Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Lourdes Nassif

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29 Comentários

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  1. Inimaginável!

    Assunto no “feiciburro” hoje.

    Retirado do facebook em 01/09/2014

    “Agora é oficial:

    Dilma planeja o fim da propriedade privada e registra no TSE.Divulguem! Não podemos deixar isso acontecer!Consta do Plano de Governo de Dilma Rousseff(PT), registrado hoje,no TSE, uma meta que, na prática, acaba com a propriedade urbana ou rural. O dono do imóvel não poderá pedir reintegração de posse, caso ela seja invadida. Pelo Plano de Governo de Dilma Rousseff o proprietário terá que enfrentar uma audiência pública, da qual participarão os movimentos sociais para analisar os “direitos humanos” envolvidos. O juiz ficará sujeito à decisão dessa audiência. É fácil imaginar como crescerão o número de invasões e a desordem no campo e nas cidades! Por exemplo: se você tem um apartamento e ele estiver desocupado, pois está em processo de aluguel, e o mesmo sendo invadido você não terá mais direito a ele, se os “movimentos sociais” assim decidirem. É o fim da propriedade privada no Brasil. E a coletivização do País.Repasse…A midia está proibida de divulgar o que o Foro SP, fundado por Lula e Fidel, vem implantando na America Latina.PNDH-3 – O GOLPE COMUNISTA EM PRATICA – “No momento em que se elimina a liberdade de imprensa estaremos efetivamente no início de uma ditadura… é um decreto preparatório para um regime ditatorial” – Ives Gandra Martins

    6 h · Público

    3 comentários

    ……. e outras 3 pessoas curtiram isso.

    ……..Que absurdo! Como é? Não somos mais donos do que é nosso.?

    há 5 horas

    ………Vamos colocar essa senhora bem longe do poder, ela é um desastre com suas propostas.

    há 3 horas

    …………..Seria bom conferir isso diretamente no TSE, professora… Desconfio dessa história de que a mídia não pode divulgar, até porque, qualquer coisa que seja pra denegrir o atual governo, a Globo divulga sempre em primeira mão…

    há 2 minutos

    (Não tenho “feiciburro”, mas, por aqui, questiono a professora:

    Se “Agora é oficial”, como estar proibida a publicação na mídia?

    Estamos vivendo tempos de censura?

    Se a inteligência é mediana, por qual razão não se consulta o TSE?

    E por aí vai…. a campanha vai chegar a um nível inimaginável!)

    1. Professora?

       

      Se uma professora possuisse este nível de desinformação da constituição o país mereceria o fim. Isto não passa de campanha desesperada da oposição.  Quando descoberto o mentiroso vai chorar e dizer que era piada.

  2. Permitam-me: do blog zedirceu.

    http://www.zedirceu.com.br/oposicao-entre-a-irresponsabilidade-e-a-arrogancia/

    Oposição: entre a irresponsabilidade e a arrogância

    29 ago 2014

    Os opositores dos governos do PT, seus assessores e conselheiros – alguns com décadas de poder sem resolver os problemas que agora apontam com um dedo acusador – apresentam fórmulas triviais para resolver as grandes questões do Brasil na atual conjuntura e etapa histórica.

    Para alguns, basta a confiança imposta pela presença de um novo presidente da República, que respeitará as leis do mercado e tudo estará resolvido. Para outros, é suficiente vontade de um novo gestor no Planalto, que governará sem alianças e sem coalizões com partidos, e sim com a sociedade. Para ambos, basta respeitar o tripé macroeconômico, juros, câmbio e superávit. E ter responsabilidade fiscal e conceder independência para o Banco Central (BC).

    Sem entrar no mérito se acreditam mesmo no que pregam, ou se apenas repetem fórmulas surradas de seus assessores e conselheiros, cabe uma pergunta: como a responsabilidade fiscal e a independência do BC vão resolver pois só os pontos de estrangulamento de nossa economia e aumentar os investimentos privados e públicos? Como vão abrir novos mercados para o Brasil, reduzir a inflação ao centro da meta e/ou aumentar a poupança interna e a eficiência do governo?

    As dificuldades que o país enfrenta não foram provocadas por ações do governo, mas é decorrente do contexto internacional, marcado pela maior crise do capitalismo em 100 anos. Essa crise global, que foi enfrentada lá fora com a fórmula proposta pelos nossos opositores (corte de salários, benefícios sociais, entre outros receituários recessivos), levou ao desemprego e ao baixo crescimento na maior parte do mundo. É, portanto, uma crise recessiva de longo prazo, iniciada desde 2008 e até agora sem solução à vista.

    Caminho próprio para evitar a saída clássica dos juros altos

    Foi exatamente para evitar a saída clássica de juros altos, corte de gastos sociais, redução do valor dos salários, eliminação de direitos trabalhistas históricos, desemprego, venda de patrimônio e ativos públicos que optamos, governos do PT, por reduzir impostos (desonerações), aumentar os investimentos e os gastos públicos, liberar os depósitos compulsórios e usar nossas reservas cambiais. O foco primeiro, portanto, foi manter o emprego dos brasileiros.

    E o mais importante: sem que isso tenha levado o país a abandonar a responsabilidade fiscal. Pelo contrário, nossa dívida pública se mantém estável com relação ao PIB e nossas reservas externas robustas. A inflação está abaixo da média dos governos FHC e Lula, os salários crescem acima da inflação e o desemprego é o menor da história do país – vivemos uma situação de pleno emprego.

    A oposição critica as desonerações, os gastos sociais e a administração do preço da gasolina e das tarifas públicas, mas não aponta alternativas. Ninguém da oposição sugere uma saída consistente frente à combinação da crise externa com a maior estiagem vivida no país nas últimas décadas, e que é a causa principal da inflação de alimentos e da disparada dos preços da energia.

    Na prática, o que a oposição aponta como erros do governo é o preço que pagamos por superar a crise sem afetar as condições essenciais para o crescimento do país, a preservação dos investimentos públicos, o mercado interno, as parcerias via concessões dos serviços públicos de infraestrutura, os investimentos no pré-sal, na educação e em inovação.

    Ingenuidade e ilusionismo

    Sempre há a alternativa de priorizar e se apoiar no mercado externo e nas exportações como motor de nosso crescimento e competitividade, mas pode ser uma aposta de alto risco num mundo em recessão e com baixíssimo crescimento do comércio internacional, com crescente protecionismo, câmbio administrado e com alta concorrência com os EEUU, Europa e China em busca de mercado para suas indústrias, serviços e tecnologia.

    Como é arriscado, da mesma forma, pedir que abramos nossos mercados industriais e de serviços, de compra governamental e tecnologia, quando os países desenvolvidos nos fecham seus mercados e buscam os nossos.

    Mais rápido, crível e prático é aumentar a integração sul-americana e disputar os mercados africanos, seja dentro das práticas estabelecidas pela Organização Mundial do comércio (OMC), seja por acordos bilaterais ou de blocos como os em andamento, do MERCOSUL com a União Europeia e com a Aliança do Pacifico. Criando um aparato institucional para o comércio exterior e um banco de importação e exportação, a exemplo dos países desenvolvidos. Nesse sentido, as sólidas relações com os BRICS constituem pilar estratégico para nossos interesses e movimentos em um tabuleiro internacional no qual o papel do Brasil tornou-se relevante. Sem essas perspectivas, não romperemos o círculo dentro do qual buscam nos acomodar.

    Temos, sim, a oportunidade única e histórica de contornar os pontos de estrangulamento no país com as medidas e políticas que estamos adotando para aumentar nossa competitividade e produtividade. Crescendo para dentro e, ao mesmo tempo, para fora.

    Apesar das dificuldades, Brasil enfrenta seus desafios

    Apesar das dificuldades históricas do país e da herança de décadas sem investimentos na infraestrutura, em energia e petróleo, em inovação e educação, o fato é que o Governo vem enfrentando esses desafios para romper os pontos de estrangulamento que encarecem o custo de nossa economia e produção e travam nossa produtividade e competitividade.

    Há poupança no país. E muita, demasiada até. Basta ver a dívida pública de mais de R$ 2 trilhões. Temos a poupança propriamente dita e os fundos de pensão, o mercado de ações e os fundos de renda fixa. Temos de tudo, portanto, em matéria de poupança.

    No Brasil, os lucros das empresas e dos bancos são altos para a média mundial. Então, insistimos, temos sim mais capacidade de investimentos. E eles não se realizam não por falta de demanda. Esta existe, está aí na escassez de serviços públicos e infraestrutura social e urbana, na demanda por saneamento e habitação, de mobilidade urbana, de turismo e lazer, de esporte e cultura, de educação e saúde, de rodovias, portos, ferrovias, aeroportos, hidrovias, energia, gás e petróleo. Atendê-la é suficiente para fazer o país crescer por 10 e/ou 20 anos.

    Mas, no Brasil a poupança não se transforma em investimento porque, apesar das oportunidades de segurança, das garantias, da demanda ante a escassez desses serviços públicos e privados, o sistema bancário-financeiro do país não cumpre seu papel de intermediário entre a poupança e o investimento.

    Temos um spread bancário de 28% a 32%. Assim, parte substancial da renda nacional e da poupança é desviada para pagar juros e o serviço da díivida interna – juros que ficam nas mãos de uma minoria de 17 mil pessoas físicas e jurídicas que concentram a renda nacional entesourada nos títulos do governo, criando um circulo vicioso responsável, inclusive, pelos altos juros que pagamos. É hora de reorganizar o sistema bancário e financeiro público e mudar nossa política monetária, fiscal e cambial para reduzir os juros reais e conduzir nossa política cambial segundo os interesses e a defesa comercial do país.

    Apenas 17 mil pessoas concentram a renda nacional

    Diante dessa situação a pergunta que não cala é: quem fará o pacto político ou conquistará uma maioria para romper esse dilema histórico do país? Quem abrirá essa caixa de pandora? É possível fazê-lo sem uma aliança produtiva popular como a que levou o presidente Lula ao poder?

    O fato é que sem maioria política e social, não fazemos nem a reforma tributária e nem a política, nem a urbana e nem a bancária. Continuaremos pagando juros reais de 10% no serviço de nossa dívida interna, correspondentes a R$ 200 bi ao ano desviados do Orçamento Geral da União.

    O Brasil não pode retroceder e não pode se submeter aos mercados financeiros internacionais e a hegemonia norte-americana na política externa. Nem renunciar a seu papel externo de liderança apoiada em seu potencial interno. Tem de continuar buscando combinar a sua reindustrialização com sua extraordinária agroindústria e mercado interno, dando sequência às transformações sociais e educacionais iniciadas pelos governos Lula, mas aprofundando esse processo, para realizar de fato a revolução educacional e social que o país precisa.

    Tem, ao mesmo tempo, de buscar a integração sulamericana que nos garantirá a base para superar e suportar a atual crise internacional recessiva e o poder avassalador político, militar e financeiro que controla o mundo e busca enquadrar nosso Brasil em seus objetivos e interesses estratégicos e nacionais.

    O governo Lula e as mudanças por ele iniciadas foram possíveis porque, dentro do bloco hegemônico industrial-agrícola e financeiro no Brasil, criou-se uma dissidência produtivista e nacionalista, que aceitou o desafio de se aliar – de novo, como no passado – aos trabalhadores, dirigidos pelo presidente Lula. Ele representava, naquele momento, o operariado industrial e as camadas populares, para retomar o fio da história do país.

    Porque os governos Lula e Dilma foram de avanços e mudanças

    As mudanças ocorreram porque aliados, governo Lula e essa dissidência conseguiram implantar um projeto de Brasil com desenvolvimento, apoiado na industrialização e distribuição de renda, no mercado interno e na reafirmação do país como nação democrática, independente e soberana em busca da justiça social contra a pobreza e a fome.

    A questão agora é se o capital industrial e agrário, médio e grande, se submeterá ao canto de sereia do capital financeiro e de suas representações políticas – uma, representação tradicional, o tucanato; outra, uma miragem, Marina Silva, hoje aliada ao PSB, mas com um programa econômico assemelhado ao do PSDB.

    Tão assemelhado que bebe nas mesmas fontes, tem os mesmos conselheiros e visa o mesmo objetivo: retroceder o pais à orbita norte-americana e as políticas ortodoxas que apenas atendem ao interesse dos rentistas e do próprio capital financeiro-bancário. E que é incapaz de expressar as maiorias, sejam empresariais, sejam populares do país.

    O desafio da presidenta Dilma, avalizado pelo ex-presidente Lula e pelo PT, é recompor essa aliança e retomar esse projeto com coragem e mobilização social. Só assim ela poderá realizar as reformas postergadas e romper as cadeias que mantêm o Brasil submetido e preso em suas potencialidades aos interesses e desejos de uma minoria.

    Minoria, insista-se, que aliada ao poder da mídia, pretende fazer um pais à sua semelhança cultural e política, sem dar às maiorias as oportunidades e as riquezas que monopolizam cada vez mais e mais.

  3. Putzgrila!

    Putz, o blog virou um “cruz credo” contra Marina Silva. Tudo que é mal falado sobre ela eu concordo (principalmente pelo seu vermelhismo crônico) mas não precisa exagerar, né?. De cada 10 posts, onze são contra a Rainha da Selva. 

  4. Pastelaria ( * ) – Mário Cesariny de Vasconcelos

    Pastelaria ( * )

     

    Afinal o que importa não é a literatura

    nem a crítica de arte nem a câmara escura

     

    Afinal o que importa não é bem o negócio

    nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

     

    Afinal o que importa não é ser novo e galante

    – ele há tanta maneira de compor uma estante

     

    Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício

    e cair verticalmente no vício

     

    Não é verdade rapaz? E amanhã há bola

    antes de haver cinema madame blanche e parola

     

    Que afinal o que importa não é haver gente com fome

    porque assim como assim ainda há muita genteque come

     

    Que afinal o que importa é não ter medo

    de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:

    Gerente! Este leite está azedo!

     

    Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo

    à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo

     

    No riso admirável de quem sabe e gosta

    ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

     

              – Mário Cesariny de Vasconcelos

     

    ( * ) sobre o poeta

    http://en.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Cesariny_de_Vasconcelos

    http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Cesariny

    eis o que uma comentarista, Ana, nos ajuda numa, entre outras, possível interpretação deste poema e sobre alguns termos em http://cesariny.blogs.sapo.pt/3535.html

  5. Porque Aécio não vai renunciar antes do primeiro turno

    Porque é no intervalo entre o primeiro e o segundo turno, depois de contabilizados os votos que “darão” a vitória à Marina , que o PSDB poderá chantagear mais ou menos a candidata por ministérios e cargos no segundo e terceiro escalões. Quanto mais votos o Aécio Neves tiver no primeiro turno, maior será o número de “melhores” do PSDB que farão parte de um eventual governo Marina. Claro que também entrarão na jogada os Malafaias da vida e a Neca do Itaú. Esta última, se não ocupar um ministério, poderá exigir da Marina 2 ou 3 deles. Ou vocês acham que o investimento do Itaú na Marina é a fundo perdido?

    Portanto, é no intervalo entre o primeiro e segundo turno que o toma-lá-dá-cá vai funcionar a todo o vapor.

  6. Uma boa teoria da conspiração!

    No portal da Globo há uma notícia extremamente preocupante, o incêndio de capelas no interior de Minas .

    http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/09/casos-de-capelas-incendiadas-e-cruzes-de-sal-grosso-sao-apurados.html

    A polícia está investigando com a hipótese de crime de intolerância religiosa e o desdobramento ninguém sabe o que pode ocorrer.

     

    Pode ser tanto um crime de intolerância religiosa como também algo bem pior do que isto, uma forma de aumentar mais ainda a intolerância entre religiões e assoprar a brasa da ignorância.

     

    Isto pode ter motivos políticos que escapam da nossa capacidade de determinar as origens, mas como sempre tenho tendência de teorias conspiratórias vou montar uma bem mais sofisticada.

     

    Imagine um país distante que não está satisfeito com o alinhamento do Brasil com os Brics, imagine que este país viu que incentivar manifestações não foi o suficiente para barrar o governo brasileiro de Dilma.

     

    O que podem fazer?

     

    O avião do candidato de um partido em que a vice é uma representante de uma minoria religiosa que é conhecida por sua intolerância cai por “providência divina”. Esta candidata a vice passa a candidata a presidente da república. Ao mesmo tempo no meio de uma comunidade atrasada começam a queimar pequenas capelas com imagens de santos, uma verdadeira heresia para esta comunidade intransigente. Porém apesar da intransigência desta comunidade não são eles que estão provocando os incêndios, mas os mesmos da “providência divina”.

     

    Depois de algumas igrejas queimadas, queimam-se alguns locais de culto de outras religiões, começam algumas richas locais que podem por “providência divina” causar a morte de alguém, sucedendo alguns conflitos que serão acalmados pela polícia local.

     

    Seguido este evento, que deixa marcas nas comunidades religiosas, começam em outro lado e algum tempo depois algo semelhante, e a merda está feita, começamos algo que nunca se sabe como termina.

     

    É uma boa teoria da conspiração, mas é algo tremendamente infactível com 0,1% de probabilidade, mas se este 0,1% ocorrer é realmente um enorme problema.

     

  7. Abençoados Aproveitadores e Oportunistas

    IGREJA CATÓLICA ENSAIA APOIO À CANDIDATA EVANGÉLICA DO PSB

    Adesão aguardará o debate com os presidenciáveis na CNBB, no dia 16 de setembro

    NONATO VIEGAS | 31/08/2014

    Rio – Quem apostava que uma ‘guerra santa’ pudesse implodir a campanha da evangélica Marina Silva (PSB), perdeu. Setores da Igreja Católica — os mais conservadores e mais capilarizados, como a Renovação Carismática — trabalharão a favor da ex-senadora, após a desidratação do candidato do PSDB, Aécio Neves.

    Para isso, aguardam apenas o dia 16 de setembro, quando ocorrerá debate, entre oito presidenciáveis, promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo. Até lá, serão realizadas vigílias por todo o país para firmar a articulação.

    As relações de Marina com a Igreja vão além de missas protocolares | Foto:  Reprodução Vídeo

    A favor da ex-senadora, estão posições com as quais os dois lados compartilham: a rejeição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à descriminalização das drogas, às políticas que facilitem o aborto e ao uso de células-tronco embrionárias. Sobre os dois últimos temas, os candidatos serão provocados a se posicionar. 

    A rejeição ao PT abafará qualquer resistência ao fato de a candidata ser fiel da Igreja Assembleia de Deus. “Ela está evangélica, mas, antes, foi batizada na Igreja Católica e quase tornou-se freira”, justificou um deles, que também não acredita numa possível intolerância reliogiosa com a Igreja Católica, caso venha a ser eleita. “Ela mantém bom diálogo com bispos e padres. Alguns estão radiantes”, confirma.

    “Ninguém a vê como evangélica, justamente porque ela não tem utilizado a religião para fazer política, embora nunca tenha negado a fé em Deus”, observou outro padre carioca. 

    Cinco interlocutores próximos à CNBB concordam que, hoje, o grupo “realmente forte de doutrinação política” — expressão usada por dois deles — e com grande capacidade de mobilização dentro da Igreja é a Renovação Carismática. 

    Eles conseguem exercer certa pressão, inclusive, nos bispos ainda simpáticos ao PT, que nasceu a partir das Comunidades Eclesiais de Base, no fim da década de 1970. “Mesmo as pastorais, onde o petismo de certa forma ainda resiste, tem sua capacidade de articulação voltada mais para fora dos muros”, explica um interlocutor.

    O que poderia ser um choque entre as ideias da CNBB e Marina Silva, a defesa ou não da exposição de símbolos religiosos em locais públicos, não tem peso, na opinião do cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. O tema será proposto no debate e os evangélicos rejeitam os ‘santos’.

    “Ela sempre conviveu bem com isso e pode utilizar o argumento católico de estado laico. Não será problema”, garante o professor, ressaltando que oficialmente os bispos não declararão voto a nenhum dos candidatos. “Mas internamente, a postura é outra”, ressalta. 

    Se eleita, Marina será a primeira evangélica a assumir a Presidência. O general Ernesto Geisel, luterano, era protestante. Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, ateus. Lula e os outros, católicos.

    “Nós não recuamos”

    O candidato a vice na chapa de Marina Silva, deputado federal Beto Albuquerque (PSB), afirmou ontem em Porto Alegre que a coordenação de campanha da candidata errou ao incluir no programa de governo a defesa de projetos de leis que estão em tramitação no Congresso.

    “O equívoco foi assumir compromissos com projetos de lei, o que é uma invasão de competência. Não há recuo nos nossos compromissos com o movimento LGBT”, disse o deputado, referindo-se às mudanças no texto original do programa de governo sobre o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

    “O desatino da coordenação foi estabelecer compromisso com aquilo que só o Parlamento pode fazer, seja por projeto de lei ou emenda constitucional. Isso não é atribuição do Executivo”, afirmou.

    FONTE:

    http://odia.ig.com.br/eleicoes2014/2014-08-31/igreja-catolica-ensaia-apoio-a-candidata-evangelica-do-psb.html

     

  8. Financiadores de Marina tem fichas prá lá de sujas

    Financiadores de Marina têm acusações que vão de sonegação fiscal a assassinato

    Marina_Neca03

    Via Poços 10

    Natura, Copersucar, Banco Safra, Itaú, Construtora Andrade Gutierrez, Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A., Arosuco Aromas e Sucos (Grupo Ambev), JBS S.A. figuram como as maiores doadoras da campanha de Marina Silva. Entre pessoas físicas e jurídicas, se fizeram presentes na arrecadação da candidata, de acordo com a primeira parcial da prestação de contas eleitorais, divulgada quando Eduardo Campos ainda era vivo.

    Neste ano, dos R$8,2 milhões arrecadados até agora pela campanha à presidência do então candidato Eduardo Campos, 81,5% foram provenientes de tais doadores. O percentual equivale a R$6,4 milhões.

    O co-presidente da Natura e dono de 25% das ações da empresa, o candidato a vice-presidente pelo PV em 2010 Guilherme Leal doou R$11,8 milhões para toda a campanha. Até a divulgação da primeira parcial, que ocorre sempre a dois meses antes da eleição, o empresário havia fornecido R$6,3 milhões. Para a campanha de Campos, a doação foi significativamente menor, de apenas R$400 mil. O movimento contrário também é encontrado.

    A empresa Copersucar, de comercialização de açúcar e etanol com proposta sustentável, destinou R$1 milhão logo no primeiro mês para a campanha de Campos, enquanto, para Marina, nas eleições passadas, concedeu apenas um total de R$250 mil.

    Já a socióloga e empresária Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras do Itaú/Unibanco e amiga pessoal de Marina, também é uma doadora em comum nas campanhas. Ela doou R$573,3 mil em 2010. O montante foi reduzido para R$200 mil com Campos encabeçando a chapa.

    A construtora Andrade Gutierrez foi outra que, a princípio, diminuiu as fichas na campanha de 2014. Para a possibilidade de Marina Silva presidente R$1 milhão foi doado durante todo o período eleitoral. Neste ano, o valor da primeira parcial já mostra doação de R$800 mil.

    A Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. destinou R$1 milhão para a campanha com o pessebista na disputa da presidência. Em 2010, empresa do mesmo grupo, Cosan S.A. Industria e Comércio, somou R$250 mil em doações.

    Quando registraram candidaturas, em respectivas épocas, Marina limitou seus gastos de campanha para presidente em R$90 milhões em 2010. Já Campos, quando concorrente destas eleições com Marina de vice, previu um gasto de R$150 milhões.

    Faremos uma pequena investigação sobre estes grandes doadores da campanha de Marina Silva, encabeçada pelo discurso de “nova política”. As empresas têm acusações que vão de sonegação, trabalho escravo e assassinato.

    Neca Setúbal (Itaú) doou R$200 Mil

    A sonegação fiscal é crime contra a ordem tributária definido pela Lei nº. 8.137/90. No Brasil, todos os anos, pequenos empresários, comerciantes e cidadãos comuns são processados e presos por não declarar rendimentos. Mas quando o assunto é banqueiro aí ninguém vai preso. O Itaú Unibanco, maior instituição financeira privada do país, foi autuado pela Receita Federal a pagar R$18,7 bilhões referentes a impostos, contribuições e multas que a empresa deixou de recolher na operação de fusão do Itaú com o Unibanco, em 2008.

    Leal (Natura) doou R$400 mil

    A Natura, de Guilherme Leal, que foi o vice da chapa de Marina Silva à Presidência em 2010, foi autuada pela Receita Federal, com a exigência de pagamento de diferenças de R$627,8 milhões, por impostos alegadamente não recolhidos por uma controlada.

    A Arosuco (Ambev) doou R$1,5 milhão

    Ela pertence à Ambev do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann. Ele comprou a sorveteria Diletto de Verônica Serra, filha de José Serra, por 17 vezes o faturamento de uma sorveteria sem lucratividade estimada. Ele também foi investigado por um buraco de US$200 milhões nas contas do Banco Garantia.

    JBS doou R$1 milhão

    O dono da JBS, Joesley Batista, também um dos homens mais ricos do Brasil, é acusado de sonegação fiscal e empréstimos cruzados. Além disso, a Polícia Federal o investiga por evasão de divisas e de financiar “caixa 2″ de campanha político-partidária.

    Copersucar doou R$1 milhão

    Já os proprietários da Copersucar são a família Atalla do falecido empresário Jorge Wolney Atalla, um dos financiadores da Operação Bandeirantes, organismo repressivo que torturou e assassinou estudantes, líderes sindicais e vários oposicionistas ou suspeitos de fazerem oposição ao regime militar em sua fase mais dura, nos anos 60 e 70.

    Cosan doou R$1 milhão

    O nosso campeão do crime é o dono da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello, a segundo empresário mais rico do mundo em “energia verde”. Ele é acusado de fazer parte de um cartel para aumentar o preço de combustíveis. Além disso, ele está em outro inquérito por crime ambiental e contra o patrimônio genético. Por fim, ele é acusado de ter 28 escravos em sua fazenda no Pará.

    Banco Safra doou R$1 milhão

    Uma das empresas investigadas na compra do jato Cessna Citation 560 XLS, que caiu matando o candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, e outras seis pessoas, a Bandeirantes Companhia de Pneus Ltda. A Bandeirantes foi criada em 2004, em Jaboatão dos Guararapes (PE) e funciona em um galpão de médio porte. A Policia Federal localizou uma movimentação de importação financiada registrada pelo Banco Central, em dezembro de 2010, de US$1,4 milhão, via banco Ilhas Cayman e Banco Safra.

    http://pocos10.com.br/?p=13165#sthash.HHt2ILQH.dpufhttp://pocos10.com.br/?p=13165

    1. TODO O PODER AOS SONEGADORES

      O que mais prejudica o Brasil, a corrupção ou a sonegação?

      Estimativas confiáveis indicam que a corrupção desvia algo como 13 por cento do montante arrecadado de impostos no país. Já a sonegação chupa 30 por cento!

      Duvida? Confira aqui: http://www.quantocustaobrasil.com.br/

      (Site do SinProFaz).

      Impostos são indispensáveis para prover serviços públicos de qualidade. Saúde, educação, mobilidade pública… O dinheiro que paga tudo isso vem dos impostos!

      No Brasil, porém, a maior parte dos impostos é paga pelos pobres.

      Pobre tem seus impostos descontados direto na folha de pagamento, ou somados nos preços dos bens e serviços que consome.

      Como não pode deixar de comer, pagar conta de luz ou passagem de ônibus, pobre não tem como fugir dos impostos.

      Já os ricos pagam menos. Sonegam o máximo que podem. E se vangloriam de sonegar.

      Marina Silva tem como principal mentora a herdeira de um banco autuado por sonegação bilionária.

      Atentem para a mensagem implícita nesse detalhe.

      Significa sinal verde para a sonegação praticada pelos ricos. Todo o poder aos sonegadores!

      Como pode um candidato comprometer-se com saúde e educação gratuitas, públicas, de qualidade, e apresentar-se publicamente como discípula de uma banqueira condenada por sonegação bilionária?

      (“Ela é uma e-du-ca-do-ra!”, pontificou Marina. Boa educadora: a presidenciável aprendeu a lição direitinho.)

      Quanto à corrupção, basta investigar a história do avião que servia à campanha da chapa de Marina para ver como ela também “fecha os olhos” às falcatruas dos aliados.

      Vote Marina e receba de brinde: licença aos ricos para sonegar; licença aos amigos para desviar verbas públicas. E mais: recessão, apagão, desemprego e arrocho salarial.

    1. Boulos: o porquê da Reforma Política

      Outras Palavras

      http://outraspalavras.net/brasil/o-porque-da-reforma-politica/

       

      É cômodo condenar corrupção ou mesmo dizer que políticos “não nos representam”. Porém, para construir democracia real exige-se um passo a mais

       

      Por Guilherme Boulos

      Se há um tema que não sai da pauta nacional é a corrupção. Escândalos se sucedem e bodes expiatórios são criados um após outro para acalmar os ânimos. A mídia denuncia, o público pede cabeças e vez ou outra alguma vai para a guilhotina. Nesse circo contínuo se alimenta a descrença do povo na política institucional.

      Descrença, é verdade, que tem bases legítimas na história e no caráter do Estado brasileiro. Mas o viés que tem assumido leva a caminhos perigosos. “Militares no poder!”, “Varre vassourinha!”, “Vamos acabar com essa desordem!”. O discurso que tem se fortalecido é o da direita. Não se pode nunca esquecer que a Marcha da Família com Deus, que preparou o golpe militar de 64, tinha o combate à corrupção como lema.

      Isso porque a roda das denúncias midiáticas gira em falso. A corrupção é mostrada no varejo, mas pouco se fala do atacado. A estrutura carcomida do sistema político brasileiro não entra em questão. Acreditar que o vereador ou o deputado que recebe propina é o grande agente da corrupção beira o ridículo. São apenas os varejistas, atores coadjuvantes do processo.

      É a mesma lógica de atribuir o problema do narcotráfico ao “aviãozinho” da boca de fumo. O saldo e o mando do negócio milionário das drogas estão bem longe dali. O vereador corrupto é nada mais que o “aviãozinho” do sistema político. Obviamente não é nenhum coitado e merece ser enxotado da vida pública.

      Mas a corrupção no atacado é o verdadeiro problema. Estamos falando da apropriação do Estado pelos interesses de uma elite patrimonialista. A captura dos recursos públicos está aí. A burguesia brasileira pede um Estado mínimo e enxuto para o povo, mas desde sempre teve para si um Estado máximo. Privatizar os lucros e socializar o prejuízo, esta é sua diretriz.

      Hoje a principal demonstração dessa captura do Estado é o financiamento privado de campanhas eleitorais. É o genuíno berço da corrupção no Brasil.

      O mecanismo é simples e vicioso: uma grande empresa, com interesses em algum filão do Estado, financia as campanhas eleitorais dos principais candidatos. O vencedor, por ter sido financiado e desejando novo financiamento dali a 4 anos, favorece os interesses da empresa. Esta, por sua vez, renova suas “doações” nas eleições seguintes. E assim caminha a vida política brasileira.

      Os benefícios que a empresa financiadora pode ter são variados. Favorecimento em licitações, aportes complementares que viabilizem o superfaturamento de obras públicas, rolagem de dívidas milionárias com o Estado ou os bancos públicos, etc. Tem negócio para todos os gostos.

      Não à toa que os principais “doadores” de campanha eleitoral no país são as empreiteiras, que também são o setor mais acionado para obras públicas.

      Recentemente o UOL publicou um levantamento que mostra que dos 10 maiores financiadores privados de campanha, 7 estão sendo investigados por corrupção. E aí é no atacado: as cifras são de dezenas ou centenas de milhões, quando não de bilhões de reais.

      Vamos dar nome aos bois. A Camargo Correia, líder no financiamento eleitoral em 2010, é investigada por desvios de R$29 milhões na Refinaria de Abreu e Lima. Nesta mesma obra, a Galvão Engenharia é investigada pela bagatela de R$70 milhões. A Andrade Gutierrez, vice-líder em 2010, é alvo do TCU por superfaturamento de R$ 86 milhões na Arena Amazônia, além de ser investigada pela participação no cartel fraudulento das licitações do metrô de São Paulo. A JBS Friboi, maior frigorífico do mundo, é objeto de inquérito por fraude em precatórios que pode chegar a R$3,5 bilhões.

      O conluio entre grandes empresas, partidos e candidatos é o maior câncer da política brasileira. O legítimo pai da corrupção. No Congresso Nacional este jogo de interesses é escancarado. Dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) mostram que quase 50% dos deputados eleitos em 2010 compõem a chamada bancada empresarial.

      É por isso que o Brasil precisa urgentemente de uma Reforma Política. Ficar no sofá ou nas redes sociais reclamando da corrupção pode até ter serventia psicológica para quem o faz, mas não tem qualquer conseqüência prática.

      Defender uma Reforma Política ampla pautada no fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, na revogabilidade dos mandatos e no fortalecimento dos mecanismos de participação popular é apenas dar coerência ao repúdio à corrupção e aos corruptos na política brasileira.

      Na próxima semana, de 1 a 7 de setembro, será realizado em várias partes do país um Plebiscito Popular por uma Constituinte do sistema político, organizado por dezenas de entidades sociais. O objetivo é ampliar o debate popular entorno do tema da Reforma Política.

      As soluções só podem vir de iniciativas populares. Afinal, não se pode esperar que o Congresso Nacional, verdadeiro balcão de negócios de interesses privados, faça ele próprio uma Reforma Política que liquide com seus privilégios patrimonialistas.

      Guilherme Boulos é integrante da coordenação nacional do MTST

       

    2. A reforma política e a nova política proposta pelas ruas

      Rede Brasil Atual

      http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/padrao-brasil/a-reforma-politica-e-a-nova-politica-proposta-pelas-ruas-2047.html

      José Antonio Moroni, membro do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), fala sobre a reforma que o Brasil necessita para ampliar a democracia e a participação popular

       

      Em julho de 2013, no auge das manifestações que varreram o país, a presidência da República propôs um pacto pela reforma política, que contemplava a convocação de um plebiscito para formação de uma constituinte sobre o tema. Rapidamente, o Congresso engavetou a proposta. Desde então, movimentos sociais, centrais sindicais e entidades da sociedade civil e partidos progressistas engajaram-se na realização de um plebiscito popular, que ocorre durante toda esta semana, até domingo (7), em todo o país. O objetivo é coletar assinatura para fazer a proposição ao Congresso da convocação de uma constituinte exclusiva e soberana para a reforma política.

      O blog Padrão Brasil entrevistou o filósofo e historiador José Antonio Moroni, membro do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e da Plataforma Política Social para tratar do tema. Moroni fala sobre a reforma política que o Brasil necessita para ampliar a democracia, a participação popular e iniciar o caminho de resgate da confiança da sociedade na política e no público

       

      A reforma política é tema recorrente na vida política brasileira. Tanto partidos de direita quantos os de esquerda reconhecem sua necessidade. Por que o Brasil necessita de uma reforma política?

      Na verdade, o Brasil nunca teve uma reforma do sistema político. Uma reforma que vá além das questões eleitorais. Uma reforma que possibilitasse o exercício da soberania popular. Temos ainda um sistema político todo centrado no poder da representação e não no poder popular. Temos um sistema político voltado para atender aos interesses do dinheiro e somente depois atender aos interesses da população. Em outras palavras, falar em reforma do sistema político é falar de uma nova forma do exercício do poder, uma nova forma de se pensar e fazer política com novos instrumentos e novos sujeitos.

      Qual a grande dificuldade de realizá-la?

      Primeiramente, numa questão tão central para a vida da sociedade é normal que o processo para consensuar seja um caminho demorado, tenso e com incertezas. Sabe-se o que não se quer, mas ainda não temos uma maioria significativa dizendo para onde devemos ir. Outra questão é que o lugar onde estes debates deveriam ser canalizados é o parlamento, e o nosso, além de ser uma instituição desacreditada diante da opinião pública, está totalmente voltado para a suas questões e disputas internas. É aquela lógica institucional onde basta a instituição existir para se justificar. E não é assim. Em terceiro, é que quem foi eleito e, portanto, está no parlamento, sabe muito bem como manejar este sistema e, portanto, não quer mudanças significativas que possam colocar em xeque o seu poder. Mas temos um grupo minoritário de parlamentares atentos a tudo isso e querendo e propondo mudanças junto com várias organizações e movimentos da sociedade.

      Quais princípios devem sem ser considerados fundamentais nas discussões por uma reforma?

      Precisamos pensar os princípios democráticos que devem nortear uma verdadeira reforma política, portando uma nova institucionalidade. Os princípios devem ser da igualdade, da diversidade, da justiça, da liberdade, da participação, da transparência e do controle social. Como estes princípios podem e têm diferentes significados precisamos definir do que estamos falando quando defendemos estes princípios:

      Igualdade: equilíbrio de direitos e responsabilidades entre os cidadãos, respeitando as diversidades. Opõe-se às disparidades de renda, de posse de terra, de acesso à saúde, de acesso à educação, de acesso aos espaços de decisão, de representação política, de acesso ao comércio internacional entre os países, de apropriação da riqueza produzida nas relações de trabalho, entre outras.

      Diversidade: distinções dadas por aspectos de gênero, geracional, raça/cor, etnia, orientação sexual, pessoa com deficiência, entre outros. Diz respeito também aos diferentes espaços geográficos onde as populações se organizam (áreas urbana e rural, comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, indígenas) e às distintas atividades econômicas praticadas (extrativista, artesanal, agricultura familiar, atividade pesqueira, industrial). O conceito de diversidade não se opõe ao de igualdade, pois a igualdade busca respeitar as diversidades.

      Justiça: Defesa dos Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCAs), buscando restaurar os direitos ameaçados e garantir a implementação dos direitos não reconhecidos ou criação de novos direitos. Tem como orientação posicionar-se contra práticas que beneficiam o interesse privado em detrimento do interesse público (entre essas, o clientelismo, o patrimonialismo, o nepotismo, a corrupção, o preconceito, as discriminações). Observar o sistema democrático, a forma de governo republicana e o Estado de Direito, combatendo todas as formas de desigualdades e injustiças.

      Liberdade: princípio que prevê a livre expressão, movimentação, atividade política e de organização dos cidadãos. Orienta o cidadão a expressar-se e a atuar politicamente em defesa de valores democráticos, como a igualdade e os direitos humanos; contestar e atuar politicamente contra situações de desigualdades sociais, políticas, jurídicas e econômicas. O principio da liberdade pressupõe a livre organização partidária e da sociedade, assim como os diferentes grupos terem os mesmos instrumentos de divulgação de suas ideias.

      Participação: atuação da sociedade civil do campo democrático (movimentos sociais, organizações) nos espaços públicos de decisão. Deve ocorrer, preferencialmente, por meio da institucionalização de mecanismos de democracia participativa e direta, inclusive, na elaboração, deliberação, implementação, monitoramento e avaliação das políticas públicas. É também um processo de aprendizado na medida em que qualifica a intervenção de cidadãos para a atuação nos espaços públicos de decisão.

      Transparência: acesso universal às informações públicas, por meio da disponibilidade inteligível ao conjunto da população. Inclui também a divulgação ampla, permanente e imparcial das decisões públicas, sejam oriundas da burocracia ou dos representantes eleitos/nomeados. É uma postura ética que se espera do poder público. A transparência e o acesso às informações públicas fazem parte da defesa pelo direito humano à comunicação.

      Controle social: monitoramento do Estado por parte da sociedade civil que atua no campo democrático, entre os quais, os movimentos sociais, visando ao controle das ações governamentais. A qualidade do controle social pressupõe a transparência e o acesso às informações públicas. O controle social visa à defesa e à implementação de políticas públicas que respeitem o conceito de igualdade, universalidade, diversidade, justiça e liberdade.

      Os movimentos sociais e entidades ligadas a direitos sociais, democracia e cidadania se reorganizaram para defender uma reforma política ampla, democrática e participativa. O que isso significa?

      Significa primeiramente dizer que não defendemos apenas uma reforma eleitoral, defendemos uma reforma do sistema político que passa pela questão da representação, mas vai muito mais além. Significa repensarmos as formas e instrumentos de exercício de poder e os grupos que são reconhecidos ou não no exercício deste mesmo poder. Significa uma reforma que tenho como norte os princípios colocados acima. Isso revolucionaria o nosso sistema político, pois sairemos de um sistema elitista para poucos para um sistema político alicerçado na soberania popular.

      Qual a diferença entre reforma eleitoral e uma reforma política?

      A reforma eleitoral toca em alguns aspectos da democracia representativa, principalmente as normas que dizem respeito ao processo eleitoral. É uma reforma que reorganiza o processo eleitoral. Precisamos disso, mas precisamos ir além. Precisamos de uma reforma do nosso sistema político que repense o exercício do poder, sua institucionalidade e principalmente os sujeitos reconhecidos ou não para este exercício. Numa sociedade estruturada na desigualdade como a nossa, esta mesma desigualdade esta refletida nos espaços de poder. Ao mesmo tempo em que ele reflete a desigualdade é também instrumento desta mesma desigualdade. Portanto, pensar numa reforma do sistema político é colocar no centro do debate a desigualdade.

      Quem deve fazer uma reforma que de fato devolva o poder ao povo dentro dos preceitos democráticos? Quem tem força de tirar das mãos do poder econômico o comando da política nacional?

      Na nossa atual institucionalidade, quem tem o poder pra fazer isso é o parlamento e este já deu provas que não vai fazer por conta própria. Precisa ter muita pressão popular para que o parlamento se mova. Se mesmo com mobilização o parlamento se negue a fazer, o povo deve fazer e o instrumento para isso é a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva e soberana, e que não se delegue ao parlamento para fazer a reforma. Temos dois caminhos, ou o parlamento assume sua responsabilidade ou o povo vai fazer. Sobre “libertar a política” do poder econômico, isso é mais que urgente. E aqui vale o registro, não apenas tirar o poder econômico do processo eleitoral, isso é importante e fundamental, mas queremos tirar o poder econômico como nortear das decisões públicas, dos desenhos e dos formatos das políticas públicas, pois só assim, teremos um Estado voltado para os interesses das maiorias e não um Estado privatizado e sequestrado pelos interesses das elites econômicas, políticas, sociais e culturais.

      Por que a reforma política é tão importante para o avanço de outras discussões que contribuem com a consolidação da democracia brasileira?

      Não tem como enfrentar determinados “nós” da nossa democracia com o atual sistema político. Não vamos enfrentar o machismo, o sexismo, a homofobia, o racismo, o patrimonialismo, etc com o atual sistema político. Ele é o espelho destes “nós” e ao mesmo tempo é fonte perpetuador destes “nós”. Portanto, para avançarmos nos processos democráticos, somente com uma profunda reforma do sistema político. Sem isso, vamos ficar eternamente marcando passo e não saindo do lugar.

      O modelo de financiamento público empobrece o país ou causa danos sociais que justifiquem a oposição de parte da mídia, do empresariado e dos políticos?

      Uma das discussões que precisamos fazer é sobre o financiamento dos nossos processos democráticos. Hoje temos o pior sistema, pois combina recursos públicos (não transparentes e sem controle social) com recursos privados. Este é um mecanismo poderoso de se manter as coisas como estão, pois quem financia depois apresenta a conta. Esta apresentação da conta vem através de obras superfaturadas, políticas públicas para atender a interesses de grupos econômicos, corrupção etc. A questão do financiamento tem o aspecto de enfrentar o poder econômico e a corrupção, mas tem uma questão de fundo, que é a questão democrática. Os diversos grupos que disputam espaços de poder precisam ter uma igualdade maior nesta disputa. O financiamento privado desequilibra este jogo e favorece quem já tem poder.

      Essa reforma seria suficiente para fortalecer a democracia participativa e direta no Brasil?

      Nós, da Plataforma dos Movimentos Sociais Pela Reforma do Sistema Político, defendemos que uma verdadeira reforma do sistema político deve começar por cinco grandes eixos. Fortalecimento da democracia direta e participativa, aperfeiçoamento da democracia representativa, democratização da informação e da comunicação e democratização do sistema de justiça. Uma verdadeira democracia combina, de forma equilibrada o poder da representação com instrumentos de democracia direta e participativa. A constituição de 1988 criou três instrumentos de democracia direta, plebiscito, referendo e iniciativa popular. Mas o uso desses instrumentos são limitados em função de amarras que foram impostas. Por exemplo, só o parlamento pode convocar plebiscitos e referendos. A iniciativa popular que é a apresentação de projetos de leis por parte da sociedade precisa ter 1.500.000 assinaturas, sendo que para formar um partido político, 430 mil. É uma distorção completa. Isso precisa ser mudado numa reforma, pois, além de equilibrar o poder da representação, cria mecanismos de expressão da soberania popular além do voto.

      Democratizar a informação e a comunicação está na pauta das discussões por uma reforma política?

      Com certeza. Isso é fundamental. Temos oito famílias que dominam a comunicação no Brasil. Não temos diversidade alguma de fontes e de opinião na grande imprensa. É a ditadura do pensamento único que vivemos. Os diferentes grupos precisam ter os mesmos instrumentos para poder expressar as suas ideias e assim disputar a sociedade e os significados dos fatos. Sem isso, não existe democracia. É necessário ter um equilíbrio entre o sistema público, estatal e privado dos meios de comunicação. Público, que é da sociedade, estatal, que é do Estado, e privado, que é das empresas. No mínimo, ter um equilíbrio entre os três e não como é hoje, com predominância total do sistema privado.

      Historicamente sempre saímos de um período histórico para outro por meio da conciliação. É possível tornar realidade uma reforma como essa de modo que não tenhamos apenas um arremedo de mudança?

      Isso vai depender da correlação de forças. Mas uma coisa é certa: muitas das mazelas que vivemos tem relação com a opção da não ruptura e sim pela conciliação. Basta ver como saímos da escravidão e da ditadura militar, para dar exemplos. Saímos da escravidão por um decreto e onde os escravos foram simplesmente jogados a própria sorte, isso ocasiona o racismo que temos hoje, os indicadores sociais em relação à população negra. No caso da ditadura esta opção pela conciliação gerou um sistema político que conserva na sua essência o sistema da ditadura militar. Tem-se a sensação que sempre ficamos no meio do caminho. Precisamos completar o caminho.

      Vivemos um profundo descontentamento da sociedade com os políticos e com a política. Uma reforma tem força para resgatar o vigor da vida política e a crença nos partidos?

      Depende da reforma que for feita. Se for uma reforma que deixe tudo igual ela somente vai aprofundar este descontentamento. Mas se for uma reforma que atende aos anseios da população e que o povo se veja nela, podemos sim iniciar um longo caminho de resgate do valor da política e do público.

      É possível, mesmo com uma reforma, esperar mudanças profundas e necessárias para o país se os mesmos políticos continuarem a exercer o poder?

      Não, não é possível. Por isso, colocamos na agenda a questão dos sujeitos. Temos um poder branco, masculino, proprietário, cristão e hetero. O povo não se sente representado por este poder e nunca vai se sentir. Precisamos enfrentar a questão da sub-representação de determinados grupos nos espaços de poder. Não podemos aceitar um parlamento que tenha 9% de mulheres, 8% de representantes negros, sem nenhum indígena, praticamente sem representação da população homoafetiva, da juventude, das pessoas com deficiência, das populações das periferias urbanas, da população camponesa. Se a reforma não for capaz de criar mecanismos de acesso aos espaços de poder desses grupos, vamos mudar para não mudar. Daí não dá.

      José Antônio Moroni integra ainda a coordenação do Fórum Brasil do Orçamento (FBO) e do (Fórum Nacional de Participação Popular (FNPP), a plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político, e é conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)

       

  9.  
    Bienal de Arte de São Paulo

     

    Bienal de Arte de São Paulo não terá mais o apoio de Israel

     

     

    Reprodução

    Instituição que organiza o evento acatou o repúdio de 55 artistas de diversas nacionalidades; informação foi publicada pelo artista plástico, arquiteto e escritor libanês Tony Chakar

     

    01/09/2014

     

    José Francisco Neto

    Da Redação

    A Fundação Bienal de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (01) que não irá mais aceitar o apoio e financiamento de Israel à 31ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, que terá sua abertura na próxima sexta-feira (6). A decisão foi tomada após um grupo formado por 55 artistas lançar uma carta de repúdio ao apoio israelense ao evento.

    A informação foi publicada pelo artista plástico, arquiteto e escritor libanês Tony Chakar, o mesmo que divulgou em sua página oficial do Facebook o manifesto de repúdio na semana passada.

    “A grande maioria dos artistas desse evento não apenas mostrou que tem agência ao demandar transparência referente ao financiamento de eventos culturais, mas também levantou a questão fundamental de como o financiamento pode comprometer e minar seu trabalho. Além disso, a luta por autodeterminação do povo palestino se reflete nos trabalhos de muitos artistas e participantes da Bienal, envolvidos com direitos humanos e lutas populares em escala global. A opressão de um é a opressão de todos”, diz trecho da carta lançada nesta segunda.

    Henrique Sanchez, membro do Movimento Palestina para Tod@s (Mop@t), formado por ativistas da causa palestina que atua no Brasil desde 2008, avaliou que a desvinculação do apoio de Israel à Bienal foi uma importante vitória do movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) em relação à solidariedade ao povo palestino.

    “Foi uma importante vitória no sentido de se contrapor à normalização cultural do Estado israelense e suas inúmeras violações do direito internacional. Abre também precedentes para a construção de amplas ações, iniciativas e campanhas de boicote cultural no Brasil”, diz.

    Confira a íntegra da carta lançada hoje (01)

    ARTISTAS DA BIENAL DE SÃO PAULO SE DISSOCIAM DO FINANCIAMENTO DE ISRAEL

     

    Nós, a maioria dos artistas e participantes da 31ª Bienal de São Paulo, que nos opusemos a qualquer associação de nossos trabalhos com o financiamento do Estado de Israel, tivemos, hoje, nosso apelo ouvido pela Fundação Bienal de São Paulo. Há uma semana fomos confrontados com o fato de que o Estado de Israel figura como um dos financiadores da exposição como um todo, o que, para a maioria de nós, é inaceitável.

     

    Após negociações coletivas, a Fundação Bienal de São Paulo se comprometeu a desassociar claramente o financiamento israelense do financiamento total da exposição. O logo do Consulado de Israel, que havia sido apresentado como patrocinador master do evento, agora será relacionado aos artistas israelenses que receberam aquele apoio financeiro específico. Essa transparência será aplicada a todos os financiamentos nacionais para artistas na Bienal.

     

    Nós, artistas e participantes da 31ª Bienal de São Paulo, recusamos apoiar a normalização das ocupações conduzidas continuamente por Israel na Palestina. Acreditamos que o apoio cultural do Estado de Israel contribui diretamente para manter, defender e limpar suas violações de leis internacionais e direitos humanos.

     

    Os artistas deste evento não apenas mostraram que têm organização ao demandar transparência referente ao financiamento de eventos culturais, mas também levantaram a questão fundamental de como o financiamento pode comprometer e minar a razão de existência de seus trabalhos.

     

    A luta por autodeterminação do povo palestino se reflete nos trabalhos de muitos artistas e participantes da Bienal, envolvidos com direitos humanos e lutas populares em escala global. A opressão de um é a opressão de todos.

     

    http://www.brasildefato.com.br/node/29688

     

  10. GLBT: Uma fala esclarecedora de Marta Suplicy

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=J_hTo98_OHc%5D

    Pronunciamento da senadora Marta Suplicy (PT-SP) no encerramento da sessão da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que discutiu o projeto de lei da Câmara 122, de 2006, no dia 8/12/2011. O PLC 122, que criminaliza a homofobia, é relatado na CDH pela senadora

  11. As discretas invasões da

    As discretas invasões da burguesia

     

    Por Guilherme Boulos

     

     

    Uma das seis magníficas piscinas do Clube Pinheiros, onde título de sócio custa cerca de R$ 100 mil. Revista Época considerou-o "o melhor de S.Paulo", mas não informou que ocupa irregularmente área pública

    Uma das seis magníficas piscinas do Clube Pinheiros, onde título de sócio custa cerca de R$ 100 mil. Revista Época considerou-o “o melhor de S.Paulo”, mas omitiu que ocupa irregularmente área pública

    Clubes seletos. Bancos. Faculdades privadas. Associação de Magistrados. Em S.Paulo, organizações privadas surrupiam áreas públicas, mas mídia silencia e governador tolera

    Por Guilherme Boulos

    Não vamos falar aqui de Pedro Álvares Cabral, muito embora a origem das escrituras de imóveis privados sobre áreas públicas esteja nas capitanias hereditárias dos portugueses. Já faz muito tempo e ninguém mais se interessa pelo assunto.

    O que gera furor é quando os sem-teto descamisados ocupam áreas ou edifícios ociosos para poderem ali morar. É um ataque ao direito e à lei. Onde já se viu, invadir o que é dos outros? Forma-se então uma “Santa Aliança” entre promotores, o Judiciário e políticos de plantão em defesa do Direito à Propriedade.

    “Invadiu, tem que ‘desinvadir’!”, disse certa vez o governador de São Paulo para delírio da elite paulista.

     

    Pois bem, é preciso ser coerente. Invadiu, tem que “desinvadir”? Vamos lá. Apenas na cidade de São Paulo, as áreas públicas invadidas ou com concessão de uso irregular para a iniciativa privada representam mais de R$600 milhões de prejuízo anual para o poder público. A CPI das áreas públicas de 2001 mostrou que as 40 maiores invasões privadas representavam na época 731 mil m² de área.

    E quem são os invasores?

    Comecemos pelo setor de divertimentos. Os clubes Pinheiros, Ipê, Espéria, Paineiras do Morumby e Alto de Pinheiros estão total ou parcialmente em áreas públicas e com cessão de uso irregular. Invadiu, tem que “desinvadir”! Cadê a bomba de gás na piscina do Morumbi?

    Ah sim, isso sem falar no Clube Círculo Militar de São Paulo e no Clube dos Oficiais da Polícia Militar. E aí, quem topa despejar?

    E os shoppings então… Os shoppings Continental, Eldorado e Center Norte invadiram expressamente áreas públicas, especialmente em suas zonas de estacionamento. No caso do Center Norte, o abuso é gritante. A invasão foi legitimada pelo Judiciário, o que segundo o Relatório da CPI configurou uma “decisão inusitada, inédita e revestida de ilegalidades que prejudicam o Município”.

    Ué, o Judiciário legitimou invasão?! Cadê o direito à propriedade? No caso, ainda mais grave, trata-se de propriedade pública.

    Compreensível, na medida em que a Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis) está sediada numa área pública, com irregularidades na cessão de uso, no bairro nobre do Ibirapuera. E aí, não vai ter bala de borracha nos ilustríssimos juízes?

    Querem mais? As agências do Bradesco na praça Panamericana e no Butantã invadiram áreas públicas em seus empreendimentos. O mercado Pão de Açucar, na mesma praça Panamericana, e o Extra da Avenida Jucelino Kubitschek fizeram o mesmo. Assim como as faculdades privadas Unisa e Unip Anchieta.

    Por sua vez, o Itaú Seguros e a Colgate-Palmolive foram denunciados pela CPI de 2001 por concessão de uso irregular de áreas públicas.

    Outro caso escandaloso é o da Casa de Cultura de Israel, ao lado do metrô Sumaré. Não satisfeitos em invadir o território palestino, os israelenses resolveram também tomar área pública em São Paulo. Tiveram concessão de uso de área pública e não cumpriram com termos e prazos.

    E aí, Governador: Invadiu, tem que “desinvadir”! Cadê a tropa de choque para despejar essa turma toda?

    E ao Judiciário paulista – tão rápido em conceder liminar de reintegração de posse contra as ocupações de sem-teto – pergunta-se: onde está o mandado contra os clubes, os shoppings e os bancos?

    Neste momento, há mais de 25 ordens de despejo contra ocupações de sem-teto só no centro de São Paulo. Nas periferias são outras tantas. Várias foram cumpridas nas últimas semanas, normalmente com truculência policial, como a da Rua Aurora, quando o advogado Benedito Barbosa da Central de Movimentos Populares foi agredido e preso abusivamente.

    Também neste momento mais de 8 mil famílias sem-teto, de ocupações da região do Isidoro, em Belo Horizonte, estão à beira de serem jogadas violentamente na rua. A PM mineira está preparando uma operação de guerra, que poder vir a ter conseqüências trágicas nos próximos dias.

    E então? Querem defender o direito à propriedade acima do direito à vida? Defendam, mas sejam ao menos coerentes. Despejem primeiro os bancos, mercados, shoppings e clubes em áreas públicas para depois virem falar da legitimidade de despejar trabalhadores sem-teto.

     

    http://outraspalavras.net/destaques/quem-sao-mesmo-os-invasores/

  12. Artista de rua brasileiro

    Artista de rua brasileiro ganha exposição em Barcelona

     

    Redação em

    8 de agosto de 2014 às 20:04

    O blog Viagem em Pauta conversou com Fábio Oliveira, o Cranio, um dos melhores artista de rua do mundo

     

    O nome dele pode soar desconhecido para pedestres distraídos e apressados, mas que atire a primeira lata de spray quem nunca viu seus indiozinhos azulados dando uma colorida no cinza das ruas de São Paulo.

    Fotos: Divulgação

    Há três meses na Europa criando murais com seus famosos índios, Cranio abre neste sábado, 9 de agosto, sua exposição em Barcelona, Espanha.

    Ex-estudante de Letras, de onde vem seu nome artístico, o artista paulistano Cranio trocou as letras pela tinta e hoje é reconhecido pela mídia internacional como um dos melhores artistas de arte urbana.

    Bat”, obra do artista brasileiro Cranio

    A arte de rua agradece a escolha.

    Fábio Oliveira usa o cotidiano da metrópole como sua principal inspiração para essa nova série de trabalho como os problemas sociais, de infraestrutura e segurança.

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    Os índios aparecem mais uma vez em contraste com a obscura cidade representando a sociedade fortemente influenciada pela cultura norte americana, a política do pão e circo, presente na Copa do Mundo e o descaso com os mais pobres.

    “O índio é um personagem natural do Brasil que já estava aqui antes da gente”, explica Cranio em uma de suas entrevistas.

    “Mickey Cranio”, obra do artista brasileiro Cranio

    O evento em Barcelona é organizado pela Casa Verdí BCN e Zupi, e contará com música ao vivo e discotecagem de DJ’s.

    O blog Viagem em Pauta conversou com o artista hoje pela manhã e essas são as dicas exclusivas que Cranio deu para os leitores do site:

    Rasta, obra do artista brasileiro Cranio

    1. Costa Brava:  Entre um grafite e outro, o artista Cranio tem frequentado a região da Costa Brava, na província de Girona, Catalunha. “São várias praias maravilhosas, a uma hora de Barcelona”, afirma Cranio, quem esteve em Palamós, uma região conhecida pelas praias de areia fina, penhascos e geografia acidentada.

    Com uma costa de 214 quilômetros de extensão, a Costa Brava abriga atrações como praias (algumas delas certificadas com Bandeira Azul), as Islas Medes (arquipélago em pleno Mediterrâneo) e áreas verdes como o Parque Natural Cap de Creus e o Parque Natural Aiguamolls.

    2. Big Walls: Este projeto promovido pela plataforma de arte Rebobinart tem como proposta fazer intervenções em espaços de grandes escalas e abriga a maior concentração de street art de Barcelona.

    Cranio nos Big Walls de Barcelona

    Foi ali que Cranio pintou seu muro mais alto em toda a Europa, cujo trabalho pode ser visto ao lado de outros grafites, no bairro de Poblenou. Saiba mais 

    Sobre o artista
    Cranio, o nome artístico de Fábio Oliveira, cresceu na zona norte de São Paulo, região da cidade que ele considera sua maior influência.

    A partir de 1998, Fábio começou a cobrir o cinza dos muros com sprays, criatividade e bom humor.

    Sua marca registrada são os grafites de índios, ideia que nasceu da tentativa de encontrar um personagem com a cara do Brasil. Com um toque azul e uma linha marcante, a figura brasileira está sempre em situações engraçadas que roubam olhares e ainda instigam o observador a pensar sobre questões contemporâneas como consumismo, identidade e meio ambiente.

    O pintor catalão Salvador Dalí e desenhos animados são algumas das referências que Cranio guarda em mente.

    Confira abaixo o vídeo que o artista enviou, diretamente de Barcelona, para o Viagem em Pauta:

     

    [video:http://vimeo.com/102229441%5D

     

     

    https://catracalivre.com.br/viagem/mundo-viagem/indicacao/artista-de-rua-brasileiro-ganha-exposicao-em-barcelona/

     

  13. BOA NOTÍCIA

    Cariocas têm direito a receber crédito de Nota Fiscal Paulista

    Compra de produto de empresa de SP, até pela internet, garante resgate de 30% de ICMS

    CHRISTINA NASCIMENTO

    Rio – Não é apenas na cidade do Rio que os consumidores podem resgatar dinheiro ao fazer uso de serviços. Muitos cariocas desconhecem a informação, mas é possível ter crédito em dinheiro na Nota Fiscal Paulista, mesmo morando aqui. Isso porque o uso do CPF na aquisição de mercadorias gera a devolução de 30% do ICMS recolhido pelo estabelecimento a seus consumidores. Esse valor pode vir de compras, por exemplo, feitas na internet. Muitas empresas têm o endereço em São Paulo, o que permite que o consumidor tenha os valores no sistema da Secretaria Estadual de Fazenda de lá. 

    Para saber se há algum crédito gerado, é preciso acessar o site http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br e fazer o cadastramento como pessoa física, no caso de ser consumidor. Para isso, é necessário escolher o link ‘acesso ao sistema’. A página, então, vai pedir o preenchimento de dados como CPF, data de nascimento e nome completo da mãe. O consumidor deve escolher uma senha, que dará permissão para que ele consulte seus créditos. 

    Ao contrário do que acontece no Rio, a Nota Paulista permite que o dinheiro seja transferido não só para a conta corrente, mas também para a poupança. A similaridade, no entanto, fica com o fato de que, em ambos os casos, o estorno só é possível a partir de R$ 25 e que o contribuinte participe de sorteios de prêmios. 

    Clique na imagem para saber como se cadastrarFoto:  Arte: O Dia

    Os consumidores têm um prazo de cinco anos para resgatar seus créditos no programa Nota Fiscal Paulista, a contar da data da liberação dos valores, que ocorre em abril e outubro de cada ano, pela Secretaria da Fazenda. 

    Aqui, no Rio, pelo menos 580 mil pessoas, que nunca se cadastraram no programa Nota Carioca, têm pelo menos R$ 25 a receber ou transformar em desconto no IPTU, que pode ser a partir de R$ 1. Esses consumidores têm até o dia 30 deste mês para entrar no site http://www.notacarioca.rio.gov.br e fazer o resgate. No endereço, é preciso acessar o link ‘Cadastramento de senha’. Será aberta uma página, em que serão pedidos ‘Dados do solicitante’ como endereço residencial, CPF, nome da mãe e carteira de identidade. 

    O programa permite créditos que equivalem a 10% do valor do ISS . O abatimento é possível até mesmo em imóveis com débitos de IPTU. A exceção fica para as moradias que tenham apenas cobrança de Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo.

    Escola é alvo de reclamação

    De acordo com a Secretaria Municipal de Fazenda, o contribuinte que se sentir lesado, por não ter a nota emitida, pode fazer denúncia contra o prestador de serviço. Para registrar a reclamação no site do órgão, é necessário estar identificado no sistema do programa Nota Carioca. Isso permite que a prefeitura, caso seja necessário, entre em contato com o consumidor para requerer mais informações ou comprovantes. 

    Já denúncias anônimas podem ser realizadas pelo telefone 1746. Uma estatística da Fazenda, realizada no último mês, mostra que os bairros com maior número de reclamações são Barra da Tijuca, Centro, Méier, Saúde e Vicente de Carvalho. São neles que as empresas estão com o endereço registrado. Cinemas, salão de belezas e escolas são os recordistas de problemas no quesito serviços. 

    Caso o estabelecimento tenha dificuldade de emitir a nota por causa, por exemplo, de falta de luz, o contribuinte pode pedir o Recibo Provisório de Serviço – RPS. Mas a empresa tem 20 dias ou até o dia 8 do mês seguinte, o que ocorrer primeiro, para entregar o documento ao consumido

     

  14. Dia internacional da juventude
     

    Foto: Robson B. Pinheiro; Arte: PNUD Brasil

    Você sabia que entre as as principais preocupações dos jovens brasileiros estão a segurança e a violência?
     

    Isso não é por acaso: os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Essa estatística atinge especialmente os jovens negros – o número de homicídios é três vezes maior do que de jovens brancos.
     

    No dia em que comemoramos o Dia Internacional da Juventude, as Nações Unidas no Brasil promovem a ação ‘Juventude Negra contra o Racismo e pela Paz’. #DiadaJuventude #ONUeJovens
     

    Acompanhe todas as informações aqui nesta página e compartilhe sua mensagem nas redes sociais.

     

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    Programa conjunto da ONU em Contagem (MG) trabalha com inclusão de jovens em condições de vulnerabilidade

    “Eu vejo uma transformação muito grande da nossa comunidade depois do Programa. Hoje se vive uma nova realidade no nosso bairro”, diz Terrinha, grafiteiro de 24 anos.

    26 ago 2014 »

    Jovens debatem sua atuação na sociedade em evento do Fundo de População da ONU em Salvador

    Os diálogos permitem que os jovens aprendam mais sobre seus direitos, instrumentos de amparo e que façam parte de redes para mobilização e participação social.

    18 ago 2014 »

    Juventude negra e gestores públicos discutem a violência como maior obstáculo para promover avanços

    Marcando o Dia Internacional da Juventude, jovens grafiteiros do Distrito Federal fazem painel na Casa da ONU para celebrar o tema deste ano — ‘Juventude Negra contra o Racismo e pela Paz’.

    13 ago 2014 »

    Feminicídio, baixa ocupação do poder e ‘ridicularização da imagem das mulheres negras’ preocupam

    Jovens mulheres negras destacam os desafios de enfrentar o racismo no Brasil. No Dia Internacional da Juventude, a ONU Brasil coloca em evidência o tema ‘Juventude Negra contra o Racismo e pela Paz’ no contexto da Década Internacional de Povos Afrodescendentes, que se iniciará em janeiro de 2015.

    12 ago 2014 »

    Juliana: ‘Quero estudar Direito para defender a população. É o que mais sinto falta nas comunidades’

    A estudante Juliana aceitou o convite de uma amiga e entrou para o Movimento de Cultura Popular do Subúrbio (MCPS), no bairro do Subúrbio Ferroviário de Salvador, região com altos índices de violência, particularmente contra jovens negros e negras. Hoje, aos 19, trabalha na organização dando aulas de teatro para crianças e adolescentes.

    12 ago 2014 »

    Élida: ‘O ativismo social salvou a minha vida’

    “Mais da metade de meus amigos de adolescência foram assassinados, outros morreram de aids”, conta – lembrando que, de tanto ser espancada, chegou a “tentar o suicídio”. Ainda assim, coragem não lhe faltava: “Com a capoeira e o maculelê aprendi a me defender nas ruas; com a luta social, recuperei o senso de justiça”, diz.

    12 ago 2014 »

    Davidson: ‘Os jovens podem mudar essa situação que existe na sociedade’

    Davidson Pereira de Souza precisou aprender muito cedo a superar desafios. Negro e filho de pais separados, ele nasceu e cresceu em Ceilândia, perto da comunidade Sol Nascente, uma das áreas mais pobres do Distrito Federal.

    12 ago 2014 »

    Engajamento político de jovens negros serve de proteção contra a violência nas periferias brasileiras

    Em comemoração ao Dia Internacional da Juventude, o PNUD e organismos do Sistema ONU no Brasil promovem a ação ‘Juventude Negra contra o Racismo e pela Paz’.

    12 ago 2014 »

    Jovens grafiteiros brasileiros farão mural na Casa da ONU para marcar o Dia Internacional da Juventude

    Para comemorar o Dia, celebrado mundialmente nesta terça-feira (12), a ONU organiza um dia de eventos em Brasília, com o tema Juventude Negra contra o Racismo e pela Paz.

    11 ago 2014 »

     

     

  15. O Aócio não pode desistir

    O Aócio não pode desistir agora. e voltar para Minas. Sou mineiro. Ai, meu jesus cristinho….Mas será o impossíver! Será que vai descobrir nóis aqui travêis? Sai prá lá trem sem rumo. Larga de nóis. 

  16. ONU DESCARTA SOLUÇÃO MILITAR

    ONU DESCARTA SOLUÇÃO MILITAR PARA CRISE NA UCRÂNIA

    :

     

    Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que está profundamente preocupado com a situação na Ucrânia e quer evitar a deterioração da crise que “evoluiu para uma situação caótica e perigosa”; ele destacou os avanços no Leste da Ucrânia por insurgentes pró-russos, que Kiev diz serem apoiados por forças russas, mas Moscou insiste serem rebeldes separatistas

     

    2 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 08:42

     

    Da Agência Lusa
    O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu hoje (2) as potências ocidentais de que não há uma solução militar para a crise na Ucrânia, no momento em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se prepara para reforçar sua presença no Leste da Europa. Ele disse que está profundamente preocupado com a situação na Ucrânia e quer evitar a deterioração da crise que “evoluiu para uma situação caótica e perigosa”.

    Durante visita à Nova Zelândia, Ban Ki-moon lembrou a jornalistas que isso tem implicações regionais e mesmo globais. “É por isso que tenho tentado chegar às autoridades ucranianas e russas, às mais altas autoridades, para abordar o assunto e resolver [a crise] de forma pacífica e por meio do diálogo”, disse.

    O secretário destacou as preocupações ocidentais sobre os avanços no Leste da Ucrânia por insurgentes pró-russos, que Kiev diz serem apoiados por forças russas, mas Moscou insiste serem rebeldes separatistas. “Eu sei que a União Europeia, os norte-americanos e a maioria dos países ocidentais estão discutindo, de forma muito séria, como lidar com esse assunto”.

    “Para ele, o importante, a essa altura, é que saibam que não há uma solução militar para o problema. Deve haver diálogo político para uma solução política, esse é o caminho mais sustentável”, observou.

    O secretário-geral da Aliança Atlântica disse, nessa segunda-feira (1º), que os líderes dos países aliados vão aprovar esta semana um plano de ação. O objetivo é dotar a organização de uma resposta ao comportamento “agressivo” da Rússia na crise ucraniana.

    Rasmussen explicou que os chefes de Estado e de governo dos 28 países da Otan vão analisar o Plano de Ação Rápida (RAP, na sigla em inglês) que fará com que a Aliança Atlântica fique mais “ágil do que nunca”, reforçando a defesa coletiva dos Estados-Membros.

    Relatório da ONU divulgado na semana passada estima quase 2.600 mortos e cerca de 430 mil deslocados, desde o início do conflito no Leste da Ucrânia, em meados de abril.

    Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma série de sanções à Rússia no âmbito da crise da Ucrânia, que provocou a pior degradação das relações entre Moscou e o Ocidente desde o fim da guerra fria.

     

     

  17. Gás de Xisto no Brasil:

    Gás de Xisto no Brasil: Desenvolvimentismo Socioambiental

    Posted on02/09/2014by

    Gás de Xisto

    O debate sobre exploração do gás de xisto no Brasil é um exemplo de como o social-desenvolvimentismo também se preocupa com os problemas ambientais. Não há monopólio da preocupação com a ecologia. No entanto, no campo social-desenvolvimentista, pratica-se a Ecologia Política, isto é, o Homem tem merece tanto respeito quanto a Natureza, inclusive por ser parte dela não pode ser esquecido. O desenvolvimentismo socioambiental não se esquece dos problemas sociais em nome de pretensa conciliação classista em torno da Ecologia. A miséria social não fica intocada tal como a natureza virgem na concepção preservacionista-conservadora do ambientalismo.

    Roberto Rockmann (Valor, 25/08/14) informa que a exploração de gás não convencional mal começou no Brasil e já é cercada de polêmicas. O Brasil é detentor de uma das maiores reservas desse insumo no mundo, que só deverá chegar ao mercado na próxima década. Tramitam ações do Ministério Público Federal no Paraná e no Piauí que suspendem o início de prospecção nesses dois Estados em áreas concedidas na rodada de licitações realizada pelo governo federal em dezembro passado. No Congresso, discute-se o projeto de lei 6904/13, que suspende a exploração do gás de xisto pelo período de cinco anos.

    O início da exploração de gás não convencional ainda coincide com a falta de água em algumas das maiores cidades do Brasil, o que pode tornar ainda mais sensível política e ambientalmente a questão. A exploração é feita a partir de hidrocarbonetos que estão presos em formações rochosas impermeáveis em áreas subterrâneas profundas. Por serem rochas muito duras, a produção é possível somente quando a rocha que contém esses gases é fraturada sob pressão hidráulica, em uma técnica chamada de fracionamento.

     

    A decisão proferida pela Justiça Federal do Paraná mantém suspensa a exploração de recursos não convencionais com uso de fraturamento hidráulico, até que a técnica seja objeto de maiores estudos, seja regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e elaborada a Avaliação Ambiental de Áreas Sedimentares. “Essas liminares trazem incerteza jurídica ao processo, além de que não se sabe o que sairá na resolução do Conama”, diz a advogada Luciana Ferreira, do escritório Trench, Rossi e Watanabe. A judicialização poderá se estender a outros Estados que também tiveram áreas concedidas ano passado. “Há pressão sobre o Ministério Público em Minas Gerais e Bahia.”

    A exploração teve grande sucesso nos Estados Unidos, mas é cercada de polêmicas. O Estado de Nova York, nos EUA, instituiu moratória sobre as atividades de produção desde 2008. França e Bulgária baniram a atividade em 2011 e 2012, respectivamente. A Holanda decidiu em 2013 adiar por 18 meses a decisão sobre a exploração. Na Argentina, a atividade foi banida na província de Cinco Saltos em 2013, segundo levantamento do escritório de advocacia.

    “É um desafio gigantesco produzir gás não convencional com custo e eficiência, não é uma tarefa simples e estamos ainda em um estágio muito embrionário”, afirma José de Sá, sócio da Bain & Co, que ressalta que as experiências de empresas em outros países não são facilmente replicáveis, já que as formações geológicas são muito diferentes. “A curva de aprendizado é longa e ainda há outras questões como disponibilidade de equipamentos e materiais, como água e areia”, diz ele, que acredita em uma inserção lenta do insumo na matriz energética.

    Para Ieda Gomes, diretora da Energix Strategy, o gás não convencional poderá levar mais de dez anos de desenvolvimento no Brasil, que detém a décima maior reserva mundial do insumo, com 245 bilhões de pés cúbicos, segundo estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Se 10% das reservas se provassem viáveis comercialmente, a oferta de gás poderia dobrar no país. O caminho para explorá-las é longo. “Boa parte das reservas está em regiões sem infraestrutura de transporte e distante dos centros consumidores”, diz Ieda. Estudos do governo mostram que algumas das áreas promissoras estão ao redor de áreas de preservação ambiental e de reservatórios de hidrelétricas, o que dificultam as licenças.

    Ieda ainda aponta dois outros obstáculos. Primeiro, as empresas independentes de exploração americanas estão voltadas para os Estados Unidos, detentores do maior mercado do mundo de gás não convencional. Segundo: o regime tributário brasileiro é complexo e as regras de conteúdo nacional dificultam a importação de equipamentos de perfuração hidráulica das rochas, equipamento indispensável para realizar os trabalhos.

    O presidente-executivo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Augusto Salomon, acredita que o gás não convencional não deverá ter presença considerável na matriz em pelo menos seis anos. “Ainda é preciso aprender com as experiências de outros países”, afirma.

    A exploração de gás não convencional provocou uma revolução nos Estados Unidos. Segundo estudo da Deloitte, o acesso aos hidrocarbonetos presos em formações rochosas fez a produção americana de petróleo pular de cinco milhões de barris por dia em 2008 para 7,4 milhões cinco anos depois, a maior expansão quinquenal da história daquela economia. Esse movimento coincidiu com uma queda da demanda de petróleo e seus derivados dos EUA, que caiu de 22 milhões de barris por dia em 2005 para 18,9 milhões em 2013. O déficit comercial relacionado ao setor de petróleo despencou de US$ 386 bilhões em 2008 para US$ 232 bilhões.

    Além de melhorar as contas externas, a exploração de gás não convencional tem atraído indústrias para os Estados Unidos, de olho no preço do gás, que está chegando ao mercado a US$ 4 o milhão do BTU. No Brasil as indústrias pagam mais de três vezes esse valor. Isso poderá provocar uma mudança geopolítica de investimentos na cadeia química e petroquímica, que poderá fincar bandeiras cada vez mais sólidas nos Estados Unidos. “Os Estados Unidos estão atraindo investimentos, a China já começa a se interessar, esse cenário poderá trazer grandes impactos sobre o Brasil, que tem um gás pouco competitivo”, diz o superintendente da Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro), Lucien Belmonte.

    Há preocupação dos industriais brasileiros de que os Estados Unidos se tornem um grande exportador do gás oriundo de fontes não convencionais. Em maio, o presidente Barack Obama liberou investimento de US$ 10 bilhões de uma unidade no Texas projetada para exportar gás para a Ásia.

  18. A escolha é trivial e não metafísica

    Lendo e relendo posts e comentários sobre a corrida presidencial e diante da estressante expectativa que uma sucessão presidencial nos acomete, ciente das enormes carências do nosso país no tocante à economia, infraestrutura, eficiência tecnológica, moralização política, competência administrativa, saúde, educação, etc., acabo me atrevendo a propor algumas ponderações:

    Neste e em qualquer momento da vida nacional, qual é a real importância de se discutir as convicções pessoais e religiosas de um candidato?

    A meu ver, nenhuma. Pouco importa se o candidato é católico, se vai à missa, se comunga, se é evangélico, se é budista, ateu ou agnóstico, se é espírita, se é criacionista ou evolucionista, se acredita na ressurreição, na  vida pós morte, na reencarnação, etc.

    No que essas concepções interfeririam (para o bem e para o mal) na produção de energia, pre-sal, recuperação da Petrobras, desenvolvimento industrial, equilíbrio ou superavit da balança comercial, crescimento do PIB, correção dos desacertos ou manutenção e ampliação das conquistas de governos anteriores? 

    O que o bom senso nos pede? Um governante honesto, competente, agregador, conciliador, que saiba montar equipe de governo, disposto a enfrentar as agruras do poder, sereno diante das pressões, preocupado com o bem estar social e empenhado no resgate do orgulho nacional.

    Do eleitor, o mínimo que se espera é uma escolha criteriosa e responsável para o Senado, Câmara e Assembleias. E, sobretudo, o voto coerente em candidatos com curriculum e afinados com o Presidente/a ou Governadores da sua preferência.  Aí está a chave da governabilidade que dispensa conchavos, loteamentos do poder, negociatas partidárias e pactos nauseantes.

     

  19. Estação Espacial Internacional visível por sobre o Brasil

    Estação Espacial Internacional visível nesta semana por sobre o Brasil
    Mais uma semana de ISS brilhante no céu antes do nascer e depois do pôr do Sol.
     
    Logo depois do pôr do Sol a ISS vai ser vista em pelo menos duas passadas diferentes. No extremo Nordeste (Ponta do Seixas e Natal) lá pelas 17:30 e na parte mediana do Brasil em sentido longitudinal, partindo lá de Macapá, por volta das 19:06, e indo em rumo Sudeste (Palmas 19:09, Minas e SP 19:11, Santa Catarina 19:12). No RS vai dar pra ver um quase nada.

    Nos dias a seguir passa em horários diferentes, não deixe de observar qual o melhor horário para ver satélites sobre a sua cidade.

    Para saber mais como ver satélites e restos de foguetes lançadores de satélitas sobre a sua cidade clique aqui.

     

  20. Até que enfim alguém respirou outros ares, um poema Pastelaria.

    Isto é um repeteco e um desgosto pela insistência da deturpação do Multimídia do Dia e assunto relacionado. O Blog e seus participantes ganhariam, mas preferem ficar (quase) exclusivamente com um só assunto, “debatido”, “esclarecido” entre os mesmos, todos com opiniões e votos iguaizinhos e já fechados. (Há um quê de ilusão nisso, mas deixo ao pensamento do pessoal, a vida não se resume a festivais, disse Vandré).

    Até que enfim, surgiu uma ou mais pessoas, anonima, nao cadastradas, cadastradas, nao sei, mas deram 5 estrelinhas ao poema pouco conhecido que postei e foi só no Fora de Pauta… Será que ninguém respira outros ares, não vão ao Multimídia, onde eu antes postei o Pastelaria (lá não recebeu nenhuma estrelinhas)???… Outros ares até mesmo pra voltar com mais ânimos, não pra desviar do assunto preferido entre 11 de 10 comentaristas… Uma música ou um poema só é lançado a título por outras vias, talvez em contato direto com o Blogueiro e Equipe, quando eu acho a maneira mais adequada é postar no Multimídia e, depois, ir como Post-título em destaque na longa lista dos postsrecentes, e, claro, depende dos gostos musicais do blogueiro e equipe. Além do mais estão deturpando o Multimídia do Dia com postagens estritamente políticas e político-partidárias, onde um vídeo ou uma música vai apenas como “denúncia”, como ilustração, e não como o principal elemento. Pena que o Blog e Equipe não dê um aviso, mas um aviso pra todos vermos, bem estampado e destacado acima da longa lista do assunto abundante (importante nesse período, repito e reconheço). Eis uma das poucas colaborações, ou tentativas de. As que me arrependo de tê-las postado ( umas, depois, deleto) e as reconheço publicamente e tb. escrevo direto ao Contato.

    Pastelaria, seu autor, e links sobre o contexto do poeta e deste seu poema e uma das interpretações de Pastelaria (feitas por uma pessoa que desconheço) estão lá ambaixo, mas antes estão no Multimídia.

  21. Liberdade de expressão e direito de resposta.

    Seria interessante saber dos canditados a Presidência o que acham da lacuna legal quanto ao direito de resposta, se consideram direito de resposta censura ou apenas garantia da liberdade de expressão de maneira responsável. Pretendem fazer algo a respeito?

     

    para contribuir, trago considerações sobre aplicação do direito frente à ausência de norma

    http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5763/As-fontes-do-direito-e-a-sua-aplicabilidade-na-ausencia-de-norma

     

    e o artigo 19 do Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992, que trata da aplicação no Brasil do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0592.htm

     

    ARTIGO 19

        1. ninguém poderá ser molestado por suas opiniões.

        2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, independentemente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro meio de sua escolha.

        3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo implicará deveres e responsabilidades especiais. Conseqüentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para:

    a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;

    b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas.

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