O jornalismo dos contos de Grimm onde mentir é permitido

Da matéria da Folha que criou o factoide da crítica de Joaquim Levy a Dilma:

“Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil… Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”.”

Da explicação de Levy:

O ministro sublinha que os elementos dessa fala são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da exma. sra. presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas têm a efetividade esperada”.

Da afirmação de Eliane Cantanhede, com o estilo tatibitate de quem conta uma história infantil repleta de bruxas e duendes

“Pois é, o Levy começou com essa história. E cá pra nós ele não falou nenhuma mentira. Falou o que todo mundo sabe: que a presidente Dilma é muito autoritária que só faz as coisas do jeito dela. Se pegar a frase dele, tem todo esse sentido”.

Como assim? É mentira facilmente comprovável. De qual trecho do factoide da Folha ela tirou essa conclusão?

Qual a diferença de um site militante repleto de teorias conspiratórias e esse nível de jornalismo?

Não há mais o menor pudor em manter qualquer elo com os fatos. É campanha, e ponto! Ficam autorizados os atentados ao jornalismo, à verdade, e pouco importa se as redes sociais apontarem a mentira. Os leitores não querem fatos: querem guerra, ainda que dela a maior vítima seja o jornalismo.

Luis Nassif

60 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sobre Eliane

    Sobre o comentário da Eliane: que a presidente Dilma é muito autoritária que só faz as coisas do jeito dela..

    Bom, alguém sabe fazer de outro jeito além do seu próprio?

    Até os atores interpretam os personagens como eles mesmos.

     

    1. Ela a cansanhêde sabe, faz o

      Ela a cansanhêde sabe, faz o que lhe mandam fazer, falar e dizer.

       

      Uma adestrada que ser ser adestradora.

    2. Ela a cansanhêde sabe, faz o

      Ela a cansanhêde sabe, faz o que lhe mandam fazer, falar e dizer.

       

      Uma adestrada que ser ser adestradora.

  2. Não sei

    Mandei um amigo que leciona em Princeton dar seu palpite sobre o áudio, porque apesar da gente ter o software do idioma não temos o hardware americano, e ele disse que não há dúvidas que, no ambiente, tratando-se de uma palestra fechada para os pupílos da Chicago Business School, foi uma crítica até dura.

    Para não restar dúvidas, o porta-voz do Ministro da Fazenda demitiu-se hoje por problemas pessoais.

    1. Amigo ou subordinado?
      Aos

      Amigo ou subordinado?

      Aos amigos nos “pedimos” a gentileza de… o favor de….  

      O mesmo deveria valer para o subordinado, mas infelizmente aqueles que tem subordinados gostam muito de “mandar”. Diria ate que sentem prazer em mandar e serem obedecidos.

      E se o “amigo” alegado na verdade eh um subordinado, possivelmente vai falar o que o patrao quer ouvir.

       

       

  3. Morro de rir com as análises

    Morro de rir com as análises desse tipo de jornalismo. Todas na base da subjetividade, das ilações, das suposições, e outros “ões”. E quando passam a dar conselhos aos a analisados? Até mesmo ensinar-lhes o que fazer e o que não fazer? 

    Mas essa graça na realidade é a desgraça de um jornalismo que já se fez respeitar. 

     

    1. Tem endereço certo

      O pior é saber que essa patifaria tem endereço certo e um público cativo que adora exatamente receber essa mercadoria estragada para alimentar e multiplicar ainda mais o ódio que já cultiva. Eh o cumprimento da profecia vaticinada por Joseph Pulitzer ná no século XIX. Lamentavel e assustador.

  4. Eu gostaria de perguntar uma

    Eu gostaria de perguntar uma coisa.

    Você fala muito em  ditadura militar.

    Você é a favor ou contra ?

    Contra!

    Perfeito.

    Você acredita que os ditadores sabiam do que acontecia nos porrôes do DOI CODI?

    Claro eram eles que mandavam.

    Então você realmente acredita que eles sabiam que o que acontecia nos porôes DOI CODI. E você não acredita que Dilma  sabia o que acontece na petrobrás.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=gM35WZgILsY&feature=youtu.be%5D

     

    1. Dilma soube o suficiente para

      Dilma soube o suficiente para colocar uma Presidente dentro da Petrobras e fevereiro de 2012,  Graça Foster que,

      em abril do mesmo ano despediu Paulo Roberto Costa e uma quadrilha. Sabemos que a Policia Federal foi devidamente equipada para dar andamento à obra de combate à corrupção.

      Dilma é uma Mulher Presidenta muito corajosa. Abençoada. 

        1. Idem!

          Isso é o mesmo que tu fazes. Não tem a mínima prova, o menor fato e fica afirmando que a Dilma roubou e sabia de tudo, além de ser a chefe da máfia. Uns têm fé de menos, outros fé de mais.

      1. Pura verdade que a mídia sempre omite, Carmen.

        Graças a Dilma a quadrilha está sendo exposta. Só que os métodos usados pela justiça, para esclarecer, são obscuros, tendenciosos e podem prejudicar o país. Infelizmente, não estão aproveitando esse acontecimento em favor do país.  Parabéns, Carmen.

      2. conseguiu até o impossível…

        fazer os remanescentes esquecidos pelos estados unidos ficarem com medo do STF

        muitas coisas reveladas nos adereços de mão da manifestação

        e atenção jornalistas investigativos: [[[rede azul para remanescentes]]] nos moldes do antigo sni

        na época ainda jovens e recém-formados…………………………..e hoje? retorno da promessa?

         

        Rede Azul, guardem este nome

    2. Se alguém não sabe a

      Se alguém não sabe a diferença entre entre ditadura e o Estado democrático de direito ou entre o funcionamento de uma organização militar e uma organização civil, pode ser que pode ser apenas um ignorante.

      Se sabe, e manipula esse dado, trata-se de um criminoso .

      1. Ou de um babaca, que pensa

        Ou de um babaca, que pensa que os frequentadores do blog sejam desisnformados. Se faz isso por dinheiro é um profissional. Se faz isso por ideologia(?) é um estúpido.

    3. Oh! Neide.

      Uma pequena diferença: Combater os “subversivos” era política de estado dos militares, portanto eles não tinham obrigação de saber, eles (os milicos) simplesmente mandavam fazer. Saber o que se passa entre fornecedores e alguns diretores que fazem o máximo para encobrir as falcatruas. somente com investigação policial; isso quando alguém dedura, pois do contrário, morrem roubando e ninguém fica sabendo.

       

    4. O roubo é feito para ser

      O roubo é feito para ser escondido!

      Fugir do fisco e policia!

      A tortura é um instrumento de poder!

      Quem faz quer que o outro lado saiba que faz, mas sem dizer que faz!

      E a policia iria prender algum general?

      Você está ganhando quanto para ficar aqui dizendo BOBAGENS!

    5. Desde que voce mudou de sexo,

      Desde que voce mudou de sexo, Aliança, e virou Oneide, voce conseguiu ficar ainda pior. Essa sua comparação foi uma das coisas mais exdrúxulas que já ouvi. E olha que essa semana teve o “suposto primo” do Beto Richa na Folha

    6. A pergunta é bem simples você

      A pergunta é bem simples você ACREDITA que Dilma não sabia de nada do que acontecia na petrobrás?

      Sim e não.

      Eu não só ACREDITO que sabia como esta envolvida, e ainda faz parte da chefia da máfia que se apoderou do estado brasileiro.

       

      1. Isso é simples!Quem rouba É

        Isso é simples!

        Quem rouba É BANDIDO!

        Não tem escrupulos!

        Quem se associa a bandido, ficará preso ao bandido!

        Em 2012 a Dilma DEMITIU o chefão da Petrobrás, se o cara é bandido iria fazer PRESSÃO para não ser demitido!

        Como você sabe que existe a gravidade? É por você enxerga a gravidade?

        Não! É por você exerga os EFEITOS DA GRAVIDADE!

        Se ela fosse cumplice os efeitos desta cumplicidade estariam na boca da midia HÁ MAIS DE 2 ANOS!

        Agora, Oneide, vai dar seus palpites na folha, no estadão, na globo, ficar chamando petista de Petralha, ler o reinaldo azevedo…

        Voce cansa!

      2. Forçação de barra. De novo.

        E desde quando o governo da presidenta Dilma é um governo ditatorial militar. Tá comparando mal e entendendo pior ainda.

        Se liga, Óneide.

      3. Se esse babacão tivesse

        Se esse babacão tivesse ouvido o depoimento de um diretor da Petrobrás, ontem na CPI, poderia ter uma idéia do que é a Petrobrás. Da sua estrutura e da  quantidade de diretores e engenheiros que ela tem. Mas ele prefere encher nossa paciência com seus conhecimentos vindos diretamente do ” feice” e da Veja . Como tenho pena de pessoas assim !. não  possuem desconfiômetro ! Pobres de espírito e/ou espíritos de porco.

  5. A Folha, a Catanhede, o

    A Folha, a Catanhede, o professor de Priceton …

    O que vale é o quê a Presidenta entendeu. 

    O Ministro não iria fazer críticas a Presidenta aos alunos da escola de Chicago, fazfavor né…

    Dilma é que está certa, o resto é ilação.

  6. A principal questão do novo

    A principal questão do novo lance do golpe agora é essa: – Será que conseguiram comprar a cunhada do Vaccari? O supercomputador do Golpe & Cia. cria situações inesperadas…

  7. Eu chamo a Catanhede de uma

    Eu chamo a Catanhede de uma reporter chamada Zoe Barn que sobreviveu a Frank Underwood, da série House of Cards (rs). Quem não viu a primeira temporada da série, veja e vai entender e me dar razão da semelhança (rs). 

    1. Aí eu discordo

      A Zoe Barns transava com o Frank Underwood pra obter informação privilegiada e depois dar a notícia. A Cantanhêde não dá a notícia e f*de com a verdade…

  8. ai fica difícil…

    Se a mulher joga duro é autoritária…

    Se a mulher pregar o diálogo sempre, é mole  e insegura !!!

    Me faça uma garapa dona maria-vai-com-as-outras !!!

  9. Mera propaganda contratada

    Se se parte da suposição de que as empresas de marketing e propaganda (conhecidas como “mídia”) fazem o que são pagas para fazer, propaganda, nem  que seja de determinado viés político, está explicado o fim do jornalismo, se alinhar com os interesses dos contratantes que pagaram pelo serviço. Negócios da área de propaganda e marketing nunca gostaram das palavras boa moral e ética, daí que o que fazem parecer com ações terroristas, a soldo de adeversários interno ou externo do Brasil, são fatos observados a todo momento.

  10. Grande mídia sem moral

    O jornalismo da grande mídia está tão ruim, péssimo, escancarado, perdeu totalmente o pudor. Está muito descarada o propósito em destruir PT, não consegue mais esconder, isso está pegando mal, o resultado é o descrédito, ninguém mais acredita na grande mídia, somente alguns gatos pingados que ainda não acordou ou está na mesma sintonia, ou seja, ódio ao PT e destruir de qualquer jeito.

  11. Não foi à toa que esses
    Não foi à toa que esses mesmos personagens hoje reencarnados em Catanhedes, Constantinos e Loboes mataram Getulio Vargas…duvidodo q exista elite mais grotesca e rude do que a nossa…deve ser a unica elite suicida que, como tal, faz das tripas coraçao para destruir a economia, a estabilidade democratica e o pais….pobre Brasil

    1. Eu não chamaria a esse povo

      Eu não chamaria a esse povo de elite. Elite pressupõe cultura, educação e superioridade da mente que esses seres não possuem. São apenas pessoas com maior poder aquisitivo, muito longe de merecerem o nome de elite.

  12. Comentários sobre a matéria

    Eu penso que o maior problema do Brasil hoje, não é a saúde, não é a educação, não é a corrupção. Os dois maiores problemas do Brasil hoje são; o monopólio da mídia esse é o maior câncer de todos e o segundo é a dívida pública brasileira.

  13. Se a Cantanhede é ruim no

    Se a Cantanhede é ruim no jornal impresso, imagina numa rádio. Aqui ela assume sua militância com toda a sofreguidão, cagando e andando para “jornalismo”, Nassif.

    É um jogo pensado. Se a idéia é derrubar a presidenta “em nome da democracia”, há de se pintá-la como tirana. É a mesma lógica que valia para o Chávez, e agora para o Maduro. A imprensa está “venezualizando” o Brasil.

    1. A imprensa e venezuelização do Brasil

      A continuarem assim, imprensa e mídia fora da lei ainda vão entrar para a História como as entidades supranormais que – indiretissimamente – promoveram a revolução social de 2015 no Brasil.

      “Chamam ao rio violento, mas falta-lhes perspicácia ou honestidade, pois violento não é o rio, violentas são as margens que o aprisionam.” Adaptado de B. Brecht

  14. Eliane Cantanhêde é mentirosa na essência

    O marido dela é Gilnei Rampazzo, sócio de Luiz Gonzales na GW, produtora das campanhas de José Serra e Geraldo Alckmin.

    Enquanto Cantanhêde ocultar isso e posar de “jornalista independente” estará mentindo a cada segundo.

  15. Eu continuo chocada

    que o Merval, o Reinaldo e a Cantanhede ainda não perceberam que o papai noel, vestido de vermelho, faz propaganda subliminar das ciclovias comunistas do haddad.

  16. Qualquer mensagem escrita,

    Qualquer mensagem escrita, fora de contexto, pode significar qualquer coisa.

    Não é à toa que, um mesmo livro, com milhares de anos de existência na história, continua sendo discutido e interpretado à conveniência do intérprete e tenha até uma Cadeira, no ensino superior, dedicada às interpretações que se lhe fazem para dar-lhes sentido (às interpretações), se julgarem que são boas. 

    O sujeito que não quer ser mal interpretado deve falar e escrever de modo claro, senão complica.

    Reparem na frase:

    “O português é complicado, dúbio, o seu não quer dizer não mas às vezes é um “sim”, é pobre em objetividade.”

    Eu falei do idioma, ou do indivíduo que nasceu em Portugal?

    Vai do “português” que cada um conheça.

  17. No série de TV “State of

    No série de TV “State of Play” (2003), durante uma busca na redação o editor interpretado por Bill Nighy diz ao chefe dos policiais para “retirar seus goblins” que ele entregará a pasta que está em seu poder. O problema do Brasil neste momento é que os goblins comandam as redações e cometem crimes passíveis de serem perseguidos por policiais (como se recusar a entregar a lista do HSBS-Suíça, fazer propaganda para mafiosos como o Cachoeira, depositar dinheiro em paraíso fiscal, instigar um golpe de estado, etc…).  

  18. pior é que ela sabe que qualquer baboseira serve…

    patrão aceita qualquer coisa

    sem gabarito até para seguir a cartilha:  na dúvida, invente algo que tenha

    e ela tenta inventar, e não consegue, para em seguida redescobrir, ao se prolongar, o que não conseguiu sequer inventar

    é ganhar dinheiro mole só pelas ligações que tem, um doce passatempo

  19. seu nassif confundiu-se na mentalidade dos contos de fadas…

    seu nassif confundiu-se, na mentalidade camponesa, por trás dos modos à antiga lareira de diferentes povos europeus contarem e perpetuarem, no imaginário popular, histórias de contos de fadas…

    “Pequeno Polegar” (Le Petit Poucet, conto do tipo 327), por exemplo, tem um forte sabor francês, tanto em Perrault como nas versões camponesas, quando o comparamos com seu primo germânico, “João e Maria”. O conto de Grimm enfatiza a floresta misteriosa e a ingenuidade das crianças diante do mal inescrutável, e tem toques mais fantasiosos e poéticos, como nos detalhes sobre a casa de pão e bolo e nos pássaros mágicos. As crianças francesas enfrentam um ogre, mas numa casa muito real. Monsieur e Madame Ogre discutem seus planos de dar um jantar, como se fossem qualquer casal de marido e mulher, e censuram um ao outro exatamente como faziam os pais do Pequeno Polegar.

    […]

    Enquanto os contos germânicos mantem um tom de terror e fantasia, os franceses enfatizam o humor e a domesticidade.

    […]

    O desejo habitualmente é por comida, nos contos dos camponeses, e jamais é ridículo.

    […]

    Na maioria dos contos, a satisfação dos desejos se torna um programa para a sobrevivência, não uma fantasia ou uma fuga.

    Apesar de ocasionais toques de fantasia, portanto, os contos permanecem enraizados no mundo real.

    […]

    Quando as versões francesas do Pequeno Polegar e de João e Maria batem às portas de casas misteriosas, no meio da floresta, os lobos ladrando às suas costas dão um toque de realismo, não de fantasia. É bem verdade que as portas são abertas por ogres e feiticeiras. Mas, em muitos contos (“Le Garçon de chez la bûcheronne”, conto do tipo 461, por exemplo), as casas abrigam quadrilhas de bandidos, como as de Mandrin e Cartouche, que realmente tornavam as viagens arriscadas, no século XVIII. Viajar em grupo dava proteção, mas não se podia jamais confiar nos companheiros de estrada.

    […]

    Como já foi mencionado, as versões francesas (contos dos tipos 311 e 312), incluindo a de Perrault, contêm alguns detalhes horríveis, mas nada se aproxima do horror dos Grimm.

    […]

    Embora cada história se prenda à mesma estrutura, as versões das diferentes tradições produzem efeitos inteiramente diversos – burlescos, nas versões italianas; horríficos, nas alemãs; dramáticos, nas francesas; e humorísticos, nas inglesas.

    […]

    Os narradores camponeses abordavam os mesmos temas e lhes faziam modificações características, os franceses de uma maneira, os alemães de outra. Enquanto os contos franceses tendem a ser realistas, grosseiros, libidinosos e cômicos, os alemães partem para o sobrenatural, o poético, o exótico e o violento. Naturalmente, as diferenças culturais não podem ser reduzidas a uma fórmula – astúcia francesa contra crueldade alemã – , mas as comparações possibilitam que se identifique o tom peculiar que os franceses davam às suas histórias; e a maneira como eles contam histórias fornece pistas quanto à sua maneira de encarar o mundo.

    […]

    Gostaria de apresentar duas proposições: os contos diziam aos camponeses como era o mundo; e ofereciam uma estratégia para enfrentá-lo.

    Sem fazer pregações nem dar lições de moral, os contos franceses demonstravam que o mundo é duro e perigoso.

    […]

    Mostram que a generosidade, a honestidade e a coragem são recompensadas. Mas não inspiram muita confiança na eficácia de se amar os inimigos  e oferecer a outra face.

    […]

    Como nenhuma moral discernível governa o mundo em geral, o bom comportamento não determina o sucesso, seja na aldeia ou na estrada, pelo menos nos contos franceses, em que a esperteza toma o lugar do pietismo dos alemães.

    […]

    Os contos não advogam a imoralidade, mas desmentem a noção de que a virtude será recompensada ou de que a vida pode ser conduzida por qualquer outro princípio que não uma desconfiança básica.

    […]

    Como foi indicado anteriormente, sempre que um conto francês e um alemão seguem o mesmo padrão, o alemão desvia-se em direção ao mistério, ao sobrenatural, à violência, enquanto o francês segue direto para a aldeia, onde o herói pode dar toda corda ao seu talento para a intriga.

    […]

    Os heróis velhacos destacam-se contra um ideal negativo, o do idiota. […] Os contos franceses não mostram nenhuma simpatia por idiotas da vida ou pela estupidez sob qualquer forma, inclusive a dos lobos e ogres que não conseguem comer suas vítimas imediatamente (contos dos tipos 112D e 162). A estupidez representa a antítese da velhacaria; sintetiza o pecado da simplicidade, um pecado mortal, porque a ingenuidade, num mundo de vigaristas, é um convite ao desastre. Os heróis estúpidos dos contos franceses são, portanto, falsos estúpidos, como Petit Poucet e Crampouès ( contos dos tipos 327 e 569), que fingem ser estúpidos para conseguir manipular melhor um mundo cruel, mas crédulo. 

    […]

    A velhacaria sempre joga o pequeno contra o grande, o pobre contra o rico, o desprivilegiado contra o poderoso. Estruturando as histórias dessa maneira, e sem explicitar o comentário social, a tradição oral proporcionou aos camponeses uma estratégia para lidar com seus inimigos, nos tempos do Antigo Regime. […] no tema dos fracos vencendo os fortes pela esperteza. […] o fraco inteligente faz de tolo o opressor forte, provocando um coro de risadas à sua custa, de preferência através de algum estratagema obsceno – tema da humilhação.

    […]

    A velhacaria é uma espécie de operação de resistência. […] Mas o velhaco trabalha dentro do sistema, utilizando em benefício próprio seus pontos fracos e, com isso, ratificando esse sistema. Além disso, pode sempre encontrar alguém mais velhaco que ele próprio, até entre os ricos e poderosos. O velhaco, que é vítima da velhacaria, demonstra quanto é vão esperar uma vitória final.

    […]

    Em última instância, então, a velhacaria expressava uma orientação relativa ao mundo, mais do que uma variedade latente de radicalismo. Proporcionava uma maneira de lidar com uma sociedade dura, em vez de uma fórmula para subvertê-la.

    […]

    O engodo serve muito bem como estratégia para viver.

    […]

    Ao contrário da versão alemã (Grimm 81), que é cheia de religiosidade e quase sem velhacarias, o conto francês celebra o velhaco como um tipo social e sugere que a patifaria funciona muito bem como estilo de vida – ou tão bem quanto qualquer outra coisa, num mundo cruel e caprichoso.

    […]

    Os contadores de histórias camponeses não achavam as histórias apenas divertidas, assustadoras ou funcionais. Achavam-nas “boas para pensar”. Reelaboravam-nas à sua maneira, usando-as para compor um quadro da realidade, e mostrar o que esse quadro significava para as pessoas das camadas inferiores da ordem social. 

    […]

    Os contos franceses têm um estilo comum, que comunica uma maneira comum de elaborar a experiência. Ao contrário dos contos de Perrault, não são moralizantes; e, ao contrário das filosofias do Iluminismo, não lidam com abstrações. Mas mostram como é feito o mundo e como se pode enfrentá-lo. O mundo é composto de tolos e velhacos, dizem: melhor ser velhaco do que tolo. 

    […]

    Guiados pela sabedoria dos provérbios, os franceses ainda tentam ser mais espertos que o sistema. Plus ça change, plus c’est la même chose.” ( Quanto mais muda mais fica a mesma coisa).

    O grande massacre de gatos: e outros episódios da história cultural francesa, de Robert Darnton. Trad. Sonia Coutinho. Graal, 2011.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  20. O que Babilônia (Novela) tem a ver com JN?

    O que Babilônia (Novela) tem a ver com JN?

    Ambos estão com o IBOPE despencando.

    O Povão, na sua infinita Sabedoria, sabe que a Vida é feita de coisas Boas e Más (mais destas últimas).

    Por isso, como sempre na Humanidade, prefere Sonhar, ter Esperanças.

    Catanhedes, Leitões, Mervais, Azevedos, Sardenbergs, Waacks, etc. agradam um Público já Cativo e Conservador/Direitista.

    Não adianta disputar este Público Alvo (ou tentar convencê-los).

    Estes colunistas são meros Operários (como nós) que entregam diariamente seus Produtos, conforme lhes é encomendado.

    A Eleição de Dilma foi apertada.

    Menos pelos méritos das Catanhedes, mais pela Ineficiência das Cabeças Progressistas.

    Vamos ler os Sinais.

    E, os Sinais mostram Esgotamento dos Temas até agora mancheteados (Corrupção, Petrobrás, Mazelas dos Políticos, etc.).

    Notícias sobre Corrupção na CSN (do “ilibado” Steinbruch e suas Colunas na Folha), na Compra de Sentenças na Receita (onde aparece até a Gerdau), o UFC entre Demóstenes/Caiado/Agripino, os Projetos do Serra para o pré-Sal (por que a pressa? Seria o “avançado da idade”?), etc. reforçam esta Sabedoria do Povão.

    E, o Povão quer um Sonho, uma Utopia.

    A Página está sendo virada.

    Cabe aos Progressistas serem protagonistas desta virada.

    Ontem Levy falou.

    A mim me surpreendeu.

    Fora os Anglicismos (que até dão um certo Charme), ele falou dos Sonhos de um Brasil melhor.

    Com um viés meio Neoliberal, afinal, ninguém é perfeito.

    – Habilmente constatou que desde Itamar, nenhum Presidente destruiu Obras de seus Antecessores.

    – Falou da Lei dos Portos, e, usando até uma Linguagem Popular, lembrou a ausência de filas no Porto de Santos

    – Falou das Ferrovias

    – Falou até que o Brasileiro tem baixa Autoestima, enquanto os Americanos exaltam quaisquer feitos em seu País.

    – Falou da Afinidade com a Dilma.

    E a Mídia Progressista, como reagiu?

    Com seus Pruridos Pós-Ajustes do Levy, simplesmente ignorou a fala.

    Mas, “O Cara” está lendo os Sinais.

    Lula avalizou o Ajuste.

    Disse que já fez Ajustes piores.

    E, em tempos de Agenda Cheia de Dilma (rs), mandou um recado, já sabendo que Dilma, do Palácio, via Internet, a tudo assistia…

    Sinal forte.

    A Mídia, dita Progressista, os Sindicatos, a Academia, etc. deveriam entender tal Sinal.

    O Povão se cansou da cara do Waack.

    Sabe que o Brasil é ótimo.

    E, quer que o Ótimo ainda seja melhor.

  21. “Dilma é muito autoritária

    “Dilma é muito autoritária que só faz as coisas do jeito dela.”

    “De qual trecho do factoide da Folha ela tirou essa conclusão?”

    Deve ter lido neste blog, numa das análises psico-políticas tão populares aqui… quem precisa de factoide da Bolha*?

    * Já que Falha foi proibido pelos advogados da Rolha, vamos improvisando na rima, pois não temos escolha…

  22. O fim de uma época

    Nassif,  dessa falta total de escrupulos, vê-se nitidamente que o fim da bruxa Eliane Catanede (ja que ela gosta tanto de contos morais) e seus congêneres, esta chegando ao fim. C’est fini! Esse jornalismo e seus praticantes vão ter que mudar porque a informação agora ja é outra e os “informados” por mais predispostos que estejam a ouvir a balela contada, logo dão de cara com a verdade dos fatos em outra plataforma. Olha o New Yok Times ai, prevendo sua entrada nas redes sociais direto! A Folha e os outros não têm jeito. Ou mudam e mudam o estilo facilmente desmentivel ou acabam de vez.   

  23. Pão de Ló da Vovó!

    Minha gratidão ao(à) oneide por ter um papel positivo, porque dialético: quanto mais bate no PT com essa argumentação pífia, mais o fortalece perante a “petralhada”, pois esse contraponto é DELICIOSO!

  24.  
    ZELOTES: POR QUE MÍDIA E

     

    ZELOTES: POR QUE MÍDIA E OPOSIÇÃO NÃO DÃO A MÍNIMA?

    Pergunta é feita pela jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, que faz alguns palpites sobre a operação que identificou um mega-esquema de corrupção na Receita Federal para favorecer grandes sonegadores; “Será pela ausência de políticos e de oportunidade de atingir o PT?”, questiona; “Neste esquema só existem funcionários e grandes empresas, como o Banco Safra”, completa; ela ressalta que “até agora, nenhum bravo soldado do Parlamento, governista ou oposicionista, pediu uma CPI para o caso Zelotes”; apenas o senador Paulo Rocha, presidente da CPI do Swissleaks, que disse achar que pode discutir com seus pares a incorporação desta nova investigação na comissão que corre no Senado sobre o HSBC

    1 DE ABRIL DE 2015 ÀS 20:11

    http://terezacruvinel.com/2015/04/01/uma-cpi-para-os-zelotes/

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador