Os BRICS não são de brincadeira

Os BRICS não são de brincadeira

por Emanuel Cancella e Francisco Soriano*

Os BRICS, que correspondem à aliança do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, unem os principais países emergentes e é uma resposta aos países hegemônicos, formados principalmente pelos EUA e Europa, que só se referem aos países pobres como colônias.

Com exceção do presidente Barack Obama, representante dos americanos que respeitamos, principalmente pelas políticas como o fim do bloqueio a Cuba, o início do desmonte da prisão de Guantánamo, as negociações com o Irã (ou seja, a prática de se valer menos da força do que do diálogo na política internacional), a sensibilidade com os problemas sociais e a defesa dos americanos pobres, negros, imigrantes latinos, nos permite dizer que Obama é indiscutivelmente melhor do que os dois presidentes Bush (pai e filho) ou seus demais antecessores, já que todos imprimiram uma política de império do norte em relação a todos os países latino- americanos, que sempre foram tratados como quintal dos Estados Unidos.

Foi no governo Lula, com o Partido dos Trabalhadores à frente, que se formaram os BRICS e o Mercosul, o que fortalece Lula, mais uma vez, como um estadista com visão internacional. Houve muito temor de que Dilma não se reelegesse, pois representaria o fim dessas alianças dos BRICS com o Mercosul.

  

A boa nova vem da China com um pacote de investimentos da ordem de U$ 50 BI em nosso país, priorizando a construção da ferrovia Transamazônica que vai unir os oceanos Atlântico e Pacifico, passando pelo Brasil, o que levará uma explosão comercial do MERCOSUL com o resto do mundo; acabará o isolamento do Brasil no oceano Pacífico e a Venezuela sairá do isolamento!

Enfim, a América do Sul está se levantando, político e economicamente.

A grande mídia, como não poderia deixar de ser, pois sempre se coloca contra o Brasil, deu o informe da reunião de Dilma com o ministro chinês, Li Keqiang, que resultou no pacote bilionário de investimento, como o anúncio de um velório.

 Lembrando que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e com no Peru e Chile está em segundo lugar..

 Os chineses, apesar do olho pequeno, mostraram sua imensurável visão global que além de despertar entre as nações os sentimentos de liberdade, igualdade e fraternidade, aciona o círculo virtuoso da economia, o que vai gerar investimentos, arrecadação de impostos, empregos e oportunidades para todos, inclusive para os próprios chineses que dão mostras de arrefecimento em sua capacidade de crescimento interno e se abrem para o mundo.

A China, desde o ano 2000, tem conquistado o maior crescimento econômico do mundo, com uma taxa anual de 10% e terá ultrapassado a economia da União Européia, tornando-se o segundo maior mercado de exportação da América Latina, segundo estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC), da ONU.

 Todavia, precisamos estar atentos para o fato de que nossos principais itens de exportação para os chineses se constituem de matérias primas (ferro, soja e petróleo), enquanto que os deles são de manufaturas (televisões, telefones, telas de LCD). Se não pudermos inverter esta situação, pelo menos devemos procurar o equilíbrio.

 Acreditamos que essa é a melhor resposta da reeleita presidente Dilma com a qual, enquanto sindicalista temos relação de independência, poderia dar àqueles que, ao que parece, só sabem bater panela.         

Honra ao mérito ao grande nacionalista e economista José Carlos de Assis, articulista do pacote chinês no Brasil, junto ao governo, realizando debates sobre o tema no Clube de Engenharia, nas principais centrais sindicais, nos movimentos sociais e sindicatos.   

*Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

*Francisco Soriano é graduado em ciências econômicas, DIRETOR DA TV Comunitária do Rio de Janeiro e autor do Livro “A Grande Partida: Anos de Chumbo”.

 Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015

http://emanuelcancella.blogspot.com.br/

Redação

30 Comentários

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  1. O conceito BRICS é uma

    O conceito BRICS é uma fantasia criada por um banqueiro inglês que reside em Nova York. É apenas um acronimo, os paises são completamente diferentes e não se ligam por cultura, objetivos, etnias, historia, coisa nenhuma.

    Os cinco paises dos BRICS estão em diferentes estagios de economia e não são complementares. Uma alinaça economica é dificil mas não impossivel, uma aliança geopolitica é inimaginavel porque são diferentes zonas de ação e influencia.

    Mas sempre terão sonhadores e aproveitadores de sologans pelo mundo. Veja-se o caso do Banco dos BRICS, até agora no papel.

    O Brasil foi convidado a participar MAS não foi oferecido NENHUM cargo na Diretoria. Zero. São só asiaticos.

    Quer dizer, querem do Brasil 15 bilhões de dolares mas não oferecem nem o cargo de porteiro, a mesma coisa que a UNASUL, onde o Brasil paga todas as contas e não tem e nunca teve nenhum cargo na diretoria.

    1. Vamos continuar com as besteiras!

      Segundo o André, uma aliança geopolítica é inimaginável porque são diferentes zonas e influência.

      Não seria exatamente ao contrário?

      Países na mesma zona, exemplo México e USA, não formam alianças geopolíticas, formam alianças de dependências, ou seja, o país mais forte simplesmente abafa o outro quando não o invade. Uma aliança geopolítica com a China e/ou a Rússia é uma garantia que o mais fraco, no caso o Brasil, não precisa temer o outro, pois cada um influência a sua região.

      1. Alianças geopoliticas se

        Alianças geopoliticas se fazem através da Historia visando um objetivo comum, exemplo, a Triplice Aliança do Brasil, Argentina e Uruguai para enfrentar o Paraguai ou a Entente Cordiale entre a França e Inglaterra para enfrentar a Alemanha. Uma alinaça dos BRICS visaria a que objetivo comum?

        1. André,
           
          Posso estar

          André,

           

          Posso estar enganado, mas acho que o interesse da China no Brasil é por comida.

          Se os chineses melhorarem o padrão de vida, certamente irão comer mais.

          A China tem 1 bilhão e 300 milhões de habitantes ou mais e uma área geográfica praticamente igual a do Brasil. Penso que não terão terras e água para produzir comida para tanta gente.

          O Brasil tem a maior área agricultável do mundo, a maior reserva de água doce do munto e uma população que jamais chegará a 300 milhões de pessoas.

          Transportar a comida e outras matérias primas por ferrovia até o pacífico e depois de navio para a china dimunuirá drasticamtne os custos de transporte.

          Acho que temos de ter o cuidado de não servir apenas de celeiro ou almoxarifado para os chineses.

           

        2. E qual o objetivo do G7?

          Posso ser ignorante (já afirmo isso prevenindo o recurso falacioso da carteirada em caixa alta), mas mesmo assim posso perceber o furo na lógica de sua argumentação.

          A Tríplice Aliança foi formada para enfrentar o Paraguai

          A Entente Cordiale foi formada para enfrentar a Alemanha

          Até aí, OK.

          Porém parece-me lógico que:

          Os BRICS foram formados para enfrentar o G7

          Aí suponho que possa ser colocada um contraponto afirmando que nos dois primeiros casos havia a proximidade geográfica e a ameaça (concretizada) de guerra.

          Sim, é uma diferença, mas essa diferença foi imposta pela sua argumentação. Afinal a aliança geopolítica proposta pelos BRICS guarda essas mesmas diferenças em relação à Tríplice Aliança ou à Entende Cordiale.

          O contexto dos BRICS é global, o das duas alianças de sua argumentação foi regional. E não há ameaça de guerra no contexto atual. As diferenças foram postas por você ao escolher os exemplos de sua argumentação.

          A semelhança maior seria com a Entende Cordiale, pois havia naquela época uma disputa global. Claro que global para os padrões da época, pois o termo reveste-se de uma significado diferente dado o contexto tecnológico e econômico atual, mas aceitemos o paralelo para prosseguir com a argumentação. Naquela época havia uma disputa de mercados como há hoje. Claro que não estou comparando o colonialismo do início do século XX com a globalização do início do século XXI, mas são no fundo ambas disputas de mercados e nenhuma analogia é perfeita, sempre vai-se encontrar diferenças.

          Aproveito e já deixo claro que não proponho nada e nem quero nada com este meu comentário. Coloquei-o apenas para dizer que acho que seu argumento foi furado em função de haver sim um objetivo e um enfrentamento que cataliza a ação dos BRICS. Mesmo sendo um enfrentamento mais diplomático e muito menos militar (ou nada militar, espero) do que os exemplos que você colocou, o objetivo comum dos BRICS me parecem tão claro quanto das outras alianças citadas.

           

          1. Os paises dos BRICS não tem a

            Os paises dos BRICS não tem a simetria geopolitica que os torne uma frente em contraposição a outra. A INDIA acaba de firmar uma amplo Trtado de Cooperação com os EUA, a China está umbelicalmente ligada aos EUA por interesse comerciais e financeiros comuns, 70 empresas chinesas tem suas ações cotadas na Bolsa de Nova York e só 11 na Bolsa de Hong Kong, as reservas liquidas da China estão nos EUA e não nos colegas dos BRICS, ESSAS RESERVAS RESULTAM DE SALDOS COMERCIAIS COM OS EUA EM TRINTA ANOS APÓS A ABERTURA DA CHINA PELO PRESIDENTE NIXON.

            O fato de terem alguns tópicos que querem discutir em comum, como a reforma do FMI, não faz uma aliança.

            Na Africa a China é concorrente frontal com as empresas brasileiras, está tirando obras do Brasil em Angola.

          2. São quanto por cento da

            São quanto por cento da economia mundial? E da população? E da superfície? E dos recursos naturais?

            A Europa que não pode a longo prazo contrapor a ninguém!

          3. Meu caro, a China é a fabrica

            Meu caro, a China é a fabrica do mundo porque sua mão de obra é boa e barata, não tem ferias, aposentadoria, seguro saude, tudo o que tem até na classe trabalhadora brasileira MAS a China tem IMENSAS CARENCIAS, mais de um bilhão não tem vaso sanitario, encanamento em casa, casas razoaveis, há uma faixa litoranea e de grandes cidades com uma estrutura ocidental mas o interiorzão ainda é atrasado, rural e pobre, portanto não é essa Brastem que a esquerdolandia imagina, curtindo a alegia de pensar que a emergencia da China significa o fim da cultura ocidental que eles odeiam.

            Quem hoje vai à China vai a Shangai e Beijing, não vai ao nortão de Hunan onde a coisa é feia, terras pobres, pouca renda,

            infra estrutura precaria, perto dessa provincia o Maranhão é a Alemanha. Quando a China foi aberta para o mundo pelo Presidente Nixon inspirado por Henry Kissinger, a Revolução Cultura tinha há pouco tempo acabado e 30 milhões de chineses morreram de fome, há muita ilusão sobre a China multiplicada pela esquerdolandia mundial son o slogan

            “”Viva a China e abaixo os Estados Unidos”, acreditando que o crescimento da China sgnifica o fim dos EUA.

            A coisa não é tão simetrica, é claro que o crescimento das economias emergentes significa novas forças na economia e na geopolitica, é obvio que a predominancia americana está e escala descendente mas a ordem mundial não comporta uma leittura tão simplista, ainda falta muito e muito chão para emergentes mesmo em bloco ameaçaram a ordem mundial do G-7.

            Pense apenas uma coisa , a birga hoje no G-7 e sobre a escala da aposentadoria e do seguro saude das populações, na China não tem nada disso, se não puder trabalhar NÃO COME a menos que um parente ajude, os velhos são cuidados pelos filhos, não tem INSS, seguro de inbalidez, cada um que se vire. Esse é o modelo do crescimento da China.

          4. Isso já está com os dias contados:

            Salários crescem na China (http://www.liberal-social.org/salarios-crescem-na-china)

             

            Alguns esquerdistas contestam por vezes o facto de termos que concorrer com os chineses. Segundo eles, na China não há sindicatos e há poucos direitos sociais, pelo que os custos laborais chineses permanecem e permanecerão sempre baixíssimos, impedindo uma concorrência leal com os chineses.

            Parece no entanto que isto se está a revelar falso. Segundo o The Economist (admitidamente, uma fonte potencialmente tendenciosa…) desta semana, os salários nas províncias costeiras chinesas têm consistentemente subido mais de 10% ao ano ao longo dos últimos anos, devido à crescente escassez de mão-de-obra. Isto no caso dos salários de operários não-qualificados; no caso de gestores, os salários têm subido ainda muito mais rapidamente, fenómeno que é agravado pela fortíssima concorrência entre diferentes empresas pelos poucos gestores disponíveis, o que faz com que frequentemente gestores chineses abandonem de um dia para o outro uma empresa para passarem para uma sua rival.

            Segundo o The Economist, a China já não é, de forma nenhuma, uma paraíso de baixos salários: os custos laborais chineses são agora muito superiores (quase que um fator de 2) aos de países como o Vietname, a Indonésia ou o Bangladesh. As empresas ocidentais continuam a investir na China, já não devido aos seus baixos salários, mas sobretudo devido às suas boas infra-estruturas e para poderem fornecer o seu gigantesco mercado.

            Portanto, ao que parece, a China não é assim tão diferente de outros países asiáticos, como o Japão e a Coreia, que antes dela assustaram fortemente os Ocidentais. Também na China os salários subirão, e também a China deixará de ser apenas um paraíso da mão-de-obra barata.

             

          5. Primeiro ter comida nos supermercados, …

            Parece que os governantes chineses estão preocupados com o problema do ovo e da galinha, se eles aumentam o salário sem ter comida nos supermercados, simplesmente ninguém vai comer e a inflação sobe. O que eles estão fazendo é tentar ao mesmo tempo aumentar as importações de alimentos e outros produtos a medida que os salários sobem.

            Só para lembrar, nos dias atuais os chineses estão abandonando a prática de comer cachorros, pois o que eles gostam mais é de gado, porco e galinha, mas para alimentar 1 bilhão e trezentos milhões haja carne.

            Me parece simples, eles querem e precisam tanto do Brasil como nós da China! Isto que é uma aliança de interesses não militares.

          6. “as reservas liquidas da

            “as reservas liquidas da China estão nos EUA e não nos colegas dos BRICS”

            Ora Sr. Araújo, os EUA são a base da economia mundial desde o final da Segunda Guerra Mundial, é o país mais rico do planeta e é o único a emitir a moeda usada em todas as transações comerciais internacionais. O Sr. queria que as reservas da China estivessem onde?

            Eu poderia usar a mesma falácia e citar que a China é credora dos EUA, que dependem desse dinheiro das reservas chinesas, mas isso provaria o que em relação ao ponto que discutíamos? Prova nada, assim como o fato que você citou não prova nada.

            O dia em que a China tirar suas reservas dos EUA e colocar nos outros países dos BRICS marcará o fim do processo e não seu início, onde estamos. E eu nem acho que chegará a esse ponto, basta que a China mude um pouco a composição de suas reservas, distribuindo-as em ativos espalhados não exclusivamente nos BRICS, mas em muitos outros países que não os EUA, para representar uma mudança extremamente significativa no equilíbrio geopolítico mundial. Se isso vai acontecer não sabemos, mas o debate é sobre a possibilidade de ocorrer.

            “O fato de terem alguns tópicos que querem discutir em comum, como a reforma do FMI, não faz uma aliança.”

            Ora Sr. Araújo, há mais coisas entre os países do BRICS do que simplesmente “alguns tópicos que querem discutir em comum”. Há relações comerciais, interesse em manter suas respectivas zonas de influência, pautas diplomática de interesse comum. O Sr. está tentando minimizar os interesses comuns dessas nações dizendo que são apenas alguns tópicos para discussão, mas sabe que na verdade é bem mais que isso. Se é ou não suficiente para uma aliança estratégica é o ponto em que queremos chegar, porém não é tentando minimizar os argumentos da proposição contrária a sua que o Sr. chegará a um ponto de convencimento. Não vamos brigar com os fatos.

            Aliás acho que não se avança nessa discussão sem definir o que entendemos por “aliança estratégica”. Seria a formação de um bloco militar como a OTAN? Se for isso eu concordo consigo que não se chegará a esse ponto. Será o desenvolvimento de relações comerciais que não passem pela moeda americana e não se submetam à lógica dominante do sistema monetário Internacional, FMI e Banco Mundial? Talvez. O fato é que não se pode debater a viabilidade de uma aliança sem definir o que seria essa aliança.

            Não me sinto gabaritado para um debate nesse nível, só estou colocando considerações lógicas que tiro de sua própria argumentação, sem defender a tese contrária, mas apenas aventando sua sustentação diante desses argumentos.

            De qualquer forma obrigado pelas suas considerações que estão sendo muito instrutivas e interessantes.

             

          7. http://www.treasury.gov/ticda

            http://www.treasury.gov/ticdata/Publish/mfh.txt

            As reservas da China em bonus do Tesouro dos EUA são de US$1,270 trilhão de dolares, o Japão vem logo abaixo

            com US$1,220 trilhão, o total dos titulos em nome de Governos estrangeiros é de US$6,2 trilhão.

            A China tem portanto 7,4% do volume de titulos emitidos do Tesouro dos EUA, o qual não depende de nenhum Governo para rolar sua divida. Os titulos (Treasury Bills) tem prazo de 30 anos, não são exigiveis a curto prazo. Se a China oferecer à venda o Federal Reserve compra em  minutos, o Fed tem em sua carteira US$5.8 trilhão de titulos do Tesouro, há demanda reprimida, se a China vender tudo o mercado absorve sem nenhuma dificuldade e se por acaso este não absorver o Fed compra. Os leilões de T-Bills do Fed tem entre quatro a cinco vezes mais  demanda anotada do que o volume ofertado, há muito liquidez no mundo e nos EUA para compra de titulos do Tesouro, é liquidez com juros.

            Os fundos de investimentos e de renda fixa americanos tem ativos de US$60 trilhões, só o Black Rock tem US$4,7 trilhões

            QUATRO vezes as reservas chinesas em dolar.

            Portanto esse papo de que o Tesouro americano depende de algum outro Pais para se financiar é pura lenda.

          8. A reforma do FMI é apenas um

            A reforma do FMI é apenas um ponto específico de uma discussão maior: a reestruturação da ordem financeira internacional. Essa é uma discussão estratégica central, presente em todas as declarações conjuntas dos Brics, que demonstram consenso em inúmeros aspectos. Cumpre notar também os aspectos concretos dessa visão, como a lógica dos acordos de swap assinados entre esses países e outros. 

            Impressionante como o autor de livros de finanças não tenha a capacidade para entender o que está em jogo nessa discussão, sem dúvida o tema mais importante da ordem internacional contemporânea.

            Mas André Araújo está muito ocupado argumentando sobre a impossibilidade de entendimentos com a China, dado o hábito dos chienses de comer cachorro. Esse sim um tema crucial, que denota a substância intelectual dos argumentos araujianos.

          9. Aí começas a mentir.

            As duas alianças que citaste eram alianças que foram feitas para a GUERRA, não nos tome como tolos.

          10. A comparação entre Entente

            A comparação entre Entente Cordiale x Império Alemão e Brics x G 7 é bastante pertinente, pois ambas rivalidades refletem a disputa entre potências estabilizadas, que buscam manter o decadente status quo, e potências emergentes, que buscam reformular a ordem internacional para acomodar seus próprios interesses.

            A própria estruturação da governança financeira internacional com base na formação dos G financeiros denotam as transformações da ordem estabelecida em Bretton Woods, baseada, inicalmente no G1(EUA), com subsequentes expansões a cada crise do modelo(G3, após a recuperação econômica da Europa e Japão; G6(depois G7) após o fim do sistema Bretton Woods I; G8, com o fim da URSS e a inclusão da Rússia, e, finalmente, o G20, após a crise econômica de 2008, crise definitiva do modelo de governança adotado em Bretton Woods, que tem o dólar como unidade internacional de reserva).

            O G20 denota o limite final da possibilidade de acomodação de economias emergentes dentro do paradigma de Bretton Woods, principalmente com a consolidação da China como maior economia do planeta e o deslocamento do centro da ecomia global para a Ásia.

            Note como André Araújo, que não entende nada de finanças, não percebe a natureza das “reformas” defendidas pelo Brics, que consistem, basicamente, em uma redefinição de poderes para a governança financeira global, que venha a refletir o peso econômico dos países emergentes(núcleo da discussão sobre a reforma das cotas no FMI, onde a Bélgica possuia mais representatividade que o Brasil, por exemplo)e no inevitável declínio no papel do dólar como unidade de reserva e conta internacional(os acordos de swap)

             

    2. As economias de Brasil e

      As economias de Brasil e China não são complementares, por isso a China é o principal parceiro comercial do Brasil?Por isso a China recém firmou acordo para investir mais de 50 Bi no Brasil?

      As economias de China e Rússia não são complementares, porque a China não tem interesse no gás natural russo. 

      Melhor alguém aprender o significado de complementar.

      Sobre os aspectos geopolíticos, melhor você começar a se informar um pouco, as posições conjuntas dos BRICS estão em suas declarações, materialziadas em diversas iniciativas. Tome, por exemplo, a posição conjunta da necessidade de reforma do sistema financeiro internacional, só pra ficar em um aspecto, e os inúmeros acordos de swap firmados entre os países do Brics.

      1. Na minha opinião a

        Na minha opinião a argumentação do André tem diversos pontos fortes. Isso fica bem claro no tipo de investimento que serão feitos pela China no Brasil, basicamente infraestrutura de transporte que reduz custos de importação para eles. Eu questiono como ficarão os portos que o Brasil investiu uma fortuna para modernizar??

        No mais, as econômias não são de forma alguma complementares. Isso é verdadeiro para relações entre Brasil e Argentina por exemplo, onde tanto compramos como vendemos diversos bens primários e industriais. Já a China meramente compra matéria prima brasileira a preço internacional, commodities, assim como compra gás, alimentos e minérios de diversos países. Por fim, nos vendem produtos industrializados a baixo preço que pressiona para baixo a nossa industria, num claro exemplo de desequilibrio da relação comercial, portanto não complementares.

        1. Difícil entender os

          Difícil entender os comentários de quem não sabe nem o significado de complementar.

          Os investimentos chineses em infra-estrutura serão ruins para o Brasil?

          Difícil entender como os portos brasileiros serão prejudicados pela construção dessa via transoceânica.

          Enfim, irracionalidade e absurdos são recorrentes nos comentários com fanatiamente ideologizados do André Araújo. Lembro que, em comentário anterior, ele criticou a parceria comercial e política com a China alegando que os chineses comem cachorro. Olha é o nível intelectual dos comentários.

    3. Não é uma fantasia

      Pouco importa que a sigla tenha sido criada por um representante da Goldman Sachs. Ironia da História. Entenda que trata-se de uma resposta ao projeto geopolítico eurasiano dos EUA. Rússia e China com a Índia para representar a Eurásia, um representante da África e outro da América do Sul. Faz sentido. Tanto faz que a “pax americana” parou ali na Sîria, ainda não sabe como e onde levar sua guerra. 

    4. O comentário do André Araújo

      O comentário do André Araújo é batsante ilustrativo do provincianismo dessa cultura bacharelesca que domina a mente subdesenvolvida da elite brasileira.

      A China vai investir 53 Bi no Brasil, em meio a grave crise internacional, e Araújo está preocupado com cargos no Banco do Brics.

      O Brasil está utilizando a Unasul para a criação de uma força de defesa sul-americana, de forma a permitir economias de escala para a indústria bélica sul-americana(ou seja, brasileira), e Araújo está preocupado com cargos burocráticos.

      Em tempos coloniais, os paulistas eram conhecidos como jecas do mato, caipiras facilmente adulados com títulos, de forma que a Coroa portuguesa os manipulava com honrarias sem qualquer efeito prático.

      Algumas coisas não mudam nunca.

      dCurioso também como os americanos(que em nada se assemelham desse provincianismo típico, principalmente, dos paulistas)sempre entenderam essa mentalidade subdesenvolvida da elite brasileira e a utilizaram a seu favor, com bajulação tosca, elogios vazios, e nada em termos práticos.

      Esses sempre foram os termos da relação dos Brasil com os americanos em governos como Dutra, FHC, etc., com grandes prejuízos aos brasileiros.

      Essa mentalidade ideologizada e subdesenvolvida que André Araújo reproduz em seus comentários nunca trouxe nada de bom para o país, basta ver seus governos: Dutra, Castello Branco, FHC, períodos de governantes sem sentido prático, papagaios de ideologias oriundas dos EUA, que se aproveitavam disso todo o instante.

      Dutra esposou a ideologia da guerra fria sem conseguir nada em troca, só elogios vazios e honrarias baratas quando viajou aos EUA; FHC se deslumbrava ao dizer que era amigo de Clinton, e que só se tratavam pelo primeiro nome. Nunca passou de um capacho, aquela foto de Clinton praticamente trepado em suas costas, comos e fosse um burro de cargo, é a ilustração dessa relação. 

       

       

  2. Claro André, os Brics não tem economias complementares!

    Imagina se tivessem!

    Conforme o André um país ter como seu maior parceiro comercial o outro não indica que as economias são complementares?

    Pelo visto não sei mais o que são economias complementares.

    1. China é um Pais, BRICS é um

      China é um Pais, BRICS é um grupo de paises, temos complementariedade com a China, mas não com a India, Russia e Africa do Sul. China, India e Russia produzem todos os manufaturados que o Brasil tenta exportar com dificuldade, perdendo por preço com produtos chineses, russos e indianos, exemplo industria naval, de tratores rodoviarios,

      aço, etc. A India é nossa grande concorrente na exportação de açucar.

      1. de onde tiraste essa sandice?

        Mesmo com uma taxa cambial demente, o VTI (o PIB da indúsitra, aproximadamente)  brasilieiro é o segundo maior entre os BRICS, assim como é a segunda que mais inova e mais desenvolve tecnologia relativamente. 

        Além disso, “manufaturados” é uma conjunto monstruoso de setores, com carcaterísticas tecnológicas e produtivas muito heterogêneas entre si. Vc está falando dos preços de todos, da maioria ou dsses que citaste?  Ali´,as mais importante: de que preço vc está falando? Ao câmbio de qual ano, com ou sem impostos, com ou sem subvenções, nas mesmas condições de financiamento? 

    2. Brasil e Rússia tem economias

      Brasil e Rússia tem economias mais complementares que China e Índia.

      Díficil saber se China e Índia também se complementam…

  3. André, sabias que o consumo

    André, sabias que o consumo de carne de cachorro na China praticamente caiu a zero, eles querem é picanha e costela!

  4. “Os chineses, apesar do olho

    “Os chineses, apesar do olho pequeno, mostraram sua imensurável visão global que além de despertar entre as nações os sentimentos de liberdade, igualdade e fraternidade”…

    O cara que escreveu isso é um ótimo comediante.

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