O pacote fiscal e os movimentos de Joaquim Levy

A governabilidade é uma teia complexa de relações.

Tem-se como poder maior o Executivo e, nele, a figura do presidente da República. Sem tipificação de crime, apenas o Congresso tem o poder de destitui-lo. Na base do poder do presidente, a maior ou menor popularidade e a avaliação de forças para a eventualidade do impeachment – quem ganha e quem perde com a decisão.

Em torno dessa relação Executivo-Congresso, pululam outras forças: o Judiciário, o Ministério Público Federal e a velha mídia.

Na América Latina pós-redemocratização houve alianças pontuais entre Congresso, mídia e justiça permitindo parcerias fatais. Em torno de um escândalo real ou amplificado, a mídia comandava uma campanha pesada contra o presidente fornecendo o álibi para que o parlamento articulasse o impeachment.

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Nem se pense que esse tipo de manobra tinha como alvo apenas governantes de esquerdas. Presidentes que abriram a economia e promoveram a privatização, como Carlos Andres Perez, da Venezuela, e Fernando Collor, do Brasil, foram alvos da mesma manobra. No início do segundo mandato, o alvo foi FHC, em uma campanha pesada fruto da parceria mídia-ACM (o ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães).

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Agora, tem-se a presidente Dilma Rousseff em um dos piores patamares de popularidade da história – superada apenas por FHC pós-desvalorização cambial. Tem-se um Congresso sem freios, comandado por duas das piores expressões políticas do parlamento – Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Tem-se uma operação policial, a Lava Jato, sem nenhuma preocupação com os desdobramentos econômicos, paralisando a cadeia do petróleo e gás sob os olhares acomodados da presidente, do seu Ministro da Justiça e do Procurador Geral da República.

Tem-se uma economia afundando sabe-se lá até quando, saindo dos exageros da distribuição generalizada de incentivos para os exageros de um corte fiscal drástico em  pleno processo recessivo.

E tem-se um Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incapaz (pelo menos até agora) de apontar a estratégia pós-ajuste fiscal, que pelo menos crie uma expectativa positiva nessa travessia do deserto.

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Por todos esses aspectos, só a ideologia mais rastaquera, ou o sensacionalismo mais barato, para supor ser possível empurrar goela abaixo do Congresso o pacote fiscal inteiro, da maneira como saiu do gabinete do Ministro.

Essa estratégia do fim do mundo valia em outros momentos.

Lembro-me na época do lançamento de um dos inúmeros pacotes econômicos do governo Sarney, o então presidente do Senado, José Ignácio, me telefonando para perguntar se era correta a análise de que a não aprovação do pacote jogaria o país em um caos. Cada pacote dava uma sobrevida de alguns meses ao governo, até terminar a agonia do seu mandato.

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Esse quadro não existe hoje em dia. Não há coelhos a se tirar da cartola. Há uma economia em crise, mas não caótica; e razões de sobra para supor que a intensidade do ajuste aprofundará ainda mais a recessão deixando o governo em uma situação insustentável.

A desestabilização de Dilma virá não por efeito da inflação – que incomoda, mas está sob controle -, mas de uma eventual explosão do desemprego.

É evidente que Levy é mais do que um mero cabeça de planilha. A suposição de que jogaria a toalha, caso o pacote não fosse adotado na integralidade, é uma desconsideração para com sua inteligência.

Luis Nassif

37 Comentários

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  1. Ajuste fiscal e aperto monetário

    O atual ajuste fiscal e aperto monetário abre espaço para uma correção cambial que viabilize a substituição de parte das importações e uma aumento das exportações de produtos manufaturados.

    Na medida que se confirmarem o aumento das exportações e queda das importações o COPOM precisará reduzir rapidamente os juros da Selic caso contrário o dólar sofrerá uma nova queda no Brasil e caminhará rapidamente para o patamar de R$ 2,00.

    1. Se o dólar voltar a R$ 2,00 a

      Se o dólar voltar a R$ 2,00 a nossa indústria acaba de vez e o desemprego dispara e não mais se reduz.

      Nossos governantes precisam urgentemente desfazer as operações de swap e deixar o Real alcançar sua cotação natural, que é bem abaixo do que se encontra.

    2. Exportar para quem, se a

      Exportar para quem, se a demanda internacional também está em crise e muitos outros países também vão adotar (estão adotando) desvalorização cambial para o mesmo desiderato?

      1. Eis a importância de se

        Eis a importância de se “pulverizar” a clientela, não ficando à reboque apenas dos EUA, União Européia e China.

        Eis a importância de se considerar países em desenvolvimento como destinos para nossos produtos.

    3. Ajuste cambial – necessário, mas impossível

      O salto de volume de exportação que se iniciou no 1o. madato Lula pode, sinteticamente, ser justificada por três drivers: 1) início do longo período de valorização dos preços das commodities (o loongo período dos preos das commodities); 2) ampliação do mercado (as atuações combinadas de esforços do Itamaraty + a figura de “Caixeiro Viajante”do MDIC-Ministro Furlan) e 3) Real mantido a patamares competitivas (lembrando-se que 2002 o dolar chegou a quase R$ 4,50). O ajuste fiscal da época justficava-se pelo necessidade de atenuar e estabelecer canais concisos de confiança internacional. Perspectiva plenamente exitosa do governo Lula.

      Se Dilma pensa que pode fazer o mesmo, esqueça. O preço das commodities está “dropando” (caindo), o departamento  Itamaraty-MDIC de caixeiro viajante não está presente e o ajuste Levy não vai levar rever o dolar a patamares competitivos.

      O 2o. tempo de Dilma tem mais cara de ser um governo do tipo ajuste Campos Salles, tendo como Joaquim “Murtinho” Levy do endossador e fiador do governo. Necessário? Não. Mas, em um cenário de profunda dificuldade política, o governo Dilma prefere se agarrar na ortodoxia. 

  2. Não vou entrar numa discussão

    Não vou entrar numa discussão que não entendo, mas como trabalhador e servidor publico, posso dizer que a presidente deve estar muito satisfeita com estes cortes, por que é a unica coisa que ela fez desde quando entrou, no inicio se assustou com o pibão que recebeu e deu uma paulada na economia que até hoje se arrasta, queria meter a tesoura no salario minimo tambem, mas a lembraram que tinha um acordo em vigor, tratou o funcionalismo com a mesma cartilha do fhc, até pior, agora briga para manter esse nefasto fator previdenciario e retirar varios direitos dos trabalhadores e aposentados, enquanto surfou na onda da popularidade alta fez o que quis, mas a verdade é que esse governo está devendo, e não é de hoje.

  3. Acho que essa crise ainda

    está localizada apenas na cadeia de óleo e gás , e na industria automobilística. O primeiro por irresonsabilidade geral e o segundo porque é o primeiro a ser afetado por essa subida insana dos juros.

    Não está tão difícil para o governo resolver a situação.

    1. Algo precisa ser feito.

      O clima na industria automobilística é péssimo, muitas demissões na cadeia produtiva, muitos forncedores sem fluxo de caixa em função da brusca queda de vendas (consequentemente brusca queda do volume de produção) e amortização de investimentos realizados.

      Para piorar a situação, algumas montadoras estão a transferir desenvolvimento de novos projetos para a China, deixando as Engenharias de Produto daqui do Brasil às moscas.

      Essa sangria precisa ser estancada.

  4. evasão fiscal tem de ser minimizada

    O Nassif apontou corretamente a falta de uma sinalização do que virá após o ajuste fiscal. O ajuste é inevitável, mas não suficiente para a retomada do crescimento. Há ainda o agravante de que a contenção da demanda não faz sentido, como controlador a inflação, num cenário em que a demanda é bem menor do que nossa capacidade produtiva. O caso do aço é emblemático dessa capacidade ociosa. Temos capacidade para produzir 40 milhões de toneladas/ano de aço, mas já estamos produzindo menos de 25 milhões e essa produçao continua em queda. Some-se a isso que a contenção da demanda se faz via aumento dos juros, o que por sua vez aumenta os gastos do governo e neutraliza em parte o ajuste fiscal. 

    Não sendo um entendido em economia, só posso dar palpites que os entendidos irão considerar ingênuos. Mas vão lá, os especialistas que me ignorem ou corrijam.

    Ainda no ano de 2015, é essencial que se minimize a sonegação fiscal. Segundo algumas estimativas, ele anda na casa dos 10% do PIB, um dinheiro que viabilizaria projetos governamentais de enorme envergadura. É oportuno comentar que esse índice de sonegação revela o quão elevados andam nossos impostos. Se o governo arrecada 36% do PIB e 10% dos impostos deixam de ser pagos, nossa taxação é de uns 46% do PIB, índice inteiramente incompatível com o nosso nível de desenvolvimento. Incluir aumento de impostos nas políticas de recuperação fiscal seria quase insano. Bem, digamos que seja possível reduzir a evasão à metade. Isso aumentaria em 5% (mantido fixo o PIB) do PIB a receita do governo.

    É também muito importante rever profundamente as renúncias fiscais diversas, que no total também somam centenas de bilhões de reais/ano. Essas reunúncias não tem gerado resultados significativos, exceto no caso das reduções de impostos para os bens produzidos no Nordeste. Parte significativa do crescimento da economia nordestina tem sido resultado desses incentivos, principalmente no caso da produção industrial. Mas e as quase inacreditáveis renúncias fiscais para a produção na Zona Franca de Manaus? O montante das renúncias é igual aos dispêndios com o Bolsa Família, mas o efeito é incomparavelmente menor. Há outro ponto a se considerar. Políticas fiscais para o desenvolvimento de uma região têm de se apoiar na expectativa de que após um dado tempo a região se mantenha em pé sem os incentivos. Após décadas de incentivos para a economia de Manaus, tudo se aniquilaria se esses incentivos fossem hoje retirados. Pior do que isso, ao extender os incentivos por mais 50 anos, o governo reconhece que problema é meio eterno.

    No curto prazo, o país precisa retomar o processo de industrialização. De 1985 até 2014, a participação da indústria no nosso PIB caiu de 35% para 12%. Um real consistentemente subvalorizado é elemento essencial para essa retomada. Além disso, há que se investir pesadamente em infraestrutura, e o únicocaminho viável é a participação público-privada. A construção de infraestrutura impulsionaria toda a economia, em especial a produção de aço, no qual a demanda já é menos de 60% da capacidade de produção instalada.

    Finalmente, é necessário rever os gastos monumentais do BNDES e definir claramente o que o banco irá promover. Mas antes disso é preciso abir a caixa preta.

  5. Reflexões

    Já não é tão notória a diferenciação aqui citada pela expressão “velha mídia”. Os vícios jornalísticos estão a cada dia se tornando comuns em todos os meios.

  6. A economia recessiva o estado de espírito do brasileiro e o Levy

    Um ser humano depressivo é o que internaliza a raiva, embute em si mesmo a raiva.

    Uma sociedade em depressão é, analogamente, uma que volta a raiva para dentro de si mesmo.

    Dai a preocupação dos leigos que não monetizam o custo da infelicidade, como o senador José Inácio citado pelo Nassif, que falam da possibilidade de caos pós pacote de ajustes, com o índice de felicidade social instântaneo.

    Como administrar a felicidade? um dos componentes sociais cruciais da engenharia social é algo que escapa totalmente ao expertize do Levy, infelizmente. O problema dele não é só a falta de inteligência, falta estudo e conhecimento para lidar com a situação, em suma, é um burro ao quadrado.

     

  7. Vamos ser sinceros: nosso problema central é a Dilma

    e sua impressionante incapacidade de se comunicar e de calar as pessoas a seu redor, o vácuo que criou dando espaço para que pilantras tomassem conta de tudo, sua total falta de jogo político e sua politica econômica esquizofrênica: ninguém muda do Mantega para o Levy se não tiver algum problema muito grave ou não entender nada de economia a ponto de não saber a diferença entre Keynes e chicago boys, isso não faz sentido nenhum, o que aconteceu? Acho que todos concordam que um ajuste das contas do governo é necessário, mas não da maneira como esta sendo feito. O problema da sonegação brutal de impostos, por exemplo, poderia ser atacado como parte do ajuste, mas isso nem foi mencionado. Ela, Dilma, resgatou o pior do governo FHC: juros altos+medidas recessivas, vai colher desemprego e impopularidade. Soma-se a isso uma política burra de transferência direta de recursos do mec, do ministério da saúde para tampar o custo dos juros altíssimos e ainda por cima a paralisação/bagunça generalizada e mudança de regras em programas que eram a marca dos governos do PT: fies, minha casa/minha vida, etc. Vale ainda mencionar o fato de que ela vai vetar a queda do fator previdenciário, uma das bandeiras do PT. Fora o mico, para não dizer absurdo, plano para a “pátria educadora”, coordenado pelo faz-tudo Mangabeira Unger que mal foi lançado e já é considerado lixo. Como pode um governo querer ter um plano chamado “pátria educadora” ao mesmo tempo em que detona o orçamento do MEC, desgraça o fies e nem segue o plano nacional de educação criado pelo próprio governo?  Se continuar do jeito que esta, a Dilma vai ser o melhor cabo eleitoral que o psdb já sonhou em ter.

  8. A não ida de Levy ao anúncio

    A não ida de Levy ao anúncio do maior corte orçamentário do Brasil não foi motivado só por gripe. Qualquer analista politico (com exceção de Mercadante -rs ) saberia que a não ida de Levy iria gerar especulações. Então, s ehouvesse ator político decente no governo Dilma, ele chegaria até Levy e diria que ele iria ao anúncio, mesmo que estivesse com nariz escorrendo e espirrando como um condenado (rs). Portanto, a idade dele pode indicar duas coisas : 1]a que ele quis dar algum sinal ao governo de não satisfação com o rumo do ajuste; 2] que, se ele não foi realmente pela doença, é um governo que não tem a mais mínima competência para evitar mais turbulências do que já ele mesmo vem criando. 

  9. PARA VOCE VER COMO O LULA SE IMPORTA COM O BRASIL…


    Preocupado em se descolar do governo, da Dilma, dos ajustes fiscais, do desemprego e das decisões do Governo…interessado em pavimentar o caminho para uma tutura volta…a quem eu incomodo ?, disse…as elites?
     aos partidos opositores?…não sr. Lula…voce incomoda o Brasil…sua patifaria, despreparo político, sua falta de consideração pelo país em troca de um governo bolivariano de esquerda da américa latina…isto, sr. Lula, incomoda muito o Brasil…espero que as pessoas que votaram na Dilma em troca de benefícios modestos…e que agora vão acabar por incompetência dela e do PT…pensem melhor na hora que o senhor colocar a sua candidatura a disposição novamente…

    1. meu DE (LLLLLLLL)SSSSS
       
      Como

      meu DE (LLLLLLLL)SSSSS

       

      Como andam surgindo daninhas aqui no b]Blog. Há ainda quem use a expressão bolivariano? Cruzes. O tesão que certo grupod e comentarista tem pelo sapo Barbudo parece ser mais forte que qualquer radicalismo petista. Lembre que o Lula está velho, só com o azulzinho..viu?

  10. o ajuste fiscal que o Brasil precisa

    desde 01/01/2015 até o momento a sonegação fiscal atinge: R$ 203.600.000.000 ( e crescendo…), suficiente para pagar 304.000.000 de salários  mínimos ou 2.900.000.000 de Bolsas Família ou construir 5.900.000 casas populares com 40m2 ou construir 7.100.000 posto de saúde equipados ou construir 2.000.000 km de asfalto ecológico ou…

    a operação Zelotes investiga cerca de R$ 19 Bi de evasão fiscal. o caso SwissLeaks revela para onde vai o dinheiro sonegado.

    não se trata de questão técnica ou restrita a Economia, mas opção política. nunca existiu falta de recursos, não existe falta de recursos. o dinheiro está aí, sendo drenado da maior parte da sociedade para ser apropriado por uma pequena parcela. é isto que preciso ser ajustado.

    .

    1. Amigão, mesmo com essa

      Amigão, mesmo com essa gigantesca sonegação, o próprio governo confirma que estamos caminhando para pagarmos quase 40% do PIB em impostos. Será que ninguém percebe que quanto mais dinheiro entra, mais dinheiro é gasto? O balde está furado, não adianta colocar mais água dentro.

      Os comentários acima sugerem cortes na carne, redução dos cargos commissionados e outros anexos do governo que servem para muito pouco, quase nada. Excelente escolha, seria um ótimo começo.

  11. cortar na própria carne para se salvar.

    Em recente noticiário amplamente divulgado um alpinista cortou o próprio braço para não morrer. Perguntado a cerca da dor que sentiu, ele disse que não teve opção a questão era que ele queria viver então não havia dor maior que a da morte.

    O senador Renan, é a favor do corte de cargos comissionados do executivo, cerca de 11,000, dos 25,000 existentes. Uma economia anual de cerca de r$ 15 bilhões. 

    Se legislativo, judiciário e executivo estadual e municipal fizessem o mesmo, daria mais uns 50 bilhões por ano!

    Fazendo a conta temos 65 bilhões.

    Quase igual ao corte anunciado pelo governo de 69 bi.

    Em qualquer empresa grande contrata-se uma auditoria e cortes de pessoal são realizados.

    Mas cortar na própria carne é melhor que morrer.

     

  12. cortar na própria carne para se salvar.

    Em recente noticiário amplamente divulgado um alpinista cortou o próprio braço para não morrer. Perguntado a cerca da dor que sentiu, ele disse que não teve opção a questão era que ele queria viver então não havia dor maior que a da morte.

    O senador Renan, é a favor do corte de cargos comissionados do executivo, cerca de 11,000, dos 25,000 existentes. Uma economia anual de cerca de r$ 15 bilhões. 

    Se legislativo, judiciário e executivo estadual e municipal fizessem o mesmo, daria mais uns 50 bilhões por ano!

    Fazendo a conta temos 65 bilhões.

    Quase igual ao corte anunciado pelo governo de 69 bi.

    Em qualquer empresa grande contrata-se uma auditoria e cortes de pessoal são realizados.

    Mas cortar na própria carne é melhor que morrer.

     

    1. A pergunta é: Porque existem cargos comissionados?

      Para fazer o trabalho de um servidor efetivo que não cumpre seu trabalho.

      O Prefeito aqui também vai cortar custos. Mas não anunciou nenhum corte dos cargos comissionados, principalmente do alto escalão.

       

       

  13. A chamada para o post, o post e seu conteúdo estão desagregados

     

    Luis Nassif,

    Vi e li o título deste post “O pacote fiscal e os movimentos de Joaquim Levy” de terça-feira, 26/05/2015 às 06:00, e li na sequência a chamada que o blog dá ao post em que há a seguinte frase: “A suposição de que Levy jogaria a toalha é uma desconsideração para com sua inteligência; por Luis Nassif”.

    Interessei-me e fui então ler o post para ver como você ia desenvolver o título e a frase. Havia muitas obviedades como a que você inicia o post e que transcrevo a seguir:

    “A governabilidade é uma teia complexa de relações”.

    Prefiro, entretanto, um momento em que você foi direto ao dizer:

    “E tem-se um Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incapaz (pelo menos até agora) de apontar a estratégia pós-ajuste fiscal, que pelo menos crie uma expectativa positiva nessa travessia do deserto”.

    Há um pouco de relação da frase com o título do post “O pacote fiscal e os movimentos de Joaquim Levy” se tomarmos que você preferiu fazer humor com o título querendo dizer que o ministro da Fazenda Joaquim Levy se destaca pela falta de movimento. Só que a frase utilizada para fazer a chamada para o post não me pareceu concatenada ou correlacionada.

    De todo modo eu diria que não havia nenhuma estratégia pós-ajuste fiscal quando o Brasil fez o ajuste no início do ano de 1983 e adotou a desvalorização preconizada pelo FMI. Também não havia nenhuma estratégia pós-ajuste fiscal quando da desvalorização de 1999, nem quando da desvalorização de 2002/2003. E, no entanto, em 1984, 2000 e 2004, o Brasil cresceu em taxas ao redor de 4%.

    Então avalio que muito mais produtivo que o ministro Joaquim Levy se caracterize pela falta de movimento. A presença dele é apenas para reverter o fluxo negativo que a economia brasileira enfrentou em 2014 em muito em razão da economia não ter deslanchado em 2013.

    Porque a economia não ganhou o impulso em 2013 que era esperado como resultado das políticas que o governo pacientemente engendrou desde 2011 deveria ser motivo de estudo dos economistas. Provavelmente eles teriam que encontrar uma justificativa para a queda abrupta dos investimentos no terceiro trimestre de 2013. Nada disso, entretanto, é tratado no seu texto.

    Aliás, ao voltar ao passado você diz apenas o seguinte:

    “Tem-se uma economia afundando sabe-se lá até quando, saindo dos exageros da distribuição generalizada de incentivos para os exageros de um corte fiscal drástico em  pleno processo recessivo”.

    Talvez tenham sido os exageros da distribuição generalizada de incentivos que deu condições para a economia retomar o crescimento. Só que não é isso que se precisa saber. Precisa-se saber por que a retomada de crescimento não se efetivou?

    E então você termina o post com a chamada que o blog dera ao post e que eu volto a transcrever agora um pouco mais completa:

    “É evidente que Levy é mais do que um mero cabeça de planilha. A suposição de que jogaria a toalha, caso o pacote não fosse adotado na integralidade, é uma desconsideração para com sua inteligência”.

    Uma frase correta considerando que a política econômica de Joaquim Levy é a política da presidenta Dilma Rousseff e que se Joaquim Levy estivesse jogando a toalha era porque a presidenta Dilma Rousseff não soube escolher. E ela soube, pois escolheu alguém que como a própria presidenta não jogaria a toalha.

    A frase é correta mas não tem relação com o conteúdo do post. Tem com o título no sentido de que o movimento de Joaquim Levy não é de saída. Aliás, se há falta de movimento de Joaquim Levy não há como imaginar que ele venha a sair.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 26/05/2015

    1. eureka!

      Porque a economia não ganhou o impulso em 2013 que era esperado como resultado das políticas que o governo pacientemente engendrou desde 2011 deveria ser motivo de estudo dos economistas.

      a resposta já surgiu num outro post (“Um projeto à espera de um estadista”). a causa não se prende a aspectos puramente técnicos e econômicos. deve ser buscada na política.

      será que agora estão convencidos que uma oligarquia de banqueiros, rentistas, empreiteiros, agroexportadores e usineiros – uma oligarquia escravagista e anti Brasil – jamais abraçará qualquer projeto nacional e popular?

      além disto, no atual capitalismo de laços brasileiro as grandes empresas estão financeirizadas, e não mais se tem mais setor produtivo e financeiro nitidamente delimitados.

      do mesmo modo não serão acordos com os mandarins do PC da China que irão desenvolver o Brasil.

      a questão continua sendo a mesma desde os tempos do bispo Sardinha: tupi or not tupi?

      .

  14. Os níveis de emprego e a governabilidade

    Também penso assim, Nassif:

    “A desestabilização de Dilma virá não por efeito da inflação – que incomoda, mas está sob controle -, mas de uma eventual explosão do desemprego”.

    Se a juste fiscal causar desemprego significatico, Dilma vai perder o apoio (relativo) do mundo do trabalho. E o PT ficará sem discurso.

    Mas ainda acredito que ela não vai perder a mão.

    1. IMPOSTOS ARRECADADOS

      Segundo o IMPOSTOMETRO-Painel fixado no centri de São Paulo- já foram arrecadados HUM TRILHÃO de Reais em impostos. Alguém aqui poderia me explicar:

       

      1. Como é distribuido esse diheiro? Quanto vai para a saúde, educação, saneamento, etc?

      2. Por que com toda essa arrecadação o país está estagnado, sem obras de infraestrutura principalmente?

      3. Quanto ganha um motorista de senador e de deputado?

      4. Quanto ganha um ascençorista do senado?

      5. Quantos cargos comissionados existem e quanto se gasta com eles?

      6. Onde estão ex sindicalistas do PT, como Jair Menegueli, que não se fala mais deles hoje estão trabalhando e quanto estão ganhando?

      7. Por que vocês jornalistas não abordam essas questões?

  15. O melhor ajuste fiscal que o

    O melhor ajuste fiscal que o governo pode fazer é reduzir a taxa de juros da SELIC para 10%a.a., a economia será de, no mínimo, R$ 60 bilhões, sem prejudicar o setor produtivo e o trabalhador. Será que a presidente Dilma e seus ministros da área econômica não enxergam isso? Ou é miopia de altíssimo grau desse governo? ou é pânico que este governo tem dos especuladores? Tenha a santa paciência: é mediocridade elevada a potência infinita.

    1. Ou a selic a 10% a.a.
      Ou a selic a 10% a.a. reduziria a captação de capital do governo pois nao seria compatível ao risco que o Brasil representa. Além de estimular o crédito, o que estouraria ainda mais a inflação, vale lembrar que o BC definiu a obtenção do centro da meta no próximo ano como objetivo central em sua agenda. Resumindo, tal política so estimularia a inflação no país que já se encontra em um patamar alarmante.

  16. Sabe Nassif, eu votei no Lula

    Sabe Nassif, eu votei no Lula em 2002 por tudo que ela falava: Reforma Tributária, Reforma Política, Escalonamento do Imposto de Renda e tudo continuou igualzinho do governo de FHC que nos esfolava com salários baixos e altos impostos. Lula enfiou embaixo do braço o plano da tucanalha e navegou em mares calmos e se lixando para os que nele depositaram sua confiança. Foi uma decepção pior do que a de Collor, o caçador de marajás. De lá para cá, o partido que era o símbolo da ética e da moralidade mostrou sua verdadeira face: Corruptos e aliados a uma ideologia que já degradou-se no mundo inteiro. Esquerda e Direita são partes do mesmo corpo. Vamos tomar como exemplo a Venezuela e daí tirar as lições amargas que aquele povo esta passando. Hoje vejo o Lula como uma aversão terrível. O homem se julga a última bolacha do pacote, mas acabou virando alvo das mais pérfidas chacotas de forma merecida. Hoje ele pede a saída de Levy. Possa com isso. Se Levy sair vai se instalar o caos. O mercado não vai perdoar e o castelo de cartas do PT vai desmoronar. Eu leio e ouço muita bobagem sobre o PT, mas o manifesto do PT para a reunião para seu 5º Congresso é por demais preocupante. Isto é forçar demais a barra e a corda vai estourar na cabeça de todo mundo se eles julgarem que a sociedade vai aceitar calada medidas marxistas, isto sem falar nas FFAA que estão caladas esperando para ver o andar da carruagem. A situação é ruim, sim é, mas não a ponto de dizer que tudo vai desmoronar. Dilma está fazendo o que era necessário, sim está, mesmo tendo sido um estelionato eleitoral. Mas e daí? Ela foi a única que fez isso? Creio que não. Qualquer um que entrasse no governo teria de fazer este ajuste que é duro, mas necessário. O contrário pode sim fazer tudo ruir. Deixem o Levy em paz. Ele não é o problema e sim a solução. Quanto ao Lula é um sujeito total e completamente despreparado que joga com as palavras e com a paciência dos brasileiros honestos.

  17. aumento de impostos

    Este pt não toma jeito mesmo; Estes medíocres só imaginam aumentar impostos já escorchantes ao invés de diminuirem os gastos astronômicos do governo (39 ministérios )  Será que o Brasil não vai conseguir se libertar destes inescrupulosos e imorais?

  18. “…Há uma economia em crise,

    “…Há uma economia em crise, mas não caótica” (Luiz Nassif)

    Fale pela sua atividade. Quem produz, importa, exporta tem uma opinião bem diferente. Não há um indicador no Brasil relativo a produtividade que tenha melhorado nos últimos 10 anos. A burocracia estatal e as regulamentações confusas estão cada vez piores. Leva-se 7anos para registrar uma patente aqui – inovação, não temos.

    O fato (e a história está aí para ser aprendida e não recontada em novilíngua), o fato é que PT foi contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal e o PMDB é o partido que abrigou todos os líderes do Brasil hiperinflacionário.

    Os frutos dessa aliança estamos colhendo todos (quer dizer, somente os contribuintes porque, como todos sabemos, político nenhum se aperta para coisa alguma – nem os mais socialistas, como vemos no presente). Destruíram o que estava dando frutos e nos passaram a conta.

    Ah,… keynesianos,… os que não são ingênuos, são pilantras.

  19. Todos conhecem as dificuldades de aprovar medidas no congresso

    O que Levy deve ter feito foi mandar medidas com mais 20% do ajuste que pretendia.

    Se o congresso aprovar tudo ele poderá aliviar o ajuste liberando mais verbas do orçamento, em caso contrário é possível adotar medidas que não dependem do congresso, como aumento da cide ou do IOF, do mesmo modo que foi feito com CSLL.

  20. CORRUPÇÃO x ECONOMIA

    Só faltava essa! Por trazer consequências econômicas a Polícia Federal e a Justiça deveriam maneirar nas investigações e punições dos corruptos do poder. É isso aí. Cada qual defende os seus.

  21. CORTES SÓ NA CARNE DO POVO E NÃO NA PRÓPRIA CARNE

    A crise posta em nossa porta por esses criminosos incompetentes foi colocada na mão de um cara muito competente esse tal de Levy, mas o problema é que o cara não tem carta branca para tomar as medidas necessárias, os cortes só ocorrem em áreas de grande afetação do povo( saúde, educação…….) e o aumento de entradas( impostos….), o governo inchado, gordo como um dragão faminto não aceita dieta, o custo político seria muito grande. Essa crise vai transformar muito ricos em mega ricos, se querem saber quem manda no Brasil de verdade basta saber quem fez supercompras de dólar entre junho e outubro de 2014, basta saber quem comprou milhões em ações da petrobrás agora na crise; na verdade a corja endinheirada de corruptos está se dando bem com esta crise e provavelmente será ela que financiará a candidatura do Lula em 2018; o Lula ressurgirá como o salvador da pátria, o herói que virá salvar o Brasil dos erros da Dilma, é nítida a dicotomia que vem surgindo dentro dop PT, tudo fake para criar mais um boi de piranha para os corruptos atravessarem o rio do poder incólumes, aliás o PT é especialista em entregar alguns dos seus para os corvos visando salvar os faraós, reais chefes da lambança que eles fazem no poder; eles vão apurar fortunas com essa crise( duvido que a Friboi esteja em crise), dinheiro suficiente para garantir a eleição do Lula, em 2018 dão um aumento de 50% no Bolsa Família e como mágica mais 8 anos de PT; acho difícil o Brasil escapar dessa armação. A eleição apertada de 2014 mostrou que o PT precisa empobrecer mais ainda a massa, só os pobres extremos agradecerão esmolas nas urnas de 2018, mas isso eles já aprenderam e estão pondo em prática com força total. O pior que eu vejo de tudo isso não é a roubalhera, são as mudaças legais e institucionais que esses caras vão deixar com legado; direitos trabalhistas e pensões modificadas, judiciário e MP aparelhados até a alma, alterações em legislações penais e cíveis…………….. Tudo isso jamais será corrigido, como todos sabem nunca cortes de direitos serão revogados. Pobre Brasil, Pobre povo brasileiro.

  22. CORTES SÓ NA CARNE DO POVO E NÃO NA PRÓPRIA CARNE

    A crise posta em nossa porta por esses criminosos incompetentes foi colocada na mão de um cara muito competente esse tal de Levy, mas o problema é que o cara não tem carta branca para tomar as medidas necessárias, os cortes só ocorrem em áreas de grande afetação do povo( saúde, educação…….) e o aumento de entradas( impostos….), o governo inchado, gordo como um dragão faminto não aceita dieta, o custo político seria muito grande. Essa crise vai transformar muito ricos em mega ricos, se querem saber quem manda no Brasil de verdade basta saber quem fez supercompras de dólar entre junho e outubro de 2014, basta saber quem comprou milhões em ações da petrobrás agora na crise; na verdade a corja endinheirada de corruptos está se dando bem com esta crise e provavelmente será ela que financiará a candidatura do Lula em 2018; o Lula ressurgirá como o salvador da pátria, o herói que virá salvar o Brasil dos erros da Dilma, é nítida a dicotomia que vem surgindo dentro dop PT, tudo fake para criar mais um boi de piranha para os corruptos atravessarem o rio do poder incólumes, aliás o PT é especialista em entregar alguns dos seus para os corvos visando salvar os faraós, reais chefes da lambança que eles fazem no poder; eles vão apurar fortunas com essa crise( duvido que a Friboi esteja em crise), dinheiro suficiente para garantir a eleição do Lula, em 2018 dão um aumento de 50% no Bolsa Família e como mágica mais 8 anos de PT; acho difícil o Brasil escapar dessa armação. A eleição apertada de 2014 mostrou que o PT precisa empobrecer mais ainda a massa, só os pobres extremos agradecerão esmolas nas urnas de 2018, mas isso eles já aprenderam e estão pondo em prática com força total. O pior que eu vejo de tudo isso não é a roubalhera, são as mudaças legais e institucionais que esses caras vão deixar com legado; direitos trabalhistas e pensões modificadas, judiciário e MP aparelhados até a alma, alterações em legislações penais e cíveis…………….. Tudo isso jamais será corrigido, como todos sabem nunca cortes de direitos serão revogados. Pobre Brasil, Pobre povo brasileiro.

  23. A culpa não é da Lava a Jato!!

    Fiquei estarrecido com a colocação de que a justiça, o MP, e as investigações da Operação lava jato são os responsáveis pelos desdobramentos econômicos e prejuízos na área de petróleo e gás. Não meu caro Nassif, a responsável por tudo isso é a CORRUPÇÃO generalizada que se instituiu na Petrobrás! Toda uma cadeia (sem trocadilho!) produtiva foi criada e sustentada por desvios de dinheiro público, pagamentos de propina e formação de cartel pelas maiores empreiteiras do país! trabalhadores de boa fé foram iludidos na criação de empregos e o povo brasileiro iludido a acreditar nos investimentos gerados de forma espúria e lesiva aos cofres públicos, que não trouxeram nenhum benefício aos contribuintes e cidadão brasileiros. Tudo para beneficiar partidos políticos e seus projetos de poder, e empreiteiros gananciosos pelo lucro fácil. Jogar nos ombros da justiça as consequências nefastas que a descoberta desse esquema trouxe para o país é querer endossar e institucionalizar a CORRUPÇÃO como a mola mestra do desenvolvimento de um país. Nessa você errou feio.

  24. O pacote fiscal e os movimentos de Joaquim Levy

    1 batata + 1 batata = 2 batatas. 1 Levy + Dilma = esmeril . 1 Dilma + 1PT + 1Governo = falha catastrófica.                    Falha catastrófica – 1 Levy= Pacote fiscal. Pacote fiscal – Câmara = 0 Levy.                                                                      Logo: Dilma + PT + Governo + Câmara + Levy = Falha Catastrófica.

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