Diferenças entre Bolsa Escola e Bolsa Família inviabilizam paternidade tucana

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em meio à disputa presidencial, o candidato Aécio Neves (PSDB) crava: no Programa Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula em 2003, há DNA tucano. Para sustentar o dito, Aécio afirma que o Bolsa Família é uma junção de programas criados na gestão de FHC, como o Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Gás. 

Mas Luciana de Oliveira, funcionária do governo federal há 13 anos, explica, em carta aberta a Aécio, a diferença entre o Bolsa Escola e o Bolsa Família do PT. Segundo ela, não há nenhuma semelhança entre a concepção dos projetos, os objetivos, sua execução e muito menos nas contrapartidas cobradas.

Segundo Luciana, Aécio e o PSDB reinvidicam paternidade agora, na eleição, porque o projeto é popular e reconhecido internacionalmente. Mas não demonstram, enquanto partido que conduziu o país, conhecimento sobre programas sociais de massa ou mesmo “preocupação” com o público alvo.

O GGN reproduz a carta, abaixo, na íntegra:

Carta aberta a Aécio Neves e ao PSDB

Escrevo essa carta direcionando-a a seu partido político, o PSDB, mas tendo o senhor como destinatário, já que atualmente o representa na disputa pelo cargo máximo da nação – a Presidência da República no Brasil.

Permita-me, antes de tudo, me apresentar. Eu trabalho para o Governo Federal há 13 anos. E isso não é ironia, é apenas uma coincidência. Fui contratada para o Governo Federal, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, para a gestão do Bolsa Escola e, em razão da minha capacidade e contribuição técnica, fui mantida quando houve a criação do Programa Bolsa Família. E é sobre ele que eu quero falar com o senhor.

Não sou funcionária pública concursada e já ocupei os mais diversos cargos sob as mais inusitadas formas de contratação, especialmente quando prestava serviços ao MEC. Já prestei serviço como pessoa jurídica. Atuei como consultora do Pnud. Fui terceirizada e, agora, ocupo um cargo de confiança. E em todas as vezes, com alguma variação na autonomia e competência, exerci o mesmo papel, me tornando especialista na gestão e execução de programa de transferência de renda condicionada. Aliás, me refiro aqui ao que hoje é considerado o programa de transferência de renda condicionada mais bem-sucedido e conceituado do mundo.

Sr. Aécio, eu passei a integrar a equipe do Bolsa Escola (BES) em novembro de 2001, sete meses após a sua criação, e o que eu encontrei lá foi uma equipe muito determinada a fazer com que pouco dinheiro chegasse às mãos de poucas famílias. O cadastro do BES era uma vergonha: incompleto, não aceitava alterações ou atualizações cadastrais e era completamente off-line. Uma vez registradas as informações nele, elas nunca mais seriam modificadas, mesmo que uma daquelas crianças – Deus nos livre – viesse a óbito.

Com relação à identificação de seus membros, nele encontrávamos espaço para cadastrar apenas a mãe e três crianças da família, independente da quantidade de filhos/membros que vivessem sob aquele teto. Neste momento tinha início, infelizmente, uma terrível desigualdade familiar fomentada pelo Governo Federal. Ao realizar o cadastro, a mãe era obrigada a “escolher” quais seriam seus três filhos que teriam mais chances de sucesso escolar a fim de não perder mais adiante o benefício, já que seria somente dessas crianças, supostamente, cobrada a frequência escolar. E explico o porquê do supostamente: nunca conseguimos cobrar frequência escolar no BES, mas volto a falar sobre isso mais adiante.

É claro que suspeitávamos – e pude comprovar, nas vezes em que visitei famílias beneficiárias – que as demais crianças, quando havia, ficavam automaticamente “desobrigadas” da escola pelo grupo familiar. Erámos confrontados então com o seguinte cenário: 1) três crianças que eram obrigadas a frequentar as aulas para que a família não perdesse o benefício e; 2) as demais crianças que saíam para trabalhar para engrossar a renda familiar, quando não ficavam em casa.

Não serei leviana – usando um termo que o senhor emprega com certa frequência – de dizer que todas as demais crianças sempre agiam assim. Muitas famílias se empenhavam em tentar educar todas igualmente. Mas o Brasil vivia uma desigualdade social descomunal àquela época e, infelizmente, a renda trazida pelas crianças “sobressalentes” – aquelas que não eram possíveis registrar em razão da deficiência do próprio cadastro do Programa – era muito necessária para o sustento da família. Ora, se o Governo Federal não as inclui no beneficio e não controla sua frequência escolar, esse cenário era de se esperar…

Mesmo assim, o trabalho da equipe foi árduo durante todo o tempo. Fizemos mutirões de inclusão de famílias, de concessão de benefícios – processo que à época NÃO era automatizado – e muitos, muitos mutirões para “sanear” as adesões dos municípios, cuja lei obrigava ser formal. Participação social? Completamente inexistente… Muitas vezes a equipe ligava pra pedir alguma informação a um “conselheiro” designado para tal função e não foram raras as vezes em que ouvíamos: “Eu, do conselho social do Bolsa Escola? Não sei do que você esta falando, ninguém me avisou”. Nomeações à revelia, para cumprimento da lei. A ordem era: FAÇAM! INCLUAM! E RÁPIDO!

Mesmo com a determinação política do então Presidente FHC e de todo o esforço da equipe – muito competente e determinada – envolvida, nunca chegamos à casa dos cinco milhões de famílias atendidas. Foram dois anos inteiros de BES e não chegamos aos cinco milhões.

Naquele momento, o quadro, então, era o seguinte:

No Bolsa Escola (R$ 15,00 mensais pagos por criança até um limite de três, desde que tivessem entre 7 e 15 anos – educação ): 4,7 milhões de famílias beneficiárias;

No Bolsa Alimentação (R$ 15,00 mensais pagos por criança até um limite de três, desde que tivessem entre 0 e 6 anos – saúde): 1,6 milhão de famílias.

A verdade é que nunca houve real investimento em Programas Sociais em nosso país até ele ser dirigido por uma pessoa “do povo”. Essa é a verdade que eu vivi trabalhando pra o Governo Federal todo esse tempo. O Bolsa Escola não foi uma estratégia de combate à pobreza e muito menos de incentivo à educação no governo FHC. Nada foi além de remendos, criados às vésperas das eleições, por um governo com uma popularidade baixíssima. Poucos têm conhecimento disso, mas a alcunha de “Bolsa Esmola”, muitas vezes utilizada pelo seu partido para caracterizar o Bolsa Família, de fato, era o apelido daquele Bolsa Escola lá atrás. Aquele que sim, é filho seu.

Em 2003 teve início o primeiro mandato de Lula, eleito no ano anterior. E junto com ele passamos a ouvir pelos corredores a ideia de que o melhor mesmo seria ter um programa que atendesse toda a família. Que a olhasse como um único e indissolúvel ente, e que era isso que se desejava fomentar, auxiliar e amparar.

É claro que havia uma escolha a ser feita sobre as famílias que já estavam recebendo seus benefícios. E a decisão foi UNIFICAR os programas já existentes para, primeiro, não descontinuar os pagamentos pra gente já tão sofrida e, segundo, porque já havia a CLARA idéia de que aquelas pessoas eram mesmo parte do público que o Programa Bolsa Família deveria atender. Unificar foi o mecanismo para evitar que elas perdessem seus parcos benefícios até se adaptarem às novas regras.

Poderia ali, naquele momento, ter-se matado os programas anteriores e teria sido, confesso como técnica que ajudou a implementar o que veio depois, infinitamente menos trabalhoso. Ao decidir pelo recurso técnico de “unificar” e não “extinguir” as bolsas para a criação do novo programa – que era, DE FATO, um Programa de Transferência de Renda com investimento político e financeiro e intenções claras e reais de combate à pobreza – o governo Lula começava a mostrar qual era sua real prioridade: o povo. Independente do “custo político” que isso pudesse ter adiante – e veja bem, não é que ele tinha razão? – a escolha foi pelos beneficiários, pensando neles.

O objetivo era claro, alcançar as famílias pobres, as excluídas por mais de 500 anos, as que nunca haviam sido, de fato, vistas por ninguém, as que nem “existiam” no mundo jurídico porque estavam alijadas até mesmo do processo de identificação de pessoas – muitas delas não tinham sequer certidão de nascimento.

E olha, quando tudo se juntou, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cadastro Único – aliás, abro um parêntese aqui para falar que precisamos, em outra oportunidade, conversar sobre ele, o que ele era quando foi criado e o que é hoje, já que senhor tem mostrado diuturnamente que não faz ideia nem do que se trata – arrumar o remendo foi doído, foi trabalhoso, foi hercúleo, quase heróico.

Caro candidato, com todo humilde conhecimento que tenho sobre o assunto, afirmo que o Bolsa Família não é, nem de longe, a continuidade de nada dos programas anteriores. Eles são completamente diferentes desde a sua concepção e, principalmente, da sua intenção para com o povo brasileiro.

O Bolsa Família olha pra todos os membros familiares e permite oferecer atendimento a todos, de acordo com suas necessidades, carências, expectativas. O Bolsa Família reconhece as capacidades dessas famílias e investe nelas. No Bolsa Família há o acompanhamento familiar pelo CRAS – Centro de Referência da Assistência Social. No Bolsa Família há o acompanhamento da agenda de saúde da família toda, o que inclui o acompanhamento da gestante, da nutriz, do calendário de vacinação de todas as crianças até 7 anos de idade, acompanhamento da pesagem, da suplementação de vitamina A e ferro.

No Bolsa Família, há o acompanhamento real da frequência escolar de TODAS as crianças e jovens do grupo familiar, independente da quantidade de benefícios que aquela família faz jus, assim como da quantidade de membros em idade escolar. E se não tiverem frequência adequada, de acordo com o que a Lei do Programa – aquela que senhor diz pretender criar em seus programas eleitorais, mas já existe desde 2003 – , a família toda tem os seus benefícios averiguados, bloqueados e podendo ser até suspensos. Sim, eu estou dizendo isso mesmo: se uma família tiver 15 crianças, todas as 15 devem ir pra escola e serem acompanhadas na frequência escolar. E se houver a ausência da escola não justificada de uma delas, isso pode impactar no benefício de toda família. O senhor percebe alguma diferença para o Bolsa Escola? E para que fique claro, não estamos falando de “evolução”, estamos falando de um Programa que nasceu com esse objetivo, que foi concebido assim!

Sabe o que isso nos diz? Que todas essas crianças devem ter acesso igualitário à escola, que todas devem frequentar as aulas e que todas, absolutamente todas, devem se qualificar para romper esse ciclo de pobreza que faz com que sua família precise do benefício do governo. Isso, Sr. Aécio, é investimento humano. Isso é, de fato, o que a oposição ao Programa – e aqui há um mérito gigantesco para o PSDB – chama tão jocosamente de “ensinar a pescar”. Oferecendo a todas as crianças e jovens igualdade de condições para o ensino, consequentemente, eles terão melhores oportunidades no futuro.

O Bolsa Família atende hoje mais de 14 milhões de famílias e 52 milhões de pessoas! Ele é o Programa de Transferência de Renda Condicionado mais respeitado, estudado, reverenciado, copiado no mundo todo. Constantemente recebemos aqui no Ministério corpos técnicos de alto escalão do mundo inteiro para “conhecer e aprender o que fazemos”. O Brasil, por intermédio do Bolsa Família e do que podemos hoje chamar de Cadastro Único, criou e exporta tecnologia social.

O Bolsa Família possibilitou ao Brasil cumprir a meta de Objetivos do Milênio, da ONU, para erradicação da fome e da miséria muito antes da meta estabelecida para o resto do mundo, que seria 2015.

O Bolsa Família tirou o Brasil do mapa da fome pela primeira vez desde seu descobrimento, em 1.500.

E principalmente, o Bolsa Família, que já foi pra muitos fonte exclusiva de “renda”, a diferença entre ter ou não o que comer no prato, hoje é renda complementar de milhões de famílias. Talvez o Sr. não saiba – e deduzo isso pelas declarações da maioria dos seus eleitores, que, imagino, refletem o conhecimento do grande líder – mas cerca de 76% dos adultos que recebem Bolsa Família trabalham no mercado formal brasileiro, o que comprova que o valor do benefício é complementar.

E aqui eu chego ao ponto que realmente me motivou a escrever essa carta ao senhor. Em recente debate presidencial – parte do processo democrático adotado para a escolha do nosso próximo presidente do país – eu ouvi o senhor, repetidas vezes, dizer que há o DNA do PSDB no Bolsa Família, já que ele surgiu da unificação dos programas anteriores.

Senhor Aécio Neves, não há.

Não há nem de muito longe: nem na concepção, nem nas regras, nem na gestão, nem nos objetivos, muito menos na vontade política e investimentos, em nada. Simplesmente não há. Até houve a mínima tentativa, com a unificação, de se aproveitar tecnicamente algo que pudesse ser útil ao novo programa que nascia, mas foi completamente inútil o esforço. A unificação, ao final, só se mostrou mesmo eficiente para o que mais interessava: proteger as famílias da descontinuidade dos pagamentos. Não deixar faltar a comida no prato, em português bem claro – que se faz necessário para quem nunca passou por algo sequer parecido –, porque como sabemos desde sempre a fome não espera. Fome não espera implementação de programa. Não espera melhoria de gestão, não espera melhoria de sistema. Simplesmente, não espera.

Eu poderia elencar aqui ainda muitos – muitos mesmo – argumentos para mostrar que o Bolsa Família não passa nem perto daqueles programas que foram unificados lá em 2003. O Bolsa Família foi, mas forçando muito a barra, o primo que nasceu e usou, por dias, fraldas emprestadas dos seus outros mais velhos. Mas que cresceu tanto, e tão rápido, e que teve “pais” tão diferentes e responsáveis decidindo sobre sua alimentação, cuidados diários, educação e crescimento, que imediatamente se destacou ao mundo.

E ainda assim, caso o senhor insista muito em fazer qualquer relação com o que tinha no Brasil e o que temos hoje, e em requerer a paternidade do Bolsa Família – para o PSDB, que aqui eu personifico na sua pessoa para fins, com sua licença, didáticos do restante do parágrafo – eu tenho a dizer que: tome muito cuidado.

Porque se fosse declarado mesmo o pai da criança, que tipo de pai o senhor acredita que teria sido para o seu filho? Um pai que “bate” no filho no Congresso Nacional, chamando-o de fomentador de vagabundo, de gente preguiçosa? Um filho que até dias atrás era “esmola” pra quem não quisesse trabalhar? Seria um pai que nutre tamanho desconhecimento sobre seu filho ao ponto de propor pra ele regras que já existem há mais de 10 anos?

Onde o senhor esteve todo esse tempo? Onde o Senhor esteve quando precisamos aprovar modificações necessárias para o seu pleno desenvolvimento, a cada vez que precisamos apoiá-lo em seu crescimento natural? E o senhor como representante do povo no Congresso Nacional tinha todas as ferramentas para apoiá-lo e não o fez.

O Bolsa Família não tem paternidade, ele é do povo brasileiro. Mas mãe ele tem! 14 milhões de mães! Mães pobres, em sua maioria negras, antes excluídas por uma sociedade patriarcal e machista. Mulheres muito guerreiras. Algumas dessas mulheres conseguiram se livrar, inclusive, da violência doméstica por causa do Bolsa Família. Se livraram de condições de trabalho análogas à da escravidão graças ao Bolsa Família. Certa vez, lá em 2007, eu conheci uma senhora que relatou “ter se sentido mais mulher aquele mês” porque tinha sobrado dinheiro pra comprar um batom. Eu tenho certeza ABSOLUTA de que o senhor não faz a menor ideia do que isso significou pra ela. Eu mesma não sabia, até ouvir aquele relato e a alegria com que ela contava.

E eu posso passar dias inteiros contando coisas que ouvi, vi e vivi junto dessas famílias. Ou que ouvi de alguns dos 5.570 gestores municipais que “tocam” aguerridamente o Programa lá nos municípios. Essas histórias não são estatística, pois graças ao Cadastro Único que nós construímos a partir de 2005, elas têm e nós sabemos quais são: nome, sobrenome, data de nascimento, filiação. São gente de verdade!

PSDB pai… O Pai que reivindica a paternidade de seu filho na certidão, mas que só aparece “pra visita” de quatro em quatro anos, à época das eleições?

Na verdade o que eu via, até dias atrás, era o senhor e seu partido enxovalhando o nome do Programa da maneira que podia. E agora, tal qual faz “pretenso herdeiro” de pai morto, se declara parente para recolher a herança.

Mas veja bem, sr. Aécio, aqui nesse processo de “inventário”, o juiz é o povo brasileiro e ele SABE que o senhor não tem nas veias o sangue dessa família. Não tente se aproveitar de gente sofrida e das suas boas intenções. É feio, é danoso, é quase criminoso.

Não obrigue essa gente, que já tem olhos e ouvidos bem abertos; que reconhece sua autonomia pra lutar pelos seus interesses sem medo algum ter que dizer ao senhor que aqui nesse “processo”, ela não te reconhece. Porque conhecendo-as como conheço, não tenho dúvidas, elas dirão.

Sinceramente, Luciana de Oliveira.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. Já ouviu falar em Projeto Piloto?

    Minha senhora Ptista,

    Já ouviu falar em projeto piloto ou correções de desvios ou melhoria contínua ou qualquer coisa que queira sobre como melhorar e aprimorar um projeto?

    Pelo amor de deus não seja leviana.

    Hoje este projetos podem até ser diferentes e é claro obrigatoriamente deve ter hoje muito mais gente dentro dele senão seria muita incompetência. Quantos anos já se passaram desde o início? Lembrando que com a economia estabilizada tudo é mais fácil né, querida.

    1. Estranho…

      Meu caro L. Neto,

      Economia estabilizada… achei que estávamos em uma recessão gigantesca.

      E falando em projeto piloto, aparentemente foi um projeto “piloto” muito bem feito, como aquele do famoso helicóptero.

    2. Caro tucano, chega de ser leviano

      Vocês foram incompetentes mesmo, sem sensibilidade social e autentica quadrilha de ladrões. Leia post anterior onde se diz que o programa foi oferecido a FHC no início de seu governo, mas como tucano, preferiu aomento do superávit primário e aumento nos valores pagos da dívida brasileira. Claro, tucano gosta de engordar rentista? Povo? Deixa no regime mesmo!

    3. Economia estabilizada? Em

      Economia estabilizada? Em 2002? Ah, sei, com taxa de juros a 45%, inflação que era o dobro da atual, taxa de desemprego recorde, 40 milhoes de famintos e infra-estrutura destruida a ponto de termos racionamento de energia (alias, tucano gosta de racionamento). A coisa tava tao feia que eramos intimados a gastar menos energia senao pagavamos multa. E tres multas em seguida, ameaça de corte de fornecimento! Estabilizada devia estar a economia das financeiras do pessoal que operou a privatização. 

    4. Hoje em dia tô gostando tanto

      Hoje em dia tô gostando tanto do adjetivo L.E.V.I.A.N.A.!!! Vindo da boca de um tucano fica até parecendo um elogio!!

      1. A árvore “ginecológica”:

        http://meuartigo.brasilescola.com/sociologia/os-programas-transferencia-renda-no-brasil.htm

         

        Na década de 90 alguns municípios, basicamente aqueles administrados por governos do Partido dos Trabalhadores (PT), deram início a projetos de programas de transferência de renda, tendo como marco destas iniciativas, o ano de 1995, no Distrito Federal, sob o governo de Cristóvam Buarque o programa chamado Programa Bolsa Escola, e os municípios de Campinas e Ribeirão Preto. No ano de 1996, Vitória, Santos, Belo Horizonte, Jundiaí, Boa Vista, Franca e Salvador aderiram a esta mesma iniciativa (SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004).

        A partir de então os Programas de Renda Mínima, Bolsa-Escola e outros, ganham destaque tendo como expectativa romper ocírculo da pobreza transgeracional,por maioria dos programas, com articulação de uma medida compensatória a uma política de alcance estrutural (SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004, p. 48).

        (…)

        2.2 Os Programas de Transferência de Renda no Brasil

        Segundo Suplicy (2002 apud FONSECA e DUTRA, 2006) no livro Utopia, de Thomas More, uma publicação do ano de 1516, que estão expostas a primeiras formas de propostas de renda mínima, destaque deste livro é a discussão sobre a importância de se assegurar a todos o mínimo para sobrevivência mais digna. Após este livro seguiram-se diversos outros pensadores que exprimiam o mesmo desejo de se criar uma sociedade mais digna, sendo um deles Juan Luis Vives, que em 1526 fazendo uso dos ensinamentos passados por More, formulou uma “proposta de renda mínima para o prefeito da cidade flamenga de Bruges, em “De subventione pauperum sive de humanis necessitabus”. Sua obra teve importante influência sobre as diversas formas que tomaram na Inglaterra e na Europa as Leis de Assistência aos Pobres” (FONSECA e DUTRA, 2006, p. 43).

        Já Silva (1997 apud FONSECA e DUTRA, 2006) destaca que em distintos momentos históricos e culturas, foram elaboradas e executadas medidas protetivas e de intervenções na perspectiva de garantir um mínimo de existência, por muitas vezes “com limites muito variados, a certas categorias de pessoas” (idem, 2006 p. 43). Mas a renda mínima tem seu marco legal:

        […] a partir de 1579, na Escócia, depois na Inglaterra, com a lei dos pobres de 1601, que inspirou a legislação de algumas colônias, como Virginia e Jamaica. A primeira iniciativa de renda mínima, conhecida na Europa industrial, foi desenvolvida durante o período da Speenhanland, não tendo, porém, aplicação regular, nem geral, desaparecendo com a reforma da lei dos pobres em 1834. A Speenhanland, também conhecida como “sistema de abonos” assegurava uma renda mínima ao trabalhador independentemente dos seus proventos e de estar ou não empregado. Aqueles que se encontravam trabalhando, recebiam a renda desde que seus rendimentos fossem inferiores ao estabelecido na tabela de abonos (idem, 2006 p. 43).

        Segundo Senna et. al (2007, p. 87) o contexto de manifestação dos programas de transferência de renda no Brasil, se da na seguinte perspectiva:

        As recentes transformações que vêm se operando no interior das economiasmundiais, com o crescimento do desemprego e a aparição de novas formas e/ou agudização da pobreza, associados à chamada crise doWelfare State têm trazido à tona o debate acerca dos limites dos tradicionais programas sociais em responder às crescentes demandas sociais, impondo, assim, novos dilemas para a intervenção pública.

        No Brasil, o tema da pobreza e destituição social vem assumindo lugar de destaque na agenda pública nas últimas décadas, não só em face do número alarmante de pobres como também pela centralidade adquirida pela discussão em torno da capacidade estatal em promover maiores níveis de equidade e justiça social.

        No ano de 1991, o então senador Eduardo Suplicy (PT/SP) encaminhou o Projeto de Lei do Senado n° 80, que instituía um Programa de Garantia de Renda Mínima (PRGM). O projeto destinava ser um benefício a todos os indivíduos residentes no país com mais de 25 anos com rendimentos. Também previa em seu artigo 9º que “à medida que o PGRM for sendo implementado serão desativadas as entidades de política social compensatória, no valor igual ao seu financiamento” (SUPLICY, 2002, p. 341).

    5. Nada disto…

      Projeto piloto realmente começa devagar, mas antes mesmo de ser posto em prática, a primeira coisa é ter seu objetivo já bem definido no papel, e o prazo necessário pra alcançá-lo. Os projetos ‘sociais’ do FHC foram criados nos últimos meses dos seus 8 anos de mandato, e… o projeto era só isto.

      Logo após, o Bolsa Família foi alvo de fortes críticas por este. E continuou sendo após sua implantação, funcionamento, e resultado de sucesso. Não faz muito tempo que parou, mais ou menos quando o programa passou a ter reconhecimento internacional.

      Se eles achavam isto, do programa do Bolsa Família, o que eles achavam sobre os “programas sociais” deles próprios? Eles não levam a sério seus próprios argumentos, você também não deveria levar.

  2. Tem a ver com o tema em debate…

    Quem desconstruiu Aécio foi o próprio Aécio

    Ninguém a quem culpar senão ele próprio

    Ninguém a quem culpar senão ele próprio

    Uma das palavras da moda nestas eleições é “descontrução”.

    Ela tem sido usada pelos colunistas VPs, em tom de pretensa indignação, para definir o que o PT teria feito com Marina, no primeiro turno, e Aécio, no segundo.

    Ah, sim: entenda, por VPs, as Vozes dos Patrões.

    Marina é história. Tratemos da “desconstrução” de Aécio.

    Desconstruir implica torcer fatos, manipular informações, inventar coisas que prejudiquem determinada pessoa.

    Nada, absolutamente nada disso foi feito com Aécio.

    Examinemos alguns dados da alegada “desconstrução”.

    O aeroporto de Cláudio, por exemplo. Ele existe, ele custou cerca de 12 milhões, ele está situado num terreno que pertencia ao tio de Aécio e ele, embora pretensamente público, era usado privadamente por Aécio e uns poucos.

    Desde que o caso apareceu, Aécio não conseguiu dar uma única explicação que fizesse sentido. Porque não há como defender o que é moralmente indefensável.

    Construir o aeroporto de Cláudio acabou por desconstruir Aécio. Como quem construiu foi ele, podemos dizer que ele se desconstruiu.

    A partir dali, falar em decência e em ética, pregar sobre o uso de dinheiro público, bradar contra a corrupção – tudo isso soou farisaico, cínico, mentiroso em Aécio.

    Consideremos agora os familiares e agregados empregados por Aécio. Para quem fala compulsivamente em “meritocracia” e “aparelhamento”, praticar o nepotismo é particularmente acintoso.

    A expressão maior do nepotismo de Aécio é sua irmã, Andrea Neves. Em seu governo em Minas, Andrea controlou as verbas de publicidade, uma atividade vital para o exercício de uma censura branca.

    Você premia, com dinheiro, quem dá boas notícias sobre você. Pune, fechando as torneiras das verbas, quem faz jornalismo verdadeiro.

    É uma situação que desconstrói quem quer que esteja no comando dela. Quem deu poderes a Andrea Neves? Foi Aécio. Não fui eu, não foi você, não foi o papa, não foi FHC.

    Logo, também aqui, ele próprio se desconstruiu.

    Não deve ser subestimado um fato, neste capítulo, que agrava as coisas. A família de Aécio tem pelo menos três rádios e um jornal em Minas, e para tudo isso foi destinado dinheiro público em forma de publicidade.

    É, em si, uma indecência. Mas, para quem se apresente como guardião da moral, é pior ainda.

    Ainda no capítulo do nepotismo, a trajetória de Aécio é o exato oposto da “meritocracia” de que ele fala abusivamente.

    Aos 17 anos, o pai deputado federal lhe deu um emprego na Câmara, em Brasília. Só que, com esta idade, ele se mudara para o Rio para estudar.

    Aos 25, um parente o nomeou diretor da Caixa Econômica Federal.

    Isto não é desconstrução: é verdade. É biografia real. A verdade só descontrói quando o objeto dela fez coisas que merecem desconstrução.

    Aécio era uma desconstrução à espera do momento em que luzes clareassem as sombras que sempre o acompanharam. Este momento veio quando ele se tornou candidato à presidência.

    Não bastassem os fatos, em si, houve as atitudes nos debates. A grosseria primeiro com Luciana Genro e depois com Dilma, o riso cínico e debochado: assim se desconstruiu a imagem de “bom moço”.

    Mas de novo: Aécio não tem ninguém a quem culpar, também aí, senão a si próprio.

    Aécio, ao longo da campanha, promoveu uma minuciosa autodesconstrução.

    Ganhou a sociedade. Quem votar nele sabe em quem está votando.

  3. R$ 15, 00 /mês/criança   ou  

    R$ 15, 00 /mês/criança   ou    R$ 0,50 : cinquenta centavos/dia /criança.   Por esses  valores  é que foi apelidada de Bolsa Esmola.

  4. Discordo

    Basta ler a MP de criação do Bolsa Família. Ah, mas atende muito mais, é mais abrangente, bla,bla,bla… correto! Mas a base foi lá atrás…. com FHC? Não!!! Com Campinas (PSDB) e Distrito Federal (PT), como postado no blog do Nassif há alguns dias.

    Cristovam aliás sempre critica que o bolsa família tirou a prioridade da educação prevista no bolsa escola, e sua meta é cada vez mais beneficiários… bem, se Dilma se reelege e continua sua política econômica, de fato um dia teremos…. 200 milhões de beneficiários!!!!

    https://jornalggn.com.br/noticia/chega-de-lorota-na-discussao-do-bolsa-familia-por-%E2%80%8Bana-fonseca#comment-475466

  5. Toma!!!

    PSDB pai… O Pai que reivindica a paternidade de seu filho na certidão, mas que só aparece “pra visita” de quatro em quatro anos, à época das eleições?

    Poderia ter ficado sem essa no curriculo!

  6. Voces não “entendem” os tucanos!

    Eles dizem que deram um “geito” na economia brasileira!

    Apesar de praticarem juros de até 45%, de irem (nos levar) ao FMI 3 vezes, de vendoarem quase 100 bilhões de patrimônio público (boa parte lucrativo), de terem (nos darem) uma dívida pública interna e externa) gigantesca, do alto desemprego (não os magníficos, deles), da inflação (que o Itamar reduziu de 4 para 2 dígitos e eles assim a entregaram), de destruirem o que restava de indústria nacional, fora adesconstrução da educação, saúde, segurança, habitação, social, etc. etc.

    Apesar da míRdia celebrar resultados tão bizarros durante todo esse tempo a nos “convencer”..

    Depois que o Ar Mínimo Naufraga declarou que a crise mundial acabou em 2009, EU OS ENTENDI!

    O mundo pra ele são os bancos e os empresários “parças”, locais ou estrangeiros.

    E realmente este período foi uma maravilha para a “economia” …

    Deles!

    Ora…

     

     

     

  7. Que bobagem esse

    Que bobagem esse artigo.

    Qualquer programa de governo começa aos poucos e evolui ao longo dos anos. Não tem como ser diferente, ainda mais quando o programa é criado um um país que acaba de sair de um período de hiperinflação e começa a ganhar credibilidade no mercado e atrair capital de investidores. 

    Aliás, alguns programas de governo não evoluem, como foi o caso do Fome Zero, grande vitrine eleitoral de Lula em 2002 que não avançou pela incapacidade de gestão daquele governo. A solução foi a transferência de dinheiro por meio do Bolsa Família.

    Acho incrível a capacidade do ser petista ignorar os próprios malfeitos…

     

    A realidade é que foram 12 anos de PT e o país está nessa situação lastimável. Esse desgoverno tem a cara-de-pau de usar a crise financeira de 2009 para justificar os absurdos de gestão econômica que Dilma cometeu. 

  8. Já Leu?

    A Presidenta Dilma por acaso já leu esta carta?

    Se não, por favor senhores acessores de campanha, façam chegar às suas mãos, urgente!

     

  9. para desconstruir é preciso

    para desconstruir é preciso sugerir ou dar algo

    em troca,o que o psdb não fez e não faz e nem fará….

     o importante são os frutos do bolsa família,

    uma poplítica estruturante em termos econmicos

    – que fez girar todo o processo de produção,

    com outra política fundamental, que foi a  dos reajustes salariais.

     

  10. Apenas para que eu possa

    Apenas para que eu possa entender :

    A senhora afirma que : mas cerca de 76% dos adultos que recebem Bolsa Família trabalham no mercado formal brasileiro, o que comprova que o valor do benefício é complementar.

    Como essas pessoas estão no mercado formal, presume-se que recebam mensalmente, no mínimo R$ 722,00, que é o menor salário que pode ser pago formalmente.

    No site do MDS, está escrito o seguinte :  O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que atende famílias pobres (renda mensal por pessoa entre R$ 77,01 e R$ 154) 

    Assim sendo, mesmo que o trabalhador formal seja o único provedor da família, esta teria que ser composta de mais de 4 pessoas para ter direito ao benefício, certo ?  4 x 154,00 = 616,00 e ainda estaria fora no limite de atendimento.

     

    Pelos números que a senhora informou ( 54 mi / 14 mi ), a média de pessoas por família é de 3,7 pessoas.

    Tudo isto posto, me parece que há alguma inconsistência nesses números. Eles simplemente não “fecham”.  Se esses 76% de adultos ( mesmo que seja apenas um por família, seriam no total 10,64 milhões de adultos ) recebem um salário mínimo e tem 4 filhos ( como é o único adulto ) para ter direito ao benefício, só aí já teríamos mais beneficiários do que o total atendido.

    Realmente, como cidadão que contribui para o pagamento desses benefício, gostaria que a senhora explicasse esses números.

     

     

    1. Falácias

      “presume-se que recebam mensalmente, no mínimo R$ 722,00”

      De uma premissa falsa, chega-se a qualquer argumento verdadeiro.

       

      – Quem disse que estas pessoas têm o salário mínimo formal?

      – Quem disse que trabalham período integral no mesmo emprego formal?

      – Seria interessante definir o que é emprego formal, ou auto emprego formal.

  11. Bolsa Escola

    Excelentes esclarecimentos.

    Par mim é obvio que um programa de tal envergadura não nasce pronto, com sistemas operando etc. etc.

    Tem que ser desenvolvido a partir das necessidades.

    Lembro à apaixonada escriba que inicialmente, a partir de 2002 o programa de governo para solução da renda era o FOME ZERO.

    Não deu certo e incorporou os programas sociais do governo anterior, unificando-os sob o nome de Bolsa Familia. É natural que ao fazê-lo, incorporou o DNA dos programas anteriores, o que é salutar. 

    Afirmar que não há realção entre o programa Bolsa Escola etc. e o Bolsa Familia é mais uma das inverdades e engodos que a luta pelo poder propiciou. Foram tFora

    m tantas mentiras e engodos, que a população brasileira se indignou, e mais, que a própria base aliada, e ainda mais surpreeendente, o pr[óprio PT está debandando das fileiras governistas.

     

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