Guerra ao tráfico é um desastre

Há uma grande confusão quando se misturam as coisas que é tratar a igualdade de direitos civis para LGBTs como uma “liberalidade”, uma “modernização”.

Essa visão é dos anos 1960/1970, quando ainda havia quem considerasse homossexualidade uma ‘opção’ e que as pessoas deveriam ter o direito a ‘optar’, do mesmo modo que deveriam ter direito à liberdade de expressão política ou quaisquer outras liberdades individuais.

É evidente que sim, que essa liberdade deve existir. Mas o raciocínio para confirmá-la agora é outro, pois logo se percebeu que isso da ‘opção’ simplesmente não existe.

A homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade são condições naturais das pessoas. Nós somos o que somos e nunca nos deveriam ter sido retirados os direitos civis de casar, de adotar, de constituir família, de sermos visíveis. NUNCA deveria ter havido essa repressão espúria em relação à homoafetividade e aos transgêneros.

Os direitos e visibilidades atuais, ainda que incompletos (cadê o combate à discriminação que é garantido a outros grupos?) não devem ser vistos, portanto, como uma concessão, como uma liberalidade. Mas apenas como a correção de um erro histórico, de uma repressão cruel (sim, por afetar a autoestima e a possibilidade de viver normalmente de centenas de milhões de pessoas) que nunca deveria ter sido implantada.

Nada disso tem a ver com substâncias aditivas. Não se pode dizer que há o direito natural a se consumir drogas.

Pode-se dizer, no entanto, que as sociedades podem reconhecer, sim, o direito das pessoas a consumirem o que desejarem, de um modo culturalmente sancionado ou não, desde que não prejudiquem a terceiros com isso.

Homossexualidade, portanto, não é um ‘costume’, é uma essência. A repressão absurda, a homofobia, esta sim que era um costume (amplamente disseminado pela maioria das sociedades influenciadas pelas colonizações dos séculos XV ao XIX.)

Isso para explicar porque é menos difícil mostrar às pessoas hoje a importância de se começar um combate à homofobia e porque é difícil mostrar a importância de se alterar o modo de combate a substâncias aditivas (que é bem sucedido, por exemplo, no que se refere ao fumo.)

Um passa pela criminalização (ou maior condenação), outro pela descriminalização (ou menor condenação).

O que há em comum nas duas situações é a necessidade de informação e bom senso.

Fazer concessões políticas ao fundamentalismo religioso é um absurdo completo (e é visto assim pela sociedade.) Afinal, tira-se, subtrai-se direitos de um conjunto de pessoas sem agregar nenhuma vantagem a outro! Que vantagem, por exemplo, evangélicos têm se seus vizinhos gays não se casarem? Absolutamente nenhuma.

O erro político está aí: nem sequer todos os evangélicos acreditam nos preconceitos tolos como podem até achar interessante saber que há políticos curvados aos discursos de alguns pastores, mas sabem que não obtêm nenhum benefício disso a não ser uma temporária valorização de bobagens, o que, portanto, não os leva a votar em quem faz discurso condescendente com a homofobia. Aliás, pode acontecer o contrário: evangélicos também querem ser incluídos e não querem ser vistos como intolerantes ou desrespeitadores de direitos civis.

Já LGBTs e seus parentes notam como seus direitos são negociados, o que causa um sentimento válido de indignação.

En relação à descriminalização da maconha não há a mesma clareza da questão.

Nunca houve porque se proibir a expressão homoafetiva porque ela não causa mal a ninguém, ao contrário, forçar pessoas LGBT a se portarem heteronormativamente é que causa danos.

Mas há indícios (quando não provas) de que o consumo abusivo de algumas substâncias causa mal. Aí o que fazer? É uma questão da sociedade buscar a minimização de perdas.

Eventualmente há benefícios medicinais com algumas aplicações da maconha. Isso deve ser melhor pesquisado e evidenciado. Também podemos abandonar preconceitos disseminados por governos e mídias e estimular a percepção de que maconha não é ‘porta de entrada’ e não é pior que tabaco ou álcool (este também tem possíveis benefícios a saúde se consumido com moderação.)

Mas o mais importante é reconhecer que a guerra ao tráfico é um desastre de mais de 50 anos. Então é necessário trabalhar com a informação de que a descriminalização trará benefícios para a sociedade, no mínimo com um menor fluxo de financiamento para atividades ilícitas e com a retirada do aprisionamento indevido de algo como cem mil jovens que se envolveram com a venda sem praticar atos violentos.

Além de desumano manter esses (em maioria) muito jovens presos, haveria uma imensa economia no sistema prisional cujos recursos poderiam ser direcionados para a prevenção e conbate de outras coisas mais perniciosas para a sociedade.

O que a mídia pode fazer? Pode trazer informação. Ano passado a Globo passou um Globo Repórter sobre a descriminalização em Portugal e um Profissão Repórter sobre o Estado do Colorado. Se poucos políticos, como FHC, Freixo e agora Wyllys abordam a questão, muitos veículos produzem matérias e notícias (eu trouxe várias nestes últimos anos e todas da grande mídia).

Como uso de maconha não é algo necessariamente benéfico à saúde não vejo porque se deveria fazer publicidade do mesmo em novelas. Pelo mesmo motivo que já é raríssimo se ver personagens fumando e cada vez menos se vê alguém bebendo álcool. 

De fato, quem bloqueia a discussão de drogas, ou pelo menos da maconha, não é a mídia, mas a classe política, ainda presa à ilusão de alimentar manutenção de preconceitos para obter benefícios políticos de curto prazo. Se os políticos iniciam o debate, como os citados FHC, Freixo e Wyllys, até é feita a repercussão. Quando o Ministro Barroso falou a respeito, também houve a divulgação disso.

Se partidos religiosos não querem que se fale disso, estão apenas sendo preconceituosos e abordando a questão de modo arcaico. Mas eles são minoria e nunca prometeram racionalidade ou modernização.

Então não vejo como “concessão do PIG aos evangélicos”, mas como “concessão da coligação governista aos fundamentalistas”. Não é proibido a políticos discursarem e mobilizarem a sociedade, que o façam.

Sem tirar a responsabilidade da sociedade civil (academia, mídia, comunidade artística), cabe aos políticos de partidos laicos estimularem mais e mais o debate.

Eu apoio os que o fazem, uma das razões por preferir deputados do PSoL, PPS e PV.

Luis Nassif

22 Comentários

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  1. Eu sou favorável à

    Eu sou favorável à descriminalização das drogas (ou despenalização), como uma etapa para a legalização, que deve ser o objetivo final. Defendo tanto a liberação do consumo quanto a do comércio. Evidentemente que isso deve ser feito de forma planejada, deve-se estudar e analisar como funcionaria a iniciativa. Não basta apenas descriminalizar. Tem que haver previamente todo um planejamento. É uma coisa que ainda não foi discutida neste país como deveria. Mas isso não é um problema apenas do Brasil. A maioria dos países não se preparou adequadamente para enfrentar o problema das drogas, da violência associada ao narcotráfico, da corrupção dos agentes do estado que existe em grande escala no ambiente ilegal do consumo e do comércio de drogas etc.

    Essa política deve ser pautada pela ideia, correta, de que o uso de drogas, especialmente o uso viciado ou feito por “dependentes químicos”, deve ser visto, no máximo, como um problema de saúde pública.

    O problema é que fatos como a morte de pessoas por overdose, ainda mais de celebridades, como o recentíssimo caso do excelente ator americano Philip Seymour Hoffman, termina criando uma ideia errada sobre a política de liberação do uso e comercialização das drogas.

    Usar drogas de forma contumaz, como fazem os viciados, é um problema sério de saúde pública, não há dúvidas sobre isso. Mas eu penso que também esse problema se combate mais eficazmente com informação, educação, políticas de prevenção, do que com o aparato penal ou policial do estado. A clandestinidade, a marginalidade do consumo de drogas propiciam que mais casos de overdose aconteçam. O usuários ficam à margem da sociedade, se escondendo, sem atenção do estado e da sociedade. Nessas condições, é maior a chance de algo ruim acontecer, como uma overdose. A marginalização só piora a situação. Isola os usuários do contato social.

    O uso de drogas precisa ser enfrentado como um problema de saúde pública, um problema a ser enfrentado com informação, educação, prevenção. As pessoas precisam ser educadas para essa situação que existe e não adianta jogar para debaixo do tapete.

  2. Um argumento simples.
    Hoje

    Um argumento simples.

    Hoje morre muito mais gente por causa da violência provocada pela proibição (que cria uma reserva de mercado lucrativa para o crime) do que pela ação prejudicial das substâncias.

    E a proibição dificulta ações terapêuticas de combate efetivo à dependência, pois os dependentes fogem com medo de serem presos.

     

  3. Nas poucas…

    ou melhor… na única vez que tivemos o livre comércio de uma droga pesada, com produção garantida em escala industrial, o efeito foi devastador econômica e socialmente. No espaço de uma geração, graças a facínora Vitoriazinha Dona-do-mar o consumo de ópio na China passou de menos de 500 t anuais durante a proibição do consumo para 39.000 t anuais em 1906. Cerca de 30% da população adulta chinesa era dependente crônica. No início do século XX o governo nacional que mais forte bateu pela proibição do uso das drogas foi o republicano chinês. O quê os nossos liberais acham disto?

    1. Sem falar que na mais

      Sem falar que na mais conhecida proibição de droga pesada, o alcool, nos eua dos anos 20, viu-se que, ao invés de acabar com o mal do alcool, potencializou-o, aumentando drasticamente o uso de alcool destilado e de má qualidade ao inves do alcool fermentado e com controle de qualidade de antes. Além de ter criado Al Capone, que comprava boa parte da policia, e mesmo alguns políticos e juizes, e fazia das metralhadoras sua argumetação “jurídica” pra afastar concorrentes. 

      1. No caso citado o consumo de

        No caso citado o consumo de ópio era ESTIMULADO pelos países que invadiram a China e a trnasformaram em uma verdadeira colônia ocidental (e japonesa).

        Miséria crônica da ampla maioria da população, falta de tudo, inclusive alimentos, mas com abundância de ópio barato.

        Não é essa a política que se propõe hoje. O que se está propondo é a descriminalização das drogas aliada ao combate através de orientação, tratamento e esclarecimento.

        Foi má-fé citar o caso do ópio na China, porque era um caso de produção industrial e estímulo ao consumo só comparável ao estímulo ao cigarro no século XX, que por sinal viciou e matou muito mais gente que o ópio, com as bençãos dos pseudomoralistas que condenavam as drogas proibidas entre uma tragada e outra do seu cigarro.

        E foi mentira dizer que é o único caso de descriminalização de drogas pesadas.

        Até o final da lei seca nos EUA, a cocaína era produzida e vendida livremente sem que isso representasse um problema de saúde pública. É claro que por haver prescrição médica para uso da droga e até certo estímulo ao seu consumo, em vez do esclarecimento quanto aos seus efeitos prejudiciais à saúde quese propõe hoje, algumas pessoas acabavam se viciando inadvertidamente. Porém mesmo sem o tratamento que se propõe hoje para os que desejam se livrar do vício, nem assim a cocaína tornou-se um problema estatísticamente relevante.

        A cocaína tornou-se um problema desaúde pública apenas após a proibição que todos sabem foi feita para garantir uma reserva de mercado de alta lucratividade para o crime organizado, de modo a compensar a perda de receita com o fim da proibição ao álcool nos EUA. O resto do mundo curvou-se ao lobby americao para estabelecer o trilionário negócio das drogas ilegais.

         

    2. mentira pura e simples. e

      mentira pura e simples. E mentira do governo comunista chines. nesta hora vc aceita mentira de comunista… Nunca 30% de uma população, ainda mais se restringindo aos adultos (lembre-se que população adulta sempre foi uma fração menor da população, ainda mais naquela época/país), foi viciada em qualquer tipo de droga, mesmo a mais viciante, que não é o ópio, e sim a nicotina. Se informe melhor antes de falar asneiras. E ninguém está propondo a legalização de opiáceos, ainda mais de forma industrial. E sim da canabis, substancia entorpecente das mais inofensivas, ao menos quando comparada ao alcool e ao tabaco, além do mais de forma artesanal. 

      1. Faltou o masculina…

        …após o população adulta, o número de consumidores crônicos de ópio foi estimado em 13,5 milhões, considerando que 1 em cada 6 habitantes do país era homem maior de 18 anos, lembre-se que na época a China possuia uma baixa expectativa de vida e um grande crescimento demográfico. O percentual mais exato seria cerca de 27% ou 4,5% da população total dava suas cachimbadas diariamente.

        Os números são anteriores ao governo comunista.

        Em que a liberalização da canabis reduziria a violência do tráfico?

  4. Isso para explicar porque é

    Isso para explicar porque é menos difícil mostrar às pessoas hoje a importância de se começar um combate à homofobia e porque é difícil mostrar a importância de se alterar o modo de combate a substâncias aditivas (que é bem sucedido, por exemplo, no que se refere ao fumo.

    A dificuldade de se mudar a maneira como o Estado (e a sociedade) lida com as drogas reside na própria guerra contra as drogas promovidas pelo Estado (e pela sociedade). É complicado, da noite para o dia, dar um giro de 180 graus e passar da demonização (baseada principalmente nos danos provocados para a saúde) e chegar na legalização, que na prática não atinge a questão da saúde, só o tráfico. Tráfico, que para boa parte da sociedade, é problema causado pelo usuário e de quem convive perto de quem vende.

    Mesmo no Uruguai, a coisa foi para frente ignorando a vontade da população, e é um experimento que não sabemos como vai terminar, embora imagino que termine bem. Aqui ninguém teria coragem de levar esse experimento adiante sem o aval popular. E se o FHC toca no assunto, em parte, é porque não tem nada a perder, diferente dos outros políticos que podem ganhar ao promover tal debate, atraindo eleitores que defendem uma mudança. Se fosse para colaborar de fato, FHC virava deputado federal e levava esse tema espinhoso para o congresso. E se depender do mesmo congresso, vai demorar pois não há muito debate sobre o tema que alcance o cidadão “comum” para comover nossos congressistas que o tema é “urgente”. E a eleição de “bancadas da bala” só piora o quadro.

    Já o caso do cigarro, o giro (contrário) de 180 graus de aceitação (e glamour do uso) para a condenação e combate, só foi possível quando ficou claro como a água que o cigarro para a grande maioria da sociedade que é um hábito nocivo para a saúde e que a indústria do tabaco mentia e escondia a verdade sobre o seu produto.

    A questão aqui, é achar a “chave” que gira essa direção do carro desgovernado que é o combate às drogas ilegais. E torcer que os experimentos e medidas ousadas de outros países tragam frutos ao ponto de “ficar chato” ignorar a nova realidade. Só vejo duas estradas, uma levando para o Uruguai (ou mesmo o modelo de alguns estados americanos) e outra levando para o México, que só não entramos ainda devido as UPPs e as próprias desavenças do mundo do crime.

    1. Quando começar a mudança de paradigma…

      Bom, Ed. Talvez o post tenha saído um pouco fora de contexto porque era uma resposta a um comentário de Juliano no post sobre Wyllys.

      A discussão lá não era quando começar a mudar o paradigma do combate às drogas, em particular da maconha. O momento é o quanto antes.

      A discussão era quem deve começar. Ele atribuía um papel modernizante à mídia e supôs que a mesma estivesse condicionada a apoiar conservadores religiosos.

      Eu acho que a mídia até pode começar isso, mas depende isto sim é de políticos eleitos para isso.

      Quando Haddad lançou o novo programa para Cracolândia a Globo fez duas matérias: uma no jornal das 19:00 elogiando, no primeiro dia. Outra no jornal do meio-dia criticando a repressão feita por Alckmin.

      Então, desencanemos disso de mídia, PIG, etc. Estes divulgarão aquilo que o Estado e a Justiça propagarem.

      E, recentemente, com o apoio de advogados fora do Estado (não sei bem como foi o processo) houve projeto-lei para descriminalizar a maconha na revisão do Código Penal.

      Só que o relator tirou essa menção (isso foi recente, teve post a respeito) ANTES do projeto ser levado a votação.

      Como foi um deputado do PDT, e como em nenhum momento houve críticas da mídia à revisão do Código Penal, sinceramente, não se pode culpar a mídia. São deputados da bancada governistas que impedem que o assunto vá a votação. Não se pode nem chamar o Congresso de conservador porque ele não foi testado.

      A meu ver cabe:

      – ao Ministério da Justiça pesquisar o assunto e experiências internacionais;

      se concluir pelo interesse na mudança da situação:

      – ao Executivo exercer uma liderança a esse respeito (que nem Obama faz ao falar de vários assuntos, mesmo que até na sua base de deputados enfrente resistência)

      – ao Governo Federal (Executivo + Ministérios) recomendar a sua bancada que acelere o trâmite no Congresso.

      Só que o projeto que já havia foi “limado”…

      Como o Estado vai querer que a sociedade reflita sobre isso se o próprio Estado bloqueia o assunto?

      Enquanto é assim estamos com cerca de 100 mil jovens presos por terem vendido maconha? (o consumo, como vimos outro dia, foi descriminalizado em 2007 e é elegível não a prisão, mas a penas alternativas.)

      Complicado não é atualizar a sociedade, tanto que em Portugal, Holanda, Uruguai, alguns estados norteamericanos já se mudou algo a respeito.

      Complicado mesmo é nosso governo ter vontade de mudar algo.

      A chave é haver líderes políticos falando. De preferência do Executivo (e ministérios)

      Não adianta falar para FHC virar deputado. Isso não tem nada a ver. Muitos projetos de deputados de oposição simplesmente não são encaminhados ou votados porque as comissões responsáveis são controladas pela situação.

      Eu não sei o que falta para cair a ficha: o governo é CONSERVADOR e RESISTENTE À MUDANÇA.

      1. Gunter, concordo que o

        Gunter, concordo que o governo do PT é muito mais progressista no social do que no comportamental. Tese essa que voce vem defendo há tempo.

        No entanto, discordo quando voce diz que o governo interdita o debate. Se a mídia quisesse debater, o teria feito. Acho que FHC tentou iniciá-lo, crente que ia pautar a mídia mais uma vez. No entanto a coisa não andou.

        Eu realmente credito a uma postura modernizante da mídia em relação à sexualidade, o avanço que temos experimentado na opinião pública, que amadureu muito de décadas para cá. Nesse quesito, o pig é mais progressista que o governo.

        Isso porque o pig não inlfuencia mais a opinião em relação ao voto, mas em comportamente sim. Um beijo gay numa novela em horário nobre, tirando a questão do marketing, faz muito pela causa da aceitação da relação homoafetiva como algo nornal. É capaz até que depois do miléssimo beijo, os “machões” não sentirem mais “nojo”.

        Por isso, reafirmo, se a mídia iniciar o debate sobre essa verdade inconstestável que voce afirma, “a guerra contra as drogas é um fracasso total”, haverá a chance da sociedade amadurecer sua visão.

        Daí a provocação. Porque não o faz? Medo de perder a audiência dos evangélicos? É uma pergunta, não uma afirmação. A Record está aí nos calcanhares da Globo. E como voce mesmo mostrou aqui, a maioria dos evangélicos é contra a homofobia. Mas com certeza mais contra ainda a liberalização da maconha.

        Nessa questão, a mídia pode puxar a discussão, e os políticos depois irem atrás. 

  5. Naturais?

    Só me incomoda o termo “naturais”. Talvez você esteja querendo ser didático. Evocar a natureza é admitir os argumentos dogmáticos dos preconceituosos. É parecido com arregimentar Deus (ou deus) para justificar bobagens culturalmente construídas. Esqueça a natureza: ela não vai sustentar qualquer argumento progressista que construamos. Não somos seres “naturais”. Nem os mosquitos são. As bactérias, muito menos.

  6. Como dizer que dado a

    Como dizer que dado a liberacao total das drogas os traficantes estarao no outro dia na fila procurando emprego. Muita inocencia progressista. 

    Trafico de drogas e’ nicho de mercado, dinheiro facial, para bandido, se nao estivesse traficando estaria assaltando, sequestrando, roubando carga e etc..

    Outro dia apareceu na midia, um carregamento de cigarros de tabaco falsificados….e ai?

     

     

    1. Sim, num primeiro momento

      Sim, num primeiro momento baterá o desespero e vão assaltar/sequestrar. Mas pergunte a qualquer criminoso o que é mais lucrativo e menos arriscado que o trafico: nada. Nem de longe vão obter tanta grana e não vão durar nem uma fração do que durariam fora da cadeia mudando o ramo. 

  7. Por que não discriminalizar também a cocaina, ácido e crack?

    Em relação á droga, todos os países onde a droga, qualquer uma, foi discriminalizada eram países territorialmente, e em termos populacionais, minisculos – Holanda ou Uruguai, por exemplo. Dessa forma, o controle e fiscalização de venda e qualidade da eventual droga é mais simples. Até mesmo o controle de trafico nas fronteiras. Ou, alguém pensa que por que foi discriminalizada não haverá trafico de drogas? O pessoal não continua indo ao Paraguai para comprar binquedos,  eletrônicos e perfumes, que no Brasil, são “discriminalizados” por que lá é mais barato – por que não iria acontecer algo semelhante com drogas?Não é por que uma droga é “discriminalizada” que não haverá viciados nas mesmas.

    Por que só a maconha? Controlados e “discriminalizados” não poderiam ser liberadas a cocaina, ácido, crack etc., enfim, todas tem algum tipo de função terapeutica… Gunter isso é preconceito ou melhor drogafobia…

    E arcaico é o pensamento de quem não teve que lidar com os problemas de um familiar viciado em droga.  

    1. quem teve que lidar com um

      quem teve que lidar com um viciado em casa o fez com a droga proibida. O fato dela ser proibida NÃO impediu-o de ficar viciado. E ainda por cima criou problemas adicionais pra familia, já que teve que lidar além do vicio, com traficantes ameaçando de morte o viciado, e com a policia prendendo/subornando o tal viciado. A proibição das drogas é só um fator a mais no problema, e não é um probleminha a mais, é O problema na grande maioria das vezes..

  8. A partir do momento de que

    A partir do momento de que todos os partidos são regidos pela Constituição, que é laica, ou pelas regras do Congresso Nacional, todos os partidos são laicos, pois, suas ações, dos partidos, tem o limite que a Constituição, que é laica, lhes impõe. Se o Congresso Nacional não fosee regidos por leis/Constituição/Supremo laicas não haveria casamento LGBTs ou adoção de criança por casal homem e homem ou mulher e mulher. Esse papo de laicidade tem sua origem, sobretudo, na ignorância mas, igualmente, no preconceito, “religiãofobia” e meandros ideológicos outros. 

    Quanto á opção, ou não, quanto à sexualidade, a OMS, ainda, considera transgeneros ou transexuais como individuos que sofrem de um transtorno, isto é, são doentes que exigem cuidados. Enfim, qual a normalidade de se cortar os próprios orgãos genitais ou automutilação? Ademais, o que distingue sexo masculino, ou feminino, é a possiblidade de reprodução, ou seja, útero e óvulos ou de espermatóizede do outro lado. Fora isso, não obstante a aparência feminina ou masculina, transgeneros operados serão apenas eunucos castrados ou mulheres com algo a “mais” que, no entanto, não funciona, isto é, não serve para nada. E por mais que o pessoal LGBTs discorde não há naturalidade na esteridade, ou melhor, casais homoafetivos seriam uma falha na trajetória  evolucionista e, em função disso, a espécie humana iria perecer e desaparecer. O que há de natural disso? 

  9. Ainda acordarão de seu sonho

    Ainda acordarão de seu sonho histérico, abrirão os olhos para o mundo, expandirão suas consciências e a humanidade caminhará em sua própria superação, com paixão pela vida-viva – qualquer semelhança deste pensamento com o perfil do super-homem de Nietzsche não será mera coincidência.

    “Libertas que sera tamen.”, e viva e deixe viver, salve o direito de liberdade de escolha!

    Saudações libertárias

  10. Liberação de drogas na

    Liberação de drogas na Holanda, foi um fracasso tão grande (atraíram todos os traficantes da Europa para lá) que a maioria do povo holandês pede pela volta da proibição. Países exemplos de sucesso no combate às drogas são os países árabes como a Indonésia. Se uma pessoa for pega com drogas leves lá, prisão perpétua. Se for pega com drogas pesadas, pena de morte. Pergunte se a Indonésia tem problemas com tráfico.

    Desculpe a franqueza, se quem é a favor da liberação de drogas tivesse familiares que foram assaltados, ou até mortos por drogados, ou mesmo tivesse familiares que se perderam neste submundo (não sem antes de destruir tudo em redor), e um pouco de Amor no coração apenas, tenho certeza de que  também considerariam a severidade de leis como a dos árabes um grande exemplo.

    1. Quanta insanidade! Quer dizer

      Quanta insanidade! Quer dizer então que a Indonésia é um lugar melhor pra se viver do que a Holanda? Uma sociedade com uma tradição de enorme corrupção e violência do Estado, o qual há cerca de duas décadas foi responsável por um genocídeo no Timor Leste. Aliás, será que é coincidência o fato de as sociedades que punem mais rigorosamente qualquer consumo de substâncias ilícitas serem invarivelmente extremamente injustas e autoritárias?

       

      1. Sr. Marcelo. Depende o que o

        Sr. Marcelo. Depende o que o Sr. considera “lugar melhor para se viver”.

        A propaganda anti islâmica no ocidente é imensa, mas lá pode-se andar ataviado de ouro nas ruas que ninguém rouba. A criminalidade é baixíssima em países islâmicos. Guerras, contra outros países, existem, mas não só nos países árabes. Até a holanda já participou de guerras e também já teve colônias.

        Nos países Islâmicos não existe dependência nem tráfico de drogas e nem de bebidas alcoolica. Não estamos citando fatos como corrupção ou o país ser de terceiro mundo, e sim política de combate ao tráfico de drogas. Não estamos falando de trazer todos os costumes dos países árabes para o Brasil; mas sim de pegar exemplos isolados que funcionam e aplicar aqui.

        Se for para citarmos um outro país onde o tráfico de drogas é severamente reprimido e há desenvolvimento, podemos citar a China, que se desenvolve a quase 10% ao ano, e as leis são severíssimas, penas de morte inclusive. Oitenta por cento das execuções de pena de morte mundiais são na China. Ou Cingapura, que é um dos países que mais se desenvolve economicamente na Ásia. Ou a Coréia do Sul onde existem pesadas penas de prisão contra o trafico. O Sr. acha que Cingapura não um lugar bom para se viver? Ou a Coréia do Sul?

        Quanto à injustas e autoritárias, faço uma pergunta: As Leis em todos os países desenvolvidos são extremamente severas. Se não forem contra as drogas são pela ordem pública. Nos EUA é proibido fazer manifestações usando máscaras. Na Austrália um estudante brasileiro bêbado, fazendo arruaças foi encurralado pela polícia e morto com armas de choque. No Japão as prisões são das mais severas do mundo, sendo que nem admitem extradição. Raríssimos são os paises desenvolvidos que não têm Leis severas. Isto seria autoritarismo? E isto impediria-os de serem lugares bons para se viver?

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