Fora de Pauta

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Luis Nassif

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  1. Projetos de Grande Vulto: Um desafio para a gestão pública

    Imagine Brasil

    Joaquim José Guilherme de Aragão e Yaeko Yamashita

    http://imaginebrasil.org/2014/07/19/projetos-de-grande-vulto-um-desafio-para-a-gestao-publica/

     

    O que são projetos de grande vulto (PGV)?

    Em economias contemporâneas, progressivamente mais complexas, os governos são instados a prover projetos de grande vulto (PGV). A definição desse termo ainda não é consolidada, tanto no que tange a característica física e funcional, quanto aos valores envolvidos.

    No nosso direito, pelo art. 10 da  Lei no. 11.563/2008 (Lei do PPA 2008-2011), eles são definidos como os de valor superior a 100 milhões de reais; entretanto, no art. 10 da Lei 12.593/2012 (Lei  do PPA 2012-215), rebatizados de projetos de grande porte, seu “valor de referência” passou a ser indeterminado, devendo ser definido pelo Executivo.

    No Exterior, os valores variam igualmente. A título de exemplo, na União Européia (Regulation (EU) nº 1303/2013 of The European Parliament and of The Council, art. 100), o valor limiar foi estabelecido em 75 milhões de Euros. Já  na Austrália  (Productivity Commission 2013), vale o piso de 50 milhões de dólares australianos, enquanto que para alguns especialistas de megaprojetos, o limiar mais adequado seria um bilhão de dólares americanos (Flyvberg 2014a).

    Se o valor não vem servindo de parâmetro de definição, o que dizer das características físicas e funcionais dos PGVs? Também aqui os operadores lógicos são difusos.

    De uma maneira geral, os ditos projetos, aqui e lá denominados de “major projects” ou “megaprojects”, permeiam diversos campos de infra-estruturas “técnicas” (transporte, energia, comunicações etc.) quanto sociais (educação, hospitais, cultura, pesquisa).

    Mas eles também abrangem grandes projetos da iniciativa privada (indústrias de base, mineração, centros hoteleiros, resorts, grandes centros comerciais, empresariais e financeiros); da Administração Pública (centros administrativos, prisões, centros de pesquisa); ou grandes projetos de renovação ou construção urbanas e de gestão ambiental (União Européia, 2014; Productivity Commission, 2013; Flyvberg 2014a, Gellert e Lynch 2003, Senado federal 2012).

    Algumas características são também avançadas pelos autores citados: eles não apenas se caracterizam pelos altos custos, seu tamanho e sua complexidade, seus períodos longos de implantação e maturação,  mas igualmente envolvem uma multiplicidade de agentes públicos e privados, impactam na vida de vasta população, transformando espaços e territórios. Muitas vezes, sua implantação se revela com oportunidade de desenvolvimento e aplicação de inovações tecnológicas.

    PGVs: prós e contras

    Tais portes e tais implicações para a sociedade não escapam de avaliações contraditórias. No lado positivo, advocam-se a melhoria da eficiência da economia regional e nacional, assim como da qualidade de vida; e igualmente seus efeitos dinamizadores na economia, sobretudo em momentos de realavancar o crescimento econômico, ao se atrair investimento privado, gerar empregos e ao se promover a competitividade de uma região ou de um país (Wiriyawit, s.d.; Productivity Commission,2013; Keane 1996).

    Mas não faltam os alertas, no lado negativo. Primeiramente, dados a sua complexidade e seu porte, assim como os interesses econômicos, financeiros e políticos envolvidos, os PGV são recorrentemente vítimas de consideráveis atrasos e sobrecustos; além disso, os benefícios realmente auferidos muitas vezes não correspondem aos prometidos nos estudos e alardeados pelos políticos e outras partes interessadas.

    Em parte, as ineficiências são devidas aos falsos incentivos oferecidos pelos marcos regulatórios dos contratos; mas também a própria dimensão dos projetos leva a custosos acertos nos projetos e na sua execução (Flyvberg 2014b). Por outro lado, não podem ser ignorados casos de pura manipulação e desonestidade pelas partes que protagonizam os PGV, que impõem aos estudos falsos valores favoráveis dos custos e receitas (Flyvberg et al., 2009).

    Para além das perdas de eficiência fiscal, a pressão política pela realização dos projetos pode impor grandes danosas populações, como desalojamentos, perda de mobilidade, danos ambientais (Camille, 2013; Gellert e Lynch 2003). No quesito do interesse nacional, o domínio dos investimentos, dos projetos, das obras e da exploração comercial por empresas multinacionais pode também reduzir os ganhos econômicos para o país ou para a região hospedeira (Hishamh, 2010).

    E na medida em que os resultados não conseguem alavancar a economia como esperado, políticas lastreadas em PGV realizados com forte participação de agentes externos podem deteriorar mais os desequilíbrios estruturais dos países receptores, em função das obrigações assumidas pelos governos (Wood, 2010).

    Evidentemente, esses danos não são inevitáveis na realização de PGV. Medidas que aperfeiçoem a transparência dos projetos, tais como auditagens por organismos e atores não diretamente envolvidos, uma maior autonomia auferida aos servidores públicos, a introdução de procedimentos mais rigorosos de avaliação, assim como a criação de uma agência focada na aprovação e no controle dos projetos, são os remédios mais citados na literatura (Flyvberg et al,. 2009).

    Os riscos fiscais dos PGV  

    Na presente contribuição, o foco reside nos impactos fiscais dos PGV, e no seu controle. De fato, os vultosos recursos públicos envolvidos nos PGV podem afetar severamente os balancetes de empresas, mas também o balanço de pagamento governamental por anos a fio,  em virtude de uma série de obrigações contingenciais que são assumidas pelo  governo (Flyvbjerg et al. 2003; Tyson s.d.).

    Tais riscos são aumentados por diversos fatores, tais como por falhas no desenho do contrato, prevendo uma alocação equivocada dos riscos; falhas no planejamento e na execução das obras; uma avaliação errônea dos parâmetros financeiros, entre outros fatores.

    Infelizmente, muitas vezes os governos adotam de forma afoita os projetos e as parcerias, especialmente quando essas lhe aparecem com santo remédio para se fugir das restrições orçamentárias no financiamento de PGV. Entretanto, não fazem mais do que empurrar para o futuro uma série de onerosas obrigações (Mršnik, 2007).

    Por fim, o balanço fiscal do projeto é igualmente afetado por oscilações econômicas mundiais, que afetam balanços de pagamento, relações de troca e taxas cambiais (Wiriyawit, s.d). Contudo, apesar de diversas advertências, os governos ainda continuam apostando nos projetos e nas parcerias, assumindo riscos, mesmo passando por cima dos procedimentos de auditagem administrativa (Jennings, 2012).

    Algumas propostas para conter efeitos fiscais descontroláveis já são discutidos (Wiriyawit, s.d), incluindo :

    Conter o tamanho dos projetos, com vistas a que os custos e obrigações do governo não façam escalar o déficit governamental;priorizar projetos que contribuam efetivamente para resolver os principais problemas e reduzir os principais pontos fracos da economia;  assim como que sejam o mais econômicos no uso de recursos públicos, promovendo ao máximo a participação privada;utilizar os projetos como alavanca para a poupança interna;no uso de investimentos internacionais diretos, priorizar aqueles que contribuam para o aumento do capital intelectual; para a estabilização da economia; para a melhoria da governança corporativa; para reforçar a segurança dos outros investimentos nacionais;sintonizar os períodos de retorno dos títulos governamentais emitidos em função dos projetos com a duração dos mesmos.

     Imagine Brasil e PGVs: nossa abordagem

    Como elementos constituintes estratégicos de programas territoriais, os PGVs estão merecendo um esforço de pesquisa por parte do movimento Imagine Brasil. Partimos da posição afirmativa de condiderá-los como essenciais para a construção de uma economia nacional forte e competitiva capaz de prover aos cidadãos uma melhor qualidade de vida, sempre assegurando os requisitos de um sustentável. Evidentemente, os riscos alardeados da documentação citada não podem ser deixados de lado, pelo que correspondentes medidas mitigatórias precisam ser prospectadas e implantadas.

    Estamos estudando e analisando os mecanismos de auditagem dos impactos econômicos e fiscais já em praxe na experiência internacional, as técnicas de mensuração utilizadas, assim como as formas adotadas para a institucionalização das auditagens compulsórias dos projetos. O nosso objetivo é, a partir daí, desenvolver uma proposta de análise prévia de impactos econômicos dos PGV, a institucionalização de sua obrigatoriedade no nosso contexto jurídico.

    Na medida em que tal rigor de auditagem possa encontrar, como é costume em vários países, resistência por parte de atores interessados na realização incondicional dos PGV, explorarmos igualmente a possibilidade de um incentivo (a exceção de seu computo no calculo do déficit governamental) para projetos que apresentem comprovadamente condições de (auto-) sustentabilidade fiscal, medidos por parâmetros aqui apresentados.

     

    Literatura consultada

    Camille (2013) : Le Petit Livre noir des grands projets inutiles. Le Passager clandestin

    Flyvbjerg, Bent, ed.  (2014): Megaproject Planning and Management: Essential Readings, vols. 1-2 (Cheltenham, UK and Northampton, MA: Edward Elgar). Vol. 1

    Flyvbjerg, Bent (2014): What You Should Know About Megaprojects and Why: An Overview. Project Management Journal, Vol. 45, No. 2, 6–19

    Flyvbjerg, Brent; Bruzelius, Nils; Rothengatter, Werner (2003):Megaprojects and Risk. An Anatomy of Ambition. Cambridge University Press

    Flyvbjerg, Bent; Garbuio, Massimo ; Lovallo, Dan (2009): Delusion and Deception in Large Infrastructure Projects: Two Models for Explaining and Preventing Executive Disaster. California Management Review, vol. 51, no. 2, pp. 170-193.

    Gellert, Paul K; Lynch, Barbara (2003): Mega-projects as displacements. Oxford: Blackwell Publishing

    Hishamh (2010): What’s The Impact Of The 2011 Mega Projects? Economics Malasya. Documento Web (baixado em 30/06/2014):http://econsmalaysia.blogspot.com.br/2010/10/whats-impact-of-2011-mega-projects.html

    Jennings, Will (2012): Executive Politics, Risk and the Mega-Project Paradox. In: Lodge, Martin; Wegrich, Kai (Ed.): Executive Politics in Times of Crisis. Palgrave Macmillan

    Keane, Thomas F. (1996): The Economic Importance of the National Highway System. Public Roads. Vol. 59· No. 4

    Mršnik, Marko (2007): Managing Fiscal Risks—Discussion on the papers by G. Schwartz and R. Monteiro. International Seminar on Strengthening Public Investment and Managing Fiscal Risks from Public-Private Partnerships. Budapest, Hungary

    Productivity Commission (2013): Major Project Development Assessment Processes, Research Report, Canberra

    Senado Federal (2012): Informações sobre PGV. Portal Orçamento. Documentos do Portal. Documento Web (baixado em 30/06/2014):  http://www12.senado.gov.br/orcamento/documentos/loa/2013/elaboracao/projeto-de-lei/390-proposta-do-executivo/470-projetos-em-andamento-custo-superior-r-20/410-informacoes-sobre-o-a-projetos-de-grande-vulto/view

    Tyson, Justin (s.d.): Investment Planning and  Framework for PPPs. Mozambique: Economic Challenges and Opportunities. International Monetary Fund. Apresentação em PowerPoint. Documento Web (Baixado em 01/07/2014): http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDgQFjAB&url=http%3A%2F%2Fsiteresources.worldbank.org%2FINTMOZAMBIQUE%2FResources%2FIMFJustinTysonMozambiqueInvestmentPlanningandPPPsEnglish.pptx&ei=eKSyU9KjPOLgsASt7oDABg&usg=AFQjCNHfXm2X6AtxewYGwcbQ3dN1EspScA&sig2=Rgzl6bzCSW98WosZGchgGA&bvm=bv.69837884,d.cWc&cad=rja

    União Européia (2014): Regional POlicy – INFOREGIO. Project Examples. Major Projects. Documento Web (baixado em 20/06/2014): http://ec.europa.eu/regional_policy/projects/major_projects/index_en.cfm

    Wiriyawit ,Varang; Sutatam, Sirinipha; Sittichai, Saowanee; Boonyawongvirot, Achara (s.d.): Building Mega Project – How to Maintain Economic Stability? Apresentação em Power Point. Chula Longkorn University. Bangkok, Tailândia. Documento Web (baixado em 30/06/2014):  http://pioneer.netserv.chula.ac.th/~msompraw/Presentation3_MegaProj.ppt

    Wood, Colin H (2010): Mozambique and the Mozal Aluminum Project. Perils of Mega Project – led Economic Development. Master of Arts in law and Diplomacy Thesis. Medford (EUA): Tufts Fletcher School

     

  2. Nós somos ‘N’, somos de Jesus o Nazareno

    Nós somos ‘N’, somos de Jesus o Nazareno

     “N” ou ن em Árabe, é o símbolo usado pelo Estado Islâmico para identificar quem é um Nazareno – um cristão. Tem sido desenhado em portas e na frente de casas em cidades iraquianas capturadas, ajudando militantes do partido a rapidamente identificar onde a lealdade dos habitantes da casa realmente está. No Estado ou no “Nazareno”.

    De acordo com a Middle East Concern, uma associação de agências de direitos cristãos, com operações no Oriente Médio, os veículos passaram por Mosul com alto-falantes, anunciando que todos os cristãos tinham até meio-dia de sexta-feira para deixar a cidade “ou serão executados à espada”.

    No início dessa semana, todas as casas pertencentes a membros de comunidades minoritárias, incluindo os cristãos, foram pixadas com a frase “propriedade do Estado islâmico.” Desde o edital de 18 de julho, a maioria dos cristãos já fugiu de Mosul para o Curdistão, país vizinho. A agência de notícias AFP noticiou “Pela primeira vez na história do Iraque, Mosul está agora vazia de cristãos”.

    Os cristãos tiveram de deixar tudo para trás (carros, ouro, dinheiro, telefones celulares). Só lhes foi permitido manter suas roupas. Eles foram forçados a fugir para lugares mais seguros, caminhando debaixo do sol escaldante. Segundo informação da World Watch Monitor em Erbil, capital da região do Curdistão, uma família cristã em Mosul informou por telefone que as explosões foram ouvidas na quinta-feira, julho 17. Na sexta-feira, quando a família tentou fugir, foi obrigada a sair para fora de seu carro, teve seus pertences confiscados e foi obrigada a prosseguir a sua viagem a pé.

    A Portas Abertas tem apoiado e socorrido os cristãos refugiados. Rostos desesperados de homens idosos e mães que vieram para coletar sua comida é o cenário mais triste visto nos últimos dias.

    https://www.portasabertas.org.br/noticias/2014/07/3241323

     

  3. A perseguição aos cristãos na Malásia

    A perseguição aos cristãos na Malásia

     Na Classificação da Perseguição Religiosa, a Malásia ocupa o 40º lugar. A constituição considera todos os cidadãos malaios como muçulmanos. A perseguição se intensifica na forma de tentativas esporádicas do governo de controlar e restringir o crescimento da Igreja no país
    Quando um muçulmano é oficialmente capturado pelo governo como alguém que deixou o islã, ele é colocado em um centro de reeducação islâmica. Existem vários desses centros em todo o país; a maioria deles no meio da selva, cercados por arames farpados. 

    Se perguntado a uma pessoa de lá: “Que lugar é este?”, a resposta mais provável será: “É uma casa de retiro”. Daniel*conhece dois malaios que foram espancados e eletrocutados em uma dessas casas há cerca de três anos. Não houve nenhuma morte, no entanto, a perseguição está cada vez mais intensa e cada vez mais sigilosa. 

    “A ONU perguntou ao governo malaio sobre essas casas de retiro e este negou sua existência. Representantes do governo disseram: ‘Não, não, é apenas um centro de treinamento’. As autoridades islâmicas têm basicamente carta branca para fazer o que quiserem. Eu conheci crentes malaios que foram espancados e torturados nessas instalações. E também encontrei aqueles que receberam apenas um aviso. Não há nenhum código de conduta e é isso que faz com que os cristãos malaios vivam em segredo.”, compartilha Daniel. https://www.portasabertas.org.br/noticias/2014/07/3228852

  4. ISRAELENSE OU JUDEU?

    Em momentos como este, de forte tensão, surge uma dúvida grande em relação ao fato de ser judeu, ser sionista, ser israelense, ser brasileiro-judeu, e qualquer outra denominação subalterna (convertido, etc.). Gente comum precisa saber para poder opinar com maior propriedade neste assunto. Muitos de nós somos chamados a toda hora de anti-semita, racista e outros apelidos e gostaria, assim como tenho certeza que outros também gostariam, de podermos opinar com um pouco mais de liberdade (e de conhecimento neste tema onde, confesso, me sinto ignorante) neste blog de todos.

    Grande parte dos habitantes de Israel (israelenses) é chegada de outros lugares, pois Israel surge apenas depois da 2ª guerra mundial. Então, trata-se de judeus que resolveram viver a sua religião / raça em plenitude, em território próprio, como uma nação (coisa que antes da 2ª guerra parece nunca pensaram, em séculos de vida hospedados e misturados em outros povos). Em poucos anos de vida, Israel apresenta-se hoje ao mundo como uma nação extremamente desenvolvida e bem aparelhada, até com armas nucleares, coisa que a maior parte das nações do mundo não tem.

    Esse enorme desenvolvimento é devido, então, ao apoio que judeus do mundo têm dado e continuam dando ao seu estado nacional, pois, embora convivendo no seio de outros povos, eles continuam, em alguma proporção significativa, sendo fundamentalmente judeus e não necessariamente cidadãos convictos da nação onde moram.

    São milhares de jovens de origem judaica, inclusive no Brasil, que viajam para Israel a prestar serviço militar ou morar em determinados acampamentos (não sei o nome), por exemplo, comprovando esta situação de dupla nacionalidade. Outros jovens brasileiros ou não tão jovens migram para Nova Iorque (ou outros centro de alta densidade judaica), onde parecem sentir-se mais à vontade. Também, não podemos fingir que Hollywood, bancos globais e outros grandes centros de poder judaico não têm nada a ver com Israel e o seu vitaminado crescimento.

    Em muitos países, como Brasil, os meios de comunicação (não apenas a rede Globo, mas toda a mídia, em geral), financeiros, as grandes fortunas e os círculos de poder, em geral, são ocupados e dominados por cidadãos de origem judaica, caracterizando uma absurda desproporção de poder acumulado a uma comunidade que atinge apenas 0,1% da população brasileira. Sou levado a pensar que, embora haja competência e qualidade individual, existe também confraria; apoio mútuo; privilégios; trabalho em equipe; ou qualquer coisa que faça acontecer o que aqui vemos: um enorme e desproporcional domínio por parte da comunidade judaica neste país. Nações antigas e de forte imigração, como alemães, portugueses, espanhóis, italianos e outros, não apresentam um quadro tão exagerado como o aqui apresentado, em relação ao poder da comunidade judaica.

    Hoje, cobrados pela sua dualidade mal explicada, acusam aos seus detratores como anti-semitas e racistas. Acho que não cabe a estes explicar ou defender-se de apelidos ou adjetivos colocados unilateralmente por judeus, mas sim cabe aos judeus uma explicação bem melhor sobre esta dualidade raça / religião, que é o que propõe este post.

    É difícil explicar às pessoas que um judeu é, mas não é. Que a rede Globo contrata por competência. Que uns são sionistas e outros não são tanto assim, que judaísmo é uma religião e que israelense é apenas um cidadão de Israel, que por acaso é judeu. Tem alguns que trocaram o sobrenome (assim como Silvio Santos e outros), ajudando a criar esta situação. Eu, particularmente, tenho muita confusão com isso e, por essa causa, posso – equivocadamente – ter extrapolado e generalizado (embora existam os censores de plantão que me adjetivam de racista e anti-semita a toda hora), mas, no caso aqui discutido, não existe um aparelho do tipo “bafômetro” para saber se o individuo pertence a esta ou a outra categoria.

    Acho que cabe a eles esta explicação e, pela atitude assumida da Federação Israelita de São Paulo (o filminho que circulou aqui no blog) parece que assumiram uma postura equivalente a quem é mesmo cidadão israelense.

    Antes de chamar de anti-semita ou racista, gostaria que nos ajudassem a compreender melhor este assunto e, assim, parar de sermos injustos com pessoas que são apenas de origem judaica. 

    1. Cuidado

      Cuidado para não ultrapassar a linha vermelha, meu jovem. Se o título e o assunto de seu post são interessantes, você derapou nos paragráfos 3, 4 e 5, que remetem a discursos de 80 anos atrás. Mesmos argumentos, mesma retórica. Invalidam o conjunto.

  5. Tortura, nunca mais?

    Futebol e política sempre andaram juntos. Sempre houve tentativas de tirar proveito do futebol em benefício da política. Não é de agora, sempre foi assim.

    É possível que o momento em que isso se mostrou mais marcante tenha sido na Copa de 1970, no México. Entrou em campo o time formado por Pelé e Cia. Fora dele, o governo da ditadura. Enquanto a seleção fazia os gols e ganhava os jogos, brasileiros eram torturados, entre os quais uma jovem de 17 anos de idade.

    Que diabo uma jovem de 17 anos, que devia estar nas baladas, na praia, curtindo a vida, fazia na prisão? Por que estava ali?

    Era a primeira copa transmitida pela televisão. Para o Presidente Médici, do governo militar, a cores.

    Aquela menina de 17 anos e os demais presos sempre davam um jeitinho de arrumar um radinho de pilhas para ouvir o jogo.

    Mesmo vivendo aquele momento de horror, de choques elétricos, paus de arara e outras torturas, “juntavam-se” (cada um em sua cela), para ouvir os jogos. Nesses momentos, esquecidos pelo regime, “ganhavam uma folga” e se reencontravam com o país através do futebol; certamente os gols do Brasil tinham um sabor especial.

    Eram momentos em que ao coração era dado o direito de gritar. O grito de gol era a explosão contida no peito. Mas não era só um grito de gol, era o grito da liberdade, por breve que fosse.

    Quarenta e quatro anos depois aquela garota, presa e torturada, esteve diante de outra Copa. Quarenta e quatro anos depois a Copa foi no seu país. Quarenta e quatro anos depois quis o destino que aquela garota, presa e torturada, fosse a presidenta do país onde foi a copa.

    E outra vez ela foi torturada.

    Não pelos militares, mas pelos mesmos órgãos de comunicação que patrocinaram a tortura sofrida pelos brasileiros, um dos quais há pouco tempo, ridícula e vergonhosamente, protagonizou a dissimulação de um mea culpa, que hoje se mostra mais ridículo e vergonhoso ainda, se isso é possível.

    E, pior, por um segmento da mesma sociedade pela qual ela perdeu a sua juventude. Ínfimo, verdadeiramente insignificante e desprezível, mas um segmento forte pelo poder que o dinheiro lhe confere.

    Mas a coragem e dignidade da garota de 17 anos estavam preservadas naquela senhora que agora era a presidenta do país.

    Quem não sabia que a senhora seria vaiada na abertura da Copa, lá no Itaquerão? Mas a senhora não podia fugir (como se a senhora soubesse o que é isso) dos deveres inerentes ao cargo.

    Só que eles, presidenta, extrapolaram na grosseria e na covardia e fizeram mais do que vaiar; xingaram daquela forma.

    Pelo menos em 1970 a senhora tinha uma válvula de escape para amenizar sua tortura; a seleção brasileira, que a todos encantou com o seu futebol.

    Mérito que foi atribuído a Zagalo, quando se sabe que muito daquela seleção tinha a ver com João Saldanha.

    A senhora lembra como o chamavam? João Sem Medo. Pela coragem que ele tinha, como por exemplo, ao enfrentar o governo militar e dizer: “os senhores escalam o seu ministério, eu escalo a seleção”.

    Por isso, ele não foi o técnico durante a Copa. Saldanha não era um nome agradável ao sistema.

    De uma forma ou de outra se atribuiu o sucesso ao técnico da seleção, sua comissão técnica e, claro, aos jogadores.

    Justo, não acha presidenta? Afinal uma seleção de futebol depende do técnico e sua comissão técnica, que é quem convoca, prepara e escala o time, e dos jogadores, que jogam.

    E eis que nesta Copa a seleção foi mal, muito mal.

    Mas o futebol aqui no Brasil tinha mudado muito Presidenta e a senhora não percebeu.

    A seleção que a imprensa imaginava vencedora antes da Copa, que já estava com uma mão na taça, era a Seleção do Felipão. A senhora não percebeu que se perdesse, e perdeu, a culpa seria sua; a culpa seria da presidente da república.

    Entendeu presidenta? A seleção vitoriosa, a da mão na taça, era a do Felipão. A derrotada foi a sua.

    Presidenta, lamento dizer, mas a culpa foi sua.

    Ou a senhora pensava que ia escapar?

    A senhora convocou mal, escalou mal, fez substituições erradas, queria o que?

    Mas não foi só o futebol que mudou.

    A vergonhosa incompetência em não oferecer as mínimas condições para a realização da Copa era do governo.

    Os aeroportos iam ser um inferno.

    Todos os voos iam atrasar.

    Ia ter um apagão de energia.

    Ia ter uma epidemia de dengue…

    Presidenta, a senhora não ia entregar nem os estádios a tempo e a previsão feita por uma revista semanal especializada em construção de estádios era de que só ficariam prontos em 2038.

    Era, antes de ter sido, sem jamais ser, o maior desastre de todos os tempos.

    E aí aconteceu o milagre. Tudo funcionou. Brasileiros e estrangeiros se irmanaram: foi a Copa das Copas (acho que alguém já falou algo assim).

    A senhora, toda feliz, imaginou: acertei em cheio.

    Não, presidenta, essa era a outra mudança que a senhora não tinha percebido.

    A vergonhosa incompetência em não oferecer as mínimas condições para a realização da Copa era sua. O mérito foi… das construtoras.

    Viu como choveu em Natal e Recife? Como é que a senhora permite uma coisa dessa? Como foi que a senhora deu uma mancada dessa, deixar chover daquele jeito. Não sabe que isso estraga o gramado e dificulta bastante o jogo? Quase não tinha jogo em Recife, já pensou?

    Ainda bem que os responsáveis pelo sucesso da Copa, as construtoras, até nisso pensaram; fizeram um bom gramado. Eles salvaram a Copa.

    O que lhe pesa sobre os ombros? De que lhe acusam?

    Quem são essas pessoas que no anonimato mais cruel e covarde agridem violentamente uma mulher da qual jamais se aproximarão em termos de coragem e dignidade?

    Há algum sinal, qualquer que seja ele, que aponte contra a sua dignidade?

    Não. Não há.

    A razão é outra.

    Razão que não lhes é dado perceber.

    Sentem.

    Mas não percebem.

    Está lá, escondida, no mais profundo recôndito da alma.

    Perigosa.

    Desperta os instintos mais primitivos e bestiais do ser humano.

    Presidenta, soube da mais nova?

    Culparam-lhe pelo semblante fechado e falta de sorrisos na cerimônia de encerramento da Copa e entrega da taça ao capitão da seleção alemã.

    Até um vídeo eles montaram para mostrar que nem os jogadores da Alemanha queriam falar com a senhora.

    Tinha que sorrir, presidenta, sorrir.

    Como podiam pedir para sorrir alguém que estava sendo torturado?

    Quem não sabia que a senhora seria vaiada outra vez, ainda mais depois do jeito que a senhora armou o time na humilhante derrota frente a Alemanha?

    E aí, o que fez a senhora?

    Aquilo que todos nós sabíamos que a senhora ia fazer.

    A senhora foi.

    E a vaia já estava lá, lhe aguardando.

    E se a senhora tivesse esquecido que era brasileira e, como os brasileiros, estava sofrendo?

    E se a senhora tivesse esquecido que era brasileira e que estava sofrendo por ter imaginado que era a nossa seleção que deveria estar ali… e não estava?

    E se a senhora tivesse esquecido que era brasileira e sorrisse aquele sorriso cínico dos que querem estar bem e agradar a qualquer custo?

    A senhora consegue ver a manchete da imprensa nos dias seguintes? Daquelas discretas que costumam fazer para a senhora:

    “ENQUANTO O POVO BRASILEIRO CHORA A HUMILHAÇÃO SOFRIDA, DILMA SORRI”.

    E aquela foto maravilhosa com a senhora sorrindo ocupando toda a primeira página dos jornais e capa das revistas. Será que a televisão ia fazer alguma reportagem especial mostrando o sorriso da presidenta?

    Presidenta, desculpe colocar assim em caixa alta, mas é como eles fariam a sua manchete.

    Escandalosa.

    Presidenta Dilma, obrigado.

    Não só pela Copa das Copas?

    Obrigado pela sua dignidade e coragem.

    O que a vida quer é coragem.

  6. A China e a América do Sul

    por Informação Incorrecta

     

     Nos passados dias 15 e 16 de Julho,  Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul participaram na 
    sexta reunião dos Brics, em Fortaleza​​.

    Além disso, houve uma série de encontros bilaterais com acordos comerciais e de alianças estratégicas. Falamos aqui de mais um quarto do PIB mundial. pelo que vale a pena espreitar o que aconteceu.

    O fundo
    Além de aumentar a sinergia política em relação aos grandes problemas internacionais, os Brics tinham outro grande objectivo: criar o fundo de reserva comum de que se falava há algum tempo.

    Este foi, de facto, o principal evento da Sexta Conferência: a criação de um “banco de desenvolvimento” e de um fundo de reservas, com um capital de 100 biliões de Dólares para financiar projectos de desenvolvimento, mas também para proteger os Países do Brics de eventuais futuras crises financeiras ou ataques especulativos. O fundo terá uma presidência rotativa e incluirá o abertura de escritórios em todos os Países do Brics.

    Ainda não é um FMI alternativos nem um Banco Mundial, mas é o primeiro passo e a direcção é aquela.

    China 
    Como era de se esperar, o gigante asiático fez a parte do leão nas convenções da América do Sul: não acaso, irá doar cerca de metade do capital inicial do novo banco, cuja sede será Xangai.

    A relevância da economia do gigante asiático no continente foi posteriormente confirmada por vários outros acordos que Xi Jinping assinou nas já citadas reuniões bilaterais.

    Se historicamente os investimentos de Pequim foram sempre projectados principalmente para os recursos naturais dos Países emergentes (compras maciças de terra em África, de petróleo e gás da Venezuela, minerais na América do Sul, etc.), a tendência teve uma parcial inversão após a crise de 2008, quando o enfraquecimento das economias ocidentais permitiu uma maior entrada de capitais chineses.

    Em 2013, a China alcançou o terceiro lugar, atrás de EUA e Japão, como o maior investidor do mundo. Grande parte deste dinheiro e foi atribuído ao continente sul-americano, passando gradualmente das compras de matérias-primas para o fornecimento de infra-estruturas, produção high-end, tecnologia agrícola, logística, pesquisa e desenvolvimento, construção de estradas, ferrovias, portos, centrais de energia e telecomunicações.

    China & Brasil
    A China é o maior parceiro comercial do Brasil, considerado por Pequim a porta de entrada para a 
    América Latina. No ano passado, o intercâmbio comercial chegou a 90.000 milhões de Dólares, dos quais, no entanto, apenas 21 feitos de exportações brasileiras.

    Esse desequilíbrio se reflecte no tipo de bens comercializados, uma vez que os chineses continuam a comprar terrenos, principalmente de soja, trigo, petróleo, minerais. Além disso, a carne brasileira ainda tem dificuldades para penetrar nos mercados indiano e chineses, embora este último finalmente resolveu suspender o embargo para a importação.

    Os líderes dos dois Países assinaram um total de 32 acordos sobre várias questões, enquanto as principais preocupações, como sempre, serão a colaboração nas exportações, de grão, de minerais e a utilização de energia.

    O projecto mais ambicioso seria a construção, em parceria com o Peru, duma ferrovia transoceânica que atravessa todo o continente, a partir da costa brasileira para os portos peruanos para facilitar as exportações para a China. Os chineses, no entanto, são muito interessados ​​em investir na cadeia produtiva do petróleo e nas pesquisas conjuntas para o desenvolvimento do transporte da electricidade na modalidade ultra-alta tensão.

    A Petrobras já é o parceiro de empresas estatais chinesas na exploração do campo de petróleo Libra, enquanto os dois Países irão construir juntos as duas centrais energéticas de Belo Monte e do Rio Tapajós.

    China & Venezuela
    No entanto, o País para o qual são direccionados os maiores investimentos na região permanece a 
    Venezuela. A principal potência energética da América do Sul desenvolveu laços estreitos com Pequim, sob a liderança de Chávez, uma relação definida como uma “parceria estratégica para o desenvolvimento conjunto” que levou à fundação, em 2007, do Fundo conjunto chino-venezuelano.

    Pequim tem derramado para a Venezuela mais de 40 biliões de Dólares e assinou mais de 300 acordos de cooperação, a maioria destinados à construção de linhas ferroviárias, transportes subterrâneo e colocação em órbita de dois satélites.

    O que a China recebe em troca é sempre o mesmo: a energia necessária para a “fábrica de produção do mundo e a sua economia. A substância dos 38 novos acordos (um total de 4.000 biliões de Dólares) subscritos por Maduro e Xi Jiping refere-se principalmente ao fornecimento de petróleo e de minerais.

    Pequim é o segundo comprador mundial de bruto, depois dos Estados Unidos, e Caracas está empenhada a fornecer um milhão de barris por dia até 2016, quase o dobro dos actuais 524.000.

    menor o impacto da visita chinesa em Cuba, poucos dias após a aprovação da nova lei de investimento estrangeiro com a qual Raul Castro procura aliviar a crise económica do País.
    Xi Jiping e 13 grandes empresas chinesas visitaram a ilha, dando especial atenção à zona do porto de Mariel, onde o governo quer criar um centro industrial com capital estrangeiro.

    Apesar de a visita do líder chinês ter sido saudada quase unanimemente como uma oportunidade para o continente para ser incorporado no novo equilíbrio mundial em formação, a presença económica da China continua a ser alvo de críticas também.

    A maioria dos analistas realça como, de facto, a relação comercial dos Países sul-americanos com os parceiros orientais ainda é altamente desigual e impede que as indústrias nacionais de desenvolvam, com prejuízo para os mercados locais. 

    Há também um outro aspecto preocupante da influência chinesa: o meio ambiente. Aqui, a crítica tem como objectivo os danos causados pela repetição do modelo de desenvolvimento e agro-exportador “extraccionista”, como no caso da compra em Março de 8,1 milhões de hectares de floresta amazónica do Equador, para explorar os campos de petróleo que esconde: uma decisão sobre a qual terá pesado mais a dívida de 7.000 milhões de Dólares que Quito tem com Pequim (o que corresponde a 10% do PIB do País) do que considerações ambientalistas.

    China e o canal
    Neste sentido, ainda mais assusta o projecto talvez mais ambicioso dos chineses na América Latina: um concorrente para o Canal do Panamá. A Nicarágua acaba de aprovar o projecto Grand Canal, um canal de 280 quilómetros que vai cortar o País no meio, ligando os dois oceanos e ultrapassando os 80 km de hidrovia controlada pelos Estados Unidos.

    O projecto, de uma sociedade de investimentos de Hong Kong, vai custar 40 biliões de Dólares e criaria centenas de postos de trabalho relacionados com a construção e a gestão do canal. Todavia, além de reunir 32 acusações de inconstitucionalidade na Nicarágua, o canal passaria pelo Lago da Nicarágua, a mais importante bacia da América central e importante reservatório natural de água potável, com efeitos devastadores sobre o ecossistema e as comunidades locais.

    Ao mesmo tempo, encontra-se também em expansão o Canal do Panamá, pelo qual passa hoje 6% do comércio mundial. O objectivo do consórcio espanhol seria triplicar em 2016 o volume de trânsito.

    China?
    Sobra uma dúvida de fundo: quem é a China?
    Qual o verdadeiro papel deste País de mais de 1 bilião de habitantes, que vivem num regime onde a Democracia é desconhecida, onde ainda vigora a censura oficial?

    Um País que ao longo das décadas recolheu uma mole impressionante de dívida pública dos Estados Unidos, permitindo assim que Washington evitasse o colapso?

    Um País que oficialmente é uma República Popular, governada por uma restrita elite política, fechada e acerca da qual nada mais se conhece além das comunicações dos vários ministérios? Uma espécie de nomenklatura de estilo soviético que, no entanto, abriu o País ao livre mercado.

    Sobretudo: quais os planos para o futuro?

    Paradoxalmente, o mais importante membro dos Brics continua a representar uma incógnita.
    E a América do Sul tem que ser capaz de gerir com muita atenção os seus próprios recursos: nesta óptica, o que se passa entre China e Argentina é sintomático. 

    China & Argentina & Soja

    Com Xi Jinping, a Presidente Kirchner assinou 20 acordos, enquanto mais de duas centenas de 
    empresários assinaram outros 28 para um total de 1,5 biliões de Dólares. Os destaques vão para os 4.714 milhões de Dólares para a construção das barragens Nestor Kirchner e George Cepernić na província de Santa Cruz; 2.400 milhões de Dólares para a renovação da ferrovia de Belgrano e os 11 navios adquiridos pelos chineses em troca de 423.000 mil Dólares.

    Mais importante ainda: um swap de 11 biliões de Dólares para o seu banco central, com o qual a China desferiu um grande golpe contra os tribunais dos EUA que defendem os abutres da Finança. Uma linha de financiamento directo com a qual Pequim tenciona garantir o equilíbrio e a estabilidade monetária do País.

    Simples “bondade” aquela de Pequim? Não parece.
    A China é também o principal destino da soja (transgénica ) da Argentina, usada para alimentar os porcos, e cujo primeiro exportador mundial é Buenos Aires. A China tem conveniência em importar a soja argentina. Mas isso cria um círculo sobre o qual vale a pena reflectir.

    O cultivo intensivo de soja, favorecido pelo governo através de incentivos, cria não poucos problemas, inclusive a destruição da variedade agrícola, sobre o meio ambiente e a população, tudo causado ​​pelo uso de Roundup, o herbicida da Monsanto.

    A empresa norte-americana detém o monopólio das licenças da soja argentina e a sua influência no País vai aumentar com a futura adopção da Ley de Semillas. Além da preocupação legítima sobre a natureza do produto transgénico, há o facto de que a soja está a mudar profundamente a paisagem agrícola da Argentina, onde agora é normal (e quase “obrigatório”) alugar os campos para esse tipo de cultivo e abandonar a produção directa, muitas vezes trocando o campo pela cidade.

    Tudo isso nada faz se não nada exacerbar a centralidade do modelo agro-exportador, causa histórica da fraqueza da economia nacional e berço de todas as ditaduras, financiadas e apoiadas pela poderosa classe agrária.

    Num País onde a sociedade rural é muito mais importante do que a industria, o governo sempre foi forçado a procurar a “paz” com os representantes agrários. E mesmo com as tentativas da Presidente Kirchner para construir uma sólida base “urbana”, a hipoteca da terra pode apresenta no futuro uma conta bem pesada.

    Entretanto, a Monsanto vê os seus lucros aumentar e agradece, Buenos Aires e Pequim.

    Ipse dixit.

    Fonte: Tanamericana

     

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2014/07/a-china-e-america-do-sul.html

     

  7. 100 anos e tão atual!

    Do Diário de Notícias de Lisboa

    100 ANOS DEPOIS DA I GUERRA MUNDIAL

    “Ainda achamos que usar a violência irá resultar”

    por Patrícia Viegas

    Margaret MacMillan, historiadora da Universidade de Oxford e autora do livro 'The War that Ended Peace' (A Guerra que Acabou com a Paz)Margaret MacMillan, historiadora da Universidade de Oxford e autora do livro ‘The War that Ended Peace’ (A Guerra que Acabou com a Paz) Fotografia © D.R.

    Conceituada historiadora da universidade de Oxford, autora do premiado livro ‘The War that Ended Peace’ (A Guerra que Acabou com a Paz), Margaret MacMillan falou ao DN sobre o estado do mundo 100 anos após a I Guerra Mundial. O tiro de partida foi dado, em Sarajevo, por Gravilo Princip, que a 28 de junho de 1914 matou o arquiduque Francisco Fernando. Um mês depois, a 28 de julho, deu-se a invasão austro-húngara da Sérvia.

    A I Guerra Mundial é por vezes referida como uma guerra para acabar com todas as guerras. Escreveu um livro intitulado ‘A guerra que acabou com a paz”.

    Acha que é justo dizer que esta foi uma guerra que esteve na origem de outras?

    É uma boa pergunta. Acho que a I Guerra Mundial não levou diretamente à II Guerra Mundial. Houve 20 anos entre as duas e muitas decisões foram tomadas – ou não – mas o que a I Guerra Mundial fez foi criar as condições para tornar possível a II Guerra Mundial. E deixou uma Europa mal, deixou instabilidade na Europa Central, deixou uma Alemanha, uma Itália, uma Hungria ressentidas e uma França desiludida. Acho que o que a I Guerra Mundial fez foi ajudar a criar a possibilidade de uma II Guerra Mundial, mas muitas outras coisas contribuíram para isso. Por exemplo, no final dos anos 20, houve a Grande Depressão, que não é um resultado da I Guerra Mundial, mas que certamente conduziu à II Guerra Mundial.

    Olhando para a realidade à nossa volta, hoje em dia, no mundo, vê os mesmos tipos de elementos que conduziram à I Guerra Mundial?

    Bem, há semelhanças, mas também grandes diferenças. As semelhanças são que nós temos, nalgumas partes do mundo, alguns movimentos nacionalistas fortes, por vezes hostis a outras nacionalidades e isso não é bom. Temos ideologias revolucionárias, que começaram a perturbar a cena internacional, antes da I Guerra Mundial era o anarquismo, terrorismo, socialismo revolucionário e hoje em dia são mais ideologias inspiradas pela religião.

    Então, sim, acho que temos semelhanças, mas também grandes diferenças.

    É um mundo com uma ordem internacional muito maior, hoje em dia, antes de 1914 não havia Nações Unidas, por exemplo.

    Em que parte do mundo vê maiores semelhanças?

    Bem, uma semelhança é que temos partes do mundo com conflitos internos, nos quais temos grandes potências a envolverem-se eventualmente, então o Médio Oriente é sempre potencialmente perigoso, em parte por causa dos conflitos dentro do Médio Oriente, mas também porque há potências exteriores envolvidas, quer seja a Rússia, os EUA, a Turquia, o Irão etc… Também diria que o mar do sul da China e que o mar oriental da China são potencialmente perigosas, porque existem conflitos locais lá, mas também a possibilidade de outras potências se envolverem lá.

    E sobre o que se passa no Iraque. Inclui-lo-ia nesta situação do Médio Oriente, que descreveu?

    Sim. O Iraque é muito, muito perigoso porque não é só um Estado que corre o risco de se desintegrar, o que seria brutal para as pessoas que vivem lá, porque seria um Estado no qual seria muito, muito difícil viver lá. Já estão a ir para lá combatentes vindos da Síria, poderá influenciar a Turquia, porque os turcos estão muito preocupados com o que acontece nas suas fronteiras, também o Irão, os EUA poderão, possivelmente, envolver-se mais. Então, sim, eu penso que esta é uma situação muito perigosa.

     

    É um pouco irónico um certo desejo de cooperação entre o Irão e os EUA agora por causa do que se passa no Iraque.

    É curioso. Porque, durante tempo, no entender dos EUA o Irão foi um grande inimigo no Médio Oriente e claro que, no Irão, os EUA são o “grande satã”. E claro que eles tendem de demonizar-se uns aos outros, encararem-se uns aos outros como poderes perigosos, mas acho que o que estão a perceber agora é que ambos têm muito a perder se o Iraque se desintegrar. Os EUA não querem ver uma turbulência completa no Médio Oriente, com conflitos a espalharem-se por todo o lado. E o Irão certamente que também não quer ver o Iraque desintegrar-se nas suas fronteiras. Então acho que eles estão a reconhecer que têm interesses em comum. Acho que, se houver alguns desenvolvimentos nesta situação terrível no Iraque, este é um deles.

    Vimos um artigo escrito pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, afirmando que o que se passa no Iraque não é culpa da invasão de 2003. Concorda com ele?

    Não. Ele procura confortar-se a ele próprio ao pensar isso. Mas eu acho que aconteceu com a invasão e a ocupação do Iraque foi a criação de uma situação instável. Muitas pessoas, incluindo eu, ficaram satisfeitos pelo facto de Saddam Hussein ter saído do poder, mas foram cometidos erros nessa altura – como a dissolução do partido Baas e a dissolução do Exército iraquiano – sem que se tivessem apercebido do preço que se iria pagar por isso. As pessoas do Iraque é que estão a pagar o preço. Não sabemos quantos iraquianos foram mortos, mas todos os dias estão a ser mortos. É uma situação altamente instável e eu penso que devido à invasão, tanto os EUA como a Grã-Bretanha, têm uma grande responsabilidade nisso.

     

    Quando olhamos para a abordagem do atual Presidente dos EUA, Barack Obama, vemos algumas diferenças em relação a George W. Bush. Ele tem evitado intervir diretamente em vários cenários, como sejam a Síria, a Ucrânia ou o Iraque. Acha que é porque ele aprendeu a lição – dada pela I Guerra Mundial – de que não há guerras rápidas?

    Acho que aprenderam, mas a principal questão é que eles não querem ter tropas no terreno. Não estão preparados para colocar recursos nisso. O que penso é que eles perceberam as dificuldades de construção de uma Nação. Mas também há uma tendência dos EUA para usarem a tecnologia, isso data já do início do século XX. Acho que eles estão a apostar em tecnologia, como por exemplo os drones, mas isso não se está a revelar muito bem sucedido. Está a causar problemas aos EUA, porque usar mortes dirigidas a pessoas de que eles não gostam. Muitas vezes sem um processo próprio. E isso, no final, vai causar problemas aos EUA. Os americanos estão a apostar muito na tecnologia porque eles não querem pôr tropas no terreno. Mas, na realidade, acho que estão a arranjar problemas para si próprios.

    Quando olhamos para a I Guerra Mundial percebemos que não foi uma guerra curta. Mas o que a causou? A ação de Gravilo Pincip é o única a culpar? Ou havia já um contexto?

    O contexto é muito importante porque é preciso saber porque é que as Nações reagiram da forma que reagiram. Áustria-Hungria tinha uma preocupação crescente em relação à Sérvia, como uma ameaça e um foco de problemas para a sua população eslava. A Áustria-Hungria tinha muitos sérvios, croatas e eslovenos a viver no seu território. Então eles viam a Sérvia como uma ameaça real. Apenas estavam à espera de uma desculpa para fazer qualquer coisa em relação a isso. Então quando o assassínio aconteceu, foi a desculpa perfeita. Mas se não tivessem tido essa desculpa, quem sabe. Se Gravilo Princip tivesse falhado ou se o arquiduque [Francisco Fernando] não tivesse ido a Sarajevo, talvez a Europa não tivesse tido uma crise no verão de 1914. Talvez em 1915 o contexto internacional já fosse diferente. Mas quem sabe. Nunca saberemos. É uma combinação do contexto com o incidente, que fez com que se tornasse mortífero.

    E em relação à personagem de Gravilo Princip, propriamente dita.

    Ele ainda causa grandes divisões nos Balcãs, hoje em dia…

    Sim, sim. Acho que na parte sérvia da Bósnia, República Srpska, ergueram-lhe uma estátua. Aí, ele é visto como um herói. E entre os nacionalistas sérvios ele é visto não como terrorista, mas como um combatente da liberdade. Embora eu ache que nem todos os sérvios o veem desta forma. As opiniões dividem-se muito sobre isto. No meu entender, ele é alguém que era muito jovem, que se radicalizou, e pensou que um ato de terror era a maneira de fazer cair toda a estrutura. Eram ideias terroristas revolucionárias na altura. Não acho que ele pensou noutras formas pacíficas de provar a mudança. Ele só pensou em matar o opressor e que, de alguma forma, tudo iria mudar. Isso era comum nessa altura. Houve vários assassínios de altas figuras por anarquistas e revolucionários.

    Alguns historiadores dizem que Gravilo não agiu como sendo apenas sérvio, mas em defesa do povo eslavo, qualquer que fosse a sua religião.

    Não se sabe o suficiente sobre ele. Mas parece que o que pretendia não era tanto uma “grande Sérvia”, mas um Estado eslavo, foi daí que surgiu o sonho da Jugoslávia. Das pessoas com quem ele trabalhava, um era muçulmano, outro croata, então estes grupos de radicais, na Bósnia, incluíam não-sérvios. Claro que o apoio veio da Sérvia, foi onde arranjaram as armas, foi onde tiveram treino, foi de onde entraram na Bósnia.

    Olhando para a ordem mundial de hoje,quão importantes foram os 14 pontos de Wodrow Wilson, a Conferência de Paris a a Liga das Nações?

    Essas ideias de Wilson já existiam, não foram propriamente dele, mas ele era um grande orador, muito eloquente. Ele pegou em ideias como a do desarmamento, resolução de conflitos entre nações, livre-comércio entre países, autodeterminação das nações, levou-as para o debate internacional e daí nunca mais saíram. A Liga das Nações, que foi entendida como um fracasso porque não conseguiu prevenir a II Guerra Mundial, introduziu, apesar de tudo, um conceito internacional em que todos somos responsáveis uns pelos outros e de que devemos trabalhar juntos para tornar o mundo melhor. Muito do que se fez foi continuado depois nas Nações Unidas. A Organização Internacional do Trabalho foi levada para a ONU e ainda hoje existe. Foi um passo em frente muito importante.

     

    Mas o facto de existirem as Nações Unidas não evitou muitas guerras. Qual é o problema? É a constituição do Conselho de Segurança da ONU?

    Não acho que seja. Bem, não me parece bem a ideia de ter um Conselho de Segurança que reflete as potências que que saíram da II Guerra Mundial e não as grandes potências como elas são hoje em dia. Temos a Grã-Bretanha e a França como membros separados, quando deviam integrar um único lugar para a UE. E depois não estão representados países como a Índia e o Brasil.

    O problema é a forma como o Conselho de Segurança está desenhado.

     

    Porque continua a haver mais e mais guerras?

    A resposta simples é porque há algo de errado na natureza humana. De alguma forma ainda achamos que se usarmos a violência uns contra os outros isso, de alguma maneira, irá resultar. Há grupos de pessoas preparadas para usar a violência para os seus próprios fins. Há áreas do mundo em que o poder do Governo central é fraco. Um dos desenvolvimentos nas sociedades da Europa foi o monopólio da violência nas mãos dos governos. Podemos não gostar disso, mas permite estabilidade. Mas também há Estados falhados e partes de cidades no mundo desenvolvido onde a polícia não entra e quem manda são os gangues organizados. Também há líderes políticos oportunistas que estão preparados para usar a guerra.

    Concorda que algumas das guerras atuais são resultado da divisão que foi feita no mundo após a I Guerra Mundial?

    É fácil culpar a divisão do mundo que foi feita após a I Guerra Mundial.

    Temos que lembrar que muita dessa divisão estava já feita quando a conferência de paz se reuniu. O império austro-húngaro já se tinha desfeito em pedaços e já tínhamos a Polónia, a Checoslováquia e a Jugoslávia a criarem-se a si próprias. Isso não foi criado em Paris, foi criado no terreno. As fronteiras no Médio Oriente foram desenhadas. Pode-se criticar essas fronteiras, mas é difícil dizer agora o que teria sido melhor e teria resultado melhor. Acho que outras coisas contribuíram para as guerras, não poria toda a culpa da conferência de Paris. O problema real foi que, após a I Guerra Mundial, as condições para uma paz duradoura não foram asseguradas ou não existiam. Havia um assunto pendente com a Alemanha, grande parte da população alemã apoiava a ideia de vingança, havia a Rússia que, de alguma forma, estava excluída da ordem internacional. Não foi um altura fácil para se fazer a paz. A pergunta é: Olhando para trás, como teríamos feito melhor? E a resposta a essa pergunta não é nada fácil.

     

  8. 25 coisas que só pobre faz

    Diz aí.

    Em qual ítem você se enquadra ?

    Selecionamos 25 coisas que só pobre faz, com certeza você já fez 1 delas.

    Abrir tubo de pasta de dente com tesoura para aproveitar o restinho que sobrou.Andar de carro com vidro fechado no maior calor só para pensarem que você tem ar condicionado.Aproveitar garrafa plástica de refrigerante prá botar água na geladeira.Chorar no último capítulo da novela.Chupar os dentes (p/ não usar palito)Colocar arranjo de fruta de plástico na mesa da sala.Colocar esponja de aço(bombril, assolan) na antena da televisão.Comprar carro novo e não tirar o plástico dos bancos, para todos saberem que é novo.Convidar os amigos para o churrasco de seu aniversário e pedir para cada um trazer uma coisa (carvão, espeto, carne, etc.).Correr a casa inteira com o chinelo na mão atrás da barata.Dar caixa de chocolates para o amigo-secreto.Embrulhar caixa de fósforo com papel de presente para pendurar em árvore de natal.Entrar de loja em loja perguntando os preços e dizer pro vendedor:”Só tô dando uma olhadinha, qualquer coisa volto mais tarde”.Entrar em loja de R$ 1.99 e querer achar um presente legal.Esquentar a ponta da caneta prá ver se ela volta a escrever.Esticar a língua para lamber o fundo do copo de iogurte.Molhar a ponta da borracha com a língua para apagar erro.Mascar chicletes 3 horas seguidas até ficar branco e sem gosto.Passar cuspe ao cotovelo ressecado para amaciar.Passar o fio dental e depois cheirar para ver se o dente está podre.Receber visita e mostrar toda a casa.Colocar roupa pra secar atrás da geladeira.Tirar cera do ouvido com chave do carro ou tampa de caneta.Tomar cerveja em copo de extrato de tomate.Usar sacola plástica de supermercado para botar lixo.

     

    E tomar banho de bacia, fala a verdade, você já tomou ?

  9. – Nome?- José- Sexo?- Todo

    – Nome?
    – José
    – Sexo?
    – Todo dia 
    – Não senhor, homem ou mulher?
    – Homem, mulher, cabrita, galinha, vaca, la na roça a gente não dispensa nada.!

  10. Belo artigo do

    Belo artigo do Rovai:

    http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/07/29/por-que-globo-tornou-novela-o-processo-kafkiano-contra-ativistas-rio/

    Por que a Globo tornou novela o processo Kafkiano contra ativistas do Rio

    Por Renato Rovai julho 29, 2014 22:55   

    Há uma narrativa em curso que vem sendo construída pela TV Globo e que busca catalizar a opinião pública contra um grupo de ativistas que foi acusado de  formação de quadrilha e ação criminosa pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.  A investigação é repleta de inconsistências e de diz-que-diz.  Leva em consideração desde P2 que acha que Bakunin é um black bloc , até acusações de quem declaradamente afirma fazê-lo por vingança.

    Mas então por que cargas d´água que a Rede Globo decidiu fazer um novelão usando desde o Jornal Nacional até o Fantástico para contar essa história? Por que de repente aqueles que num primeiro momento eram vilões do Merval, do Jabor e do Willian Wack e depois se tornaram heróis, agora voltaram a ser mais do que vilões, mas criminosos que precisam ser presos e se possíveis amargar longos anos na cadeia. Mesmo sem que haja provas contundentes contra quase todos eles.

    Em primeiro lugar, a Globo não perdoa.

    Ela percebeu que uma das palavras de ordem mais mobilizadoras das ruas em 2013 foi contra a emissora. E mais do que isso, ficou irritadíssima porque seus repórteres tiveram de sair disfarçados para trabalhar. Quem ousasse ir com microfone da emissora ou qualquer coisa que  identificasse que trabalhava na empresa dos Marinhos, corria riscos. Este blogueiro, ao escrever isso, não está saboreando este tipo de ação. Sempre foi e continuará sendo contra qualquer tipo de violência. É humanista e pacifista e não liga a mínima de ser chamado de babaca por conta disso.

    Em segundo lugar, a Globo sabe fazer contas.

    A direção da emissora percebeu que criminalizar as Jornadas de Junho  e torná-la em algo historicamente relacionado à esquerda e ao crime pode ser uma boa estratégia eleitoral no curto e no médio prazo. Tanto que depois das matérias da Globo, o PSDB soltou uma nota pedindo a prisão daqueles manifestantes que foram parar em Bangu. Aliás, no mesmo dia em que esse pessoal foi preso, também foram presas pessoas acusadas de atuar contra Aécio na internet. Os mandados de prisão por duas investigações que não tinham nenhuma relação foram expedidos no mesmo dia.

    Em terceiro lugar, porque a Globo não tem limites.

    Quando se coloca numa batalha, ela só enxerga os objetivos. Não se preocupa com o que terá de fazer para atingi-los. A emissora apoiou incondicionalmente a ditadura militar e não deu um pio enquanto centenas de jovens eram torturados e assassinados. Ela tinha claro que a parceria com aquele regime lhe tornaria um império. Agora, a Globo sentiu que amadurece um projeto de democratização das comunicações e mesmo que ele tenha sido retirado do plano de governo de Dilma que foi ao TSE, o PT e Lula estão convencidos de que é algo urgente. Por isso, a direção da emissora vai apostar tudo em Aécio Neves. Talvez mais do que apostou em outras oportunidades em Serra e Alckmin.

    Além disso, ela também percebeu que há riscos de ser derrotada em casa. No no Rio de Janeiro, onde talvez vá se dar a disputa ao governo mais renhida, com quatro candidaturas relativamente embolas e com chances de vitória (Garotinho, Crivella, Pezão e Lindberg), a emissora só tem um candidato em que pode confiar plenamente, Pezão.

    Garotinho se comporta como um inimigo da emissora, Crivella é da IURD e por consequência da Record e Lindberg é do PT. A narrativa que criminaliza ativistas no Rio também busca um efeito local. A tentativa é fazer crer que só o atual governo tem condições e pulso para lidar com esse “grupo de vândalos”.

    Se para atingir seus objetivos a Globo tiver de fazer essas pessoas apodrecerem na cadeia, não titubeará. E por isso, essa ação contra eles ainda está longe de ser um caso encerrado.

    Mais do que isso. Pode ser como o assassinato do príncipe Francisco Ferdinando, do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo. O que parecia algo menor, levou à 1ª Guerra Mundial. Este processo Kafkiano que está sendo contado como uma novela das nove  não é o fim de uma história. Tá mais com cara de ser o começo. Com um governo menos permeável às críticas pela esquerda, isso pode ser a regra e não exceção.

    A Globo também sabe disso. E por isso está investindo tanto nesta história.

     

  11. Pesquisa de mestrado no inquérito da Polícia

    Depois do Bakunin, uma pesquisa de mestrado é citada como grupo organizado relacionado a crime:

    Pesquisa de mestrado no inquérito da Polícia

    http://portal.aprendiz.uol.com.br/2014/07/30/se-nao-fizermos-nada-podemos-ter-300-ativistas-presos-ate-o-fim-do-ano-afirma-professor/ Rebaixada » Novidades » Pesquisa de mestrado no inquérito da Polícia

    Foi com grande surpresa que vi o nome da minha pesquisa de mestrado na lista de “grupos organizados” no inquérito da Operação Firewall, que investiga os protestos desde junho de 2013. Desenvolvido na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), sob orientação da professora doutora Alita Sá Rego, o Rebaixada pesquisa a atuação da mídia alternativa nos megaeventos do Rio de Janeiro (Copa do Mundo, JMJ, Olimpíadas…).

    O mestrado é do programa “Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas” e tem sua sede no campus da UERJ na Baixada Fluminense. Como todos os projetos de minha orientadora, desenvolvi uma parte prática do trabalho: o portal Rebaixada. Sua construção se deu em oficinas realizadas com estudantes e moradores vizinhos da Universidade, processo todo documentado no site.

    O portal Rebaixada é um laboratório que experimenta tecnologias usadas pelos midiativistas durantes as recentes manifestações: mapas, wikis, games, agregadores, streaming, tradução, entre outras. Foi desenvolvido em software livre com código aberto. Sua principal funcionalidade é o Web Scraping, ou seja armazenar todas as informações produzidas pelas mídias alternativas para avaliação. Isso porque o Facebook é um “walled garden“, um sistema fechado, o que acaba dificultando a pesquisa acadêmica. Tal experimento também é realizado por iniciativas como o BRnasRuas e o AGREGA.LA.

    Algumas experiências do Rebaixada ganharam destaque internacional de instituições como a UNESCO.

    inquerito policia civil operacao firewall

    Um pouco do que já saiu sobre o projeto Rebaixada em todo o mundo:

    UNESCOUNESCO BangkokSET / ABERTEBCSRNL – Syndicat national des radios libresAMARC – World Association of Community Radio BroadcastersUniversidad de Costa RicaINTERCOMPortal AprendizJornal da UERJ em QuestãoLECC UFRJPeriodismo CiudadanoPrefeitura de Duque de CaxiasOpen Knowledge FoundationTV UERJAgencia PulsarBrasil de Fato RJBrasil de Fato MG

  12. Transações bélicas entre

    Transações bélicas entre Brasil e Israel já atingiram a marca de US$ 1 bilhão

    http://www.brasildefato.com.br/node/29377

    Relatório internacional de 2011 detalha o comércio entres os países; mestrando em História também resgatou acordos, entre eles, o firmado com a empresa Global Shield que forneceu veículos utilizados na Copa do Mundo pelo BOPE e o CORE-RJ

    30/07/2014

    Da Redação

    A condenação do governo brasileiro aos ataques de Israel à Faixa de Gaza iniciado em 8 de julho e que, até ontem (29), já causou a morte de 1.296 palestinos, além de deixar mais de 7 mil feridos, resultou na declaração do porta voz do governo de Israel, Yiagal Palmor, que chamou o Brasil de “anão diplomático”. A resposta israelense – que parece ter estremecido as relações diplomáticas entre os dois países -, no entanto, pode ocultar a parceria econômica entre as duas nações.

    Segundo relatório da organização Stop The Wall, em 2011, contratos entre os dois países chegou a movimentar bilhões de dólares. Neste período, o documento aponta que o Brasil chegou a ser o quinto maior importador de armas israelenses e que, somente entre 2005 e 2010, esse comércio superou a marca de US$ 1 bilhão.

    O relatório também apontou inúmeras situações que embasam o apoio do Brasil à indústria armamentista israelense: a abertura do escritório da FAB em Tel Aviv em 2003; um acordo de cooperação de segurança para facilitar a cooperação e contratos militares com Israel e a ajuda das autoridades brasileiras no contato de empresas israelenses de armas com outros países latino-americanos.

    Duas empresas citadas no documento, a Elbit Systems e a Israel Aircraft Industries (IAI), que forneciam equipamentos para o Muro da Cisjordânia ou “Muro do Apartheid”, mantinham relações com o governo brasileiro. O muro começou a ser erguido no governo Ariel Sharon para cercar os territórios disputados entre palestinos e israelenses, com o propósito de “proteger” Israel da infiltração de terroristas. Porém, em 2004, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia declarou a construção ilegal, pois corta terras palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.
      
    “Os governos estrangeiros que adquirem armas israelenses não estão apenas comprando os frutos da ocupação, mas também garantindo que a indústria israelense de armas possa continuar produzindo armas cada vez mais sofisticadas para reprimir e matar os palestinos”, conclui o relatório.

    Israel e Copa do Mundo

    Em artigo publicado no site Desacato (http://desacato.info/), o mestrando em História, Alexandre Arienti Ramos, traça uma análise atualizada dos contratos entre os dois países. Entre outros acordos, Ramos resgatou o acordo do Brasil com a empresa israelense Global Shield, que, em 2013, forneceu veículos blindados para o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e para a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) do Rio de Janeiro. Os armamentos foram vendidos 70% abaixo do preço de tabela para serem usados na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos em 2016.

     

  13. Quase metade dos detentos no País aguarda julgamento, diz ONU

    O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-dos-presos-no-pais-aguarda-julgamento-diz-onu,1535803O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-dos-presos-no-pais-aguarda-julgamento-diz-onu,1535803O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-dos-presos-no-pais-aguarda-julgamento-diz-onu,1535803O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-dos-presos-no-pais-aguarda-julgamento-diz-onu,1535803“A presunção de inocência que consta da Constituição parece que na prática foi abandonada por juízes”, declara o informe da ONU. A entidade também alerta que a “pressão da opinião pública” tem levado juízes a manter suspeitos detidos.

    http://noticias.r7.com/cidades/quase-metade-dos-detentos-no-pais-aguarda-julgamento-diz-onu-30072014

    30/7/2014 às 10p4 (Atualizado em 30/7/2014 às 10p1)

    Quase metade dos detentos no País aguarda julgamento, diz ONU

    Documento mostra que cadeias brasileiras têm 200 mil presos a mais que a capacidade

    As cadeias brasileiras têm quase 200 mil detentos a mais que a capacidade e 44% dos detentos — 217 mil — ainda aguardam julgamento.

    A denúncia é da ONU (Organização das Nações Unidas) que, em um informe que será apresentado em setembro a governos de todo o mundo, acusa o Judiciário de “ineficiente” e alerta para a “superlotação endêmica” das cadeias.

    O documento, preparado por um Grupo de Trabalho da ONU que visitou o País em março, será levado a debate a partir de 8 de setembro, em Genebra, durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Uma versão preliminar do informe, obtida pelo Estado, revela um raio X alarmante.

    O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo e os peritos da ONU acusam diretamente o sistema judicial. De acordo com o informe, uma parte desses prisioneiros pode esperar “meses e até anos” para ser julgada.

    — Durante esse período, os detentos frequentemente nem sabem o status de seu caso.

    “A presunção de inocência que consta da Constituição parece que na prática foi abandonada por juízes”, declara o informe da ONU. A entidade também alerta que a “pressão da opinião pública” tem levado juízes a manter suspeitos detidos.

    A ONU também denuncia a superlotação das prisões. Segundo a entidade, existem hoje no Brasil quatro prisões federais e 1.100  estaduais. Se a capacidade é para 355 mil detentos, o que se vê é a presença oficial de 549 mil. “Políticas públicas de mostrar firmeza contra o crime levaram a uma tendência de encarceramento em massa.”

    Assistência

    Outra crítica da ONU se refere à falta de assistência legal a milhares de detentos no Brasil. Segundo ela, parte importante dos detentos não tem como pagar um advogado.

    — A maioria das pessoas na prisão é jovem, indígena, afrodescendente ou pobre.

    A ONU apela ao governo federal e administrações estaduais que implementem penas alternativas e alerta que, apesar das emendas feitas ao Código Penal em 2011, não houve redução substancial de prisões.

    Em setembro, quando o informe for apresentado, o governo terá a oportunidade de se defender das acusações.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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