Os resultados iniciais do pacote Levy

Vamos a um pequeno acompanhamento do que está ocorrendo com o pacote fiscal de Joaquim Levy.

1. Sua meta é a reduzir a relação dívida/PIB. Para tanto, efetuou pesados cortes orçamentários visando um superávit primário (receita menos despesas excetuando juros) de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto).

2. Ao mesmo tempo, descomprimiu as tarifas públicas, com óbvios efeitos inflacionários.

3. Para combater essa inflação de custos, o Banco Central aumentou a taxa Selic, com impactos na dívida bruta e no nível de atividade.

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Até hoje, os únicos efeitos da taxa Selic sobre a inflação foram através da apreciação cambial (em função da maior entrada de dólares visando aproveitar os ganhos de renda fixa) e um aumento do desemprego através da relação menos emprego  menos demanda  queda de preços.

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Em outros tempos, quando a inflação aumentava, o BC retirava dinheiro de circulação (através do aumento do depósito compulsório), atuava diretamente sobre o crédito (com o aumento do IOF), ou com estoques reguladores, em caso de pressão de alimentos. Havia um compartilhamento dos custos e uma eficácia maior do remédio aplicado.

Com o sistema de metas inflacionários, o jogo mudou.

Agora, em caso de aumento da inflação, em vez de atuar diretamente sobre os segmentos pressionados, o BC aumenta mais que proporcionalmente as taxas básicas de juros para preservar o capital financeiro de qualquer perda. Quanto mais elevada a inflação, maior é a taxa de juros real (a diferença entre a Selic e a inflação esperada).

Essa elevação compromete as contas públicas, joga um peso excessivo sobre o emprego, ao afetar a demanda agregada como um todo, e sobre a atividade econômica real, ao encarecer o crédito. Mas preserva os ganhos financeiros.

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O resultado óbvio dessa política é o seguinte:

  1. Os cortes nas despesas primárias não compensarão o aumento expressivo dos juros, resultando em um aumento do déficit nominal (que inclui juros) e, consequentemente, da dívida pública como proporção do PIB.

  2. Para não utilizar a valorização cambial como arma, a queda do PIB teria que ser muito acentuada para, só pela via do desemprego, segurar a inflação. Daí porque se recorrerá recorrentemente a ela.

  3. O desaquecimento da economia produz uma queda do PIB, aumentando a relação dívida/PIB pela redução do numerador.

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Levy anuncia que desta vez o câmbio não será utilizado para segurar os preços. Por seu lado, técnicos do Banco Central desenvolvem novas teorias para comprovar que a histórica curva de Phillips (que mede a correlação entre nível de emprego e inflação) não se aplica ao caso brasileiro. Com pouco desemprego se conseguiria algum efeito sobre os preços dos não comercializáveis (aqueles que não são afetados pelo dólar).

Assim, a queda da inflação dependeria apenas do descarte estatístico da alta de preços administrados, do menor repasse cambial e do aperto das políticas monetária e fiscal.

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Na prática, os resultados iniciais desse jogo são os seguintes:

  1. Em março a dívida pública federal aumentou 4,79% em termos nominais. Desse total, a dívida mobiliária interna aumentou 4,66%; já a dívida federal externa aumentou 7,27%. Tudo isso em termos mensais.

  2. O dólar caiu abaixo dos R$ 3,00.

  3. O mercado passou a apostar em queda do PIB de 1,1% este ano. Só essa queda do PIB aumenta a relação dívida bruta/PIB em quase 0,7 ponto percentual.

Luis Nassif

47 Comentários

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      1. Pacote da Dilma SIM!

        Ela mesma afirmou, com a sua voz e para quem quis ouvir, que o Levy não faz nada que ela não tenha aprovado.

        Diz o velho deitado: “Se a língua é grande, a costela tem que ser dura!”

          1. Verifique você mesma:

            Clique o link: Muito do que chamam de crise ocorre sistematicamente, avalia Dilma

            “Em entrevista exclusiva a blogueiros, a presidente demonstrou calma em relação ao momento turbulento para o governo e projetou a recuperação da economia a partir do final do ano”

            “Dilma rebateu reportagens que questionam seu poder de controle sobre o pacote fiscal encampado pelo ministro Joaquim Levy, criticado pela base mais à esquerda que ajudou na reeleição da presidente. “Não tem a menor correspondência com a realidade dizer que Levy é o verdadeiro presidente da República. Para ser ministro da Fazenda e para defender medidas políticas, ele depende da Presidência da República. Não pode defender nada que a presidência da República não concorde. Ele faz porque o governo dá respaldo. Ele não tem meios de fazer [sozinho]”, disse.”

            Abs

  1. Pacote Levy

    O que acontece , de fato, é a política econômica da faca na graganta:

     “Os donos do capital especulativo querem uma parte maior das riquezas geradas, acumuladas, e distribuídas nos 12 anos de governos progressistas; assim, explica-se o empenho midiático contra o governo, e também sinaliza que o pedido de impeachment seja, talvez, apenas para pressionar, e manter a oposição motivada, que ficará sem o prêmio do mandato presidencial. Perdemos todos nós, Brasileiros, O governo, o povo, principalmente, e até a oposição, pois mesmo seus patrôes não têm tanta vontade de outorgar-lhes um mandato, pois aos sanguessugas interessa mais um governo eficiente, que possibilite a geração de riquezas, para poder sugar-lhe melhor (ao país).”

      A mídia não passa de cães atiçados e atiçadres da massa manipulada, que tornam-se “zumbis” replicantes, a oposição e judiciário, vendidos, servem para legalizar os “arranjos” jurídicos necessários aos donos de capital. 

    Tudo interligado, sincronizado em uma agenda única, servindo aos donos do capital de sempre.

  2. O preço é o país andando para

    O preço é o país andando para tras, tudo o que foi consquistado pelo governo Lula está indo pro brejo, fies mais dificil para os estudantes, financiamento da casa propria ficou quase impossivel agora, comprar um veiculo novo é uma loucura nessese tempos devido a voracidade das montadoras e o valor final do financiamento, inflação comendo os parcos ganhos salariais, a economia é bem a cara da presidente, que deu uma paulada gigantesca no pib quando assumiu e este nunca mais se recuperou.

  3. E a Dilma não estava lendo O

    E a Dilma não estava lendo O capital no século XXI, do Thomas Piketty? Talvez devesse emprestar o livro a seu ministro…

    1. Se o Levy aplicar os

      Se o Levy aplicar os ensinamentos do Piketty na Economia, vamos ver vários representantes “DO POVO” fazendo viagens mais frequentes a paraísos fiscais – ou, quem sabe, cultivando laranjas.

      Afinal, para um socialista de verdade, é sempre a grana do outro que tem que ser taxada. Nunca a dele mesmo.

      1. Que lamentável…
        Pra

        Que lamentável…

        Pra começar, a cultivação de laranjas e bons arranjos em paraísos fiscais já existe (um dos múltiplos exemplos é o caso HSBC) e este é um dos principais motivos para a perda da capacidade fiscal dos países de todo o mundo.

        Por outro lado, não posso responder pelos “socialistas verdadeiros”, mas, por óbvio, taxa-se progressivamente: quem tem mais com certeza deve pagar mais.

        Não sei se és algum multimilionário, mas se não fores, estas apenas fazendo o serviço sujo para outrém…

        Como dizem, os exploradores não teriam tanta facilidade de impor seus desejos se não tivessem tantos cúmplices entre os explorados.
         

  4. Deveriam repensar essa

    Deveriam repensar essa estratégia ao ver que a cotação do dólar está voltando para abaixo do teto de R$ 3,00. Dilma e não Levy, pois é esta quem é chefe de governo e tem sobre si as responsabilidades, tem que ter o discernimento de ver que o grande problema econômico posto ao país, desde o segundo governo Lula, é a contínua apreciação cambial. Estamos tendo a chance de corrigir isso agora com o salto dado pelo dólar e a possibilidade de estabilizar essa cotação em algo em torno de R$ 3,00 que, segundo os estudos dos economistas, seria a cotação que equilibraria nossa balança comercial. Se eles não estão satisfeitos com isso e desejam uma maior valorização do real de olho em uma popularidade fácil, voltando aos problemas vistos desde 2007, é de se perder as esperanças no governo.

    1. Concordo com seu texto, mas faço um reparo:

      a apreciação cambial não nasceu no Lula II, mas no 2º semestre 1994 com as manobras dos G. Franco e Cia, que construiram uma teologia econo-financeira que perdura até hoje, que foi respeitada de maneira servil pela dupla Palocci-Meirelles, que foi combatida sem nenhum talento pela dupla Mantega-Tombini, e que continua amarrando o pais ao atraso financista.

  5. Cá do lado do povao não vi o

    Cá do lado do povao não vi o povo deixando de comprar.  Shoppings cheios e mercados idem, ruas lotadas de carros com suas gasolinas caras,  Mesmo com o desemprego causado pela lava jato o nivel de emprego aumentou. Imóveis indo para preços coerentes e muita gente investindo o dinheiro guardado que esperava a queda dos preços. 

    Definitivamente esse ajuste fez água. Imagina então se o governo realmente investir os 150 bi em infra. Vai pagar caro e ainda aumentar inflação. 

     

     

  6. Economia não é ciência exata

    A ideia por trás do plano é alinhar expectativas e trazer as maldades estatísticas para o primeiro ano de governo.

    O reajuste tarifário trará todo o impacto inflacionário para o primeiro ano. Quando o descarte dos índices acontecer, a inflação em 12 meses ficará controlada, o efeito pscológico será imenso.

    Não há taxa de juros que funcione em uma economia tão indexada como a nossa e com pleno emprego. O tomate pode ir de 2,00 para 5,00 que terá compradores. Está claro que a ideia é provocar um desemprego controlado nesse primeiro ano. Não há margem para manobras e a crise energética também exige uma redução na economia para dar folga nos reservatórios. Se crescer 0, a previsão é chegar em outubro com os reservatórios em 10%. Praticamente um colapso. Dilma sabe disso e está monitorando o ajuste.

    Os impactos negativos na relação dívida/PIB no primeiro ano já estão dados. Na entrevista ela disse “será por pouco tempo”. No entanto, os indicadores passarão a melhorar a partir do segundo ano até chegar nos níveis atuais. Pode parecer incoerencia dar um passo para trás para dar só um passo para frente. Mas, voltar à estaca zero com expectativas controladas trará uma sensação de bem estar maior.

    E tem a política também. Esse é o tipo de ajuste que só pode ser feito por quem tem peso político para bancá-lo junto aos trabalhadores. A oposição não conseguiria fazer porque não tem o apoio dos sindicatos. Ia ser greve para todo lado. E, se der certo, Dilma terá roubado mais uma bandeira da oposição. Terá feito uma limonada de um limão. E, se for necessário, terá base para outro ciclo de expansão pré-eleitoral (populismo) em 2018 semelhante ao último ano de Lula.

  7. Por outro lado todos admitem

    Por outro lado todos admitem que o ajuste era inevitável, dentro do contexto da tal “responsabilidade fiscal”. Bom talvez não esse ajuste exatamente, um outro seria melhor. Mas qual? Eu não tenho a menor idéia, não sou economista.

    O cenário que o Nassif nos coloca é o do” se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Meu unico consolo é que as apostas do “mercado” são sempre furadas. Então o PIB não deve cair mais de 1%. Quem sabe ficamos no zero a zero?

    Afinal de contas as obras de infraestrutura, as novas consessões, e etc, devem ter algum efeito positivo na economia. E para espantar a bruxa de vez, que o dr. Moro tenha o destino do Barbosão. Vá desfilar seu moralismo messiânico (e tucano) no pig e nas redes sociais.

    PS: Nassif, se a Dilma tentou uma vez romper a lógica de combater inflação com juros, pode tentar de novo. Sabemos que fracassou por inabildade política e de comunicação, e não por ser inviável, mesmo dentro do capitalismo globalizado

  8. Não precisa ser gênio para entender que se o PIB cai,

     a relação divida/PIB fica comprometida, dai o gênio corta mais nas despesas, afeta a economia causando desemprego e desaquecimento, perde arrecadação, o superávit primário sonhado vai pro espaço e a relação divida/PIB piora de novo. Olha para a Europa, a Grécia, Portugal, etc  estão nessa espiral recessiva a anos e continuam correndo atrás do próprios rabo. Vai repetir essa estratégia aqui por que? Não faça ajuste em cima da economia real que já esta sufocada, mas em cima de contenção de sonegação fiscal (inclusive a do bradesco), aumentando a contribuição dos ricos, taxando a especulação e o lucro exorbitante dos bancos, segurando as taxas publicas que nao deveriam subir acima da inflação (ex.: sabesp) e pagando menos juros para os agiotas do mercado.

  9. Levy aplica a mesma política

    Levy aplica a mesma política do PSDB, pois Fraga também já declarou que esses ajustes devem ser mais severos. O mesmo ocorre em alguns países europeus que estaria em uma situação bem mais confortável, neste momento, se perseguisse políticas que estimulassem o crescimento em vez de concentrar seus esforços na austeridade. Nenhum país foi capaz, em toda a história, de reduzir a sua dívida pública com a de ausência de crescimento econômico. Não faz sentido essa ideia de primeiro reduzir o endividamento para em seguida ver a economia avançar. EUA e Alemanha foram pouco afetados pela crise pois injetaram $ afim de ativar a economia.

    1. O Mantega tentou isso por

      O Mantega tentou isso por quatro anos desonerando as empresas e oferecendo crédito farto, não deu certo, e nem dará com o nível que os preços alcançaram.

      Na minha opinião, o governo deveria ter investido mais em infraestrutura. Com mais estradas, ferrovias e portos hoje poderíamos crescer bastante exportando com esse dólar caro.

      1. Mantega

        Mantega seguia o modelo  Keynesiano onde o estímulo da demanda deveria resolver todos os problemas econômicos, a exemplo, o desoneramento das empresas. É um erro seguir Keynes e Friedman pois colocam que a economia pode se seguir sozinha.  

        Hoje é fato que o governo acelera o desenvolvimento quando quer. Não só Obama em 2008 mas tb Clinton, durante o governo, precisou lidar com uma dívida pública elevada e a saída foi o crescimento e não a austeridade. 

  10. Nassif, será que parte desse

    Nassif, será que parte desse aumento de dívida não seria devido a passivos que estavam escondidos em bancos públcos, tipo bndes, caixa e bb ?

  11. Há hora de “comprar” e hora de “vender”;

    Com um parque industrial absolutamente defasado em tecnologia e com produtividade abaixo da crítica, tornar a importação de bens de capital mais difícil só pode ser a opção de um aloprado.

    Não haverá jamais a sonhada conquista de uma “marca Brasil”, nem um aumento consistente da fração que nos cabe no comércio do Mundo oferecendo ao mercado produtos industriais que sequer nós aceitamos.

    1. Parque industrial obsoleto

      Nossos produtos têm até boa qualidade…. mas os preços é que são o problema. Antigamente a “briga” dos empresários era quase somente sobre o custo Brasil e carga tributaria. Hoje é perfeitamente visível que apesar de pagarem carga de impostos – digamos de 26,5 %, a margem de lucro entre custo e venda dos produtos nas prateleiras chegam atingir entre 40 a 200, 250%.

      Quando insistiram numa lei que os varejistas devessem colocar especificações nos custos dos produtos e com respectivos impostos acreditava-se que o mal maior de fato eram os impostos ( como se em nenhum outro país os tivessem). Hoje eles tem VERGONHA de colocar preços especificados todos os custos pra omitirem o valor de compra e venda diante das absurdas margens que praticam…

      Acredito com o advento Lula, os antigos empresários que alardeavam “sair do país”  evitaram investimentos em grande escala por desacreditar no novo Governo. Com isso foram tomando rumos ao capital rentista em vez de investirem na produção. Ao mesmo tempo – e em desapreço e fé na política desde novo governo (Lula) estendiam-se os preços buscando a rentabilidade que normalmente seria adquirida com investimentos e aperfeiçoamentos em tecnologias e principalmente GESTÃO.

      O problema é que o Lula demorou a sair…. e depois veio a Dilma… e lá ficaram os empresários cada dia com empresas cada vez mais obsoletas e com os preços  – buscando compensar diferenças – mais caros… Nesse meio tempo o Fator China e  outros tigres asiáticos andavam “nas pontas dos cascos”  na competição mundial. Se em vez de ficarem esperando “A queda do LULA” e tivessem dado o que de fato necessitava suas empresas, provavelmente a situação estaria  muito melhor pra eles e, principalmente pra todo Brasil.

      O fato de apostarem que o Governo Lula seria “passageiro” e aliado que sustentaram e sustentam toda sorte de organizações em no intento de derrubar o governo, a situação ainda tornou-se pior. Tenho teoria que anualmente perdemos entre 1 a 2% do PIB por conta desse movimento nefasto e impatriótico.

      Portanto o caminho natural seria achar que Lula  e agora Dilma seriam apenas mais um governo como outros quaisquer e lá atrás tivessem implementado as reais e necessárias políticas comum ao que o mercado competitivo exigiria.

      Hoje vejo que tenha de correr atrás do tempo perdido e pagar um preço alem do que seria natural em razão do nosso mercado ter sido tomada – como boa parte do mundo – pelos produtos chineses e tudo indica que ainda vá ser mais drástico no futuro se insistirem nessas teorias de ficar “escolhendo que desejam quem os governe.”

      1. Seja qual tenha sido o motivo

        E é bem provável que você tenha apontado parte da razão, o fato concreto é que hoje o nosso parque industrial não tem condições de competir lá fora pelo mercado, com os seus produtos ultrapassados;

        O problema das exportações de manufaturados não é o cambio e não vai ser contornado com o cambio, mas a tentativa de contorná-lo com a depreciação do real pode tornar ainda mais difícil o upgrade tecnológico que a nossa indústria está precisando e tornar mais fácil para o empreendedor, quase ex-industrial, decidir-se pelo rentismo e abandonar à própria sorte a planta industrial sucateada que a duras penas vem sustentando.

        “Encaixar” a balança comercial pela via da restrição monetária às importações, ao invés de equilibrá-la pelo estímulo à produção de bens de consumo exportáveis, de alta tecnologia e alta qualidade como os que importamos, é retroceder ao tempo das “reservas de mercado” de antes de 1990 e não é disso que estamos precisando.

        1. Ganancia…

          Por pura ganancia, nossos industriais viram importadores e comerciantes. Agora eh tarde para chorar o leite derramado. E o consumidor se ferrou junto.

  12. Não sou eu que deveria falar

    Não sou eu que deveria falar mas nenhum país se desenvolveu sem ter poupança interna.

    Mas, ai eu lembro que o petismo ou melhor o populismo objetiva a eleição não o desenvolvimento do país.

     

    1. só sabe recitar errado manual e acha que entende de economia…

      Você é tão fanático quanto os stalinistas recitando o manualzinho da URSS; você recita os manuais de Economia e não se dá ao trabalho de pensar e observar os fatos. É igual ao que critica, só muda o lado. Freud explica: temos repulsa do que nos atraí. Além do mais você nem leu o manual todo. Acho que você ainda não chegou na parte do modelo de Economia Aberta. Se o seu manual diz que um pais precisa de poupança para se desenvolver, ele pode se desenvolver com poupaça externa. Se fosse meu aluno e escrevesse isso na prova de Macroeconomia tava reprovado.

  13. Interromper o atual processo de aumento da Selic

    Para impedir uma nova queda do dólar no Brasil será necessário interromper o atual processo de aumento dos juros da Selic.

    Com a atual correção além da valorização em reais das Reservas  Cambiais, o que contribui para uma redução significativa da dívida pública líquida em relação ao PIB, haverá um aumento da demanda agregada, com a substituição de parte das importações pela produção, por um aumento em reais da remuneração das exportações, que mais do que compensará a queda da demanda provocado pelo atual ajuste fiscal.

  14. O aumento da dívida não é pela Selic

    No segundo semestre de 2014 foram desmontadas as pedaladas fiscais e, por essa razão, o Tesouro começou a ficar sem caixa… neste primeiro trimestre, houve vencimento de diversos títulos e o Tesouro recompôs o caixa perdido no final de 2014. Por causa disso é que houve crescimento expressivo da dívida bruta. 

  15. Os economistas

    Os economistas são dotados de caráter mesquinho e desprezível e suas atitudes de fantasia revelam inferioridade moral.

    Se comprazem com a destruição e renegam todos os valores concretos.

    Não há um princípio na economia que os justifique, pois são sujeitos maldosos, vendáveis e inaptos; incapazes de aspirarem fins firmes e importantes.

    Nunca se designam a substanciar um empenho social com suas contradições resolvidas. Não podem suscitar qualquer interesse por isso, e dai se queixam continuamente em invectivas contra o público com as suas desonestidades.

  16. Empregos diretos e indiretos no novo polo automotivo

    Com financiamento de R$ 3,3 bi do BNDES, Dilma inaugura polo automotivo em PE
    Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)—-28/04/2015

    Parque integrará empresas fabricantes de autopeças, contribuindo para o desenvolvimento da cadeia local de fornecedores do setor automotivo
     
    Com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, além do presidente mundial do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Sergio Marchionne, foi inaugurado nesta terça-feira, 28, o Polo Automotivo Jeep, localizado no município de Goiana, em Pernambuco. Trata-se do primeiro parque industrial do setor automobilístico da região, integrado pela fábrica de automóveis da Fiat, com capacidade para 250 mil unidades/ano.
     
    Com financiamento de R$ 3,27 bilhões do BNDES à FCA, o projeto contempla, além da construção da nova unidade produtiva da Fiat, a instalação de uma fábrica de motores, um campo de provas, um parque de fornecedores para o desenvolvimento de novos veículos e investimentos sociais na comunidade local.  
     
    A nova fábrica de automóveis vai produzir inicialmente o Jeep Renegade, um SUV compacto, já apresentado ao mercado e atualmente em fase de pré-série. Com unidade produtiva flexível, o projeto inclui a produção de diferentes modelos para o mercado nacional e exportação. A fábrica foi estruturada em diversos galpões, dedicados às principais etapas de produção: estamparia, funilaria, pintura e montagem final, além das áreas de utilidades.
     
    O empreendimento financiado pelo BNDES vai fortalecer a indústria nacional, por meio do aumento de capacidade de produção de automóveis, e permitirá a diversificação regional da produção de veículos, com impactos importantes sobre a geração de emprego e renda do Nordeste. O projeto terá impacto também sobre as encomendas da indústria de bens de capital.
     
    Sustentabilidade – De acordo com o projeto, a nova planta industrial utiliza conceitos modernos de sustentabilidade: a água utilizada no processo industrial será tratada e reutilizada; haverá aproveitamento de luz natural e da energia solar, coleta seletiva de lixo e resíduos industriais, além do uso de materiais renováveis na construção de galpões, entre outras iniciativas. Todos os equipamentos que gerarem efluentes estarão interligados à rede de efluentes industriais dos galpões, que, por sua vez, os direcionará para uma estação de tratamento.
     
    Estima-se que serão gerados 9 mil empregos diretos e indiretos no novo polo automotivo, que contará ainda com indústrias fabricantes de autopeças, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de uma cadeia local de fornecedores.
     
    Autopeças – Alinhado com esse propósito, o BNDES aprovou financiamento de R$ 185,8 milhões à empresa MMH Indústria e Comércio de Componentes Automotivos Ltda, do Grupo Fiat, para a implantação de unidades produtivas de autopeças em Goiana e Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco.  O projeto é pioneiro, pois a MMH será a primeira planta industrial do setor instalada na região.
     
    O empreendimento tem por objetivo a instalação de novas linhas de fabricação de tanques de combustíveis, conjuntos de pedais, suspensões e sistemas de exaustão para suprir a demanda dos veículos que serão produzidos na nova planta industrial da Fiat, em Goiana.  
     
     Fornecedores estratégicos integrados à fábrica permitirão a entrega “just in time” dos principais componentes na linha de montagem. Essa iniciativa deverá contribuir para um gradativo processo de utilização de fornecedores locais e de redução de custos logísticos, similar ao que aconteceu em Betim (MG), onde a Fiat Automóveis tem sua maior planta no mundo, possibilitando a dinamização e o crescimento da economia local.

    URL:
    http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Sala_de_Imprensa/Destaques_Primeira_Pagina/20150428_polo_automotivo_Jeep.html
     

  17. Os ajustes são conjunturais

    Dilma: ajustes fiscais são conjunturais e governo vai implementá-los
    Política–28/04/2015 14p9–Brasília–Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo

    Ao participar da cerimônia de inauguração de uma fábrica de carros, hoje (28), no município pernambucano de Goiana, a presidenta Dilma Rousseff disse que ajustes fiscais são conjunturais e necessários e que o governo vai implementá-los para alcançar a expansão do mercado e da infraestrutura.

    “Os ajustes são conjunturais: eles são necessários e estamos determinados a implementá-los e, com eles, a implementar as condições para garantir a expansão não só da nossa infraestrutura, mas também do mercado e da indústria automobilística no momento seguinte”, afirmou a presidenta em discurso na inauguração do polo automotivo da Jeep, empreendimento da multinacional Fiat Chrysler Automobiles.

    Segundo a presidenta, o governo não ignora a desaceleração enfrentada pelo Brasil e trabalha com empenho para garantir o crescimento da demanda e da produção.

    “Não ignoramos as dificuldades e a desaceleração que o Brasil passa nesse momento, mas, dentro da certeza do compromisso e do empenho do meu governo, [vamos] trabalhar para aprimorar as bases, para garantir o crescimento da demanda, da produção e do desenvolvimento social e regional do país.”

    No discurso, Dilma ressaltou que é preciso trabalhar para criar ambiente de negócios mais favorável à indústria brasileira. “Falo de todas as empresas que escolheram e escolhem o Brasil como sede de seus produtos, de desenvolvimento de sua produção e também do desenvolvimento de suas tecnologias. Todas as empresas são muito bem-vindas.”

    Ao falar sobre a Refinaria Abreu e Lima, a presidenta citou a Petrobras e reforçou a ideia de que a empresa virou uma página em relação à Operação Lava Jato, da Polícia Federal. No último dia 24, Dilma havia dito que a divulgação do balanço de 2014 da Petrobras marca uma nova fase da empresa.

    A fábrica inaugurada hoje em Goiana tem como estratégia a produção de veículos para o mercado brasileiro e para exportação, partindo dessa base no Nordeste. O carro fabricado ali sairá da linha de produção com índice de nacionalização de mais de 70%, mas o objetivo é chegar a 80%.

    Até o fim do ano, o complexo empregará mais de 9 mil trabalhadores, dos quais 82% serão nordestinos e 78% pernambucanos.

    URL:
    http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-04/dilma-ajustes-fiscais-sao-conjunturais-e-governo-vai-implementa-los

  18. Resultados Iniciais

    Apenas isso, iniciais.

    O maior impacto foi politico e de credibilidade perante o mercado financeiro.

    O restante é lento e têm outros atores

    1. Eu não acredito em credibilidade

      Eu até agora não sei como se mede uma variável subjetiva como ‘credibilidade’. Gostaria que me explicassem… Como se mede a crença de uma pessoa na vida após a morte? pelas ações? Mas as pessoas podem agir como se acreditassem nisso por outros motivos. Observando as ações só posso dizer que eu acredito que elas acreditam. Seria esse o caso? os economistas olham para o mercado e acreditam que ele acredita nos economistas(como se o mercado fosse uma pessoa com crenças!). Os tais investidores podem agir como se acreditassem que o ajuste fiscal via gerar crescimento, mas só agem assim porque realmente acreditam que vai tudo por agua abaixo e aproveitam a oportunidade antes que seja tarde.

      Será que é por pesquisas de opinião? Mas as pessoas podem até mesmo dizer que acreditam mas estarem fingindo. Podem acreditar na vida após a morte porque desejam que seja verdade. Nesse caso é crença ou desejo? Os economistas tentaram medir o desejo – utilidade na linguagem dos economistas – e desistiram, assumiram que é só uma invenção para tornar os modelos ‘úteis’. Acho que ‘credibilidade’ é só mais um instrumento ‘útil’ inventado pelos economistas para convencer os outros a acreditar que eles estão certos…

  19. Receita de um desastre economico

    Em resumo, Dilma e Levy estão usando a mesma receita leviana ( desculpem o trocadilho) do principe do desemprego, FHC.

    Sobem os juros, os juros sobem a dívida, a divida espanta investidores, e aumenta o risco Brasil, que de novo tem de aumentar os juros para atrair investidores, e sobe mais a dívida. Uma bola de neve que acaba sempre no fundo do poço.

    Dentro de três ou quatro anos a dívida deve chegar a 100% do PIB, então o Brasil deverá estar como a Grécia ou quase lá.

    Não é preciso dizer, que isto significa aumento de desemprego, queda no PIB, provavel volta do FMI ao país ( Argh!), arrocho salarial, e fracasso eleitoral gigantesco, qualquer um que tenha dois neurônios funcionando entenderia isto, menos a Dilma.

    Já agora chegam notícias de milhares de demissões, imaginem como devem estar se sentindo todos estes desempregados que votaram no PT.

    Seria tão fácil abaixar os juros, e deixar o câmbio flutuante trabalhar. Câmbio alto não mata ninguém, a prova é que países que crescem muito tem câmbio mais desvalorizado ainda ( China, 5 por 1). De qualquer maneira,mais cedo, mais tarde, o câmbio romperá as amarras fictícias, que Dilma tenta criar e o dólar subirá novamente. Assim sendo, Dilma queima divisas, e credibilidade a toa, só para encher os bolsos do mercado.

     

    E todas as conquistas da era Lula, tão duramente conquistadas, vão para o espaço, graças à teimosia de uma “presidenta” teimosa.

    Em 2018, voto em branco, mas não voto em PT, nem PSDB nem que a vaca tussa, afinal, são dois partidos neoliberais.

    1. Emprego

      A política do emprego de Dilma foi muito louvável pelo aspecto social mas,  no seu ímpeto para garantir a reeleição ela desafiou e subestimou (conversa para boi dormir) a crise mundial  , impôs uma política econômica tupiniquim, garantiu o baixo desemprego, e amordaçou a inflação latente. O capitalismo e natureza costumam dar o troco quando desafiados.

  20. Opiniões

    Do editorial da Folha de hoje:

    “Existem sinais de que o ambiente econômico poderá melhorar dentro de alguns meses. A acomodação da cotação do dólar e a redução nos juros de longo prazo refletem a expectativa de que o governo realizará, se não todo, um bom pedaço do ajuste das contas públicas proposto para este ano.

    Também contribuiu a publicação do balanço da Petrobras. Eliminou-se o risco de antecipação das dívidas da empresa, o que obrigaria o Tesouro a socorrê-la.

    A trégua, sem dúvida, pode se provar curta: a tibieza da economia continuará minando as receitas do governo no horizonte próximo e não está garantida a aprovação do ajuste no Congresso.

    Se há esse risco, ele serve como lembrança de que, para se consolidar um quadro positivo, a agenda atual não bastará. Será preciso mobilizar o país para um ciclo de investimentos e ganhos de produtividade –mas, infelizmente, não se vê ação do governo nesse sentido.”

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