o pagamento atrasado e correção monetária.

    Há duas semanas, em 20 de julho de julho de 2015, saiu a sentença.

    A juíza Maria Isabel Romero Rodrigues Henriques, da 1ª Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública – Foro Central – Fazenda Pública/Acidentes, julgou procedente, determinando à Sefaz-SP pagar a João Ribeiro R$ 13.637,41 mais correção monetária (os grifos em amarelo são nossos).

    Sentença do João Ribeiro 21.07.2015 (1)_Page_1 - Cópia

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    “Mais uma vitória contra a Sefaz-SP, que não cumpriu o acórdão de 2011”, afirma, feliz, João Ribeiro. “Por tabela, a decisão da Justiça demonstra que, em 2014, a Secretaria da Fazenda faltou com a verdade ao Viomundo. Ela disse “não ter pagamentos em aberto” comigo. Só que, como havia dito, eu tinha direito aos quatro meses anteriores ao mandado de segurança e Justiça julgou o meu pedido procedente.”

    DENÚNCIA DE JOÃO RIBEIRO TERIA A VER COM FISCAIS DA MÁFIA DO ICMS DEMITIDOS? 

    Nas últimas semanas, saíram reportagens sobre prisão de fiscais suspeitos de fraude no ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) de São Paulo, como esta no Estadão, de  9 de julho.

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    As exonerações começaram a ser publicadas no Diário Oficial um dia após promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) e representantes da Corregedoria da Sefaz-SP  ouvirem, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef, sobre diversos pagamentos de propina a fiscais do ICMS em São Paulo. Em 24 de julho, começaram as prisões de suspeitos de integrar a máfia do ICMS.

     Daí a pergunta que alguns devem estar fazendo nesta altura:

    – A denúncia feito por João Ribeiro teria a ver com os fiscais presos no final de julho acusados de  participar de quadrilha que cobrava propina de empresas com dívidas tributárias com o Estado de São Paulo? 

    João responde:“Dos 13 afastados agora pela Sefaz-SP, alguns estavam envolvidos na denúncia que fiz em 2003 de desvio de créditos de ICMS, principalmente os afastados da CAT [Coordenadoria da Administração Tributária] e da DEAT [Diretoria Executiva da Administração Tributária]. Entre eles, José Clóvis Cabrera, na época, diretor da DEAT.  Foi ele quem deu início ao inquérito administrativo que levou à minha exoneração, depois revertida”.

    Ele acrescenta: “Se, em vez de se preocuparem comigo, a CAT, a DEAT e a Corregedoria da Fazenda tivessem investigado e tomado providências em relação ao que eu denunciei ao MP em 2003, elas poderiam ter evitado o desvio de bilhões de recursos, consequentemente economizado bilhões para os cofres públicos paulistas”.

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  3. A “fazenda” de FHC no centro de Osasco e a hipocrisia nacional

    Do Tijolaço

    A “fazenda” de FHC no centro de Osasco e a hipocrisia nacional

     

    3 de agosto de 2015 | 19:33 Autor: Fernando Brito  

    goyt1

    A incansável Helena Sthephanowitz, em seu blog na Rede Brasil Atual, publica uma instigante informação, que chequei na Junta Comercial de São Paulo e cujos dados ofereço aos “jornalistas investigativos”, que estão muito preocupados em investigar o ex-presidente Lula, enquanto Fernando Henrique deita cátedra de moralista.

    Fernando Henrique Cardoso, em fevereiro de 2012, abriu uma empresa chamada Goytacazes Participações Ltda, com capital de R$ 100 mil, 70% dele e 30% de sua filha Luciana. Foi declarado à Junta Comercial de São Paulo que era uma empresa de  “serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias”, além de participações em outras empresas.

    Onze meses depois, o capital foi alterado para R$ 4,35 milhões, ficando FHC com 10% e o restante, em partes iguais, para os filhos Beatriz e Paulo Henrique, além de Luciana.

    A empresa tem ficha na Receita Federal para cultivo de cana de açúcar, além de  criação de bovinos para corte  e cultivo de outras plantas de lavoura temporária, além de participações.

    Certamente não é lá onde se diz que funciona e empresa, uma pequena casinha geminada, a da foto,  na Rua Deputado Emídio Coelho, na Vila Campesina de Osasco.

    Fernando Henrique não deve estar fazendo nada de ilegal, ainda mais com empresa registrada em seu nome.

    Também não é possível dizer que isso tenha ligação com outra empresa, esta uma S.A. com capital de apenas R$ 1 mil, que nasceu logo a seguir como Imbirema Participações e mudou o nome para Tranche Goytacazes Participações, destinada a fazer incorporações imobiliárias, o nome deve ser mera coincidência, até porque o  controlador desta outra empresa é a Torp (sem “e”, por favor, revisão)  Land Capital Investimento, Ltda.

    Mas imagine se esta empresa pertencesse a outro ex-presidente, o Lula, por exemplo.

    E de sociedade com Lulinha e os outros filhos?

    Imaginem o escândalo nos jornais.

    A esta altura, o ex-presidente estaria na cadeia de Sergio Moro, não é?

    Os coxinhas das redes sociais estariam vociferando mais do que vociferam contra ele.

    Mas seria interessante se o ex-presidente tucano, que recomendou hoje que o PT seja transparente e  diga “erramos nisso e nisso, acertamos nisso e vamos chegar nisso” contasse ao país como é esta sua milionária empresa rural em plena rua de Osasco.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=28672

  4. FHC tem agropecuária dentro da cidade

    Da Rede Brasil Atual

     

    VANTAGEM TUCANA

     

    FHC tem agropecuária dentro da cidade

     

    Se, em vez de FHC, fosse um petista o dono da empresa agropecuária em Osasco, cidade sem zona rural e onde nenhum sócio reside, choveriam ilações nas três revistas de maior circulaçãopor Helena Sthephanowitz publicado 03/08/2015 15:33, última modificação 03/08/2015 16:02 

     

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    Pelo Google Maps, a imagem que identifica o endereço é uma residência simples. Seria uma empresa de fachada?

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sócio de seus três filhos na empresa Goytacazes Participações Ltda, cujas atividades registradas na Junta Comercial de São Paulo são serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias.

     

    No Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, na Receita Federal, a empresa tem como atividade principal o cultivo de cana-de-açúcar. As atividades secundárias são a criação de bovinos para corte e cultivo de outras plantas de lavoura.

     

    O curioso é que a empresa está sediada na cidade de  Osasco, na Grande São Paulo, ou seja, não é uma área rural. E o mais curioso ainda é que, quando se faz uma busca no Google Maps, a imagem que  identifica o endereço  é uma residência  simples. Seria uma empresa de fachada?

    Nenhum dos quatro sócios mora em Osasco. O ex-presidente reside em São Paulo, uma filha reside em Brasília, outra no Rio de Janeiro, assim como seu filho.

     

     

    Antes de ser político, FHC nunca foi ruralista. Formou-se em Sociologia e sempre trabalhou como professor, até ingressar na  política.

     

    O interesse pela, digamos, “sociologia bovina”, só surgiu aos 58 anos, quando ele já era senador. Em 1989, adquiriu a fazenda Córrego da Ponte, de 1046 hectares, em Buritis (MG), próximo de Brasília. Comprou em sociedade com seu amigo e ex-ministro Sérgio Motta, um engenheiro e político de vida urbana que, assim como FHC, causou surpresa o súbito pendor ruralista, já passados da meia idade.

    Motta faleceu em 1998 e FHC passou a fazenda para os filhos que venderam a propriedade em 2003. Só em 2012 a empresa Goytacazes Participações foi aberta em Osasco.

     

    Em 1999, a revista IstoÉ publicou uma reportagem sobre a construção em 1995, quando FHC já era presidente, de um aeroporto construído pela Camargo Corrêa na fazenda Pontezinha da empreiteira, vizinha da propriedade do ex-presidente. Segundo a reportagem, o aeroporto era usado sobretudo para atender à família Cardoso. Este compadrio não despertou na época a curiosidade do Ministério Público, pelo menos para conferir, confirmando a tradição de engavetamento quando suspeitas atingem tucanos. 

     

    Se em vez de ser FHC, fosse um petista o dono de empresa agropecuária em Osasco, cidade sem zona rural e onde nenhum sócio reside, choveriam ilações nas três revistas de maior circulação e, dada as relações de compadrio no passado com a Camargo Corrêa, a força-tarefa da Lava Jato muito provavelmente colocaria a empresa na mira das investigações. Mas trata-se de gente do PSDB, então… deixa pra lá.

     

  5. Imperdível:
    A NOVA MARCHA DOS

    Imperdível:

    A NOVA MARCHA DOS INSENSATOS E A SUA PRIMEIRA VÍTIMA

    Mauro Santayana

    Muitos que vão sair às ruas contra dilma acreditam piamente que o pt estaria, jogando pela janela, a ‘maravilhosa’ herança de fhc. conheça os dados.

     

    http://www.maurosantayana.com

     

    Esperam-se, para o próximo dia 16 de agosto — mês do suicídio de Vargas e de tantas desgraças que já se abateram sobre o Brasil — novas manifestações pelo impeachment da Presidente da República, por parte de pessoas que acusam o governo de ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.

     

    Se esses brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que se o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso.

     

    Segundo o Banco Mundial, o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois.

     

    Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em 2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.

     

    E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.

     

    Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial — caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder.

     

    O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora.

     

    As reservas monetárias internacionais — o dinheiro que o país possui em moeda forte — que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para37.832 bilhões de dólares — nos oito anos do governo FHC.

     

    Nessa época, elas eram de fato, negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI.

     

    Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 370,803 bilhões de dólares, em dados de ontem (Bacen), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI, depois do pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008.

     

    E, também, no terceiro maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano — (usa treasury).

     

    O IED – Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014.

     

    A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder.

     

    Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 — segundo Ipeadata e o Banco Central.

     

    E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha — cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” — ou o Canadá (economichelp).

     

    Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois, e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20 (quandl).

     

    Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais, do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores.

     

    Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola — ou da “cachola” — o absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo Fernando Henrique foi um tremendo sucesso econômico, e de que deixou “de presente” para a administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem sucedido.

     

    Nefasto paradigma, este, que abriu caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual acreditam piamente muitos dos cidadãos que vão sair às ruas no próximo dia seis: a de que o PT estaria, agora, jogando pela janela, essa — supostamente maravilhosa – “herança” de Fernando Henrique Cardoso.

     

    O pior cego é o que não quer ver, o pior surdo, o que não quer ouvir.

     

    Está certo que não podemos ficar apenas olhando para o passado, que temos de enfrentar os desafios do presente, fruto de uma crise que é internacional, e que é constantemente alimentada e realimentada por medidas de caráter jurídico que afetam a credibilidade e a estabilidade de empresas e por uma intensa campanha antinacional, que fazem com que estejamos crescendo pouco, neste ano, embora haja diversos países ditos “desenvolvidos” que estejam muito mais endividados e crescendo menos ainda do que nós.

     

    Assim como também é verdade que esse governo não é perfeito, e que se cometeram vários erros na economia, que poderiam ter sido evitados, principalmente nos últimos anos, como desonerações desnecessárias e um tremendo incentivo ao consumo que prejudicou — entre outras razões, também pelo aumento da importação de supérfluos e de viagens ao exterior — a balança comercial.

     

    Mas, pelo amor de Deus, não venham nos impingir nenhuma dessas duas fantasias, que estão empurrando muita gente a sair às ruas para se manifestar: nem Fernando Henrique salvou o Brasil, nem o PT está quebrando um país que em 2002, era a décima-quarta maior economia do mundo, e que hoje já ocupa o sétimo lugar.

     

    Muitos brasileiros também vão sair às ruas, mais esta vez, por acreditar — assim como fazem com relação à afirmação de que o PT quebrou o país — que o governo Dilma é comunista e que ele quer implantar uma ditadura esquerdista no Brasil.

     

    Quais são os pressupostos e características de um país democrático, ao menos do ponto de vista de quem “acredita” e defende o capitalismo?

     

    a) a liberdade de expressão — o que não é verdade para a maioria dos países ocidentais – dominados por grandes grupos de mídia pertencentes a meia dúzia de famílias, mas que, do ponto de vista formal, existe plenamente por aqui;

     

    b) a liberdade de empreender, ou de livre iniciativa, por meio da qual um indivíduo qualquer pode abrir ou encerrar uma empresa de qualquer tipo, quando quiser;

     

    c) a liberdade de investimento, inclusive para capitais estrangeiros;

     

    d) um sistema financeiro particular independente e forte;

     

    e) apoio do governo à atividade comercial e produtiva;

     

    f) a independência dos poderes;

     

    g) um sistema que permita a participação da população no processo político, na expressão da vontade da maioria, por meio de eleições livres e periódicas, para a escolha, a intervalos regulares e definidos, de representantes para o Executivo e o Legislativo, nos municípios, Estados e União.

     

    Todas essas premissas e direitos estão presentes e vigentes no Brasil.

     

    Não é o fato de ter como símbolo uma estrela solitária ou vestir uma roupa vermelha — hábito que deveria ter sido abandonado pelo PT há muito tempo, justamente para não justificar o discurso adversário de que o PT não é um partido “brasileiro” ou “patriótico” — que transformam alguém em comunista — e aí estão botafoguenses e colorados que não me deixam mentir, assim como o Papai Noel, que se saísse inadvertidamente às ruas, no dia 6, provavelmente seria espancado brutalmente, depois de ter o conteúdo de seu saco de brinquedos revistado e provavelmente “apreendido” à procura de dinheiro de corrupção.

     

    Da mesma forma que usar uma bandeira do Brasil não transforma, automaticamente, ninguém em patriota, como mostrou a foto do Rocco Ritchie, o filho da Madonna, no Instagram, e os pavilhões nacionais pendurados na entrada do prédio da Bolsa de Nova Iorque, quando da venda de ações de empresas estratégicas brasileiras, na época da privataria.

     

    Qualquer pessoa de bom senso prefere um brasileiro vestido de vermelho — mesmo que seja flamenguista ou sãopaulino, que não são, por acaso, times do meu coração — do que um que vai para a rua, vestido de verde e amarelo, para defender a privatização e a entrega, para os EUA, de empresas como a Petrobras.

     

    O PT é um partido tão comunista, que o lucro dos bancos, que foi de aproximadamente 40 bilhões de dólares no governo Fernando Henrique Cardoso, aumentou para 280 bilhões de dólares nos oito anos do governo Lula.

     

    É claro que isso ocorreu também por causa do crescimento da economia, que foi de mais de 400% nos últimos 12 anos, mas só o fato de não aumentar a taxação sobre os ganhos dos mais ricos e dos bancos — que, aliás, teria pouquíssima chance de passar no Congresso Nacional — já mostra como é exagerado o medo que alguns sentem do “marxismo” do Partido dos Trabalhadores.

     

    O PT é um partido tão comunista, que grandes bancos privados deram mais dinheiro para a campanha de Dilma e do PT do que para os seus adversários nas eleições de 2014.

     

    Será que os maiores bancos do país teriam feito isso, se dessem ouvidos aos radicais que povoam a internet, que juram, de pés juntos, que Dilma era assaltante de banco na década de 1970, ou se desconfiassem que ela é uma perigosa terrorista, que está em vias de dar um golpe comunista no Brasil?

     

    O PT é um partido tão comunista que nenhum governo apoiou, como ele, o capitalismo e a livre iniciativa em nosso país.

     

    Foi o governo do PT que criou o Construcard, que já emprestou mais de 20 bilhões de reais em financiamento, para compra de material de construção, beneficiando milhares de famílias e trabalhadores como pedreiros, pintores, construtores; que criou o Cartão BNDES, que atende, com juros subsidiados, milhares de pequenas e médias empresas e quase um milhão de empreendedores; que aumentou, por mais de quatro, a disponibilidade de financiamento para crédito imobiliário — no governo FHC foram financiados 1,5 milhão de unidades, nos do PT mais de 7 milhões — e o crédito para o agronegócio (no último Plano Safra de Fernando Henrique, em 2002, foram aplicados 21 bilhões de reais, em 2014/2015, 180 bilhões de reais, 700% a mais) e a agricultura familiar (só o governo Dilma financiou mais de 50 bilhões de reais contra 12 bilhões dos oito anos de FHC).

     

    Aumentando a relação crédito-PIB, que era de 23%, em dezembro de 2002, para 55%, em dezembro de 2014, gerando renda e empregos e fazendo o dinheiro circular.

     

    As pessoas reclamam, na internet, porque o governo federal financiou, por meio do BNDES, empresas brasileiras como a Braskem, a Vale e a JBS.

     

    Mas, estranhamente, não fazem a mesma coisa para protestar pelo fato do governo do PT, altamente “comunista”, ter emprestado — equivocadamente a nosso ver — bilhões de reais para multinacionais estrangeiras, como a Fiat e a Telefónica (Vivo), ao mesmo tempo em que centenas de milhões de euros, seguem para a Europa, como andorinhas, todos os anos, em remessa de lucro, para nunca mais voltar.

     

    A questão militar

     

    Outro mito sobre o suposto comunismo do PT, é que Dilma e Lula, por revanchismo, sejam contra as Forças Armadas, quando suas administrações, à frente do país, começaram e estão tocando o maior programa militar e de defesa da história brasileira.

     

    Lula nunca pegou em armas contra a ditadura. No início de sua carreira como líder de sindicato, tinha medo “desse negócio de comunismo” — como já declarou uma vez — surgiu e subiu como uma liderança focada na defesa de empregos, aumentos salariais e melhoria das condições de classe de seus companheiros de trabalho, operários da indústria automobilística de São Paulo, e há quem diga que teria sido indiretamente fortalecido pelo próprio regime militar para impedir o crescimento político dos comunistas em São Paulo.

     

    Dilma, sim, foi militante de esquerda na juventude, embora nunca tenha pego em armas, a ponto de não ter sido acusada disso sequer pela Justiça Militar.

     

    Mas se, por esta razão, ela é comunista, seria possível acusar desse mesmo “crime” também José Serra, Aloísio Nunes Ferreira, e muitos outros que antes eram contra a ditadura e estão, hoje, contra o PT.

     

    Se o PT tivesse alguma coisa contra a Marinha, ele teria financiado, por meio do PROSUB, a construção do estaleiro e da Base de Submarinos de Itaguaí, e investido 7 bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a França, de vários submersíveis convencionais e do primeiro submarino nuclear brasileiro, cujo projeto se encontra hoje ameaçado, porque suas duas figuras-chave, o Presidente do Grupo Odebrecht, e o Vice-Almirante Othon Pinheiro da Silva, figuras públicas, com endereço conhecido, estão desnecessária e arbitrariamente detidos, no âmbito da “Operação Lava-Jato”?

     

    Teria, da mesma forma, o governo do PT, comprado novas fragatas na Inglaterra, voltado a fabricar navios patrulha em nossos estaleiros, até para exportação para países africanos, investido na remotorização totalmente nacional de mísseis tipo Exocet, na modernização do navio aeródromo (porta-aviões) São Paulo, na compra de um novo navio científico oceanográfico na China, na participação e no comando por marinheiros brasileiros das Forças de Paz da ONU no Líbano ?

     

    Se fosse comunista, o governo do PT estaria, para a Aeronáutica, investido bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a Suécia, de mais de 30 novos caças-bombardeio Gripen NG-BR, que serão fabricados dentro do país, com a participação de empresas brasileiras e da SAAB, com licença de exportação para outras nações, depois de uma novela de mais de duas décadas sem avanço nem solução, que começou no governo FHC ?

     

    Se fosse comunista — e contra as forças armadas — teria o governo do PT encomendado à Aeronáutica e à Embraer, com investimento de um bilhão de reais, do governo federal, o projeto do novo avião cargueiro militar multipropósito KC-390, desenvolvido com a cooperação da Argentina, do Chile, de Portugal e da República Tcheca, capaz de carregar até blindados, que já começou a voar neste ano — a maior aeronave já fabricada no Brasil?

     

    Teria comprado, para os Grupos de Artilharia Aérea de Auto-defesa da FAB, novas baterias de mísseis IGLA-S; ou feito um acordo com a África do Sul, para o desenvolvimento conjunto — em um projeto que também participa a Odebrecht — com a DENEL Sul-africana, do novo míssil ar-ar A-Darter, que ocupará os nossos novos caças Gripen NG BR?

     

    Se fosse um governo comunista, o governo do PT teria financiado o desenvolvimento, para o Exército, do novo Sistema Astros 2020, e recuperado financeiramente a AVIBRAS ?

     

    Se fosse um governo comunista, que odiasse o Exército, o governo do PT teria financiado e encomendado a engenheiros dessa força, o desenvolvimento e a fabricação, com uma empresa privada, de 2.050 blindados da nova família de tanques Guarani, que estão sendo construídos na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais?

     

    Ou o desenvolvimento e a fabricação da nova família de radares SABER, e, pelo IME e a IMBEL, para as três armas, da nova família de Fuzis de Assalto IA-2, com capacidade para disparar 600 tiros por minuto, a primeira totalmente projetada no Brasil?

     

    Ou encomendado e investido na compra de helicópteros russos e na nacionalização de novos helicópteros de guerra da Helibras e mantido nossas tropas — em benefício da experiência e do prestígio de nossas forças armadas — no Haiti e no Líbano?

     

    Em 2012, o novo Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, então Comandante Militar da Amazônia, respondeu da seguinte forma a uma pergunta, em entrevista à Folha de São Paulo:

     

    Lucas Reis:

     

    “Em 2005, o então Comandante do Exército, general Albuquerque, disse “o homem tem direito a tomar café, almoçar e jantar, mas isso não está acontecendo (no Exército). A realidade atual mudou?

     

    General Eduardo Villas Bôas:

     

    “Mudou muito. O problema é que o passivo do Exército era muito grande, foram décadas de carência. Desde 2005, estamos recebendo muito material, e agora é que estamos chegando a um nível de normalidade e começamos a ter visibilidade. Não discutimos mais se vai faltar comida, combustível, não temos mais essas preocupações.”

     

    Deve ter sido, também, por isso, que o General Villas Bôas, já desmentiu, como Comandante do Exército, neste ano, qualquer possibilidade de “intervenção militar” no país, como se pode ver aqui (O recado das armas).

     

    A questão externa

     

    A outra razão que contribui para que o governo do PT seja tachado de comunista, e muita gente saía às ruas, no domingo, é a política externa, e a lenda do “bolivarianismo” que teria adotado em suas relações com o continente sul-americano.

     

    Não é possível, em pleno século XXI, que os brasileiros não percebam que, em matéria de política externa e economia, ou o Brasil se alia estrategicamente com os BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), potências ascendentes como ele; e estende sua influência sobre suas áreas naturais de projeção, a África e a América Latina — incluídos países como Cuba e Venezuela, porque não temos como ficar escolhendo por simpatia ou tipo de regime — ou só nos restará nos inserir, de forma subalterna, no projeto de dominação europeu e anglo-americano?

     

    Ou nos transformarmos, como o México, em uma nação de escravos, como se pode ver aqui (O México e a América do Sul) que monta peças alheias, para mercados alheios, pelo módico preço de 12 reais por dia o salário mínimo?

     

    Jogando, assim, no lixo, nossa condição de quinto maior país do mundo em território e população e sétima maior economia, e nos transformando, definitivamente, em mais uma colônia-capacho dos norte-americanos?

     

    Ou alguém acha que os Estados Unidos e a União Europeia vão abrir, graciosamente, seus territórios e áreas sob seu controle, à nossa influência, política e econômica, quando eles já competem, descaradamente, conosco, nos países que estão em nossas fronteiras?

     

    Do ponto de vista dessa direita maluca, que acusa o governo Dilma de financiar, para uma empresa brasileira, a compra de máquinas, insumos e serviços no Brasil, para fazer um porto em Cuba — a mesma empresa brasileira está fazendo o novo aeroporto de Miami, mas ninguém toca no assunto, como se pode ver aqui (A Odebrecht e o BNDES) — muito mais grave, então, deve ter sido a decisão tomada pelo Regime Militar no Governo do General Ernesto Geisel.

     

    Naquele momento, em 1975, no bojo da política de aproximação com a África inaugurada, no Governo Médici, pelo embaixador Mario Gibson Barbosa, o Brasil dos generais foi a primeira nação do mundo a reconhecer a independência de Angola.

     

    Isso, quando estava no poder a guerrilha esquerdista do MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola, comandado por Agostinho Neto, e já havia no país observadores militares cubanos, que, com uma tropa de 25.000 homens, lutariam e expulsariam, mais tarde, no final da década de 1980, o exército racista sul-africano, militarmente apoiado por mercenários norte-americanos, do território angolano depois da vitoriosa batalha de Cuito-Cuanavale.

     

    Ao negar-se a meter-se em assuntos de outros países, como Cuba e Venezuela, em áreas como a dos “direitos humanos”, Dilma não faz mais do fez o Regime Militar brasileiro, com uma política externa pautada primeiro, pelo “interesse nacional”, ou do “Brasil Potência”, que estava voltada, como a do governo do PT, prioritariamente para a América do Sul, a África e a aproximação com os países árabes, que foi fundamental para que vencêssemos a crise do petróleo.

     

    Também naquela época, o Brasil recusou-se a assinar qualquer tipo de Tratado de Não Proliferação Nuclear, preservando nosso direito a desenvolver armamento atômico, possibilidade essa que nos foi retirada definitivamente, com a assinatura de um acordo desse tipo no governo de Fernando Henrique Cardoso.

     

    Se houvesse, hoje, um Golpe Militar no Brasil, a primeira consequência seria um boicote econômico por parte do BRICS e de toda a América Latina, reunida na UNASUL e na CELAC, com a perda da China, nosso maior parceiro comercial, da Rússia, que é um importantíssimo mercado para o agronegócio brasileiro, da Índia, que nos compra até mesmo aviões radares da Embraer, e da Àfrica do Sul, com quem estamos também intimamente ligados na área de defesa.

     

    O mesmo ocorreria com relação à Europa e aos EUA, de quem receberíamos apenas apoio extra-oficial, e isso se houvesse um radical do partido republicano na Casa Branca.

     

    Os neo-anticomunistas brasileiros reclamam todos os dias de Cuba, um país com quem os EUA acabam de reatar relações diplomáticas, visitado por três milhões de turistas ocidentais todos os anos, em que qualquer visitante entra livremente e no qual opositores como Yoani Sanchez atacam, também, livremente, o governo, ganhando dinheiro com isso, sem ser incomodados.

     

    Mas não deixam de comprar, hipocritamente, celulares e gadgets fabricados em Shenzen ou em Xangai, por empresas que contam, entre seus acionistas, com o próprio Partido Comunista.

     

    Serão os “comunistas” chineses — para a neo-extrema-direita nacional — melhores que os “comunistas” cubanos ?

     

    A questão política

     

    A atividade política, no Brasil, sempre funcionou na base do “jeitinho” e da “negociação”.

     

    Mesmo quando interrompido o processo democrático, com a instalação de ditaduras — o que ocorreu algumas vezes em nossa história — a política sempre foi feita por meio da troca de favores entre membros dos Três Poderes, e, principalmente, de membros do Executivo e do Legislativo, já que, sem aprovação — mesmo que aparente — do Congresso, ninguém consegue administrar este país nem mudar a lei a seu favor, como foi feito com a aprovação da reeleição para prefeitos, governadores e Presidentes da República, obtida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.

     

    Toda estrutura coletiva, seja ela uma jaula de zoológico, ou o Parlamento da Grã Bretanha, funciona na base da negociação.

     

    Fora disso, só existe o recurso à violência, ou à bala, que coloca qualquer machão, por mais alto, feio e forte seja, na mesma posição de vulnerabilidade de qualquer outro ser humano.

     

    O “toma-lá-dá-cá” nos acompanha há milhares de anos e qualquer um pode perceber isto, se parar para observar um grupo de primatas.

     

    Ai daquele, entre os macacos, que se recusa a catar carrapatos nas costas alheias, a dividir o alimento, ou a participar das tarefas de caça, coleta ou vigilância.

     

    Em seu longo e sábio aprendizado com a natureza, já entenderam eles, uma lição que, parece, há muito, esquecemos: a de que a sobrevivência do grupo depende da colaboração e do comportamento de cada um.

     

    O problema ocorre quando nesse jogo, a cooperação e a solidariedade, são substituídas pelo egoísmo e o interesse de um indivíduo ou de um determinado grupo, e a negociação, dentro das regras usuais, é trocada por pura pilantragem ou o mero uso da ameaça e da pressão.

     

    O corrupto, entre os primatas, é aquele que quer receber mais cafuné do que faz nos outros, o que rouba e esconde comida, quem, ao ver alguma coisa no solo da floresta ou da savana, olha para um lado e para o outro, e ao ter certeza de que não está sendo observado, engole, quase engasgando, o que foi encontrado.

     

    O fascista é aquele que faz a mesma coisa, mas que se apropria do que pertence aos outros, pela imposição extremada do medo e da violência mais injusta.

     

    Se não há futuro para os egoístas nos grupos de primatas, também não o há para os fascistas.

     

    Uns e outros terminam sendo derrotados e expulsos, de bandos de chimpanzés, babuínos e gorilas, ou da sociedade humana, a dos “macacos nus”, quando contra eles se une a maioria.

     

    Já que a negociação é inerente à natureza humana, e que ela é sempre melhor do que a força, o que é preciso fazer para diminuir a corrupção, que não acabará nem com golpe nem por decreto?

     

    Mudar o que for possível, para que, no processo de negociação, haja maior transparência, menos espaço para corruptos e corruptores, e um pouco mais de interesse pelo bem comum do que pelo de grupos e corporações, como ocorre hoje no Congresso.

     

    O caminho para isso não é o impeachment, nem golpe, mas uma Reforma Política, que mude as coisas de fato e o faça permanentemente, e não apenas até as próximas eleições, quando, certamente, partidos e candidatos procurarão empresas para financiar suas campanhas, se elas estiverem dispostas ainda a financiá-los, como se pode ver aqui (A memória, os elefantes e o financiamento empresarial de campanha) — e espertalhões da índole de um Paulo Roberto Costa, de um Pedro Barusco, de um Alberto Youssef, voltarão a meter a mão em fortunas, não para fazer “política” mas em benefício próprio, e as mandarão para bancos como o HSBC e paraísos fiscais como os citados no livro “A Privataria Tucana”.

     

    O que é preciso saber, é se essa Reforma Política será efetivamente feita, já que é fundamental e inadiável, ou se a Nação continuará suspensa, com toda a sua atenção atrelada a um processo criminal, que tem beneficiado principalmente bandidos identificados até agora, que, em sua maioria, devido a distorcidas “delações”, que não se sustentam, na maioria dos casos, em mais provas que a sua palavra, sairão dessa impunes, para gastar o dinheiro, que, quase certamente, colocaram fora do alcance da lei, da compra de bens e de contas bancárias.

     

    Pessoas falam e agem, e sairão no dia seis de agosto às ruas também por causa disso, como se o Brasil tivesse sido descoberto ontem e o caso de corrupção da Petrobras, não fosse mais um de uma longa série de escândalos, a maioria deles sequer investigados antes de 2002.

     

    Se a intenção é passar o país a limpo e punir de forma exemplar toda essa bandalheira, era preciso obedecer à fila e à ordem de chegada, e ao menos reabrir, mesmo que fosse simultaneamente, mas com a mesma atenção e “empenho”, casos como o do Banestado — que envolveu cerca de 60 bilhões — do Mensalão Mineiro, o do Trensalão de São Paulo, para que estes, que nunca mereceram o mesmo tratamento da nossa justiça nem da sociedade, fossem investigados e punidos, em nome da verdade e da isonomia, na grande faxina “moral” que se pretende estar fazendo agora.

     

    Ora, em um país livre e democrático — no qual, estranhamente, o governo está sendo acusado de promover uma ditadura — qualquer um tem o direito de ir às ruas para protestar contra o que quiser, mesmo que o esteja fazendo por falta de informação, por estar sendo descaradamente enganado e manipulado, ou por pensar e agir mais com o ódio e com o fígado do que com a cabeça e a razão.

     

    Esse tipo de circunstância facilita, infelizmente, a possibilidade de ocorrência dos mais variados — e perigosos — incidentes, e o seu aproveitamento por quem gostaria, dentro e fora do país, de ver o circo pegar fogo.

     

    Para os que estão indo às ruas por achar que vivem sob uma ditadura comunista, é sempre bom lembrar que em nome do anticomunismo, se instalaram — de Hitler a Pinochet — alguns dos mais terríveis e brutais regimes da História.

     

    E que nos discursos e livros do líder nazista podem ser encontradas, sobre o comunismo as mesmas teses, e as mesmas acusações falsas e esfarrapadas que se encontram hoje disseminadas na internet brasileira, e que seus seguidores também pregavam matar a pau judeus, socialistas e comunistas, como fazem muitos fascistas hoje na internet, com relação aos petistas.

     

    A questão não é a de defender ou não o comunismo — que, aliás, como “bicho-papão” institucional, só sobrevive, hoje, em estado “puro”, na Coréia do Norte — mas evitar que, em nome da crescente e absurda paranoia anticomunista, se destrua, em nosso país, a democracia.

     

    Esperemos que os protestos do dia 16 de agosto transcorram pacificamente — considerando-se a forma como estão sendo convocados e os apelos ao uso da violência que já estão sendo feitos por alguns grupos nas redes sociais — e que não sejam utilizados por inimigos internos e externos, por meio de algum “incidente”, para antagonizar e dividir ainda mais os brasileiros, e nem tragam como consequência, no limite, a morte de ninguém, além da Verdade — que já se transformou, há muito tempo, na primeira e mais emblemática vítima desse tipo de manifestação.

     

    Há muitos anos, deixamos de nos filiar a organizações políticas, até por termos consciência de que não há melhor partido que o da Pátria, o da Democracia e o da Liberdade.

     

    O rápido fortalecimento da radicalização direitista no Brasil — apesar dos alertas que tem sido feitos, nos últimos três ou quatro anos, por muitos observadores — só beneficia a um grupo: à própria extrema direita, cada vez mais descontrolada, odienta e divorciada da realidade.

     

    Na longa travessia, pelo tempo e pelo mundo, que nos coube fazer nas últimas décadas, entre tudo o que aprendemos nas mais variadas circunstâncias políticas e históricas, aqui e fora do país, está uma lição que reverbera, de Weimar a Auschwitz, profunda como um corte:

     

    Com a extrema-direita não se brinca, não se alivia, não se tergiversa, não se compactua.

     

    Quem não perceber isso — e esse erro — por omissão ou interesse — tem sido cometido tanto por gente do governo quanto da oposição — ou está sendo ingênuo está sendo fraco, ou irresponsável, ou mal intencionado.

     

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-nova-marcha-dos-insensatos-e-a-sua-primeira-vitima/4/34143

     

     

    1. ***** Excelente artigo-retrospecto de Santayana

      Não há opinião coxinha e midiática que não desabem diante dos dados da realidade. Se o brasileiro soubesse um mínimo de sua história e não se contentasse com a comodidade das crenças não estaríamos passando por esse clima de instabilidade e negatividade.

  6. FHC tem agropecuária dentro da cidade

    Rede Brasil Atual

    FHC tem agropecuária dentro da cidade

     

    Se, em vez de FHC, fosse um petista o dono da empresa agropecuária em Osasco, cidade sem zona rural e onde nenhum sócio reside, choveriam ilações nas três revistas de maior circulação  por Helena Sthephanowitz    publicado 03/08/2015 15:33, última modificação 03/08/2015 16:02       reprodução casa.jpg

    Pelo Google Maps, a imagem que identifica o endereço é uma residência simples. Seria uma empresa de fachada?

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sócio de seus três filhos na empresa Goytacazes Participações Ltda, cujas atividades registradas na Junta Comercial de São Paulo são serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias.

    No Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, na Receita Federal, a empresa tem como atividade principal o cultivo de cana-de-açúcar. As atividades secundárias são a criação de bovinos para corte e cultivo de outras plantas de lavoura.

     

    O curioso é que a empresa está sediada na cidade de  Osasco, na Grande São Paulo, ou seja, não é uma área rural. E o mais curioso ainda é que, quando se faz uma busca no Google Maps, a imagem que  identifica o endereço  é uma residência  simples. Seria uma empresa de fachada?

    Nenhum dos quatro sócios mora em Osasco. O ex-presidente reside em São Paulo, uma filha reside em Brasília, outra no Rio de Janeiro, assim como seu filho.

    Antes de ser político, FHC nunca foi ruralista. Formou-se em Sociologia e sempre trabalhou como professor, até ingressar na  política.

    O interesse pela, digamos, “sociologia bovina”, só surgiu aos 58 anos, quando ele já era senador. Em 1989, adquiriu a fazenda Córrego da Ponte, de 1046 hectares, em Buritis (MG), próximo de Brasília. Comprou em sociedade com seu amigo e ex-ministro Sérgio Motta, um engenheiro e político de vida urbana que, assim como FHC, causou surpresa o súbito pendor ruralista, já passados da meia idade.

    Motta faleceu em 1998 e FHC passou a fazenda para os filhos que venderam a propriedade em 2003. Só em 2012 a empresa Goytacazes Participações foi aberta em Osasco.

    Em 1999, a revista IstoÉ publicou uma reportagem sobre a construção em 1995, quando FHC já era presidente, de um aeroporto construído pela Camargo Corrêa na fazenda Pontezinha da empreiteira, vizinha da propriedade do ex-presidente. Segundo a reportagem, o aeroporto era usado sobretudo para atender à família Cardoso. Este compadrio não despertou na época a curiosidade do Ministério Público, pelo menos para conferir, confirmando a tradição de engavetamento quando suspeitas atingem tucanos. 

    Se em vez de ser FHC, fosse um petista o dono de empresa agropecuária em Osasco, cidade sem zona rural e onde nenhum sócio reside, choveriam ilações nas três revistas de maior circulação e, dada as relações de compadrio no passado com a Camargo Corrêa, a força-tarefa da Lava Jato muito provavelmente colocaria a empresa na mira das investigações. Mas trata-se de gente do PSDB, então… deixa pra lá.

    http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2015/08/fhc-tem-agropecuaria-dentro-da-cidade-931.html

     

    1. Rua Prefeito Mendes de Moraes

      É em São Conrado e não no Leblon o endereço de Paulo Henrique. Aliás, à época do pai Presidente era ” muito comentado naquelas bandas “. Não eram bons comentários…   Também em Sâo Conrado mora a mãe de Aécio Cunha.  

  7. Dívida pública – Anatomia de uma fraude à Constituição

    Dívida pública – Anatomia de uma fraude à Constituição

    O dispositivo do art. 166 da Constituição – que privilegia o “serviço da dívida” nela foi inserido por meio de grosseiro fraude. Ele nunca foi aprovado, nem mesmo votado, nem sequer discutido ao longo de todo o processo da Constituinte.
    A. Benayon & P. Rezende “No Brasil, historicamente, uma relação promíscua entre Estado emercado resultou na fragilização de ambos” A ilegalidade Esclarecida essa questão regimental, vê-se que ocorreu alteração de mérito noartigo que trata das diretrizes orçamentárias, o de número 195 no Projeto (A). Mais precisamente, nos seus § 3° e 4°, dispositivos que haviam sidopreservados, com o restante do referido artigo, na etapa de sistematização. Em janeiro de 1988 o ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, volta anegociar  a dívida com o FMI. Em maio ele anuncia um novo acordo, que veio a ser assinado em junho, numa oitava Carta de Intenções pela qual, além decomprometer-se a estimular a privatização do seu patrimônio, o Brasil, pelaprimeira vez, concede aos bancos o direito de retaliar. Também em junho,ocorre a fundação do PSDB, por parlamentares que se desligam do PMDB,dentre os quais o líder do partido, Mário Covas. Com isso, assume a liderançado PMDB o então vice-líder, deputado em primeiro mandato Nelson Jobim(A.8.6), depois presidente do STF. É ele quem, juntamente com o então líder e atual membro da diretiva nacionaldo PTB, no auge da frenética maratona de votação de 2° turno (A.8.1 e 8.5),teria rubricado a folha do Requerimento “de fusão” da qual se produziu aadição ilegal destinada a privilegiar as despesas com o serviço da dívida, como mostra o Anexo 5.2.http://www.cic.unb.br/~pedro/trabs/fraudeac_files/fraudeac.pdfe o tal requerimento ‘de fusão’ (A.5), rubricado por apenas dois constituintes, fraudou o art. 172 (atual art. 166) da Constituição: votado mediante leitura num sábado, sem nenhum registro de divulgação prévia e sem encaminhamento do Relator, Bernardo Cabral, que se omitiu.  Nove anos depois o mesmo Cabral assinaria, como presidente da CCJ do Senado, parecer contrário à PEC (62/95) que buscava expurgar o dispositivo fraudado, proposta por um dos senadores ludibriados naquela votação (A.7). Essa adição ao Texto Maior criou, de forma ilegal e ilegítima, exceções ànorma do inciso II do atual art. 166 que contemplam, além do serviço dadívida (alínea b), também as despesas com pessoal (alínea a) e astransferências constitucionais a Estados e Municípios (alínea c). Porém, aocontrário do serviço da dívida, esses dois tipos de gastos não são depressivospara a economia. Bem ao contrário, destinam-se a atividades indispensáveisao funcionamento dos governos federal e locais. E por não dependerem de injunções dos mercados financeiros mundiais, comodepende o serviço da dívida, as decisões a respeito das transferências locais edas despesas de pessoal podem ser tomadas sem ferir a soberania nacional,consagrada no art. 1º da Constituição.  E o tal requerimento ‘de fusão’ (A.5), rubricado por apenas dois constituintes, fraudou o art. 172 (atual art. 166) da Constituição: votado mediante leitura num sábado, sem nenhum registro de divulgação prévia e sem encaminhamento do Relator, Bernardo Cabral, quese omitiu. Nove anos depois o mesmo Cabral assinaria, como presidente daCCJ do Senado, parecer contrário à PEC (62/95) que buscava expurgar odispositivo fraudado, proposta por um dos senadores ludibriados naquelavotação (A.7). Ademais das ilegalidades regimentais da Constituinte, como se pode qualificara adição à Carta Magna de um dispositivo de mérito, prenhe de imensasconseqüências nefastas ao País, sem ter ele sido objeto de emenda alguma,nem discutido em etapa alguma do processo legislativo que produziu aConstituição? Em se confirmando o que aponta esta investigação, se trata deestelionato. Primeiramente, houve afronta ao art. 37 da Constituição, que reza:“Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, dequalquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade.” O ato, além de ilegal, acarretou incomensuráveis danos morais e materiais aoPaís. Foi praticado sem qualquer publicidade. Ao contrário, furtivamente, àsocapa. A lei 1.079, de 10.04.1950 define como crimes de responsabilidadevários delitos de menor gravidade que o cometido pelos infratores em tela.  O Código Penal, art. 171, tipifica o crime de estelionato nos seguintes termos:“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, induzindo ou mantendoalguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meiofraudulento.” Do Brasil que “não é uma fraude” já surgem provocações para aretomada da dignidade do cargo da mão dos que abusam da Constituição. Devia haver um tipo penal que dissesse que um Ministro do SupremoTribunal Federal não pode atentar reiteradamente contra a dignidade daConstituição, e nesse caso o “escândalo” Jobim seria apenas o último casoilustrativo de uma conduta permanente. Na falta do tipo mais específico,com certeza é quebra de decoro a permanência do Ministro Jobim noSupremo Tribunal Federal. Antes mesmo de que seja formalmentedenunciado, seria melhor que renunciasse, o que é mais digno. A questão não é punir o deputado constituinte Nelson Jobim por fraudesque praticou há 15 anos, mas afastá-lo do Supremo hoje porque enganoua soberania nacional quando se apresentou como candidato a Ministro doSupremo Tribunal Federal como se fosse um cidadão de reconhecidaidoneidade. A conduta fraudulenta que foi confessada demonstra que oMinistro não é pessoa idônea, e essa qualidade é permanentementeofensiva, e por isso não é esquecida pela prescrição. A confissão sobre afraude de 15 anos é confissão de que o Ministro é portador de um traçode caráter inconstitucional que não tem meios de convalescer.” Ao evocar a permanência ofensiva desse traço de caráter do Ministro, o ilustreProcurador da República foi econômico. Omitiu vários outros atos em que essemesmo traço também se manifestou, antes e depois da alegada fraude àConstituição. “…o presidente Sarney aproveitou … e deu mais umacutucada na Constituinte. ‘A União não terá mais qualquerrecurso próprio para transferir para Estados e Municípios. Nem mesmo para atender a qualquer emergência’ … Por trás dessaquestão de se ter ou não dinheiro para gastar, esconde-se umraciocínio equivocado do governo, que sempre terá algum dinheiromas precisa escolher em que gastá-lo.”A. Benayon & P. RezendeLEIAM: http://www.cic.unb.br/~pedro/trabs/fraudeac_files/fraudeac.pdf

     

  8. *

    Onu promove debate sobre monopólio da mídia no Brasil

    Conexão Jornalismo

    http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/cultura/novasmidias/onu-promove-debate-sobre-regulacao-da-midia-e-liberdade-de-expressao-67-40087

    A concentração da mídia no Brasil em modelo oligopolizado – apenas seis famílias controlam as principais empresas no país e 90% da receita publicitária pública e privada – será tema de debate promovido pelas Organizações das Nações Unidas na próxima quinta-feira, dia 6, às 19 horas. São esperados integrantes da mídia alternativa, como o Centro de Estudos Barão de Itararé, jornalistas independentes e entidades de trabalhadores e de defesa dos Direitos Humanos. 

    O Brasil é o país de maior concentração da mídia entre as nações democráticas. Atualmente, apenas seis grupos de Comunicação, tendo o Globo à frente, respondem pela distribuição de notícias em caráter nacional ou regional: Editora Abril, Folha, Grupo RBS (vinculada à Globo), Silvio Santos e Rede Record. Os demais enfrentam sérias crises financeiras e abiscoitam uma fração mínima do bolo publicitário.

    A alternativa surgida a partir da Internet, por sua vez, com sites independentes e alternativos, é alijada dos mecanismos de receita financeira por duas razões especiais: não integram o Bônus de Volume (BV), capitaneado pelas agências para levar recursos para os grandes grupos de mídia, e também são excluídos da distribuição de verba publicitária oficial – dos órgãos públicos nas três esferas.

    Somente a partir do governo Lula, o grupo Globo consumiu R$ 16 bilhões em verba de publicidade do governo federal. O cenário tem ferido de morte uma das principais atividades da Comunicação: o jornalismo. Nos últimos três anos quase cinco mil jornalistas foram demitidos e menos da metade conseguiu se restabelecer profissionalmente. Outra consequência é a redução do salário dos profissionais e da faixa etária nas redações. Os profissionais são afastados de algumas empresas antes de completar 60 anos. 

    Leia a convocação para o seminário da ONU:

    Mesa-redonda acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e contará com a presença do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza.

    O Centro de Informação da ONU (UNIC Rio), em parceira com o Coletivo Intervozes e o Instituto de Estudos Socais e Políticos (IESP) da UERJ e apoio do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, convidam para a mesa-redonda “O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão”.

    O evento acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro).

    A mesa-redonda contará com a participação do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza. Também farão parte da mesa a deputada federal Jandira Feghali e a professora Suzy dos Santos, da Escola de Comunicação da UFRJ.

    O objetivo do encontro é conhecer a experiência latino-americana e internacional de regulação da mídia e seus impactos na liberdade de expressão e discutir a implementação destas políticas no Brasil.

    Serviço
    Mesa-redonda: O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão
    Local: Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro – Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro
    Data: 6 de agosto – 19 horas (Atenção: a entrada do prédio do Sindicato fecha às 20h)

    Informações para a imprensa

    Valéria Schilling e Gustavo Barreto
    Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
    (21) 2253-2211 e (21) 98202-0171 | (21) 98185-0582
    [email protected] | [email protected]

  9. *

    Governo pode rever corte de verba para reforma agrária

    Por Sayonara Moreno, Radioagência Nacional

    http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2015-08/governo-pode-rever-reducao-de-verba-para-reforma-agraria

    A redução no orçamento previsto para a reforma agrária, em decreto de contingenciamento publicado na última semana, pode ser revista, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.

    A declaração foi feita depois de uma reunião, nesta terça-feira, entre integrantes do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercadante, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.

    Patrus Ananias concorda com os trabalhadores sem terra, ao dizer que a verba prevista para a reforma agrária é insuficiente.

    O encontro foi uma exigência do MST para que deixasse a sede do Ministério da Fazenda, ocupada pelo movimento na manhã de segunda-feira. Eles são contra a redução de 45% nos recursos para a reforma agrária, previstos pela Lei de Orçamento Anual.

    Para o Coordenador Nacional do MST, Alexandre Conceição, a reunião foi positiva, já que, segundo ele, o ministro Aloísio Mercadante garantiu que os cortes na reforma agrária vão ser reduzidos. Além disso, houve acordo sobre o assentamento de famílias até o fim do mandato de Dilma Rousseff.

    Alexandre disse que o MST decidiu continuar com as ações em todo o Brasil. Segundo ele, trabalhadores sem-terra estão mobilizados em 18 estados, além dos cerca de dois mil acampados no pátio do Ministério da Fazenda, em Brasília.

    O coordenador do MST destacou que o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, vai informar o novo valor a ser contingenciado para a reforma agrária, no próximo dia 20 deste mês.

     

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