Fora de Pauta

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Redação

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  1. Contradições internas do peronismo e não um desmonte da esquerda

    PERONISMO DERROTA O PERONISMO NA ARGENTINA – A maior derrota sofrida por Daniel Scioli ocorreu na província de Córdoba, comandada pelo peronista José Manuel de la Sota. Córdoba é governada pelo Partido Justicialista (peronista) há 16 anos consecutivos, desde 1999. O candidato peronista Juan Schiaretti venceu o último pleito e ficará no comando da província até 2019.

    O governador de Córdoba e o candidato vitorioso, ambos peronistas, fizeram campanha aberta contra o candidato presidencial do peronismo, Daniel Scioli, e, obviamente, a favor do candidato da oposição Mauricio Macri. Córdoba é a segunda maior província da Argentina, perdendo apenas para a província de Buenos Aires. Somente nesta província de Córdoba, onde o governador e o governador eleito apoiaram efusivamente a oposição, Macri abriu uma vantagem de mais de 900 mil votos sobre Scioli. No cômputo geral, lembremo-nos, Mauricio Macri venceu por aproximadamente 700 mil votos (o resultado oficial ainda não foi divulgado e a apuração está em 99,17% do total).

    Outro ponto a destacar é que a província de Buenos Aires (a maior do país), governada há 08 anos por Scioli, lhe deu uma vitória magra, de apenas 200 mil votos de diferença sobre Mauricio Macri.

    Note-se que Daniel Scioli venceu em 15 das 23 províncias da Argentina. Apesar disso, perdeu de lavada na cidade autônoma de Buenos Aires, cujo prefeito é justamente o sr. Mauricio Macri. Da mesma forma, perdeu de lavada, como foi visto, na segunda maior província do país, governada por uma chusma de peronistas traidores (Córdoba).

    O sr. José Manuel de la Sota, como é sabido desde sempre, tem uma vinculação profunda com a ultra direita peronista, desde os tempos em que era um admirador do “bruxo” José López Rega, peronista criador da odiosa AAA (Aliança Anticomunista Argentina), organização fascista e terrorista de extrema direita que começou a operar logo após a morte de Juan Domingo Perón, em 1974, e que infernizou a vida do povo argentino durante todo o governo de Isabelita Perón, sob o comando do já citado “bruxo” (o que só comprova o caráter historicamente multifacetado do peronismo, oscilando sempre entre a extrema esquerda e a extrema direita).

    Na província de Buenos Aires, onde todo mundo esperava grande vantagem para Daniel Scioli, capaz de lhe assegurar a vitória na contenda presidencial, isto simplesmente não aconteceu. E não aconteceu em grande medida porque os peronistas perderam a eleição para o governo desta província, que comandavam ininterruptamente desde 1987, de forma inesperada. A responsável pelo fim dos 28 anos consecutivos de hegemonia peronista na maior província argentina foi a candidata María Eugenia Vidal, da coligação ‘Cambiemos’, a mesma do presidente eleito Mauricio Macri.

    Já imaginaram se o PT ou o PSDB perdessem uma eleição porque um governador e um governador eleito dos seus quadros resolvessem fazer campanha aberta contra o seu próprio partido? Pois foi isso o que houve na Argentina nesta última eleição presidencial.

    No mais é preciso dizer que as previsões que tentam demonstrar uma hipotética queda da esquerda na América do Sul pecam pelo voluntarismo e pela precipitação.

    A normalização da política monetária nos EUA a partir do mês que vem, o arrefecimento econômico chinês e a debacle no valor das commodities, fenômenos que irromperam com força descomunal em 2015, forçarão a ajustes maiores ou menores na Argentina de Macri e na Venezuela de Maduro dentro em breve. Estamos vendo ajustes como estes sendo feitos por todos os países em desenvolvimento, com desvalorização cambial e efeitos deletérios na inflação (o Brasil está passando por esse ajuste exatamente neste momento).

    Logo, no caso argentino, o mais provável é que Mauricio Macri enfrente fortíssima oposição e que os peronistas, cuja força já é imensa, voltem com força total no pleito de 2019. Não custa lembrar que Macri venceu uma eleição apertadíssima – ficou com 51,40% contra 48,60% de Scioli – com margem menor do que a margem obtida por Dilma no pleito de 2014.

    Desde a redemocratização argentina, em 1983, somente peronistas terminaram seus mandatos presidenciais. Raúl Alfonsín renunciou pouco antes do fim do mandato e Fernando de la Rúa, que renunciou na metade do mandato, teve que fugir de helicóptero às pressas da Casa Rosada. Ambos pertenciam ao histórico partido da União Cívica Radical, fundado em 1891 e que fará 125 anos no ano que vem.

    Mauricio Macri não tem atrás de si um partido tradicional e milita no PRO (Proposta Republicana), fundado por ele próprio em 2005. Ou seja, Macri não tem um partido com forte enraizamento popular e nem é peronista, além de estar próximo de ter que enfrentar um duro e inevitável ajuste econômico a partir de 10 de dezembro.

    Isso tem um significado importante: o kirchnerismo não está morto e as organizações e partidos de esquerda, ao contrário do que dizem por aí os mais apressados, vão se reorganizar e literalmente infernizar o governo de Macri. Nada leva a crer que a vitória de Macri é o prenúncio de uma queda continental da esquerda. O processo está mais com cara do que houve no Chile em 2010, quando o conservador Sebastián Piñera venceu o pleito. Ele cumpriu os seus 04 anos de mandato e a esquerda, através da antiga Concertación, com Michelle Bachelet, voltou ao poder em 2014.

    Por fim, o fator Sergio Massa. Este ex peronista concorreu na última eleição presidencial e ficou em terceiro lugar na disputa. No primeiro turno Daniel Scioli fez 37,08% dos votos válidos. O segundo colocado, Mauricio Macri, fez 34,15% e ele, Sergio Massa, fez 21,39% dos votos válidos. Massa ascendeu na política argentina como um militante kirchnerista e rompeu com Cristina no segundo mandato da mesma. Saiu do Partido Justicialista (peronista) e fundou em 2013 um novo partido, a Frente Renovadora, pelo qual concorreu agora.

    Sem essa dissidência de Sergio Massa, espécie de Marina Silva da Argentina, o resultado da última eleição presidencial seria uma vitória arrasadora do peronismo e do kirchnerismo, já no primeiro turno, por intermédio de Daniel Scioli. No segundo turno Massa ficou em cima do muro, o que de fato muito beneficiou a Mauricio Macri.

    Essa dissidência, com importância inclusive maior do que os outros incidentes relatados, foi o que pesou mais para a derrota do candidato oficialista Daniel Scioli.

    Não vimos, portanto, uma queda fulminante da esquerda, mas sim o resultado das contradições internas do peronismo que o levaram a uma derrota importante mas por estreitíssima margem, dentro do primeiro pleito decidido no segundo turno em toda a história argentina.

    Não é provável que vejamos uma influência da Argentina no sentido de mudar o eixo político do subcontinente. Pelo menos é muito cedo para afirmar isso de forma categórica. 

  2. http://www.companhiadasletras

    http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13697

    NOITES DE COPACABANA NOS ANOS 50 – O novo livro do consagrado escritor Ruy Castro A NOITE DE MEU BEM contando a estoria do samba canção e dos ambientes onde se desenrolou esse genero musical. O livro é ricamente ilustrado e é uma delicia de ler e relembrar esses anos dourados, edição da Companhia das Letras.

    O pano de fundo do samba canção é a época que se seguiu ao fechamento dos cassinos, cenarios das grandes orquestras dos anos 40. O espaço fisico e o ambiente luxuoso dos cassinos apelavam às orquestras e cantores de voz potente para grandes espaços, o que atraia as composições do samba classico, dos ritmos americanos, dos boleros, rumbas, tangos e salsas. Os artistas eram cantores e cantoras famosas, bem pagos, maestros experientes e musicos tarimbados. Não havia problema de custos, o negocio dos jogos dava muito lucro e permitia pagar bons cachês, patrocinar cardapios de primeira em jantares dançantes a preço de custo, o jogo pagava tudo.

     

    Com o fechamento dos cassinos como entreter os ricos frequentadores dessas casas em busca de diversão?

    No Rio isso só seria possivel em espaços pequenos que passaram a surgir em Copacabana, bares em terreos limitados

    onde só seria possivel conjuntos de tres a cinco integrantes e musica intimista. Surge então o samba-canção, ritmo que se enquadrava nesses espaços, agora chamados de “boates” que viraram uma coqueluche nas ruas internas de Copacabana., mais de 50 surgiram e outras no centro, como a Night and Day de Carlos Machado no Hotel Serrador.

    Os chamados “granfinos”, uma certa faixa da alta sociedade que tinha por habito sair para noitadas, passaram a procurar as boates para jantar, ouvir boa musica e dançar. Romances e fossas se curtiam nas casas onde o samba canção era o carro chefe, o que criou um grupo de cantores e cantoras especializados no genero, compositores antigos passaram a compor sambas-canções, ícones como Dolores Duran, Lucio Alves, Dick Farney, Jamelão, Lupicinio Rodrigues compunham o roteiro que tambem agregou Ary Barroso com seu Risque, Nora Ney, os clientes consumiam whisky ainda muito caro

    nesses anos agradaveis onde a economia fluia bem e sentido de progresso estava no ar, especialmente no governo JK.

    È evidente que a frequencia das boates exigia lastro financeiro não só para a conta mas para a vestimenta que era pelo padrão da época era “chic”, a sociedade era bem segmentada nas classes alta, média e baixa, era o tempo da Miss Elegante Bangu, das Dez Mais Elegantes do Ibrahim Sued e de seu concorrente Jacinto de Thormes , depois tambem os homens Dez Mais Elegantes, ranking que era esperado com ansiedade pelos leitores da Revista Manchete.

    O livro de Ruy Castro não se limita a tratar de musica mas traça um pano de fundo da sociedade carioca daquela época,

    através dos frequentadores das boates e da curtição do samba-canção, trata dos habitos de vida do Rio e dos que não sendo do Rio passavam lá longas temporadas, especialmente o pessoal do Norte Nordeste e de Minas Gerais, camada que

    fornecia boa parte da frequencia das boates, uma atraçãoo turistica especial do Rio, ia-se à cidade para isso.

    O samba canção foi o genero previo da bossa nova, uma especie de ritmo de transição entre os sambas classicos dos anos 30 e 40 e a modernidade da bossa nova que chegaria nos anos 60 no bairro vizinho de Ipanema.

    Um  livro imperdivel.

  3. Os Romanos acreditavam que

    Os Romanos acreditavam que seus Cílios caíam quando eles faziam sexo demais. Para preservar a moral, muitas mulheres aplicavam cosméticos nos seus Cílios, para fazê-los parecer maiores e mais longos, para demonstrar sua Castidade. E assim foi criado o Rímel.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

     

  4. As mulheres são atraídas por

    As mulheres são atraídas por homens com um bom senso de Humor, porque acreditam, ainda que de modo inconsciente, que isso está ligado à inteligência e honestidade.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

     

  5. 5 coisas que você não sabe

    5 coisas que você não sabe sobre ninfomaníacos

    fantasia-sexual 

    1. Passar o tempo

    fragrancias-mulheres-sensuais
    Para muitos ninfomaníacos, o sexo se torna uma forma de anestesiar os sentimentos dolorosos, matar o tempo ou parar de se sentir solitário. Isso mesmo!  Muitos imaginam que os viciados em sexo procuram apenas sanar seus prazeres. Mas está muito enganado quem pensa isso. Tudo isso porque, em muitos casos, os ninfomaníacos buscam apenas uma companhia. A definição desse distúrbio está muito relativa.

    2. Consequências do comportamento compulsivo

    depressao-1As pessoas obcecadas por sexo, mesmo quando não querem mais, ficam só “pensando naquilo”. De acordo com o depoimento de pessoas que se dizem viciadas, elas acabam não sentindo prazer no sexo, sentem apenas vergonha. Além disso, as consequências podem ser graves:  vulnerabilidade à ansiedade e depressão, interferência com o trabalho e vida social, perda de reputação – já que em muitos casos procuram-se vários parceiros, não podemos esquecer da dificuldade em admitir a doença e o próprio comportamento sexual.

     

    3. Tratamento

    analise-pessoalDe maneira inicial é preciso que as pessoas portadoras de compulsão sexual comecem um acompanhamento com terapeutas sexuais, psiquiatras e psicólogos os quais irão verificar os eventos que levaram ao surgimento deste comportamento e suas características individuais para cada paciente.

    O  problema geralmente conta com o uso de medicamentos antidepressivos. Estes medicamentos têm como principal característica a propriedade de regular a serotonina no organismo dos pacientes fazendo com que ocorra um maior autocontrole, melhoria do humor enquanto reduz a ansiedade, pensamentos obsessivos e a libido em excesso.

    4. Como notar o surgimento do distúrbio

    4367314As pessoas têm fantasias sexuais de forma recorrente e intensa que podem atrapalhar o dia-a-dia; falam e pensam mais sobre sexo que a maioria das pessoas que conhecem; abuso da pornografia – masturbação compulsiva. Além do sofrimento que é causado nas relações interpessoais. A tendência é praticar sexo em locais públicos e proibidos. Vale lembrar que muitas vezes o sexo ocorre sem proteção e são oferecidos em serviços por telefone ou internet. E aí, você conhece ou já conheceu alguém que se enquadra nesses aspectos?

    5. As ninfomaníacas de hoje são as viciadas em sexo de ontem

    ninfomaniaca-estreia-brasilO termo “ninfomaníaca” ou “ninfo” não é mais reconhecido no mundo da medicina. De acordo com a Discovery, o termo não é cientificamente significativo, simplesmente porque não há critérios específicos que definam uma ninfomaníaca. Em outras palavras, não existe uma maneira de determinar o quanto o desejo ou a atividade sexual é demais. Mas o termo ninfomaníaca ainda está em uso no nosso vocabulário. Ou seja, alguém com prazer incessante não deve ser confundido com alguém que não tenha dignidade. Isso é um distúrbio que pode acontecer com qualquer mulher

     

     

  6.  
    Vladimir O Grande, Príncipe
     

    Vladimir O Grande, Príncipe de Kiev, pensou em se converter ao Islamismo. Ele enviou homens para estudarem o Islã, mas depois de descobrir que eles proibiam Álcool e Porco, ele preferiu se tornar Cristão…

     Foto de Fatos Desconhecidos.

     

  7. O Aperto de Mão surgiu

    O Aperto de Mão surgiu originalmente para ter certeza de que, num encontro, as pessoas não estavam carregando armas. Apertar as mão dava a certeza de que as mãos de ambos estavam livres, e balançá-las durante o aperto dava a certeza de que não havia nenhum arma escondida nas mangas…

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  8. Quando as Formigas se deparam

    Quando as Formigas se deparam com uma enchente ou inundação, elas formam “Ilhas” de formigas, se unindo para manter todas a salvo.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  9. Existe um museu especialmente

    Existe um museu especialmente feito para artes consideradas ruins, em Massachusetts. Na entrada do museu, encontra-se a seguinte frase: “Artes ruins demais para serem ignoradas”.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

    1. Oi Anarquista!
      Sua melhor
      Oi Anarquista!
      Sua melhor postagem hoje. Tenho visto situações dolorosas; nos esquecemos de celebrar nossas possibilidades e saúde, mesmo que não completa. Há quadros devastadores e volta e meia reclamamos por limitações corriqueiras e nem tão graves.
      Abraço e boa semana pra você!

  10. um novo jornal

    Alguém tem referências?

    http://www.nexojornal.com.br/

    Novo jornal digital chega ao mercado brasileiro

    24 de novembro de 2015 · Atualizado às 16h03 

    Conrado Corsalette, Renata Rizzi e Paula Miraglia (Divulgação)

    Na contramão do difícil cenário do jornalismo impresso, três empreendedores brasileiros lançam neste mês de novembro o Nexo, uma publicação que já nasce em formato digital, com um modelo editorial que tem como proposta “oferecer notícias contextualizadas, utilizando diversos formatos e recursos de design, tecnologia e pesquisa, valorizando conteúdos como vídeos, materiais interativos e infográficos”.

    O projeto foi idealizado por Paula Miraglia, cientista social e doutora em antropologia social, Renata Rizzi, engenheira e doutora em economia, e Conrado Corsalette, jornalista que já foi editor de política do Estadão e de cotidiano da Folha de S. Paulo. “Nosso objetivo, desde o início, foi criar um modelo editorial capaz de produzir um conteúdo que seja acessível para um maior número de pessoas, por ser claro e explicativo, e também efetivamente rico, proporcionando contexto suficiente para subsidiar a formação de opinião”, explica Paula Miraglia, cofundadora e diretora geral do Nexo.

    A equipe do veículo, com sede no centro da capital paulista, é composta por 25 profissionais com experiências e competências variadas, entre as áreas de jornalismo, artes, humanidades, tecnologia, dados, marketing e negócios. O nome Nexo surgiu da ideia de valorizar e sintetizar o que o jornal oferece ao leitor: dar nexo aos fatos a partir da clareza, contexto e da interpretação equilibrada. Assinam o projeto gráfico Celso Longo e Daniel Trench. Renato Almeida Prado, do Nolab, é responsável pelo design da interface do site.

    A estratégia comercial do veículo é baseada no modelo de assinaturas, o chamado paywall. No período inicial todo o conteúdo poderá ser acessado livremente. No futuro, para ter acesso ao conteúdo de forma ilimitada, o leitor vai pagar R$ 12,00 por mês.

     

  11. Juca Kfouri
    Desfaçatez sem

    Juca Kfouri

    Desfaçatez sem limites

    O PAÍS de Eduardo Cunha, de Delcídio do Amaral, de Eduardo Azeredo não cansa de chocar.

    O país de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, de Andrés Sanchez não dá trégua.

    O país, em silêncio, vê Marco Polo Del Nero renunciar a seu cargo na Fifa e indicar Fernando Sarney para seu lugar.

    Como Cunha, Nero quer ficar no poder que lhe resta. Não quer renunciar à CBF como Teixeira, nem ser preso como Marin.

    Como Sanchez se faz de seu desafeto, embora o tenha estimulado a não renunciar na CBF, indica um Sarney para substituí-lo.

    Sarney é vice-presidente da região Norte da CBF, apesar de ser do Maranhão, no Nordeste.

    Seu envolvimento em escândalos faz do mensalão tucano de Azeredo coisa menor, que o diga a Operação Faktor, da Polícia Federal, em 2006 —para não falar do bloqueio, pela Suíça, de uma conta dele, não declarada ao fisco brasileiro, de US$ 13 milhões, segundo revelou esta Folha, em 2010.

    A contribuição dele ao futebol é tão nenhuma que não será surpresa se a Fifa, no atual surto moralizador, vetar a indicação.

    Nero brinca com a cara do Brasil assim como o senador petista Amaral.

    Eles insistem, mesmo diante de todas as investigações em curso na PF e no FBI, em continuar a não respeitar um mínimo de decoro.

    Quem sai aos seus não degenera, ou segue degenerado. O pai de Fernando, José Sarney, um dia escreveu nesta Folha, a pretexto de saudar a conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira, que “Ricardo Teixeira venceu a tempestade”, como se a vitória nos gramados da “família Scolari” apagasse todos os indiciamentos do cartola na CPI do Futebol um ano antes.

    O ex-presidente do Brasil, cuja família fez do Maranhão um dos Estados mais miseráveis do país, precipitou-se.

    Teixeira não só não venceu a tempestade como afogou-se nela.

    Nero aposta na falta de memória nacional, esquecido ele mesmo do que disse, dia 9 de junho último, na Câmara Federal: “Renuncia quem tem alguma coisa errada na vida, não é? Eu não renuncio, não”.

    Pois renunciou, ao menos, ao seu posto na Fifa, antes que o pusessem para fora por faltar às reuniões da entidade, já que anda com um medo que se pela de sair do país.

    A exemplo do que fizeram João Havelange, na Fifa e no Comitê Olímpico Internacional, e Teixeira, na Fifa e na CBF, Nero caiu fora para se poupar de ser caído.

    Se Cunha resiste com desfaçatez desmedida, se Amaral está preso como Marin, se o julgamento de Azeredo demora mais que o tempo em que o Corinthians de Sanchez ficou sem ser campeão paulista nos anos 1950/60 e 70, Nero imita Cunha e abusa da falta de vergonha, nem aí para o prejuízo que causa à imagem do futebol pentacampeão mundial, humilhado pelo 7 a 1 que a gestão Marin e dele proporcionou.

    E torcedor algum bate panela para exigir que Cunha e Nero vão embora, que Azeredo seja julgado e, pior, ainda aplaude Sanchez como se fosse ele, e não Tite e seus jogadores, os responsáveis pelo hexacampeonato brasileiro.

    Atribuem a Sanchez o estádio erguido pela Odebrechet graças à intermediação de Lula que, nada republicano, foi o melhor presidente corintiano. 

  12. Só pra quem gosta de romances

    Só pra quem gosta de romances policiais.Caso contrário,não entenderá nada.

      Crônica fantástica.

    Ruy Castro

    Para quem o cachorro ainda

    RIO DE JANEIRO – Nenhum escritor policial inglês ou americano conseguiria criar sozinho a trama que estamos vivendo sob o nome de Operação Lava Jato. Nem Agatha Christie ou Raymond Chandler seria capaz de dar conta de tantos plots e subplots, quebras de narrativa, cenas de ação e, como suspeitos, gente com conta bancária de até 11 dígitos. Sem falar na dança dos coadjuvantes: todos os dias um novo nome assume o primeiro plano. Só não tivemos –até agora– um cadáver.

    O primeiro grande personagem foi José Dirceu. Equivalia ao sinistro professor Moriarty, criado por Conan Doyle como o cérebro por trás de tudo de ilícito na Londres vitoriana. Como um Moriarty com ideologia, Dirceu armou o esquema que drenaria milhões da Petrobras e financiaria um sistema que se eternizaria no poder. Só que, de repente, Dirceu se tornou um personagem de John Le Carré: revelou sua fraqueza humana. Aproveitou para também locupletar-se em causa própria e foi apanhado.

    Mas o esquema sobreviveu, graças ao caso de amor do partido e de seus aliados com diretores e gerentes da Petrobras. O resultado foi uma armação de deixar no chinelo as redes de corrupção descritas por Dashiell Hammett em “Seara Vermelha” e “A Chave de Vidro”. A chegada de tubarões como André Esteves, José Carlos Bumlai e Marcelo Odebrecht, por sua vez, conferiu à história uma densidade digna de Frederick Forsyth.

    Já o senador Delcídio do Amaral deu-lhe um toque de 007. Sua tentativa de comprar o silêncio do diretor da Petrobras Nestor Cerveró, tirá-lo da cadeia e despachá-lo para a Espanha num jatinho secreto parece coisa de James Bond.

    E todos os fãs de romances policiais sabem que, se o cachorro não latiu para o criminoso, é porque este era conhecido do cachorro. Só falta, portanto, descobrir para quem o cachorro ainda não latiu.

  13. Mais um João Alves
     
    José

    Mais um João Alves

     

    José Carlos Bumlai diz ter ganhado R$ 2 milhões em sorteio

     Paulo Lisboa/Folhapress O pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da Operação Lava Jato, deixa o IML de Curitiba (PR) após exame de corpo de delitoO pecuarista José Carlos Bumlai após ser preso

    GRACILIANO ROCHA
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    Preso na semana passada por suspeita de envolvimento com corrupção na Petrobras, o empresário José Carlos Bumlai figura como ganhador de R$ 2 milhões em sorteio de um título de capitalização pela loteria federal.

    A prisão na semana passada acendeu temor de novos estragos no Planalto e no PT em virtude da proximidade de Bumlai com o ex-presidente Lula e pela atuação do empresário em áreas sensíveis, como a Petrobras, o BNDES e o setor elétrico.

    A “sorte” de Bumlai é uma das dezenas de operações consideradas atípicas que integram relatório com informações fornecidas pelos bancos ao órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda. O material está nos autos da Lava Jato.

    O chamado “Pé Quente Bradesco”, que rendeu R$ 2 milhões, foi comprado por ele por R$ 1.000.

    O número de Bumlai foi sorteado em dezembro de 2012 e a bolada, resgatada em 15 de janeiro de 2013. É o maior prêmio pago anualmente neste tipo de papel.

    Títulos de capitalização sequer podem ser chamados de investimento porque não rendem juros.

    Em aplicação similar à de Bumlai na mesma instituição, o comprador do título só consegue receber de volta o valor integral do que pagou se não tocar no dinheiro dentro de 24 meses. No período, só há correção monetária pela TR (Taxa Referencial).

    O título de capitalização mais popular do país é a Tele Sena, que faz sorteios pela TV. Bancos costumam dizer que estes papéis são um meio de estimular a poupança com o atrativo do sorteio.

    Ao lado de jogadores inveterados, segundo especialistas em investimentos ouvidos pela Folha, o perfil mais comum de quem compra este tipo de aplicação é gente que precisa de dinheiro emprestado. É comum que gerentes vejam no momento da liberação de um financiamento, por exemplo, a oportunidade para vender a seus clientes títulos de capitalização, um dos produtos mais lucrativos para os bancos.

    No caso do prêmio do amigo de Lula, os R$ 2 milhões foram pagos em uma agência de Guajará-Mirim (RO). O patrimônio e os negócios dele e de sua família concentram-se em MS e SP.

    Além do prêmio do título de capitalização, o relatório mostra que o empresário sacou R$ 5 milhões em dinheiro vivo. Entre janeiro de 2010 e outubro de 2013, o empresário foi 37 vezes a agências do Banco do Brasil e da Caixa e saiu carregando pacotes com valores entre R$ 100 mil e R$ 265 mil.

    OUTRO LADO

    O advogado Arnaldo Malheiros disse que não poderia comentar por desconhecer detalhes do prêmio recebido por Bumlai.

    Emissor do “Pé Quente”, a Bradesco Seguros disse que “de acordo com suas regras internas de ‘compliance’, não fornece nem comenta informações relativas a seus clientes”. 

     

  14. Esse era o bebê que aparecia

    Esse era o bebê que aparecia nas propagandas de Hitler, considerado a criança perfeita. Ela está viva até hoje, e ficou completamente diferente. Mas ela fez uma revelação que deixou o mundo inteiro boquiaberto e fez os nazistas se tornarem uma piada: http://goo.gl/M4cTv6

     

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  15. SOBRE O FENÓMENO DOS EMPREGOS DE MERDA

    Nos últimos anos na Europa e nos Estados Unidos o horário de trabalho tem vindo a aumentar. Em Portugal a jornada de trabalho para a Função Pública amentou das 35 para as 40 horas perante a passividade quase total dos sindicatos oficiais. Em Espanha, a CNT e a CGT reivindicam há muito as 30 horas semanais. Há pouco mais de 80 anos os economistas acreditavam que na viragem do século XX para o XXI, devido aos progressos tecnológicos (que continuam a verificar-se) o tempo de trabalho diário não ultrapassaria as 3 ou as 4 horas. O antropólogo anarquista e membro do Occupy Wall Street, David Graeber, explica a inutilidade dos empregos (e dos trabalhos) de merda criados nas últimas décadas. Que só servem para nos prender aos locais de trabalho, não para produzir ou fazer quaisquer trabalhos socialmente relevantes.

    Sobre o Fenómeno dos Empregos de Merda

    David Graeber (ver)

    No ano de 1930 John Maynard Keynes previu que, até ao final do século XX, a tecnologia teria avançado o suficiente para que países como a Grã-Bretanha ou os Estados Unidos pudessem implementar a semana laboral de 15 horas. Não faltam motivos para acreditar que tinha razão, dado que a nossa tecnologia actual o permitiria. E, no entanto, isso não aconteceu. Em vez disso, a tecnologia inventou novas formas para que trabalhemos mais. A fim de alcançar este objectivo, foram criados novos trabalhos, que não têm, efectivamente, nenhum sentido. Enormes quantidades de pessoas, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, passam toda a sua vida profissional na execução de tarefas que, no fundo, consideram completamente desnecessárias. É uma situação que provoca um dano moral e espiritual profundo. É uma cicatriz que marca a nossa alma colectiva. Mas quase ninguém fala disso.

    Por que é que nunca se materializou a utopia prometida por Keynes – uma utopia ainda aguardada com grande expectativa nos anos 60? A explicação mais generalizada hoje em dia é que Keynes não soube prever o aumento massivo do Consumismo. Face à alternativa entre menos horas de trabalho ou mais brinquedos e prazeres, teríamos escolhido colectivamente a segunda opção. É uma fábula muito bonita, mas basta apenas um momento de reflexão para vermos que isso não pode ser realmente verdade. De facto temos assistido à criação de uma variedade infinita de novos empregos e indústrias, desde a década de 20, mas muito poucos têm alguma coisa a ver com a produção e distribuição de sushi, iPhones ou de calçado desportivo de moda.

     

    Então, quais são, precisamente, esses novos postos de trabalho? Um relatório comparando o emprego nos EUA entre 1910 e 2000, dá-nos uma imagem muito clara (que, sublinho se vê praticamente reflectida no Reino Unido). Ao longo do século passado, diminuiu drasticamente o número de trabalhadores empregados no serviço doméstico, na indústria e no sector agrícola. Ao mesmo tempo, “a nível profissional, os directores, os administrativos, os vendedores e os trabalhadores dos serviços” triplicaram, crescendo de um quarto a três quartos do emprego total. Por outras palavras, os empregos no sector produtivo, tal como previsto, muitos trabalhos produtivos automatizaram-se (ainda que se conte a totalidade dos trabalhadores da indústria a nível mundial, incluindo a grande massa de trabalhadores explorados da Índia e da China, estes trabalhadores já não representam uma percentagem da população mundial tão elevada como era habitual).

    Mas ao contrário de possibilitar uma redução massiva do horário laboral de maneira a que todas as pessoas tenham tempo livre para se ocuparem dos seus próprios projectos, prazeres, visões e ideias, temos visto um aumento do tempo de trabalho tanto no “sector de serviços” como no administrativo. Isto inclui a criação de novas indústrias, como os serviços financeiros ou de telemarketing e a expansão de sectores como o direito empresarial, a gestão do ensino e da saúde, os recursos humanos e as relações públicas. E estes números nem sequer reflectem todas as pessoas cujo trabalho é fornecer serviços administrativos, técnicos, ou de segurança para essas indústrias, para não mencionar toda uma gama de sectores secundários (tratadores de cães, entregadores de pizza 24 horas) que devem a sua existência ao facto do resto da população passar tanto tempo a trabalhar noutros sectores.  <!–more–>

    Estes são os trabalhos a que proponho chamar de “empregos de merda.”

    É como se alguém estivesse a inventar trabalhos apenas para nos terem ocupados. É aqui, precisamente, que reside o mistério. E isso é exactamente o que não devia acontecer no capitalismo. Claro que, nos antigos e ineficientes estados socialistas como a União Soviética, onde o emprego era considerado tanto um direito como uma obrigação sagrada, o sistema criava todos os empregos que fizessem falta, (era este o motivo que levava a que nas lojas soviéticas fossem “precisos” três empregados para vender um só bife). Mas, é claro, este é o tipo de problema que é suposto ser corrigido com a concorrência dos mercados. De acordo com a teoria económica dominante, desperdiçar dinheiro em postos de trabalho desnecessários é o que menos interessa a uma companhia que queira ter lucro. Mas ainda assim, e sem se perceber muito bem porquê, é isso que acontece.

    Ainda que muitas empresas se dediquem a reduzir o número de trabalhadores de forma cruel, estes despedimentos – e o aumento de responsabilidade para os que permanecem -, recaem invariavelmente sobre os que se dedicam a fabricar, transportar, reparar e manter as coisas.

    Devido a uma estranha metamorfose, que ninguém é capaz de explicar, o número de administrativos assalariados parece continuar a aumentar.  O resultado, e isto acontecia também com os trabalhadores soviéticos, é que cada vez há mais empregados que, teoricamente, trabalham 40 ou 50 horas semanais, mas que, na prática, só trabalham as 15 horas previstas por Keynes, já que levam o resto do dia a organizarem ou a participarem em seminários motivacionais, actualizando os seus perfis do Facebook ou fazendo downloads de vídeos e musica.

    É claro que a reposta não é económica, mas sim moral e política. A classe dirigente descobriu que uma população feliz e produtiva com abundante tempo livre nas suas mãos representa um perigo mortal (recordemos o que começou a acontecer na primeira vez em que houve uma pequena aproximação a algo deste tipo, nos anos 60). Por outro lado, o sentimento de que o trabalho é um valor moral em si mesmo e que quem não esteja disposto a submeter-se a uma disciplina laboral intensa durante a maior parte da sua vida não merece nada, é algo que lhes é muito conveniente.

    Certa vez, ao contemplar o crescimento aparentemente interminável de responsabilidades administrativas nos departamentos académicos britânicos, imaginei uma possível visão do inferno. O inferno é um conjunto de indivíduos que passam a maior parte do seu desempenhando tarefas de que nem gostam nem fazem especialmente bem. Imaginemos que se contratam uns marceneiros altamente qualificados e que, de repente, descobrem que o seu trabalho consistirá em passarem grande parte do dia a fritarem peixe. Não é que a tarefa realmente necessite de ser feita – há apenas um número muito limitado de peixes que é preciso fritar. Ainda assim, todos eles tornam-se obcecados com a suspeita de que alguns dos seus companheiros possam passar mais tempo a talhar madeira do que a cumprirem as suas responsabilidade como fritadores de peixe que, rapidamente, vamos encontrar pilhas intermináveis de inútil peixe mal frito, acumulado por toda a oficina, acabando, todos eles, por se dedicarem exclusivamente a isso.

    Acho que esta é realmente uma descrição bastante precisa da dinâmica moral da nossa própria economia.

    Estou consciente de que argumentos como este vão ter objecções imediatas. “Quem és tu para determinar quais os trabalhos que são ‘necessários’? O que é necessário, afinal? És professor de antropologia, explica-me a ‘necessidade’ disso? “. (E, na verdade muitos leitores de imprensa cor-de-rosa classificariam o meu trabalho como a definição por excelência de um investimento social desperdiçado). E, em certo sentido, isso é obviamente verdadeiro. Não há uma forma objectiva de medir o valor social.

    Não me atreveria a dizer a uma pessoa que está convencida de estar a contribuir com algo importante para a humanidade, de que, na verdade, está equivocada. Mas o que se passa com aqueles que têm a certeza de que os seus trabalhos não servem para nada? -Não há muito tempo atrás retomei o contacto com um amigo de escola que não via desde os meus 12 anos. Fiquei espantado ao descobrir que nesse intervalo de tempo, ele se tinha tornado poeta, e, foi vocalista de uma banda de rock indie. Inclusivamente, tinha ouvido algumas das suas músicas na rádio sem ter ideia que o cantor era meu amigo de infância. Ele era, obviamente, uma pessoa inovadora e genial, e o seu trabalho tinha, sem dúvida, melhorado e alegrado a vida de muitas pessoas em todo o mundo. No entanto, depois de um par de álbuns sem sucesso, perdeu o contrato com a editora e atormentado com dívidas e uma filha recém-nascida, acabou, como ele descreveu, por “tomar a opção que, por exclusão, muitas pessoas sem rumo escolhem: a Faculdade de Direito”. Agora é um advogado de negócios e trabalha numa proeminente empresa de Nova York. Ele foi o primeiro a admitir que o seu trabalho era totalmente sem sentido, não contribuindo em nada para a humanidade e que, na sua própria opinião, nem sequer deveria existir.

    Chegados aqui há uma série de perguntas que podemos fazer. A primeira seria: o que é que isto revela sobre a nossa sociedade que parece gerar uma procura extremamente limitada para poetas e músicos talentosos, mas uma procura aparentemente infinita de especialistas em direito empresarial. (Resposta: Se 1% da população controla a maior parte da riqueza disponível, o denominado “mercado” reflectirá o que essa ínfima minoria, e ninguém a não serem eles, acha que é útil ou importante). Mas, ainda mais, isto mostra que a maioria das pessoas nesses empregos estão conscientes desta realidade. Na verdade, creio que nunca conheci nenhum advogado corporativo que não achasse que o seu trabalho é uma estupidez. O mesmo é válido para quase todos os novos sectores anteriormente mencionados. Há toda uma classe de profissionais assalariados que se os encontrarmos numa festa e lhes confessarmos que nos dedicamos a algo que pode ser considerado interessante (como, por exemplo, a antropologia) evitam falar da sua profissão. Mas, depois de algumas bebidas, é vê-los a fazerem discursos inflamados sobre a estupidez e a inutilidade do seu trabalho.

    Há aqui uma profunda violência psicológica. Como é que podemos fazer uma discussão séria sobre a dignidade laboral quando há tanta gente que, no fundo, acha que o seu trabalho nem sequer deveria existir? Inevitavelmente, isto dá lugar ao ressentimento e a uma raiva muito profunda. No entanto, é no engenho peculiar da nossa sociedade que os governantes encontraram uma maneira – como no exemplo dos fritadores de peixe – de garantir que a raiva é dirigida precisamente contra aqueles que realizam tarefas úteis. Parece mesmo haver na nossa sociedade uma regra geral segundo a qual quanto um trabalho é mais benéfico para os outros, pior é a sua remuneração. Mais uma vez é difícil encontrar uma avaliação objectiva, mas uma maneira fácil de ter uma ideia seria perguntarmo-nos: que aconteceria se todo este grupo de trabalhadores simplesmente desaparecesse?  Diga o que se disser sobre enfermeiros, empregados do lixo ou mecânicos, é óbvio que se eles desaparecessem numa nuvem de fumo, os resultados seriam imediatos e catastróficos. Um mundo sem professores ou trabalhadores portuários não tardaria a estar em apuros e um mundo sem escritores de ficção científica ou músicos de ska seria, sem dúvida, um mundo pior. Ainda não está totalmente claro quanto sofreria a humanidade se todos os investidores de capital privado, lobyistas, investigadores, seguradores, operadores de telemarketing, oficiais de justiça ou consultores legais se esfumassem da mesma forma. (Há quem suspeite que tudo melhoraria sensivelmente). No entanto, para além de um punhado de bem elogiadas excepções, como, por exemplo, os médicos, a “regra” mantém-se com surpreendente frequência.

    Ainda mais perversa é a noção generalizada de que é assim que as coisas devem ser. Este é um dos segredos do êxito do populismo de direita. Podemos comprová-lo quando a imprensa sensacionalista suscita o ressentimento contra os trabalhadores do metro por paralisarem Londres durante um conflito laboral. O simples facto de que os trabalhadores do metro possam paralisar toda a cidade de Londres demonstra a necessidade do trabalho que desempenham, mas é precisamente isso que parece incomodar tantas pessoas. Nos Estados Unidos vão ainda mais longe; os Republicanos tiveram muito êxito propagando o ressentimento relativamente aos professores ou aos operários do sector automóvel ao chamar a atenção para os seus salários e prestações sociais supostamente excessivos (e não contra os administradores escolares e gestores da indústria automóvel que são quem realmente causa os problemas, o que é significativo).

    É como se eles nos estivessem a dizer: “mas sim, tens a sorte de poder ensinar crianças! Ou fazer carros! Fazeis trabalhos de verdade! E, como se fosse pouco, tendes a desfaçatez de reclamar pensões de reforma e cuidados de saúde equivalentes às da classe média!?”

    Se alguém tivesse desenhado um regime de trabalho com o fim exclusivo de manter os privilégios do mundo financeiro dificilmente podia ter feito melhor. Os trabalhadores que realmente produzem sofrem uma exploração e uma precariedade constantes. Os restantes dividem-se entre o estrato aterrorizado e universalmente desprezado dos desempregados e outro estrato maior, que basicamente recebe um salário em troca de não fazer nada, em lugares desenhados para que se identifiquem com a sensibilidade e a perspectiva da classe dirigente (directores, administradores, etc.) – e em particular dos seus avatares financeiros – a qual, ao mesmo tempo, promove o crescente ressentimento contra aqueles cujo trabalho tem um valor social claro e indiscutível. Evidentemente que este sistema não é fruto de um plano inicialmente previsto, mas emergiu como o resultado de quase um século de tentativas e erros. E é a única explicação possível para o facto de, apesar da nossa capacidade tecnológica, não se ter implantado ainda a jornada laboral de três ou quatro horas.

    “On the Phenomenon of Bullshit Jobs” by David Graeber, aqui http://www.strikemag.org/the-summer-of/

    Traduzido pelo CLE a partir da versão espanhola. http://guerrillatranslation.com/2013/09/24/el-fenomeno-de-los-curros-inutiles/

  16. Banqueiro preso na Lava Jato bancou a lua de mel de Aécio Neves

    Corrupção pouca é besteira. Vocês queriam que a lua de mel do ilustre senador Aécio Neves fosse na Rocinha? 

    Gente fina é outra coisa. E o senador Luiz Estevão fez isso por con$ideração e re$peito. 

    E o PIG insiste em dizer que o Estevão é “amissíssimo” do Lula. 

     

     

     

     

     

     

  17. Tudo em casa, todos amigos. Eles se entendem na troca de favores

    O banqueiro que bancou a lua de mel do carioca Aécio Neves fez uma pequena doação para a campanha de Eduardo Cunha.

    Uns tostões para o ilustre deputado que é portador de uma conta bem gorda na Suiça.

    http://www.brasil247.com/pt/24

    Miniatura 

     

  18. Crenças a parte, uma narração histórica na Bíblia.

    A MORTE DE HERODES NARRADA POR FLÁVIO JOSEFO

     

    No capítulo 12 do livro de Atos é narrado que um certo Herodes – que é conhecido dos historiadores seculares como Herodes Agripa I – mandou matar o apóstolo Tiago, e quis fazer o mesmo com Pedro, mas um anjo apareceu e libertou Pedro da prisão. Então, próximo do fim do capítulo, Lucas nos dá este relato: 

    “Herodes, tendo-o procurado e não o achando, submetendo as sentinelas a inquérito, ordenou que fossem justiçadas. E, descendo da Judéia para Cesaréia, Herodes passou ali algum tempo. Ora, havia séria divergência entre Herodes e os habitantes de Tiro e de Sidom; porém estes, de comum acordo, se apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto, camarista do rei, pediram reconciliação, porque a sua terra se abastecia do país do rei. Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: É voz de um deus e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou” (Atos 12:19-23).

    Naturalmente, esta é o próprio tipo de história que os céticos dizem que prova que a Bíblia não é historicamente confiável.

    Acontece, contudo, que a morte de Herodes Agripa é contada também pelo historiador judeu do primeiro século, Josefo. Sua narrativa diz:

    “Então, quando Agripa tinha reinado durante três anos sobre toda a Judéia, ele veio à cidade de Cesaréia que antes era chamada Torre de Strato, e ali ele apresentou espetáculos em honra a César”.

    Ao ser informado que ali havia um festival celebrado para se fazerem votos pela sua segurança. Em cujo festival uma grande multidão de pessoas principais se tinha reunido as quais eram de dignidade através de sua província.

    No segundo dia dos tais espetáculos ele vestiu um traje feito totalmente de prata, e de uma textura verdadeiramente maravilhosa, e veio para o teatro de manhã cedo; ao tempo em que a prata de seu traje sendo iluminada pelo fresco reflexo dos raios do sol sobre ela, brilhou de uma maneira surpreendente, e ficou tão resplandecente que espalhou horror entre aqueles que olhavam firmemente para ele; e no momento seus bajuladores gritaram, um de um lugar, outro de outro lugar, (ainda que não para o bem dele) que ele era um deus; e acrescentavam: ‘Sê misericordioso conosco, pois ainda que até agora te tenhamos reverenciado somente como um homem, contudo doravante te teremos como superior à natureza mortal’. Quanto a isto o rei não os repreendeu, nem rejeitou sua ímpia bajulação. Mas, estando ele presente, e depois olhou para cima, viu uma coruja pousada numa corda sobre sua cabeça, e imediatamente entendeu que este pássaro era o mensageiro de más notícias, como tinha sido antes mensageiro de boas notícias; e caiu na mais profunda tristeza. Uma dor severa também apareceu no seu abdome e começou de maneira muito violenta. Ele portanto olhou para seus amigos e disse: ‘Eu, a quem chamais deus, estou presentemente chamado a partir desta vida; enquanto a Providência assim reprova as palavras mentirosas que vós agora mesmo me disseram; e eu, que por vós fui chamado imortal, tenho que ser imediatamente afastado depressa para a morte…’ Quando ele acabou de dizer isto, sua dor se tornou violenta. Desse modo, ele foi carregado para dentro do palácio; e o rumor espalhou-se por toda parte, que ele certamente morreria dentro de pouco tempo… E quando ele tinha se esgotado muito pela dor no seu abdome durante cinco dias, ele partiu desta vida “(Antiguidades, XIX, 7.2)”.

    Josefo é muito mais longo em seu relato do que Lucas, mas a concordância entre as duas histórias é tocante. Os relatos são bastante diferentes, para que haja acusação de que um pudesse ter sido copiado do outro. E são bastante semelhantes para atestar um ao outro a autenticidade, ainda que Josefo pareça acrescentar alguns pormenores até fantasiosos.

    Jim Robson    –   http://www.santovivo.net/gpage253.aspx

     

     

  19. Um verdadeiro estadista

    Nassif,

    O legítimo Nobel da Paz é incansável, continua a mil por hora. 

     

    Netanyahu “nem um metro quadrado” para palestinos

    :

    Declaração é reposta às medidas apresentadas pela União Europeia para acalmar as tensões na região; “Não haverá transferência de territórios para os palestinianos, nem 40 mil metros quadrados, nem 10 mil, nem um metro quadrado”; agravada em outubro, a nova onda de violência já provocou mais de cem mortes do lado dos palestinianos, além de 19 israelenses, um eritreu e um norte-americano; propagação da violência despertou o receio de uma terceira Intifada (rebelião popular palestina contra forças de ocupação de Israel), levando a diplomacia dos Estados Unidos a se envolver em uma solução diplomática para o conflito que se arrasta há décadas

    29 de Novembro de 2015 às 12:13

     

     

    Da Agência Lusa

    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou neste domingo (29) que não vai transferir “nem um metro quadrado” de território para os palestinianos, respondendo às medidas apresentadas pela União Europeia para acalmar as tensões na região.

    “Não haverá transferência de territórios para os palestinianos, nem 40 mil metros quadrados, nem 10 mil, nem um metro quadrado”, disse Netanyahu em uma reunião do partido, segundo noticiou a agência espanhola EFE.

    O dirigente israelense comentou a proposta, em debate nas últimas semanas, para melhorar as condições de vida dos palestinos e acalmar as tensões que aumentaram desde o final de setembro.

    Agravada em outubro, a nova onda de violência já provocou mais de cem mortes do lado dos palestinianos, além de 19 israelenses, um eritreu e um norte-americano.

    A propagação da violência despertou o receio de uma terceira Intifada (rebelião popular palestina contra forças de ocupação de Israel), levando a diplomacia dos Estados Unidos a se envolver em uma solução diplomática para o conflito que se arrasta há décadas.

    Na terça-feira (24), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, abordou o assunto com Netanyahu e também com o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, em reuniões em Jerusalém e Ramalá, avançando com um conjunto de medidas para acalmar os ânimos, entre as quais uma petição para que Israel passe algumas áreas da Cisjordânia (a Zona C, segundo a tipificação dos Acordos de Oslo) para a jurisdição palestiniana (Zonas A e B).

  20. Datafolha revela a força política de Lula

    Por Luiz Alberto Vieira

     

    Os apressados blogueiros da grande mídia comemoram a pesquisa Datafolha deste domingo que aponta para uma rejeição de 47% a Lula.

    Mas uma análise mais cuidadosa mostra exatamente o contrário e ajuda a explicar o porquê das mudanças no cenário político.

    Os dados da pesquisa Datafolha foram colhidos exatamente no dia da prisão do Senador Delcidio do Amaral (PT-MS), líder do governo preso com provas chocantes. Ora, desta forma é de se supor que tenha havido um pico de rejeição a Lula, ao governo e ao PT naquele dia.

    A despeito do estardalhaço midiático, Lula encontra-se relativamente próximo do limite de viabilidade eleitoral de 40%. De modo geral, candidaturas com mais de 40% de rejeição são inviáveis e abaixo deste patamar são viáveis.

    A pesquisa Datafolha também aponta que num eventual segundo turno entre Aécio e Lula, o tucano venceria por 51% a 32%. Assim, para vencer o segundo turno, Lula teria que reverter 10% dos votos de Aécio.

    Quem conhece a capacidade de comunicação de Lula, sabe que essas diferenças podem ser revertidas em poucas semanas de horário eleitoral gratuito.

    Além disso, não tem sido dada a devida atenção ao fato do senador Aécio Neves ter perdido 4 p.p. dos votos desde junho, o que nas próximas pesquisas poderá se configurar numa tendência de queda. As pesquisas revelam os sentimentos da população e para cada cidadão que explicita esse sentimento, há outros tantos com o mesmo sentimento, mas que ainda não o verbalizam nas pesquisas. Desta forma, é preciso observar se as próximas pesquisas apontarão esta desidratação do potencial de voto de Aécio.

    Em Brasília, ainda na semana passada pesquisas dos partidos políticos apontavam para o empate técnico entre Lula e Aécio, com redução da rejeição ao Governo de Dilma abaixo de 60% e aumento do ótimo/bom para 15%. Para corroborar os dados das pesquisas, houve algumas movimentações políticas importantes:

    1)    PSDB abandona a hipótese do impeachment e deixa Aécio na chuva;

    2)    Base governista, especialmente o PMDB do senado, começam a se reaproximar do governo e mantém vetos relevantes na pauta bomba e

    3)    Consolidação de uma posição anti-Cunha, que constituía na grande alternativa de financiamento político.

    De qualquer forma, ainda faltam 3 anos para a próximas eleições. Qualquer análise definitiva é precipitada, especialmente para aqueles que sonham em ser os coveiros políticos de Lula.

  21. Furo da Laura Caprioglone com áudio sobre a “reorganização”

    Secretaria de Educação prepara “guerra” contra as escolas em luta!

    https://medium.com/jornalistas-livres/secretaria-de-educa%C3%A7%C3%A3o-prepara-guerra-contra-as-escolas-em-luta-9c6bd7f812d1#.52bkjs1oc

    Em reunião com 40 dirigentes de ensino, braço direito do secretário Herman anuncia que o decreto da “reorganização” sai na terça e lança estratégia para “isolar” e “desmoralizar” as escolas em luta, com o apoio da Polícia Militar

    Escute o áudio da reunião

    Por Laura Capriglione, especial para os Jornalistas Livres
    às 14h de 29/11/2015

    Em reunião realizada agora há pouco, na antiga escola Normal Caetano de Campos, a primeira escola pública de São Paulo na era republicana, cerca de 40 dirigentes de ensino do Estado de São Paulo receberam instruções de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald, sobre como deverão agir a partir de amanhã para quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários que estão em luta contra a reorganização escolar pretendida pelo governador Geraldo Alckmin.
    A reunião foi realizada em uma sala anexa ao próprio gabinete do secretário.

    Jornalistas Livres estavam lá e escutaram o chefe de gabinete anunciar para os dirigentes de ensino que o decreto da “reorganização sai na [próxima] terça-feira”. Segundo ele, “estava pronto na quinta passada (26/11) para o governador assinar”, mas pareceria que o governador não “tinha disposição para o diálogo”. A maioria na sala (todos “de confiança” do governo), suspirou de alívio, e Padula emendou: “Aí teremos o instrumento legal para a reorganização”.

    Trata-se de uma gravação esclarecedora, que merece ser ouvida em sua íntegra pelo que tem de revelador. Nela, o chefe de gabinete Padula repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”, que se trata de organizar “ações de guerra”, que “a gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”. Fala-se da estratégia de isolar as escolas em luta mais organizadas. Que o objetivo é mostrar que o “dialogômetro” do lado deles só aumenta, e que a radicalização está “do lado de lá”.

    Também importante foi o ponto em que o chefe de gabinete falou da estratégia de “consolidar” a reorganização. A idéia é ir realizando as transferências, normalmente, deixando “lá, no limite” aquela escola que estiver “invadida”. Segundo ele, o máximo que ocorrerá será que aquela escola “não começará as aulas como as demais”.

    A reunião mencionou também o papel de apoio que a Secretaria de Segurança Pública, do secretário Alexandre de Moraes, está tendo, fotografando as placas dos veículos estacionados nas proximidades das escolas, e identificando os seus proprietários. Com base nessas informações, a Secretaria de Educação pretende entrar com uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado contra a Apeoesp.

    Padula contou como procurou o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, “A gente precisa procurar todo mundo, não é?”, dele recebendo a orientação para responder aos que se opõem à “reorganização”. “Vocês precisam responder”, teria dito dom Odilo ao chefe de gabinete do secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald. Dom Odilo teria afirmado ainda que “as ocupações nas escolas têm o objetivo de desviar o foco de Brasília”.

    Foi interessante notar que a mesma reunião que insistia em denunciar a presença de partidos e organizações radicais entre os meninos e meninas contou com o anúncio solene da presença de um militante do Movimento Ação Popular, ligado ao PSDB e presença frequente nas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Escute o áudio da reunião:

    https://www.youtube.com/watch?v=68qbymS6Xvc

  22. Justiça

    Que justiça é a nossa?

    As nossas instituições (STF, PGR, PF, MPF) sofrem de uma miopia parcial que salta aos olhos. Enquanto contra Lula e Dilma vale tudo, como pedalada de Dilma e atribuição de supostos crimes a filho, nora e amigo de Lula. Entretanto, contra os tucanos nem  boca na butija e nem batom na cueca. Nada disso vale! Até uma suposta fraude da mega-sena, sem nenhum fundamento, é atribuída ao PT.

    Vamos relembrar, o que agora é de conhecimento público, a gravação divulgada pelo O Globo, feita da delação premiada de Alberto Yussef. Ele fala da propina de Furnas recebida por Aécio Neves, através da irmã, entretanto Aécio Neves continua mais livre do que nunca. E dando lição de moral! Lembra-me aquele  bandido que, ao ser flagrado, grita “Pega Ladrão”, para despistar a polícia.

    Agora nas gravações do filho de Nestor Cevero são citados os ministros Dias Toffoli e   Gilmar Mendes. Os dois juízes, segundo a gravação, poderiam fazer a ponte de livrar da cadeia Ceveró e ele partir para o Paraguai, com um mensalão de R$ 50 mil, pago pelo banqueiro André Esteves. Para que ninguém duvide, ação idêntica envolveu o médico estuprador Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos, que fugiu graças a habeas corpus de Gilmar Mendes. Depois acabou sendo preso no Paraguai . Teve também o habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, Gilmar Mendes o liberou da cadeia, com dois habeas corpus em 24 horas, mas o delegado da PF, Protógenes Queiros foi condenado e demitido da policia federal. (Isto é o cúmulo do absurdo.) Mas ninguém fala mais nisso! Ninguém viu nada!

     

    Voltando à gravação, foram citados também o senador Romário e o prefeito do Rio Eduardo Paes, envolvidos numa chantagem que escondeu a conta de Romário na Suíça, e levou o baixinho a apoiar o candidato do prefeito na próxima eleição municipal. O irmão de Eduardo Paes é diretor do banco que disse que Romário não tinha conta, mas agora, depois das gravações, Romário diz que tinha só não sabe o ano.

    Aliás, o senador Romário é presidente da CPI que investiga a corrupção na FIFA, cuja a principal suspeita no envolvimento no Brasil é a Globo, já que monopolizou todas as transmissões esportivas. A Globo até hoje nem sequer foi chamada a depor!    O sócio da Globo, Jota Hawilla, dono da TV TEM de São Paulo, é réu confesso na corrupção da FIFA. Diante da denúncia da gravação do filho de Cevero envolvendo Romário, fica difícil acreditar que o baixinho tenha força para tocar essa CPI e muito menos convocar a Globo.

    E que ninguém diga que nossas instituições não são ágeis! Que o digam os vazamentos da lava Jato que agora, além de vazar para imprensa, vaza também para banqueiro. Se para Nestor Cevero o banqueiro ofereceu mensalão de R$ 50 mil, pelo vazamento no Lava Jato ninguém sabe nem o valor nem quem recebeu propina por vazar a deleção de Cevero. Será que o banqueiro teve acesso à delação de graça?

    A agilidade de nossas instituições também se mostrou na prisão do senador petista Delcidio Amaral. Chico Buarque em sua música “Bom Conselho” derruba vários desses conceitos e diz na música: “Espere sentado, ou você se cansa, está provado, quem espera nunca alcança.”Aí eu lembrei de outro ditado “ A justiça tarda mas não falha!”, mas no caso do mensalão tucano a justiça tardou e está falhando pois os crimes dos tucanos estão prescrevendo e sem julgamento.

    Será que nos casos de Gilmar Mendes, Romário, Eduardo Paes e Lava Jato dá para esperar alguma ação da justiça?

    Fonte: a delação de Yussef sobre Aécio Neves: http://oglobo.globo.com/brasil/youssef-disse-ter-ouvido-de-janene-empresario-que-aecio-recebia-recursos-de-furnas-15628657  

    Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2015 

            

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

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