O projeto europeu de aeronave híbrida

Sugerido por Pedro Cavalcante

Do Inovação Tecnológica

Aeronave híbrida é misto de tudo o que voa

 

 

O projeto combina as melhores características de um avião, um hidroavião, um helicóptero, um aerodeslizador e um dirigível. [Imagem: ESTOLAS Project]

Disco voador?

A União Europeia parece realmente decidida a mudar o futuro da aviação.

Quando o problema for velocidade, a solução que está sendo trabalhada é o SpaceLiner, um avião hipersônico.

No outro extremo, para as situações mais corriqueiras, a melhor solução parece ser juntar tudo o que se conhece hoje em termos de veículos voadores e construir um híbrido que pouse em qualquer lugar, inclusive na água.

Tornar as viagens aéreas mais eficientes, mais baratas e mais sustentáveis é oobjetivo que está sendo perseguido pelo projeto ESTOLAS (Extremely Short Take Off and Landing on Any Surface – pouso e decolagem extremamente curtos em qualquer superfície).

Segundo os idealizadores do projeto, esta será uma das reviravoltas mais radicais na história da aviação.

O projeto ESTOLAS pretende desenvolver um veículo voador híbrido que combine as melhores características de um avião, um hidroavião, um helicóptero, um aerodeslizador (hovercraft) e um dirigível.

O resultado é um desenho mais curto do que o tradicional tubo com asas dos aviões atuais e mais achatado dos que os helicópteros. Na verdade, sua seção central é um disco – eventualmente, um “disco voador”.

 

Os aviões híbridos poderão simplesmente dispensar a construção de aeroportos. [Imagem: ESTOLAS Project]

Avião sem aeroporto

Além das turbinas ou turbo-hélices, o ESTOLAS terá um rotor como um helicóptero, embutido em sua fuselagem.

Dos dirigíveis, ele herdará os depósitos de hélio, usados para obter uma sustentação extra.

A aeronave terá ainda um sistema gerador de um colchão de ar, como os aerodeslizadores, para pousar em pistas não pavimentadas, esquis para pousar na neve e um desenho adequado para pousar na água, como os hidroaviões.

“A nova aeronave terá inúmeras vantagens,” garante o coordenador do projeto, Alexander Gamaleyev, da Universidade Técnica Riga, na Letônia.

O pouso e a decolagem exigirão pistas de apenas 175 metros para a versão superpesada do projeto ESTOLAS, e meros 75 metros para a versão menor – serão quatro versões, denominadas pequena, média, pesada e superpesada.

Segundo Gamaleyev, qualquer modelo poderá pousar e decolar em pistas asfaltadas, campo, pântano, mar, rio, lago ou neve.

Isso significa que os aviões híbridos poderão simplesmente dispensar a construção de aeroportos, atendendo virtualmente qualquer localidade que possua alguma superfície plana.

Os índices de carga serão de 1,5 a 2 vezes maiores que os aviões a jato ou hélices convencionais, o que significa que o custo do transporte aéreo poderá rivalizar com o transporte ferroviário, segundo Gamaleyev.

 

Até Abril de 2014 os pesquisadores planejam ter pronto um modelo, também em escala reduzida, mas funcional, que possa voar por controle remoto. [Imagem: ESTOLAS Project]

Da prancheta para a prática

Agora que o projeto está pronto, está em andamento a construção de um modelo em escala que possa ser testado em túnel de vento.

Até Abril de 2014, os pesquisadores planejam ter pronto um modelo, também em escala reduzida, mas funcional, que possa voar por controle remoto.

As etapas finais do projeto, segundo o Dr. Gamaleyev, vão incluir o desenvolvimento de um plano de negócios para ajudar a mover o projeto ESTOLAS da prancheta e dos testes de laboratório para a viabilidade comercial.

Como isso será feito ainda não está claro, mas as opções consideradas incluem o estabelecimento de joint-ventures com parceiros industriais, o licenciamento do projeto ou a atração de capital de risco para a construção dos primeiros

Apenas o nome do projeto – ESTOLAS – não soa muito promissor, ao menos em português: estolar é a perda da sustentação de uma aeronave por velocidade insuficiente para mantê-la no ar.

Redação

14 Comentários

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  1. Esse projeto me parece mais

    Esse projeto me parece mais esquisito e desajeitado que um ornitorrinco.

    Como vão obter sustentação adicional com gás hélio? Esse gásrelamente é mais leve que o ar, mas não tão leve assim. Para se obter uma sustentação significativa é necessário balões de grande tamanho, de modo que seu volume desloque uma quantidade de ar que pese o equivalente ao peso da aeronave, pior, que a diferença de peso entre o ar deslocado e o hélio dos balões seja equivalente ao peso da aeronave, ou pelo menos uma parte significativa desse peso. No projeto está claro que não tem nada disso.

    Não existe nenhuma aeronave que obtenha sustentação de uma turbina vertical do tipo que se observa no projeto. Se o equipamento funciona, por que nunca foi cogitado em nenhuma outra aeronave?

    O formato dessa aeronave é tudo menos aerodinâmico, como isso vai afetar a dirigibilidade e o consumo de combustível do veículo?

    Posso estar cometendo um erro crasso, até por não ser especialista na área, mas para mim parece algo com poucas chances de sucesso.

  2. Como prótotipo tudo bem

    Como protótipo creio que funcione, mas em escala industrial acho diicil nos próximos 50anos.

    São muitas variante num mesmo aparelho, e seu custo para produção em larga escala ficaria inviável.

  3. um treco

    O interessante está aqui:

    “Os índices de carga serão de 1,5 a 2 vezes maiores que os aviões a jato ou hélices convencionais, o que significa que o custo do transporte aéreo poderá rivalizar com o transporte ferroviário, segundo Gamaleyev.”

    Entre o Porto de Santos e o planalto, existe uma puta duma muralha que exige uma infraestrutura rodoviária e ferroviária enorme, com custo altíssimo.

    Se um treco deste funcionar daqui uns 20 anos, vai fazer sucesso.

  4. Faz tudo

    Na minha terra tem sempre um faz tudo: jardineiro, pedreiro, eletricista, pintor, bombeiro.

    No final das contas ele sempre não é nada porque quando a coisa aperta, pede pra chamarem um “entendido” no assunto. Este negócio aí tá igualzinho ao meu vizinho Se parece com tudo mas vai acabar não sendo nada

  5. Projeto ótimo para a economia

    Projeto ótimo para a economia de espaço e a segurança dos usuários.

    Penso que os governos deveriam investir para viabilizá-lo pois as grandes indústrias

    não querem abalos nos seus lucros. Aliás é por isto que ainda estamos consumindo gasolina

    quando já poderíamos estar com carros a hidrogênio. Há 50 anos temos pouquissímas alterações

    estéticas mas os motores são, basicamente, os mesmos, graças também ao lobby das petroleiras.

    Cabe aos europeus bancar estas inovações pois os americanos estão fechados com os empresários.

  6. Futuro

    Se esse projeto se concretizar, os custos de  transporte aéreo e de viagens vão diminuir, além de parecer ser mais seguro que os aviões atuais. 

  7. prós e contras

    Contra:  como tem vários sitemas de propulsão no mesmo aparelho, o gerenciamento vai ficar mais complicado e as chances de algum sistema acabar falhando serão maiores que num avião comum.

     

    A favor: como tem vários sistems de propulsão, se um deles falhar, os outros podem assumir a tarefa. Num avião comum não tem jeito, cai….

    1. mais algumas vantagens

      pouca infraestrura no solo,

      é previsto um modelo com capacidade de carga de 200t,

      são aproximadamente quatro contêireres de 20 pés

  8. Assunto antigo – Ekranoplanos

       Este tipo de hibrido combinando avião, hidroavião e hovercraft, é uma solução que vem desde a década de 30 vai e volta, aparece e desaparece, principalmente no leste europeu, afinal os russos foram sempre, e até hoje, os maiores incentivadores deste tipo de tecnologia ( Yurev, Golubev, Serebryskiy, Biyachuev) e nas décadas de 60/70/80, o primeiro projetista deste tipo de aerohidronave, Rostislav Alekseyev, que tornou operacionais os primeiros “ekranoplanos” ( MDE: Morskoy Desahntnyy Ekranoplan – ekranoplano maritimo de assalto), os 3 (tres) A-90, que agregados a Esquadra do Caspio ( 236o Esquadrão), podiam transportar uma carga util de até 20.000 kg, ou em versão civil (proposta) 350 passageiros, a uma velocidade maxima de 500 km/h e de cruzeiro 350 Km/h – alcance de 1.500 Km.

        Hj. quem carrega a herança de Alekseyev, é Dmitry Sinitsin, com a empresa Aquaglide e o modelo de produção ( ekranoplano pequeno civil) Amphistar/Volga 2.

        Quando alguem for a Moscou, visite o unico e imenso A-90 “26” preservado, no  Museu da Marinha da Russia, na Represa de Kimkiskoye.

         P.S. : na net alem do A-90, é interessante procurar o “Lun”, um ekranoplano de 400 toneladas propulsado por 8 turbo jatos, que teve uma versão completada ( lança misseis pesados anti navio) e outra proposta de “spasatel” (resgatador em russo), projetos liderados por Kyrillovich, que foram deixados de lado após a falencia da URSS em 1991.

  9. Hipersonicos da DLR

      Leiam a matéria no original de dezembro de 2012: http://www.dlr.de/en/desktopdefault.aspx/tabid-10081/51_read-5898/

      e vejam o video de fev/2013: http://www.dlr.de/as/en/desktopdefault.aspx/tabid-194/407_read-5442/

       Alem do mais, seria importante que uma publicação brasileira, como é o caso da “Inovação Tecnológica”, informa-se que este “projeto europeu” – liderado pela DLR do governo alemão – possui uma contriubuição pequena, mas importante, de entidades e empresas brasileiras, que estão juntos com a DLR, em uma parceria referente a sistemas Waverider.

        Todo mundo fica comentando nossas percerias ( até agora furadas e atrasadas), com os chineses e ucranianos, mas “esquecem” das frutiferas parcerias com os alemães – waverider, VSB30, micro-satélites e SARA ; com os suecos (VSB 30) e os israelenses de Porto Alegre ( microsatélites, do novo Polo Aeroespacial do RS: AEL/Elbit + Gov RS + UFRS + UFSM + PUCRS + Unisinos, que serão as primeiras “cargas uteis” do Cy-4 e do VLS).

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