Ministra francesa perguntou a Barbosa sobre candidatura à presidência

Sugerido por alfeu

Da RFI

Ministra francesa perguntou a Joaquim Barbosa sobre candidatura à presidência

Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, realizou palestra nesta sexta-feira, em Paris.

Lúcia Müzell

A eventual migração para a política do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, provoca curiosidade nos brasileiros e interessa até a ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira. Durante um jantar oficial realizado na quarta-feira (22), em Paris, Taubira questionou Barbosa sobre o assunto. A jornalistas, nesta sexta-feira (24), o brasileiro afirmou estar “se divertindo” com as especulações.

Barbosa e Taubira tiveram uma reunião na noite de quarta-feira, seguida de um jantar com outras autoridades. Na ocasião, a ministra francesa questionou o presidente do STF sobre os rumores de que seria candidato à presidência da República.

“Ela tem informações sobre pesquisas que saíram no Brasil, dizendo que eu tenho tal percentual, e tal. Ela esteve no Brasil recentemente e sabe disso”, relatou Barbosa, nesta sexta-feira, durante uma entrevista coletiva após realizar uma palestra no Conselho Constitucional francês, em Paris. “Não só ela perguntou, mas outros falaram disso aí também”, contou o ministro, que interrompeu as férias para atender a convites de eventos na França e na Inglaterra.
Questionado sobre o que teria respondido a Taubira, Barbosa reiterou que não têm planos imediatos de entrar na política. “Não, eu não sou candidato. Não estou preocupado com isso, aliás, estou me divertindo com isso.”

Prisões a conta-gotas

O presidente do STF também rebateu as críticas de que estaria decretando a conta-gotas as prisões dos 25 réus condenados pelo esquema do mensalão, processo do qual foi relator. Sete condenados ainda aguardam a assinatura do mandado de prisão, como o ex-deputado federal João Paulo Cunha. Segundo o ministro, “cada caso é um caso”.

“Houve prisões a conta-gotas? Foram feitas 12 prisões de uma vez só”, afirmou. “Cada caso é um caso. Nós estamos examinando a vida de pessoas. E eu não cuido só disso”, argumentou Barbosa.

O ministro foi criticado por ter saído de férias sem decretar a prisão de Cunha, após ter rejeitado os recursos dos advogados do petista. Na quarta-feira, já em Paris, ele argumentou que “qualquer um” dos ministros que o substituem na presidência do Supremo poderia ter assinado o documento. Ainda garantiu que, se estivesse no lugar dos interinos, “jamais hesitaria em tomar essa decisão”.

No entender dos substitutos Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski, cabe ao relator do processo – Barbosa – determinar a prisão. “Eu não estou preocupado com nada disso”, declarou o presidente nesta sexta, ao comentar a polêmica gerada sobre o assunto no Brasil.

Palestra no Conselho Constitucional

Joaquim Barbosa era o convidado de honra de um colóquio sobre Direito Constitucional no Conselho Constitucional francês. O evento foi aberto pelo presidente da instituição, Jean-Louis Debré.

Em sua palestra, o presidente do STF destacou a transparência do Judiciário brasileiro, que há 10 anos retransmite ao vivo as sessões dos julgamentos, inclusive as deliberações. Barbosa lembrou do sucesso de audiências públicas para debater temas polêmicos como aborto ou casamento entre pessoas do mesmo sexo. E ressaltou o papel do STF em julgar casos de interesse da sociedade do país, uma vez que o Brasil possui uma das constituições mais longas e abrangentes do mundo. “Nada escapa ao controle da corte”, comentou, diante de uma sala lotada.

Redação

33 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Da visibilidade por um ato de injustiça

    O único grande ato de Barbosa, que lhe deu visibilidade, foi um ato de injstiça e perseguição política a mando dos escravocratas regressistas

  2. Está se divertindo…

    Ele está se divertindo há muito tempo, com sadismo, e decidindo sobre a vida de brasileiros que, com bravura e destemor, fizeram pelo país, o que ele jamais terá garra para fazer!  

  3. Boa noticia

    Pelo que eu senti  nas falas do Joaquim nessa entrevista, ele ainda não desistiu de se aventurar na politica e definitivamente, a partir de março ,desinfetar o supremo.

    Estou rezando, fazendo macumba vegetariana, e se ele começar a esmurecer temos que fazer uma sessão de descarrego com charuto cubano e tudo. Sal grosso é importante e se for do pré-sal acho que será melhor ainda.

    Que o Joca não desista dessa nova empreitada. 

    O mundo juridico ficará eternamente agradecido e eu também

     

  4. O povo brasileiro precisa saber a verdade sobre as diárias
    (O assessor e biógrafo particular do supremo do supreminho fez esta declaração ontem)  17/01/2014 22:54:54

    Assessoria explica diárias de Barbosa

    Presidente do STF vai receber nas férias

    O Dia

    Brasília – O jornalista Wellington Silva, assessor de comunicação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse que os R$ 14,4 mil que ele receberá nas férias não serão apenas para fazer duas palestras, em Paris e Londres. Silva informa que a programação que justifica o pagamento das diárias ao ministro incluem também entrevistas para jornalistas estrangeiros e encontros com políticos e autoridades.

    Em comunicado enviado ao DIA, a assessoria do presidente do Supremo afirma ainda que, para participar das palestras e das entrevistas, o ministro Joaquim Barbosa vai “interromper as férias” e que, por isso, os compromissos são oficiais.

    1. dúvida

      Não estou sendo ironica . Realmente gostaria de saber se um Ministro do Supremo, no exercício de seu mandato, pode cobrar por palestras.

      Não é o mesmo que um cirurgião , servidor público , cobrar por fora por uma cirurgia feita em Hosp. Público ? 

  5. O Ministro Deslumbrado

    Joaquim Barbosa  ficou deslumbrado com a política e passou a praticá-la dentro do STF. Montou um circo para adquirir notoriedade. Provavelmemte está sendo acobertado pelo poder oculto, aquele que nao aparece, mas que atua nos bastidores desde os tempos do Império. Mas vai precisar de voto, daí o seu circo espalhafatoso.

    Estamos vivendo numa outra era, onde a informação passou a ser veiculda em tempo real e fora da tutela dos grandes grupos. Tenta-se manter o status quo manipulando as redes sociais. É uma tentativa deseperada. Com a tendência da maior parte da população no Brasil se tornar classe média, com a previsão de 75% para 2016, fica cada vez mais difícil jogar o jogo da política tradicional.

    A Primavera Árabe foi sem dúvida um balão de ensaio, experimentado novamente com as manifestações de Junho de 2013. As interveções vindas de fora não são nenhuma novidade, como mostram as recentes revelações da possibilidade de invasão armada por parte de John Kennedy o ícone da “democracia americana”. No entanto o golpe foi aplicado no país, do mesmo jeito, e sofremos uma amarga ditadura de 21 anos. 

  6. Mas é isso da natureza de um orelhudo: Mentir

    O único grande ato de Barbosa, que lhe deu visibilidade, foi um ato de injustiça e perseguição política a mando dos escravocratas regressistas, claro que não será candidato neste ano para não dá muito na cara, o que interessa é que sua carreira político-partidária está posta.

    Vamos entender Barbosa, segue vídeo bem didático:
     

    Episódio da série animação Pequenos Filósofos, que mostra contos e fábulas de diferentes culturas que despertam nas crianças e jovens uma consciência a respeito da moral e seus valores: 

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=SbpALmzzrQM%5D

  7. Joaquim Barbosa participou

    Joaquim Barbosa participou como convidado especial do evento em Paris. O que significa que o convite foi feito depois do evento montado. Será que conseguiu o convite com os mesmo métodos que usou para ser indicado ao Supremo? Por que vamos combinar que jurista ele não é.

    Como eu gostaria que esse “pavão” se danasse… Por falar nisso: curioso que a coluna dele não apresente problemas em Trancoso, Paris e Londres.

  8. A paparicação em cima do Sr. Joaquim Barbosa

    Essa coisa, essa relação de uma possível cadidatura do sr. Barbosa à presidência é bom, não é ruim não. A democracia permite isso à qualquer cidadão.

    No entanto é bom lembrar o que disse o nosso amado Deputado Edson Santos sobre essas especulações:

    1) “…cegos são aqueles que “enxergam” no ministro Joaquim Barbosa a redenção dos negros no Brasil, tornando o homem por sua aparância externa. Pois deixam de perceber que ele – embora simbolize por sua simples presença  na presidência do Supremo um avanço das relações raciais no Brasil –  há muito foi capturado pelo projeto dos setores mais conservadores e reacionários da sociedade. Um segmento que, desta forma, busca conferir verniz politicamente correto a sua alternativa de ressuscitar o projeto neoliberal em nosso país”.

    2) ” Uma vez que o ministro já se comporta como candidato e sinaliza ser uma opção política, deve estar preparado para enfrentar nossa dura  e determinada oposição”.

    Pronto. É a partir daqui que começamos a lidar com o sr. Joaquim Barbosa, que vamos fazer coro com o Deputado.

  9. No site do King’s College

    No site do King’s College (Londres) tem uma informação sobre uma palestra que o supremo do supreminho irá fazer no dia 30/01 as 20:00 .

    Será que alguma boa alma poderá descobrir se esta instituição de ensino pagará (e qual valor) para que o hipócrita fique de papo furado ?

    Aliás, será que não tem um cidadão brasileiro que possa entrar neste evento e fazer algumas perguntas ao elemento ?

      1.  
        Não, Marly, não precisa ser

         

        Não, Marly, não precisa ser jornalista, pelo que informa no site, basta a pessoa se inscrever  antecipadamente que estará apto a participar do lero lero .

        Não sei se estará aberto para o público em geral ou apenas aos estudantes, mas de qualquer há diversos brasileiros estudando no King’s College .

        Precisamos apenas de um brasileirinho pra nos ajudar nesta patriótica tarefa ( faltam 4 dias) .

  10. O “MENSALÃO” NÃO EXISTIU

    E se tivesse existido teria sido ótimo para o Brasil, até o presidente americano A. Lincoln comprou deputados eleitos para aprovar a abolição da escravatura, mas isso não ocorreu no chamado “mensalão”. Não houve uso de recursos públicos, bem como qualquer prejuízo a quem que seja, os empréstimos que o PT fez para a sua campanha eleitoral e de partidos aliados foram devidamente quitados, as contas da campanha foram aprovadas pelo TSE, o TCU aprovou a lisura da Operação Visanet. Quanto a este julgamento de exceção que houve foi uma condenação com base na perseguição por parte de uma elite escravocrata que comanda a mídia, judiciário, STF e tudo mais, para ir à postagens anteriores Clique aqui[Lexômetro de Netuno]

  11. o povo ansioso

    Naõ vai te sobrar penas vaidoso serviçal da casa grande. A casa grande precisa te remover do stf, você é uma pessoa queimada e agora inútil para qualquer chicana (esta é a tua verdadeira especialidade) no judiciário. O teu destino é a do ayres brito (quem é este cara!) e demais nulidades, estavas equivocado quando convidado à mesa do poder, receber ordens e obedece-las não te fez participe, fostes usado.

  12. Simplesmente não tolero mais

    Simplesmente não tolero mais nada que diz respeito a esse ministro. Sinto-me mal, nauseado, ao ler ou ouvir sus estultices, deslumbramentos e espamos de prepotência e arrogância. 

    Atentem para essa declaração “Nada escapa ao controle da Corte”. Isso é uma crítica ou uma gabolice? Claro é, pelo menos na minha apreensão, que é uma exaltação de Poder. Um desejo de alçar o STF como Poder Moderador. 

    Enquanto isso, salvo honrosas exceções, os democratas deste país se calam perante essas manifestações de autoritarismo.

    1. Meu caro Costa, vc reparou

      Meu caro Costa, vc reparou que após 10 anos de STF não se conhece, não se comenta, não se sabe de um voto importante, referencial sobre materia fiscal, ambiental, de direitos humanos, de inclusão social, de regulação, de materia societaria desse Ministro? Será que não criou uma valiosa interpretação, um ponto de vista meditado e estudado sobre nenhuma questão? Mesmo os mais polemicos Ministros, como Marco Aurelio, tem inumeras decisões importantes, concorde-se ou não, em decisões de matérias complexas e de repercussão geral mas parce que a unica obra jurisprudencial desse Ministro é o mensalão.

  13.   “MÃE, olha eu, olha eu!!! A

      “MÃE, olha eu, olha eu!!! A moça, mãe, a moça me perguntou pra mim se eu vou ser candidato a presidente! É, A PRESIDENTE!! E olha que a moça é de fora, mãe, é ministra igual eu mas de outro país, e ela queria saber se eu vai ser candidato, mãe!! Olha eu que legal!! Agora eu vô correndo conta pros meus amigo, o lucianinho e o mineiro, só depois que eu volto pro trabalho e se o Ricardinho me amoar pra mim fazer o que eu não quero eu digo de novo que tô com dor nas costa e viajo de novo, pra vê aquele apartamentão que eu comprei por déis barão, mãe!”

     

     

  14. Tomara que se candidate

    Joaquim Barbosa pratica o autoelogio, e, como reza a sabedoria popular (portuguesa), elogio em boca própria é vitupério. Para corrigi-lo e reduzi-lo à sua insignificância, nada seria melhor do que ele se candidatar. Se o fizer, será arrasado nos debates e no escrutínio, e desaparecerá do cenário político, para o bem de todos. Tomara que se candidate.

    Assim como Barbosa, mero carreirista desqualificado tecnicamente em direito, usou líderes de esquerda para ascender ao STF e lá fazer o jogo de poder da casa grande, usa os negros fingindo ser um deles, mas definitivamene não é. Barbosa é preto de alma branca, quinta-coluna da raça. Tomara que se candidate.

  15. Mais diárias?

    Barbosa, que teria interrompido as férias para ir a este alegre convescote francês, como tem sido noticiado, requisitará mais diárias e prolongamento das férias? A conferir.

    Como andam boas as costas de Barbosa, impressionante…

  16. Meros factóides plantados por

    Meros factóides plantados por sua (dele? Ué, quer dizer que o STF paga com o nosso dinheiro algum dito jornalista para esse “tipo” de negócio?) assessoria (argh). Nem mais, nem menos. Aliás, será que o JB sabe – assim – tão bem o francês?

  17. Ministro Joaquim Barbosa

    Ministro Joaquim Barbosa acolhe denúncia contra Eduardo Azeredo também por lavagem de dinheiro

    Salvar • 0 comentários • Imprimir • Denunciar

    Publicado por Supremo Tribunal Federal (extraído pelo JusBrasil) – 4 anos atrás

    0

    O ministro Joaquim Barbosa concluiu a segunda parte de seu voto no Inquérito do mensalão mineiro (INQ 2280) e acolheu a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) quanto ao crime de lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98). Na sessão de ontem (4), o ministro já havia acolhido a denúncia quanto ao crime de peculato (Código Penal, artigo 312). Segundo Barbosa, há indícios fortes de que os empréstimos mencionados na denúncia eram fictícios e a sua contrapartida seriam os recursos públicos desviados, em tese, de estatais.

    Em um extenso voto, o ministro detalhou a forma de pulverização para ocultar a prática ilícita, que contava com a conivência do Banco Rural para simular empréstimos fictícios e ocultar a identidade dos sacadores de valores em espécie.

    Os empréstimos em tese fraudulentos obtidos pelas empresas DNA e SMP&B teriam sido utilizados como meio de aplicar clandestinamente recursos públicos da Copasa, da Comig e do Bemge na campanha do acusado. Veja-se que os principais contratos de mútuo foram celebrados entre julho e outubro de 1998, momento crucial da disputa eleitoral daquele ano e na mesma época em que foram efetuados os repasses estatais para a SMP&B. Além disso, por razões não esclarecidas na resposta preliminar do acusado, foi Marcos Valério, através da SMP&B, quem se incumbiu de efetuar os pagamentos dos colaboradores de campanha do acusado, utilizando-se para tanto de mecanismos típicos de lavagem de dinheiro, afirmou.

    Mecanismos

    Em seguida, o ministro enumerou esses mecanismos típicos: 1º- obtenção de empréstimos fictícios; 2º – pagamentos vultosos em espécie para ocultar a origem e a destinação dos recursos; 3º – transferências entre empresas ligadas aos próprios acusados: Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Clésio Andrade, como meio de embaralhar recursos de origem lícita com recursos de origem ilícita; e 4º – cheques emitidos pela SMP&B e nominais a ela própria tendo por beneficiários os prestadores de serviços para a campanha do acusado, visando a impedir a sua identificação e a percepção dos crimes antecedentes de peculato.

    Os dados constantes dos autos permitem concluir que, pelo menos, parte dos empréstimos tomados junto ao Banco Rural foi liquidada com recursos públicos advindos do alegado patrocínio das estatais mineiras ao Enduro Internacional da Independência, afirmou o relator. Segundo Barbosa, o crime de lavagem de dinheiro teve o peculato como crime antecedente e o dolo. E as manobras típicas do crime de lavagem foram viabilizadas por um ato do então secretário-adjunto de Comunicação Social do Estado Eduardo Guedes. Tudo começou com o ato do governo que autorizou a utilização de um contrato público como garantia de empréstimo, cujos recursos seriam aplicados na campanha de reeleição de Azeredo, em 1998.

    Diversamente do que alega a defesa do acusado, este não foi um ato comercial comum. Na verdade, esta autorização tinha por fim permitir a lavagem do dinheiro público desviado das estatais. Foi somente com esta autorização que o Banco Rural pôde conceder o crédito a Marcos Valério e seus sócios, sem que se pudesse levantar suspeitas sobre a falsidade do empréstimo e a origem dos recursos que viriam parcialmente a liquidá-lo, pois assim haveria a garantia de pagamento do mútuo. O dolo da prática do crime de lavagem está presente neste ato de autorização do Governo de Minas Gerais, afirmou o ministro em seu voto. Segundo o ex-governador mineiro, o ato de governo é absolutamente corriqueiro na vida comercial.

    Empréstimos

    Com base em laudos produzidos pelo Instituto Nacional de Criminalística para este inquérito, o ministro Joaquim Barbosa verificou que houve dois empréstimos iniciais junto ao Banco Rural. O primeiro foi feito em 28/07/1998, no valor de R$ 2,3 milhões. O segundo ocorreu em 19/08/98, no valor de R$ 9 milhões, e foram dados como garantia os contratos de uma das empresas de Marcos Valério (DNA Propaganda) com o governo de Minas Gerais. A utilização dos empréstimos para financiar a campanha eleitoral foi admitida pelo então tesoureiro da campanha Claudio Mourão, por Marcos Valério e seus sócios.

    Além disso, o candidato a vice na chapa de Azeredo, Clésio Andrade, figurou como devedor solidário. Segundo o relator, embora o candidato a vice-governador tenha negado formalmente ter contribuído com recursos financeiros para a campanha eleitoral de 1998, a empresa Carbo Companhia de Artefatos de Borracha Ltda., da qual era um dos sócios, repassou R$ 200 mil para a campanha após receber depósito de R$ 325 mil feito pela SMP&B (outra empresa de Marcos Valério). Na verdade, além de ter ficado com os outros R$ 125 mil, a Carbo serviu de intermediária desses R$ 200 mil transferidos para a conta de campanha, simplesmente para conferir aparência lícita aos recursos nela empregados, dando-lhes natureza de doação, afirmou.

    Segundo Barbosa, os empréstimos celebrados pelas empresas de Marcos Valério, exatamente com a mesma instituição financeira envolvida no escândalo do mensalão, seriam fictícios, servindo apenas com um dos mecanismos de lavagem de dinheiro que dissimulariam a origem criminosa dos recursos utilizados na campanha, dando-lhes aparência lícita. Prova disso, seria o fato de que, tempos depois, de acordo com documentos constantes dos autos, o Banco Rural teria formalizado um acordo com os devedores aceitando o pagamento de valor muito inferior (R$ 2 milhões) ao emprestado (R$ 13,9 milhões) para liquidar o empréstimo. A conduta levou o Banco Central do Brasil a punir seus dirigentes, com a inabilitação para exercício de cargos de direção em instituição financeira durante oito anos.

    A meu sentir, constitui um indício bastante forte contra o ex-governador o fato de recursos financeiros oriundos dos empréstimos obtidos por Marcos Valério e seus sócios terem sido depositados, conforme os laudos periciais já demonstrados nestes autos, na conta de campanha do acusado Eduardo Azeredo, mediante manobras que indicam a prática do crime de lavagem de dinheiro. Mais do que isso: os empréstimos em questão seriam quitados com os recursos oriundos das estatais, pelo menos parcialmente, ressaltou o ministro do STF em seu voto. Segundo a denúncia, R$ 1,5 milhão da Copasa foi investido na campanha de Azeredo e Clésio Andrade.

    Proximidade com Marcos Valério

    Para Joaquim Barbosa, as ligações telefônicas rastreadas no inquérito do mensalão trazem mais um indício contra Eduardo Azeredo. Marcos Valério ligou 72 vezes de seu celular para o celular do ex-governador. Houve ainda 12 chamadas para Azeredo a partir das linhas da SMP&B e outras três ligações a partir da DNA Propaganda. Marcos Valério também era figura usual nas reuniões do comitê de campanha de Azeredo. Acontece que não havia qualquer razão objetiva que justificasse a presença constante de Marcos Valério nas reuniões do comitê eleitoral, já que as suas empresas não eram responsáveis pela publicidade da campanha de reeleição de Eduardo Azeredo. Tampouco havia uma justificativa legal, minimamente plausível, para os vultosos aportes de recursos repassados pela SMP&B e pela a DNA para a campanha. Dinheiro esse de origem aparentemente ilícita (crime de peculato), concluiu o relator.

    O relator também falou sobre a suposta articulação entre Eduardo Azeredo e Claudio Mourão, que contou com a participação de Marcos Valério, uma pessoa desconhecida publicamente em 2002 e que, por isso, seus serviços teriam sido utilizados para manter o sigilo das operações de peculato e lavagem de dinheiro imputadas ao acusado.

    Ademais, com a utilização de pessoas jurídicas para efetuar as transferências, os acusados poderiam ocultar a movimentação, a origem e a destinação dos valores, já que Eduardo Azeredo concorria, àquela época, a uma vaga no senado federal, disse Barbosa. Conforme ele, a transferência de recursos de Eduardo Azeredo para Claudio Mourão ocorreu às vésperas das eleições de 2002. Assim, o argumento da defesa de que a transferência se destinava ao pagamento de dívidas da campanha de 98 não tem o necessário respaldo nos autos, tendo em vista justamente o momento em que se realizou o suposto pagamento, avaliou.

    Dessa forma, o ministro Joaquim Barbosa considerou haver sérios indícios da prática do crime de lavagem de dinheiro pelo parlamentar, tendo os autos indicado suspeitas bastante consistentes do que relatado pela PGR na denúncia.

    Início imediato da instrução

    Ao concluir o seu voto pelo recebimento da denúncia também quanto ao crime de lavagem de dinheiro, o relator determinou o início imediato da instrução independente da interposição de recursos. Segundo o relator, o inquérito envolve fatos que ocorreram há 11 anos, fato que indicaria real probabilidade de prescrição. VP,EC/LF

    1. Santiago, será que você

      Santiago, será que você poderia mandar esse texto para ocafezinho do Miguel do Rosário ou colocá-lo no Tijolaço? O texto permite avançar em algumas questões analisadas pelo Miguel em cima do mensalão tucano. E ajuda a desbancar toda a tramóia de JB.

  18. Em vez de se divertir, ele

    Em vez de se divertir, ele deveria se  preocupar. A cúpula do Judiciário com a imagem de que está agindo e decidindo com preocupações eleitorais e populistas  típicas do Executivo é o pior do que pode haver em desvirtuamento institucional.

    Está na hora de estabelecer uma quarentena de pelo menos uma década nessas migrações entre os 3 poderes. Especialmente do Judiciário em direção aos poderes derivados de eleição.

    Também está na hora de equilibrar o Supremo com indicações de perfil mais acadêmico do que partidário. A estratégia de indicar pessoas com perfil politiqueiro, mas sem carisma e oratória para chegar a um cargo parlamentar ou majoritário tem gerado esse tribunal sem autoridade intelectual sobre a comunidade juridica brasileira, com seus milhões de bacharéis atuando nos mais diversos cargos, tem causado essa imagem de sessão de câmara de vereadores, sem nenhuma profundidade nos debates. O contribuinte tem direito a discussão mais elevada.

    Escolher um perfil com reputação acadêmica é diferente de abolir o viés partidário. Há intelectuais à direita e à esquerda em qualquer faculdade pública do país.

    Ninguém ousaria desmerecer um ministro da autoridade intelectual de um Moreira Alves, pois sabe-se que seus votos tinham o amparo de boa doutrina. Mas até um acadêmico renomado como o Roxin foi obrigado a desmerecer o STF inteiro, quando se espantou com o mau uso da teoria do domínio do fato. E não houve quem pudesse defender nosso maior tribunal, porque autoridade intelectual não havia. Em vez de um saudável debate jurídico entre Roxin e STF, houve um Sepultamento de reputação, pois o silêncio do tribunal diante do espanto do Mestre era o de quem não sabia o que estava fazendo.

  19. ” Nada escapa ao nosso

    ” Nada escapa ao nosso controle.” Ahhhhhhhhhhhhhhhhh tá…. A gente tá vendo que vcs tem tudo sob controle, JB…

  20. Com esse factóide, nós

    Com esse factóide, nós ficamos, sem querer,  sabendo quem é a ministra do supremo francês. E isso não faz  a menor diferença  para qualquer um de nós. Fiquei até imaginando uma foto desse personagem nú diante da tal ministra. Nú. sim. porque para nós que já conhecemos esse homem- diga-se de passagem, conhecemos sem o desejo de conhece-lo, ele já está nú há muito tempo. Por favor, Globo, se ainda sobra juízo nessa corporação,  recolhe teu personagem que ele já está dando vexame com seu deslumbramento até lá fora. Imagina quando isso ficar revoltado e perder de vez o controle. Não tem botão que dê jeito. E vai ser a criatura contra o criador. Ele já fez isso com que o indicou, deixando frei Beto numa saia justa por ter sido engabelado por um desconhecido promotor. Frei Beto deve sofrer até hoje diante do tal supremo (o daqui) pedindo aos céus: Perdoai-me, Senhor, não sabia o que fazia!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador