O lançamento do Clube do Choro de São Paulo

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad acaba de anunciar o lançamento do Clube do Choro de São Paulo.

Foi em um almoço que acabou de acontecer na Prefeitura, presentes Haddad, o bandolinista Danilo Brito, o maestro John Neschling, o Secretário de Cultura Nabil Bonduki, o de Comunicação Nunzio Briguglio e o bandolinista amador Luís Nassif.

Haddad está convencido de que São Paulo tem a melhor política cultural do país, contemplando o teatro, a dança, a ópera, a música erudita, o grafite. Mas faltava a música brasileira e, especialmente, o choro.

Aliás, admitiu que não dorme sem ouvir Agustin Barrios, o paraguaio genial que ajudou a formar a escola brasileira de violão. Por seu lado, Neschling considerou o choro a forma mais completa de música brasileira e contou ter composto vários choros para filmes e peças de teatro.

De minha parte vendi o peixe de que hoje em dia São Paulo é o grande centro de choro do país, depois do Rio de Janeiro.

Prevaleceu a proposta de Danilo, de um clube do choro nos moldes de Brasilia, juntando ensino, apresentação e congraçamento de músicos.

Provavelmente o Clube ficará sediado no Teatro Artur Azevedo, na Mooca, que será inaugurado no próximo mês, juntamente com o Clube.

O acordo foi celebrado com algumas interpretações magistrais de Danilo ao bandolim, para espanto de todos, especialmente de Neschling, que se encantou com o seu virtuosismo. E eu me espantei mais ainda quando Danilo tocou minha valsa “Oscar e Teresa” – que ele ouviu apenas uma vez, em uma audição no Municipal, 16 anos atrás, quando tinha 13 anos.

Desde o ano passado, aliás, me empenhei em convencer o prefeito de que o país – e São Paulo – assiste à maior explosão de música instrumental da sua história. 

Luis Nassif

30 Comentários

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  1. Bem-vindo

    Que gente de 1ª linha essa que se reuniu e tomou essa decisão, hem… Meu prefeito, meu vereador, meu músico/jornalista, meu maestro preferido (desde criancinha) .Bravo !

    Vamos ter mais chorinho e menos choro por aí, por aqui.

    Uma maravilha aos ouvidos !

    1. Maravilha!

      Onde está o prefeito preferido, só acontece coisa boa !!   Parabéns Nassif!!  Os que não são de S.Paulo estarão sempre aguardando vídeos!!! 

  2. Sensacional! Parabéns a todos

    Sensacional! Parabéns a todos pela iniciativa. Já estou acostumado a ouvir o tradicional chorinho de segunda, no Bar do Alemão. Das melhores coisas da vida! Vida longa ao Clube!

    Abraço!

  3. libelo em defesa do último dos últimos do Clube Haddad, o humild

    libelo em defesa do último dos últimos do Clube Haddad, o humilde bandolinista amador Luis Nassif (o qual nem aparece… na fotografia oficial inaugural, mezzo-delirium tremes, junto aos ilustres bacanas e aos profissas da música) e extensivo a todos os músicos da Corporação do Músico Amador (aliás, este libelo amador foi “encomendado” e mal pago pelo seu Nassif):

    “O Amador (aquele que pratica a pintura, a música, o esporte, a ciência, sem espírito de maestria ou de competição), o Amador reconduz seu gozo (amator: que ama e continua amado); não é de modo algum um herói (da criação, do desempenho); ele se instala graciosamente (por nada) no significante: na matéria imediatamente definitiva da música, da pintura; sua prática, geralmente, não comporta nenhum rubato (esse roubo do objeto em proveito do atributo); ele é – ele será, talvez – o artista contraburguês.”

    e, agora, outro pequeno libelo para a minha própria defesa do dedilhado curioso no piano castigado da escola de outrora que os anos não trazem mais…

    “No piano, o “dedilhado” não designa de modo algum um valor de elegância e de delicadeza (o que se chama então: “toque”), mas somente um modo de numerar os dedos que devem tocar tal ou tal nota; o dedilhado estabelece, de um modo refletido, o que se tornará um automatismo: é em suma o programa de uma máquina, uma inscrição animal. Ora, se eu toco mal – além da ausência de velocidade, que é puro problema muscular – , é porque nunca tenho o dedilhado escrito: improviso cada vez que toco, bem ou mal, o lugar de meus dedos, e então nunca posso tocar nada sem errar. A razão disso é que, evidentemente, quero uma fruição sonora imediata e recuso o tédio do treinamento, porque o treinamento impede a fruição – com vistas, é verdade e segundo se diz, a uma fruição ulterior maior (assim como os deuses a Orfeu, diz-se ao pianista: não te voltes prematuramente para os efeitos de tua execução). A peça, na perfeição sonora que para ela imaginamos sem jamais a atingir realmente, age então como uma ponta de fantasma: submeto-me alegremente à palavra de ordem do fantasma: “Imediatamente!”, mesmo que isso me custe uma considerável perda de realidade.”

    Roland Barthes por roland barthes, tradução de leyla perrone-moisés, 1975.

  4. Dez, nota dez!

    Teatro Artur Azevedo? Nada contra, mas olhando a logística no google maps, constata-se:

    1. a estação mais próxima é a CPTM-Mooca, a léguas de distância;

    2. não há um único boteco nas imediações para fazer um “esquenta”. 

    Parabéns pela conquista. Agora, numa segunda etapa, vamos mudar a sede para um botecão na Barra Funda. 

    1. viva o choro
      Meu amigo, vc está bem desinformado sobre a Mooca. Primeiro que é um bairro super tradicional de São Paulo, tem história, tem bares excelentes nas imediações, e precisa reestabilizar o contato com a cultura brasileira. Há tempos atrás o choro da praça Silvio Romero, no Tatuapé (ao lado da Mooca), era uma grande atração dos sábados, acho de máxima importância deslocar o tal chamado “centro cultural” da região oeste, para a Zona Leste, nada melhor do que reatar o pacto cultural com a Mooca que ainda mantém tradições de longa data. São Paulo, tem que voltar a ser São Paulo, e não ficar restrito a um pequeno grupo, que alimenta a boa música à migalhas.

      Viva a tradição, e a modernidade da tradição que evolui.

  5. O Rio é o túmulo do choro. A sua capital é Brasília!

     

    Nassif,

    Ledo e ivo engano.

    São Paulo não é o maior centro de choro do Brasil, depois do Rio.

    O maior centro de choro do Brasil, já há quase duas décadas, é Brasília, com o seu rico e produtivo Clube do Choro, associado à Escola Rafael Rabello. Alguns dos mais notáveis instrumentistas populares surgidos no Brasil nos últimos anos foram formados no ambiente do Clube do Choro de Brasília.

    Vivi por anos essa bêncão única de ter toda semana (na quarta, quinta e sexta), infalivelmente, os maiores instrumentistas do Brasil tocando a preços irrisórios, graças ao patrocìnio das principais estatais brasileiras.

    Aqui no Rio até hoje não há um lugar permanente com uma programação estável para o choro. Vivemos sempre caçando informação sobre onde e quando serão os shows

    Pergunta ao Guinga o que ele acha do cenário do choro no Rio e porque ele quase não toca mais por aqui.

     

    1. Posso concordar com as

      Posso concordar com as fragilidades cariocas, concordo. Mas não posso ignorar a Escola Portátil e o Bandão que todo sábado de manhã no pátio da UniRio faz a alegria de quem quem gosta de choro … Ali você vê que o choro apesar de tudo é forte no Rio. Bem mais que em Brasília, onde a coisa se institucionalizou com direito a panelas, frigideiras e uma juventude acanhada e distante.

  6. Choro em São Paulo

     

    Excelente a notícia!

    Parabens ao Nassif e ao Danilo Brito  por  terem aproveitado muito bem a oportunidade no encontro com a gestão municipal paulistana.

    Vamos torcer para que, desta feita, o Clube do Choro de São Paulo vá adiante e que, além das apresentações, dos encontros, das rodas, faça também EDUCAÇÃO MUSICAL !  

    Precisamos aumentar o número de musicistas chorões, aspecto importante que expusemos ao longo da obra “CHORANDO NA GAROA – MEMÓRIAS MUSICAIS DE SÃO PAULO” que, inclusive, tem os depoimentos de Danilo Brito e Nassif entre outros 40 apaixonados pelo choro e seresta. Para isto são necessárias palestras, cursos, workshops, entre outros. Um belo exemplo neste sentido é o Clube do Choro de Brasília: tem shows, rodas e aulas para os interessados. Assim é que se faz!

    Sucesso a todos! 

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-desafio-de-jose-amaral-no-primeiro-livro-sobre-o-choro-de-sao-paulo 

    Prof. José Amaral

  7. Finalmente uma boa notícia para o “Choro”

    Prezados do Choro

     

    Fiquei muito contente com esta noticia pois  com este acontecimento na praça de São Paulo (maior reduto de choro na minha opinião,  somando todos os pontos de encontro espalhados na cidade) este importante segmento da música instrumental ganhara forças para uma maior participação do público, nos teatros, na midia em geral.

     

    Muito feliz …

     

                Adauto Alves 

    Publicitário, musico e compositor 

  8. VIVA!!!

    Parabéns!!! Vc, com seu empenho historico, é o grande responsavel por tudo isso, prezado Luis Nassif. Que noticia boa para tantos musicos de talento e garra, como voce, um lider solar, gentil, solidario e agregador.

  9. Chorei, Luiz! Sempre

    Chorei, Luiz! Sempre acompanho seus excelentes textos desde moleque – sou filho do Odayr Baptista, seu conterrâneo – mas nunca tive o prazer de te ver tocar. Nos vemos por lá… Que boa notícia! Dá até pra sonhar com filiais, não? Imagine uma no Bixiga? Dá pena de ver como tá abandonada a 13 de maio na baixada da Santo Antônio… A região pede uma reformulada faz tempo! Parabéns ao Clube e ao Prefeito!

  10. Belissíma iniciativa, e com a

    Belissíma iniciativa, e com a presença do genial Danilo Brito, Parabéns ao Prefeito e a cidade de São Paulo que sempre teve grandes instrumentistas e compositores de Choro.

    Já passou da hora de se inaugurar algum espaço cultural ou mesmo de relevância cultural com o nome de “Adoniran Barbosa” o artista que mais se identificou com a alma paulistana. Não sei porque ao ler a noticia me veio a cabeça, a lembrança do flautista Copinha.

  11. Nassif, adoro choro, cheguei

    Nassif, adoro choro, cheguei a estudar flauta só para tocar Lamento do Pixinguinha. Mas voce não acha que o choro é muitas vezes preso demais à tradição? Não poderia se renovar um pouco mais? Aqui no Rio gosto do trabalho do violonista Caio Marcio, filho do grande clarinetista Paulo Sergio Santos. Teve sua formação no choro, mas abarca outros genêros, reinventando a mais bela invenção musical brasileira

  12. Quando Mário Covas foi

    Quando Mário Covas foi prefeito de São Paulo (83-85), a rua João Moura, entre Teodoro Sampaio e Artur Azevedo, era a Rua do Choro nas tardes de domingo, fechada ao trânsito, com espetáculos ao ar livre, em frente a um bar que se chamava (salvo engano) Clube do Choro. Grandes artistas, inclusive Altamiro Carrilho, se misturavam a “amadores” talentosos. Por que omitir esse fato da história recente da nossa cidade? 

  13. Rua do Choro, de Mário Covas

    Quando Mário Covas foi prefeito de São Paulo (83-85), a rua João Moura era fechada nas tardes de domingo, entre a Teodoro Sampaio e a Artur Azevedo, e se transformava em Rua do Choro. Num pequeno palco em frente a um bar, chamado (salvo engano) Clube do Choro, “amadores” talentosos misturavam-se a craques da música, do porte de Altamiro Carrilho, por exemplo. Por que omitir esse passado recente da cidade?

  14. Uma iniciativa brilhante, uma

    Uma iniciativa brilhante, uma notícia emocionante. Seja um ponto de partida para uma maior divulgação do Chorinho, da nossa música e seus instrumentistas. Assim pode ser reforçada a formação de novos músicos, e as novas gerações a possibilidade de conhecer melhor algo que tem um valor imensurável.

    Eu tive a influência da Rua do Choro (Rua João Moura-SP) em minha formação musical, passava ótimos domingos ouvindo  no palco, muitos dos melhores músicos desse Brasil, além de visitar o bar Clube do Choro nos dias de semana, apenas para sentir a energia.

    Parabéns aos envolvidos que iluminaram meu dia.

  15. O grupo de choro Vibrções de

    O grupo de choro Vibrções de Barbacena mg parabenisa o clube de choro de saõPaulo e  abraça o virtuose do Bandolim o snr, Luiz Nassife, com o nosso respeito e  admiraçaõ,

     

     

  16. clube do choro

    Parabéns Prefieto e Nassif

    São Paulo merece e precisa pois estamos pelas escolas de música; bares

    sem uma escola e uma casa de espetáculos. Há muito choro em São Paulo

    e há uma vocação paulistana para o choro…Feliz, pandeirista, agradece.

    Viva a Mooca! Boa escolha.

     

     

  17. Antigo Clube do Choro de São Paulo

    Prezado Nassif,

     

    Gostaria de saber se há alguma relação deste Clube do Choro de São Paulo com o que funcionou de 1977 a 1979. Naquele primeiro você estava envolvido também, certo?

    Você seria uma espécie de “remanescente”, ou seja, a ideia de se ter um Clube continuou viva durante esses 36 anos que separam os dois Clubes? Ou são duas coisas distintas?

     

    Grato

     

    Abraços

     

    João

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