Déficit do Governo Central bate recorde histórico para o mês

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) encerrou o mês de junho com seu pior resultado primário da história para o mês: segundo o Tesouro Nacional, o mês passado teve déficit primário de R$ 1,946 bilhão.

Em maio, o Governo Central havia registrado déficit primário de R$ 10,502 bilhões. Os dois meses seguidos de resultados negativos fizeram o superávit primário encerrar os primeiros seis meses de 2014 em R$ 17,238 bilhões, o pior esforço fiscal para o primeiro semestre desde 2000, quando a economia acumulada havia atingido R$ 15,431 bilhões.

No mês passado, o pagamento de dividendos de estatais foi insuficiente para salvar as contas do Governo Central. Em junho, as estatais federais repassaram R$ 1,479 bilhão ao Tesouro Nacional, dos quais R$ 931 milhões vieram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nos seis primeiros meses do ano, as empresas estatais transferiram R$ 10,491 bilhões ao Tesouro, volume 36,3% maior que no mesmo período de 2013. Contribuiu para o desempenho fiscal no primeiro semestre o crescimento dos gastos em ritmo maior que o das receitas. Nos seis primeiros meses do ano, a receita líquida aumentou 6,1% em relação ao mesmo período de 2013. A despesa total, no entanto, subiu 10,1%.

O aumento das despesas está sendo puxado pelos investimentos, que englobam as obras federais e a compra de equipamentos e subiram 21,7% no primeiro semestre (R$ 40,4 bilhões) em relação aos mesmos meses do ano passado (R$ 33,2 bilhões). Os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentaram de R$ 22,7 bilhões para R$ 28,8 bilhões, alta de 26,9%.

Os gastos de custeio – manutenção da máquina pública – aumentaram 11,7%, desacelerando em relação à alta de 19,1% observada no primeiro semestre de 2013. As despesas com o funcionalismo também desaceleraram na mesma comparação, de alta de 7,6% de janeiro a junho de 2013 para crescimento de 6,4% em 2014.

Em junho, as receitas do Governo Central aumentaram R$ 3,1 bilhões (3,5%), devido, principalmente, aos acréscimos de R$ 2,8  bilhões (9,1%) na arrecadação de impostos, em razão, especialmente, do recolhimento semestral, no mês de junho, do IRRF-Rendimentos de Capital; de R$ 541,2 milhões (2,1%) nas receitas de contribuições e de R$ 1,1 bilhão (14,6%) nas demais receitas.

As transferências da União aos Estados e Municípios apresentaram decréscimo de R$ 6,9 bilhões (31,9%), decorrente, principalmente, da diminuição de R$ 3,8 bilhões (24,5%) nas transferências constitucionais, explicado pelo impacto em maio das transferências dos tributos compartilhados (IR e IPI), cuja arrecadação é sazonalmente concentrada no terceiro decêndio de abril.

As despesas do Governo Central apresentaram acréscimo de R$ 1,6 bilhão (2%) no comparativo entre maio e junho de 2014. De acordo com o Tesouro Nacional, observou-se aumento de R$ 902,9 milhões (3%) nas despesas da Previdência Social, de R$ 653,7 milhões (1,4%) nas despesas do Tesouro Nacional e de R$ 0,5 milhão (0,2%) nos gastos do Banco Central.

Comparativamente ao acumulado no mesmo período de 2013, houve decréscimo de R$ 17,3 bilhões (50,1%) no superávit até o mês de junho. Esse comportamento reflete o decréscimo de R$ 21,7 bilhões (35%) no superávit do Tesouro Nacional, compensado pela redução de R$ 3,9 bilhões (14,3%) no déficit da Previdência Social e pela apuração de um superávit de R$ 185,6 milhões no Banco Central, enquanto em 2013 houve um déficit de R$ 313,1 milhões.

No Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado no último dia 22 pelo Ministério do Planejamento, o governo admitiu que precisará de R$ 18 bilhões da reabertura do Refis da Crise, programa de renegociação de dívidas com a União, para atingir a meta de esforço fiscal. O governo pretende contar ainda com R$ 23,9 bilhões de dividendos das estatais federais.

 

Com informações da Agência Brasil

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

9 Comentários

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  1. De mal a pior. E agora,

    De mal a pior. E agora, contagem regressiva  para culpar-se os inimigos do regime, a imprensa. Que  saudades do Lula e FHC. 

  2. Nassif, vamos ao fogao de

    Nassif, vamos ao fogao de lenha meu amigo. O que representa isso? Estamos fudidos de vez ou nao? Ja li mais de 20 analises diferentes para a situacao economica do Brasil. O mundo vai acabar para nos? Por favor, gostaria de uma analise lucida, simples e real. O povao brasileiro agradece.

  3. Percentual por favor

    To cansado de falar: que governo que se comunica mal…maior déficit desde de 2000, o que representa o valor de ontem e hj, se não tiver comparação percentual 15 bi de ontem e nada hj…tudo em uma notícia da agência Brasil …parei

  4. E os rentistas felizes dizem em coro: Tombini, obrigado

    E tem gente que fica a elogiar a política de juros de Tombini. Tombini regrediu à época de FHC .

  5. Esqueçam tudo que está

    Esqueçam tudo que está escrito acima sobre déficit, record histórico, e o escambau.

    A única coisa que interessa na matéria inteira é a frase: “”””Os dois meses seguidos de resultados negativos fizeram o superávit primário encerrar os primeiros seis meses de 2014 em R$ 17,238 bilhões.””””

    Toda esta salada significa que o governo federal economizou no primeiro semestre R$ 17,238 bilhões para pagar juros a esta corja de vagabundos que se chama “mercado”, que vive s=de sugar o suor e o sangue dotrabalhador brasileiro.

  6. Caro Nassif e demais
    Até onde

    Caro Nassif e demais

    Até onde esse déficit é déficit?

    Afinal houve reajuste de aumento nas obras do governo federal.

    “O aumento das despesas está sendo puxado pelos investimentos, que englobam as obras federais e a compra de equipamentos e subiram 21,7% no primeiro semestre (R$ 40,4 bilhões) em relação aos mesmos meses do ano passado (R$ 33,2 bilhões). Os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentaram de R$ 22,7 bilhões para R$ 28,8 bilhões, alta de 26,9%”

    O governo federal ampliou seus investimento, isso é chamado de déficit?!

    E vai ter que aumentar mais ainda.

    O déficit social é grande.

    Saudações

     

  7. Faria um grande serviço para

    Faria um grande serviço para o país o governo que gastasse apenas o que arrecada, desta forma não necessitaria de se financiar a juros altos, não necessitaria “imprimir” dinheiro diluindo o valor unitário da moeda,ou seja inflação.

    Não importa a “carga tributária” em si, mas gastar apenas o que arrecada já seria “revolucionário”.

     

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