Mais um grupo de mídia vai investigar Swissleaks: Globo

Não é piada: “O Globo” foi escolhido pelo ICIJ para investigar sonegação na Suiça

Por Rodrigo Vianna           

Do Blog Escrivinhador

Uma das desvantagens de não ler mais a “Folha” é deixar de acompanhar as colunas do José Simão. A outra é perder a chance de ler certos articulistas da página 3 do jornal. Às vezes, são mais engraçados do que o Simão.

Fui informado por uma amiga que a tal Marina Walker Guevara (diretora do ICIJ – consórcio que “investiga” sonegadores com contas na Suiça) escreveu um texto para a ‘Folha’. O artigo é uma tentativa de explicar o inexplicável: por que o ICIJ entregou para um único jornalista – do UOL – todos os documentos sobre as contas de brasileiros na Suiça?  

Nas últimas semanas, blogueiros, jornalistas e cidadãos brasileiros se indignaram com a clara tentativa de proteger empresários (e, quem sabe, até donos de empresas de comunicação) que escondem seu dinheirinho na Suiça. O UOL, com a guarida do ICIJ, está promovendo vazamentos seletivos (leia aqui, e assine, a Carta Aberta dos blogueiros contra vazamentos seletivos).

A senhora Walker procura se explicar, na ‘Folha”. Ela diz que o ICIJ tem grande experiência em investigar sonegadores, e cita textualmente:

“Desde 2012, o ICIJ tem investigado os paraísos fiscais – que fazem parte do tema muito mais amplo da desigualdade econômica. Primeiro, revelamos os verdadeiros donos por trás de mais de 100 mil empresas secretas em ilhas do Caribe. Depois, revelamos como algumas das maiores empresas do mundo usam o paraíso fiscal de Luxemburgo, no centro da Europa, para pagar impostos que não chegam a 1%.” (grifo meu)

Mas, vocês devem estar perguntando: o que isso, afinal, tem de engraçado?

A informação que me fez gargalhar está escondida em meio ao texto (que pode ser lido aqui). A senhora Walker explica que o ICIJ escolheu – agora – mais um grupo de mídia para ajudar o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, a investigar o Swissleaks.

Advinhem qual é esse grupo de mídia?

“O Globo”!!!!!

Bingo.

O ICIJ se jacta de ter investigado 100 mil contas secretas em ilhas do Caribe. E agora terá a parceria da família Marinho para investigar sonegadores?

É isso mesmo?

Como se sabe, a família Marinho e a Globo jamais foram acusadas de sonegar impostos. Não. O caso jamais foi revelado pelo blog ‘O cafezinho” – como não se pode ler nesse link.

O processo contra a Globo não sumiu da Receita Federal no Rio. Não. Isso jamais aconteceu.

A situação é essa, José Simão: a Globo vai investigar sonegação de brasileiros no exterior!!!

É como se o Alckmin fosse convidado para dar uma palestra sobre gestão de recursos hídricos na ONU.

Ou como se Merval Pereira fosse escolhido para denunciar jornalistas brasileiros que servem de informantes ao governo dos Estados Unidos.

Só pra lembrar:  o artigo da senhora Walker Guevara (não sei qual parentesco dela com Che ou com George Bush) surge depois de Amaury Ribeiro Jr (jornalista respeitado, autor de ‘A Privataria Tucana”) ter-se desfiliado do ICIJ – por ter sido tratado de forma desrespeitosa pela senhora Walker numa troca de emails em que ele pedia acesso aos documentos suiços (leia aqui a paulada que Amaury deu na cabeça da senhora Walker).

A senhora Walker não quer o Amaury. Mas quer a Globo.

A senhora Walker não gosta de blogueiro. Gosta da Globo e do UOL.

Quem financia o ICIJ da senhora Walker?

Hum… Isso ainda não sei.

Mas sei que na foto acima ela aparece recebendo premio do “Overseas Club”, nos Estados Unidos.

Faz todo sentido.

Overseas… Uma empresa com esse nome jamais foi aberta por poderosos empresários da Comunicação brasileiros. Não.

A senhora Walker precisa botar o Fernando Rodrigues e o Globo para investigar o suposto caso de sonegação revelado pelo Cafezinho – e, assim, provar que ele jamais existiu.

O resto é piada de José Simão.

Redação

31 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. essa foi a suprema ironia.
    a

    essa foi a suprema ironia.

    a raposa agradece a gentilesa da madame….

    como se ninguém soubesse ou pudesse analisar a hegemonia que

    leva a colusão de interesses desse s grupos.

  2. Quem financia o ICIJ da

    Quem financia o ICIJ da senhora Walker?

    Hum… Isso ainda não sei.

     

    Não sabe? Tá no site do ICIJ, Fundação Ford, Fundação de George Soros e outras tantas fundações de bilionários americanos e europeus.

    Não vai ser daí que algo bom será revelado. Só os vazamentos seletivos.

  3. São os lobos tomando contra

    São os lobos tomando contra do rebanho de cordeiros, a raposa cuidando do galinheiro, os gatunos na segurança dos Bancos, enfim, vocês entenderam a idéia, né?

     

  4. Pergunta de troll

    Por que Rodrigo Viana não fez referência a este parágrafo do artigo da senhora Walker?

    “O mais importante é que o Senado brasileiro prometeu abrir um inquérito sobre o SwissLeaks. Se as autoridades brasileiras quiserem seguir o exemplo do que suas contrapartes em outros países já estão fazendo, devem requisitar ao governo francês os arquivos do HSBC referentes ao Brasil, que envolvem mais de 6.600 contas bancárias, ligadas a mais de 8.600 clientes que possuíam cerca de US$ 7 bilhões em 2006/2007, segundo a análise do ICIJ.”

    http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1597708-marina-walker-guevara-jornalismo-e-interesse-publico.shtml

    1. Meu caro, 
      Entrega a lista

      Meu caro, 

      Entrega a lista pro povo, o resto é conversa fiada. Entregar a lista para Senado, Stf, Pgr, Goebbels, Psdb, Maçonaria ou  Máfia não faz diferença nenhuma.

  5. É de onde menos se espera…

    que não sai nada mesmo; ou no caso vão sair notícias em profusão abundante porém seletivamente.

    Já prevejo o biquinho de Bonner, pomposo, anunciando (e a cara de concordância lagartixal(1) da Renata ao lado dele):

    “Numa investigação sobre sonegação fiscal usando um determinado banco na Suíça (o cuidado para não citar o HSBC, um dos maiores anunciantes da Globo), a qual o JN teve acesso exclusivo através de uma cuidadosa lista fornecida pelo ICIJ (conglomerado multinacional de jornalistas investigativos independentes e apartidários, da qual faz parte nosso colega da Folha de Sum Paolo Fernando Rodrigues), foi revelado, por uma fonte anônima e confiável, que Fulano de Tal, filiado ao PT de Miracema do Norte, mandou para os cofres exteriores em 2003, portanto fugindo do fisco brasileiro, a quantia expressiva de 13 dólares americanos; apuramos também que há fortes indícios de que figuras de destaque da política nacional, e ligados ao Governo Federal, também são alvo dessa investigação pois alguns nomes conhecidos afloraram  nessa lista”

    (1)   Observem bem quando uma lagartixa se expicha pra pegar uma mosca: ela fica balançando a cabecinha pra cima e pra baixo… até dar o bote final e crau!!!

  6. Vai ser o bode na horta. A

    Vai ser o bode na horta. A Mrs. Walker Guevara e patota não perceberam que quanto mais se escamoteia a lista do HSBC mais fede. 

  7. Tatica bastante usada em

    Tatica bastante usada em algum país distante, se investiga para não se chegar a nenhum resultado, nada novo, o prblema é a tatica nesse caso está pegando muito mal.

  8. O Rio não é Paraná nem S.Paulo!

    Angelica e a globo expulsos da Faculdade Unirio, enquanto alunos gritavam:  O povo não é bobo abaixo a rede Globo. Ao chegar ao sol, Angelica embora com as mãos livres. teve a ajuda de uma mocinha que segurava o guarda sol ( escravinha ? ).   Não sei colocar vídeos. O colega que quiser:  Youtube- “Angelica e Globo expulsos da Faculdade Unirio”. 

  9. Porque não me surpreendo…

    Depois que li os emails cheio de desprezo que ela enviou em resposta ao Amaury Jr., não espero nada de bom do tal ICIJ.

  10. Quanto desperdício!

    Quanto desperdício da ICIJ!

    Desnecessário distribuir-se as informações sobre contas secretas do HSBC a grande mídia nativa, pois aqui no País a imprensa golpista age em consórcio bastando apenas a uma delas “investigar” (quá-quá-quá-quá!) e distribuir para suas co-irmãs os resultados obtidos. Agem em bando, como cães selvagens em sua predação.

    Puro desperdício de tempo, jogo de cena para enganar otário!

    O ICIJ deveria fazer jus a seu nome onde nele consta a palavra “investigativo” e tomar ciência de como age a imprensa golpista aqui no Brasil. Ou então, caso mais provável, o ICIJ saiba do modus operandi da mídia aqui no Brasil e seja esta a verdadadeira razão para ter encaminhado os dados das contas secretas do HSBC aos seletos destinatários.

    Neste momento fico pensando que o ICIJ, por meio da Sra. Guevara, negou o acesso  a tais dados ao Jornalista Amaury Júnior, um associado deste instituto a pelo menos 10 anos, e agora, “willingly”, tal instituto os disponibiliza a um não associado, pois pelo que me consta dos três brasileiros restantes que hoje dela fazem parte nenhum deles integra o órgão de imprensa acima mencionado no título da reportagem.

    Nesta linha de racicínio os blogueiros sujos que enviaram carta solicitando estes mesmo dados os receberão, Sra Guevara?

    Respondo, antecipadamente: – só no dia de São Nunca, à noite, na vigésima-quinta hora.

  11. Sábio é o José Simão. O
    Sábio é o José Simão. O Brasil é o país da piada pronta. E ainda havia os esperançosos quanto à lista do HSBC. Agora…

    A Banca não brinca!

  12. Trágica justiça

    Caros,

     

    numa postagem anterior foi noticiado que, na Argentina foram contempladas duas entidades com a lista das contas de argentinos no HSBC da Suiça. O Clarin, que tem conta , e o La Nación, que publicou a lista.

    Comentei a dizer que se a Argentina teve dois contemplados, o Brasil merecia também dois, no mínimo. E, mais, se houvesse um segundo, deveria ser O Globo.

    Agora, corrigiu-se a injustiça e incluíram O GLOBO!

    Para esborrachar de rir, se não fosse trágico.

    Profecia mais besta, meu.

     

    Fui, de fininho. 

  13. Swiss secrets

    Swiss secrets

     

    Swiss banks are where the ‘dirty money’ of the politicians, drug dealers, tax dodgers, traffickers in blood diamonds and other such people is generally parked. This perception has held sway since long but no verifiable information regarding the magnitude and the beneficiaries of such dirty money was ever available to the general public due to stringent secrecy laws. 

    Some isolated cases of politicians from developing nations sometimes surfaced in the press regarding theft of public money and its transfer to Swiss accounts. This only happened when these politicians were voted out of power or dethroned. The visible intent behind such cases was them being targets of a witch hunt by the government in power, and not the return of the proceeds of the crime to the country of origin. But now, thanks to a whistleblower and a team of investigative journalists from 45 countries, information regarding a number of Swiss accounts and their beneficiaries has now become public. 

    This information is based on the leaked account records maintained at HSBC. The documents – called ‘Swiss Leaks’ – give a rare glimpse into Swiss banking, something the people of the world had not seen before. These documents make it abundantly clear that the huge amount of money stolen by drug peddlers, arms dealers, corrupt politicians, and Third World dictators is all lying in Swiss banks.

    Pakistan and India are also mentioned in the Swiss Leaks released by the International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) via the French newspaper, Le Monde. According to Swiss Leaks, India and Pakistan are respectively ranked at 16 and 48 among the list of countries whose nationals have maintained dubious accounts at HSBC. The dirty money of $4.1 billion and $859.7 million (respectively) was lying in Swiss accounts opened by the nationals of India and Pakistan during 1970-2006. The per capita GDP of India and Pakistan in 2007 was respectively $1000 and $930 as per estimates of the World Bank.

    This simply means that the money stashed away in offshore accounts is not a small amount. According to some sources, over $1 trillion is stolen every year from the economies of the developing countries; interestingly, this money equals the total money developing countries spend on infrastructure in a year. If the money lying in offshore accounts is brought back and illicit outflows to safe havens are stalled, problems like overcrowded schools, lack of hospitals and potable water in rural areas and premature deaths of babies and mothers due to malnutrition can be overcome. Stealing this money simply means robbing the common people from their opportunities to live and grow.

    The return of this ill-gotten money should therefore become a top priority of the developing countries. Corruption and money laundering have plundered the national wealth of these countries but slack enforcement of anti-money laundering laws, lack of tax transparency, and corruption among the political and ruling elite are shielding the perpetrators from the law. Developing countries almost find it impossible to stop the outflow of money. This outflow of resources is bleeding them of essential resources needed for human development. Bringing back the dirty money and halting its outflow is, however, not an easy a task. Initiatives need to be taken by developing countries, developed nations and global institutions like the UN and the World Bank.

    Developing countries need to build effective institutions to promote good governance, transparency, and accountability. They need to fight corruption, combat organised crime, and implement effective tax systems. What is unfortunate is that state institutions and coffers are generally captured by those with vested interests. And this capture is a big hurdle to good governance, transparency and effective tax systems. 

    The pilferage of public resources, whether through corruption or tax evasion or through some other mode, undermines rule of law, weakens the social fabric, erodes citizens’ trust in institutions, fuels social and political instability, and hampers job creation. It is not just illegal but immoral as well because it helps perpetuate poverty and inequality. 

    Corruption, money laundering, and tax evasion have global dimensions. These are not just challenges faced by the developing countries. Certainly weak national institutions and limited law-enforcement capacity in developing countries are mainly responsible for illicit financial transfers to safe havens but we cannot ignore the fact that the dirty money ends up in the financial centres of the developed world. And in a way developed countries provide an enabling environment for the outflow of resources from the developing countries in the form of dirty money.

    This means that international cooperation is a must to address the issue of dirty money. Institutions like the UN and the World Bank also have a vital role to play in this regard. Regulations that identify the true owners of the dirty money need to be enforced. Once such money is invested in opaque companies, it does not remain within the reach of the tax authorities and investigators of the country of origin. The recipients or beneficial owners of such companies are shielded from disclosure by laws and regulations that in a way protect criminals. 

    Developing countries need to forge an alliance to bring back the dirty money from safe havens like Swiss banks. They should invoke the provisions of the ‘UN Convention against Corruption’ adopted under the aegis of the United Nations. This convention provides a comprehensive framework for the return of ill-gotten assets lying outside the country. Asset recovery is a fundamental principle of this convention. Now when information about the shoddy accounts is out, the affected developing countries need to demand the return of the dirty money lying outside in Swiss banks etc under the framework of the UN convention.

    But the question here is whether the rulers of the developing countries who themselves may be beneficiaries of such dubious deposits will show political will to go ahead with such a demand. The UN convention also recognises that in asset recovery, the fundamental problem is lack of political will on the part of the rulers of the affected countries. As per the convention: “Countries that are the victims of government corruption are often impeded by the fact that individuals still in power are the perpetrators or beneficiaries of corruption, while countries that are the recipients of stolen funds are sometimes reluctant to move against powerful interest groups such as banks”.

    The point is very simple. This money belongs to the poor people of the poor and developing countries, and needs to be returned to the real owners who need it badly. This money can become a big source of development for the developing countries. And if the offshore banking industry keeps on sheltering such dirty money behind opaque secrecy banking laws, that would have enormous implications for societies and institutions across the globe. 

    Professor Thomas Piketty, the French economist, is perhaps very right when he says: “The offshore industry is a major threat to our democratic institutions and our basic social contract. Financial opacity is one of the key drivers of rising global inequality. It allows a large fraction of top income and top wealth groups to pay negligible taxes, while the rest of us pay large taxes in order to finance the public goods and services (education, health, and infrastructure etc) that are indispensable for the development process”.

    The writer is a graduate of Columbia University. 

    Email: [email protected] 

    Twitter: @Jamilnasir1 

  14. Como é que é? A Rede Globo,

    Como é que é? A Rede Globo,  “investigando” sonegação de impostos?

    Já rolei no chão de tanto gargalhar!

     

    kkkkkkkkkkkkkkk

  15. Imagina quanto se ganha com
    Imagina quanto se ganha com uma lista dessas na mão? Com certeza ela valeu muito. Agora o primeiro contemplado tem todos os motivos do mundo para publicar tudo: o lucro com o sigilo acabou!

  16. Sugestão de documentário para a BBC

    Que excelente notícia!!! É como dar a chave do galinheiro para a raposa e pedir para ela conferir quantas galinhas estão dentro!!!

    A BBC de Londres deveria fazer um documentário sobre isso, seria ótimo!

  17. Realmente é o país da piada

    Realmente é o país da piada pronta, da impunidade, da sonegação. Globo na investigação é o mesmo que raposa cuidando de galinheiro….

  18. “follow the money”

    Já que o jornalismo investigativo está impedido de ter acesso às informações da lista, deveria se ocupar investigando a evolução patrimonial do “dono da lista”.

    Em situações desconfortáveis é altamente dispendioso se manter no anonimato.

    Manter seletiva a divulgação, deve render venturosa prosperidade à seu guardião.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador