Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Redação

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  1. Telhados de vidro. Hoje como ontem!

    Corrupção e lavagem de dinheiro no Vaticano . E o resort no Brasil.

    https://books.google.com.br/books?id=rboqAAAAQBAJ&pg=PT16&lpg=PT16&dq=corrup%C3%A7%C3%A3o+no+vaticano+resort+no+Brasil&source=bl&ots=fKY9MxreiC&sig=UVoZ05t9jusaBa06j6ufb-a-WZk&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CD8Q6AEwAWoVChMIxo7OhKaCxwIVwdIeCh0xcw9w#v=onepage&q=corrup%C3%A7%C3%A3o%20no%20vaticano%20resort%20no%20Brasil&f=false

    Não estarão muitos desses falsos cristãos, fomentando dissimuladamente as manifestações do dia 16, assim como promoveram as manifestações pela ditadura em 64? E tudo por interesses nada cristãos.

    Saiba que somente Javé é Deus: Ele nos fez e a ele pertencemossomos seu povo e ovelhas do seu rebanho. (Sl 100,3)

    Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade.

    Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.(Efésios 4,22-24)

  2. luiz caversanDentista caçador

    luiz caversan

    Dentista caçador é caçado na internet

    “Não houvesse se caçado, Hemingway faria 100 anos”. Com este título no mínimo inusitado, a Folha noticiava em 21 de julho de 1999 que, se não tivesse estourado os miolos e tudo o mais que envolvia sua massa encefálica usando para tanto uma carabina de caça de dois canos, o escritor norte-americano Ernest Hemingway estaria completando, naquele dia, seu centenário.

    Ok, o próprio texto, de autoria do brilhante jornalista Cassiano Ele Machado, lembrou que, por ser quem era e foi ao longo de toda a vida (beberrão, briguento, instável), dificilmente o autor de “O Velho e o Mar” e “Por Quem os Sinos Dobram” teria chegado a idade tão provecta.

    Mas a efeméride não poderia passar em branco, e, dentre diversas passagens da vida do escritor, Cassiano lembrou que a iniciativa de atirar contra sua própria cabeça deu-se com total êxito sobretudo porque Hemingway foi um exímio caçador. Tiro certo.

    A imagem do grande escritor e sua carreira de predador (há fotos dele ao lado de inúmeros bichos abatidos, como elefantes, leopardos e leões) veio à mente por conta de outro leão, Cecil, animal simbólico e protegido do Zimbabwe, ele também eliminado mas não por um ficcionista brilhante, ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1954 e que praticava sua atividade deletéria em épocas outras, quando matar um leão na África não era o fim do mundo.

    Não, apesar de viver num parque nacional e com um colar com GPS, Cecil foi morto por um dentista norte-americano, Walter James Palmer, no início de julho, durante uma “caçada selvagem com arco”, ou seja, a flechadas, uma das mais rudimentares formas de se caçar animais.

    No entanto, bastou que o autor desta façanha fosse identificado – “Pensei que era uma caçada legal”, justificou-se – para que surgissem diversas outras fotos suas, sempre ao lado de carcaças de animais por ele recém-mortos: um rinoceronte, um outro felino, uma espécie de búfalo, um alce…

    Ou seja, o homem é um matador convicto e renitente.

    Pelas suas declarações, é evidente que ele no entanto se encontra a muitas léguas da personalidade conturbada do famoso escritor, cuja metáfora literária maior é a luta do velho pescador contra as forças da natureza que lhe tolhem o resultado do seu trabalho árduo, remetendo ao eterno enfrentamento do homem contra o mundo.

    Por ser quem era e ter as angústias que tinha, Hemingway, que matava animais, matou-se como um deles.

    Por ser quem é e viver no mundo em que vive -imediato, imagético, midiático -, o dentista-matador não precisará se matar (certamente nunca pensou nem pensará nisso), porque já está sendo esfolado vivo, ao vivo e online: seu nome, foto, endereços, sua clínica, os nomes de seus pacientes viralizaram na internet e ele é hoje um acossado, está escondido, impedido de trabalhar, acuado.

    Mas deverá sobreviver, ao contrário dos bichos que abateu. É só esperar pra ver: logo logo surgirá em seu apoio um monte de gente que, assim como ele, não acha o fim do mundo matar um leão a flechadas em pleno século 21…

  3. BERNARDO MELLO

    BERNARDO MELLO FRANCO

     

    Morreu no horário de pico

    BRASÍLIA – A imagem é chocante. Ao ver um corpo estendido na linha férrea, o maquinista pisa no freio. Do lado de fora, o controlador de tráfego determina que ele siga viagem. O trem volta a se mover e passa lentamente sobre o cadáver.

    O caso aconteceu na última terça em Madureira, no subúrbio do Rio. Seria mais uma morte invisível se a cena não tivesse sido filmada por um passageiro com o celular.

    O homem atropelado era Adílio Cabral dos Santos, de 33 anos. Batizado com nome de jogador, e negro como ele, driblava o desemprego como vendedor de doces. Os ambulantes atravessam a linha várias vezes ao dia para evitar a apreensão de balas, biscoitos e garrafas d’água.

    Em nota sobre o acidente, a concessionária Supervia condenou a vítima, ao lamentar “a perda de mais uma vida por invasão dos trilhos”. A empresa, que pertence ao grupo Odebrecht, citou o “horário de pico” para justificar o segundo atropelamento. “A paralisação da linha”, alegou, “criaria transtornos para toda a movimentação do horário”.

    “Diante do risco de se criar um problema maior e mais grave, com a retenção de diversos trens, o centro de controle operacional tomou a decisão, em caráter absolutamente excepcional, de autorizar a passagem do trem”, afirmou a Supervia.

    O secretário de Transportes se disse indignado e prometeu punir a concessionária. Já tinha acontecido em 2010, quando fiscais foram filmados chicoteando passageiros.

    O teólogo Marco Bonelli disse ao jornal “O Globo” que o caso retrata uma “sociedade violenta, na qual o ser humano morre, mas o sistema de transporte não pode parar”. Ao mesmo tempo, achamos normal que o tráfego seja interrompido para a passagem de autoridades.

    Na música “Construção”, Chico Buarque conta a história de um operário que “morreu na contramão atrapalhando o tráfego”. Adílio teve azar duas vezes. Foi atingido pelo trem e morreu no horário de pico.

  4. ANTONIO PRATA
    Sua vez
    Maldito

    ANTONIO PRATA

    Sua vez

    Maldito século 20! Malditos hippies! Maldita Yoko! Malditas lésbicas da novela! Malditos vibradores!

    Eu vinha voando, era como aquele banquete no final do “Asterix”, só que no jardim da minha avó, eu vinha planando devagarinho em direção ao javali e já estava quase dando uma dentada no glorioso pernil quando uma dedada nas costelas me fisga de volta ao mundo dos vivos: “Sua vez, sua vez, vai lá que ele tá chorando faz tempo”.

    Leva a eternidade de uns dois segundos pra eu entender que não sou um gaulês vitorioso, não sei voar, não há banquete nem javali, são quatro e doze da manhã, metade das cervejas de horas atrás ainda circula no meu sangue em forma de álcool, a outra metade já se emplasta em meus neurônios em forma de ressaca, meu filho chora no quarto ao lado e cabe a mim tomar uma atitude.

    Eis a minha atitude, tão honrosa quanto permite a situação: “Eu fui à uma!”. Do outro lado da cama, porém, vem a resposta incontornável: “Eu fui às três”. Sou eu, não resta dúvida, quem terá que deixar esta cama quentinha e sair tropeçando pela noite escura. Caso precise fazer uma mamadeira, gelarei os pés nos antárticos azulejos da cozinha. Caso precise trocar a fralda, acabarei com cocô nas mãos, nos braços e há chances nada remotas de levar um jato de xixi no meio da testa. Tais vislumbres não me parecem ruins: eles doem.

    Diante desta dor, deste frio, deste sono que vem de algum lugar entre as trevas antediluvianas e as cervejas pós-jantar, não sou mais uma pessoa boa, um pai esforçado, um filho da revolução cultural dos anos 60 que acredita em direitos iguais para homens e mulheres, sou um monstro cujo único objetivo é seguir dormindo –um ciclope cujo olho solitário só enxerga o travesseiro.

    Penso que se eu simplesmente não for, se eu virar pro lado e dormir, alguma hora, depois de pedir o divórcio, minha mulher terá de ir, mas não me parece uma boa estratégia, o divórcio. Penso em dizer “Não vou porque eu trabalho o dia inteiro pra sustentar essa família!”, mas a minha mulher também trabalha o dia inteiro pra sustentar essa família. Penso, então, em tomar coragem e agir como um homem: dizer que tô indo comprar cigarros na esquina e nunca mais voltar, mas é inútil, pois para ir comprar cigarros na esquina e nunca mais voltar eu teria que abrir mão de tudo o que me é mais precioso: esta cama, agora.

    Entorpecido pelo coquetel de sono, álcool e choro de bebê, penso, nostálgico, em Bogart, em Tony Soprano, em Don Draper. Duvido que tenham trocado uma fralda sequer. Invejo os colonizadores europeus. O exército de Genghis Khan. Os romanos e os gauleses. Homens num mundo de homens, por homens, para homens. Um mundo em que a fumaça vinha dos assados ou dos vilarejos incendiados, não dos sutiãs queimados em prol da –por quê?! Por quê?!– igualdade.

    Maldito iluminismo! Maldita Inés de la Cruz! Maldita “Casa de Bonecas”! Maldito século 20! Maldita psicanálise! Maldita Simone de Beauvoir! Malditos filmes europeus! Maldita Virginia Woolf! Malditos hippies! Maldita Yoko! Maldita Leila Diniz! Maldito parto hvumanizado! Malditas peladonas de protesto! Malditas lésbicas da novela! Malditos vibradores! Malditos! Malditas!

     

    “Vai! É a sua vez!” –e eu vou, praguejando contra a injustiça de um mundo justo, tropeçando pela noite escura.

  5. OMBUDSMAN
    VERA GUIMARÃES

    OMBUDSMAN

    VERA GUIMARÃES MARTINS

     

    A grande história do falso estupro

    Empatia e compaixão podem borrar as regras jornalísticas e provocar erros de grande monta

    Na quinta (30), a revista norte-americana “Rolling Stone” comunicou a saída de seu editor-executivo, Will Dana, após 19 anos na empresa. O que poderia ser só uma troca de guarda, natural de tempos em tempos em qualquer publicação, marca o desfecho de um caso que deve entrar para a história do jornalismo por duas situações exemplares: a estrepitosa divulgação de um falso estupro que pôs uma comunidade universitária sob suspeita, seguida por um processo transparente, corajoso e inédito de (re)apuração e expurgação do relatado.

    O inferno da “Rolling Stone” começou em novembro, com a reportagem “Um Estupro no Campus – Um ataque brutal e uma luta por justiça na Universidade de Virgínia”. A história é daquele tipo que céticos profissionais considerariam ideal demais para ser verdade. Tinha drama e “timing” nas medidas certas.

    Pelo menos cinco universidades americanas registravam casos de alunas que diziam ter sido estupradas por colegas dentro dos campi, e as instituições eram acusadas de tratar as denunciantes com descrédito e de tentar abafar o escândalo.

    Nesse cenário, a “Rolling Stone” tirou a sorte grande: achou uma vítima que, em busca de justiça, estava disposta a contar como havia sido estuprada por sete integrantes de uma fraternidade da escola.

    A reportagem foi um sucesso instantâneo, com quase 3 milhões de visitas ao site, mais do que qualquer outra sem ser de celebridade publicada até então. Mas a festa durou pouco. Nos dias seguintes, outros veículos entraram no caso e foram levantando inconsistências variadas. Virou, diz Dana, controvérsia nacional.

    Atordoada, a “Rolling Stone” decidiu pedir que uma fonte externa e acima de qualquer suspeita investigasse os lapsos de apuração, edição e checagem. Steve Coll, diretor da Escola de Jornalismo de Columbia (NY) e detentor de dois prêmios Pulitzer, topou e chamou dois colegas. O trio trabalhou de graça.

    A empreitada levou quatro meses e rendeu um relatório gigantesco. É leitura obrigatória para jornalistas e aspirantes, mas pode ser interessante para qualquer leitor: é uma grande história descrita a partir da autopsia de suas entranhas. A tradução integral do texto está na página digital da ombudsman.

    Steve Coll mostra que a revista descuidou de procedimentos que, vistos de fora, parecem óbvios demais para escapar a repórter e editores experientes. Minha opinião é que falhas como essas ocorrem todos os dias, com consequências menos dramáticas e ruidosas.

    Ditadas pela visão mais cínica, podem ser uma omissão oportunista, para não correr o risco de espantar um personagem já circunstancialmente arredio. Numa visão mais humanista, podem ser alicerçadas na crença do jornalismo como missão que ajuda a melhorar o mundo. (Ambas não são excludentes.)

    Empatia, compaixão, agenda, militância tendem a flexibilizar as regras e –especialmente quando o entrevistado encarna a condição de vítima– borrar os limites do distanciamento necessário entre profissional e personagem. Num quadro delicado como o de um estupro, parece cruel demais fazer perguntas que possam denotar suspeita ou infligir mais sofrimento e humilhação a alguém que está às voltas com o trauma. Não nego que seja, mas é parte indescartável do ofício.

    1. Pois então, havendo ainda um

      Pois então, havendo ainda um pingo de honra nesse país, a porcaria para a qual ela trabalha teria sido fechada há tempo.

  6. MAURICIO STYCER
    Palanque na

    MAURICIO STYCER

    Palanque na TV

    A legislação deveria ser mais dura em inibir trânsito fácil de apresentadores entre a televisão e a política

    Ainda estamos bem longe das eleições municipais de 2016, mas a movimentação nos bastidores sugere haver a possibilidade de que três apresentadores de televisão disputem a Prefeitura de São Paulo no ano que vem.

    Celso Russomanno (PRB) é candidato declarado desde 2012, quando disputou este mesmo cargo e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Dois anos depois, o apresentador do quadro “Patrulha do Consumidor”, na Record, foi eleito deputado federal –o mais votado do país.

    José Luiz Datena, que comanda o programa policial “Brasil Urgente”, na Band, anunciou nesta semana que chegou a um acordo para encabeçar a chapa do PP na disputa pela prefeitura.

    Também nesta semana, João Doria Jr., apresentador do “Show Business”, na mesma Band, manifestou a intenção de concorrer ao cargo pelo PSDB.

    “Política é como nuvem”, dizia o banqueiro e político mineiro Magalhães Pinto (1909-1996). “Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

    Nada garante que o eleitor paulistano encontre estes três nomes na disputa de 2016, mas esta simples ameaça merece a consideração de quem se preocupa com a influência da televisão na política e vice-versa.

    Em 25 de outubro de 2012, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição municipal, recebi Datena para uma entrevista no UOL. A certa altura, lembrei de um comentário que o apresentador havia feito sobre Russomanno. “Aparecer na TV, com milhões de pessoas confiando em você, te dá uma vantagem. Pode ser legal, mas não é justo.”

    Perguntei a Datena se apresentadores deveriam ser proibidos de disputar eleições. Ele respondeu: “Proibir, não, mas é injusto. O cara deveria se autoproibir. Não é porque o cara é bom de TV que ele vai ser um bom prefeito.”

    O apresentador, então, observou que não pretendia disputar eleições: “Eu seria um péssimo político. Eu sou um apresentador que tenho níveis de audiência altíssimos, mas isso não me dá o direito nem a competência de ser um bom administrador”.

    Acho que Datena tem todo o direito de mudar de opinião, três anos depois. Mas eu não mudei. Continuo achando que a legislação no Brasil deveria ser mais dura no sentido de inibir o que o apresentador chamou de “injusto” –esse trânsito fácil entre a televisão e a política.

    Qualquer pessoa que apareça cotidianamente na TV, hoje, só precisa se afastar da tela após o registro da candidatura, o que pode ocorrer, no limite, até três meses antes da data da eleição.

    É evidente que um apresentador, ator ou humorista com presença diária ou semanal na televisão parte com vantagem em uma eleição. Não se deve proibi-lo de tentar a carreira pública, mas acho que seria necessário encontrar meios de reduzir ainda mais esta condição de superioridade.

     

    Em todo caso, espectadores mais gaiatos dizem torcer por uma disputa eleitoral entre Russomanno, Datena e Doria. Com este trio, os sempre sonolentos e previsíveis debates eleitorais têm tudo para se transformar na melhor atração da TV brasileira em 2016.

    1. Anarquista, essa semana publiquei aqui a entrevista com Datena

      feita na época, por Stycer.

      Por isso… nunca diga nunca.

      Ou diga e pague por ter dito.

  7. SÉRGIO DÁVILA
    Por um punhado

    SÉRGIO DÁVILA

    Por um punhado de ‘likes’

    SÃO PAULO – Você trabalharia de graça quase uma hora por dia, todos os dias do ano, para uma empresa que ganha R$ 60 bilhões anuais com a sua produção e os seus dados? Parabéns: você, eu e 1 bilhão de pessoas fazemos isso para as redes sociais.

    Em balanço publicado na quarta (29), o Facebook anunciou receita de US$ 4 bilhões (R$ 13,7 bilhões) no segundo trimestre de 2015. Junto de Instagram e Messenger, da mesma empresa, contabilizou 966 milhões de usuários diários, que por ali ficaram, em média, 46 minutos.

    A comentarista de cultura digital do jornal “The Washington Post” compara as firmas que dominam esse meio aos empresários inescrupulosos dos EUA do século 19 e a escravos o exército que as alimenta de conteúdo.

    “Uma distopia gloriosa em que todo o mundo trabalha por ‘likes’ –ou seja, de graça– enquanto um punhado de magnatas de tecnologia lucra”, escreveu Caitlin Dewey.

    Na definição do especialista em novas mídias Trebor Scholz,”o trabalho digital é como uma festa com pizza e refrigerante de graça, mas vigiada pela Stasi” –uma menção ao terrível serviço secreto da Alemanha Oriental.

    Essa relação de tudo por nada, ou por muito pouco, é criticada no livro “Terms of Service – Social Media and the Price of Constant Connection” (Termos de Serviço – Redes Sociais e O Preço de Estar Conectado Constantemente), de Jacob Silverman.

    Lançado neste ano nos EUA, defende a tese de que nossa interação com o que o autor chama de gigantes da internet deveria ser de “confronto, cheia de crítica e ceticismo”.

    Afinal, continua, “o Estado de vigilância operado pelas plataformas de redes sociais (“¦) para minar nossos dados pessoais para ganhos com publicidade é tão abrangente como a espionagem governamental”.

     

    Com isso, encerro o quadríptico sobre a internet e os imbecis. A boa notícia é que Hélio Schwartsman volta à ativa nesta semana.

  8. ruy castroVelha e nova “Doce

    ruy castro

    Velha e nova “Doce Vida”

    RIO DE JANEIRO – Os herdeiros de Federico Fellini consentiram numa refilmagem de “A Doce Vida”. Por quê? Porque os produtores fizeram uma oferta que eles não conseguiram recusar. Mas para que refilmar “A Doce Vida”? A única maneira de ganhar dinheiro com cinema, hoje, é fazendo filmes para menores de 13 anos de idade mental. Por que se meter com um filme que, em seu tempo, tentou justamente falar a uma plateia adulta?

    Ninguém teria o descaramento de reescrever “O Processo”, de Kafka, pintar de novo “Les Démoiselles d’Avignon”, de Picasso, ou remusicar a “Sinfonia nº 9”, de Mahler. Mas o cinema, por suas implicações industriais, é uma arte frágil. Qualquer filme pode ser refilmado, e o cinema americano já fez isto muitas vezes, até bem. Mas, para refazer “A Doce Vida”, o sujeito teria de ser um novo Fellini.

    Ele não era um intelectual como Rossellini, um aristocrata como Visconti ou um cínico como De Sica. Era um provinciano de Rimini, com uma capacidade de fabulação superior à dos outros três. Tudo em “A Doce Vida” era inventado: os paparazzi (foi Fellini quem os inspirou), a Via Veneto (a do filme é de estúdio), a aura de Anita Ekberg (até então, uma coadjuvante de segunda em Hollywood) e a própria “dolce vita” –que, segundo os romanos de 1960, não existia. Só Fellini poderia ter inventado aquilo tudo– porque não se conformava com que não existisse.

    Mas certos filmes são autoimunes. “Psicose”, de Hitchcock, sofreu três ou quatro execráveis continuações, com os mesmos cenários e o mesmo Tony Perkins. O Bates Motel quase se tornou uma franquia na vida real. E quem se lembra de tais filmes?

    “A Doce Vida” não perderá nada com essa refilmagem. Ao contrário, ela fará com que as pessoas queiram assistir ao original. E, ao fazer isto, talvez descubram uma outra época, um outro cinema e um outro mundo.

    1. Concordo com Ruy Castro

      Todas as releituras a que tenho assistido na vida são muuuuuito inferiores às originais.

      De quaisquer coisas, inclusive !

  9. mariliz pereira jorgeVocês

    mariliz pereira jorge

    Vocês não têm vergonha?

    O Rio está prestes a passar pelo maior vexame de sua história. Vai mostrar para o mundo que não passa de uma cidade abandonada numa paisagem bonita rodeada de um mar de cocô. Já escrevi sobre a situação calamitosa das águas do mar, das lagoas e canais na metade de abril.

    Agora, a agência Associated Press divulga o resultado de análises da água feita em todos os locais de competição da Rio-2016 e também da praia de Ipanema, pela sua popularidade entre os turistas e os moradores. Tudo uma merda. Literalmente.

    Vela, remo, nado e canoagem serão disputados em locais em que as concentrações de vírus são as mesmas encontradas em esgoto puro, 1,7 milhão de vezes acima do que seria considerado alarmante numa praia do sul da Califórnia, por exemplo, que já estaria interditada.

    Se fossem interditar as praias cariocas, seria melhor mandar fechar o Rio e jogar a chave fora. A reportagem da AP diz que o índice de toxicidade das águas só é comparável ao da Índia e a de países africanos.

    Posso entender que tanto os governos quanto o COB simplesmente não tenham vergonha de mentir descaradamente sobre a merda que banha a cidade para quem mora nela. Não é de hoje que o cidadão está largado à própria sorte –ou ao próprio esgoto.

    Mas eu quero ver com que cara de pau essa gente vai tentar convencer o mundo que não há problema em praticar esportes em litros e litros de cocô. A reportagem da AP foi replicada em vários jornais do mundo. Minha pergunta é: senhor governador Luiz Fernando Pezão, senhor presidente do COB Arthur Nuzman, vocês não têm vergonha?

    Eu tenho. Muita vergonha. Não de mostrar ao mundo que vivemos na merda. Tenho vergonha de viver na merda todos os dias sem que nada seja feito. É um crime o que se vai fazer com os atletas, mas é um crime ainda maior o que se faz com o cidadão do Rio de Janeiro há décadas.

    É claro que a responsabilidade no que diz respeito à Olimpíada tem que ser compartilhada com o COI. Até o momento, eles dizem é que vão manter os testes bacterianos, e que, segundo as normas do Organização Mundial da Saúde, está tudo bem.

    Quem essa gente quer enganar?

    O COI arranjou um jeitinho brasileiro para tapar um problema brasileiro. Segundo as normas tupiniquins, a qualidade de água para uso recreativo é baseadas apenas em níveis bacterianos. Não há regulamentação sobre quantidade de vírus, mas a maioria das doenças transmitidas nesse meio é viral e não bacteriana.

    O COI vai na contramão de especialistas dos EUA e Europa que exigem que as agências reguladores incluam testes de vírus para determinar qualidade de água. Mas nem é preciso ser expert para saber que está tudo sujo, poluído e fedorento. Tanto faz se é de vírus ou bactéria.

    Há 13 anos, namorei um velejador neozelandês, que dava a volta ao mundo da Volvo Ocean Race, a F-1 da vela. Ele dizia que o Rio era o lugar mais sujo do mundo onde havia velejado. Por razões óbvias, ele detestava a cidade. Pense num médico trabalhando num hospital sucateado.

    Ele e seus colegas eram poucos, num esporte que não é tão popular. Mas imagine o estrago que será para a imagem da cidade quando o mundo inteiro estará de olho nela. Imagine que lembrança os milhares de atletas que passarão por aqui na Rio-2016 levarão embora. Para água poluída não adianta colocar o exército na rua. Vai continuar fedendo do mesmo jeito.

  10. mariliz pereira jorgeSe ela

    mariliz pereira jorge

    Se ela não gozar, relaxe

    Não há nada melhor do que coroar a primeira noite de sexo do que um belo orgasmo bilateral. Fazer uma mulher gozar eleva a autoestima de qualquer homem à lua. E a gente fica bem feliz de ver nosso parceiro extasiado. O que talvez vocês não saibam é que para muitas mulheres não há nada pior do que a obrigação do orgasmo num primeiro, segundo ou centésimo encontro. Sim, há outras coisas piores, como chulé, mau hálito, falta de educação, pinto meia bomba, Crocs ao lado da cama, mas nenhuma delas depende de nós.

    Gozar é difícil. E gozar com um novo parceiro é uma tarefa árdua. E se a gente gosta do cara de verdade a probabilidade de ver estrelinhas no teto do quarto despenca. E, então, você já sabe o que acontece: a gente finge, grita, encrava as unhas nas suas costas, tudo de mentirinha. Pra deixar você feliz e pra gente não se sentir fracassada.

    Calma, meninas, estou falando de algumas. Não de você, deusa do gozo feminino, ser superior e bem resolvido. Eu nem sempre fui e já tive que lidar muito com a mazela do orgasmo não alcançado.

    Os homens têm medo de broxar, as mulheres do meu tipo têm pavor de não conseguir gozar, porque parece que não estamos curtindo ou que somos meio frígidas. Não é a toa. Apenas 11% conseguem chegar lá com um parceiro novo. O percentual aumenta um pouco nas vezes seguintes, mas fica em 34% na terceira ou na quarta vez. Se você é um dos felizardos, ou acha que é um dos felizardos, não se anime. O mérito, na maioria das vezes, é dessas poucas afortunadas, que conseguem relaxar e gozar.

    Gostaria que você entendesse: a culpa não é sua. A culpa tem mil donos e vem dessa vida que deixa cheia nossa cabecinha doente e cheia de neuras. Mesmo com experiência, eu me sentia um pouco insegura em meus primeiros encontros. A gente sempre acha que a bunda está caída, o peito, murcho, que deveríamos ter tomado mais um banho antes de sair, que a calcinha não está boa.

    O orgasmo para a mulher também demora mais para chegar, não é novidade. E justamente por levar mais tempo é que algumas ficam meio encucadas de estar dando muito trabalho. Porque dá trabalho.

    Não disse, cabeça doente?! Você já deve ter passado por isso. Está lá, suando em bicas, fazendo o quadradinho de oito, com cãibra na língua, tendinite no dedo e a moça nem treme. Acredite, pode estar uma delícia, mas enquanto você se lasca, ela está preocupada se você reparou na axila peluda ou se você gostou do jeito que ela se desvencilha da sua mata nativa.

    Acontece com as mais bem resolvidas. Que nem sempre são bem resolvidas. Não há tesão sem expectativa. E a expectativa às vezes broxa o tesão.

    As mulheres também querem agradar, deixar uma boa impressão. Tem que ser bom pra todo mundo. E sem conhecer bem esse fulano nem sempre ela vai dizer o que mais gosta, e o que a ajudaria a chegar ao orgasmo. Por exemplo, você tentaria fazer sexo anal num primeiro encontro? OK, não há regra, mas a chance de a moça ficar incomodada com a rapidez da sua investida é enorme.

    Pois bem, digamos que ela goste, e muitas gostam, de ser chamada de cachorra e safada e que isso seja uma forma de carimbar o passaporte do gozo. Nem sempre ela se sentirá à vontade de pedir isso sem conhecê-lo melhor. Ou de ficar de quatro ou de propor uma bizarrice qualquer.

    Quer ajudar a mudar essa estatística de 11%? Tem jeito, claro. Mulher precisa e gosta de se sentir segura nessas situações. Talvez o melhor começo seja: não seja ogro. Esqueça as posições mirabolantes, ‘papai e mamãe’ é uma boa alternativa para começar porque o olho no olho aumenta a intimidade. Guarde seu repertório acrobático. Precisamos ficar mais tempo em cada posição para evoluir e chegar ao orgasmo. Cada vez que você muda, voltamos a estaca zero.

    Só mais uma coisa: mesmo que o orgasmo seja apenas a cereja do bolo de uma noite bacana, não significa que você não precisa se esforçar. A gente gosta, agradece e, com sua paciência e compreensão, acabamos relaxando e gozando. De verdade.

    E, pelamordedeus, não pergunte se foi bom. Se foi bom, você vai saber. Se não foi, vai saber também.

  11. Investigadores da Lava Jato

    Investigadores da Lava Jato apelidam Eduardo Cunha de Voldemort

    O presidente da Câmara é comparado ao vilão de Harry Potter

    Voldemort (Ralph Fiennes) (Foto: Warner Bros/Everett Collection/Fotoarena)

    Os investigadores no Paraná não podem – em razão de Eduardo Cunha ser parlamentar – buscar indícios de sua participação em irregularidades da Lava Jato. Por isso, apelidaram Cunha deVoldemort, o inominável. Voldemort é o antagonista de Harry Potter na saga de J.K. Rowling.        MURILO RAMOs  revista época

     

  12. Lauro Jardim  Revista

    Lauro Jardim  Revista Veja

    364 semanas

    Coelho: é dele o recorde da lista do The New York Times

    Coelho: é dele o recorde da lista do The New York Times

    Paulo Coelho está batendo mais um recorde nesta semana. O Alquimista acaba de completar sete anos na lista dos dez livros mais vendidos ficção do The New York Times – na mais recente, a obra ocupa a terceira posição, aliás. É o livro de ficção que mais tempo ficou na relação dos dez mais do NYT.

    O Alquimista já vendeu 15,5 milhões de livros nos EUA.

     

  13. Fraude no Google – Banco do Brasil

    Se você acessar a página do Banco do Brasil através do GOOGLE, vai parar em um site <http://www.bb.com.br/portalbb/index.php&gt; que é fraudulento e tenta obter informações do usuário, como senhas da Internet, senhas do cartão, CPF e fone. Para verificar a fraude, basta digitar numeros aleatórios de conta/agência e senhas. 

  14. O novo Canal de Suez

    O novo Canal de Suez: a obra faraônica que o Egito fez em um ano

     

     ReutersO teste no novo canal foi realizado sob um forte esquema de segurança, com helicópteros e navios militares

    É uma obra faraônica concluída em apenas um ano.

    Trata-se do novo Canal de Suez, no Egito, que, após testes, será inaugurado oficialmente no dia 6 de agosto.

    A obra é considerada essencial para o comércio regional e global.

    A construção da nova via, que passa ao lado da maior parte do canal original, começou há menos de um ano.

    A rota de 72 km permite a navegação em dois sentidos de barcos de grande porte.

    Vários navios com contêineres de todo o mundo, escoltados por helicópteros e embarcações militares, passaram pelo canal desde o último sábado como parte desse ensaio.

    O esquema de segurança tem suas razões, segundo autoridades egípcias.

    A península do Sinai, nas imediações do canal, é uma região com atividade intensa de grupos islâmicos extremistas. Os militantes mataram centenas de civis desde o golpe militar que derrubou o presidente Mohammed Morsi em 2013.

    Estímulo ao comércio

    O canal de Suez original, inaugurado há quase 150 anos, une os mares Mediterrâneo e Vermelho.

     

    Projeto do canal de Suez

    US$ 8,5 bi

    foram angariados para a expansão do canal

    US$ 13,2 bi

    é o rendimento esperado até 2023 (de US$ 5,3 bi)

    72 km serão adicionados ao canal

    97 navios passarão por dia no canal até 2023 (dos atuais 49)

    11 horas será o tempo de viagem na direção sul (atualmente, são 18 horas)

    12 meses de obras foram necessários para completar o projeto até agosto de 2015

    Fonte: Autoridade do Canal de SuezAFP

    O atual presidente do Egito, Abdel Fattah al Sisi, afirma que a expansão de uma das rotas de navegacão comercial mais importantes do mundo dará forte impulso à economia do país.

    Pelo canal de Suez passa atualmente 7% do comércio mundial baseado em navegação.

    A via é ainda uma das principais fontes de recursos para o Egito.

    Estima-se que a construção do novo canal tenha custado US$ 8,5 bilhões. As obras – realizadas em regime de 24 horas – ficaram a cargo das Forças Armadas.

    A passagem será inaugurada em 6 de agosto, exatamente um ano depois do começo dos trabalhos, seguindo a meta ambiciosa do presidente Al Sisi.

    O chefe da Autoridade do Canal de Suez, almirante Mohab Mameesh, disse que o projeto significa um “renascimento” para o Egito.

    Mas há quem critique a ideia. Alguns especialistas questionam os lucros projetados pelo governo e dizem que o dinheiro poderia ter sido gasto em demandas mais urgentes.

    “É, sobretudo, um projeto patriótico, e isso é muito difícil de quantificar”, afirmou à BBC o analista financeiro britânico Angus Blair, baseado no Cairo.

    No último final de semana, o almirante Mameesh anunciou planos de construir outro canal mais próximo de Port Said, no Mediterrâneo.

    A estimativa é que esse projeto consuma US$ 60 milhões, com extensão de 9,5 km, segundo a agência de notícias Reuters.

    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150802_novo_canal_suez_tg

     

  15. A nauseabunda veja…

    …e seu adestramento de pitbuls, com fina camada (palavras usadas) de verniz de religião (falso por sinal).

    23/07/2015

     às 15:11  Direto ao Ponto

    As manifestações de 16 de agosto decidirão a data do enterro do mandato natimorto

    http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/as-manifestacoes-de-16-de-agosto-decidirao-a-data-do-enterro-do-mandato-natimorto/  

    ATUALIZADO ÀS 15H11

    Vítima de corrupção generalizada, falência dos truques econômicos, insuficiência mental e raquitismo administrativo, o segundo mandato de Dilma morreu nos trabalhos de parto. E a hora do enterro chegou, acaba de avisar a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes. Como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, os donos do picadeiro foram demitidos pela platéia farta de mágicas baratas.

    Lula é derrotado em todas as simulações da sucessão presidencial. Se o segundo turno da eleição fosse antecipado para julho de 2015, o sinuelo sem rebanho perderia para Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra. O índice de popularidade da afilhada é menor que a taxa de inflação. Oito em cada dez brasileiros acham desastroso o desempenho de Dilma. Mais de 60% querem que a supergerente de araque seja forçada a abandonar o emprego.

    Mais de 70% qualificam o governo de ruim ou péssimo. Metade dos entrevistados teme perder o emprego. Mais de 60% conhecem alguém incorporado à procissão dos 12 mil demitidos por dia. Para 76%, o custo de vida vai subir e a renda mensal continuará caindo. Quase 85% afirmam que Dilma está despreparada para lidar com a crise econômica. Sete em cada dez brasileiros responsabilizam o padrinho e a afilhada pela roubalheira do Petrolão.

    Se o horizonte desenhado pelos brasileiros tem todos os matizes de cinza, se os otimistas delirantes logo caberão numa missa negra do PT, o que falta para a consumação do sepultamento? Falta apenas que a imensidão de descontentes se transfira das pesquisas para as ruas. E sem prazo para voltar para casa. As dimensões da crise requerem pressa e pressão constante. Neste momento, um ato de protesto por trimestre é quase nada. Há um cadáver a enterrar urgentemente.

    No dia 16 de agosto, a imensa maioria de indignados precisa exigir o imediato encerramento do velório que há meses adia a ressurreição da esperança. É o povo quem forja o próprio destino. É perda de tempo ficar à espera de homens providenciais. Os políticos acabarão fazendo o que for ditado pelo coro da multidão. Sempre foi assim. E assim sempre será.

     

     

  16. Ah, as bocas de batom !

    Da Carta Capital

     

    Boquinhas pintadas

     

    O batom faz 100 anos. Mas a mística da sedução pelos lábios é milenar 

    Às vezes, um batom é só um batom, poderia ter dito Sigmund Freud a propósito de um acessório das lidas diárias femininas ao qual ele não deu a importância simbólica que dedicou ao igualmente fálico – e masculino – charuto. 

    Na verdade, o batom é mais ou menos contemporâneo da psicanálise, pelo menos na forma em que o batom – e a psicanálise – acabaria definitivamente por ter, ao final traumático da belle époque, na reacomodação institucional do primeiro pós-Guerra.

    As coquetes e as nem tanto devem a um certo Maurice Levy, industrial americano decosméticos baratos e inventor diletante, a criativa solução do pequeno cilindro de metal de onde, acionado por uma alça lateral, poderia escorregar, para cima e para baixo, o totêmico artefato labial. 

    A partir de  1915, o lipstick de Maurice Levy, embelezado com o nome afrancesado debâton, se espalhou mundo afora. Hoje comercializam-se, a cada dia, 3 milhões de unidades da criação de Levy. 

    Invento agora centenário para o milenar artifício feminino de reforçar, pela boca, os feitiços da sedução. Como costuma acontecer quando as verdades históricas ficam meio embaçadas pelo tempo, aos sumérios de 5 mil anos atrás atribui-se a prerrogativa do pioneirismo, com o hábito de macerar determinadas pedras coloridas e esfregar o pó nos lábios e em torno dos olhos. 

    A diva Liz Taylor em Butterfiel 8

     

    A palavra sumérios, aí, é genericamente adequada, já que esse povo se entregava ao expediente da decoração pessoal, tanto mulheres quanto guerreiros. No entanto, foi no Egito que os diabólicos acessórios de embelezamento se aperfeiçoaram, muitos séculos antes das atuais séries bíblicas da TV Record. Todo o primeiro escalão dos exércitos invasores de Roma – Júlio César e Marco Antônio incluídos – provou do veneno labial de Cleópatra, que era obtido a partir de uma fórmula em que entravam resinas púrpura de uma árvore e uma substância brilhante encontrada nas escamas de certos peixes do Nilo.  As imagens beiçudas da lendária Nefertiti atestam que as egípcias nobres dominavam com notável eficiência as artimanhas preliminares ao amor. 

    Os adornos de lábios se sucederam em altos e baixos, nas idiossincrasias das culturas e no atropelo das civilizações. Imaginem só que o primeiro notável da cosmética foi um mouro, Abu al-Qasim al-Zahrawi, que, na sua Abdalusia da Era Dourada, produziu a primeira pintura bucal de forma sólida – e perfumada. Os islamitas, à época, não se submetiam a tabu algum em relação à beleza e ao erotismo.   

    Altos e baixos: a rainha Elizabeth I, solteirona, mas assanhada, inspirou a moda dos lábios vermelhos sobressaindo de uma face tão empoada como a de uma gueixa oriental, mas nessa mesma Inglaterra, tempos depois, em 1770, um membro puritano do Parlamento tentou passar uma lei permitindo a anulação de um casamento se ficasse apurado que a noiva usou cosméticos antes do dia das núpcias.  

    Marilyn Monroe explorou o arsenal colorido da boca

    Do outro lado do Canal, os franceses, sempre tão expansivos em seus ornamentos corporais, não nutriam maiores constrangimentos em abusar dos matizes bucais – fossem madames oumonsieurs, pedestres ou chevaliers. Não por acaso, daqueles retratos clássicos das supremas cortesãs, tais como a Madame de Pompadour, amante de Luís XV, por François Boucher, ressalta, além do colo audacioso e das bochechas rosadas, a atração imperiosa dos lábios.

    “O batom apoderou-se da imaginação feminina mais violentamente do que nenhum outro dispositivo da moda”, escrevia, em 1923, o escritor americano Alexander Black, oito anos após o invento de Maurice Levy desembarcar nas penteadeiras e se disseminar pelos boudoirs. O cinema, que se convertia então no entretenimento das massas, propagou o efeito e, a partir dali, não existe diva em Hollywood – e, por extensão, no show business – que se apresente nas telas e nos palcos sem uma boquita pintada. 

    Ainda que os estilos possam naturalmente variar. Há uma elegância intrínseca, categórica em Audrey Hepburn ao retocar o batom dentro de um yellow cab nova-iorquino, mesmo quando ela representa aquela Holly Golightly de reputação duvidosa a caminho de casa, às 5 da manhã (Bonequinha de Luxo/Breakfast at Tiffany’s, de 1961). Na mesma frequência de call girl de luxo, Elizabeth Taylor aproveitou seu batom como arsenal duplo de sedução e revanche, em Butterfield 8 (de 1960, no Brasil O Número do Amor).

    As pin-ups de papel e as cover girls de Playboy também não podem passar sem um batonzinho, mas pouca gente sabe manuseá-lo tão bem quanto um rapagão de 1,90 metro, que, aliás, tem um nome feminino: o roqueiro Marilyn Manson. Deve ter aprendido com sua parceira de alcova e de make-up: a estrela do burlesque Dita von Teese. 

    O que é estandarte do belo virou arma do trágico na mão de Romy Schneider, estrela decadente  no filme L’important c’est d’aimer, do polonês Andrzej Zulawski (França, 1975). Ali, o batom que alegra é o mesmo batom que exprime a impotência do desespero. 

    Romy Schneider em L`important c`est d`aimer, de Andrzej Zulawski (França, 1975)

     

  17. http://www.desenvolvimentista

    http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/blog/2015/07/28/lucro-dos-bancos-deve-crescer-137-no-2o-tri/

    O ESPANTOSO LUCRO DOS BANCOS – Na esteira da recessão violenta que está batendo recordes de desemprego, parada de investimentos, lojas vazias, paralisia da industria, surge o espantoso crescimento do lucro dos bancos EM PLENA CRISE.

    No2º Trimestre de 2015, terminado em junho passado, o Bradesco cresceu seu lucro em 16.36%, quando o PIB regride em quase 2%. O Itau cresceu 16.98% e o Santander 18,59%.

    Como se explica? A politica de alta da taxa SELIC, pela qual são remunerados os depositos compulsorios recolhidos no Banco Central é um das explicações. PORQUE REMUNERAR O COMPULSORIO? O recolhimento em vez de uma

     correção do excesso de liquidez passa a ser um toimo negocio para os bancos e um abusrdo gasto para as finanças publicas.

    Considerando um base de R$400 bilhões no comuplsorio (oscila entre 360 e 400 bilhões ) os bancos vão receber do

    BC  R$ 55 e 58 bilhões de juros, pagos pela população brasileira.

    Pior ainda, como o compulsorio é muito bem remunerado, desestimula os bancos de emprestar à industria e ao comercio.

    Para que correr riscos, se o BC, com risco zero, paga tanto?

    Alguem viu o “maos de tesoura”  Joaquim Levy tocar no assunto?  Está ai uma despesa publica monumental.

    Entre o juros do compulsorio e o custo dos swaps cambiais que ve chegar a R$130 bilhões este ano, diferença entre o valor recebido em reais pela venda de dolares e o valor do dolar na hora da entrega, o BC vai custar ao Tesouro quase R$200 bilhões em 2015. E o Levy correndo atrás de quirelas na Educação, Saude e cortando quase todo o PAC.

    É isso que dá Ministro da Fazenda empregado de banco.

    Enquanto isso os esplendorosos lucros dos bancos são um INSULTO aos milhões de desempregados no Brasil.

  18. Entrevista com Marina Silva – Folha de S. Paulo, domingo:

    Pra se acessar, a FSP dá cortesia de 20 acessos num mês. Pra quem tem o UOL claro que é livre. A Folha bloqueia e não deixa copiar/colar . OBS: Postar esta entrevista-declaração é porque é personagem importante no cenário, não é, necessária e diretamente, ser favorável ou não – se um hitler tivesse alguma importância no cenário atual de nossa realidade eu também postaria ( Infelizmente, ontem tive um caso desse mal entendido, apesar de ter deixado bem claro acerca de outro personagem, me confundiram expressamente como defensor de FHC e de ir postar em blogs pró-tucanos… ). Mas, sim, respeito Marina, sem votar nela.http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/228135-estou-pagando-o-preco-por-nao-apoiar-o-impeachment.shtml

    1. vejo estrelinhas oscilantes, piscando e piscando.

      não as desdenho, apesar de pouco ligar pra elas pra mim. Vejo-as (quando retorno ás vezes) como forma de avaliar os visitantes (invisíveis e participantes). Influi o horário, a faixa de horário: tanto pode um post-comentário-sugestão-crítica receber 5, quanto, logo depois, receber menos, oscilando até ficar numa 1 estrelinha. Curiosidade, cada um tem a sua.

  19. O MUNDO PRECISA DE PAZ

    Os 70 anos da bomba de Hiroshima: Oceano Pacífico em tempos de caos

    O ataque que aniquilou 130 mil vidas pôs fim à 2ª Guerra Mundial e inaugurou era de incertezas

    O DIA

    Rio – Os horrores da 2ª Guerra Mundial no Pacífico não se resumem às bombas de Hiroshima e de Nagasaki. O conflito no Sudeste da Ásia e na Oceania foi tão sangrento e tão demorado quanto o da Europa, contando quase metade dos 70 milhões de mortos. E teve um inimigo tão temível quanto a Alemanha de Adolf Hitler. O Japão do imperador Hirohito e do comandante Tojo se expandiu com a mesma virulência do nazismo, tomando ilha a ilha, arquipélagos e atóis, transformando aquele pedaço do Pacífico num imenso e perigoso Império do Sol Nascente.

    Conheça o avião B-29. Clique na imagem acima para ver o infográfico completoFoto:  Reprodução

    As tensões que levaram a Ásia à 2ª Guerra Mundial começaram muito antes da sanha anexatória de Hitler — foi em março de 1938 que as tropas alemãs tomaram a Áustria, nos primórdios da criação do Lebensraum, o ‘Espaço Vital’ para a hegemonia da raça ariana no mundo. Sete anos antes, em setembro de 1931, porém, forças japonesas se estabeleceram na Manchúria, em território chinês.

    Para alguns historiadores, aquele foi o primeiro capítulo do conflito que se arrastaria por 14 dolorosos anos. Era o prenúncio de uma expansão feroz que chegou a 675 mil quilômetros quadrados, ocupando partes de 25 países, incluindo Rússia e Estados Unidos. Com os soviéticos, aliás, fora assinado tratado de neutralidade que vigoraria praticamente até a rendição das tropas japonesas, após a detonação das bombas.

    Muitas das conquistas japonesas foram sangrentas, como no Massacre de Nanquim, em dezembro de 1937, marcando de vez a invasão à China. Estimam-se 300 mil mortes de civis e combatentes. Esse episódio tinha azedado as relações entre Japão e Estados Unidos, que nos anos seguintes impuseram embargos ao império, sobretudo após a queda da Indochina, em 1940. A essa altura, já estava configurado o Eixo, a aliança entre a Alemanha nazista, a Itália fascista e o Japão. Os bloqueios, contudo, não foram suficientes para conter os planos nipônicos, que engendravam sua cartada mais ambiciosa.

    INFERNO EM PEARL HARBOR

    Eram 7p8 de 7 de dezembro de 1941 quando uma potente esquadrilha de 353 aviões japoneses, partindo de seis porta-aviões, tomou de assalto a base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí. O surpreendente ataque, catastrófico, foi determinante para a entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial — até então, os ianques apenas apoiavam os aliados europeus com suprimentos e armas. Em duas ondas que duraram quase duas horas, os pilotos imperiais mataram 2,5 mil militares americanos e impuseram grande perda material: oito encouraçados, três cruzadores, três destróieres e três navios auxiliares foram destruídos ou avariados.

    O mensageiro da morte. Clique na imagem acima para ver o infográfico completoFoto:  Reprodução

    Não só Pearl Harbor era destroçado naquela manhã. A estratégia nipônica traçou ataques quase simultâneos a bases nas Filipinas, Cingapura e Hong Kong. O objetivo era neutralizar as forças aliadas e abalar a moral americana. Conseguiram. A essa altura, ameaçando até a Austrália, o Japão tomava conta de vasta área que ia até o Índico. E eles queriam mais — o que foi letal para suas ambições, já que sustentar um império tão grande exigiria homens e equipamentos que eles não tinham. Mas havia brio.

    Estados Unidos e Grã-Bretanha não tiveram outra opção a não ser declarar guerra contra o Japão — e os rumos do conflito começariam a mudar. No Pacífico, nos três anos seguintes quatro batalhas foram fundamentais para o avanço dos aliados: a do Mar de Coral, a de Midway, a de Guadalcanal e a de Iwo Jima. As vitórias permitiram a aproximação do Ocidente e a estratégia de asfixiar as linhas de abastecimento do Japão. O poderio do império começava a decair, mas os militares nipônicos não se rendiam.

    Na Europa, o primeiro semestre de 1945 era de sucessivas vitórias aliadas. Um ano após o Dia D — a invasão da Normandia —, Hitler se via isolado e acabou se matando a 30 de abril. A Alemanha nazista se renderia uma semana depois. No Pacífico, porém, ainda não se enxergava um fim para o conflito. Aviões como o B-29 atacavam impiedosamente o país com bombas incendiárias, reduzindo as cidades a cinzas e matando milhares, mas os japoneses resistiam. Só uma invasão em larga escala, com incontável número de baixas de ambos os lados, terminaria a guerra. Mas havia a ‘arma secreta’.

    Leia amanhã: A ciência por trás da bomba, os bastidores do Projeto Manhattan e os dias que antecederam a detonação em Hiroshima

     

     

     

  20. Inicio da Produção em Iracema Norte – Fatos e Dados

    Início da produção em Iracema Norte

    Entrou em operação nesta sexta-feira (31/07) a plataforma Cidade de Itaguaí, dando início à produção do projeto Iracema Norte. A área de Iracema Norte está localizada no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro.

    A plataforma Cidade de Itaguaí é um FPSO, unidade que produz, armazena e transfere petróleo ancorado em profundidade de 2.220 metros, a cerca de 240 km da costa. A plataforma tem capacidade para processar, diariamente, até 150 mil barris de petróleo e 8 milhões de m3 de gás, além de armazenar 1,6 milhão de barris de petróleo.

    O poço 7-LL-36A-RJS, primeiro interligado à plataforma, tem potencial de produção de 32 mil barris de petróleo por dia. O petróleo produzido na área de Iracema Norte é de elevada qualidade e de média densidade (30º API) e será escoado por navios aliviadores. O FPSO Cidade de Itaguaí será conectado a oito poços produtores e nove injetores. A previsão é que o pico de produção, de 150 mil barris de petróleo por dia, seja atingido no início de 2017.

    A construção e integração de módulos da plataforma, no Brasil, envolveram estaleiros no Rio de Janeiro (Itaguaí e Angra dos Reis) e em São Paulo (São Sebastião). A área de Iracema Norte está localizada na concessão BM-S-11, que operamos (65%) em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (25%) e Petrogal Brasil S.A. (10%).

    Características técnicas

    Capacidade de produção de petróleo: 150 mil barris por dia
    Capacidade de tratamento de gás natural: 8 milhões de m3 por dia
    Capacidade de armazenamento: 1,6 milhão de barris de petróleo
    Alojamento: 150 pessoas
    Profundidade de água de operação: 2.220 metro

    http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/inicio-da-producao-em-iracema-norte.htm

  21. Petrobrás e sua gestão senoidal imposta pelo mercado

    Petrobrás e sua gestão senoidal imposta pelo mercado
    Entre a megalomania e a síndrome de inferioridade

    Foto de Unidade Classista dos Petroleiros-RJ.

     

    Um dos grandes erros rec

    entes

     de gestão de nossa companhia foi ter aceito sem criticar, e mesmo ter embarcado em planejamentos muito além do realismo – como dobrar a capacidade produção de barris de petróleo e de tamanho em 10 anos, etc.

    Esta política irresponsável foi imposta pelo governo federal e pela ANP, apostando todas as fichas no Pré-sal (sem considerar com cuidado elementos como a possibilidade de queda do preço do barril no mercado internacional, a complexidade e o alto custo da produção desta região, etc.)
    A pressa exagerada em produzir mais e mais se mostrou insensata e não compatível com o desenvolvimento soberano e emancipador necessário para a nação – foi movida muito mais pelo imediatismo de quem só visa o lucro.
    A expansão da crise do capitalismo mundial e o atingimento do Brasil gerou um quadro de estagnação econômica, demissões em massa e aumento de pressões de grupos capitalistas internacionais. Dentre as principais medidas de esforço das mega-corporações estrangeiras e seus aliados internos para co

    mbater a queda do lucro, destacam-se:

    * Pressões por privatizações.
    * Reformas trabalhista, fiscal, previdenciária, etc., visando a acentuação da exploração da força de trabalho.
    * Elevação da taxa de juros, objetivando maior abocanhamento das riquezas geradas pelo trabalho de todos nós, através do comprometimento do orçamento dos governos com dívidas fictícias – uma verdadeira drenagem de verba pública para a esfera privada bancária.
    * Alto investimento em aparatos repressores, maior rigor de ações penais / encarceramento e forte campanha de difusão de medo através das mídias para facilitar o convencimento de tais iniciativas, sempre visando combater qualquer reação popular organizada.
    Também é flagrante, e obedece a essa mesma lógica, a pressão, no Congresso (PL 131 do José Serra), para a quebra do regime de partilha com exclusividade de operação da Petrobrás no pré-sal. Já não há garantia sequer para

     a continuidade da Cessão Onerosa, haja vista a sanha internacional sobre nossa valiosíssima reserva de recursos energéticos. Miram o pré-sal porque ele é a garantia de que a dívida pública será sustentada por mais tempo. Também é a esperança de manter baixos os preços do petróleo no mercado internacional dando fôlego ao capitalismo financeiro (parasitário) que precisa de crescimento infinito, embora o planeta seja finito.

    A indefensável rapinagem de diretores corruptos e principalmente de empreiteiras corruptoras tem servido de pretexto para a intensificação da forte inflexão mercadológica.
    O volume de perdas dos desvios políticos, apesar de grandioso, é pequeno comparado à sangria do superfaturamento de obras, que explodiu, em alguns casos, em até 10 vezes o orçamento inicial. Este sobrevalor artifi

    cial atribuído aos novos ativos, em um contexto de retração econômica, foi o grande responsável pelo “prejuízo” (impairment) registrado no último balanço.

    A cobertura midiática cumpre um papel muito mais político do que meramente jornalístico. Como exemplo, desde a revelação da operação Lava-Jato, outros escândalos de mesmo porte estouraram (Zelotes, Swissleaks e Fifa), todos eles saindo rapidamente de pauta da mídia, ao contrário do caso da Petrobrás. O objetivo é preparar terreno para o ataque, seja fragilizando posições de defesa da companhia, seja a desvalorizando ao máximo para viabilizar e facilitar a suposta compra de nossos ativos pelos ávidos abutres.
    A queda do valor do barril do petróleo não é por acaso. É uma manobra de risco calculado dos EUA, em parceria com o governo subordinado da Arábia Saudita, que atinge em cheio os países produtores (Irã, Rússia e Venezuela) que não têm se dobrado aos desmandos imperialistas estadunidenses. O Brasil e a Petrobrás acabam sendo atingidos.
    A companhia está sendo atacada por todos os lados. Emparedada entre a disputa geopolítica da China x EUA, a nação cedeu boa parte da produção de seu maior campo do Pré-Sal (Libra) para companhias chinesas, e é vítima de toda sorte de pressão, espionagem ilícita e infiltração política (através de consultorias e auditoria

    s de empresas dos EUA)

    Em articulação com essas movimentações, a tendência privatista interna ganha forças, cada vez com maior aval do próprio governo, que tem representado mais e mais os interesses alheios à nação, como se fossem inevitáveis. Comprovam essa tendência os seguintes fatos:
    * Indicação de executivo oriundo do mercado, com marcada passagem pelo segmento financeiro (Citibank), para diretoria de Governança, Risco e Conformidade (ganhando status de uma espécie de xerife).
    * Nomeação de Murilo Ferreira, presidente da Vale (aquela mesma, privatizada nos anos 90), a nada menos do que presidente do Conselho Administrativo.
    * Escolha de Bendine para a presidência, com toda sua filosofia e prática de cortes e enxugamentos.
    Nesse contexto, a nova gestão caracteriza-se por um mergulho suicida, em um círculo vicioso que aceita as pressões externas e mesmo as pote

    ncializa ao efetuar cortes orçamentários (não só na operação, mas agora também no investimento), do encerramento da grande maioria de contratos de prestação de serviço de forma açodada e não planejada (sem levar em conta que os companheiros terceirizados, além de altamente qualificados, são pessoas, com famílias). Deixa claras, ainda, suas intenções de um profundo enxugamento e de venda de ativos. É constrangedor, sobretudo, o fato da diretoria estar mais preocupada em livrar-se dos valorosos trabalhadores contratados e também daqueles mais maduros, através de estímulo a Demissão Voluntária, do que em abrir concursos para garantir a renovação da nossa capacidade técnica.

    A retração geral e o foco superdimensionado na Produção, em detrimento do Abastecimento, Gás e Energia, Pesquisa e até mesmo da Exploração, apontam para uma manobra de alto risco. A diversificação de suas atividades é um grande trunfo da empresa para diminuir riscos. O Índice de Reposição de Reservas (IRR) favorável das últimas décadas, garantido pela competência da Exploração, é invejável e inigualável, mas tende a ser comprometido.
    Com tantos ataques, está em grave perigo a empregabilidade nacional, direta ou indiretamente garantidas pela Petrobrás, seja pela contratação, por obras ou por encomendas devido ao Conteúdo Local.
    Também está em xeque a nossa soberania e o projeto de nação. O caminho do desenvolvimento tecnológico, científico, social, energético e ambiental pode ser completamente comprometido ao se confirmar tal inflexão política mercadológica. 
    Essas movimentações não se justificam. Trata-se de um ajuste totalmente descabido e na contramão do interesse nacional e mesmo do bom senso. A Petrobras tem 16 bilhões de barris de reserva provada, a produção do Pré-Sal vai de vento em popa, atingindo 725 mil barris diários, fazendo a produção de petróleo no Brasil subir cerca de 10%, a cada ano, de 2013 até 2015. O lucro operacional tem se mantido na casa de bilhões de reais nos últimos 8 anos, liderando o ranking de empresas nacionais por este critério nos últimos 3 anos. Estamos batendo recordes de processamento de petróleo a cada mês. Pelo ranking da PIW de 2014, já somos a 12a empresa do mundo, ganhando 3 posições n

    os últimos 2 anos. Dentre as empresas S.A., atingimos a marca de maior produtora mundial de petróleo. Segundo o último balanço, terminamos o primeiro trimestre de 2015 com R$ 68 bilhões em caixa. Ou seja, tamanho pessimismo e forçosa reestruturação e venda de ativos não encontra qualquer explicação a não ser a rendição ao capital predatório internacionalizado. 

    Fazemos um chamado, principalmente aos trabalhadores, mas também a todos que acreditam que temos que retomar a nossa História com as próprias mãos. Não somos uma empresa como outra qualquer. Somos a Petrobrás! Ninguém vai subtrair o desenvolvimento nacional de nossa missão! Precisamos combater os inimigos de nossa Petrobrás, sejam eles externos ou internos.

     

     

  22. Lava Jato

    Deltan Dallagnon, procurador da operação Lava Jato: O  tuiuiú que virou tucano.

     

                                                                  

    O procurador Deltan dallagnon fez palestra ontem, 2/8 para 750 pessoas, no 31º Congresso brasileiro de Cirurgia, em Curitiba. O Cinismo desse procurador é imensurável e, o pior, fala em nome de Deus. Que Deus é esse que aceita a farsa praticada pelo Procurador? Que cita a justiça e tem a cara de pau de deixar de fora do Lava Jato senadores que foram citados em delação premiada, como é o caso dos senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia?

    Se peca em nome de Deus, na medicina se apresenta como um charlatão, que diz curar um câncer e cria um pior, que é o câncer da blindagem e da seletividade em proteger políticos tucanos.

    Mais decepcionante  é que esse procurador junto com todos os outros que hoje fazem parte do Lava Jato compunham o grupo conhecido como “tuiuiuís”, grupo dos procuradores que criticavam veementemente o Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, nomeado pelo presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, denominado pela imprensa na época de “Engavetador Geral da República”. Criticaram tanto e agora blinda o período FHC na Petrobrás que apesar de citado por vários delatores no Lava Jato a investigação se restringe aos governos do PT.

    No governo de FHC além do PGR engavetar as denúncias, os órgãos investigatórios (Ministério Público Federal, Receita Federal e Policia Federal) sofriam do mal gerado a partir da falta de renovação dos quadros profissionais, pela inexistência de concursos públicos. O caso era tão grave que a imprensa registrava falta de gasolina nos carros da polícia e telefones cortados por falta de pagamentos nesses órgãos.

    Se como procurador e médico o doutor  Deltan Dallagnom decepciona, no mundo animal se apresenta como um fenômeno: O único tuiuiú que virou tucano.

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

    Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2015

             

    http://emanuelcancella.blogspot.com.br/

     

     

     

     

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