Gilberto Carvalho rebate Heinze e diz ter orgulho de trabalhar por marginalizados

Do Estadão

Carvalho rebate deputado e diz se orgulhar de ‘marginalizados’
 
Em audiência para falar sobre suspeitas de irregularidades em convênios com ONGs, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência respondeu afirmações polêmicas de Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
 
Daiene Cardoso
 
Brasília – O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quarta-feira as declarações do deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) que, em vídeo, disse que quilombolas, índios, gays, lésbicas, “tudo o que não presta”, está “aninhado” em seu gabinete. “Muito me orgulho que em meu gabinete se aninha tudo isso que não presta”, disse Carvalho durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

O ministro disse sentir orgulho de trabalhar pelos “marginalizados” e ponderou que “não é com preconceito e rejeição” que o País poderá ser transformado. “Eu perdoo esse deputado (Heinze)”, declarou o ministro, que acusou o parlamentar de “falta de conhecimento da realidade da vida”.

A resposta do ministro causou reação entre os deputados que participavam da audiência, entre eles Heinze, que estava na plateia. O deputado afirmou que sua declaração se restringia ao comando do movimento quilombola e líderes indígenas, por “tomar terra na mão grande”. “Compre terra, pague o que vale, mas não tome terras de graça”, disse Heinze.

Carvalho foi convocado em conjunto com os ministros Jorge Hage, da Controladoria Geral da União, e Manoel Dias, do Trabalho, para dar explicações sobre convênios com indícios de irregularidade entre governo e organizações não-governamentais (ONGs). Carvalho foi questionado sobre repasses de recursos a um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O ministro admitiu divergências do governo com alguns posicionamentos do MST, mas defendeu o financiamento da feira de agroecologia do movimento em fevereiro passado, em Brasília. “Não posso deixar de apoiar aquilo que é bom”, disse.

Carvalho, que foi chamado de “cabeça pensante do Palácio do Planalto” e acusado de fazer um discurso “bolivariano” na comissão, aproveitou para alfinetar a oposição. “Vocês, quando governaram, não enxergaram que dava para fazer muito para os pobres deste País”, acusou. Para o ministro, o governo continua sendo apoiado pela população por ter criado uma rede de sustentação que deu “dignidade” aos mais pobres. Coube ao deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) defender os feitos do governo tucano e citar a criação dos programas sociais no governo Fernando Henrique Cardoso. “Vocês fazem a política do aparelhamento, do paternalismo, com dinheiro público”, rebateu.

Questionado sobre os negócios da Petrobrás, Carvalho também usou do direito de não comentar o assunto, já que o regimento interno prevê que um convocado deve se ater ao assunto proposto no requerimento de convocação. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) comparou o discurso de Carvalho ao de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, e disse que o governo brasileiro “destrói” a Petrobrás como o venezuelano fez com a PDVSA.

 

Redação

6 Comentários

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  1. Ouvia-se muito que Lula não

    Ouvia-se muito que Lula não conseguiria governar o Brasil, mas parece que as dificuldades maiores recaem sobre Dilma. A turma quer porque quer enxergar brechas para tirá-la do poder em ano de eleições, haja vista esse enchame de denúncias de última hora, sempre no sentido de convocar esse ou aquele servidor de Dilma para nada dizerem, senão que estão à vontade para responder os questionamentos, E lá se vão mais e mais tempo e dinheiro jogados fora para tantas convocações, quando, após recessos e mais recessos, o mais importante, que seria esses caras votarem projetos importantes, ficam aí a encherem linguiça. 

    Pra que servirá uma CPMI agora, senão para a formação de um palanque, onde tucanos e demistas, principalmente, posarão de bons moços, fazendo suas políticas eleitoreiras? Rezo pra que isso não aconteça, porque, ao fim e ao cabo, será tão sem sentido, mas onerosa, quanto foi a de Cachoeira, que levou 08 meses, resultando num relatório insignificante, de uma lauda apenas. Na verdade não serviu ao Governo, mas à oposição.

    1. Minha cara
      Esta oposição é

      Minha cara

      Esta oposição é muito frouxa.

      Se o PT estivesse na oposição já tinham aniquilado este governo.

      Voce deve se lembrar como era o PT na oposição, cobrava uma CPI por mes e sempre acusava o governo de não querer dar explicações. Já agora…….

  2. Como assim, deputado (minúsculo)?

    … “tomar terra na mão grande”. “Compre terra, pague o que vale, mas não tome terras de graça”, disse Heinze.

    Como assim, minúsculo deputado heinze?

    Seus antepassados, quando chegaram no Rio Grande do Sul, oriundos da Europa, compraram as terras que eram dos índios?

    Ou os índios as deram para os imigrantes?

    1. Os indios são caminhantes e

      Os indios são caminhantes e extrativistas, nunca foram donos de terra e os imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul em fins do Seculo XIX compraram suas terras de descendentes de portugueses e castelhanos que já tinham aquelas terra há 350 anos.

      1. Errado

        Os imigrantes alemães receberam as terras de graça.

        Receberam, também de graça, implementos agrícolas e animais de tração.

        Os demais imigrantes – italianos etc. – tiveram de pagar por suas terras.

        1. COMECE COM VOCÊ

          Você é índio? Me responda apenas sim ou não. Se não for comece por você, doe tudo o que tem, se é que tem, para os indígenas e vá embora do Brasil. Você está ocupando o lugar de um deles. Depois me avise que eu farei o mesmo. Eu sei que minha família veio da Itália e muito trabalhou e trabalha por aqui e para a grandeza desse país. E a tua família de onde veio? Como sabe que no país de origem eles também não ocuparam terras de índios? Quem sabe você terá que se mudar para outro planeta. Vá pregar moral de cuecas na puta que pariu. 

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