Ex-agente do DOI-Codi, Capitão Ubirajara é alvo de escracho em São Paulo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ex-delegado da Polícia Civil Aparecido Laertes Calandra, mais conhecido como Capitão Ubirajara, acusado de atividades de tortura e morte nas dependências do DOI-Codi, foi alvo de um “escracho” durante a manhã desta terça (1º). Entre as denúncias contra Calandra está o envolvimento na alteração do laudo de morte do jornalista Vladimir Herzog, que apontava como causa o suicídio. 

O ato pacífico ocorreu em frente à residência do delegado aposentado, no bairro Ipiranga, em São Paulo, por volta das 6h30. A Polícia Militar informou que a ação reuniu cerca de 30 participantes. Já os organizadores, membros do Levante Popular da Juventude, contabilizaram o triplo de adesões.

Durante o movimento, integrantes do Levante entregaram panfletos e conversaram com vizinhos. O grupo, que sustenta que “já que não há justiça, há escracho”, também organizou, em 31 de março, o protesto contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Eles pintaram os rostos, fizeram batucada e picharam frases como “Aqui mora um torturador” em muros próximos à casa dos agentes da ditadura militar.

Ubirajara é considerado um dos principais agentes do DOI-CODI. De acordo com o movimento Tortura Nunca Mais, ele está envolvido no desaparecimento do estudante Hiroaki Torigoe; na tortura e morte do ex-dirigente do PCdoB, Carlos Nicolau Danielli, de Maria Amélia, do jornalista Sérgio Gomes, do deputado estadual Adriano Diogo (PT), do jornalista Arthur Scavone e do deputado federal Nilmário Miranda.

Em dezembro do ano passado, à Comissão Nacional da Verdade, Ubirajara negou que tenha participado de sessões de tortura durante os anos de chumbo. Ele argumentou que cuidava da parte burocrática do maior centro de repressão do País. A sessão em que Calandra falou à CNV foi marcada por tensão, pois muitos dos presos políticos da ditadura dizem reconhecer o delegado e ficaram, portanto, indignados com seu depoimento.

Segundo o Levante, a importância do ato em frente à casa de Calandra é não deixar que as ações da ditadura caiam no esquecimento. “O escracho tem como objetivo não deixar que a juventude brasileira esqueça o dia em se completa os 50 anos do golpe mlitar, e denunciar todos os abusos e violências sofridas pelos militantes que se recusaram a aceitar as arbitrariedades impostas pelo regime de exceção que vigorou no Brasil até 1985”, diz a nota do movimento.

Com informações da Agência Brasil

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

32 Comentários

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  1. Pelego né?
    Já que sao tao

    Pelego né?

    Já que sao tao preocupados com direitos humanos pq nao fazem algo assim em frente a casa onde o Homicida Italiano vive no bem bom no seu exilio dourado patrocinado pelo demagogo Tarso Genro e São Lula?

    Só se dao ao trabalho de fazer isso com mumias do passado mas do passado de determinado lado claro…

    Pq nao fazem isso com as mumias que destroem nosso presente?

    A saber:

    Sarney, Collor, Alckymin, e boa parte ( PT incluso ) da classe politica neste pais

    Mas quando a questao é peleguismo as coisas sao assim mesmo.

    Claro que a esquerda acha isso lindo, ate o momento que alguem fizer isso na porta da casa do lula pois ai nao sera manifestançao humanista condenando o silencio e a cumplicidade criminosa do PT com a ditadura Cubana e com as ja + de 30 mortes na Venezuela junto com prisao de gente eleita democraticamente ( coisa que a esquerda tanto gosta de frissar para defender o mandato do louco varrido do Maduro )

    Sera coisa de coxinha patrocinado pela CIA…rsrsrrs 

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

      1. Chutando cachorro morto

        Idiotas que não percebem que assim se igualam àqueles que também execravam seus prisioneiros.

        A Lei da Anistia precisa ser revista e esses senhores devem ser julgados pelos seus crimes na forma da lei. O torturador não pode ser igualado a um soldado que participa de um pelotão de fuzilamento. Nesse, uma das armas é carregada com festim. Ao fim, o soldado cumpriu ordens e jamis saberá se a arma sem carga letal era a sua ou não. Torturador não pode se valer de tal artifício.

        No entanto, hoje, esses são “balões apagados”. É fácil escrachá-los. Mas esses rapazes deveriam, antes de sair para uma sessão de escracho, perguntar a seus pais por que eles não fizeram, ao seu tempo, nada para impedir o que acontecia.

        1. Mas esses rapazes deveriam,

          Mas esses rapazes deveriam, antes de sair para uma sessão de escracho, perguntar a seus pais por que eles não fizeram, ao seu tempo, nada para impedir o que acontecia.

           

          Porque quem fez não esta vivo hoje para responder as perguntas dos filhos. Se é que viveria suficiente para ter filhos.

          1. Aí é fácil.

            Não tenho dúvidas em relação a isso.

            E é esse meu ponto. Os escrachadores de hoje não correm perigo algum.

            Que moral têm para escrachar alguém?

          2. Desculpe mas não entendi a

            Desculpe mas não entendi a lógica de seu argumento. Como assim alguém?

            Essas pessoas não são simplesmente alguém. Eles cometeram crimes bárbaros e hoje estão aproveitando suas aposentadorias, pagas com dinheiro público, dinheiro do seu e do meu imposto. Foram premiados por terem barbarizado, mutilado e assassinado. O mínimo que se pode fazer é chamar a atenção para quem são eles e o que foram capazes de fazer, e o fato de estarem impunes. Aqueles que vão protestar na porta da casa de torturadores querem mostrar essa triste realidade. Porque seria necessário que eles corressem algum perigo para que seu protesto fosse legítimo?

          3. André, a verdadeira luta é

            André, a verdadeira luta é levar esses monstros a julgamento. Com um juíz, um promotor, testemunhas dos dois lados e um advogado de defesa. Cobrar lhes a responsabilidade, pouco importando se serão apenados. Esses homens, a maioria, morrerão em 10 anos.

            Você acha justo quando a polícia coloca criminoso comuns contra uma parede e os expõe como se fossem animais? Muitos acham que eles são mesmo e que o melhor seria eliminá-los de uma vez por todas.

             Nem o pior bandido pode ser execrado publicamente.

            Protestos não tem nada a ver com agredir moralmente velhos de 70 anos. Porque é isso que eles são hoje, velhos de 70 anos. 

            Que justiça há em ofendê-los e às suas famílias?

            Os escrachadores podem se auto conceder a prerrogativa de justiceiros?

            Não, os escrachadores não estão protestando contra nada, estão apenas exercendo uma forma de poder depravado.

             

          4. Você acha justo quando a

            Você acha justo quando a polícia coloca criminoso comuns contra uma parede e os expõe como se fossem animais? Muitos acham que eles são mesmo e que o melhor seria eliminá-los de uma vez por todas.

            A sua comparação não procede em nenhum aspecto.  

            Não estamos tratando de criminosos comuns. Os torturadores são personagens da história polítca nacional. Se envolveram até os últimos fios de cabelo com uma atividade política que é a repressão.  

            Eles não foram presos (esse é um dos problemas) e consequentemente não foram expostos a execração pela polícia, bem ao contrário, eles são a polícia.. Tem sido protegidos, para além da  inpunidade da anistia, pelo anonimato. 

            As manifestações na porta dos torturadores tem como maior função exatamente fazer pressão política para que eles sejam julgados e condenados pelo crimes que cometeram, o que nunca aconteceu e provavelmente nunca acontecerá.

            Como você pode comparar os manifestantes a justiceiros? Você inverteu os papéis de vítimas e algozes. Quem está protestando são as vítimas, e a única coisa que elas têm é a capacidade de protestar. Os torturadores aqui tem tudo a seu favor.

        2. Quem fez campanha para uma

          Quem fez campanha para uma anistia ampla geral e irrestrita foi a esquerda.

          No original crimes de “sangue” não seriam passiveis de anistia.

          1. Polícia para quem precisa de polícia.

            Anistia para quem já havia sido perseguido, preso, torturado, julgado e condenado.

            Para os que foram executados sumariamente não houve anistia.

            Agora me responda: qual torturador e assassino do regime passou por isso?

            Não creio, que tendo a idade que têm, eles seriam apenados. Até porque a Lei da Anistia está aí para isso.

            Mas julgados devem ser. As responsabilidades devem ser definidas.

            E olhe que isso já vem tarde. Julgaremos os tenentes de então, os que faziam o serviço sujo.

            Os generais, os que davam as ordens já foram beijar a boca do capeta.

      2. Apoiador de torturador é quem

        Apoiador de torturador é quem defenda o regime Cubano .rs

        Eu falo o que penso pois nao me predo a dogma ideologico na hora de dizer o que seria certo ou errado…rs 

        1. Leonidas,

          Não apóio tortura em lugar algum. Mas já que prefere falar de outros países, em lugar do Brasil, sim, há tortura em Cuba: mais precisamente em Guantánamo, ocupada por uma base militar dos Estados Unidos, com muito mais denúncias comprovadas de torturas a prisioneiros, como você sabe. Isso sem falar das prisões do Iraque, etc.

          1. nao vamos ficar só em

            nao vamos ficar só em Guantanamo …

            vamos falar de Cuba tambem e do que vc acha que deve ser feito la para acabar com isso…

      3. Jair

        Jair: sabe aquele bêbado que te aborda na rua para pedir um trocado ? É como esse leonidas. Melhor fingir que não viu. Logo ele vai embora.

  2. A tortura é a covardia em

    A tortura é a covardia em estado puro. Mas, ao não assumir o que fez, o torturador consegue aprimorar ainda mais sua habilidade de ser covarde.

  3. Escracho em BH

    Em BH, grupo faz escracho na porta da casa de coronel ligado à ditadura
    O ato público aconteceu na porta da casa do coronel aposentado Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capita

    Estado de Minas

    Publicação: 01/04/2014 10:53 Atualização:


    Um grupo com 50 jovens militantes do movimento Levante Popular da Juventude promoveu, na manhã desta terça-feira, em Belo Horizonte, um escracho contra um militar do período da ditadura (1964/1985). O ato público aconteceu na porta da casa do coronel aposentado Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital.

    Os estudantes se reuniram na porta do coronel aposentado, às 7 horas, para relembrar os 50 anos do golpe militar no Brasil. Segundo Renan Santos, militante do movimento, o ex-coronel atuou no DOPS de Belo Horizonte e é apontado pelos relatórios do projeto “Brasil: Nunca Mais” como o autor de inúmeros crimes durante os anos de 1969 e 1971.

    No documento, o militar é citado dezessete vezes por ex-presos políticos. Em muitos dos arquivos, Pedro Ivo é apontado como autor de tortura durante a realização de depoimentos dos presos. Há passagens em que as vítimas afirmam terem sofrido choques elétricos, espancamentos, assédio moral e queimaduras.

    Segundo Renan, os escrachos são uma forma de denúncia à sociedade dos crimes cometidos por uma pessoa durante a Ditadura. Desde 2012, o movimento diz já ter realizado dezenas de escrachos por todo o país, como forma de trazer à tona a discussão sobre os crimes cometidos pelo Regime Militar. Crimes esses que nunca puderam ser julgados, graças à Lei da Anistia de 1979, que preserva esse direito aos militares.

    O ato na capital faz parte de uma séria de ações que o movimento realiza nesta terça-feira para marcar a data dos 50 anos do golpe militar. Atividades parecidas foram realizadas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, assim como em várias cidades do interior de Minas. O movimento reivindica da Comissão Nacional da Verdade a apuração sobre as denúncias realizadas nos escrachos ; e também que o Estado brasileiro revise a Lei da Anistia, responsabilizando ex-militares por crimes como tortura e ocultação de cadáver.

    1. De manhã, havia duas fotos

      De manhã, havia duas fotos dos jovens em frente à casa do torturador, com suas faixas e tal. O Estado de Minas as retirou e colocou essas bolonas do Uai aí…

  4. Escracho de estudantes de

    Escracho de estudantes de Direito da USP contra professor que defende o golpe, protesto realizado enquanto ele defendia a ditadura numa aula, ontem. Imperdível, tanto pela performance dos alunos quanto pela fala emocionada e justa de Antonio Carlos Fon, que foi preso político torturado, e é comentarista aqui do blogue.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zpZ-CpjkZXM%5D

    1. Torturadores de Voltaire

      Não se defende a democracia calando a voz dos que são contra ela e sim calando seus argumentos com os nossos.

      Se pudermos.

  5. Para os que têm estômago forte.

    Para quem defende como válidos os escrachos a que estam sendo submetido os torturadores da ditadura de 64, se tiverem estômago forte, recomendo que vejam o site abaixo.

    São os orgulhosos escrachadores franceses, “vitoriosos na II Guerra Mundial”. Seria o caso de perguntar se seus filhos e netos, hoje em dia ainda, se orgulham dessas ações praticadas por seus pais.

    Após a liberação dos territórios ocupados pelos alemães dos países europeus, milhares de mulheres que tinham relacionamentos com soldados alemães foram expostas a execuções humilhantes e brutais nas mãos de seus próprios concidadãos. Era a “Épuration Légale” (“purga legal”), a onda de julgamentos oficiais que se seguiu à liberação da França e da queda doRegime de Vichy. Estes julgamentos foram realizados em grande parte entre 1944 e 1949, com ações legais que perduraram por décadas depois.

    O calvário das viúvas da ocupação (28 fotos) – Metamorfose Digital

    http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=28528#ixzz2xfX0g9yc

    1. Os torturadores

      Meu caro, os torturadores da ditadura, como esse Ubirajara, não raspavam o cabelo dos presos. Faziam coisa muito pior. Procure se informar a respeito.

      Deixe o arsênico de lado. Faz mal ao corpo e principalmente à cabeça.

      1. A linguagem do Terceiro Reich.

        Já que você gostou, vai o texto completo. É do livro ” LTI – A linguagem do Terceiro Reich” (1ª. edição 1947, tradução brasileira Contraponto, 2009), do filólogo alemão Victor Klemperer (1881-1960), 

        “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas inconscientemente e mecanicamente. (…) A língua conduz o meu sentimento, dirige a minha mente, de forma tão mais natural quanto mais eu me entregar a ela inconscientemente. (…) Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e parecem ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar” 

    2. Não dá pra comparar a

      Não dá pra comparar a humilhação pública e a violência sofrida por essas pobres mulheres que transaram com o “inimigo da França”, por dinheiro ou por amor, com o que os jovens fazem nos atuais escrachos no Brasil, com torturadores e seus apoiadores como esse professor da USP.

  6. Sérgio Saraiva:: tambem sou

    Sérgio Saraiva:: tambem sou contra a violência de qualquer  forma que ela se concretize. Mas, hoje, graças aos golpistas eternos(mídia, judiciário, igrejas, USA), estamos numa guerra. E na guerra, a gente muda. Ou defendemos  o que acreditamos, ou somos derrotados pelos que apenas são traidores da nação e povo. Mostrar, na guerra, quem é o traidor real (ditadores, para mim, sempre foram traidores e, incluo, ai, a maior ditadura,USA), é muito importante, porque senão sempre sobrará a conta para os Dirceus da vida, que lutaram pela democracia e estão presos pelos falsos democráticos(mídia, judiciário, igrejas e USA). Esse quarteto, nunca proporcionou uma real democracia, apenas a lei do mais forte.

    1. Também não cultivo a

      Também não cultivo a igenuidade. O que está em jogo hoje é o futuro que esperamos para este país.

      Mas esses homens não comprometem nosso futuro, comprometem nosso passado. 

      Quem compromete o nosso futuro e que colocou Dirceu na cadeia são os mesmos que abandonaram esses homens há trinta anos, depois de os terem apoiado durante outros vinte.

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