Os desafios de mudar a política monetária

Os jogos no mercado sempre são na véspera. Especula-se no boato e se assenta no fato.

Durante meses o mercado especulou em torno das eleições. Se as pesquisas apontavam Dilma na frente, vendiam-se ações e compravam-se dólares. Se Aécio (ou Marina) na frente, compravam-se ações e vendiam-se dólares.

Qual a fundamentação desses movimentos? Nenhuma. Fosse quem fosse o eleito, a política econômica seria muito semelhante, em função das restrições econômicas, fiscais e políticas.

Eleita Dilma, no primeiro dia a Bolsa caiu, independentemente de seu discurso de vitória; no segundo dia a Bolsa subiu, independentemente das suas declarações sobre o próximo governo.

***

Esse mesmo movimento se manifestou em torno da decisão do FED (o Banco Central norte-americano) de injetar liquidez na economia, através do resgate dos títulos públicos no vencimento. Durante longo período, a cada rodada do FED o mercado especulava sobre o dia em que acabariam os resgates, haveria um aumento dos juros internos nos EUA atraindo dólares do mundo inteiro e provocando terremotos nos países mais vulneráveis – como o Brasil.

Ontem, o FED anunciou o fim das injeções de liquidez. E o dólar caiu no mercado brasileiro. A Bolsa também caiu mas por razões que nada tiveram a ver com o mercado internacional.

***

Esses movimentos de mercado – de especular no boato e realizar no fato – acabaram enredando o Banco Central. Parte da alta da Selic, nos últimos dois anos, deveu-se a manobras defensivas contra o chamado Dia D, para segurar o capital especulativo quando o grande aspirador de dólares fosse ligado.

***

O segundo governo Dilma terá grandes desafios pela frente. Demorará um tempo para regularizar a questão fiscal, reconquistar a confiança do mercado e retomar os grandes investimentos em infraestrutura. Neste final de ano, a maioria dos desembolsos foi contingenciado nas mais diferentes áreas.

***

No segundo governo, a política econômica terá definitivamente que casar política monetária, cambial e fiscal com as necessidades de caixa dos programas sociais e das políticas industriais. Não dá mais para cada qual caminhar para um lado, como se fossem peças independentes.

E aí se volta ao sistema de metas inflacionarias adotado pelo BC: aumentar a taxa Selic para combater a inflação. Não há nenhuma comprovação empírica da eficácia desse sistema. Com a economia parando, é ridículo pensar em pressão de demanda – único tipo de inflação que justificaria aumento de juros.

No entanto, a alta de juros desmonta toda a estratégia de retomada dos investimentos.

De um lado, compromete parcelas expressivas do orçamento público, reduzindo o espaço fiscal do governo. De outro, atrasando a reciclagem da poupança dos ativos de renda fixa para títulos de renda variável de longo prazo, relevantes para o financiamento de investimentos.

***

No início do primeiro governo, Dilma tentou derrubar os juros. Acabou recuando devido à pouca segurança passada pelo BC.

Um dos desafios de Dilma será colocar à frente do BC técnicos com credibilidade e conhecimento de mercado capazes de substituir o sistema de metas inflacionárias por outras formas de coordenar expectativas sem as enormes contraindicações do sistema atual.

 

Luis Nassif

31 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O novo ciclo de

    O novo ciclo de desenvolvimento precisa do Congresso Nacional

    Alguns setores da sociedade demonstraram preocupação que a indicação de um nome ligado ao mercado para ocupar o alto escalão pode fazer com que o governo dê uma guinada à direita.

    Nem sempre isso ocorre. Foi com Henrique Meirelles no Banco Central e Guido Mantega no Ministério da Fazenda que em 2008 o Brasil realizou a maior política anticíclica e contrária aos desejos do mercado em nossa história.

    O que Dilma prometeu durante a campanha foi o controle do déficit, inflação dentro da meta, manter o superávit fiscal com crescimento e sem austeridade, promover a desvalorização do real para aumentar a competitividade das nossas empresas, e manter a política redistributiva.

    Esse conjunto anunciado por Dilma é a base da sua política monetária, fiscal, cambial, e redistributiva.

    Os ministros do governo e mesmo o diretor do Banco Central não poderão fugir dessas diretrizes, e terão sob suas responsabilidades a realização dessa política governamental.

    Não há risco de retrocesso que ponha o fiscalismo prejudicando a estrutura produtiva interna. Hoje o Brasil conta com uma sólida reserva em dólar que protege o país contra ataques especulativos que obriguem o governo a seguir rigorosamente a cartilha neoliberal como ocorreu no primeiro governo Lula.

    O que Dilma defende é o chamado novo-desenvolvimentismo que oferece uma alternativa às políticas neoliberais e ao “velho desenvolvimentismo”. Para Dilma e os formuladores da política econômica do PT não é o rentismo e o mercado desregulamentado e nem intervenção estatal isolada dos agentes privados que devem prevalecer.

    O que se propõe é a complementaridade entre Estado e mercado que dê ênfase na competitividade internacional através da incorporação de progresso técnico, e a necessidade da equidade social para o desenvolvimento do país.

    Dilma e o PT seguem esse pensamento novo-desenvolvimentista. Para eles:

    – não há mercado forte sem Estado forte;

    – não haverá crescimento sustentado sem o fortalecimento do Estado e do mercado e sem implementação de políticas macroeconômicas adequadas;

    – mercado e Estados fortes somente serão construídos por um projeto nacional de desenvolvimento que compatibilize crescimento com equidade social;

    – e não é possível manter o combate a desigualdade sem crescimento econômico a taxas elevadas e continuadas.

    Para os que se preocupam com os avanços pedidos, com o aprimoramento da nossa democracia e a continuidade das bandeiras progressistas digo que o nosso maior problema não está nos comandos dos ministérios ou do BC e sim no nosso Congresso.

    É de lá que deverão (deveria?) sair as legislações que permitam tais avanços.

    Sem as reformas política, fiscal e tributária pouco se conseguirá criar condições de melhorias econômicas e de representatividade tão reclamadas.

    Reforma Fiscal e Tributária

    Para que o país volte a crescer dentro do desenvolvimentismo é necessário que o Congresso aprove uma legislação que aumente a receita remanejando a carga tributária com o objetivo de desonerar a produção e a contribuição da classe média e de impedir a cobrança de impostos em efeito cascata, para isso deverão ser aprovadas leis que onere a renda e patrimônio. Por outro lado é preciso que o Congresso transfira atribuições para estados e municípios para dar-lhes mais autonomia dentro de um novo pacto federativo e a consequente redistribuição orçamentária terá que ocorrer. Um vespeiro difícil de ser acalmado.

    Reforma Política

    A chamada mãe de todas as reformas visa basicamente criar condições que:

    – Melhorem a representatividade com a ampliação dos espaços deliberativos;

    – Objetivem o fortalecimento dos partidos políticos para possibilitar que os representados e os eleitores saibam dos seus pensamentos e das suas propostas para evitar que suas escolhas recaiam nos interesses individuais disfarçados de interesse público;

    – Barateiem as eleições e dificultem a formação do famigerado caixa dois de campanha.

    Pelo exposto, dependerá do Congresso Nacional a formulação de Leis urgentes e necessárias para que a nossa democracia avance e a economia volte a crescer.

    http://assisprocura.blogspot.com.br/2014/10/o-novo-ciclo-de-desenvolvimento-precisa.html

    1. Desafios de mudar a política monetária – O novo ciclo de …

      Assis,

      concordo com a sua análise; só tenho uma contraposição na informação que você passa sobre as políticas do Banco Central ao longo da crise: o Meirelles jogou pesado com a alta de juros e precisou que o Mantega assumisse uma postura conflituosa com as políticas do BC, taxando o fluxo de capital, para que o BC revisse os valores das taxas de juro.  As políticas anti-ciclicas vieram à revelia do Meirelles.

      O Nassif escreveu vários artigos na época apontando esse conflito.

      1. Batata, é por aí.
        Na queda de

        Batata, é por aí.

        Na queda de braço venceu o desenvolvimentismo, venceu o governo, e a partir daí minaram Guido Mantega e disseram que Dilma era a “mandona” do pedaço.

        Obrigado.

    2. Caro Assis,
      Já que  o novo

      Caro Assis,

      Já que  o novo desenvolvimentismo é uma diretriz de Dilma, porque não colocar logo um desenvolvimentista na Fazenda, como Breeser ou Mercadante, que têm compromissos com o dólar desvalorizado, o crescimento da indústria e a progressividade da tributação?

      1. Entre os dois somente confio

        Entre os dois somente confio no Aluisio Mercadante pela sua historico de luta no PT desde 1989 .  

        Ainda lembro da ultima intrevista que deu em Wasshington quando acompanhou e Lula  , antes do Lula se encontrar reservadamente  com o Bush Jr . Mercadante declarou na TV algo parecido com: Apartir de agora os banqueiros vão comer na minha mão .

        Quando voltou ao Brasil colocaram ele de escanteio no Senado . Eis que  surge a figura do Palocci  ( medico no  ministerio da fazenda !!!! ) que fez o que fez com Henrique Meirelles  Ex- vice president of the First Bank of Boston ( deputado pelo PSDB de Goias )  

        Estes dois deram as cartas na economia  para frustração de todos nos e por pouco não aderimos a ALCA ( se não fosse a interferenca direta do Miinistro Celso Amorim e do Secretario Executivo Samuel Guimaraes Pinheiro junto a LULA  mostrando o caos que isto representava )  ate a crise de 2008 quando na ultima reuniâo do Copon 15 dias antes  da quebra do Leeman Brothers inicio da  crise este aumentou mais uma vez a SELIC  . Nem assim conseguiram demiti-lo da Presidencia do Banco Central  !!!

        O Professor Bresser  ja o conhecemos do Governo Sarney do Palno Bresser que ate hoje não recuperamos as perdas  depois f. Ele deppois foi um dos fundadores do PSDB  . Não consigo me esquecer disso , espero que a Dilma tambewm tenha boa memoria  . Estes apoios de ultima hora , me preocupam  , prefiro gente nova ,

        Esta lista triplice do Lula  com Meirelles , Trabuco  e Nelson Barbosa .  Somente o Nelson Barbosa se salva . Não acredito em ex – diretor de banco convertido .

        O Bradesco não fez doação para o diretorio no PT nesta campamha de 2014 ? Talvez isso explique seu nome na lista triplice divulgada pelo Lula .

        Pergunto aos economistas como voce Nassif  , será que não temos mais nenhum desenvolvimentista  puro sangue ???   

  2. O limite da irresponsabilidade

    …”a maioria dos desembolsos foi contingenciada nas mais diferentes áreas.”

    Ouço dizer que em razão desses “contingenciamentos” houve órgão público que não pôde fazer manutenções  preventivas em seus sistemas, por falta de grana para honrar os pagamentos. Ouço dizer que programas tocados pelo Governo tiveram atrasos nas obras porque os desembolsos não saíam nos momentos contratados.

    Ouço dizer que teria havido até  “contingenciamento” de pagamentos decididos em ações judiciais – caso em que o autor recebe a sentença e a determinação para a retirada do dinheiro antes depositado pelo réu (órgão público) mas o Banco onde o depósito se encontra tenta (e às vezes conseguiu) não honrar o pagamento simplesmente atrasando a transferência para a conta do autor, do valor devido que o juiz mandou pagar. 

    Com estes tipos de decisão são muito prejudicados os cidadãos comuns – por exemplo, aumentam o número de chicanas em processos judiciais quando o réu, se órgão público, percebe que a União  vai perder a causa e haverá decisão judicial no sentido de pagar.

    Mas não é só a União que contigencia. Estados há, como Minas, em que o estado criou uma espécie de “roleta” para pagar precatórios, mecanismo em que o credor original perde parcela de seu crédito (devido pelo Estado) vendendo seu crédito em leilão pelo preço que obtiver  – e este crédito é comprado por especuladores. O valor integral desses créditos comprados em leilão vão servir para liquidar dívidas de empresas ao Estado. Um absurdo. 

     

  3. Tinha muita gente nociva, ruim mesmo en torno do Aécio !
    Homof[obicos,
    Rascistas,
    Xenófobos,
    Apologistas da Ditadura.
    Elitistas,
    Egoístas,
    Tem também gente boa, que tenho grande consderação que votou no Aécio, mas, cá prá nos , todos os metidos a besta que conheço votou no Aécio.

  4. A sociedade civil organizada

    A sociedade civil organizada foi desarticulada nas décadas de 70 e 80, em seu lugar surgiram grupamentos corparativos, cada um se mobilizando em torno de seus interesses específicos.

    Essa é a sociedade que Bauman definiu de “liquido”, é individualista, amorfa e vazia. Não há mais interesses coletivos sendo defendidos, é a vida do cada um por si.

    Esse isolamento favoreceu que grupos mais fortes tomassem a rédea dos debates do país. Assim, segmentos como a bancada ruralista e a evangélica se tornaram mais fortes do que partidos. Da mesma forma a imprensa que detém a informação e o rentismo detentor do capital se tornaram os verdadeiros mandantes dos destinos do país.

    Muito se fala que na última década o Congresso Nacional aprovou Leis e o STF decidiu favoravelmente em temas progressistas e citam  o casamento gay, as células tronco, a demarcação de terras indígenas, mas vejo, da mesma forma como ocorreu a nossa abolição da escravatura que só aconteceu pela pressão da maior economia da época, a Inglaterra, que tais temas foram pautados por pressões internacionais para os quais a mídia e o rentismo nacionais não tiveram forças suficientes para impedir tais avanços.

    Na área do executivo a Carta aos Brasileiros, de Lula, foi emblemática no sentido de deixar claro que a vitória de Lula nas urnas só seria permitida pelas adequações expressas na carta. Movimentos do governo fora dos interesses da mídia e do rentismo só alcançaram sucesso em 2008 pela condição do mundo e do país se encontrarem em abismo financeiro sem que o sistema tivesse conseguido apresentar propostas que representassem avanços. Ainda assim, naquele período, o presidente Lula foi obrigado a demitir o presidente do Banco do Brasil que se recusava a seguir a orientação anticíclica do governo. As pressões foram enormes e a mídia massificou que o BB iria falir, que o governo se tornava interventor, e outras baboseiras mais.

    No período Dilma, quando o Banco Central ousou diminuir os juros contra o queriam a mídia e o mercado as pressões foram insuportáveis e o BC teve que voltar atrás. 

    Concluindo, os interesses das corporações fortes como a bancada ruralista, a dos evangélicos, o rentismo e a mídia, conseguem se articular em prol dos seus interesses,e a total deficiência de representatividade e de articulação de outros grupos para agirem em conjunto, deixam as instituições democráticas ora limitadas para controlar o equilíbrio para o qual foram concebidas, ora decidindo de forma corporativa dentro dos seus interesses mais específicos e menos nacionalistas.

    A imprensa passa a ser a detentora da verdade nesse mundo líquido, amorfo, individualista e segmentado, e acrescido que pelas regras atuais, ela atua sem qualquer instrumento que delimite responsabilidades, se tornando mais forte do que as instituições de poder delegados da população, ao mesmo tempo em que nossos congressistas se sentem pelo próprio apoio da mídia, seres isolados, descomprometidos com  as promessas feitas aos eleitores e atendendo a interesses individualizados,  daí as pressões para que não sejam aprovados a regulamentação da mídia, a ideia de ampliar as formas deliberativas inserindo a população na participação social nos debates sobre o destino do país, o bloqueio de que a população participe ativamente e de forma direta da reforma política, e a dificuldade de se avançar na reforma tributária.

  5. Todas as notícias já dão que

    Todas as notícias já dão que Tombini deve continuar no BC, como então que haverão técnicos para estudar mudanças nas “metas de inflação” ?

     

  6. Nassif, do jeito que a

    Nassif, do jeito que a adrenalina conjuga a economia do País, nem Deus consegue explicar. Eu acredito de que o “represamento” de muitas ações sem consistência  farão num futuro próximo estragos incalculáveis na economia nacional. Nos parece de que o próprio governo não acredita em medidas mais eficázes. Daqui há algum tempo, quem se atreverá a reeditar um novo Plano Real? Esse governo, certamente não! 

     

  7. restrições econômicas e fiscais

    “Fosse quem fosse o eleito, a política econômica seria muito semelhante, em função das restrições econômicas, fiscais e políticas.”

    Fico feliz por o Nassif ter reconhecido esse fato. Fico também surpreso por ver o Nassif falar em selic alta como meio de reprimir a demanda. Os juros pagos pelo tomador de empréstimos são tão mais elevados que a selic que mudanças nesta sequer fazem cosquinhas na demanda. O efeito da selic sobre a inflação se dá pela entrada de dólares especulativos no país, o que mantém o real sobrevalorizado e preços baixos para os produtos importados. Mas essa estratégia do câmbio tem efeitos muito danosos em dois setores da economia. Por um lado, aumenta o nosso défict nas contas correntes, que tem crescido muito e já ultrapassou os US$80 bilhões. Nossas reservas internacionais são de cerca de US$370 bilhões, mas como o BC já vendeu US$80 bilhões no mercado futuro (swaps), elas na verdade são de US$290 bilhões. Para compensar o déficit em cc, o país tem de atrair investimentos estrangeiros. Como as políticas governamentais não transmitem confiança ao mercado, o dinheiro tende a vir principalmente para aplicações rentistas, que para serem mantidas exigem continuação de selic alta.

    As únicas políticas capazes de mudar o quadro econômico do Brasil, país pioneiro na história em praticar um “desenvolvimentismo” que gera crescimento quase nulo, gerarão no início crescimento, e não queda da inflação. Esse aumento é inexorável e até desejável, a não ser que insistamos em agir só com vistas ao curto prazo, o que acabará levando ao apocalipse. A primeira delas é o reajuste dos preços controlados, principalmente os dos combustíveis e da energia elétrica. A segunda é a desvalorização do real, que levará a reajustes ainda maiores no preço não controlado dos combustíveis. Ocorre que nenhuma medida é mais efetiva para o crescimento industrial do que a desvalorização do real. Na verdade, o efeito positivo se dará também no setor de commodities. Nossas exportações de minérios e de alimentos aumentarão e ficarão mais lucrativas, o que levará a investimentos privados no setor. 

    Nassif mencionou a provável elevação dos juros nos EUA. Segundo analistas, ela virá. Isso nos tornará bem menos atrativos para o capital estrangeiro, seja o especulativo, seja o destinado à produção. Essa expectativa dá um caráter de urgência a medidas para reduzir o déficit em cc. Como esse é um jogo complicado, até porque medidas que sejam eficazes para o crescimento industrial gerarão também aumento na importação de insumos produtivos, principalmente maquinários. Investimentos em infraestrutura são essenciais para a retomada do crescimento e das exportações, mas não se melhora a IF no curto prazo. Assim, talvez o país tenha de se arriscar numa queima de parte de nossas reservas emquanto prepara o país para ficar mais competitivo no mercado internacional, e com isso menos dependente da segurança conferida por reservas elevadas. Essa estratégia me parece apropriada. Até mesmo porque as reservas custam ao Tseouro uma pequena fábula por ano só pela diferença entre os juros que este paga no mercado interno e o rendimento quase nulo dessas reservas no mercado externo. Isso dá pelo menos o dobro do custo do BF.

    Vamos ver como anda a carruagem. God guide the Queen.

     

    1. Excelente!

      Porém, me permita:

      Há que considerar o componente POLÍTICA na inflação, que no meu modo de ver começou nas jornadas do ano passado e, como não poderia deixar de ser, se acentuou neste ano eleitoral. Os empresários vêm os shoppings e supermercados cheios, o povo consumindo, mas não enchergam. O discurso plutocrata turva a visão do horizonte distante, e não será Dilma a luneta. Politicamente, ela é medíocre.

      Dilma, anuncie LULA ministro da fazenda!

  8. É muito difícil o Brasil

    É muito difícil o Brasil deixar de aplicar o famigerado tripé na condução da economia por causa da convicção dos economistas brasileiros e do senso comum dominante no Congresso Nacional.

    Aliás, se o Congresso não quer aceitar a participação popular como manda a Constituição, imagina se vai querer desobedecer ao deus mercado, que deita e rola por essas paragens há décadas.

    A crise na Europa tem levado a discussão sobre a auditoria da dívida pública. Aqui esse tema é sempre interditado. 

    O governo brasileiro segue sem apoio para alterar as regras do jogo econômico. A direita e a ‘terceira via’ dançam o mesmo samba adorado pelo deus mercado – o samba da dependência do banco central, disfarçado de independência.

    Adicione a isso um pouco de ignorância e preconceito de setores da população e o caldo está completo para inviabilizar qualquer alteração que não passe pelo crivo do mercado e seus funcionários na mídia prontos a espalhar o terror quando seus interesses são desafiados.

     

  9. “Ontem, o FED anunciou o fim

    “Ontem, o FED anunciou o fim das injeções de liquidez…

    …Parte da alta da Selic, nos últimos dois anos, deveu-se a manobras defensivas contra o chamado Dia D, para segurar o capital especulativo quando o grande aspirador de dólares fosse ligado.”

    Agora entendi o anuncio do aumento de ontem, pelo menos, parte dele. Se bem que o FED, junto da decisão de por fim as injeções de liquidez, afirmou que pretende manter a taxa de juros perto do zero.

  10. Recado que o Banco Central

    Recado que o Banco Central deu ao mercado financeiro ontem com a alta da selic: fiquem tranquilos, nós sempre vamos atender sua reivindicação, continuaremos subservientes aos especuladores/rentistas e a sociedade brasileira que se dane, com serviços de saúde, educação, saneamento, infraestrutura. segurança, etc de péssima qualidade. Os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, com o tal famigerado fator previdenciário que paguem com seus benefícios corroídos pela inflação, que a classe média pague com o imposto de renda pessoa física sendo corrigido em rídiculos 4,5%, portanto abaixo da inflação e os rentistas/especuladores que continuem ganhando na moleza 11,25%a.a. O governo Dilma pós-eleição não entendeu nada de mudanças e o povo que pague a conta.

  11. O povo do blog não entendeu

    O povo do blog não entendeu ainda (nem a oposição).

    Dilma e o PT não vão “resolver” o problema da crise economica vão amplia la.

    Quanto maior a crise civilizatória mais poder tem o bolivarianismo.

    O governo petista cria o problema para ele e somente ele resolver, e posterga ao infinito soluções.

    Mais dependencia se cria, mas poder se tem em uma crise.

     

    1. Alan Greespan

      Parece que o ex-presidente do FED americano discorda fundamentalmente de você, ontem ele aconselhou a comprar ouro como se não houvesse amanhã, para se proteger da crise     americana.

  12. Sem redução de juros não há salvação

    A manutenção do sistema de metas de inflação é fundamental para o mercado financeiro, já que garante a manutenção de juros altos. O mercado financeiro não irá aceitar tranquilamente um BC com intenções de mudar o sistema.

    O recente aumento da Selic de 0,25%, só para sinalizar o mercado, não parece um movimento do BC em direção à substituição, ou mesmo ao aperfeiçoamento do atual sistema de metas.

    E sem a redução do gasto do governo com juros, atualmente em volta de 6% do PIB, não há nenhuma possibilidade de abrir espaço para investimentos em infraestrutura. Mesmo porque, com a economia estagnada, não podemos esperar um alívio do lado da receita.

    Por outro lado, com taxa de câmbio sobrevalorizada, barateando as importações, e juros astronômicos para os empresários da economia real, não há incentivo parta investimentos, já que a aplicação em títulos do governo dá um bom rendimento, sem riscos. Para que produzir?

    O problema são os juros altos, tanto os pagos pelo governo para se financiar, como os pagos pelos produtores e consumidores.

    Sem a redução de juros não há salvação.   

  13. Nao confundam alhos com
    Nao confundam alhos com bugalhos. Esta eh aquela alta tipica de juros de inicio de mandato. Nao tem nada a ver com economia. Tem a ver com a montagem do ministerio.

    Aumenta-se a Selic, da um cala boca ao mercado e monta-se o governo em paz.

    E o que vai ter de gente na esquerda reclamando se a Dilma colocar o Trabuco la na Fazenda, nao ta no gibi.

    Ignorancia pura: politicamente poderia ser a jogada de mestre da Dilma. Explico: com Trabuco na fazenda Dilma poderia adotar uma politica monetaria mais solta e uma politica fiscal mais agressiva, o que seria impossivel com um trotskista la, p. ex..

    Sao os paradoxos politicos: so Nixon poderia mesmo ter ido a China. Imaginem se fosse um democrata.

    So Kennedy poderia mesmo ter mandado invadir Cuba: imagine se fosse um republicano.

    Se Jango nao tivesse pisado na bola com Moreira Sales talvez estivesse no poder ate hj.

    Enfim, por mim eu comecava logo uma campanha pra botar o Trabuco la.

    Eh q sou de esquerda.

  14. Banco Central ,o nosso Pre-sal e novo ciclo desenvolvimento

    Assistindo ao  documentarios americanos 

     

     -Inside Job ( ganhador do Oscar 2011 de melhor documentario sobre as causas da crise internacional de 2008 ) 

    http://vimeo.com/39018226

     

    –  Zeithgeist  Addendum  no youtube onde cabe ressaltar o depoimento  do Agente terceirizado da CIA John Perkins que lançou o Livro ” Confessions of an economic hitmam ”  

    https://www.youtube.com/watch?v=2LCE9wtsuyw

     

    E acompanhando a atuação ao longo de anos do Banco Central  , e lendo artigos de economistas indepententes que postam neste portal e de varios comentadores  , chego mais uma vez a triste conclusão de que esta entidade nunca se preocupou efetivamente com o desenvolvimento economico , garantia de emprego e industrialização do nosso pais , apenas em garantir  o lucro dos grandes bancos e rentistas e  submeter o nosso pais colonialismo financeiro moderno preconizado nos documentarios acima citados .  

     

    O Banco Central joga na contramão dos projetos desenvolvimentistas do Governo Dilma  para o nosso pais ,  vou citar apenas um exemplo  :

     

    O aumento de 1% da taxa Selic corresponde a proximadamente a  R$  25 bilhoes em um ano ,

     

    O Governo Dilma se viu obrigado a colocar o campo de LIBRA do Pre- Sal descoberto pela Petrobras para arrecadar no curto prazo R$ 15 bilhoes  para fechar a meta de superavit -primario .  O valor do bonus estipulado pela  ANP de R$ 15 bilhoes foi absurdo  para o sistema de PARTILHA  . A  Petrobras que descobriu o campo foi  obrigada a se consorciar com outras empresas cedendo 60% a empresas estrangeiras  e ficando apenas com 40%  para pagar este bonus . Assistam os seguintes depoimentos do Eng Fernando Siqueira ( Vice Presidente da AEPET – Associação de engenheiros da Petrobras ) 

     

    Depoimento na Comissão de Assuntos Economicos do Senado      https://www.youtube.com/watch?v=3–3YOWgjec

     

    DEBATE BRASIL – Pre-SAL   https://www.youtube.com/watch?v=XLYoYeceR6A

     

    O pior é que com essa taxa de juros SELIC de 11,5%  garantindo pelo menos 5% de ganhos reais é  um absurdo quando comparada  aos outros paises do mundo com a mesma relação DIVIDA /PIB .  Ela não se justifica , voce Nassif corajosamente  assim como outros economistas  independentes ja apontam este absurdo a tempos . 

     

    Ate mesmo o Delfin Neto  ja batizou este absurdo como “O  ultimo peru para seia de Natal no mundo ” 

     

    Na ultima reaunião do Copon ja foi um absurdo manter a taxa de juros em 11 % ao inves de baixa-la  e reduzir o deposito compulsorio para injetar imediatamente 20 Bilhoes na economia quase estagnada  por conta dos NOVE AUMENTOS SUCESSIVOS DA TAXA SELIC de  7.5% ate 11% 

     

    Com base nos depoinmentos dados  no  Programa Debate Brasil  ,  gostaria de alertar  a todos que este aumento da divida interna atraves de taxas de juros absurdas,  tem como objetivo adicional carrear   continuamente  recursos advindos do lucro pela exporação do Pre-sal pela Petrobras para pagamentos de juros e amortizaçoes desta divida , divida esta  que não para de crescer , sabotando um projeto de desenviolvimento deste pais em todas as areas , utilizando as receitas do petroleo de forma adequada , nos moldes como fez a NURUEGA para citar um exemplo .

    Outro ponto importante e o artigo do professor de Economia da USP Danislau Dowbor – O sitema Finaceiro Trava o Desenvolvimento Economico  do Pais

    http://dowbor.org/2014/09/ladislau-dowbor-o-sistema-financeiro-atual-trava-o-desenvolvimento-economico-do-pais-setembro-2014-11p.html/

     

    Nassif  recomendo ainda que realize  um Programa Brasilianas .Org sobre este tema crucial para o nosso desenvolvimento  e convide o Eng Fernando Siqueira  , o professor Danislau Dowbor  e o Doutor Economia J. Carlos Assis 

    Não acredito que sem a pressão da sociedade civil organizada, com panelaços e faixas em frente ao Banco Central  amplamente divulgadas na Internet ,   o governo Dilma vai conseguir vencer a pressão do sistema financeiro.Este Congresso elito com parlamentares  na sua maioria  eleitos as em campanhas milionarias bancadas por bancos e grandes  empreiteras , não vai atacar o problema central que e reduzir os juros SELIC e ganhos dos bancos fundos e rentistas .!!!  Sao bilhoes que os bancos possuem para  sensibilização  de suas cauzas e previlegios .  

     

  15. Brasil paga juros pornográficos porque é otário

    Com o dinheiro de graça no Mundo, juros zeros na Europa e nos USA, só os otários daqui do Brasil é que continuam a dar grana e riquezas para a banca usurpadora.

    Não existe lógica em dar o dinheiro da escola, da segurança pública, dos investimentos sociais que alimentam o consumo interno do país para os banqueiros que se refestelam aqui. Mais ainda, pagando uma taxa absurda, pornográfica, de açambarcador mesmo, que não se preocupa com o povo e o país.

    Não existe acordo com este povo, estão pendurados na exploração sem dó nem piedade, logo, teremos de agir sem dó nem piedade com eles.

    Tá na Biblia, Jesus só partiu para agressão com pauladas nos mercadores do templo.

    Estão acostumados a apanhar e serem escorraçados há milênios, não se cobre vergonha na cara de gente assim.

    Dilma, acorda!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador