Katia Abreu, um elefante em loja de louças?

Tenho a ligeira desconfiança que a presidente Dilma Rousseff arrumou sarna para coçar, um elefante em loja de louças com a provável nomeação de Katia Abreu para o Ministério da Agricultura.

Aqui mesmo louvei a indicação, pela necessidade de se ter em cada Ministério lideranças representativas do setor.

Mas Katia parece dotada de desconfiômetro zero em matéria política.

A estratégia de Dilma seria criar uma confederação brasileira no Ministério, com representantes das várias forças econômicas e sociais somando ideias, esforços e negociando diferenças. O risco é transformar o Ministério em uma rinha de galo.

Hoje, na Folha, em pleno tiroteio com os meros rumores da sua indicação, Kátia dá uma declaração de guerra aos movimentos sociais e uma apologia ao inacreditável Gilmar Mendes.

Aliás, joga Gilmar em uma fria ao explicitar as críticas existentes contra ele, sem rebater:

“As baterias ideológicas voltaram-se, então, contra o ministro Gilmar Mendes, pelo fato de sua família supostamente ocupar terras indígenas em Mato Grosso do Sul”. E não esclarece se tem ou não tem.

Da Folha

Conflitos intermináveis

 

Por Katia Abreu

Um país não pode se tornar refém de conflitos intermináveis. Basta olharmos para a história para constatarmos a violência e as guerras que fundaram e permearam a fundação e a conservação dos Estados. Mudam a intensidade e a forma de encará-los.

Em todo caso, deve haver uma linha de corte temporal a partir da qual um país possa recomeçar e se reinventar. Determinados problemas valem, por exemplo, até uma determinada data, na qual devem ser equacionados. Se assim não fosse, poderíamos retroceder um conflito qualquer a 40 anos, um século ou talvez cinco. Onde parar?

Foi baseado nessa sabedoria política que o Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do já emblemático caso da terra indígena Raposa Serra do Sol, decidiu estabelecer o marco temporal da Constituição de 1988 para as demarcações.

Na mesma ocasião, proibiu também a ampliação de terras indígenas, pela boa e simples razão de que terras demarcadas demarcam igualmente o seu entorno como não indígena.

Ocorre que algo tão evidente é objeto de contestações infindáveis por parte de ONGs nacionais e estrangeiras, Ministério Público Federal, Cimi, Funai, além de antropólogos ideológicos, que defendem causas, e não a ciência, e de políticos.

Particularmente manifesto é o fato de desprezarem a lei, não levando em consideração o que foi decidido e referendado pelo próprio Supremo.

O assunto voltou recentemente à tona por ter uma decisão do STF anulado o reconhecimento de uma área reivindicada como indígena guirarocá, em Mato Grosso do Sul. A justificativa para tal decisão foi a de que, conforme reza a Constituição, a etnia caiová não habitava essas terras desde a década de 1940. Trata-se, tão simplesmente, da aplicação da lei.

As baterias ideológicas voltaram-se, então, contra o ministro Gilmar Mendes, pelo fato de sua família supostamente ocupar terras indígenas em Mato Grosso do Sul, e, evidentemente, contra os “fazendeiros”, como se esses fossem os algozes dos indígenas.

Cabe enfatizar que o ministro Gilmar Mendes é um dos mais sérios juristas deste país, cuja obra ultrapassa nossas fronteiras. No Tribunal, sempre pautou sua posição pela estrita aplicação da lei, não sucumbido a pressões como essas que hoje o acometem. Os que contra ele vociferam são os que não possuem o mínimo respeito pelo Estado Democrático de Direito.

No caso em questão, os “fazendeiros”, para utilizar a linguagem desses que desrespeitam a lei e a verdade, são produtores rurais, com títulos de propriedade reconhecidos. Não são “invasores”.

Quando obtiveram seus títulos, não havia efetivamente indígenas nessa região. Muito menos em 1988. Note-se que seus títulos foram outorgados pelo Estado brasileiro. Se um título do Estado não vale, o que é que vale então?

Argumenta-se, agora, que os indígenas foram expulsos de suas terras na década de 1940 por obra do governo Getúlio Vargas. Uma violência teria sido cometida, que deveria, assim, ser reparada.

Admitamos a validade do argumento, aceitando a sua extrema inconsistência, pois, se fosse esse o critério, deveríamos retroagir à chegada dos portugueses, desapropriando cidades como Porto Seguro, Salvador e Rio de Janeiro. Eis a lógica desse argumento levado ao absurdo.

Mesmo assim, admitamos a sua validade. Haveria uma reparação a ser feita. Quem deveria pagar por ela? Os “fazendeiros” ou o Estado que expulsou os indígenas da região? Salta à vista que os “fazendeiros” não têm nada a ver com isso, sendo eles, também, vítimas. Cabe ao Estado a responsabilidade por tal situação.

Isso significa que, se o Estado pretende fazer uma reparação histórica, deve ele fazê-la com seus próprios meios, e não expropriando os produtores rurais.

A “desapropriação” de terras indígenas paga apenas as benfeitorias, e não a terra nua. Ou seja, o Estado deveria desapropriar ou comprar terras por valor de mercado, pagando em dinheiro. De posse dessas terras, poderia, então, distribuí-las às populações indígenas que se sentem afetadas.

O que é inadmissível é que se pretenda reparar uma injustiça cometendo outra.

Luis Nassif

45 Comentários

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  1. Está fora! Aliás, de onde nunca deveria ter saído…

    Repito aqui o comentário, com link, que fiz quando do anúncio desse desatino, há pouco, sobre a operação Terra Prometida, da PF, que envolve muitos ruralistas, entre eles dois irmãos do atual ministro da agricultura, Neri Geller, em falcatruas em terras da União, principalmente no Mato Grosso, inclusive em Diamantino, terra de Gilmar Mendes…

    “O objetivo da quadrilha seria a reconcentração fundiária de terras da União destinadas à reforma agrária. Fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio fariam uso de sua influência e poder econômico para aliciar, coagir e ameaçar parceleiros ambicionando lotes de 100 hectares, cada um avaliado em cerca de R$ 1 milhão.

     Com uso da força física e armas, compravam a baixo preço ou invadiam e tiravam as pessoas da posse destas áreas. Em seguida, com o auxílio de servidores supostamente corrompidos do Incra, integrantes de entidades de classe, servidores de Câmaras Municipais e Prefeituras buscavam regularizar a situação do lote.”

    “Atualmente, estima-se que 80 fazendeiros reconcentram ilegalmente cerca de mil lotes da União, sendo que o maior latifundiário reconcentra 55 lotes e o menor 5, podendo tal fraude alcançar o montante de R$ 1 bilhão, em valores atualizados”.

  2. Kátia e os cristais

    Nassif,

    Você está coberto de razão.

    KAbreu representa um chimpanzé numa loja de cristais, e este incompreensível elogio rasgado a GMendes, mais dia menos dia, será arremessado na conta de DRousseff.  

    Como DR não tem porta-voz, a declaração incendiária que já poderia ter sido aplacada ganhará dois dias de acirramento de ânimos por parte dos que são contra a indicada para a Agricultura. Coisa de louco. 

  3. Ministério do vai dar merda

    E foi por falta de aviso?

    Dilma, muito mais que Lula, está precisando urgentemente ouvir os conselhos do Chico Buarque e criar o Miistério do Vai dar Merda. Para, toda vez que ela achar que está tendo uma grande idéia, o ministro cochichar em seus ouvidos: “vai dar merda”.

    Kátia Abreu tem tantos esqueletos no armário que precisaria apenas em semana de campanha para desconstruì-la, se fosse uma Marineca da vida.

    Lógico que, assim como nossos sarneys são melhores que os sarneys dos outros, enquanto aliada, a grande mídia  faz questão de esconder. Lógica que se inverterá quando ela assumir o ministério.

    E olha que inimigos não lhe faltam sequer entre a patota que ela defende.

    Para quem queria montar um ministério imune a lava-jatos, nada como um tiro pela culatra. 

  4. Katia só está agradecendo.

    Boa noite Luis Nassif.

    Se leu o email que mandei pra ti logo apos a Operacao Terra Prometida vai entender perfeitamente o elogio e a divida de Katia com Gilmar.

    Leia que a explicação esta lá .

  5. O que deve temer a Dilma?
    Ela

    O que deve temer a Dilma?

    Ela não rouba…

    Se souber que alguem rouba, ele tá no sal…

    Se a Katia fizer bem seu trabalho, tanto melhor para o país…

    Se não fizer – manda embora, a Dilma é a chefe!

    Aliás, está pau a pau as dores de cabeça causadas pela situação e pela oposição!

    É cada fogo amigo e tanto ministro escorregando…

    Acho que o zé cardoso fez pior do que isso!

     

  6. Sei não.. Ela tá atirando porqe perdeu o doce

    Sei não.. Ela tá atirando porque perdeu o doce. De minha parte acredito que rla não está neste momento ministra. A ver.

  7. A Ministra da Agricultura

    A Ministra da Agricultura Kátia Abreu dá a chave do golpe ao Supremo Gilmar Mendes

    “Cabe enfatizar que o ministro Gilmar Mendes é um dos mais sérios juristas deste país, cuja obra ultrapassa nossas fronteiras. No Tribunal, sempre pautou sua posição pela estrita aplicação da lei, não sucumbido a pressões como essas que hoje o acometem. Os que contra ele vociferam são os que não possuem o mínimo respeito pelo Estado Democrático de Direito.”

    Kátia Abreu e Levy questão de DNA

    Era só aguardar para ver. Com Kátia não foi sequer preciso a posse.

  8. “Não há conjuntura, ou

    “Não há conjuntura, ou correlação de força que possa justificar a porta-voz do latifúndio no Ministério da Agricultura”  por Valmir Assunção

    Mas, alguns aqui do blog parecem não se importar com elefantes em loja de louças ou têm desconhecimento de cadeia de DNA.

    “Já as nomeações de Katia Abreu para o Ministério da Agricultura e de Armando Monteiro para o de Desenvolvimento, Indústria e Comércio foram acertadas.” Nassif

    e, https://jornalggn.com.br/noticia/katia-abreu-pode-ser-uma-escolha-acertada-por-rui-daher

  9. “Se ainda faltava um bom

    “Se ainda faltava um bom motivo para a presidente Dilma Rousseff desistir de convidar Kátia Abreu para o seu novo ministério, agora não falta mais”  Ricardo Kotscho

    “Quem está na iminência de ser indicada ministra de um governo sistemática e doentiamente combatido por Gilmar Mendes, com ações jurídicas e outras nem tanto, só pode fazer isso se não tem ideia de quem governa e de quem elegeu este governo”  Fernando Brito

    “Ninguém lhe pediu que esbofeteasse o mais figadal inimigo do governo no Judiciário, Gilmar Mendes. Seria desnecessário pedir-lhe que não esbofeteasse o governo com escancarados elogios a ele” Fernando Brito

  10. Vai precisar de muito

    Vai precisar de muito contrapeso para que essa senhora não cause prejuízos irreparáveis à imagem do governo e à coalizão que o elegeu. Por mais que o texto seja escrito por ghost writter, não imaginava que ela tivesse tão pouca sensibilidade política e cultural de assinar embaixo.

  11. Dancei?

    Depois de tanto apanhar em minhas duas últimas colunas em CartaCapital, justificando a escolha de Kátia para a Agricultura, após muitos anos de críticas severas às suas posições, esperava um artigo dela ou de seu ghost-writer exatamente no sentido contrário do que fez.

    Dilma deveria partir para outro nome, mesmo porque muita gente do agronegócio não está satisfeita com ela. Problema: no PMDB e para agradar os ruralistas, os outros são ainda piores do que ela. Oremos.

    1. Habilidade política abaixo de zero

      Caro Agro Rui, 

      Kátia Abreu é dona de uma habilidade política abaixo de zero, praticamente jogou o pescoço na guilhotina e puxou a corda. Considerando o desastre absoluto que foi o ministério do primeiro reinado, Dona Dilma perdeu o direito de arriscar. Deveria neste momento ligar para o Roberto Rodrigues e pedir a indicação de 3 nomes. 

      Creio que já posso dispensar a segurança para garantir a sua integridade física no Sarau do Nassif, no próximo sábado. Até lá. 

    2. Olha Rui, a Dilma deve estar

      Olha Rui, a Dilma deve estar se achando com o cacife muito baixo. Difícil imaginar que a KA não saiba o que está dizendo. E me parece que está simplesmente dizendo as condições nas quais ela aceita “o mico”. É claro que a Dilma tem de pensar que precisa torear o congresso e a mídia. Mas mesmo assim me parece um exagero apresentar no mesmo pacote a KA e o Joaquim Levy, ainda mais como prêmio de consolação depois de não conseguir o Trabuco. 

      Será que ela pensa que consegue acalmar os leões jogando carne? Acho que só consegue é aumentar o apetite deles. Além de acabrunhar a militância que despertou na sua eleição. Vamos ver o que acontece nos ultra-previsíveis escândalos financeiros e políticos que teremos pela frente.

  12.  
    …”‘PÓde’ parar!”
    Até o

     

    …”‘PÓde’ parar!”

    Até o otário do matuto aqui imaginava que essa “cheirosa” estivesse em vias de auto-superação das mazelas intrínsecas!

    Ainda que num insólito auto de comiseração!

    Ainda que num esforço hercúleo de adequação compulsória aos novos tempos!

    E/ou instinto de sobrevivência!

    No entanto, depois destas estapafúrdias e bizarras declarações de alinhamento com o gilmar DANTAS, a Kátia ‘aBREU’ deve ser considerada – mais do que nunca – ‘persona non grata’ por todos os progressistas deste país!

    Isto sim!

    A presidente Dilma Rousseff não poderá jogar a coerência e a ética no lixo da história!

    A escolha do Joaquim Levy é uma coisa!

    A suposta indicação da Kátia ‘aBREU’ seria absolutamente inaceitável!

    E, racionalmente, dispensável!

  13. “A “desapropriação” de terras

    “A “desapropriação” de terras indígenas paga só as benfeitorias, e não a terra nua. Ou seja, o Estado deveria desapropriar ou comprar terras pelo valor de marcado, pagando em dinheiro.”

    O Imposto pago pelo proprietário é que deve nortear o valor de desapropriação.

     

  14. Comigo ninguém pode!

    O “artigo” é, simplesmente, um recado para a Dilma: “se me indicar, farei o que EU quiser”. Como o Nassif sempre diz que a presidente é meio surda…

  15. Primeiramente tenho dúvidas

    Primeiramente tenho dúvidas se uma mulher super inteligente como Katia Abreu teria realmente tamanha falta de sensibilidade que demonstrou com o artigo. Penso com meus botôes que teria sido uma situação de caso pensado, não inabilidade política. Porque? Ainda não sabemos.

    Em segundo lugar, depois da informação revelada por ela de que a família de Gilmar Mendes supostamente ocupa terras indígenas, gostaria que alguém se dispusesse a esclarecer onde estão localizadas as “supostas” terras, qual o tamanho delas, desde quando as ocupam, de que forma fizeram essa ocupação, quais os documentos que possuem, quais são os membros da família do ilustre ministro que “supostamente” ocuparam terras indígenas, etc, etc. 

    “Supostamente” a família de um membro da mais alta corte do país ocupa terras indígenas?  Como cidadão brasileiro tenho todo o direito de querer mais informações sobre o assunto.

  16. .

    Apenas o fato de citar Gilmar Mendes já é motivo suficiente para acionar alarme máximo. O nome dele só aparece onde há alguma maracutaia e sempre como um dos protagonistas, seja ativo ou passivo. A República precisa inicialmente se livrar ou no mínimo evitar que determinadas figuras exerçam ou ampliem sua influência, pois elas são nocivas a qualquer tentativa de consolidação do estado de direito e de uma democracia limpa e digna. 

    Gilmar Mendes definitivamente não contribuiu para fazer do poder onde atua um alicerce de sabedoria, justiça e legalidade, não cumpre sua tarefa como ministro ou cidadão e apenas o fato de ser elogiado por alguém já desperta desconfianças do que há por trás, envolvendo-o e a quem o elogia. 

    E para constatar o que digo basta buscar a opinião das pessoas mais preparadas e capacitadas sobre o assunto no país, insentas de partidarismos ou paixões políticas.

  17. Falta a Dilma um objetivo claro que reflita em seu ministério

    Dilma  começa mal com seu novo ministério, não que eu seja um especialista em formação de ministérios, mas repetir o que não deu certo não a levará a resultados diferentes do que já ocorreu. Assim, preencher as vagas com nomes que supostamente se qualificam por serem representantes de setores e não pessoas ligadas ao projeto de Brasil que a presidenta quer desenvolver, não irá nunca produzir um todo harmônico, equilibrado e lógico.

    Dilma, acorda!

  18. Pode parecer artigo

    Pode parecer artigo inoportuno e desastrado. Pode ser, sim. Mas pode ser outras coisas. Por exemplo, um agradecimento, um pagamento de dívida – Gilmar parece envolvido em livrar Katia Abreu de umas sinucas legais. Pode ser, tambem uma outra coisa: prévia explicação para não virar a minsitra que foi sem nunca ter sido. Há resistência a ela entre as lideranças do chamado “agronegócio”. Há resistência na CNA, há resistência no PMDB – e só estou falando em resistencias “do lado de lá”, me entendam. Então… será que Kátia já está arrumando uma “explicação” para não ser escalada no time? Bom, vamos ver, ainda nada se confirmou quanto ao restante do ministério, apenas a troika econômica.

  19. Seria um erro político grosseiro a presidenta Dilma nomear…

    Seria um erro político grosseiro a presidenta Dilma nomear a Kátia Abreu. Ainda bem que a inconsequente ruralista se manifestou de forma tão indisciplinada e aberta. Agora resta a Dilma ser mais coerente na escolha dos ministérios. Tenho certeza de que não vai desapontar seus eleitores.

    1. A argumentação dela é em

      A argumentação dela é em parte pertinente. De fato, é inconcebível reparar uma injustiça com outra injustiça.

      Já, o mesmo não se poderia dizer da defesa canhestra feita por ela ao ministro Dantas. Aí, seu entendimento de Estado Democrático de Direito alia-se ao seu passado ruralista e cai por terra, pois revela-se quinhentista, patrimolialista, golpista, escravocrata e capitanihereditaresca; tal elogio a meu ver foi o mesmo que bater continência pra ditadura.

  20. “O peixe morre pela boca”
    De fato o imprescindível é um ministro (a) da agricultura sensível aos demais setores. Uma alternativa é buscar um prefeito/ governador, ou ex, que seja empresário do agronegócio, e que tenha alta aprovação popular em seu município/estado. Pouco importa o partido político.

  21. mais uma da Kátia Abreu

    na defesa de sua indicação para o Minstérios ela saiu com essa: ” porque ainda tem aqueles que chamam aquele período, década de 70, de Ditadura Civil Militar”..e tem gente tecendo loas à sua indicação..

  22. Sobre essa questão

    específica das terras indígenas da “etnia caiová” (aqui a gente costuma abrasileirar o kaiowa para “caiuá”), parece que a argumentação de que não mais ocupavam a área desde 1940 não se apresenta, por si só, como fundamentação suficiente. Conviria averiguar o porquê da desocupação, em especial para se saber se não foram gentilmente “convidados” pelos fazendeiros a se retirar!

    1. E sobre titulação

      de terras, o Estado de Mato Grosso, quando uno, expediu títulos de terras  nas coxas, não respeitando uma série de restrições, inclusive terras então ocupadas por indígenas. Alías, os “pontos cardeais” que “norteavam” a localização das terras era uma piada, não permitindo uma “plotagem” segura. Como falor, agora, em legitimação desses títulos?

      P.S.: Não sabia que a família do ministro noemado pela senadora tinha terras por estas paragens. Sabia que o “fusuê” era no Mato Grosso.

  23. O Brasil e um dos dois

    O Brasil e um dos dois maiores exportadores de produtos agricolas e pecuarios do mundo, alternando essa posição com os EUA, dependendo da safra e do clima. Os interesses do Brasil estão nas barreiras tarifarias, fitossanitarias, de cotas negociadas governo a governo, de cotas por produto negociadas em organismos internacionais, o Brasil tem grandes interesses na Bolsa de Chicago, na FAO, na União Europeia, um Ministro da Agricultura de um Pais com os interesses agricolas macro que o Brasil tem PRECISA ser global, ter transito internacional, falar inglês ou francês fluentemente,

    conhecer o ambiente de negociação fora do Brasil, PRECISA conhecer tecicamente agricultura, precisa ser enenheiro agronomo ou zootecnicsta, quais dessas caracteristicas terá Katia Abreu?

  24. É necessário dialogar com o

    É necessário dialogar com o agronegócio? Claro que sim! Ninguém é tapado a esse ponto! Só que o problema é que Kátia Abreu parece não estar muito a par do isso significa e ai “teremos problemas”…

    Pode-se acabar empurrando os movimentos sociais à uma posição onde não se opor ou não reagir ao governo signifique a sua própria total deslegitimação e perda de capacidade/representatividade politica e social.

    Pense no prejuízo disto, que já pode ser sentido em Jun/2013, uma horda de descontentes por sabe lá porque, sem a menor formação politica prontinhos para cair no colo da direita… 

     E ai sejamos francos não há tanta gente assim disposta a dar a cabeça por Dilma.  

     

  25. se a senadora sabe deve ter mais gente que sabe também

    e assim é. Nossos representantes não sabem sobre o Ministro ?

    só a senadora ? Que tipo de intimidade haveria entre eles para esse confessionário ?

    Aumenta minha convicção sobre a boa fé da Presidente Dilma. Alguém precisa despertá-la sobre a natureza humana e a presença do inimigo no seio da sociedade  civil.

     

     

    A graça da vida está justamente naqueles sonhos, que à primeira vista, são aparentemente irrealizáveis.

                                                                                                                                                    Desconhecido

  26. Desapropriação de terras indígenas

     

    “A “desapropriação” de terras indígenas paga apenas as benfeitorias, e não a terra nua. Ou seja, o Estado deveria desapropriar ou comprar terras por valor de mercado, pagando em dinheiro. De posse dessas terras, poderia, então, distribuí-las às populações indígenas que se sentem afetadas. O que é inadmissível é que se pretenda reparar uma injustiça cometendo outra.” Diz Katia Abreu.

    Meu pai comprou uma propriedade (90ha), em meados dos anos 70, financiada pelo Banco do Brasil, na Ilha da Assunção, Cabrobó/PE – ilha do rio São Francisco. A ilha tinha diversos proprietarios, entre eles o Estado de Pernambuco que, mantinha na ilha uma usina de beneficiamento de sementes de feijão, uma unidade de beneficiamento de arroz, uma sementeira, fruticultura, escritório da Secretaria de Agricultura, vila de funcionários, etc. Nessas usinas eram beneficiadas toda a produção de agricultores(as) da região. 

    Após a promulgação da Constituição de 1988, toda a ilha foi desapropriada pela Funai e declarada área indígena.  Todas as propriedades foram depropriadas levando-se em consideração apenas as benfeitorias. Na época da desapropriação não havia nenhuma área ocupada pela etinia Trucá, hoje ocupante/dona de toda a ilha. Haviam famílias que lá habitavam há muito mais de 60 anos. Nenhum pedaço daquela ilha foi ocupado por grilheiros, as terras foram compradas e eram registradas, todas, pelo Incra. Daquelas áreas saía a maior parte da produção de arroz, feijão e cebola da região. A maioria das terras eram irrigadas, a de meu pai era toda irrigada. Os valores pagos pelas benfeitorias foram irrisórios. Algumas pessoas não aceitaram e foram à Justiça em busca de valores mais justos. Meu pai não foi, disse que, como funcionário público, era engenheiro agrônomo da Codevasf, não iria “brigar” com o Estado. Ficou triste, mais pelo desmonte da estrutura que o Estado tinha na ilha que ele ajudou a construir e, que à toda comunidade atendia, que pelo pedaço de terra adquirido, legalmente, com o suor do seu trabalho.

    Fiz o relato acima para responer a senadora que, entre outras questões, pergunta: “Se um título do Estado não vale, o que é que vale então?” Acho que o que vale para ex-pequenos(as) produtores(as) da Ilha da Assunção do Rio São Francisco, em Cabrobó-PE, deverá valer também, para os latifundiários(as) do agronegócio.

     

     

      

  27. desde o início..

    pensei comigo, quem irá conseguir conversar com Kátia Abreu? Como Dilma irá dialogar com Kátia Abreu. Não consigo ver que se sustente, por um período de 4 anos, um diálogo político entre as duas. E agora leio esse texto e penso comigo: claro, Kátia Abreu pensa não precisar conversar politicar dialogar com ninguém, ela parte do princípio de que usará da lei pra defender as terras dos seus produtotores rurais, será legitima pois fala segundo a lei, e defensora se colocará ao lado de quem arbitar sobre, STF. Se ela souber se posicionar, é claro. O que duvido também. A lógica da Kátia Abreu é perversa, e mesmo que perversidade não signifique má condução de um ministério, até muito menos pelo contrário, pode resultar em estrondosa falta de traquejo, se a perversidade usada para ordenança da pasta não for feita com inteligência política. E Kátia Abreu é bruta, claramente bruta, o que fica mais evidente ao lê-la. 

  28. A inconsequente escolha de Katia Abreu

    Katia Abreu ministra é uma tragédia anunciada ainda não anunciada. Se for, não procede a surpresa de alguns, mesmo porque já faz tempo que ela vem ditando regras no Governo e sua aproximação com Dilma não é de agora. 

    Tampouco procede defender o indefensável justificando sua indicação em nome da tal “governabilidade”. Katia Abreu é uma escolha de Dilma. Não é unanimidade nem na CNA, nem no PMDB, que resiste para encaixá-la como cota do partido. Se é para manter o Ministério da Agricultura com o agronegócio, como sempre foi, não faltam opções de nomes para atender os interesses do setor, sem o simbolismo que ela representa. 

    E mais, Katia Abreu bate de frente com os Movimentos Sociais mais tradicionais que ajudaram na reeleição de Dilma, e que seriam essenciais também agora como contraponto ao terceiro turno que está aí. Ao menos se obrigarão a sair da letargia dos últimos anos, retomando seus fins para evitar o próprio fim.

    Uma escolha que não atentou como deveria também para as consequências de empoderar uma personalidade forte como Katia Abreu, extremamente ambiciosa, inteligente, voraz e pragmática em torno de suas crenças, frontalmente opostas à trajetória do partido que abriga a presidente reeleita.

    Dilma corre o risco de virar refém de sua iminente ministra ao trazer para o seu ninho uma cobra que faz política como o trator que passa por cima de suas terras e de tudo que está em volta, que já começa a grilar espaços que vão alem das fazendas, ora vociferando como devem ser as relações internacionais do país ou sobre Ministros do STF.

    E lá na frente, depois de ocupar, passar o trator e arar, será difícil para Presidente voltar atrás, caso precise. Em outras palavras, custará caro a “reintegração de posse dos ideais políticos” que o Governo reeleito começa a perder com sua indicação.  

    Erra-se na escolha, erra-se na forma, ao lançar o nome sem anunciar, gerando desgates evitáveis nesse intervalo de tempo. Se é decisão consumada, não faz sentido esse silêncio, o que amplifica ainda mais as manifestações contrarias de aliados na esperança de que Dilma desista de seu nome. Se a ideia é sondar a opinião publica para decidir, faz ainda menos sentido, mesmo porque a reação seria mais do que sabida.  

    De qualquer forma, menos mal se toda essa pressão despertasse Dilma para rever sua decisão. Não é que teríamos mudanças na política pró ruralista, mas evitaria semear novas tragédias anunciadas.

    Vai entender…

     

  29. O Globo colocou a faca no pescoço da KA

    Conforme o Nassif disse em resposta a um comentarista, O Globo colocou a faca no pecoço da KA e ela correu a elogiar o chefe do golpe o GM lider do golpe paraguaio em curso..,,..sempre assim,,com Tóffoli tá sendo assim,,.faz-se uma denúncia contra Fulano….ou ameaça-se mostrar  os podres de Sicrano….ai eles vem todos humildezinhos com o rabinho entre as pernas a elogirar GM o lider …..gente kd o Barbosão…continua foragido prá não devolver o apartamento ao STF ou tá tramando o golpe na calada da noite….

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