O MPF, entre o clamor da turba e o respeito do mundo jurídico – Atualizado

Esclarecimentos sobre a representação do MPF contra T]

Atualizado às 14:45

Tenho uma pessoa próxima que é praticamente casada com o Ministério Público Federal.

Cada comentário crítico meu, em relação ao MPF, suscita longas discussões que, muitas vezes, ajudam a esclarecer pontos do funcionamento do órgão.

Ela me passa os seguintes esclarecimentos sobre a representação do Ministério Público Federal acerca de supostas interferências de Lula em favor da Construtora Odebrecht no BNDES.

1.     Qualquer pessoa pode representar junto ao MPF. E o MPF tem a obrigação de analisar. Defender um filtro nas representações significa ir contra um dos grandes avanços do país.

2.     Ao equiparar notícia de jornal a denúncia anônima, a procuradora incumbida de analisar a re´representação definiu um entendimento relevante para o tratamento de denúncias de mídia não acompanhadas de provas. Mostra responsabilidade institucional.

3.     O fato de não haver representações em relação a outros partidos deve-se à falta de iniciativa do PT e dos blogs. Se cada denúncia viesse acompanhada de uma representação, não haveria como o MPF furtar-se à sua análise.

Donde concluo que a culpa do desgaste do MPF, com o fuzuê aprontado pela revista Época, deve-se ao procurador da República que apresentou a denúncia com base em uma reportagem que se equipara a uma denúncia anônima. A opinião é minha.

Tentou me convencer da importância da eleição direta para o Procurador Geral da República. Não me convenceu de que o mais votado tenha que ser necessariamente o escolhido.

Sorteada para analisar a representação contra Lula – por suposta influência no BNDES para conseguir financiamentos para a Odebrecht para obras na África – a procuradora da República Mirella Aguiar informa que não existe nenhuma prova concreta, apenas uma notícia em O Globo. E equiparou notícias de jornais a denúncias anônimas.

Então porque a representação foi aceita? Não há um filtro sequer no MPF para impedir essas armações?

É hora de parar com esse jogo.

No ano de 2.000 dois procuradores do Ministério Público Federal procuraram o Correio Braziliense e passaram informações contra uma colega. Virou reportagem. Com base na reportagem publicada, ambos entraram com uma representação contra ela.

Procuradores do Distrito Federal e o Ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal) apelaram a uma denúncia anônima sobre supostas conversas de Dirceu pelo celular, em Papuda, para montarem uma varredura que pegou o próprio Palácio do Planalto. Como alegaram que a denúncia era anônima, não houve necessidade de provar que ela existiu. Há elementos de sobra para supor que a denúncia foi inventada. Ou seja, que um Ministro do STF e o Ministério Público montaram uma farsa.

Com base nesse histórico, há elementos para se acreditar que essa tabelinha Globo-MPF foi armada. Ou não?

Esse tipo de esperteza processual não pode mais prosperar. É veneno na veia na imagem do Ministério Público. O objetivo final desse tipo de jogada não são condenações pela Justiça, mas expor o alvo à mídia. E o MPF está pronto a convalidar qualquer factoide contra um dos lados.

Durante dias essa tolice do lobby africano, que nem verossímil é, foi capa de revistas irresponsáveis, repercutida por todos os meios de comunicação. E julgam que essa mancha fica apagada com a declaração cândida de uma procuradora, de que notícia de jornal equivale a uma denúncia anônima? E como explicar que uma mera reportagem em O Globo tenha mais peso que livros coalhados de provas contra José Serra e outros, escritos por jornalistas consagrados?

O MPF tem dois públicos a atingir: a malta dos linchadores, para quem qualquer tolice vale; e o universo jurídico e das pessoas bem informadas. O que pretende o Procurador Geral da República Rodrigo Janot: ser aclamado em praça pública pelos Lobões da vida ou ter o respeito do mundo jurídico e intelectual?

É questão de escolha.

Luis Nassif

59 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. De acordo com decisão do STF,

    De acordo com decisão do STF, denúncias anônimas não valem, não podem ser origem de investigações. Já que o MPF ignora essa decisão, isso significa dizer que o povo brasileiro está pagando salário para o MPF fazer investigações que não serão aceitas pelo Judiciário, ou seja, dinhiero jogado fora. E a manada ainda foi para as ruas contra a PEC 37. 

  2. Parece que ja escolheu

    Não apenas o Procurador Geral da Republica Rodrigo Janot, mas toda a ala alinhada com o partidarismo impregnado no MPF, no Judiciario, como todo, e na PF, que se estima vitima do PT. 

    1. Grana ou conservadorismo,
      Grana ou conservadorismo, Lenita? Que no caso, democratização dos poderes, são praticamente a mesma coisa. Vi uma entrevista de Ricardo Semler dizendo o óbvio: que pela primeira vez as elites estão tremendo de medo, e fiquei pensando que não são apenas as elites que opões resistência à descentralizações de poder mas também aqueles que alimentavam esperanças de virem a ser elite um dia. Será?

      1. Renato

        Ou ambas as 2 coisas (como diria o ex presidente do Coríntians ). Penso que precisaríamos de psicólogos, sociólogos e muitos “ogos” mais, para  se analisar o que realmente acontece, o que mais tem pesado. Acredito tb que tem uma boa parte de exibicionismo, que se verifica no mundo todo. Ser o bom, aparecer nas revistas, jornais, TV. Acho que tudo junto e misturado, mas que no mundo atual os $$ estão com tudo, estão mesmo.

        Boa noite.

  3. E como explicar que uma mera

    E como explicar que uma mera reportagem em O Globo tenha mais peso que livros coalhados de provas contra José Serra e outros, escritos por jornalistas consagrados?

    Pois é…com a palavras os Deltans Dellangnols do MPF…

  4. O pessoal gosta de citar o

    O pessoal gosta de citar o Joseph Pulitzer, “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”. O que vejo vai além: é a imprensa do IMIL e que-tais, alinhada com a propaganda comercial, criando loucura, demência, esquizofrenia mesmo. De que outra forma se pode classificar o projeto da chamada “Coluna Kataguiri” (lembrando sempre de que Prestes estava marchando à frente de sua coluna enquanto Kim Kataguiri provavelmente estava em casa jogando videogame ou fotografando a própria bunda)? Uma pequena reflexão, um rápido repassar de memória (ou anamnese, para usar termo técnico) pode evidenciar muitos outros sintomas no mesmo sentido.

     

    Pela extensão dos danos que a tal imprensa tem causado talvez a gente possa falar que se trata de um problema de saúde pública.

    1. Você chegou ao ponto de toda

      Você chegou ao ponto de toda a questão, apenas não se aprofundou. Depois do consenso de Washington, toda a ordem cultural foi subvertida propositalmente, para fins de implantação da chamada Nova Ordem Mundial. A filosofia, as ciências e as artes foram trancadas nas academias e seus grandes autores tornaram-se escravos de alto luxo, pagos a peso de ouro para se manterem distantes da sociedade.Lá fora, a realidade objetiva passou a não existir, passou a ser substituida pela verdade absoluta da realidade midiática. Tudo foi substituído por uma falsa cópia – a arte, a fiilosofia, a sociologia, foram substituidas por uma falsa arte, decorativa e sem alma, uma falsa filosofia, que vasculha as insignificâncias como se fossem o essencial da vida. Uma falsa literatura. Um falso jornalismo. Tudo, absolutamente tudo, ficou nas mãos da mídia, escrita, irradiada e televisionada. Ela, a mídia, é a ditadora suprema  desse momento triste que atravessamos, e que vai passar, sim, e não demorará muito. A Internete aí está para devolver tudo nas mãos do Homem tudo o que lhe foi tirado. Enquanto isso, no Brasil, a contaminação da ditadura midiática foi tanta, que atingiu as instituições. O Ministério Público, por exemplo, e certos juízes, aderiram à ditadura midiática, reconhecem-na como a entidade suprema a reger todo o país. E por isso eles desprezam as instituições, desprezam a Constituição e o Contrato Social. Eles, que deveriam ser seus soldados de defesa, desprezam a Ordem Democrática, se a ditadura suprema da mídia assim o recomendar. Desprezam o Supremo Tribunal Federal, se a mídia assim o recomendar. É nesse pé que estamos, é nesse pé que se encontra a escolha sugerida pelo Nassif. E a escolha deles, como se falou aqui, já foi feita. Falta nós escolhermos e bradarmos por nossa escolha o mais alto que possamos.

  5. Sou advogado há 25 anos e só

    Sou advogado há 25 anos e só recorri a imprensa uma vez. Em meados de década de 1990, um juiz de Osasco – cujo nome já nem lembro mais – havia concedido liminar reintegrando um diretor expulso do Sindicato que eu trabalhava. O Sindicato, contudo, não era parte do processo e não poderia sofrer o constrangimento. Quando a ordem foi dada o beneficiário dela (que já é falecido há alguns anos) ganhou ampla publicidade nos jornais locais. 

    Um dia após a reintegração, que criou um clima de guerra no Sindicato, fui com uma colega despachar um Agravo de Instrumento com o referido juiz (naquela época o recurso era protocolado na primeira instância, hoje é interposto direto no Tribunal de Justiça). O juiz nos recebeu, leu o recurso, avaliou os documentos e nos disse que estava muito constrangido com o que havia ocorrido. Afirmou que revogaria a ordem ilegal que havia dado e me pediu para não dar publicidade ao fato. Minha colega se comprometeu a não dar publicidade. Eu não falei nada. 

    Nós saímos do Fórum com o Oficial de Justiça e o diretor foi colocado para fora do Sindicato com a mesma velocidade em que havia sido reconduzido ao cargo. A primeira coisa que fiz após resolver o problema foi telefonar para o jornal que havia publicado uma manchete espalhafatosa sobre a reintegração do diretor informando a novidade. O jornalista pediu uma cópia da decisão e recebeu o que queria. Não disse a ele que o juiz desejava evitar publicidade negativa. Ele também não me perguntou nada. O caso era público e o processo não corria em segredo de justiça. No dia seguinte estava estampado na capa do jornal local JUIZ VOLTA ATRAS…. 

    Há uma diferença no que ocorreu comigo e no que eu tenho visto ocorrer. Eu não plantei uma notícia para colher algum tipo de benefício judiciário, apenas deu aos jornalistas condições de continuar a fazer a cobertura de algo que já tinha virado notícia na cidade. Pelo que fiquei sabendo o juiz ficou furioso com minha conduta. No problemo! Um advogado não precisa ser amado pelo juiz, nem deve ter medo da fúria dele (aliás, pelo novo CPC se o juiz odiar o advogado ou for amigo íntimo do advogado que atua no processo ele é suspeito e deve se afastar do processo). 

    Esta mistura que vemos hoje diariamente entre imprensa, advogados, procuradores federais, juízes federais, Ministros do STF só tem produzido uma coisa: confusão permanente entre o “campo jurídico” e o “campo político”, com evidente prejuízo para a sociedade. Os brasileiros já não conseguem mais ver a diferença que existe entre os dois campos e começam a desconfiar da honestidade, isenção e seriedade de todos procuradores, juízes, Ministros do STF, com evidente prejuízo para o Estado.

    O que define um Estado falido? Há várias respostas para esta pergunta dependendo da abordagem que for dada à questão. A incapacidade de se defender de inimigos externos caracteriza a falência do Estado. A impossibilidade de arrecadar tributos de sua população também. A ineficiência dos serviços públicos prestados ao povo e a ineficácia da legislação estatal também podem ser consideradas indícios de que o Estado está falido.

    A distribuição de Justiça de forma razoavelmente rápida com imparcialidade e sem preconceitos partidários, raciais, econômicos, etc… também caracteriza a vitalidade estatal. O Estado brasileiro ainda não está falido, mas se as autoridades do MP e do Judiciário não tomarem cuidado para distinguir o “campo jurídico” do “campo político” elas poderão provocar exatamente o que não desejam. 

     

  6. Seria bom para o país se o

    Seria bom para o país se o ministério público retornasse à linha. Vejo que desde alguns anos o MPF desconhece o significado da palavra isenção, bem como da expressão não partidarismo. Sinto muito, mas pra mim perdeu a confiança.

  7. Enquanto isso – e se a turma

    Enquanto isso – e se a turma do GGN permite fazer essa citação – o DCM está arrecadando fundos para transformar o livro de Claudia Wallin, “Um país sem excelências e mordomias” em documentário audiovisual. Trata-se de contar a história recente de Escandinávia (Suécia, Holenda, Dinamarca, Finlândia e Islândia), região que está sempre nos primeiros lugares de pesquisas sobre qualidade de vida e que adota ao mesmo tempo o melhor do capitalismo e o melhor do socialismo.

    Um trecho: “Como todos os juízes e desembargadores da Suécia, Goran Lambertz [um dos integrantes da Suprema Corte] não tem direito a carro oficial com motorista, nem secretário particular”, conta ela. “Todos pagam do próprio bolso seus custos de moradia. Luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético”.
     

    Será que os conservadores coxinhas do Brasl têm coragem de dizer que esses países não são civilizados? De continuarem a idolatrar Miami? Será que aceitariam viver num Brasil sem corrupção e sem mordomias? E como coxinhas costumam ser ligados em aparências, quem é mais “fino”? O povo de Oslo ou o povo de Huston? Ou da Louisianna?

     

    Para quem quiser conhecer mais sobre o projeot do DCM: https://www.catarse.me/pt/escandinavia

    1. Essa foto é real? Não foi

      Essa foto é real? Não foi montagem? Se for verdadeira, é por demais absurda e a Presidenta de eria ter substituífo o procurador na mesma hora.

  8. Denúncias anônimas não podem,

    Denúncias anônimas não podem, de chofre, serem descartadas pelo Poder Público só por essa condição. Muitas vezes se torna um poderoso instrumento para a prevenção e elucidação de crimes nas suas mais diversas faces. Muitos foram os casos em que sem elas jamais os tentáculos do Estado conseguiriam “fazer Justiça”, como se diz no popular. 

    Tudo bem até aí. Mas há fronteiras a serem extremadas. A primeira delas é revestir com cuidados máximos o processo. Tanto para proteger uma parte como a outra. O denunciante por razões óbvias e o denunciado para evitar exposições que vão de encontro ao mais elementar princípio no Estado de Direito, no caso a presunção da inocência. Nesse sentido, é inadmissível que uma instância que tem por missão “fiscalizar” a Lei ignore tais cuidados e concorra para a perpetração de juízos antecipatórios. 

    O Ministério Público nos últimos tempos adentrou num processo de “vulgarização” por conta da exacerbação de egos: institucional e pessoal. Por conta disso, infelizmente, seus integrantes, e mesmo seu estilo de atuação, hoje é apreendido  por sentimentos antagônicos: de um lado, a sublimação; de outro, a repulsa e a indignação. Tal dualidade até poderia existir num nível razoável e circunscrito a aspectos doutrinários e filosóficos. Mas jamais pela sua práxis.

    Faz o dito parquet uma opção danosa a sua respeitabilidade e funcionalidade quando dá ecos a outras vozes, em especial a de fundo midiático e das turbas, se não a da imparcialidade, serenidade e estrito apego a suas indeclináveis responsabilidades institucionais. 

  9. Eu me pergunto.

    Não há um orgão superior, uma pessoa mais madura e sensata que faça algumas palestras esclarecedoras da responsabilidade, da complexidade e versões dos fatos, do significado de suas ações, das sérias consequencias de uma ação indevida daqueles que exercem de  alguma maneira a lei.

    Sempre imagino que são jovens, como são, ingênuos e com a certeza previa de quem presta e quem não presta. Lêem esta nossa imprensa, tipo revistinha do esgoto e outras sem a menor senso crítico. Em outra palavras, ignorantes da realidade. Pensam que os políticos são todos bandidos, exceto em quem eu votei, é claro, e não conhecem nada vezes nada da história. Principalmente a história da contribuição da grande imprensa com os golpes contra a população.

    Se alguem se intregar ao ambiente criado pelo pig bandido no país e se sentir como um heroi que vai salvar a pátria, estamos perdidos.

     

  10. O CNMP existe para por termos

    O CNMP existe para por termos nas ações abusivas do MP, mas as pessoas prejudicadas, por covardia ou desconhecimento, não fazem valer seus direitos perante aquele órgão. Daí procuradores e promotores deitam e rolam.

  11. Litigância de má-fé

    Litigância de má-fé ocorre quando uma das partes de um processo litiga intencionalmente com deslealdade e/ou corrupção.“Este preceito demonstra que deve ser penalizada a parte que abusa do seu direito de petição. Apesar de ser garantia constitucional o pleno acesso ao Judiciário (art. 05º incisos XXXIV, a, XXXV e LV da CF) não é correto banalizar tal procedimento, vez que as partes devem agir com prudência, lealdade e boa fé, devendo, portanto, ser punidos aqueles que abusam de suas pretensões, desde que, obviamente, comprovado que tal conduta foi maliciosa (má fé)”. 

  12. É… pela demora do Janot, em

    É… pela demora do Janot, em tomar atitudes contra esses desmandos dos procuradores, parece que está difícil para ele escolher um lado. Janot, o indeciso. 

  13. Ah, Nassif… Eles já fizeram

    Ah, Nassif… Eles já fizeram a escolha faz tempo! E já passaram do ponto de retorno também.

    É claro que foi uma escolha desinformada, pois mataram aulas de Sociologia, História e Filosofia (não “cai” em concurso), mas e daí? Já está feita; e, como são “valentes”, vão até o fim com ela.

    O que é patético é não aparecer um congressista do Partido dos Trabalhadores, unzinho sequer, pra chamar o ridículo de ridículo, a mentira de mentira, a baixaria de baixaria e assim por diante.

    … “Cavalheiros”…

    Perdeu, “cavalheiro”!

    Do meio jurídico, também: salvo rarissimas exceções, fica todo mundo como se estivesse assistindo a uma partida de tênis. O mesmo vale para o meio acadêmico de uma maneira geral.

    1. Eleições diretas para promotor público.

      Acertou na mosca! Os cursos de direito direcionam todos para concurso público no MP. Congressistas do PT se abrir a boca levam uma enxurada de denúncias, verdadeiras ou não, e se acovardam. Mas, e o Ministro da Justiça???  E o Procurador Geral?  E o MInistro chefe do Supremo?

  14. Apelo a razão

    Nassif,seu texto é claro apelo a razão. Não acredito que tenha exito infelizmente. Estou vivendo verdadeiro “remake” do mar de lama dos anos 50. No final o prejuízo sera generalizado. A mesma banda que não é conhecida como UDN, sem a liderança de um Lacerda, o mesmo ranço contra um governo popular, que despertou o ódio dos mais privilegiados. Não estou vendo nhuma reação organizada para este estado de coisas. Perdemos nossa capacidade de indignação contra este  “mpf ” que foi cooptado pelo lado mais corrupto e age conivente com o mesmo.

  15. Boa Nassif! Não é possível

    Boa Nassif! Não é possível que além da mídia, instituições oficiais colaborem para que sejamos bobos da corte. Chega de zombaria senhores. Pobre OAB, quanto trabalho para colocar nos trilhos essa turma das lambanças…

    1. Estado Policial

      O que me entristece é que o MP tem por poder dever investigar a Petrobrás antes de 2002, porque o ressarcimento do erário não prescreve, mas nenhuma investigação segue aquele caminho. E ninguém é punido por essa grave omissão, que no limite, em tese, se poderia chamar prevaricação. Mais ainda porque os vazamentos foram seletivos e a cada dia mais pessoas vêm partidarização no MPF. Logo um quase poder encarregado de defender os princípios da impessoalidade no serviço público e o regime democrático. Vergonhoso.

  16. E AÍ, JANOT?

    Decide logo o que o Sr pretende da vida. Holofotes? É facil.. É só piscar para os Marinhos, Frias e Civitas da vida. Ficar do lado da Justiça e esquecer capas e holofotes é bem mais difícil. Aí tem que dar um chute na bunda da vaidade!

  17. O que

    O que está acontecendo com esse país? Que país é esse? Instituições que deveriam procedecer de forma técnica estão adotando um postura de prostíbulo. Isso está virando zona. Depois ficam chorando e dizendo que o mundo não respeita o país. Ora, tenha dó,

  18. E esse MPF que esta aí lá

    E esse MPF que esta aí lá quer respeito? Esses funcionários públicos que se julgam acima do resto da nação querem dinheiro e fama. E usam o cargo público de forma descarada para atingir seus objetivos. Geraldo Brindeiro, Rodrigo de Grandis, Antonio Fernando de Souza, Roberto Gurgel, o proprio Joaquim Barbosa, os procuradores que desonestamente tentaram grampear o Palácio do Planalto e os intocáveis 171 da República do Paraná são exemplos bem acabados dessa “turba”. E Janot os tem representado muito bem.

    Tenho certeza que os profissionais decentes atualmente não fazem carreira dentro desta indecência em que se transformou o MPF. Honestidade e ética moral e intelectual não são atributos necessários para os fins pretendidos na evolução da carreira dentro do MPF.

    Um telefonema de algum tucano graúdo é mais importante. Ou talvez de um banqueiro que tenha operado para o trensalão (aquele mesmo que vendeu o apartamento para o FHC a preços módicos) ou um outro que operou para os mensalões.

     

  19. Nassif,
    Sua amiga do MPF está

    Nassif,

    Sua amiga do MPF está enganada.

    O Deputado Estadual de MG Rogério Correia fez várias representações ao MPF contra o Sr. Aécio Neves, nenhuma delas recebeu a devida atenção do Dr. Janot.

  20. Caro Nassif, sinto dizer que

    Caro Nassif, sinto dizer que a sua grilo falante falta com a verdade ao dizer que qualquer pessoa pode representar no MPF e este não se furtará de analisar. Menas, como diz aquele chato do Pânico.

    Basta ver a representação contra o Aécio, farta de documentação com indícios de crime (Lista de Furnas) entregue pelos deputados mineiros em 2014, e simplesmente o Procurador-Geral não deu andamento e disse, PASMEM, que ignorava tal denúncia. Nova denúncia foi feita neste ano, mais contundente e com novas provas. E o MPF SOLENEMENTE e escancaradamente ignora e blinda o Sr. Aécio de qualquer investigação (aliás, qualquer um do PSDB possui o mesmo privilégio). 

    No caso do Lula, basta uma notícia no PIG, ainda que sem prova, para que seja imediatamente aberto um processo de investigação, ainda que preliminar.

  21. Nassif, então o problema não

    Nassif, então o problema não é o vazamento da “denuncia” ao MPF ?

    Ou então, qualquer denuncia, por mais bizarra que seja, pode ser vazada e atacar a honra de qualquer pessoa.

    Nâo tem lógica dar esse tipo de tratamento ainda mais a um ex Presidente da República.

  22. O erro está em dar ao

    O erro está em dar ao Ministério Público um poder que jamais deveria ter num Estado Democrático de Direito. Os Poderes de uma democracia séria são Três: Judiciário, Executivo e Legislativo. Dar poder irrestrito e de forma irresponsável é gerar instrumentos legais para que o crime possa prosperar. A psicologia está repreta de estudos que comprova esta realidade criminosa.

  23. Não vale mais a pena apenas

    Não vale mais a pena apenas apelar para o bom senso nem enumerar a enorme quantidade de desvios e atalhos enviezados tomados pelo Ministério Público em sua marcha sem descanço rumo à total desmoralização do Parquet em terras brasileiras. Nunca é demais lembrar que a função do Parquet é a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Por nada disso se tem destacado nosso Parquet, e ainda o que faz é atacar a ordem jurídica, comprometer a ordem democrática e até acolher carinhosamente em seus celotexes virtuais os comentários  de quem abertamente prega o fim do regime democrático. Quanto aos interesses sociais, defende abertamente aqueles que emanam de um certo partido político e de seus aliados, nomeadamente o PSDB. E quanto à defesa dos interesses individuais, isenta aqueles que emanam de determinados indivíduos ungidos pela direita política, e se forem de fichas sujas, desconhecem ou fingem desconhecer suas fichas. Não são todos os membros do Ministério Público que assim agem, mas os que não o fazem certamente se sentem sufocados e constrangidos. Quem poderá salvar o Brasil desse monstro em que se tornou o MP? Talvez a Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público. Mas para isso é preciso acioná-la todo santo dia, até conseguir retorno.

  24. Falta de iniciativa do

    Falta de iniciativa do PT????

    Com a palavra o MP: – Foi aberta alguma investigação?

    Não! Não foi!

    Qual o motivo? A GLOBO não deu a ordem?

    Quem não fez dever de oficio? Janot?

    Aécio Neves não pode ser investigado? 

    Qual motivo?

    Se Lula pode… Aécio não pode?

    Qual a razão?

    Rogério Correia: “Entregamos no gabinete do Janot as provas do envolvimento de Aécio no caixa 2 de Furnas”

     

    Carta ao Janot 3

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/rogerio-correia-5.html

    Vamos listas as investigações que o MP deveria fazer e não fez prevaricando… deixando de fazer seu dever, sua obrigação, seu oficio.

    Rodrigo Janot PREVARICOU.

  25. Grande Nassif  !!
    Com esta

    Grande Nassif  !!

    Com esta série de matérias sobre o mpf, você tem conseguido deixar as coisas muito claras para nós leigos.

    Parece também que já esquecemos o gurgel e esposa.

    Obrigado, continue assim que nós te apoiamos.

    Força!!!

    Genaro

     

     

     

  26. “Prefiro a crítica de um

    “Prefiro a crítica de um sábio a aprovação das massas” 

                          Johannes Kepler

  27. Excelente, Nassif!
    Como

    Excelente, Nassif!

    Como alguns comentaristas já disseram, não é verdade que o MP apurará qualquer denúncia recebida, e que inexistem processos e inquéritos contra os demais partidos porque estes não são denunciados. Embora reconheça que o PT apresenta uma letargia monumental, várias denúncias já foram feitas.

    Além disso, não há a mais leve desculpa para o MP não ter investigado José Serra, Aécio Neves, Perrela e tantos outros com os fartos e amplamente disponíveis indícios. O MP tem a prerrogativa de agir de ofício, também; não precisa de denúncia para agir.

    O que acontece hoje é que o golpe de estado está sendo planejado e executado pelo Ministério Público, à vista de todos os que tenham olhos para ver.

    Acredito que para se reagir a isso, é preciso que se tomem medidas políticas às claras. O MP decidiu fazer política aberta, sem ter mandato para isso. Portanto, é preciso que se enfrente o MP primeiramente politicamente e depois juridicamente.

    A primeira medida seria a escolha de um PGR responsável, realmente independente (principalmente dos golpistas instalados no MP e na mídia, e não apenas do Poder Executivo), escolhido a dedo pelo presidente da República com compromisso com a institucionalidade. Por meio desse ato, o presidente sinalizaria duas coisas: (a) diria ao MP que não mais toleraria sua desestabilização institucional, nem se submeteria a uma associação privada de procuradores; (b) indicaria alguém de fato competente e independente para apurar quaisquer fatos, sem poupar qualquer autoridade, nem mesmo o corporativismo dos procuradores. Infelizmente, é por demais evidente que nem Dilma nem Lula reconhecem ainda o golpismo do ministério público e, portanto, sua atuação contribui para fortalecer o próprio clima desestabilizador e golpista.

    As medidas posteriores seriam de reformulação institucional, tais como: definir o poder do presidente de avocar processos penais, bem como dos presidentes da Câmara e do Senado fazerem-no, desde que mediante aprovação da maioria da respectiva casa. Já que o MP quer agir politicamente por meio de processos penais, então dar-se-ia a prerrogativa dos Poderes eminentemente políticos (Executivo e Legislativo) de se contraporem a excessos politizantes dos processos penais do MP. O problema para a implementação de qualquer medida desse tipo é que precisamos de estadistas para defendê-la, explicá-la e encaminhá-la. Temos poucas opções hoje.

    De todo modo, é preciso hoje falar bem claramente, sem medo, que setores majoritários do MP desejam e estão armando um golpe de estado. Infelizmente.

    1. Procuradores respeitados

      O Nassif já citou aqui o nome de pelo menos 3 membros do MP que contam com a respeitabilidade da categoria. Não me lembro dos nomes. Mas a presidenta não poderia escolher um desses e rasgar a lista corporativista dos “mais votados”?

    2. A lei não é igual para todos…

      O caixa 2 do PT foi transformado em “mensalão” o que resultou na prisão de alguns dos seus dirigentes enquanto que o mensalão do PSDB caiu no esquecimento.  O caixa 1 do PT está sendo transformado em “petrolão” ao mesmo tempo em que Aécio Neves e outros bicudos escaparam. 

  28. O que pretende Janot?

    Desde o momento em que se deixou fotografar com aquele cartaz ridículo, ele fez sua escolha, como Joaquim Barbosa, escolheu satisfazer o clamor da turba, comandada pela mídia golpista.

  29. Boa Nassif, manda ver !!

    Mas pelo que me consta, pessoas físicas não podem fazer representação ao MP, mas apenas entidades civis com mais de um ano de fundação.

    Isto me parece importante esclarecer aos leitores.

    Abs

  30. Pela explicação fajutíssima

    Pela explicação fajutíssima que o defensor do MP deu no início da matéria, ninguém nunca denunciou a Privataria Tucana e anexou não documentos, mas livros de documentos (A Privataria Tucana, O Brasil privatizado, O príncipe da Privataria, etc.) acompanhada de uma representação contra FHC ou o PSDB? O MP acha que somos idiotas.

    Para (aparentemente) a PGR receber a denúncia não anônima, mas pessoalmente das mãos de deputados mineiros sobre a Lista de Furnas foi uma luta. Tiveram que ir lá várias vezes, registrar com fotos e vídeos, o escambau. Portanto é uma deslavada mentira dizer que recebem e analisam qualquer denúncia, MENTIRA!

    Hoje mesmo o MP-PR está enviando um ofício ao secretário de segurança de Richa pedindo uma série de explicações sobre o ataque da PM aos professores desarmados em Curitiba, mas não se sabe de ofício enviado ao governador o RESPONSÁVEL MAIOR pelo criminoso massacre contra os professores. Qual é o objetivo do MP-PR nesse caso? É tornar oficial a criminalização do secretário de segurança para poupar o governador tucano, pois já está mais do que comprovado que filiados e simpatizantes do PSDB são INIMPUTÁVEIS no Brasil. Uma vergonha!

  31. E como explicar que uma mera

    E como explicar que uma mera reportagem em O Globo tenha mais peso que livros coalhados de provas contra José Serra e outros, escritos por jornalistas consagrados?

    Simples – pertence ao partido dos amiguinhos. Ele e outros mais, que vivem dando declarações bestiais (de bestas).

  32. Nassif.

    Nassif com esse seu grilo você tem a oportunidade de ver a coisa por dentro. Não admitem seus erros! Qualquer pessoa minimamente informada debate com esse povo. Veja bem, você tem aí esse grilo que imagino ser o melhor do MPF, agora imagina o pior!

  33. Perfeito Nassif. É o inicio do fim.

    Se houver qualquer movimento de controle do MPF, para coibir esse tipo de “esperteza” eu, cidadã brasileira, milito e contribuo. E vai haver por que os aspirantes ao poder, de qualquer lado pou partido, já entenderam que o MPF é uma farsa. Não é sério. Não é confiável. Quem confia numa instituição que joga pra plateia, que faz dobradinha com a midia e corre pra torcida e pra turba de linchadores?? É o inicio do fim. Só esses procuradores de merda não enxertgam isso.

  34. Finalmente a mídia será

    Finalmente a mídia será enfrentada? A resposta de Lula à Época

    4 de maio de 2015 | 12:13 Autor: Fernando Brito

    institutolula

    O Instituto Lula publicou hoje um texto sob o título “As sete mentiras da capa de Época sobre Lula”.

    Só o fato de não ter como título “Nota de Esclarecimento” já seria animador.

    Porque mentira é mentira e só deve virar “inverdade” quando a gente está se cuidando de não receber um processo daqueles com pobres razões e ricos advogados.

    Nem vou entrar nos temas levantados pela revista, porque a revista Época e a imprensa, de forma generalizada, hoje está criminalizando ir a uma festa de aniversário.

    Deixo que o leitor siga o texto do Instituto.

    Mas é animador que se tenha deixado de lado a afetação “republicana”, de responder com pelica às bordoadas mais grosseiras.

    Muito mais ainda aquela teoria esdrúxula de “não vou responder para não dar cartaz a este tipo de coisa”.

    Foi assim que “transformaram” o filho do Lula em dono de fazenda, jatinho, frigorífico, etc…

    Nem é o caso de discutir “regulação da mídia”, porque este tema jamais se aplicou à jornais e revistas, embora queiram fazer crer que isso seria censura.

    Mas é preciso restabelecer o que foi revogado na prática pelo Supremo, numa infeliz decisão.

    O direito de responder.

    Esta “aberração autoritária”, segundo uma imprensa que quer falar o que quiser e só se quiser apresentar o contraditório.

    As sete mentiras da capa de Época sobre Lula

    A revista Época, em nota assinada pelo seu editor-chefe, Diego Escosteguy, na sexta-feira (1), , reafirmou o que está escrito na matéria “Lula, o operador”, como sendo correto e verdadeiro. Como a nota do seu editor é uma reiteração de erros cometidos pela revista, apontamos aqui as 7 principais dentre as muitas mentiras da matéria de Época.

    Primeira mentira –  dizer que Lula está sendo investigado pelo Ministério Público.

    A Época afirma que o Ministério Público abriu “uma investigação” na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria “formalmente suspeito” de dois crimes. Época não cita fontes nem o nome do procurador responsável pelo procedimento.

    O Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República do Distrito Federal não abriu qualquer tipo de investigação sobre as atividades do ex-presidente Lula. O jornal O Globo, do mesmo grupo editorial, ouviu a propósito a procuradora Mirella Aguiar sobre o feito em curso e ela esclareceu: há um “procedimento preliminar”, decorrente de representação de um único procurador, uma “notícia de fato”, que poderá ou não desdobrar-se em investigação ou inquérito, ou simplesmente ser arquivada.

    A mesma diferenciação foi observada pelo jornal The New York Times e pela agência Bloomberg. O The New York Times chamou de “preliminary step” (um passo preliminar) e não de investigação.

    Isso não é um detalhe, e para quem preza a correção dos fatos, faz diferença do ponto de vista jurídico e jornalístico.

    Ao publicar apenas parcialmente o cabeçalho de um documento do MP, sem citar os nomes do procurador Anselmo Lopes, que provocou a iniciativa, e da procuradora Mirella, que deu prosseguimento de ofício, e sem mostrar do que realmente se trata o procedimento, Época tenta enganar deliberadamente seus leitores.

    Segunda mentira- Lula seria lobista

    No início da matéria a revista lembra um fato: Lula deixou o poder em janeiro de 2011 com grande popularidade e desde então, não ocupa mais cargo público. Segundo a revista, Lula faria lobby para privilegiar seus “clientes”. Que fique bem claro, como respondemos à revista: o ex-presidente faz palestras e não lobby ou consultoria.

    A revista Época colocou todas as respostas das pessoas e entidades citadas nas suas ilações no fim da matéria, que não está disponível na internet. Por isso vale ressaltar trecho da resposta enviada pelo Instituto Lula:

    “No caso de atividades profissionais, palestras promovidas por empresas nacionais ou estrangeiras, o ex-presidente é remunerado, como outros ex-presidentes que fazem palestras. O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores – tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações – e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem. O ex-presidente faz palestras, e não presta serviço de consultoria ou de qualquer outro tipo.”

    Os jornalistas Thiago Bronzatto e Felipe Coutinho, que assinam o texto, chamam Lula de “lobista em chefe”.  A expressão, além de caluniosa, não condiz com a verdade, e revela o preconceito e a ignorância dos jornalistas de Época em relação ao papel de um ex-presidente na defesa dos interesses de seu país.

    O que Lula fez, na Presidência e fora dela, foi promover o Brasil e suas empresas. Nenhum presidente da história do país liderou tantas missões de empresários ao exterior, no esforço de internacionalizar nossas empresas e aumentar nossas exportações.

    Terceira mentira – sobre as viagens de Lula

    A “reportagem” de Época não tem sustentação factual. A revista afirma que nos últimos quatro anos Lula teria viajado constantemente para “cuidar dos seus negócios”. E continua: “Os destinos foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e República Dominicana.” 

    Vamos deixar bem claro: o ex-presidente não tem nenhum negócio no exterior. E, ao dizer “a maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora Odebrecht”, mente novamente a revista. Não é verdade que a maioria das viagens do ex-presidente foi paga pela Odebrecht. Repetimos trecho da nota enviada para a revista: “O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores – tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações – e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem.”

    Mesmo sem ter obrigação nenhuma de fazê-lo, as viagens do ex-presidente estão documentadas no site do Instituto Lula e as suas viagens ao exterior foram informadas à imprensa.

    De novo, diferente do que diz a revista, depois que deixou a Presidência, Lula viajou para muitos países, e o mais visitado foi os Estados Unidos da América (6 viagens), onde entre outras atividades recebeu o prêmio da World Food Prize (http://www.institutolula.org/lula-recebe-nos-eua-premio-por-trabalho-de-combate-a-fome), pelos seus esforços de combate à fome, em outubro de 2011, e do International Crisis Group, em abril de 2013,  por ter impulsionado o Brasil em uma nova era econômica e política (http://www.institutolula.org/lula-recebe-premio-em-nova-york-por-impulsionar-o-pais-a-nova-era-economica-e-politica). 

    Nos EUA encontrou-se ainda, por duas vezes, com o ex-presidente Bill Clinton –que também tem o seu instituto e também faz palestras. 

    Dois países empatam no segundo lugar de mais visitados por Lula após a presidência: o México e a Espanha (5 visitas cada um). No México, além de proferir palestras para empresas do país, Lula recebeu o prêmio Amalia Solórzano, em outubro de 2011 (http://www.institutolula.org/lula-recebe-no-mexico-o-premio-amalia-solorzano) e lançou, junto com o presidente Peña Nieto, a convite do governo mexicano, um programa contra a fome inspirado na experiência brasileira: http://www.institutolula.org/lula-no-mexico-eu-vim-aqui-dar-um-testemunho-e-possivel-acabar-com-a-fome-do-mundo

    Na Espanha, Lula recebeu os prêmios da cidade de Cádiz (http://www.institutolula.org/cidade-espanhola-de-cadiz-premia-lula-por-combate-a-pobreza),  o prêmio internacional da Catalunha (http://www.institutolula.org/lula-recebe-24o-premio-internacional-Catalunha), e o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Salamanca (http://www.institutolula.org/lula-recebe-titulo-de-doutor-honoris-causa-da-universidade-de-salamanca-na-espanha).

    Os leitores que eventualmente confiem na Época como sua única fonte de informação, não só não foram informados desses prêmios, como foram mal informados sobre as atividades do ex-presidente  no exterior.

    Sobre os países citados pela revista, Lula esteve, desde que saiu da presidência, três vezes em Cuba, duas em Angola, e somente uma vez em Gana e na República Dominicana, os dois países mais citados na matéria.

    A revista diz serem “questionáveis” moralmente as atividades de Lula como ex-presidente. Em primeiro lugar, como demonstrado acima, a revista está mal informada ou informando mal sobre tais atividades (provavelmente os dois). Por exemplo, a revista acha moralmente questionável organizar, na Etiópia, um Fórum pela Erradicação da Fome na África, junto com a FAO e a União Africana (http://www.institutolula.org/e-preciso-investir-nos-pobres-para-acabar-com-a-fome-disse-lula-a-uma-plateia-de-15-chefes-de-estado-africanos)? Esse evento não foi noticiado pela Época, nem pela Veja. Mas foi noticiado pelo jornal britânico The Guardian (em inglês – http://www.theguardian.com/global-development/2013/jul/01/africa-brazil-hunger-lula). 

    Ou em Angola, país citado pela Época, a revista acha moralmente questionável fazer uma grande conferência, (http://www.institutolula.org/lula-em-angola-e-possivel-para-qualquer-pais-acabar-com-a-fome) para mais de mil representantes do governo, do congresso, de partidos políticos e de ONGs, além de acadêmicos e jornalistas angolanos, reunidos para ouvir sobre as políticas públicas de Angola e do Brasil para reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento econômico?

    Ou em Gana participar de um evento organizado pela ONU, lotado e acompanhado pela mídia local, novamente sobre combate à fome (http://www.institutolula.org/e-plenamente-possivel-garantir-que-todo-ser-humano-possa-comer-tres-vezes-ao-dia-diz-lula-em-gana)? 

    Parafraseando a revista, moralmente, o jornalismo de Época, que mente para seus leitores desde a capa da revista, é questionável. Mas será que à luz das leis brasileiras, há possibilidade de ser objeto de ação judicial?

    Quarta mentira – sobre a visita de Luiz Dulci à República Dominicana

    A revista Época constrói teorias malucas não só sobre as viagens do ex-presidente, mas questiona e faz ilações também sobre a visita do ex-ministro e diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, à República Dominicana em novembro de 2014. A revista foi informada, e publicou que o ex-ministro viajou ao país para fazer uma conferência, mas não que era sobre as políticas sociais brasileiras. Deu entrevistas à imprensa local e foi convidado pelo presidente Medina para uma conversa sobre as políticas sociais brasileiras, das quais o presidente dominicano é um admirador. A revista registrou apenas como “versão” que Dulci foi convidado pelo Senado do país. Todos os documentos do convite e da viagem estão disponíveis para quem quiser consultá-los.  O que a revista não fez antes de se espantar com o interesse no exterior sobre os  êxitos do governo Lula.

    Quinta mentira – a criminalização da atividade diplomática do Brasil em Gana

    Época relaciona como denúncia “dentro de um padrão”, um comunicado diplomático feito pela embaixada brasileira no país um ano antes de Lula visitar Gana, enviado em 30 de março de 2012. Lula esteve em Gana apenas um ano depois de tal comunicado, em março de 2013. É importante lembrar aos jornalistas “investigativos” da Época, que em março de 2012, Lula estava se recuperando do tratamento feito contra o câncer na laringe, que havia sido encerrado no mês anterior. 

    Quanto ao telegrama de Irene Gala, embaixadora do Brasil em Gana, a resposta do Itamaraty colocada no fim do texto da Época, malandramente longe da ilação contra a diplomata, é cristalina sobre não haver qualquer irregularidade nele: “O Itamaraty tem, entre as suas atribuições, a atuação em favor de empresas brasileiras no exterior. Nesse contexto, a realização de gestões com vistas à realização de um investimento não constitui irregularidade.”

    É lamentável que o grau de parcialidade de certas publicações tenha chegado ao ponto de tentar difamar funcionários públicos de carreira por simplesmente fazerem o que é parte de suas atribuições profissionais. Seria como criticar uma embaixada brasileira por dar apoio a um jornalista da Época, uma empresa privada, quando o mesmo estivesse em visita a um país.

    Sexta mentira – a criminalização do financiamento à exportação de serviços pelo Brasil

    A revista criminaliza e partidariza a questão do financiamento pelo BNDES de empresas brasileiras na exportação de serviços. É importante notar que esse financiamento começou antes de 2003, ou seja, antes do governo do ex-presidente Lula. 

    Sobre o tema, se pronunciou o BNDES em comunicado (https://www.facebook.com/bndes.imprensa), e também a Odebrecht  (http://odebrecht.com/pt-br/comunicacao/releases/nota-de-esclarecimento-01052015). A questão foi analisada em textos de Marcelo Zero (http://www.pt.org.br/ignorancia-ou-ma-fe-amparam-desinformacao-do-mp-publicada-pela-epoca/) e Luís Nassif (https://jornalggn.com.br/noticia/na-epoca-o-alto-custo-da-politizacao-do-ministerio-publico-federal), que lembrou que a publicação irmã de Época, Época Negócios, exaltou a internacionalização das empresas brasileiras em outubro de 2014.

    Sétima e maior mentira – o “método jornalístico” de Época

    Bolsas de estudo pomposas nos Estados Unidos pagas por institutos conservadores (http://www.institutomillenium.org.br/blog/instituto-ling-concede-mais-27-bolsas-de-estudos-exterior/ ) valem pouco se o jornalismo é praticado de maneira açodada, com má vontade e parcialidade, de uma forma mentirosa. 

    Não é a primeira vez que o Instituto Lula, ou outras pessoas e entidades tem contato com o método “Época” de jornalismo (que não é também exclusivo desta revista). Resumindo de forma rudimentar, o método constitui na criação de narrativas associando fatos, supostos fatos ou parte de fatos que não têm relação entre si, e que são colados pelo jornalista, construindo teorias sem checar com as fontes se a realidade difere da sua fantasia.

    Poucas horas antes do fechamento, quando pelos prazos de produção jornalística provavelmente a matéria já está com as páginas reservadas na revista, capa escolhida e infográficos feitos, o repórter entra em contato, por e-mail, com as pessoas citadas na matéria. Em geral sem contar sobre o que realmente o texto se trata (Época não perguntou ou mencionou a iniciativa do Ministério Público). Não há interesse real em verificar se as acusações, em geral muito pesadas, se sustentam e justificam o espaço dado ao assunto ou o enfoque do texto.

    Mesmo que a tese do jornalista não se comprove, a matéria não será revista e será publicada.  Na “melhor” das hipóteses, as respostas das pessoas e entidades envolvidas serão contempladas ao final da matéria, e este trecho não será disponibilizado online (e muitas vezes não é visto com cuidado por jornalistas de outros veículos que dão a “repercussão” do fato). É feito assim, primeiro porque a revista não teria nenhuma matéria para colocar no lugar, e segundo porque isso poderia afetar o impacto político, bem como a repercussão em outros órgãos de imprensa e nas mídias sociais. 

    Foi exatamente isso que a Época fez. Contatou o Instituto Lula, a partir de Brasília, três horas antes do fechamento. Haviam duas opções: falar por telefone ou por e-mail. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para registrar inclusive as perguntas e respostas à revista, optou por responder por e-mail, lamentando que não houve a possibilidade de esclarecer as dúvidas da revista pessoalmente (http://www.institutolula.org/resposta-do-instituto-lula-a-revista-epoca ).

    É importante registrar que Época ou não ouviu, ou não registrou o outro lado de todos os citados na matéria. Cita e publica fotos de dois chefes de Estado estrangeiros, John Dramani Mahama, de Gana, e Danilo Medina, da República Dominicana, ambos eleitos democraticamente e representantes de seus respectivos países. E não os ouve, nem suas embaixadas no Brasil. 

    Mais absurdo ainda porque, em tese, a revista Época deveria seguir os “Princípios Editoriais do Grupo Globo”, do qual faz parte, e que foram anunciados  para milhões de brasileiros, no Jornal Nacional (http://g1.globo.com/principios-editoriais-do-grupo-globo.html ).  

    Como a revista não parece respeitar o jornalismo, diplomatas, chefes de estado dominicanos ou ganenses, ou ex-ministros e ex-chefes de estado brasileiros, melhor lembrar a recomendação de um norte-americano, Joseph Pulitzer, sobre os danos sociais da má prática jornalística. “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária e demagógica formará um público tão vil quanto ela mesma.”

  35. Não sei se já comentaram

    Mas a alegação da fonte não faz qualquer sentido. Falo do seguinte trecho:

    “2.     Ao equiparar notícia de jornal a denúncia anônima, a procuradora incumbida de analisar a re´representação definiu um entendimento relevante para o tratamento de denúncias de mídia não acompanhadas de provas. Mostra responsabilidade institucional.

    3.     O fato de não haver representações em relação a outros partidos deve-se à falta de iniciativa do PT e dos blogs. Se cada denúncia viesse acompanhada de uma representação, não haveria como o MPF furtar-se à sua análise.”

    Ora, o item 3 não impede de enxergar a seletividade da representação, já que a procuradora que representou se baseou exclusivamente numa matéria de uma revista, a Época. Por que ela ou outros procuradores da república não fazem o mesmo com as inúmeras matérias, denúncias, etc, que são publicadas em outras mídias, como os blogs, por exemplo?

    Sim, é verdade que se houver representação, o MPF não pode se furtar de analisar. Acontece que este definitivamente não é o ponto.

    O ponto é que temos uma procuradora da república escolhendo a dedo quais matérias devem ser investigadas e merecem ser objeto de uma representação. Ao agir assim, a procuradora demonstra cabalmente o aparelhamento político do MPF, hoje, sem qualquer dúvida, a instituição mais anti-democrática do país, que atenta contra a igualdade perante a lei, e a que mais desrespeita suas funções constitucionais.

    Diante disso, a sugestão dada pela fonte é um acinte à nossa inteligência. A procuradora seletiva já demonstrou que tem lado e que não adianta o PT e os blogs representarem contra os que jogam no time dela.

  36. Fico imaginando esse MPF nos

    Fico imaginando esse MPF nos tempos do FHnistão. Gavetas cheias de denúncias e, enquanto isso, ficavam brincando de Nintendo 64, conversando com as namoradas pelo telefone ou bizorrando as colegas de trabalho. Chegavam em casa à noite, ligavam a tv na goebbels, assistiam o jornal do Willian Hommer pra ver se tinham algo para fazer no dia seguinte e dormiam após ver a reportagem de 15 minutos sobre a vida dos pinguins na Antártica. 

  37. Parece coisa do tempo da

    Parece coisa do tempo da vovó, mas essas organizações da sociedade só existem para manter o status quo, o PT entrou nesse clube de intruso, tem que ser expelido, não admitem quem não tem sobrenome frequente a alta roda; isso explica os muitos absurrdos que vemos que não saõ investigados e por causa de tapiocas armam escandalos homericos, digo isso para não entrar nos meandros e subterraneos do poder, que daria uma conversa mais longa e mais psicodélica.

    O problema não é nem esse, mas a esperteza de se utilizarem da revolta da propria sociedade para perpetuarem esse estado de coisas, o país é espoliado há mais de quinhentos naos, quando temos um governo que pensa o minimo nos trabalhadores e menos favorecidos jogam todo a culpa nesse governo como se todos os males do mundo fossem por ele cometidos, e os ricos cada vez mais ricos os classe merdia batendo panelas para os deixarem mais ricos e nós os pobres, só ficamos olhando por que a nossa opinião é irrelevante.

  38. A questão é política não é jurídica

    A análise do Nassif seria perfeita se ela acrescentasse, ou melhor, deixasse menos nas entrelinhas, um aspecto assustador da atuação do Ministério Público Federal: a Partidarização.  Se não fosse a partidarização do MPF “como explicar que uma mera reportagem em O Globo tenha mais peso que livros coalhados de provas contra José Serra e outros, escritos por jornalistas consagrados?”. Já passou da hora de dizer com todas as letras que setores importantes do MPF, desrespeitando o cargo que ocupam, fazem dobradinha com a mídia no ataque cerrado ao PT. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador