Dilma e a síndrome do pacto social

Desde a redemocratização, foram criados alguns mitos que sempre são levantados em momentos de crise, como panaceia para todos os males e nunca implementados por inexequíveis.

Um, o mito da constituinte exclusiva – bandeira que Dilma Rousseff levantou no auge das manifestações de junho de 2013, provavelmente inspirada em um articulista do Estadão, que era quase um setorista de constituinte exclusiva em momentos de crise.

O outro mito é o do pacto nacional, concertação ou seja lá o nome que se dê.

Aparentemente o tema foi levantado por algum gênio político do Palácio e vazou para os jornais. Não se tome como proposta acabada. Na balbúrdia política atual, o conselho político de Dilma assemelha-se à lenda dos sete cegos e do elefante – cada qual apresenta a parte (uma ideia só sua) como o todo.

Dia desses conversei longamente com um dos melhores quadros do PT, parlamentar preparado, com bom trânsito em todas as áreas. Ele me expôs de forma didática o que seria uma proposta de bom senso para ser apresentada inclusive à oposição.

Sua lógica é a de que a crise pegaria a todos, governo federal e governos estaduais, incluindo os do PSDB. Portanto haveria o interesse generalizado em um pacto que preservasse o país.

Havia total alienação dele – e provavelmente de quem pensou no pacto – em relação à guerra política atual. Se ainda não perceberam, trata-se de guerra de vida ou morte do segundo mandato. Alô, alô, Dilma, eles não querem comida: querem sua cadeira.

A Fernando Henrique, Serra, Aécio e seus vikings da terceira idade, interessa única e tão somente o impeachment de Dilma. E são eles que comandam o partido, não os governadores. Para eles, aliás, se a crise pegar Dilma e Alckmin, matará duas coelhos com uma só cajadada.

Além disso, contam com  todo o exército da mídia para desviar o foco das responsabilidades. Outro dia mesmo o Estadão atribuiu ao prefeito de São Paulo Fernando Haddad a responsabilidade pela crise de água, pelo fato do prefeito ter levado alguns dias analisando o projeto que multa desperdício na cidade.

Quando o governo está por cima, a proposta de pacto é gesto de grandeza; quando por baixo, sinal de rendição.

Se houver a mínima possibilidade da ideia ser analisada pelo conselho político, seria a prova definitiva de que Dilma jogou a toalha. Melhor então que proponha de vez o parlamentarismo ou renuncie.

O que Dilma precisa, mais do que nunca, é começar a governar, organizar suas ações internas, levantar os programas de cada Ministério, criar uma agenda positiva e desfraldar a bandeira do otimismo. Muito mais simples e eficiente.

Luis Nassif

36 Comentários

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  1. Dilma não propôs ao congresso

    Dilma não propôs ao congresso constituinte exclusiva, propôs ao Povo que estava nas ruas. Tentou  usar o poder do Povo e certamente não é idiota a ponto de achar que ela tinha poder para levar adiante este projeto.

    Mas O Povo nas ruas tinha este poder….

     

    Acho que o Nassif ainda não entendeu o que aconteceu.

  2. da dialética dessa

    da dialética dessa contradições nascerá algo.

    dizer isso e aquilo é importante para que os radicais

    do ódio tenham pelo menos uma visão mais ampla da realidade, mas

    convenhamos: é sempre prematuro.

    mas talvez seja essa esencia de toda a crítica.

  3. A palavra já não mais oculta

    A coluna da semana passada, “Se Dilma não reagir haverá movimento pró-Temer”, continha uma palavra oculta, que perpassava todo o texto, da primeira a última linha, pulava de um lado pro outro. Era assim como um caça-palavra. Era só substituir a palavra “impeachment” pela palavra oculta que o título da matéria faria todo sentido. No de hoje, a palavra oculta da semana passada se revela. 

  4. Pacto de Moncloa

    Nunca se falou tanto no tal Pacto de Moncloa quanto no governo Sarney. Não era pra menos, o governo Sarney foi uma crise só, do princípio ao fim. Nos momentos mais agudos, ressuscitavam o Pacto de Moncloa, o assunto tomava conta dos jornais, e desviava-se a atenção e depois morria por si só. Até nova crise. 

    1. Eh, Fernando, você lembra:

      Eh, Fernando, você lembra: ali no governo sarney o medo era de o governo cair na mão do Brizola, então favorito. Portanto, fizeram de tudo para “segurar o tapete” do Sarney enquanto cuidavam de viabilizar um candidato.

      Acabou aparecendo o Collor como candidato de salvação da direita na reta final.

      Na coluna de Mauriocio Dias na Carta Capital ele lembra de um diálogo que o Saulo Ramos registrou em seu livro de memórias. Chega o FHC com a proposta de parlamentarismo. Saulo Ramos então faz um arrazoado constitucional e FH redargue “eu não entendo de direito constitucional, eu entendo é de política”. E o Sarney de pronto emendou: “pois eu entendo dos dois” e saiu da armadilha, conclui o Mauricio Dias.

      Bastou o Collor ser eleito que, se não fosse o Covas, dizem, o PSDB teria aderido imediatamente. Com a queda do Collor eles jjá estavam lá praa não desperdiçar mais a chance. Ou seja, não mudaram nada. Mesmo na democracia só pensam em derrubar porque se acham os mais “preparados”, os mais talhados, os predestinados ao comando…

      É por isso que precisam de todas as teorias sobre o PT – agora tem essa do “projeto de poder”: só mesmo com o PT sendo o diabo mais feio do inferno pra eles justificarem o que fizeram nos verões passados; eles precisam disso.

      1. Diz o meu pai que o culpado
        Diz o meu pai que o culpado pela “criatura” FHC foi o Covas quando o impediu de aceitar ser Ministro do Collor. Se Covas tivesse permitido, com o que se seguiu depois, talvez FHC, tal como o conhecemos hoje, tivesse se perdido na poeira do impeachment e nunca chegasse aonde chegou… Mas este é mais um “se” …. Impedido, tornou-se ministro do Itamar mais à frente; o resto é história e este estado lamentável de coisas a que chegamos…

  5. “Bandeira do Otimismo” é Demagogia. Uma (boa) “Utopia” não…

    O Mundo está se transformando.

    Mais Velhos, Mais Pensões, Mais Inteligência Artificial e Robôs, Menos Emprego…

    O Bibi Netaniahu chega, sem Convite, e Discursa no Congresso, desafiando abertamente o Obama.

    A China anuncia “Crescimento mais Lento e Reformas mais Rápidas”.

    A Liquidez Mundial é Enorme, mas a Insolvência idem.

    Dinheiro sobra, mas os Bancos não Emprestam.

    Descrédito total para qualquer tipo de Política e Políticos.

    Está mais do que na Hora de Organizar uma Transição.

    Mas, para onde?

    Uma Direção é melhor do que nenhuma Direção.

    A “velha” Maria da Conceição Tavares, de forma nitidamente intuitiva, já avisou:

    Sem uma Utopia será difícil (repare na Entrevista que ela também não consegue formular uma Utopia “vendável”).

    http://pensata.ig.com.br/index.php/2014/04/14/sem-utopias-e-com-violencia-o-ano-vai-ser-dificil-diz-a-economista-maria-da-conceicao-tavares/

    E, Lula parece que entendeu o Recado.

    Na Abertura do V Congresso Nacional do seu Partido, soltou uma frase anormalmente hermética para seu estilo de Retórica:

    “É preciso voltar a construir sonhos. É preciso voltar a construir utopias. Porque a humanidade não caminha sem esperança, sobretudo em um momento histórico em que a humanidade está digitalizada“

    E, parece que até a Dilma já “comprou” a Ideia:

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-02/dilma-inaugura-parque-eolico-construido-em-parceria-com-o-uruguai

    “…Uma pessoa que está à frente do seu tempo e isso é algo muito importante, porque um país e um continente não se desenvolvem se não têm utopias. E o presidente Mujica é um presidente que tem a realidade e a utopia compartilhadas”

    O problema é que as Grandes Utopias não nascem da Cabeça de Tecnocratas (senão não seriam Tecnocratas).

    Nasce da cabeça dos Grandes Líderes (não vamos chamar de “Políticos”, pelo Desgaste da Categoria).

    Um Exemplo?

    Dilma pode anunciar o Financiamento do BNDES às Pequenas e Médias Empresas, como “forma de alavancar o crescimento do País”…

    Lula, nos “bons tempos” (como diz o Nassif, antes de “perder os Reflexos”) gritaria que o Brasil está dando um exemplo ao Mundo, inaugurando os “Novos Tempos da Empregabilidade”.

    Então estamos combinados.

    Mais do que a “Bandeira do Otimismo”, falta uma Grande Utopia a ser perseguida por um Brasil inserido em um Mundo em Transformação.

    Nem sempre a tal “Bandeira” será de puro “Otimismo”.

    Alguém enxergaria “só” “Otimismo” na seguinte “Bandeira”?

    “Só vos prometo Sangue, Suor e Lágrimas” (Churchill)

    Alguém se arrisca a Formular e “Vender” uma Nova Utopia para o Brasil?

    Primeira Sugestão (rs,…):

    Poderia ser o FHC.

    Mas, este está mais preocupado em fazer com que as Manifestações do dia 15/03/15 sejam um Sucesso (apoiadas pelo PSDB; Mas que não sejam percebidas como “Organizadas” por ele).

    Triste momento por que passa o Brasil e o Mundo.

    Mas, pode ser o Momento da Mudança, após o “Sangue, Suor e Lágrimas”…

    1. ★★★★★
      Wong, gosto muito dos teus comentários, da sua maneira de pensar. Foi o 1o . comentarista a trazer o wu-wei para a “mesa”… E agora vamos com “é o desequilíbrio que precipita a mudança” e “utopias” …
      Acho que nos falta mais tolerância e compreensão para com o imponderável. Somos cartesianos demais. Isto, às vezes, nos atrapalha.
      Muito bom!

      1. Também concordo!
        É uma atitude tão sábia como a da avestruz que, diante do risco, esconde a cabeça em um buraco. Bem sabe a avestruz que aquilo que ela não vê, não pode ameaçá-la.

  6. “O que Dilma precisa, mais do

    “O que Dilma precisa, mais do que nunca, é começar a governar, organizar suas ações internas, levantar os programas de cada Ministério, criar uma agenda positiva e desfraldar a bandeira do otimismo. Muito mais simples e eficiente.”

    É isso.

    Porém, como qualquer um sabe: já combinou com os russos?!

    O PT já buscou conciliar com a “base alienada” e foi massacrado; já tentou montar um ministério “técnico” e foi massacrado também…

    Quem quer derrubar vai ficar querendo derrubar, não tem jeito. Até  uma economia com emprego recorde e inflação “dentro do combinado”  virou o caos!

    As profecias se autorealizam… O que quer dizer “governar” sem enfrentar a “batalha da comunicação”?

    !

     

  7. Quem foi o vencerdor

    Quem foi o vencedor na elição presidencial? Se foi a Dilma alguém poderia avisá-la que o segundo mandato já começou.

    1. Imobilismo

      A situação do Brasil lembra a vivida pela cidade de Lisboa, quando destruida pelo terremoto de 1755. O Rei pediu e recebeu o conselho sábio do Marques de Alorna: “Fechar os portos; enterrar os mortos; cuidar dos vivos”. A Dilma deve tomar as medidas cabíveis para impedir novas sangrias no erário público (portos). Deixar ao judiciário a tarefa de punir os verdadeiramente corruptos (mortos). Assumir o timão da economia do país, pois os cidadãos (vivos) estão ficando preocupados.

    2. Imobilismo

      A situação do Brasil lembra a vivida pela cidade de Lisboa, quando destruida pelo terremoto de 1755. O Rei pediu e recebeu o conselho sábio do Marques de Alorna: “Fechar os portos; enterrar os mortos; cuidar dos vivos”. A Dilma deve tomar as medidas cabíveis para impedir novas sangrias no erário público (portos). Deixar ao judiciário a tarefa de punir os verdadeiramente corruptos (mortos). Assumir o timão da economia do país, pois os cidadãos (vivos) estão ficando preocupados.

  8. Sobre sapos e escorpiões

    A ideia do pacto foi mais ou menos o que Bresser Pereira propõs em seu último artigo. Este estudo do Ipea (http://goo.gl/qGhYCY) vai na mesma linha, mostrando que todas as democracias maduras do mundo demandam algum tipo de pacto social entre forças políticas opostas.

    Contudo, há uma questão de timing e bom senso, como o Nassif colocou. E há o golpismo em curso.

    Nem o cartel da mídia, nem FHC/Serra/vikings tucanos representam interesses legítimos da sociedade. São golpistas e predadores. São o que sobrou de um Brasil escravagista e pré-republicano. Não há acordo possível com quem joga sujo contra a democracia, a República e o povo brasileiro.

    Se Dilma e o PT carregarem essa gente no lombo, na travessia do Brasil antigo para o Brasil moderno, serão ferroados de morte.

  9. A combinação de falta de

    A combinação de falta de habilidade política mínima e de inteligência pode custar caro o Brasil. Se o desemprego – a última corda que o governo dela não cortou – estourar e virar um drama para a população, isso vai criar uma repulsa do povo à falta de comando de Dilma. E, dependendo do ponto que chegar, Dilma vai renunciar por escolha própria ou será convencida a fazer isso até pelo próprio PT. 

  10. Caro Luis Nassif, esse foi o

    Caro Luis Nassif, esse foi o seu melhor artigo nos últimos dias. Concordo integralmente. Tomara que alguém do Planalto esteja lendo isso daí. Abraços.

  11. somente as ruas podem salvar Dilma e o PT

    o golpe está colocado.

    os golpistas somente recuarão se uma força os impedir de avançar.

    essa força, hoje, é o povo na rua.

    somente a força do povo salva o governo.

    se não houver milhares e milhares de pessoas na Paulista no próximo dia 13 gritando bem alto que irão lutar é o fim do governo.

    os políticos alienados que façam o que não fizeram até agora.

    mobilizem o que ainda possuem de base social.

    ainda é mais do que suficiente para salvar o Brasil do retrocesso.

    não se iludam.

    cainda Dilma cai o PT que será colocado na ilegalidade.

    caindo o PT a esquerda brasileira será escorraçada do Estado e, depois, das ruas.

    a hora da verdade chegou. 

    é hora de fazer história caros leitores.

     

    1. Concordo plenamente. A

      Concordo plenamente. A direita não pensa duas vezes para exterminar o inimigo e eles sabem quem são. A esquerda no poder quer ensinar a todos o que é ser democrático e acabam fazendo besteira, por conta da governabilidade. Veja este congresso, é golpistas, estão sujos mais que pau de galinheiro e dão as cartas. Somente a forças das ruas irão impedir o golpe. Alguns estão confiantes na Operação Lava Jato, no entanto está nas mãos de procuradores e juízes que não se pode confiar se serão justos nos julgamentos. Vivemos a vergonha do ação 470. A história tem registro que esses julgamentos acabam não punindo quem deve ser punido. A elite brasileira é carcomida, traiçoeira. Até no PT, tem elementos torcendo contra. Vide a  atitude do Vacarezza. 

  12. FHC, SERRA, e AÉCIO, INIMIGOS DESDENTADOS.

    De há muito que FHC, SERRA, e AÉCIO perderam a força fora e dentro do partido.

    Quando a Globo colocou sem mais nem menos o AGRIPINO na arena com uma notícia requentada, como BOI DE PIRANHA. Deu um aviso pro resto da manada.

    Mesmo com os seus nomes retirados da lista, vcs agora estão fora dos meus planos!!!

    OS NOSSOS SALVADORES DA PÁTRIA  serão outros, serão os que realmente fizeram e poderão fazer algo por nós.

    VIDE relacionamentos, atitudes,  pra lá de amistosas  entre CUNHA e PIG.

  13. Dilma e a síndrome do pacto social

    Precisamos contribuir com mais análises inteligentes como esta do Nassif e menos com críticas e posições pessoais.

    O debate precisa com urgência ser objetivo para dar uma direção não somente à Dilma, mas para cada um de nós.

     

  14. Pacto social e desenvolvimento

    A questão do pacto social para o desenvolvimento é um tema que deve ser analisado com atenção. Não estamos acostumados aqui no Brasil com arranjos institucionais entre forças opostas, mas todas as democracias desenvolvidas do mundo moderno, em momentos críticos, tiveram de negociar acordos políticos a fim de alavancar o desenvolvimento econômico, com um mínimo de justiça social.

    A recente proposta de Bresser Pereira (http://goo.gl/xl9ZaH) caminha nessa direção. Segue uma análise sobre esse tipo de pacto em países desenvolvidos.

    GARCIA, Ronaldo Coutinho. Alguns desafios ao desenvolvimento do Brasil. Texto para discussão nº 1373. Brasília: IPEA, 2009, p.22-24. Disponível em: http://goo.gl/qGhYCY

     

    APRENDER COM A EXPERIÊNCIA ALHEIA

    A experiência internacional mostra que muitos foram os países que conseguiram enfrentar desafios intimidadores, até mesmos ameaçadores de suas respectivas existências. Rapidamente, e a título de exemplo, vale a pena considerar alguns casos que se tornaram verdadeiramente paradigmáticos.

    Os Estados Unidos se formaram à base de um contrato social revolucionário, fundador de um novo tempo histórico e referência para muito do que adviria no processo sociopolítico do Ocidente. Um projeto generoso para a época. Desde então, tal contrato regula e orienta o seu desenvolvimento nacional. Reinterpretado quando as circunstâncias exigem, mas nunca contestado em seus princípios basilares (talvez o Patriot Act, conseguido por George W. Bush após o 11 de Setembro, seja, se não a única, uma das poucas exceções) Assim, durante a Grande Depressão, provocada pela derrocada bursátil de 1929, o presidente F.D. Roosevelt conclamou a sociedade americana para a construção do New Deal, um pacto para o enfrentamento da mais profunda crise econômica que o país iria conhecer e para dar nova face ao tecido social estadunidense. Enfrentou resistências, oposições virulentas, mas ao final conseguiu convencer a grande maioria, e em particular a elite, de que os potenciais de ganhos eram muito grandes e, se bem coordenados, as vantagens se mostrariam, difundindo benefícios, senão para todos, pelo menos para a grande maioria dos atores sociais. Foi difícil, penoso, mas os resultados vieram e são até hoje visíveis. A sociedade e a economia estadunidenses são bem diferentes ao sair da crise, com estas diferenças dando características e dinamismo ímpares à nação americana.

    Depois da arrasadora derrota, em 1945, o Japão formulou um novo projeto nacional que pode ser visualizado no acordo para se ter uma sociedade mais igualitária e coesa, uma economia extremamente dinâmica, uma inserção internacional altiva e comprometida com a paz. Tenazmente perseguido, promoveu as liberdades civis e políticas, a reforma agrária, a educação universal e de qualidade em todos os níveis, um vigoroso desenvolvimento científico e tecnológico, a introdução acelerada de inovações de todos os tipos e em todos os âmbitos, o menor desemprego possível, o emprego vitalício (para boa parte dos trabalhadores) e a renda crescente do trabalho, a elevação sistemática da qualidade de vida da massa da população. É emblemático dessa disposição o estabelecimento do Imposto sobre as Grandes Heranças, com alíquota de 50%, para que as fortunas pessoais deixassem de existir em quatro gerações, permitindo aumentar a solidariedade e a coesão social em uma sociedade mais igualitária. O Movimento pela Produtividade e Qualidade instituiu, de forma pactuada, em 1954, uma regra básica para a distribuição dos ganhos auferidos pela rápida incorporação de progresso técnico e inovações organizacionais: parte maior seria transferida aos preços, em seguida aos salários e, por último, aos lucros. Estes sempre tiveram taxas muito baixas no Japão, o que era compensado pela enorme massa e por um esquema de financiamento ao investimento bastante generoso. Um poderoso planejamento estatal, uma articulação fina entre todos os interesses (governo, partidos políticos, empresariado, trabalhadores, com a participação da academia) e a negociação permanente fizeram possível o país se tornar uma potência econômica em pouco mais de três décadas, uma nação com os melhores indicadores sociais e níveis de vida, uma sociedade pacífica, com as menores taxas de criminalidade e violência do mundo. Construíram-se assim. Tendo sido destruídos, sob grandes restrições, com carência de recursos naturais e energéticos, superaram-se. Porque coletivamente o quiseram, se organizaram para tanto e, sem se intimidarem, o fizeram.

    Igualmente no pós 2ª Guerra Mundial, diversos países europeus empreenderam a construção de pactos sociais amplos com o fito de eliminar os traumas do totalitarismo nazifascista, do militarismo e da própria guerra e, não menos importante, de orientar o encurtamento da distância (social, tecnológica, econômica etc.) que os separavam do estágio alcançado pelos EUA. Na Alemanha, igualmente derrotada, destruída, dividida, com uma sociedade cindida política e ideologicamente, o esforço haveria de ser monumental. De um lado o sofrimento, de outro a altivez e o desejo coletivo de superação. O discernimento e a competência das lideranças compunham o triângulo que tornou possível inaugurar um diálogo social esclarecedor e o estabelecimento de consensos que resultaram no “pacto corporativo para a economia social de mercado” que ilumina as relações sociopolíticas e econômicas até o presente. Manejando com habilidade as dificuldades e as vantagens de sua inserção geopolítica durante a Guerra Fria, a Alemanha soube se fazer em novas bases, criando uma sociedade pouco heterogênea, coesa e democrática, uma economia dinâmica e, superando resistências várias, integrada com o resto da Europa Ocidental. Tal qual o Japão, em pouco menos de trinta anos era a terceira economia do mundo e uma das mais prósperas sociedades. Abdicando radicalmente do militarismo e de qualquer pretensão expansionista, conseguiu conquistar a confiança dos países vizinhos e liderar, ao lado da França, a formação da atual União Europeia. Não são feitos pequenos. Não são realizações conseguidas sem amplo embasamento social, sem o respaldo concertado dos atores sociais nacionais. Prova disto é que, em grau muito maior ao do Japão, a direção política do país esteve, ao longo do tempo, nas mãos dos diversos partidos políticos – democratas cristãos, liberais, socialdemocratas – e nem por isso o processo foi interrompido ou desvirtuado. O Pacto Corporativo para a Economia Social de Mercado é uma construção, uma conquista do povo alemão.

    Na Itália, igualmente machucada pela guerra, com a sociedade também dividida pelas adesões ao fascismo, ao socialismo/comunismo, à democracia cristã, com uma economia menos diversificada, com graves problemas regionais, a tarefa de se refazer não seria pequena ou simples. O entendimento, por grande parte das lideranças nacionais, dos atores sociais significativos e por expressivos segmentos de uma população mais politizada e com fortes vínculos comunitários, do momento em que se vivia e do tamanho dos desafios, fez toda a diferença. Resultou na conformação do que foi chamado de “bloco histórico” (socialistas, democratas cristãos e apoio crítico dos comunistas) que levou a cabo um programa de transformações socioeconômicas, de integração regional e afirmação cultural que colocaram o país em patamares muito superiores aos do pré-guerra. No caso italiano, também é destacado o enorme valor atribuído aos acordos construídos com base no diálogo esclarecido e socialmente legitimado. Desde o final da 2ª Guerra até o início da presente década, o tempo médio de duração dos gabinetes ministeriais era inferior a um ano. Alternavam-se no poder as diversas forças político-partidárias (inclusive entre as facções de um mesmo partido), alterava-se a composição da aliança, mas o projeto nacional perdurou.

    A França merece ser lembrada por suas peculiaridades. Invadida, dividida sob o governo títere de Petain, parcialmente destruída, resistindo internamente com os maquis e conclamada do exterior por De Gaulle e outros, saiu da guerra vitoriosa, mas sob o trauma do terror nazista e com a grande e aberta ferida do colaboracionismo que alcançou consideráveis contingentes. Não fosse a lucidez de expressivos dirigentes comunistas e socialistas, o nacionalismo arraigado da maioria do povo e a forte liderança de Charles De Gaulle, as coisas teriam ficado muito mais difíceis. Tudo isto, no entanto, pouco valeria sem um acordo interclasses clarividente e duradouro que permitiu fazer o país avançar célere. Sob um planejamento estatal democrático e participativo, buscou-se explorar todas as possibilidades identificadas, promovendo o equilíbrio regional, atentando para as especificidades do rural e do meio ambiente, incentivando setores econômicos promissores, ampliando o Estado do Bem-Estar Social. E não só sob o General, mas sob outras lideranças que o sucederam, inclusive a dos socialistas, com Mitterand. Reafirmando os valores republicanos, aprofundando a democracia, mantendo os direitos e a proteção social quando os mesmos eram atacados em diversos países, fortalecendo a economia nacional, a França conseguiu um lugar de destaque na Europa e no mundo. Seu papel na construção da União Europeia foi decisivo. Entender como os líderes franceses o fizeram, como atribuíram importância em trazer a Alemanha para a comunidade das nações europeias, apesar de todo o seu passado belicoso e, em particular, do nazismo recente, é algo muito raro. Talvez seja um dos poucos casos onde houve efetivo aprendizado com a história (Tratado de Versailles), associado com visão longa de futuro.

    Para nós brasileiros, o Pacto de Moncloa celebrado na Espanha pós-Franco teve grande e particular interesse, pois na mesma época discutíamos as possibilidades de transitarmos do regime militar para uma autêntica democracia. Infelizmente não aprendemos quase nada com os espanhóis. Arrebentados por uma guerra civil que fraturou a sociedade por longos quarenta anos, os democratas espanhóis de todos os matizes (dos comunistas à direita esclarecida) acordaram as bases para a reunificação nacional. Respeitando diferenças de todos os tipos, as peculiaridades e as vontades regionais, acertaram o mínimo denominador comum a todos: uma Espanha democrática; uma institucionalidade a ser por todos defendida; a mobilização das potencialidades nacionais, respeitadas as autonomias regionais; uma sociedade próspera; uma economia a ser integrada à da Europa. O Pacto de Moncloa lançou as bases para a irreversível retomada da democracia e para o vigoroso processo de desenvolvimento espanhol. Desde então, a Espanha sofreu tentativas de golpes, conviveu com movimentos separatistas, integrou-se à União Europeia, passou por diferentes governos (conservadores e socialistas), sem abandonar os princípios e valores pactuados.

    Também é fruto de um grande acordo, de um ambicioso projeto e de um sofisticado processo, agora de âmbito supranacional, a constituição da União Europeia. Lançado há mais de 50 anos, foi sendo alargado e aprofundado à base de delicada construção de unanimidades sobre os todos os aspectos envolvidos na constituição de uma união progressiva de nações. Sem dúvida é o exemplo, pela sua complexidade e pelos valores que a presidiram: solidariedade; igualdade; respeito às especificidades nacionais; progressividade; determinação intertemporal e intergeracional, entre outros. Por sua recentidade, deve ser de todos conhecido, e deverá ser objeto de discussões e de aprendizado por longo tempo, até porque é um processo que se encontra em curso, sobre permanente avaliação e revisões aperfeiçoadoras.

    Os casos aqui sumariados, e outros poderiam arrolados, mostram ser possível contra-arrestar tendências indesejáveis ou até mesmo destrutoras de futuro. Eles estimulam a tentar construir um projeto que atenda ao, tão fora de moda, bem comum. Um projeto que não seja mais um jogo de soma negativa, como tantos jogados em nossa história e que nos colocaram onde hoje nos encontramos. São experiências concretas, vividas por povos inteiros, desenhadas e empreendidas por personagens singulares, em condições específicas e em tempos determinados, que não ficaram marcados como sendo tempos fáceis. São exemplos de que o impossível é transitório, de que possibilidades bem aproveitadas podem fazer a diferença, de que o aparentemente inconciliável pode ser harmonizado em horizontes temporais diferenciados. Mostram ser possível abrir jogos de soma positiva, onde todos possam ganhar, uns mais e antes do que outros, mas com os ganhos dos primeiros se tornando, eles mesmos, ganhos dos outros em tempos diferentes. O que tal processo não comporta é que os mesmos sempre ganhem, cada vez mais, em detrimento da maioria*.

     

    *A distribuição de renda se traduz em ampliação do mercado consumidor que permite maiores massas de lucro, incentivam o investimento e a inovação etc. A distribuição da riqueza produz sociedades mais homogêneas, mais coesas, consequentemente mais solidárias, menos violentas, mais seguras. E assim por diante.

     

  15. Mais óbvio impossível,

    tirar a cadeira de Dilma hoje será impedir a passagem da cadeira para Lula, em 2018. Caso contrário, lá se vão mais 4 anos, pelo menos, com o PT. Se algum pacto houver, será para isso.

  16. Autismo

    O que diz o Nassif é o que parece o mais provável. A Presidenta não deve ter noção em que pé estão as coisas. Aparentemente nem ela nem seus auxiliares mais próximos, pois vejam o que pensa o preparado quadro do PT citado no artigo. Será que não lêem jornais, não assistem os telejornais? O massacre é diário, e sempre desonesto.

    A dúvida é se ela não sabe só por tonta ou são os seus auxiliares que a mantém sonsa com tudo.

     

     

     

    1. Fico com a segunda hipótese

      Para uma pessoa  voluntariosa como ela, a equipe de assessores tem pouco trabalho para mante-la distante da realidade.  Penso que toda manhã um aulicuzinho (diminutivo de áulico) vai levar café para ela e diz:  ” Minha presidente como a senhora está linda hoje. Deste jeito não há quem resista, Por falar nisso, hoje temos mais uma boa notícia,  A folha semanal de Três Córregos, deu em manchete que a inauguração da ponte foi o feito mais importante da cidade. Veja a  senhora como o trabalho árduo, constante e correto consegue ser visto pela população, apesar dos grandes jornais não pensarem assim.  Mas, ao fim todos irão compreender sua honestidade, honradez e espírito republicano. ” 

      Despedindo-se com um beijinho, o mercador de elogios sai e vai contactar seus amigos, para trocarem elogios entre si e pensarem um pouco em seus planos futuros.

       

  17. Não estou entendendo mais nada

    Não estou entendendo  mais nada!

    Cada novo artigo de Nassif é um chute na perna de um banco de três pés. Ora, isso só vai contribuir para aumentar as dificuldades de governabilidade da situação atual.

    Chutar o “pé do banco” agora é imprudente e desaconselhavel.

    Vamos primeiro, no dia 13, consolidar o apoio a presidenta para mostrar a todos que o golpe que estão intentando articular terá forte oposição.

    Se não fizermos isso, eles vão entrar com “dois pés” nos peitos de todos nós.

    É simples, as criticas devem ficar prá depois, e em “petit comitê”.

    Tudo que se fizer diferente disso agora nesse monmento crítico é para enfraquecer o Governo e o Partido.

    Repito: não estou entendendo mais nada. 

    Ou, Nassif está propondo que mudemos de lado? Uma tristeza isso!

    Digo logo “de cara” que não mudarei!

    Se for uma estratégia para reavivar os ânimos, digo que é equivocada.

    Puxar a cadeira de que está tentando se sentar.

  18. A presidenta Dilma Rousseff não tem que se guiar pelos outros

     

    Luis Nassif,

    Não pensei viver para ler você tratando como mito a Constituinte Exclusiva e o pacto social, principalmente esse último, o pacto social. Ainda mais em uma semana em que você levantou o mito da crise, do estadista e da conciliação nacional.

    Plagiando o JC Pompeu que em comentário para o post reportando a reação superior da Dilma Rousseff diante da carta de demissão da Marta Suplicy comentara que “de hora em hora o petismo melhora”, posso dizer que “de hora em hora, o Luis Nassif melhora”.

    Agora é preciso que se faça uma distinção entre o homem comum e o político. É bom também fazer a distinção entre três espécies de homem comum: o cidadão, o cidadão engajado e o cidadão cientista. Por cidadão cientista eu me refiro ao acadêmico ou ao profissional especialista em determinada área do conhecimento o que de certo modo engloba todo o cidadão, mas apenas quando ele emite opinião na área da especialidade dele (Um analista político na área política, um contador na área de contabilidade, um engenheiro calculista na área de cálculo estrutural, etc.).

    O cidadão comum aceita todos esses mitos. O cidadão comum, homem do povo, foi educado em uma cultura que reforça a crença nesses mitos. Ao cidadão cientista caberia a desmistificação ou desmitificação, mas ele é na maioria das vezes alheio a esta questão e quando não o é, ele assume mais a postura do cidadão engajado que assume a posição do político que ele apoia.

    Um político não é um homem comum. Na média, o político é mais voltado para o interesse coletivo, ou melhor, para o interesse público do que o homem comum. Um empresário engenheiro que constrói canalizações de esgoto, não é voltado para o interesse público, mas sim para o interesse da empresa dele. Pode até ser voltado para o interesse coletivo dos seus empregados, mas não é voltado para o interesse público.

    Já o político que decidiu pela canalização do esgotamento sanitário em tal e qual região é alguém voltado para o interesse público. Mesmo um cidadão homem comum que entra na política e, portanto, é um político, e se dedica na política à defesa do interesse individual, dos empresários, das pessoas muito ricas, ou de outro qualquer grupo menor, seja este grupo um grupo de poderosos, seja esse grupo um grupo de pessoas sem poder de reivindicação, deve ser visto como uma pessoa que luta pelo interesse público. Bem ao contrário é o interesse que esse empresário defende, atuando como empresário, homem comum, que na direção da sua empresa luta pelo interesse da sua empresa.

    E é bom também fazer uma distinção entre três políticos. Há o político convicto, há o político oportunista e há o político de má-fé. E é bom lembrar aqui uma regra importante que conduz a atividade política e que não está presente na ação do homem comum. Não é que não está presente, mas dá um aspecto de infantilidade o homem comum utilizar dessa regra.

    A regra está estabelecida no próprio título de artigo de José Arthur Giannotti, um prócer do PSDB, que saiu publicado no jornal Folha de São Paulo de quinta-feira, 17/05/2001 e que pode ser encontrado no seguinte endereço:

    http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/artigogiannottigerapolemica

    O título do artigo é: “Acusar o inimigo de imoral é arma política, instrumento para anular o ser político do adversário”.

    Esta regra diz respeito à luta política, mas é regra de tal modo ampla que ela permite que o político utilize também os mitos que você fala: o mito da constituinte exclusiva, o mito do pacto social e também os mitos que eu falo: o mito da reforma estrutural, o mito da reforma política, o mito da reforma tributária, o mito da reforma trabalhista, o mito do estadista, o mito da conciliação nacional, como instrumento para anular o ser político do adversário.

    O político pode utilizar o mito por convicção o que demonstra em meu entendimento certa pobreza de espírito, por oportunismo, o que demonstra em meu entendimento inteligência, e por fim, por má-fé (O que demonstra no entendimento de todos má-fé). Agora, é preciso ver que se o político tem um campo de atuação mais amplo, ele sofre limitações que o homem comum não sofre. O político não pode defender, na sua atuação política, o seu interesse individual de homem comum. Ele pode defender o seu interesse individual de político e ele pode também representar o seu interesse individual, mas só o defender no limite em que aquele interesse dele individual constitui um interesse público, ou seja, está associado ao interesse de outras pessoas que ele representa.

    Aliás, não é proibido, mas não é muito adequado alguém ser eleito e não incluir no interesse que ele representa seu próprio interesse. O Eduardo Suplicy provavelmente não defenderia os interesses dos professores universitários para evitar defender seus próprios interesses, mas creio questionável esta postura e ela cria outra distorção que é as pessoas que votam em Eduardo Suplicy votarem nele não para ele defender o interesse dos que votaram nele, mas para ele defender outro interesse. Um caso que revela mais essa distorção é o caso do deputado americano homossexual, que não se revelava como tal e que não defendia os direitos dos gays por considerar que os eleitores dele não concordariam com aquela postura dele. Este deputado americano cumpria bem a representação. O Eduardo Suplicy também cumpria bem a representação porque quem votava nele votava nele na certeza que ele iria defender os interesses de quem mais precisava da defesa dos seus interesses. Eu falo em distorção apenas para lembrar que a atuação do Eduardo Suplicy (E há outros como ele) não cumprem como se pressupõe se deveria cumprir o instituto da representação.

    Um aspecto importante quando se vê a atuação do político é a existência de carisma. Não é tão importante para o político convencer o eleitor de que ele está convicto do que ele diz. O que é importante para o político é convencer o eleitor de que ele, o político, está certo. Por sorte, o político convicto nem sempre é carismático. Além disso, muitas vezes a convicção do político convicto não é mais aceita na sociedade e, assim, a convicção dele pouco ajuda a convencer os eleitores. Assim, mesmo quando carismático, o carisma do convicto é destruído pela convicção em crença não mais aceita pelo homem comum. Disse por sorte, porque a convicção em um mito equivocado pode levar a resultados muito ruins a um país.

    Um dos grandes problemas da política é que, utilizando a regra de José Arthur Giannotti, o político de má-fé que tem carisma é o que mais consegue convencer os eleitores. Não se pode esquecer que qualquer levantamento policial sobre a personalidade do estelionatário vai mostra que se trata de pessoas carismáticas.

    O político de má-fé tem em relação aos mitos uma vantagem consistindo no fato de que, na maioria das vezes, ele não acredita no mito. A má-fé não está propriamente em não acreditar no mito, pois os oportunistas podem também não acreditar, e o utilizar, mas em utilizar o mito com a intenção de enganar, para tirar algum proveito pessoal que não seja político.

    Aqui, vale lembrar um mito inamovível: o de que a corrupção é o grande mal que atravanca o país. Este é um mito que encontra guarida na cultura popular. Então um político de má-fé, com muito carisma, nem precisa usar do carisma dele para acusar os opositores dele de muito corruptos e que estariam atravancando o desenvolvimento do país. Basta que circunstâncias deem suporte a esta acusação para que a população aceite de bom grado a acusação como verídica.

    É bom observar que o político de má-fé com carisma e que, portanto, tem mais capacidade de iludir o povo não causa, na maioria das vezes, tanto mal ao país como se pensa. O mito existe porque o povo acredita nesses mitos. Então o político de má-fé com carisma apenas vai reforçar o mito na crença popular. Ele vai utilizar o mito para a destruição do adversário. Se ele for mais competente do que o adversário é até melhor para o país que ele destrua o adversário.

    E há uma situação interessante. Sejam, por exemplo, os políticos que foram eleitos combatendo a corrupção e depois foram pegos como corruptos. A mera prática da corrupção não significa muita coisa. Vai realmente ter um efeito importante e que consiste no fato de que o político carismático quando descoberto em uma mentira perde o carisma. Agora efeito real das ações do político de má-fé pego no mal feito leva muito tempo para ser dimensionado.

    Conhecer o valor de um político de má-fé é um trabalho muito árduo. É preciso avaliar tudo que ele fez. Ele pode ser até bastante prejudicial por motivos diversos do mal feito. Se ele se cerca de maus auxiliares que se deixam enganar por técnicos incompetentes e faz uma ponte que cai ele é muito mais prejudicial do que se ele se cerca de auxiliares competentes que escolhem técnicos e faz ponte sólida que não cai, mas tenha sido corrupto.

    Aqui vale reprisar três regras muito antigas, mas que por não terem sido disseminadas nem fazerem parte da cultura das nossas sociedades permite a persistência do mito da corrupção. As três regras são as seguintes: 1º) A corrupção nos Estados Democráticos de Direito em termos relativos está diminuindo (à medida que são aperfeiçoados os instrumentos de controle e os órgãos de acompanhamento da execução orçamentária tornam-se mais independentes e plúrimos há mais condições de se constatar o mau uso do recurso público); 2º) A corrupção nos Estados Democráticos de Direito é menor do que o mais otimista supõe e 3º) A corrupção mesmo se acontecesse nos limites do que o mais pessimista supõe, ela faria menos mal do que o mal que o mais otimista no seu dimensionamento e na avaliação dos seus malefícios supõe.

    E acrescento que apesar de acreditar nessas três regras eu sou contra a corrupção e a favor do combate sistemático dela e do aperfeiçoamento do instrumental de controle e de combate da corrupção. E digo mais, até como uma quarta regra, mas mais de caráter pessoal. Eu considero que eu sou mais contrário a corrupção do que qualquer um que duvida de uma das três regras acima.

    Para entender a terceira regra é preciso ver que a corrupção, no pior dos mundos, corresponde a um aumento do déficit público. No pior dos mundos, a corrupção apenas eleva a dívida pública. Comparativamente ao PIB vista por este lado a maior corrupção ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso quando a dívida pública cresceu assustadoramente. Agora como disse Marcio Pochmann lá no post “O problema é o BC” de domingo, 03/02/08 às 23:58, no antigo blog de Luis Nassif Projetobr na transcrição da entrevista que foi publicada no Estadão e que ele deu para a repórter Lu Aiko Otta, “A dívida pública no Brasil é de 43%, 44% do PIB, é dívida, mas é crédito”.

    Ou como díz Paul Krugman falando sobre a dívida interna de um país: “Debt is Money we owe to ourselves”.

    E, além disso, a corrupção do período de Fernando Henrique Cardoso que elevou bastante a dívida pública teve a boa causa (pelo menos há os que pensam assim) de combater a inflação.

    Aliás, outra forma de se ver a corrupção como não produzindo o mal que atribuem ser resultante dela é detalhar mais a comparação mencionada anteriormente de uma obra de arquitetura qualquer construída de acordo com todas as normas técnicas e com eficiência, mas com corrupção com uma obra igual, mas fora da técnica e com desperdício e que ao final cai. Não só a obra construída com corrupção foi mais benéfica para o país como a própria obra que caiu não é de toda nociva. Enquanto foi construída ela gerou emprego que sustentou famílias que alimentaram os filhos e os fez estudar. E mais, enquanto ela não caiu, ela compôs o PIB, representando um percentual dele. Só saindo do PIB, em uma depreciação única, ao cair.

    Bem, então há o mito da corrupção e há muitos outros mitos como os dois que você destacou, o mito da constituinte exclusiva e o mito do pacto social. E ai cabe perguntar se o homem comum deve proceder do mesmo modo que o político em relação aos mitos. Eu acho que não. Embora não haja impedimento para o homem comum agir como o político, quando ele assim procede, o mais das vezes, o homem comum está indo além do seu espaço, o que vai deixa-lo mais parecido com uma criança que não tem limites. Assim, o campo de ação do político é naturalmente mais amplo do que o homem comum. Na verdade, utilizando o mito do estadista, diria que o que diferencia o homem comum do político é que o político é um estadista.

    Aliás, vou utilizar como evidência da diferenciação uma negativa dessa diferenciação feita pelo autor da regra a nortear o comportamento do político nos embates que ele trava. Como mencionado antes, José Arthur Giannotti afirmara, no próprio título do artigo: “Acusar o inimigo de imoral é arma política, instrumento para anular o ser político do adversário”. No post “Giannotti e Dallari falam sobre a corrupção no Brasil” de quinta-feira, 01/12/2011 às 11:49, aqui no seu blog, pode-se ver como José Arthur Giannotti trata o mesmo assunto do artigo dele dez anos depois. O post “Giannotti e Dallari falam sobre a corrupção no Brasil” transcreve a entrevista que o filósofo José Arthur Giannotti e o jurista Dalmo Dallari concedem a BBC do Brasil pra discorrer sobre o problema da corrupção. O endereço do post “Giannotti e Dallari falam sobre a corrupção no Brasil” é:

    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/giannotti-e-dallari-falam-sobre-a-corrupcao-no-brasil

    É impressionante como José Arthur Giannotti perdeu até mesmo o senso filosófico da lógica argumentativa. O entrevistador lembra do artigo dele “Acusar o inimigo de imoral é arma política, instrumento para anular o ser político do adversário” e a resposta de José Arthur Giannotti parece de um descrente do processo democrático. Transcrevo a seguir a pergunta da BBC Brasil e a resposta de José Arthur Giannotti.

    “BBC Brasil: Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo em 2001, o senhor afirmava que era necessária ao jogo democrático uma “zona cinzenta de amoralidade”, na qual os atores políticos articulam manobras em meio a falhas do sistema. O senhor não acha que, em termos práticos, a linha que separa a amoralidade da imoralidade é muito tênue?”

    “Giannotti: Certamente a diferença entre imoralidade e amoralidade é tênue. A ação política implica certa aposta na amoralidade.

    Quando Napoleão se lança em uma luta para massacrar um povo, isso é imoral, mas depois, se ele tivesse conseguido construir a Europa, os próprios europeus diriam: “nós passamos por isso, foi imoral, mas foi algo importante, válido”. Então, esta ação terá se constituído em algo amoral.

    Na ação política, existem certas faixas em que não se distingue o que é amoral e imoral. O estadista entra nessa faixa: vai se decidir se a sua ação é amoral ou não de acordo com o êxito da sua política.

    O que acontece é que essa ideia passou para que qualquer vereador se veja na construção de um grande Brasil. Mas ele não constrói nada, apenas se aproveita do país, se dizendo acima do bem e do mal.

    Além disso, o êxito de uma política é extremamente relativo. Pode se dizer que (sem ações imorais) não teríamos feito a integração de tantas pessoas no mercado de trabalho e de consumo, mas não é porque isso foi feito que todas as imoralidades praticadas no governo possam ser justificadas.”

    Então para José Arthur Giannotti a regra “Acusar o inimigo de imoral é arma política, instrumento para anular o ser político do adversário” é válida para o político, mas ela não valeria para o vereador porque o vereador não é um estadista. Só que o vereador que ele descreve que não é estadista não é um político, pois é um homem comum que pensa no interesse individual e, portanto, “apenas se aproveita do país”. Se o faz isso como político esta ação mesmo quando não for criminosa, embora muito provavelmente o seja, é uma ação que atende apenas ao seu interesse de homem comum. Enfim, todo político é um estadista, no sentido que está mais voltado para o interesse público. Se não for é porque é um homem comum.

    Volto agora ao seu post “Dilma e a síndrome do pacto social” nos três parágrafos finais. Apenas para ilustrar a minha opinião sobre os pactos sociais, faço referência a comentário meu com menção a três pactos sociais da década de 70: o de Moncloa, o pacto na Inglaterra intentado pelo primeiro ministro James Callaghan e o pacto na Áustria realizado pelo chanceler Bruno Kreisky. Assim, transcrevo a seguir o que eu disse em comentário enviado quinta-feira, 14/04/2011 às 01:54, para junto do comentário de Jotavê enviado sexta-feira, 08/04/2011 às 11:21, para o post “Comentando o discurso de Aécio – 5” de sexta-feira, 08/04/2011 às 12:04, aqui no seu blog. No trecho eu disse o seguinte:

    “Há 11 comentários para o post “Comentando o discurso de Aécio – 4”, sendo interessante observar os comentários de Chico Pedro, um ardoroso defensor do governo Aécio Neves. No caso ele tenta mais defender os interesses de Minas Gerais. Parece um pouco o texto de jornalista, com um estilo agradável, mas com pouco conteúdo. Além da defesa de Minas Gerais (Eu a faço também, mas não em relação aos estados mais pobres da federação) faz a defesa da atividade política (Faço-a também sem a mesma arte de Chico Pedro) e procura dar uma especificidade de uma divisão histórica no Brasil que não ocorreria nos outros países (Aqui me pareceu que ele construiu mais uma ficção sem apoio na realidade). No final, Chico Pedro faz uma espécie de chamamento a união. Nunca dei validade a esse discurso de união. Creio que há um resquício de fascismo nesse discurso que me desestimula a querer que esse discurso prospere. Reconheço que foram governos de esquerda (na Inglaterra de James Callaghan, com Bruno Kreisky na Áustria e através do Pacto de Moncloa com Felipe González Márquez (Na verdade o Pacto de Moncloa foi implementado por Adolfo Suárez González) na Espanha) que trabalharam muito essa idéia de pacto. Ocorre que o pacto é um chamamento a nação para que ela se una. Ora, essa idéia de união significa que as pessoas tem que abrir mão dos seus interesses. Abrir mão em prol de qual interesse? Do interesse maior da nação, respondem a maioria prontamente. Bom é uma idéia boa como marketing, mas o processo democrático não funciona assim, pois não há uma forma de que o interesse maior da nação seja determinado. Então eu considero que a idéia de união só tem validade como marketing político, mas ao ser implementado corre-se o risco de se aflorar o fascismo que tenta transformar o interesse do Estado como o interesse maior a que todos devem ficar submetidos”.

    O endereço do post “Comentando o discurso de Aécio – 5” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/comentando-o-discurso-de-aecio-5

    E os três parágrafos finais do seu post são os seguintes:

    “Quando o governo está por cima, a proposta de pacto é gesto de grandeza; quando por baixo, sinal de rendição.

    Se houver a mínima possibilidade da ideia ser analisada pelo conselho político, seria a prova definitiva de que Dilma jogou a toalha. Melhor então que proponha de vez o parlamentarismo ou renuncie.

    O que Dilma precisa, mais do que nunca, é começar a governar, organizar suas ações internas, levantar os programas de cada Ministério, criar uma agenda positiva e desfraldar a bandeira do otimismo. Muito mais simples e eficiente.”

    É verdade o seu primeiro parágrafo. Só que eu lembraria que o político oportunista é inteligente e o momento do oportunismo é talvez uma etapa mais complicada do que o próprio oportunismo em si. A rendição pode não ser um mau negócio. Como diria Oscar Wilde: “a melhor forma de vencer uma tentação é entregar-se a ela”.

    Agora, não creio que a alternativa de parlamentarismo ou renúncia seja melhor do que qualquer outra proposta. Aqui até caberia a pergunta: melhor para quem? Para você?

    E quanto ao terceiro parágrafo eu considero que você propõe o óbvio. E de tão óbvio que não mereceria ser mencionado, ainda mais que você está propondo como solução que a presidenta Dilma Rousseff faça a única coisa que ela sabe fazer e mais ainda, você propõe que ela faça aquilo que ela, salvo no caso de levantar a bandeira do otimismo, fez nos quatros primeiros anos de governo e nos dois primeiros meses do segundo governo dela.

    Bem, para terminar lembro-me de uma viagem que fiz daqui de Belo Horizonte para Pedra Azul lá na divisa com a Bahia. A época coincidia com algum momento após alguma eleição presidencial, e a Rio Bahia, caminho natural para quem vai para Pedra Azul, estava com muitas obras de recuperação. Normalmente eu tomo o ônibus direto para Pedra Azul, mas quando não é possível comprar passagens diretas, eu vou de ônibus que vai para o Nordeste e compro a passagem até Vitória da Conquista. Daquela vez eu estava em um ônibus que vinha de alguma cidade paulista e ia para uma dessas cidades nordestinas, Natal, João Pessoa, Mossoró. Cada vez que o ônibus parava na estrada por causa das obras, a turma de nordestinos começava a cantar: “deixa o homem trabalhar, deixa o homem trabalhar, deixa o homem trabalhar, gente!”.

    Talvez seja a hora de mudar o refrão e se passar a cantar: “deixa a mulher trabalhar”. Ainda há um pouco de preconceito contra a mulher, ainda mais no trabalho e ainda mais uma mulher na presidência da República. Com mais quatro anos de refrão assim, talvez o preconceito se esvaeça.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 06/03/2015

  19. Vou palpitar sobre o real e o concreto

    De real temos que os títulos brasileiros EWZ , que rodam no esterior estão sendo considerados os piores investimentos possiveis, coisa que beira o inacreditável. Faço coro com os analistas estrangeiros, é inacreditável a inabilidade política por aqui, contagiando nossa economia e ameaçando nosso bem estar.

     Por outro lado, não adianta ficar tentando sempre as mesmas jogadas esperando que o resultado mude, não muda.

    Aqui vai o que eu acredito que possa, se implementado, mudar o modo como as coisas são feitas no Brasil, mas percebam que tudo hoje muda muito mais depressa, assim a criatividade deve estar aliada a flexibilidade.

    A pesquisa é da Singularity university.

    Poll: 1,000+ Business Leaders Weigh in on Disruption and the Future of Tech

    BY ON MAR 05, 2015COMMUNITYDISCUSSION 500  3  

    Let’s say you buy this idea that an increasing number of technologies are on an exponential curve (that is, they’re advancing at an accelerating pace) and whereas you might once have had decades to adapt, now you have a decade or less. Let’s say you agree with this information. What do you do with it?

    If you’re me, you buckle down and keep writing about all these amazing technologies—until a robo-writer does it better. But if you’re the smart guy or gal building that robo-writer, well, I’ve got a survey for you.

    The 2015 Exponential Leaders List was put together by Singularity University and Big Think to learn what it takes to run a disruptive business, who’s doing it best, and which tech is most likely to blow our collective socks off in the next three years. (Go here to check out the full survey.)

    Some of the results aren’t too surprising. The survey’s 1,283 US-based executives, for example, chose experimentation and “failing fast” as the number one most important tool for disruptive innovation. This idea is as close to gospel as you get in tech circles—and its shadow is only growing longer as the days go by.

    Stewart Butterfield, CEO and cofounder of Slack, for example, has said his team was developing an online game when they built a chat system (on the side) to collaborate more efficiently. The game failed—the chat system, now known as Slack, is booming. Fail fast, experiment, don’t be afraid to switch course.

    Which three of the following tools or practices do you think are most important in creating disruptive innovation?

    disruptive-tech-survey-1

    The second and third most important tools for disruptive innovation according to the survey were giving workers autonomy to pursue creative solutions and seeking product feedback from the crowd.

    It makes sense to adopt these tools like others are, but why stop there? To get an edge, you should ask what others aren’t doing yet. The tools being used least effectively (and ranked lower in importance) included predictive algorithms and data—think narrow AI and big data analysis—and prizes and gamification.

    Which three [disruptive innovation tools or practices] do you think are being used least effectively in your organization?

    disruptive-tech-survey-2

    Who, then, are today’s most revered disruptors and which leaders are in the wings?

    According to the survey, the young turks include Kickstarter’s Yancey Strickland, Uber’s Travis Kalanick, Airbnb’s Brian Chesky, and Crowdfunder’s Chance Barnett. Meanwhile, the more established cohort includes Tesla and SpaceX’s Elon Musk (no surprise there), Google’s Larry Page, and Amazon’s Jeff Bezos.

    Chris Anderson (TED), Salman Khan (Khan Academy), Joanne Liu (Doctors Without Borders), Sue Desmond-Hellmann (Bill & Melinda Gates Foundation) were the top leaders of disruptive non-profits.

    Which four of the following chief executives of more established companies do you think are most effective in achieving disruptive innovation? (See the other two lists here.)

    disruptive-tech-survey-5

    But let’s say you’ve got the tools covered and you’ve read the bios of the biggest names out there—what you really want to know (and let’s face it, this is the fun bit) is what new technology is going to be the biggest disruptor in the next few years. What should you put your hours, brains, and dollars behind?

    Which of the following technologies do you think will have the most disruptive impact on business in the next three years?

    disruptive-tech-survey-3

    The survey says: 3D printing, additive manufacturing, and nanomaterials. Especially in industrial settings, computer aided additive manufacturing (plus, perhaps, subtractive manufacturing) will be used to make beautifully complicated items using fewer parts and further turbo-charge design and prototyping.

    Robots (third in the list) are already in factories, but they’re fast becoming more flexible, easier to use, and able to perform a wider variety of tasks. And drones too are making an impact. Depending on future regulation, they may make their way into construction, media, retail, and agriculture, to name a few.

    Artificial intelligence, genomics, and synthetic biology scored lower. And that’s probably about right. These are coming, but they may take a little longer than three years to be truly disruptive.

    Really, though, I’d like to do a survey of the survey.

    To our forward-thinking readership: What are the most critical tools for disruptive innovation, who’s doing it best right now, and what technology will be most disruptive in the next three years?

    1. O planeta esta se mexendo, o Brasil tem de acordar

      NECSI, 210 Broadway

      Cambridge, MA

       

      As complexity rises, traditional hierarchical structures start to break down. We invite you to the first Complexity Salon on distributed organizations to explore solutions to building better decentralized social systems, using models like the open movement, Wikipedia and looking into designing social machines that use digital networks to create the next generation of the public sphere.
      Special guests include:
      Deb Roy, MIT Professor and Chief Scientist at Twitter 
      Sam Klein, Wikipedia Board of Trustees 
      Devin Balkind, FLO Movement activist and Director of Sarais

       

      Professor Bar-Yam at Social Machines Lab

      Introducing Complex Systems Science at the Social Machines Lab, MIT

      Recently appointed as Research Scientist at MIT, Professor Yaneer Bar-Yam gave a short introductory presentation at the Social Machines Seminar. The class aims to help MIT students learn more about decentralized systems and use modern approaches like complexity science, big data analysis and machine learning to help future generations transition to a new model of distributed organization. 

      View photos from this week’s presentation on Twitter and friend us on Facebook.

       

  20. Por falar em pacto social…

    Alguém pode me explicar.

    O Presidente do Senado está na Lava Jato.

    O Presidente da Câmara está na Lava Jato.

    O Aécio, segundo lugar na disputa presidencial, estava na Lava Jato (o Janot tirou). 

    E o pessoal (no dia 15) pedindo impeachment da Dilma?

    1. A lista tem como fonte a

      A lista tem como fonte a delação de Paulo Roberto Costa, operador do PP e PMDB, em principal do primeiro. Apenas eventualmente ele executava servicinhos para o PT.

      O estado brasileiro foi “divido” entre os partidos da base aliada, quando for a parte do PT as denuncias serão contra o PT.

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